26 março 2020

013-A Doutrina sobre a santificação do crente [Pr Afonso Chaves]24mar2020



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LIÇÃO 13 
A SANTIFICAÇÃO DO CRENTE 

TEXTO ÁUREO: 
“Agora, contudo, vos reconciliou, no corpo da sua carne, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1.21-22). 

LEITURA BÍBLICA: 1 PEDRO 1.13-25 

INTRODUÇÃO 
Nesta última lição do trimestre, estudaremos o tema da santificação. Não o faremos de forma abrangente e sistemática, mas trataremos do assunto à luz de aspectos ressaltados no estudo da epístola aos Colossenses, principalmente no que diz respeito à santificação imputada graças à obra do Senhor Jesus em favor do crente, e da santificação interior em oposição à aparência religiosa que muitos confundiam – e ainda hoje confundem – com a verdadeira santificação que Deus requer de nós. 

I – SANTIFICAÇÃO: A VONTADE DE DEUS 
 Fica evidente, pela leitura das epístolas apostólicas, nas suas diversas recomendações aos irmãos, tanto judeus como gentios, a importância da santificação dos crentes. 
Este é o princípio que embasa tanto a prática como o propósito último da vida cristã (cf. 1 Ts 4.3; Hb 12.14). Seja Paulo, Pedro, Tiago ou João, todos são unânimes em afirmar a santidade de Deus e a vontade divina de que o Seu povo – seja Israel no passado, ou a igreja no presente – seja igualmente santo, pois para isto Deus os chamou (Lv 20.26; 1 Pe 2.9; cf. Ef 1.4). 
Ser santo significa ser puro e limpo ou separado e isento do que é moralmente impuro e sujo (o pecado). 
Desde o princípio Deus quis ensinar Seu povo a diferenciar entre a condição moralmente corrupta do homem e da criação após a Queda, e a perfeição e excelência moral do Criador, nos termos de distinguir entre o santo e o profano (Lv 10.10; Ez 44.23). 
Mas é no concerto da lei que vamos encontrar um método sistemático de ensino estabelecido por Deus, na instituição de dias solenes e santos – como o sábado, a páscoa e o dia da expiação, que deveriam ser observados de acordo com o propósito divino, em distinção aos demais dias em que o povo podia buscar os seus próprios interesses (Ex 20.9-10; Lv 23); a distinção entre alimentos puros, que podiam ser comidos, e impuros, que deviam ser evitados (Lv 11.46- 47); condições do corpo humano (como a lepra e os fluxos) que lembravam o esvair da vida causado pelo pecado e a queda de nossos pais (Lv 14.54-57; 15.31-33); e até mesmo a delimitação de um local sagrado, um santuário, destinado ao culto divino e que era estritamente separado do território profano em redor (Ex 25.8).
Todos esses elementos da lei mosaica eram rudimentos físicos, terrenos e visíveis, mas adequados àquele estágio de desenvolvimento do povo de Deus (cf. Gl 3.23-25). 
Através das sombras do primeiro concerto, a igreja ainda na sua infância aprendeu que Deus é santo e que Ele quer que o Seu povo seja participante da Sua santidade (Lv 20.26; Dt 14.2) 
Então, na plenitude dos tempos, veio o Filho de Deus, instituindo um novo concerto e, através dele, uma melhor e mais completa revelação acerca da vontade de Deus, elevando a igreja à maturidade espiritual pela compreensão de que Deus busca a conformação do Seu povo à Sua santidade, não na aparência de ritos exteriores, mas em espírito e em verdade (Jo 1.17; 4.21-24). 
Para isto, o Senhor Jesus confirma a promessa do Espírito Santo, que seria dado aos fiéis de tal forma que habitaria neles, e, após cumprida em Pentecostes, o aprendizado e a participação na santidade divina torna-se uma experiência principalmente interior, operada eficazmente no coração do crente, ao mesmo tempo em que alcança e molda toda a sua maneira de viver, para a glória e santificação do nome do Senhor (Ez 36.27; Jo 14.16- 17; Mt 6.9). 

