25 junho 2020

013-Revelações sobre o tempo do fim - Daniel Lição 13[Pr Afonso Chaves]23jun2020

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LIÇÃO 13 
REVELAÇÕES SOBRE O TEMPO DO FIM 

TEXTO ÁUREO: 
“Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão” (Dn 12.9-10). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 12.1-13 

INTRODUÇÃO 
Chegamos ao último capítulo do livro de Daniel, e aqui consideraremos importantes revelações acerca do tempo do fim – um tempo que representa o ápice das assolações que seriam derramadas neste mundo e das tribulações do povo de Deus; mas que também seria marcado pelo testemunho e livramento dos fiéis, antes que todas as coisas sejam consumadas e eles possam receber sua eterna sorte no reino dos céus. 

I – EVENTOS DETERMINADOS PARA O TEMPO DO FIM (VV. 1-4) 
Embora estejamos no começo de um novo capítulo, devemos observar que esta divisão não está implícita no texto. Aqui ainda temos o mesmo anjo que, no capítulo anterior, havia revelado a Daniel detalhes acerca de uma guerra prolongada: como ela se iniciaria, seu desenvolvimento e como se encerraria em um confronto final entre as forças arregimentadas pelo “rei do norte” e o povo de Deus, onde esse rei, ainda que poderoso e ameaçador, seria irremediavelmente destruído. 
Agora, como um desfecho a toda essa revelação, o anjo revela ao profeta um quadro mais detalhado acerca do momento decisivo desta grande batalha – aqui referido como “aquele tempo”. É, de fato, o tempo do fim, quando as forças inimigas do povo de Deus se posicionariam para um último assalto contra a “terra gloriosa”, conforme estudamos no final do capítulo anterior. 
Em primeiro lugar, a revelação enfatiza que esse tempo seria de extrema dificuldade para o povo de Deus, uma vez ser necessário que Miguel, o grande príncipe, se levante para combater pelos santos; e porque seria “um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo”.
Certamente, trata-se das assolações que se seguiriam à morte sacrificial de Jesus e a destruição do templo em Jerusalém (Daniel 9; Mt 24.6-8), como resultado da batalha nos céus onde Miguel, liderando os anjos de Deus, derrotaria Satanás e o precipitaria na terra (Ap 12.7-12, 13). 
Mas o caráter probatório das tribulações desse tempo fica evidente pelo fato de que, não todos, mas “todo aquele que se achar escrito no livro”, o povo santo, seria livrado pelos meios que o Altíssimo proveria para preservá-lo na fé e paciência até o fim (Ap 2.10). 
Em segundo lugar, esse tempo torna-se ainda mais importante no cenário escatológico pelo fato de que nele se dará também, como consequência desse último confronto entre as forças contrárias a Deus e o povo santo, o juízo final – será o tempo em que grandes multidões, gerações e mais gerações, seja dos que se submeteram aos poderes deste mundo, seja dos que creram e se curvaram ao governo santo e soberano do Senhor dos exércitos, serão chamadas do seu longo sono no pó da terra para receberem de Deus a vida eterna ou a vergonha e o desprezo eterno. 
Note-se ainda que, por mais que neste mundo a palavra de Deus seja desprezada ou aqueles que atentam para ela não sejam reconhecidos ou com a morte caiam no esquecimento, naquele dia se verá o valor e apreço de Deus por todos quantos se fazem sábios, procurando entender, obedecer e ensinar a palavra de Deus a outros. 
A revelação iniciada no capítulo anterior parece chegar ao fim neste ponto, e então é dito a Daniel que fechasse essas palavras e selasse esse livro, até ao fim do tempo – ou seja, o tempo em que essas coisas se cumpririam. 
Não que Daniel devesse literalmente esconder essas palavras; mas, como as revelações haviam sido entregues em linguagem simbólica, que o próprio Daniel mal compreendia, assim deveriam permanecer até que chegasse o tempo em que Deus daria entendimento aos Seus servos, seja iluminando-os ou orientando-os através de nova revelação (cf. Ap 22.10). 

II – ATÉ QUANDO DURARÁ O TEMPO DO FIM (VV. 5-7) 
Assim como a revelação ora estudada foi introduzida por uma visão do homem vestido de linho, do mesmo modo ela se encerra com nova visão onde, às duas margens do rio Hidéquel, o profeta vê outros dois e, sobre o rio, possivelmente o mesmo homem vestido de linho que vira a princípio – a saber, Miguel. 
É esse anjo de posição superior na hierarquia celestial quem informa o tempo em que durariam os eventos relacionados ao fim (cf. Ap 10.1-7). Sob juramento, aquele que é um dos primeiros príncipes revela que “depois de um tempo, de tempos e metade de um tempo, e quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo, todas essas coisas serão cumpridas”. 
Aqui temos uma indicação bastante precisa para aqueles que já conhecem a profecia bíblica no seu escopo mais amplo. A expressão tempo, tempos e metade de um tempo ocorre pela primeira vez na visão dos quatro animais e, como já estudamos, refere-se ao período em que o poder político representado pelo chifre pequeno está operando – no caso, o poder das nações confederadas no propósito de abater aquelas que se lhes opõem e de combater o povo santo (Dn 7.25). 
Corresponde também à segunda metade da última das setenta semanas determinadas, inaugurada com a destruição do templo e a vinda do assolador (Dn 9.26-27). 
A partir disto concluímos que o tempo do fim inclui todo o período da dispensação do evangelho e se findará quando o povo de Deus estiver aparentemente sob grande desvantagem ante o avanço das forças do mal. 

III – PALAVRAS FINAIS (VV. 8-13) 
Naturalmente, o profeta se mostra interessado em compreender o sentido dessas palavras, mas é mais uma vez lembrado de que a profecia devia permanecer selada, seu sentido oculto até o tempo do fim. Sobre o que não resta dúvida é que esse tempo seria de provação para o povo de Deus, aumento da iniquidade, mas, por outro lado, haveria direção e entendimento para os fiéis: “os sábios entenderão”.
O que é realmente importante é perseverar, permanecer na fé e esperança em Deus, pois o tempo será longo – aqui figurado na expressão “haverá mil duzentos e noventa dias” – mas aquele que for fiel durante o seu breve tempo de vida dentro desse período de tribulação, alcançará muito além – a eternidade, aqui representada pela bem-aventurança de se esperar e chegar até “mil trezentos e trinta e cinco dias” (Mt 24.12- 13). 
O livro termina com palavras dirigidas ao profeta, no sentido de exortá-lo à perseverança, mesmo estando distante desse tempo de que a visão fala e eventualmente entrando no repouso da sepultura, pois no fim dos tempos ele entraria na sua eterna sorte, juntamente com todos os que no futuro haveriam de vencer esse tempo de assolação. 

