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LIÇÃO 4:
A DOUTRINA SOBRE O HOMEM
A DOUTRINA SOBRE O HOMEM
TEXTO ÁUREO:
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e
fêmea os criou” (Gn 1.27).
LEITURA BÍBLICA: SALMO 8
INTRODUÇÃO
Tão importante quanto a doutrina sobre Deus é aquilo que as Escrituras Sagradas nos ensinam
sobre o próprio homem: sua origem e natureza, bem como sua condição antes e depois da Queda. Sem
este conhecimento, não podemos entender como nos relacionamos com Deus, nossas capacidades e
limitações, nem o nosso lugar nos desígnios divinos. Veremos, então, que desta doutrina dependem
outras doutrinas fundamentais, como a do pecado, de Cristo e da salvação, as quais estudaremos
oportunamente na sequência das próximas lições.
I – A ORIGEM E NATUREZA HUMANA
1. Sua Criação.
Como todos os outros seres viventes, o homem também deve sua origem e
existência ao Deus Todo poderoso. Formado no final do sexto dia, ele é a obra conclusiva daquele
período em que “os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados” (Gn 2.1). O relato das origens
nos informa ainda que Deus criou tanto o homem como a mulher (Gn 1.27), embora acrescente, em
maiores detalhes, que primeiro veio o homem e, depois, a partir dele, Deus formou a mulher (Gn 2.7,
20-22).
Tal como os outros animais, criados para se reproduzirem “segundo a sua espécie”, a este
primeiro casal, uma vez unido como um só corpo, também foi dado o poder de frutificar e se multiplicar,
e encher a terra (Gn 1.28). Isto foi confirmado após o dilúvio, no qual todo o mundo antigo havia sido
destruído por Deus, e assim toda a humanidade, na sua multidão de povos e variações de cor, língua e
habitações, remonta sua origem a um só sangue, a um antepassado comum (Gn 9.1, 18-19; Dt 32.8).
2. Sua Natureza.
Quanto à composição do ser humano, a princípio não encontramos nada nas
Escrituras que o diferencie materialmente das outras criaturas, tendo sido formado a partir da mesma
terra – ou, mais propriamente, do pó da terra – assim como elas (Gn 2.7, 19); e sendo animado pelo
mesmo sopro, fôlego ou espírito de vida proveniente de Deus (cf. Ec 3.19-21; Gn 6.17; 7.21-22).
Ele
também é chamado de “alma vivente”, junto com os animais (Gn 1.20, 24), pois, como estes, é um ser
animado, que desfruta de vida que não é própria, mas derivada ou doada por Deus (Ec 12.1-7).
Mas, a
isto devemos acrescentar que, sob outro aspecto, há uma diferença notável entre o homem e os animais:
ele possui faculdades inalienáveis, tais como vontade, intelecto e emoções, as quais compõem o seu
caráter, que o individualiza entre os seus semelhantes. É a parte imaterial e invisível do seu ser, mas ao
mesmo tempo indissociável da sua condição de alma vivente, pois é somente enquanto corpo animado
pelo espírito é que tais faculdades podem ser exercidas (Ec 9.5-6; Sl 146.3-4). Em outras palavras, o
homem é um ser indivisível, o exterior e o interior estando entremeados de tal forma que somente Deus
é capaz de distinguir uma coisa de outra (Hb 4.12).
II – SEU LUGAR NO PROPÓSITO DE DEUS
1. Sua Preeminência sobre a Criação.
Assim como todas as coisas foram criadas segundo o
sábio conselho de Deus, e cooperam juntamente para a execução do Seu grandioso propósito, a criação
do homem recebe especial destaque nas Escrituras, na citação expressa da resolução de Deus a seu
respeito: “Façamos o homem...” (Gn 1.26). Isto quer dizer que, em todas as obras anteriores pelas quais
o mundo fora criado, moldado e adornado, Deus tinha em vista o homem como seu principal habitante,
como aquele que faria uso dos melhores recursos da terra e exerceria um justo e bondoso domínio, em
nome do seu Criador, sobre as demais criaturas (Gn 1.28-29; 2.4-8, 15, 19-20; Sl 115.16).
2. Criado à Imagem e Semelhança de Deus.
Outro aspecto singular na criação do ser
humano, e que lança muita luz sobre o seu lugar nos planos divinos, é o fato de ser ele a única criatura
feita à imagem e semelhança de Deus, o que é lembrado mesmo após a queda (Gn 5.1; 9.6). Isto se refere
não apenas à sua condição original, na qual fora criado moralmente reto (Ec 7.29), ou seja, em harmonia
com a justiça, santidade, justiça, bondade e amor de Deus; mas também aponta para o propósito
supremo da sua existência.