II – SANTIFICADOS EM CRISTO JESUS 
O Senhor Jesus, sendo a cabeça da igreja, aqu’Ele em quem se cumpre o propósito divino para com toda a criação, e em especial a igreja, é o autor e consumador da nossa santificação (Hb 2.11). 
Visto como o pecado não apenas separou o homem da perfeição moral do Deus santo, mas corrompeu o seu entendimento a ponto de que todos os seus pensamentos são continuamente maus e pecaminosos, o homem natural vive em um eterno estado de profanação; ele é intrinsecamente impuro, e todas as suas obras são imundas, profanas e desprezíveis ante a excelência da santidade divina (Mt 15.19; Is 64.6). 
O abismo entre a condição profana do homem e a santidade de Deus é tão grande e humanamente insuperável que, sob a sombra da lei, apesar de todos os métodos de purificação dados através de Moisés, nenhum deles era completo sem a execução de um sacrifício de sangue para santificar o profano pecador (Sl 49.6-9; Hb 9.18, 22). 
Ou seja, a santificação do pecador custava o preço de uma vida inocente. Por isso, através do Seu sacrifício na cruz do Calvário, conforme também aprendemos neste trimestre, o Senhor Jesus removeu de nós tanto a dívida como o jugo mental e espiritual que nos fazia escravos do pecado – as quais coisas eram a fonte da nossa contínua impureza – e assim nos purificou pela graça, pela fé (Cl 1.14, 19-22; Rm 3.25; At 15.9); e, imputando em nossa conta para com Deus o mérito da Sua perfeita justiça – isto é, a Sua perfeição moral, que é o aspecto positivo da santidade – nos restaurou à condição de santos, de modo que agora desfrutamos de verdadeira comunhão com o Pai, que se realizará plenamente no porvir, sem o temor de sermos consumidos pelo fogo da sua santidade (Hb 10.10, 14, 19-23). 

III – SANTIFICADOS NA OBEDIÊNCIA À VERDADE 
Compreendendo a santidade como uma operação do Espírito de Deus no coração do crente, que consiste na remissão dos pecados e na imputação da justiça de Cristo Jesus ao crente, podemos fazer uma aplicação correta desta obra da graça na vida prática. 
A verdadeira santidade começa, então, no interior, e nunca ao contrário, de fora para dentro. Primeiro, o Espírito de Deus conforma o coração e a consciência do fiel a esta realidade, dando-lhe a certeza de que seus pecados foram perdoados e de que ele está puro diante de Deus e apto para servi-l’O (Hb 9.13-14; Rm 6.5-10). 
Depois, “armado” com este poderoso incentivo, ele passa a considerar os feitos do velho homem que devem ser detestados e as virtudes da justiça que devem ser amadas e moldar seu entendimento (1 Pe 4.1-2; Rm 12.1-3; Cl 3.2-3; Ef 4.22-24). 
Naturalmente, a prática da santificação neste nível requer dedicação e sinceridade para com Deus, em oração, vigilância, meditação e reflexão sobre a Sua palavra (Mt 26.41; 1 Pe 5.8; Jo 17.17). Então, é a partir de uma mente santificada que o crente poderá se aplicar a um viver santificado, resistindo ao mal, ao pecado, em todas as suas formas e aparência; pois seu coração estará afeito e anelante pela palavra de Deus, bem disposto a demonstrar seu amor ao Senhor pela obediência à Sua palavra (Jo 14.15, 23-24), e indisposto a aborrecer àqu’Ele que invoca como Pai e perante o qual espera um dia encontrar-se face a face (1 Pe 1.17; 1 Jo 3.1-3); o andar no Espírito fluirá naturalmente, pois ele de fato vive no Espírito, nutrindo-se das coisas do Espírito, e não da carne (Rm 6.11-14; 8.1, 5-9; Gl 5.16- 25). 

CONCLUSÃO 
Que possamos ver a busca da santificação como a essência da vida cristã e nos aplicarmos a ela não como uma prática religiosa, como uma conformação a regras e costumes sobre o que podemos ou não fazer. Entendamos que esta é uma experiência interior, absolutamente necessária e desejada por todo aquele que verdadeiramente ama a Deus, e que somente a partir dela é que vamos compreender como devemos andar neste mundo de uma forma que agrade ao nosso Pai celestial.