CONCLUSÃO 
Daniel é um profeta que nos ensina tanto o valor da piedade e sinceridade para com Deus mesmo quando a nossa volta só vemos impiedade, assim como também nos mostra o Seu zelo para conosco, em nos socorrer nas nossas tribulações e nos avisar de antemão acerca das coisas que ainda hão de acontecer, e pelas quais só poderemos atravessar e sair vitoriosos se crermos na Sua palavra e esperarmos na Sua fidelidade

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18 junho 2020

012-A Explicação da guerra prolongada - Daniel Lição 12[Pr Afonso Chaves]16jun2010


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LIÇÃO 12 
A EXPLICAÇÃO DA GUERRA PROLONGADA 

TEXTO ÁUREO: 
“Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos. E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra” (Dn 11.44-45). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 11.1-20 

INTRODUÇÃO 
No decorrer do estudo das visões anteriores – dos quatro animais, do bode e do carneiro e das setenta semanas – bem como nos testemunhos acerca da vida do profeta e dos seus companheiros, uma verdade ficou bem evidente: há uma batalha de enormes proporções sendo travada entre forças muito superiores a qualquer poderio humano, e o povo de Deus está bem no meio dessa batalha. 
Nesta visão final registrada pelo profeta, veremos que o Altíssimo, que sempre tem o controle de todas as coisas, definiu um desfecho para essa guerra, onde o Seu povo, após sofrer terríveis ataques, mas também maravilhosos livramentos, sairá eternamente vitorioso, e as forças do mal, para sempre aniquiladas. 

I – EVENTOS HISTÓRICOS IMEDIATOS (VV. 1-20) 
Há uma grande semelhança entre a visão deste e do capítulo 8, no sentido de que Deus revela a Daniel eventos que se realizariam num futuro próximo, mas que contêm elementos escatológicos figurativos acerca de tempos mais distantes e, a partir de determinado ponto, tornam-se o assunto principal do texto. Conforme estudamos no capítulo anterior, tudo se inicia com a visão “de uma guerra prolongada”. 
Daniel, orando e jejuando, recebe então a revelação, trazida por um anjo, sobre “o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias” (Dn 10.1, 14). Portanto, aqui Deus também fala tanto de um futuro próximo a Daniel e às gerações mais imediatas a ele, como também de eventos que se projetam num futuro escatológico e que são ainda mais pertinentes aos nossos dias. 
O mesmo anjo que havia se apresentado para confortar e reanimar Daniel após a visão impactante da majestade de Miguel, príncipe do povo de Deus, agora passa a esclarecer a revelação que havia trazido ao profeta, e começa enumerando a sucessão imediata dos reis no trono do império persa: depois de Ciro, haveria ainda três sucessores, antes que o reino fosse entregue a outro povo. 
E a mudança não seria de forma pacífica, pois o último rei, com sua grande riqueza, “agitará todos contra o reino da Grécia” (cf. Dn 8.4, 20). Talvez considerando que a queda dos persas frente à ofensiva grega já havia sido revelada, a visão descreve o primeiro rei grego, Alexandre, “um rei valente, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver”; e a sua repentina sucessão e a repartição do seu império: “estando ele em pé, o seu reino será quebrado e será repartido para os quatro ventos do céu”. 
Notemos que, após isto, o foco da visão passa a ser os detalhes de um conflito que começa se travar entre os reinos formados após a fragmentação do império grego – mais especificamente, os reinos do norte e do sul (Egito), e a situação crítica do povo de Deus por estar no meio do campo de batalha entre esses dois reinos. 
No imprevisível jogo de poder entre ambos, os prevaricadores dentre os israelitas se posicionariam apoiando o reino do sul, e isto atrairia a fúria do reino do norte contra todo o povo. Então, a seu tempo, o rei do norte viria e faria “segundo a sua vontade, e ninguém poderá permanecer diante dele; e estará na terra gloriosa, e por sua mão se fará destruição”, de tal modo que nem mesmo o rei do sul poderia ajudá-los. 
Os versos seguintes denotam a queda do então rei do norte e do seu sucessor graças à intervenção divina, que põe termo às suas ações cada vez mais ousadas e brutais: o primeiro “tropeçará, e cairá, e não será achado”, e o outro “em poucos dias será quebrantado, e isso sem ira e sem batalha”. 

II – A ASCENSÃO DE UM HOMEM VIL (VV. 21-39) 
A partir deste verso, a Escritura chama a atenção para um outro rei do norte, aqui descrito como vil, indigno da realeza, que usurpa o poder e usa dos meios mais sórdidos para realizar suas ambições, e que gradualmente vai se revelando um terrível opositor do povo de Deus. Mas é aqui que, como já destacamos, começam as alusões com sentido tanto histórico imediato como figurado e escatológico. 
A ação deste “homem” se estende até o fim do tempo, de modo que aqui devemos considerar um poder que atravessa gerações – um poder que, pelo seu caráter ambicioso e profano, se equipara àquele representado pelo chifre pequeno da visão do sacrifício contínuo. Em outras palavras, o império romano e, eventualmente, o governo das nações. 
Consideremos, então, alguns particulares desse conflito que se estenderá até o fim dos tempos e que, particularmente sob o domínio romano, vai se configurando em oposição declarada a Deus e ao Seu povo. 
De fato, um dos interesses desse “homem” continua sendo a conquista do reino do sul por todos os meios, sendo todos eles ou incompletos ou de curta duração. Mas, nesse ínterim, sua atenção também se voltará para o povo santo e o seu concerto com Deus; seja procurando corrompe-los e ganhá-los para sua causa: “e se indignará contra o santo concerto”, “voltará e atenderá aos que tiverem desamparado o santo concerto”, “aos violadores do concerto ele, com lisonjas, perverterá”; ou, de forma ostensiva, usando de violência contra as coisas santas e o povo santo: “E sairão a ele uns braços, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o contínuo sacrifício, estabelecendo a abominação desoladora” (cf. Dn 8.9-12, 23-25; 9.27), o que desencadeará grande perseguição. 
Será, porém, uma grande oportunidade para testemunho de fé e da graça de Deus: “o povo que conhece ao seu Deus se esforçará e fará proezas”, “caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro” (v. 34). 
Mas, conforme revelado em outras visões, aqui também está presente a indicação de que há um tempo determinado para todas essas abominações: “até ao fim do tempo, porque será ainda no tempo determinado”, “até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito”. A seu tempo, todo o sistema representado por esse “homem” cairá, e grande será a sua queda. 

III – A QUEDA DO HOMEM VIL (VV. 40-45) 
Segue-se então detalhes de como, a partir da sua maior glória, corrompendo a tudo e a todos, o rei do norte levará adiante seus planos de completar a conquista do reino do sul e a profanação de tudo o que diz respeito ao povo santo. 
Haverá resistência tanto do reino do sul como do povo santo, certamente, mas ele fará um avanço significativo “no fim do tempo”, e será tão bem sucedido que subjugará e despojará o sul – inclusive o Egito – excetuando-se apenas alguns pequenos reinos que não representam perigo ao seu domínio absoluto, e “entrará também na terra gloriosa”. 
Contudo, do auge das suas maiores conquistas, como aconteceu com os seus antecessores que o tipificavam, será abalado sem qualquer violência ou força bruta: “os rumores do Oriente e do Norte o espantarão” e, numa tentativa exasperada de espantar seus temores, “sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos”, posicionando-se declaradamente contra o povo santo: “armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso”. 
Aqui temos a declaração de um confronto final das trevas contra a luz – de Satanás e todas as suas potestades contra Deus e os Seus exércitos. Mas eis que chega o tempo da sua destruição final, e não haverá escape, nem lugar para que outros os sucedam (cf. Ez 38 e 39; Ap 20.7-10). 

CONCLUSÃO 
Todos os conflitos pelos quais o povo de Deus tem passado e ainda há de passar caminham para um fim decisivo, um desfecho inevitável onde os inimigos serão esmagados e calados para sempre, e um novo cenário de vitória e paz se descortinará pela eternidade.