O homem foi criado para ter comunhão consciente com Deus, devendo
empregar suas faculdades únicas (vontade, intelecto, emoções) para buscar, conhecer e amar ao seu
Criador (At 17.26-27; Ml 2.15-16; Jo 4.23).
3. Cristo Jesus, a Cabeça do Homem.
Assim como as demais doutrinas, a doutrina sobre o
homem deve nos levar à compreensão do supremo propósito de Deus de glorificar Seu Filho Jesus
através da nossa salvação. E isto alcançaremos, se considerarmos, primeiro, que Jesus é o segundo
homem, ou último Adão, em distinção ao primeiro (1 Co 15.45-48).
O primeiro não alcançou o elevado
alvo da sua existência, ao passo que, no segundo, a divindade habita em perfeita harmonia com a Sua
forma ou condição humana, assumida na encarnação (Jo 1.14; 14.9-10; Cl 1.19; Hb 1.3).
Por isso Deus o
exaltou (Fp 2.5-11), fazendo-O herdar todas as coisas, inclusive o próprio ser humano. Todos os demais
homens ou fracassam por estarem identificados com o primeiro homem, Adão, ou são membros do
corpo de Cristo, que é a cabeça salvadora da nova humanidade, do homem perfeito (Hb 2.5-9; Ef 4.12-
13; Fp 3.8-14; Rm 8.29).
Em consequência disto, a virtude da Sua vida é aplicada ao caráter do salvo,
aperfeiçoando nele progressivamente a verdadeira imagem divina (Ef 4.21-24; Cl 3.8-11).
III – SUA CONDIÇÃO ANTES DA QUEDA
1. Sua Felicidade.
As condições em que o homem fora criado e estabelecido por Deus eram
totalmente favoráveis à sua perfeita felicidade. Sua habitação era um jardim plantado pelo próprio Deus
no Éden, onde Adão podia desfrutar de todo o tipo de beleza natural e de variedade de árvores frutíferas
(Gn 2.8-9).
Sua ocupação era lavrar e cuidar do que Deus já havia preparado (v. 15).
Para cumprir o
mandato divino de frutificar e dominar a terra, foi presenteado com uma companheira, que lhe
completava (vv. 22-24). E tudo isto sob a tutela e atuação direta de Deus. Por último, a árvore da vida
no meio do jardim era um sinal claro do interesse e da boa vontade do Criador em tornar perpétua para
eles aquela felicidade (v. 9).
2. Sua Inocência e Simplicidade.
É certo que o primeiro casal não partilhava de qualquer
senso de culpa, malícia ou inclinação pelo mal. Foram criados retos e estão incluídos na declaração de
Deus de que tudo quanto tinha feito era “muito bom” (Gn 1.31), ou seja, adequado para o Seu santo
propósito.
Por outro lado, as Escrituras sugerem certa simplicidade de entendimento no primeiro casal,
que não lhes permitiu valorizar o bem de que desfrutavam e rejeitar o mal, quando este lhes foi
apresentado de fora. Isto será assunto da próxima lição. De momento, queremos apenas destacar que,
embora sem culpa, Adão e Eva não eram perfeitos em entendimento (Gn 2.25).
3. Sua Prova.
Se todas as ordens de Deus até aqui são mais propriamente determinações sobre
a condição natural do ser humano, o mandamento: “De toda a árvore do jardim comerás livremente ...
mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás” (Gn 2.16-17), encerra a
possibilidade de transgressão, e esta implica em sanção. Por aqui fica evidente que o homem ainda
estava sob prova de fidelidade ou obediência, podendo ser aprovado ou reprovado. E a firme obediência
a este mandamento dependia exatamente do que lhes faltava: discernimento do bem e do mal (2 Co
11.3).
CONCLUSÃO
Ao contrário das filosofias humanistas, a doutrina bíblica sobre o homem não o exalta por algo
que ele possua ou faça de si mesmo. Ela mostra que ele é uma peça importante no arcabouço dos
decretos de Deus, e que a sua felicidade está em reconhecer aqu’Ele que o criou, bem como a bondade, o
amor e a misericórdia com que foi honrado por Ele no Seu grandioso propósito.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
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