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17 março 2020

012 - A Doutrina bíblica sobre os anjos [Pr Afonso Chaves]17mar2020

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LIÇÃO 12 
A DOUTRINA BÍBLICA SOBRE OS ANJOS 

TEXTO ÁUREO: 
“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.16). 

LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 1.1-14 

INTRODUÇÃO 
Tendo finalizado o estudo das epístolas de Paulo aos Colossenses e a Filemom, faremos uso desta e da próxima lição deste trimestre para propor o aprofundamento de temas que ocorreram naquela primeira carta. E o primeiro deles geralmente é tratado com certa polêmica: a doutrina dos anjos. Não nos limitaremos, porém, às referências feitas a anjos apenas em Colossenses, mas aproveitaremos a oportunidade para abrir o tema à luz de todo o contexto bíblico – o que ao mesmo tempo nos permitirá entender essas passagens em harmonia com a revelação divina. 

I – A ORIGEM, NATUREZA E ATRIBUTOS DOS ANJOS 
Que existem seres que foram criados por Deus em uma natureza completamente diferente do homem e do restante das criaturas que povoam os céus, as águas e a terra desta criação, as Escrituras dão amplo e inegável testemunho, ao mencionar dezenas de manifestações, desde os eventos do passado mais remoto registradas em Gênesis até a futura consumação dos tempos revelada em Apocalipse. Esses seres são chamados, na maioria das vezes, de anjos – palavra que significa, tanto no hebraico como no grego, “enviado, mensageiro”, e chega a ser usada para se referir a alguns homens incumbidos por Deus com uma determinada missão (como João Batista e o próprio Jesus, cf. Ml 3.1). Mas, na maioria das vezes, ela se refere a seres de uma ordem diferente, cujas origens no tempo não sabemos precisar, mas que já existiam quando Deus ainda estabelecia a criação deste mundo (cf. Jó 38.4-7); seres que foram criados em incontável multidão (cf. Dn 7.9-10 e Ap 5.11-12), não necessitando de perpetuar sua espécie por meio da procriação (cf. Lc 20.34-36); mas também são seres viventes, cuja vida e existência depende de Deus (cf. Ez 1.4-5; Ap 4.9-11) e, assim, como muitos dentre os homens, alcançaram a imortalidade somente por serem aprovados diante do seu Criador (cf. 1 Tm 5.21; 6.16). Ao contrário do homem, que foi criado do pó da terra e possui um corpo físico, carnal, os anjos são seres de corpo espiritual e glorioso – o que os aproxima de Deus, que é Espírito (Jo 4.24). Isto significa que não podem ser limitados pelas restrições do mundo terreno, e isto permite que Deus os use com grande alcance, poder, velocidade e liberdade (Sl 104.4). Devido à sua natureza superior, são invisíveis ao olho carnal, mas ao mesmo tempo podem se revelar, e na aparência ou forma necessária, conforme a determinação de Deus (Cl 1.16; Dn 10.5-7; Lc 1.11; 2.13). Podem até mesmo participar das atividades humanas, como aceitar demonstrações de hospitalidade, embora não por necessidade, e sim como sinal de solidariedade ou comunhão para com os seus conservos humanos (Gn 18.1-8; 19.1-3; Hb 13.2).
 Finalmente, os anjos de Deus são seres de caráter perfeitamente santo (Mt 25.31), portanto, zelosos pela justiça e glória de Deus. De fato, o grande interesse dos anjos é manifestar e enaltecer o poder, a grandeza, a glória, o domínio e a justiça de Deus; e isto fazem cumprindo prestamente Suas ordens (Sl 103.20); juntando-se a toda a criação com os seus louvores em uníssono e em alta voz nos céus (Is 6.1-3; Ap 5.11-14); e aplicando grande interesse e anseio pela realização dos desígnios divinos, inclusive no que diz respeito aos homens (cf. 1 Pe 1.12; Lc 15.7). 