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11 junho 2020

011-A visão do Homem vestido de linho - Daniel Lição 11 [Pr Afonso Chaves]09jun2020


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LIÇÃO 11 
A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO 

TEXTO ÁUREO: 
“Fiquei, pois, eu só e vi esta grande visão, e não ficou força em mim; e transmudou-se em mim a minha formosura em desmaio, e não retive força alguma” (Dn 10.8). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 10.1-9 

INTRODUÇÃO 
Os capítulos 10 a 12 do livro de Daniel relatam uma última e complexa visão, onde são revelados vários detalhes sobre acontecimentos a se realizarem no fim dos tempos. 
Na lição de hoje vamos nos limitar ao estudo do capítulo 10, onde temos uma introdução a essas revelações e onde é apresentado, com grande destaque, um ser celestial cuja atuação será decisiva na consumação desses eventos escatológicos, e que é chamado de Miguel, príncipe do povo de Deus. 

I – O JEJUM DE DANIEL (VV. 1-3) 
Este capítulo começa de um modo semelhante ao anterior, descrevendo Daniel em uma atitude de contrição e busca ao Senhor Deus, mas sem apontar o propósito que o levou a isto. 
Aproximadamente quatro anos haviam se passado desde a revelação acerca das setenta semanas; Ciro, o persa, já governava e os judeus já haviam recebido permissão para voltar a Jerusalém e reconstruir o templo. 
De fato, a reconstrução estava em andamento, sob a direção de Zorobabel e Josué (sumo sacerdote), mas sob a importunação dos adversários do povo de Deus (cf. Esdras, capítulos 1 a 4). 
Como o próprio Senhor já havia dito, a restauração plena não seria imediata, e os tempos a frente seriam trabalhosos para o Seu povo. 
Consciente de que o pequeno alívio proporcionado pela volta dos judeus à sua terra não era pretexto para folgar, mas incentivo para buscar ainda mais a Deus, o profeta persevera em seu propósito de clamar pela salvação de Israel. 
Portanto, era oportuno se aplicar ao jejum, tendo em vista as muitas dificuldades pelas quais o povo de Deus ainda passaria, e as expectativas do profeta acerca “de uma guerra prolongada”. 
Aqui podemos observar que, conforme a prática do profeta (e dos judeus em geral naquele tempo), o ato de jejuar é uma forma de externar uma disposição interior do coração – no caso, tristeza ou contrição – através da abstinência de alimentos, particularmente aqueles que, além da subsistência do corpo, trazem maior sensação prazer pela saciedade (como carne e vinho, naquele tempo); e mesmo de adornos e cuidados com o corpo que tragam ao próprio indivíduo satisfação com a sua aparência (como ungir-se com unguento). 
Lembremos que jejuar continua sendo uma prática recomendada pela piedade cristã (cf. Mt 4.1-2; Mc 2.19-20; 9.29; At 13.2-3), mas, por envolver uma atitude exterior, é preciso ter cuidado com a hipocrisia e a vanglória (Mt 6.16-18; Lc 18.12). 

II – A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO (VV. 4-9) 
Daniel passa a descrever a visão que ele teve enquanto estava às margens do rio Hidequel (o mesmo que Tigre); e a visão começa de um modo um tanto diferente das anteriores. 
Ao invés de ter uma visão (seja de olhos abertos ou fechados) dos acontecimentos futuros através de formas simbólicas, o profeta aqui contempla alguém tão real e que estava tão presente que não somente ele, mas os próprios que o acompanhavam, mesmo não podendo ver o que Daniel via, também foram dominados de espanto e temor pela gravidade daquela presença. 
Eis que ali estava um homem de traje e aparência majestosa e divina, inigualável a qualquer outro ser já visto; alguém cuja contemplação trouxe ao profeta aquele senso da grandeza divina e da pequenez humana que abate completamente a todos os que já tiveram a experiência de contemplar a glória de Deus: “não ficou força em mim; e transmudou-se em mim a minha formosura em desmaio, e não retive força alguma” (Ez 1.28; Ap 1.17). 
A descrição deste homem é muito semelhante à daquele que João também viu, séculos depois, na ilha de Patmos, e por isso muitos afirmam que aqui Daniel teria visto o próprio Messias, o Senhor Jesus, em uma manifestação anterior à Sua encarnação. 
É verdade que as diversas manifestações angelicais do passado, por revelarem aspectos da natureza e do caráter divino no Seu trato com os homens, eram tipos de Cristo – a expressão mais plena e clara de Deus; e que todos os profetas – e, portanto, anjos – enviados para falar ao povo atuaram sob a influência do Espírito de Deus, que também é o Espírito de Cristo (1 Pe 1.11-12). 
Mas não podemos deixar de notar que o Filho de Deus, embora profetizado, nunca falou diretamente aos Seus servos na antiga dispensação, permanecendo oculto no seio do Pai até à dispensação da plenitude dos tempos (1 Pe 1.20; Hb 1.1). 
E, mesmo no caso de Apocalipse, sabemos que Jesus enviou o Seu anjo para comunicar toda a revelação a João, e que o próprio apóstolo não afirma com certeza que aquele ser glorioso que ele viu a princípio era o próprio Senhor, mas “um semelhante ao Filho do homem” (Ap 1.13). 
Fiquemos então com a idéia de que aqui Daniel está diante de um anjo que, em função da sua glória e papel na história da salvação, é um tipo de Cristo. 

III – DANIEL É CONFORTADO PELO ANJO (VV. 10-21) 
Abatido e paralisado por essa manifestação divina, o profeta é reanimado e instruído por um segundo homem (ou anjo) que aparece mais próximo dele (talvez o mesmo que aparece nas visões anteriores?). 
Esse anjo assumirá a narrativa descrevendo a revelação praticamente até o final do livro. Ciente de que ambos estavam ali por causa dele, o profeta é tomado de temor – uma reação própria de um coração que não confia em si mesmo e, confrontado com a santidade divina, só consegue se ver digno de punição; mas logo é confortado: “Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras”. 
A presença gloriosa daquele primeiro anjo representava algo completamente diferente e novo, cuja razão ele não compreenderia até que lhe fosse explicada. 
O segundo anjo havia sido enviado a Daniel, como em outras vezes, em resposta às suas orações, na atenção e cuidado de Deus com aqueles que se importam e anelam por compreender os Seus desígnios. 
Mas, desta vez, o mensageiro divino havia encontrado uma espécie de resistência ao cumprimento da sua missão. “Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias”. A referência deve ser entendida espiritualmente, pois se trata de alguém se opondo a um anjo. 
Não foi, portanto, o rei Ciro, mas sim principados ou potestades (aqui identificados com a Pérsia) que não queriam que a resposta de Deus chegasse ao Seu servo. Notemos que essa oposição durou exatamente o mesmo tempo do jejum de Daniel: “vinte e um dias” e só foi derrubada quando, conforme relata o anjo, “Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me”. 
O primeiro anjo ali presente é então este Miguel, um ser celestial de grande poder e majestade, capaz de confrontar e fazer calar todas as forças opositoras, inclusive Satanás (cf. Jd 9; Ap 12.7-9), atuando com um poder e majestade que, de acordo com sua alta posição na hierarquia divina (ele é um dos primeiros príncipes), manifestam ainda mais claramente aqu’Ele que o enviou (daí o seu nome: “Quem é como Deus?”). 
Havia, então, um conflito espiritual sendo travado entre as forças espirituais que estavam acima dos acontecimentos terrenos; e a visão tornava isto patente a Daniel, além de mostrar que Deus é todo-poderoso e ninguém pode resistir à Sua vontade, podendo dispor de todas as forças necessárias para fazê-la cumprir. 

CONCLUSÃO 
Esta visão nos traz a segurança de que Deus está acima de todas as forças que se opõem ao Seu povo e Ele não permitirá que nenhuma delas atue além do tempo e do que Ele mesmo tem determinado, de modo que a Sua vontade sempre prevalecerá.

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04 junho 2020

010-A revelação das Setenta Semanas - Daniel Lição 10[Pr Afonso Chaves]02jun2020


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LIÇÃO 10
A REVELAÇÃO DAS SETENTA SEMANAS 

TEXTO ÁUREO:
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos” (Dn 9.24). LEITURA BÍBLICA: DANIEL 9.20-27 

INTRODUÇÃO 
Na sequência das visões registradas por Daniel na parte final de seu livro, estudaremos nesta lição aquela que trata das setenta semanas. 
Esta é uma revelação de grande importância nos estudos escatológicos, pois contém a chave para a compreensão de acontecimentos que abrangem um longo período de tempo – de fato, se estendem até a consumação do mundo. 
Além disso, a passagem contém preciosas lições sobre o tratar de Deus com o Seu povo, além de apontar uma conhecida descrição do caráter de Daniel, que muito nos fala sobre como Deus considera os Seus servos fieis. 

I – A ORAÇÃO DE DANIEL (VV. 1-19) 
Daniel teve esta visão no princípio do império medo-persa, quando mal havia feito um ano desde que Dario, da linhagem dos medos, havia subido ao trono. 
A queda do império babilônico e a sucessão dos medos e persas poderiam ter despertado o profeta a buscar compreender esses eventos à luz da revelação divina e alguma possível relação com o cativeiro do seu povo. 
Por ser um homem de estudos e por ter acesso aos livros das Escrituras, inclusive o de Jeremias (que havia sido seu contemporâneo), Daniel certamente já conhecia a profecia acerca dos setenta anos.
Parece então que aqui ele fala mais de um despertamento quanto à proximidade do fim do cativeiro, do que da descoberta de um tempo que ele nunca havia notado em suas leituras. 
Despertado por esta palavra, ele então se dirige ao Senhor Deus em “oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza”. 
Mas sua motivação não era uma simples euforia devida à compreensão de que o cativeiro do seu povo estava perto de acabar; mas ele sabia que o castigo não chegaria ao fim sem que antes produzisse o seu verdadeiro fruto: confissão do pecado, arrependimento e conversão, e finalmente, a súplica pela restauração. 
Assim, falando como que em nome de toda a nação, Daniel começa reconhecendo que toda aquela tragédia poderia ter sido evitada, pois Deus esteve sempre pronto a perdoa-los e fazer cumprir os bons termos do Seu concerto com Israel; mas, ao invés de poupá-los, Ele teve de tratá-los com justiça, pois eles não apenas se haviam feito culpados, mas rejeitaram todos os apelos e ofertas de perdão (vv. 4-14; cf. Ex 20.5-6; Dt 28.1-2, 15, 36, 45; Jr 35.15, etc.). 
Então o profeta passa a suplicar a misericórdia do Senhor, considerando o propósito grandioso de Deus para com Israel desde o princípio, anunciado na forma poderosa como Ele os tirou da terra do Egito (compare com Dt 9.26); e considerando ainda o quanto o povo já havia sofrido, a ponto de se tornar um “opróbrio para todos os que estão em redor de nós”; e confiando que, atentando Deus para tamanha desolação, certamente Ele se comoveria e apartaria Sua fúria, não porque o povo não a merecesse, mas porque muitas são as Suas misericórdias. 

II – A RESPOSTA DE DEUS (VV. 20-24) 
Esta passagem representa um maravilhoso testemunho de como Deus atenta para a oração dos Seus servos e não deixa sem resposta aqueles que O buscam com sinceridade e propósito. 
Mais uma vez, é o anjo Gabriel que aparece intermediando na interpretação do que Deus tem a dizer ao Seu servo, pois a resposta às suplicas de Daniel vem mais uma vez na forma de uma visão. “Agora saí para fazer-te entender o sentido” indica que a maior preocupação de Deus com aqueles que lhe são mui amados é que, quando estamos em aflição, antes de dar uma solução imediata aos nossos problemas, Ele quer que “entendamos o sentido” das coisas que estão acontecendo. 
Por isso, o que o profeta aqui recebe não é apenas uma palavra quanto ao fim da aflição do cativeiro, mas ainda de aflições futuras que se abateriam sobre o Seu povo – o povo santo – até a consumação de todas as coisas. 
O enunciado da visão: “Setenta semanas estão determinada sobre o teu povo” aponta para o que acabamos de dizer, por sua relação numérica com o “número de anos de que falou o profeta Jeremias”. 
Contudo, agora não são mais setenta anos, mas setenta semanas é o tempo em que se cumprirão os propósitos de Deus quanto à restauração e glorificação do Seu povo. 
Se os setenta anos do cativeiro podem ser computados literalmente à luz da cronologia bíblica e secular; as setenta semanas, por sua vez, não seguem esse critério. 
Vemos nos versos seguintes que é o próprio anjo quem apresenta os eventos que marcam o avanço na contagem desse período e, quando buscados na cronologia, as datas não correspondem com o transcorrer das semanas, seja qual for o método adotado. 
Mas, uma vez que semana (sete dias) representa um período completo (como vemos na conclusão da obra de Deus na criação), podemos dizer que setenta semanas representa o período completo da obra de Deus neste mundo, que se concluirá na salvação eterna do Seu povo. 

III – A INTERPRETAÇÃO DAS SETENTA SEMANAS (VV. 25-27) 
Seguindo então a infalível interpretação divina, as setenta semanas começam a transcorrer exatamente quando termina o cativeiro – ou seja, a partir do momento em que Ciro, o persa, dá ordem aos judeus para que retornem a Judá e reconstruam o templo em Jerusalém: “desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar Jerusalém” (cf. Ed 1.1-4). 
A partir deste primeiro evento, a contagem do tempo divino avança sessenta e nove semanas até o próximo marco, que é a vinda de Jesus a este mundo: “até ao Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas”. 
Notemos ainda que a restauração da cidade e do templo (representando a restauração do próprio povo), e todo o período posterior até a vinda do Messias, seria “em tempos angustiosos” – uma característica inegável da história judaica antes de Cristo. 
A interpretação prossegue, e agora é dito que, após as sessenta e nove semanas – isto é, dentro da septuagésima e última semana – o Messias seria tirado e “o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário”. 
Aqui temos dois eventos distintos, separados por algumas décadas, mas interligados quanto ao seu significado nos desígnios divinos: o primeiro se refere à morte, sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus, após ser rejeitado pelo Seu povo; e o segundo à destruição da cidade de Jerusalém e do templo pelos romanos (o povo do príncipe) – destruição essa que representa o juízo de Deus pela rejeição que os judeus fizeram do Messias e como sinal de que a sua posição como povo de Deus lhes havia sido tirada (cf. Mt 21.42-44; 23.34-39; 24.1-2; Lc 21.20-24). 
Anuncia ainda que até ao fim haverá guerra, “estão determinadas assolações”. Esses eventos são retomados no último verso, mas sob uma luz diferente: o mesmo Messias que é tirado antes também firmará um concerto com muitos por uma semana – pois, vindo a este mundo, Jesus chamou muitos a Si nos termos do concerto da salvação, e depois o confirmou perpetuamente (por uma semana divina) através do Seu sacrifício na cruz (Mt 26.27-28; Hb 8.10-13). 
Ao mesmo tempo, Ele tornou obsoletos os sacrifícios que se ofereciam segundo a lei mosaica no templo (Hb 10.9-14), isto ocorrendo na metade da última semana. 
A partir daí, e até a consumação, fala-se ainda de uma especial aflição para o povo santo, pois agora o assolador (as forças que se opoem a Deus) vem “na asa das abominações”, ou seja, na forma de expressa afronta à santidade divina, o que afligirá grandemente o povo de Deus até que venha o seu fim (cf. Dn 7.21, 25; 8.10-11, 25). 