II – SATANÁS E SEUS ANJOS 
Assim como é certa a existência dos anjos, também podemos deduzir facilmente, a partir das Escrituras Sagradas, que nem todos são do mesmo caráter nem se encontram na mesma condição descrita no tópico anterior. A palavra de Deus não revela exatamente quando isto se deu, mas é certo que houve um momento após a criação dos anjos em que um grande número deles pecou contra o seu Criador, rebelando-se e deixando-se levar pela soberba e cobiça (2 Pe 2.4; Jd 4-6; Is 14.13-15).
Tal afronta, porém, não ficou impune; quanto maior foi a glória e grandeza da sua condição, tanto maior foi o seu castigo – por isso a Escritura afirma que eles jamais serão perdoados, tendo sido precipitados do céu até o abismo e ficando reservados para a eterna destruição no lago de fogo (Lc 8.28-31; Mt 25.41).
À frente dessa rebelião está um desses anjos caídos, que é chamado nas Escrituras principalmente de Satanás (“adversário”), por se opor e afrontar a Deus (Zc 3.1), e Diabo (“caluniador”), por lançar dúvidas sobre o caráter dos fiéis e até mesmo sobre Deus (Ap 12.10; Jó 1.9-11; Gn 3.5).
Avesso ao bom propósito de Deus para com a Sua criação, desde o princípio esse inimigo se manifesta e atua de forma astuta e sutil para tentar os homens a se juntarem a ele na sua rebelião, tornando-se assim seus filhos (Ef 2.1; Jo 8.44). Por isso é comparado à serpente (Gn 3.1; 2 Co 11.3) e nem mesmo o Filho de Deus, quando esteve entre nós, escapou de ser continuamente assaltado pelas suas insinuações (Mt 4.1-11; Jo 14.30). 

III – O LUGAR DOS ANJOS NOS DESÍGNIOS DE DEUS
Como obra das mãos de Deus, os anjos também têm um lugar definido no propósito divino, e esse propósito podemos resumir na glorificação do Criador por meio do benefício que prestam aos Seus escolhidos na terra. Já consideramos o interesse que os anjos têm na realização do plano da salvação, na medida em que este plano se desenvolve e se manifesta na revelação do evangelho.
Mas eles também participam ativamente, servindo a Deus em favor daqueles que a Sua graça favorece, protegendo, livrando, confortando e auxiliando de todas as formas necessárias (cf. Hb 1.14; Sl 34.7; Lc 22.43; At 5.17-20).
Os anjos atuam tanto em favor da igreja, como um corpo, inclusive aprendendo com a sabedoria manifesta através da operação divina nela (Ef 3.10); como também em favor dos crentes em particular, estando mais presentes nos acontecimentos e circunstâncias de suas vidas do que poderiam imaginar.
O poder com que fazem tudo isto é glorioso e maravilhoso, sim; mas, na sua própria consideração, são humildes, dependentes e obedientes servos de Deus, e por isso nos veem como seus iguais, recusando qualquer forma de reconhecimento por parte dos seus semelhantes, de culto ou adoração (Ap 22.8-9).
Estando já congregados com eles em Cristo Jesus, no manifestar da eternidade seremos revestidos da glória de um corpo espiritual, como o deles, e assim ambos estaremos plenamente integrados uns aos outros e com o reino de Deus (Cl 1.19-20; 1 Co 15.49-53).
Quanto a Satanás e seus anjos, tendo sido mantidos em prisão por todo este tempo, subjugados pelo poder do reino dos céus manifestado em Cristo Jesus e na igreja (Mt 12.28; Cl 2.15; Lc 10.17-20), serão liberados para seguirem a sua própria vontade perversa, encontrando sua destruição final perante Deus e o Seu povo (Ap 20.7-10; cf. Ez 38.22-23). 

CONCLUSÃO 
Sejamos gratos a Deus por ter criado seres tão poderosos para servirem em nosso favor; quantas provisões em nossas vidas já temos recebido da parte de Deus, e sem dúvida Seus anjos foram designados para dispensá-las a nós. Que isto nos traga consolação e alegria, como sinal de que pertencemos a uma família que abrange não apenas nossos conservos na terra, mas também aqueles que servem a Deus no céu.

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11 março 2020

011-Um exemplo de amor cristão - A Filemom [Pr Afonso Chaves]10mar2020



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LIÇÃO 11 
UM EXEMPLO DE AMOR CRISTÃO 

TEXTO ÁUREO: 
“Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões ... torna a recebê-lo como ao meu coração” (Fm 10, 12).