CONCLUSÃO 
Muitas são as aflições do povo de Deus neste mundo, mas o Senhor nos livrará de todas e cumprirá em nós o Seu propósito de nos tornar um povo eternamente santo para o Seu louvor e glória.

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28 maio 2020

009-A visão do sacrifício contínuo - Daniel Lição 09 [Pr Afonso Chaves]26mai2020

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LIÇÃO 9 
A VISÃO DO SACRIFÍCIO CONTÍNUO 

TEXTO ÁUREO: 
“E a visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque só daqui a muitos dias se cumprirá” (Dn 8.26). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 8.1-14 

INTRODUÇÃO 
A visão de Daniel que estudaremos hoje pode ser referida por diversos nomes nos estudos escatológicos: “visão do carneiro e do bode”, “visão da abominação desoladora”, etc. 
Aqui usamos apenas um título pelo qual possamos distingui-la das demais na sequência das próximas lições, mas isto não quer dizer que essa visão trate apenas do sacrifício contínuo, ou que não inclua vários outros elementos importantes, inclusive pontos de ligação com as visões do capítulo 7 e seguintes. 

I – A VISÃO DO CARNEIRO, DO BODE E DO CHIFRE PEQUENO (VV. 1-14) 
Assim como no capítulo anterior, Daniel aqui também indica o tempo em que recebeu esta sua segunda visão: “no ano terceiro do rei Belsazar”, ou seja, enquanto o império babilônico ainda subsistia na figura do seu último rei e antes dos eventos narrados no capítulo 5. 
Ele acrescenta ainda o detalhe de que não se encontrava em Babilônia, mas “na cidadela de Susã, na província de Elão”, que ficava ao oriente da Mesopotâmia, mais próxima da Média e da Pérsia. 
A visão, contudo, se dá às margens do Ulai, que era um afluente do rio Eufrates (sobre o qual Babilônia estava fundada), pois é nesta parte do mundo que se cumpririam a maioria dos eventos figurados na presente revelação. 
De um modo semelhante à primeira visão, a mensagem de Deus se apresenta mais uma vez de forma simbólica, na figura de dois animais que, conforme ainda explanaremos, representam grandes poderes que se levantariam na terra: o primeiro, semelhante a um carneiro com dois chifres que “dava marradas” para o ocidente, o norte e o sul. 
Estando diante do rio, este animal prevalece sobre todos os outros. 
O segundo, semelhante a um bode com um chifre entre os olhos, vem do ocidente a toda velocidade e com grande força contra o carneiro e, ao confrontá-lo, derrota-o completamente. 
Mas a grandeza deste segundo animal dura pouco tempo, pois o chifre grande se quebra e, no seu lugar, surgem outros quatro chifres, cada um voltado para uma direção (ou “para os quatro ventos do céu”). 
Notemos que, assim como na primeira visão, chifres aqui também representam reis ou reinos, e, neste caso, do começo ao fim, a visão trata de reinos que entrarão em conflito ou que se sucederão, passando de um povo para outro. 
Num momento seguinte da visão ocorre que, dentre os quatro chifres nascidos do bode, surge um chifre muito pequeno, o qual se engrandece não somente contra as direções para as quais haviam se voltado os primeiros chifres, mas “até contra o exército do céu” – que é uma referência ao governo soberano de Deus, seja no céu ou na terra. 
E a visão prossegue descrevendo os feitos profanos e abomináveis do poder representado por esse chifre pequeno contra o reino de Deus: “a alguns do exército, e das estrelas, lançou por terra, e os pisou”, “se engrandeceu até contra o príncipe do exército”, “por ele foi tirado o sacrifício contínuo” e “o lugar do seu santuário foi lançado por terra”. 
Por último, Daniel ouve o tempo em que durariam essas aviltações contra o santuário e o exército do céu: “duas mil e trezentas tardes e manhãs”. 
Mas a visão não se encerra com a parte simbólica e, na sequência, o profeta, perplexo, recebe de um anjo, chamado Gabriel, a interpretação de tudo o que havia visto (este Gabriel aparecerá novamente nos próximos capítulos e, sem dúvida, é o mesmo anjo enviado à Judéia, cerca de 400 anos depois de Daniel, para anunciar o princípio do evangelho a Zacarias e a Maria). 

II – A ASCENSÃO DOS IMPÉRIOS PERSA E GREGO (VV. 17-22) 
De acordo com a interpretação de Gabriel, não restam dificuldades para entender que o carneiro representa o império medo-persa, os chifres menor e maior caracterizando, respectivamente, a Média e a Pérsia. 
Bem sabemos que os reis persas ampliaram o território anteriormente conquistado por Nabucodonosor, chegando até a Grécia, no ocidente. O bode, por sua vez, representa os próprios gregos que, afrontados e ameaçados pelos persas, revidaram e, comandados por Alexandre (o rei primeiro, simbolizado pelo chifre grande) avançaram até o coração do império persa e o subjugaram. A forma brusca como terminou o reinado de Alexandre (que morreu ainda jovem) também está retratada na visão, assim como a sua sucessão pelos seus quatro grandes generais, os quais dividiram todo o território conquistado em quatro reinos e fundaram dinastias que por vezes até entraram em conflito umas com as outras (como os seleucidas, no norte, e os ptolomeus, no sul) e que duraram até a ascensão dos romanos. 
Assim temos aqui maiores informações sobre a ascensão dos impérios medopersa e grego, que nos ajudam a entender melhor alguns detalhes já caracterizados na visão do capítulo anterior (Dn 7.5-6 em particular). 

III – O FIM DO SANTUÁRIO E DO SACRIFÍCIO CONTÍNUO (VV. 23-27) 
Quanto ao chifre pequeno e suas assolações contra o exército do céu, a princípio poderíamos também destacar semelhanças com o mesmo chifre pequeno que, na primeira visão, sobe dentre os dez chifres do quarto animal; este, apesar de pequeno por natureza, ostenta de forma feroz e audaciosa o poder que conquistou, a ponto de se ensoberbecer e combater contra o próprio Deus e o Seu povo, sem que ninguém consiga impedi-lo, até que se cumpra o seu tempo, quando então “sem mão, será quebrado”.
Por outro lado, notamos também que a ascensão desse rei ou reino parece se dar num momento muito anterior ao daquele representado pelo chifre pequeno da primeira visão (Dn 7). 
Enquanto aquele se levanta diante dos dez chifres, que representam o governo das nações; este se levanta no fim dos reinos gregos fundados pelos generais de Alexandre. Muitos associam esse chifre a Antíoco Epifâneo, um rei seleucida que, de acordo com a história, oprimiu terrivelmente o povo judeu em razão do seu concerto com Deus, chegando até a profanar o templo em Jerusalém; mas ele reinou enquanto os gregos ainda estavam no poder; e é importante notar que o chifre pequeno da visão se engrandeceu “até contra o príncipe do exército”, ou seja, contra o próprio Messias, que é Jesus, e, em conexão com isto, “por ele foi tirado o sacrifício contínuo, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra”. 
Aqui temos uma descrição bastante clara do que ocorreu nos dias em que os romanos dominavam o mundo, quando então nosso Salvador foi rejeitado e crucificado sob o poder do império, bem como teve início de grande tribulação para os fiéis, onde o Estado rapidamente se tornaria o maior patrocinador das perseguições e opressões contra os cristãos. 
Consideremos também que, pouco tempo depois da crucificação do próprio Jesus, foi o mesmo império romano que cercou Jerusalém e a destruiu juntamente com o templo, profanando-o e fazendo cessar os sacrifícios (cf. Mt 24.15). 
Assim, esta visão lança luz sobre um dos muitos períodos de assolação que o povo de Deus já sofreu, preparando-nos também para maiores detalhes que serão revelados tanto sobre esse período como sobre o último tempo do fim. 

CONCLUSÃO 
A visão deste capítulo apresenta maiores detalhes sobre os tempos sombrios pelos quais o povo de Deus muitas vezes precisa passar enquanto peregrina neste mundo. 
Sejamos pacientes e entendamos que todas estas coisas contribuem para o bom propósito de Deus para conosco, e que por fim Ele será glorificado e a nossa parte no seu reino jamais será tirada.

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21 maio 2020

008-Os quatro animais e o triunfo dos céus - Lição 08 [Pr Afonso Chaves]19mai2020


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LIÇÃO 8 
OS QUATROS ANIMAIS E O TRIUNFO DOS CÉUS 

TEXTO ÁUREO:
“E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão” (Dn 7.27).

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 7.1-14

INTRODUÇÃO A partir do presente capítulo de Daniel, começaremos a estudar as visões escatológicas recebidas pelo profeta.
Embora o sonho de Nabucodonosor, apresentado no capítulo 2, também seja uma revelação divina sobre os tempos futuros, a partir de agora é que o livro muda o seu estilo de história para profecia.
Como esta passagem já tem sido estudada em diferentes ocasiões e num contexto escatológico mais amplo, aqui propomos fazer uma análise mais limitada ao texto de Daniel.

I – A VISÃO PROPRIAMENTE (VV. 1-16)
Daniel usa as palavras “sonho” e “visões da cabeça” para descrever o que ele viu.
Não há nenhuma dificuldade aqui, se entendermos que uma revelação divina dada enquanto dormimos é uma visão de olhos fechados.
Ao contrário do sonho de Nabucodonosor, não sabemos se esta visão é uma resposta do céu a alguma indagação do profeta, mas é certo que ele logo entendeu tratar-se de uma revelação e, assim que despertou, procurou registrá-las para que não se esquecesse de nada.
E, como no sonho do rei, esta visão também apresenta vários elementos enigmáticos, que o próprio Daniel não compreendeu, até que um ser celestial, presente no mesmo sonho, lhe explicou todas essas coisas.
Em seu sonho, o profeta começa contemplando os ventos vindos de toda a parte (“os quatro ventos do céu”) e soprando sobre o mar grande (o Mediterrâneo?), num sinal de agitação e turbulência.
Então, ele vê subir do mar quatro animais grandes, “diferentes uns dos outros”, não ao mesmo tempo, mas numa ordem definida (“o primeiro... o segundo...”), tanto que esses animais são referidos por sua ordem até o final do capítulo.
Notemos, contudo, que esses animais têm apenas a semelhança de animais conhecidos, apresentando elementos estranhos à natureza em que foram criados, mas necessários ao simbolismo da visão: “o primeiro era como o leão, e tinha asas de águia”, “e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave”, etc.
O quarto, em particular, é completamente “diferente de todos os animais que apareceram antes dele”, de aparência e comportamento assustador, e a visão continua se desenrolando em torno de elementos e eventos associados a este animal.
O próprio Daniel expressa seu interesse em compreender o seu significado e, especialmente, o dos “dez chifres” e do “chifre pequeno” que surgem a partir desse quarto animal.
E acrescenta, na sua descrição do sonho, o detalhe intrigante de que, diante do chifre pequeno caíram três dos primeiros chifres, e que esse chifre pequeno apresentava “olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas” – que são sinais indicativos de poder e visão humana, bem como de arrogância e violência (“grandes coisas” equivale a palavras arrogantes e blasfêmias).
Assim como no sonho de Nabucodonosor, esta visão de Daniel apresenta uma segunda parte que introduz um elemento completamente distinto, mas que intervém e prevalece sobre os elementos da primeira parte. 
Não resta dúvida (e inclusive não há necessidade de explicação posterior) de que o profeta contempla agora a corte celestial, vendo o próprio Deus (“um ancião de dias”) ocupando o Seu trono juntamente com “milhares de milhares, e milhões de milhões” que O servem na Sua presença.
Mas não é apenas uma descrição genérica do trono de Deus; é uma caracterização do Seu tribunal se estabelecendo para julgamento: “assentou-se o juízo, e abriram-se os livros”.
O que se segue, então, é a sentença sendo proferida e executada contra os réus: o quarto animal “é morto, e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo”.
Quanto aos demais, “foi-lhes tirado o domínio”. E, por último, um outro elemento, “um como o filho do homem”, que também comparece ante o supremo juiz, não para ser julgado, mas para ser justificado e recompensado com o que lhe pertence por direito: “E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído”.

II – OS QUATRO ANIMAIS, OS DEZ CHIFRES E O CHIFRE PEQUENO (VV. 17-25)
O restante do capítulo se desenvolve em torno da interpretação dos elementos principais do sonho, e o acréscimo de mais alguns detalhes acerca do que Daniel pode ver.
Como as partes da estátua no sonho do rei, o sentido dos quatros animais é o mesmo: “estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra”.
E do mesmo modo podemos dizer que se tratam dos reis, ou melhor, reinos (compare com o v. 24) que se sucederam a partir do babilônico, quais sejam: o medo-persa, o grego e o romano.
Mas, antes mesmo de acrescentar maiores detalhes, o anjo contrapõe a esses reinos transitórios o fato mais importante apresentado na segunda parte da visão, de que “os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade”. 
É a mesma verdade revelada no sonho de Nabucodonosor, de que “o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Dn 2.44).
Quanto aos dez chifres do quarto animal, encontramos a mesma correspondência nos dedos dos pés da estátua, em parte de ferro e em parte de barro, uma vez que o próprio anjo explica: “quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis”; e, assim como no capítulo 2, entendamos dez como referência a muitos, e o fato de serem muitos reinando ao mesmo tempo como sendo na verdade um único reino, embora dividido (compare com Dn 2.41), e correspondendo ao tempo das nações modernas.
Somente o chifre pequeno representa um elemento novo em relação ao sonho do rei, e aqui Daniel acrescenta o detalhe de que: “eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles”.
Segundo a interpretação dada pelo anjo, este chifre caracteriza um “desenvolvimento” final do governo desse quinto reino dos chifres, um governo que “será diferente dos primeiros, e abaterá três reis” e cujo aspecto mais singular será o de se opor contra Deus e os Seus santos: “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei”.

III – O JUÍZO ESTABELECIDO E O FILHO DO HOMEM (VV. 26-28)
O governo tirânico e profano representado pelo chifre pequeno é descrito como o último estágio da sucessão dos reinos deste mundo.
Na interpretação, o anjo acrescenta que está determinado um tempo para esse governo prevalecer em seus intentos: “eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo”. Mas, finalmente, chegará a hora do juízo e Deus o entregará para ser destruído, juntamente com os demais reinos que, embora já privados do seu poder, ainda estariam subsistindo sob alguma outra forma.
Cumprir-se-á então o propósito revelado no sonho de Nabucodonosor, onde a pedra torna-se um grande monte que enche toda a terra; no caso, aqui o reino é dado, na pessoa do próprio Senhor Jesus, o Filho do homem, aos santos do Altíssimo e os reinos deste mundo deixam de existir.