LEITURA BÍBLICA: FILEMOM 1-12 

INTRODUÇÃO Na sequência ao estudo da epístola aos Colossenses, na aula de hoje estudaremos a que Paulo escreveu a seu irmão e amigo Filemom. Há uma relação entre estas duas missivas, não apenas em seus aspectos mais exteriores, como o tempo, a localidade e identidade de seus destinatários; mas também no seu conteúdo doutrinário e prático.
Os pensamentos que o apóstolo exprimiu na epístola anterior acerca da obra redentora de Cristo em nosso favor, das virtudes de uma nova vida, e particularmente do exercício do amor fraternal, estão latentes e são claramente perceptíveis na sua intercessão em favor do escravo Onésimo.
Assim, este que é o escrito mais breve de Paulo pode ser considerado uma demonstração real do quanto o apóstolo vivia a doutrina evangélica que ensinava. 

I – APRESENTAÇÃO DA EPÍSTOLA E DESTINATÁRIO (VV. 1-7) 
 A carta que agora estudamos contém um forte tom pessoal do seu autor, pois em parte busca no relacionamento fraternal particular que ele tinha com o seu destinatário, Filemom, os argumentos em favor do seu propósito definido. Mas também apresenta elementos formais, como a própria epístola aos Colossenses: foi escrita em conjunto com Timóteo; envia saudações não apenas a Filemom, mas também à igreja; assim como fala em nome de outros irmãos que o acompanhavam na prisão (vv. 23-24).
Mais de uma vez, ele se refere à sua prisão (vv. 1, 9, 10), embora ainda tivesse esperança de ser livrado (v. 22), de modo que ainda não está próximo ao fim do seu ministério (cf. 2 Tm 4.16-17). Por esta e outras circunstâncias que ainda destacaremos, podemos entender que Filemom foi escrita em conjunto, ou na sequência de Colossenses, sendo ambas remetidas na mesma ocasião.
O principal destinatário da carta é, como bem sabemos, Filemom, cristão que o apóstolo tem em grande estima, assim como outros também citados, a saber: Áfia e Arquipo, o qual abrigava a igreja em sua casa (v. 2). Mas é acerca do caráter e da obra de Filemom que Paulo trata de modo mais expresso, reconhecendo seu amor e fé em Cristo Jesus, exercitados no serviço em favor dos irmãos (v. 5-7).
Era, portanto, um homem que havia alcançado um lugar especial nas orações do apóstolo, quando este intercedia em favor da igreja em Colossos. Na sabedoria que Deus lhe havia concedido, ele lembra seu amado cooperador da graça que já havia operado através do seu trabalho, preparando-o para receber a sua solicitação em favor de Onésimo não como algo estranho ou inesperado, mas como uma oportunidade, talvez ainda não percebida, de exercer essa mesma graça; uma oportunidade de se aperfeiçoar “no conhecimento de todo o bem que em vós há por Cristo Jesus”.

II – A INTERCESSÃO DE PAULO EM FAVOR DE ONÉSIMO (VV. 8-21) 
Mesmo sendo conveniente aos princípios do evangelho aquilo que Paulo estava para propor a Filemom, ele prefere não se apoiar apenas neste argumento, e faz da sua solicitação não apenas uma recomendação apostólica, mas um apelo pessoal, de amigo para amigo, esperando ser atendido a partir da amizade e estima de Filemom pelo apóstolo.
Nesta consideração, ele poderia contar em ser atendido de forma mais ampla do que aquilo que pediria, de forma mais limitada (v. 21).
Não sabemos que circunstâncias levaram Onésimo, que era servo ou escravo de Filemom, a abandonar a casa de seu senhor e seguir até Roma, onde se encontrava o apóstolo.
Podemos entender, pelas palavras de Paulo, que o escravo pode ter cometido alguma falta, trazendo prejuízo material a Filemom: “E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta” (v. 18).
Comentamos ainda neste trimestre qual era a condição de um servo na Antiguidade; havia, portanto, motivos para Onésimo temer o castigo físico e até mesmo a morte, se o seu senhor assim o determinasse. Mas não há delongas sobre essas circunstâncias; o Espírito Santo quer chamar a atenção do leitor para o fato de que, a partir da situação angustiante em que esse escravo se encontrava quando veio até Paulo, abriu-se a porta da palavra, e ele conheceu o amor de Deus através tanto do ministério da palavra como da intercessão de Paulo em seu favor. Agora ele é considerado muito útil não só por cooperar com o apóstolo em seu ministério na prisão, mas também porque, voltando a Filemom, não deixaria de servilo na carne, mas, além disso, também o serviria no Senhor, cooperando no testemunho cristão em Colossos (v. 16).
Notemos ainda outro argumento de Paulo a fim de obter a plena aceitação de Filemom em favor de Onésimo: na ausência do amigo e cooperador, Paulo, sem nenhuma restrição, recebeu o escravo como o próprio senhor, uma vez que aquele era tanto cristão e muito útil no evangelho como era também este. Do mesmo modo, não deveria Filemom receber Onésimo na mesma condição, como compensação pela ausência do apóstolo?
É assim que Paulo quer que o escravo seja recebido: “torna a recebê-lo como às minhas entranhas”, “recebe-o como a mim mesmo”, e visto como uma grande benção que ele poderia ter aceitado em lugar de Filemom, mas ele mesmo não queria privar seu amigo de tão valioso benefício (v. 14-15).