CONCLUSÃO
Embora semelhante ao sonho do rei Nabucodonosor, a visão de Daniel acrescenta o detalhe importante de que a sucessão dos reinos neste mundo, em seu momento final, representa um futuro sombrio para o povo de Deus; mas, ao mesmo tempo, que este povo receberá grande livramento, pois seus inimigos serão aniquilados e o reino dos céus nunca lhes poderá ser tirado.

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13 maio 2020

007-Deus salva Daniel na cova dos leões - Lição 07 [Pr Afonso Chaves]12mai2020

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LIÇÃO 7 
DEUS SALVA DANIEL NA COVA DOS LEÕES 

TEXTO ÁUREO: 
“O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum” (Dn 6.22). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 6.1-10 

INTRODUÇÃO O capítulo que estudaremos hoje apresenta outra grande lição de integridade moral e confiança em Deus a partir do exemplo do profeta Daniel. 
Como um episódio ocorrido já na velhice do profeta, veremos que a firmeza e retidão de caráter deste homem permaneceu a mesma desde a sua juventude, e que ele nunca se deixou seduzir por grandezas e louvores, nem se abalou diante de ameaças e perigos. 
E, mais uma vez, veremos que Deus preserva os fiéis na tribulação e reserva o castigo para aqueles que os oprimem sem causa. 

I – A INTEGRIDADE DE DANIEL NA CORTE DE DARIO (VV. 1-10) 
Estamos agora no princípio de um novo império; um novo povo está no poder. O último rei dos babilônios, Belssazar, foi abatido pelo justo juízo de Deus e os medos tomaram a célebre capital do grande império caldeu. 
Dario, o medo, ocupa o trono e um dos seus feitos, conforme registrado nestes versos, é dividir o imenso território legado pelos babilônios em cento e vinte satrapias (ou províncias) e constituir seus respectivos governantes. 
Além disso, ele estabelece três “presidentes” – na verdade, uma espécie de fiscais e representantes do rei para com esses governantes, entre os quais estava Daniel. 
Notamos então que o nosso profeta, embora aparentemente ausente ou distante dos negócios da corte no tempo de Belssazar, ainda retinha sua notoriedade como homem sábio e de espírito excelente, além dos serviços anteriormente prestados aos governantes babilônicos. 
E essa notoriedade teria chegado aos ouvidos de Dario, o medo. Uma diferença entre o episódio que ora estudamos e aquele narrado no capítulo 3, envolvendo os jovens companheiros de Daniel, é que a motivação do decreto que levará este servo de Deus a ser punido injustamente não é devida a alguma excentricidade do rei, mas à inveja e malícia daqueles que conviviam com o profeta e desejavam a sua queda. 
Não podendo encontrar nenhum dolo nas suas ações e no seu serviço ao rei medo, aqueles homens resolveram se valer do fato de que Daniel era um estrangeiro naquela terra, e servia a um Deus estranho tanto aos conquistados babilônios como aos próprios persas. 
O fato é que seu temor e piedade para com o Altíssimo em nada o impedia de servir bem àqueles que haviam sido constituídos como seus superiores (cf. Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13-16); só quando “César”, ou aqueles que o assistem, procuram se imiscuir nas coisas que pertencem a Deus e exigir aquilo que não lhes é devido, é que o povo de Deus se vê confrontado e obrigado a responder: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29). 
É difícil entender como Dario assinou tão facilmente o decreto proposto pelos seus subordinados, mas sem dúvida houve má fé por parte destes, e o rei não considerou todas as consequências do seu ato. 
Mas é mais interessante observar como Daniel, ao invés de protestar de antemão por sua conduta ilibada, ou valer-se da sua posição para alertar o rei da malícia dos seus conservos e da armadilha que aquele decreto representava para o próprio rei, certamente considerando que aquele era mais um momento de prova e uma oportunidade de testemunhar sua fé no Altíssimo, resignou-se e manteve sua atitude diária de devoção – que era a única coisa que realmente estava em jogo naquele momento.

II – O DECRETO REAL É EXECUTADO CONTRA DANIEL (VV. 11-18) 
Tão logo Daniel cumpre seu dever para com Deus, seus inimigos o descobrem e se dirigem ao rei Dario, praticamente exigindo dele e o obrigando a cumprir a punição do decreto contra o seu servo, que ele mesmo tanto estimava. 
“Ouvindo então o rei essas palavras, ficou muito penalizado” (v. 14), pois nem sempre o abuso da autoridade por aqueles que a detêm se dá por malícia, engano ou propósito iníquo, mas por ignorância, irreflexão ou, no caso em pauta, por indução de maus conselheiros; por isso devemos orar pelos nossos governantes, para que sejam bem assistidos em suas decisões e, em consequência, possamos desfrutar de maior paz e tranquilidade em nossos dias neste mundo (cf. Jr 29.7; 1 Tm 2.1-2). 
Compelido pela natureza das coisas na tradição dos medos e persas, o rei devia se curvar à sua própria autoridade e fazer cumprir o decreto contra Daniel. 
Com muito pesar, ele faz com que um inocente seja lançado na cova dos leões e ali mantido. Pelas palavras do rei, podemos ver que não apenas a sua retidão nos negócios reais, mas a piedade de Daniel era notória: “O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará”. 
E, angustiado pela dúvida e incerteza do homem natural, ele volta para seus aposentos, ansiando pelo dia seguinte. 

III – DEUS APROVA A FIDELIDADE DE DANIEL (VV. 19-28) 
No dia seguinte, o rei, sem esperança de que seu servo pudesse ter sido salvo da fome e ferocidade dos leões, volta à cova e pergunta por Daniel. 
E, para sua surpresa e grande alegria, o profeta lhe responde e dá testemunho do poder de Deus e da sua justiça em todo o seu serviço para com o rei. 
A expressão de Daniel: “e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum” prova que Deus não considera como desobediência a recusa dos Seus servos em não se sujeitar a decretos injustos e usurpadores daquilo que pertence exclusivamente a Deus. 
E o próprio rei parece ter entendido isto, pois agora ele manda que aqueles que haviam urdido esse plano tão vil, usando a sua autoridade e poder, sejam punidos por isso. 
O capítulo se encerra de um modo já conhecido e característico de Daniel – com uma carta aberta do soberano medo a todos os povos sob o seu domínio. Nesse escrito, Dario reconhece com serenidade que o Altíssimo é “o Deus vivo e que permanece para sempre, e o seu reino não se pode destruir, e o seu domínio durará até o fim. 
Ele salva, livra e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele salvou e livrou Daniel do poder dos leões”. E aqui temos um rei poderoso curvando-se voluntariamente (sem precisar de lições mais duras que as de Nabucodonosor) à majestade e soberania de Deus, com consequências benéficas para o resto da vida do já idoso profeta hebreu: “Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa”. 

CONCLUSÃO 
Deus se agrada tanto da retidão nos compromissos para com o próximo e os superiores, como na fidelidade para com Ele. 
Procuremos ter uma consciência íntegra nestas duas coisas e o Senhor nunca nos abandonará nos momentos de prova, mas de alguma forma provará nossa integridade e será glorificado em nós.

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08 maio 2020

006-A queda do Império Babilônico - Lição 06 [Pr Afonso Chaves]05mai2020

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LIÇÃO 6 

A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO 

TEXTO ÁUREO: 
“E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos à tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus senhores, as tuas mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não glorificaste” (Dn 5.23). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 5.1-12 

INTRODUÇÃO 
Ainda não chegamos na metade do livro de Daniel e já nos deparamos com a informação de que um poderoso império humano, que há pouco na figura de seu rei, Nabucodonosor, contava tantas glórias e sucessos, chegou ao seu fim. 
Na lição de hoje, veremos que, conforme já revelado, os reinos dos homens passam e as suas obras são pesadas e julgadas com justiça pelo Deus Altíssimo. 

I – O BANQUETE PROFANO DE BELSSAZAR (VV. 1-12) 
Depois do ocorrido com Nabucodonosor, registrado no capítulo 4, onde a soberba do rei foi abatida por Deus e ele foi levantado como um novo homem, agora reconhecendo que o poder e o reino pertencem ao Altíssimo, e que toda a grandeza do seu império era devida a Ele; o livro de Daniel não relata mais nenhum outro evento relacionado a este rei. 
Sabemos que Belssazar, o último governante de Babilônia, não foi o sucessor imediato daquele rei, pois antes veio Evil-Merodaque, o qual é citado nas Escrituras por ter aliviado o sofrimento do rei Jeoiaquim no ano trinta e sete do seu cativeiro (2 Rs 25.27-30).
Muitos anos se passaram, então, até chegarmos ao acontecimento narrado aqui. O império poderia até parecer o mesmo desde os dias de Nabucodonosor, mas o tempo de Deus se aproximava e as forças humanas necessárias para trazer um fim ao reino da cabeça de ouro começavam a se organizar nas fronteiras orientais do império.
O ato de tremenda insensatez do rei Belssazar apenas mostra a decadência moral do império cujos governantes anteriores, embora cruéis e calculistas, ainda foram capazes de mostrar bom senso e reverência pelas coisas divinas.
Além disso, o comportamento desse último rei de Babilônia revela não ignorância, mas desprezo pelo Deus Altíssimo, cujas obras poderosas haviam impactado tão profundamente o reinado do seu antepassado.
Pois o propósito de Belssazar em mandar trazer os vasos sagrados de Jerusalém, conservados até então nos tesouros da casa real, era expressamente o de profaná-los, usando-os para beber vinho com suas mulheres e concubinas e louvar aos seus ídolos de ouro e prata.
Notemos também que tal atitude, incitada pelo vinho, foi apenas uma forma de revelar o ódio que ele devia nutrir em seu coração por não entender como o seu antepassado havia sido capaz de celebrar e engrandecer um Deus de um povo que havia sido vencido e levado cativo, cujo templo havia sido queimado e cujos utensílios sagrados haviam sido confiscados pelo maior império do mundo (e, no seu entendimento, todos esses atos provariam a superioridade dos deuses babilônicos sobre o dos hebreus).
A resposta de Deus é imediata e, mesmo sem entender o que havia sido escrito pela mão misteriosa, o rei sente propriamente o teor nada agradável do decreto divino: “Mudou-se então o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro”.
Belssazar sabia que havia afrontado ao Altíssimo, e que Ele havia visto e respondido a essa afronta.
O banquete acabou ali e, não fosse a rainha lembrar-se de Daniel, o rei e seus generais passariam o resto daquela noite perplexos até se confrontarem com a sua derrocada e morte, que já estava às portas.

II – DANIEL REPREENDE O REI (VV. 13-24) 
Logo que é informado acerca de Daniel, Belssazar manda trazê-lo à sua presença e questiona sua capacidade de lidar com mistérios como aquele que tinha diante de si, oferecendo-lhe riqueza e poder. O profeta, que quando jovem já não buscava tais grandezas, tampouco agora se deixa impressionar e faz o que ele sabia que estava ali para fazer: anunciar o juízo divino sobre o rei de Babilônia e o seu império.
O escrito enigmático era apenas um resumo em palavras chaves do que Deus havia determinado; Daniel devia fazer entender o propósito, a sabedoria e a justiça divina por trás daquelas palavras. Assim o profeta começa lembrando Belssazar do reinado do seu pai, do seu grande poder, da sua exaltação, seu abatimento pela mão de Deus e, por fim, a lição aprendida com tudo isso: Nabucodonosor “conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele”.
Contudo, o atual rei preferiu desprezar esse testemunho do seu antepassado e não glorificar o Deus dos hebreus; e, mais ainda, afrontar o próprio Altíssimo.
Belssazar, portanto, era inescusável; ele poderia reconhecer o Altíssimo como o Deus dos deuses e Senhor dos reis, e prosperar no seu reinado (talvez adiando a queda do império babilônico); mas preferiu agir contra toda a razão e atrair a fúria daquele em cuja mão estava a sua própria vida.

III – A INTERPRETAÇÃO DA VISÃO E O SEU CUMPRIMENTO (VV. 25-31)
Daniel passa a interpretar a síntese da sentença divina contra o rei.
A mão misteriosa havia escrito sinais indecifráveis e que certamente não correspondiam à escrita de qualquer idioma conhecido.
O que o profeta faz, sob a iluminação divina, é dar o sentido desses sinais em aramaico, que era a língua comum do império babilônico.
As palavras que em nossas bíblias foram transliteradas tal qual se pronunciam em aramaico bem poderiam ser traduzidas como: “contado” (MENE), “pesado” (TEQUEL), e “e dividido” (U-FARSIM). 
O sentido é que Deus havia definido um termo para o reino de Belssazar – seu reino não duraria para sempre, como não durou o de Nabucodonosor.
A repetição da palavra “contado” talvez seja uma alusão aos vários tempos definidos por Deus na vida de uma pessoa, de um povo e do mundo; no caso, o reinado de Belssazar já havia esgotado todos os tempos de Deus e ele já havia feito tudo o que devia ter feito, por isso chegava ao fim.
Em consequência disso, já podia também ser “pesado” – julgado em todas as suas obras, para receber uma sentença de aprovação ou reprovação.
E a sentença era “dividido”, ou seja, seu reino seria quebrado e diminuído em sua glória, além de tirado do seu povo para ser entregue “aos medos e aos persas”.
Começava a se cumprir o juízo do reino de Deus, representado na pedra, sobre os reinos deste mundo, representados na estátua (Dn 2).
O capítulo termina com uma breve e indiferente declaração de como em uma noite caiu o maior império que o mundo já conheceu e em seu lugar se levantaram os medos e persas, vindos dos planaltos iranianos, para ocupar o seu lugar, ainda que também transitório, na sucessão dos grandes impérios do mundo.
Enquanto Belssazar encontrou o seu fim naquela mesma noite, Dario assume o trono para exercer um papel mais semelhante ao de Nabucodonosor, pois também será agraciado com a oportunidade de conhecer e celebrar a grandeza do Deus Altíssimo.

CONCLUSÃO
A exaltação e a queda do império babilônico nos ensinam preciosas lições sobre como devemos ser humildes e agradecidos a Deus, e não usar dos bens que Ele nos concede para fomentar atitudes contrárias à Sua glória.
Deus é bom e misericordioso para com todos, e de diferentes formas Ele revela a Sua glória aos homens, cobrando no devido tempo e de forma justa toda indiferença, desprezo e afronta.

PARA USO DO PROFESSOR


AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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