III – CONSIDERAÇÕES FINAIS (VV. 22-25) 
Tendo concluído suas palavras de intercessão em favor de Onésimo, o apóstolo encerra rapidamente a epístola, expressando sua intenção de, caso fosse libertado da prisão, ir visitar os irmãos em Colossos. Não sabemos se isto chegou a acontecer, mas o apóstolo mais de uma vez expressou o seu desejo de conhecer e comunicar pessoalmente o evangelho às igrejas que ainda não conhecia, mas às quais se sentia obrigado, como apóstolo dos gentios, a confirmar a palavra de Deus através do evangelho que havia recebido do Senhor Jesus Cristo.
Por fim, consideramos ainda que a citação dos nomes daqueles que enviavam saudações a Filemom e aos demais destinatários da carta, por aparecerem também em Colossenses, confirma novamente a identidade e proximidade de composição de ambas as epístolas.

CONCLUSÃO
Filemom é uma aplicação prática das virtudes cristãs de amor e perdão de uns para com os outros. Não importa o que tenhamos feito ou sido no passado, o quão inútil tenhamos sido uns aos outros; agora devemos considerar o valor da graça de Deus em nossos corações, que nos torna muito úteis uns para com os outros, recomendando-nos o perdão, a misericórdia, a paciência e o amor que convém àqueles que, em Cristo Jesus, foram feitos irmãos, cooperadores e amigos.

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05 março 2020

010-Orientações finais - Aos Colossenses [Pr Afonso Chaves]03mar2020


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LIÇÃO 10 

ORIENTAÇÕES FINAIS 

TEXTO ÁUREO:
“Perseverai em oração ... Andai com sabedoria para com os que estão de fora” (Cl 4.2, 5). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 4.2-18 

INTRODUÇÃO
Chegamos ao final do estudo da epístola aos Colossenses, e na lição de hoje traremos à nossa reflexão as últimas palavras de Paulo dirigidas aos irmãos daquela igreja.
São orientações finais, para que os irmãos não se esquecessem de pontos práticos da vida cristã que são simples, mas essenciais à manutenção de uma vida de paz e agradável a Deus; além de considerações ou palavras particulares a respeito de irmãos que haviam se empenhado a seu lado e no desenvolvimento daquela igreja.

I – PERSEVERANÇA NA ORAÇÃO (VV. 2-4)
Nos versículos anteriores, o apóstolo havia se detido em orientações particulares aos crentes, de acordo com a posição ocupada por cada indivíduo em um contexto familiar.
Agora, ele passa a orientações gerais, dirigidas a todos, e que podemos entender que não se aplicam apenas a um contexto de igreja, mas ao cotidiano do cristão.
E a primeira delas é a respeito da oração. Todo aquele que crê em Deus e confessa a Cristo Jesus como Senhor reconhece a necessidade da oração assim como do alimento e da veste para o corpo.
É através da oração que o fiel se dirige ao Deus vivo, para apresentar seus cuidados e petições, rogar a misericórdia e clamar o socorro de Deus, bem como louvar e reconhecer a Sua grandeza e poder, além de render ações de graças – enfim, a oração é um aspecto essencial da vida cristã.
Mas o apóstolo aqui demonstra uma atenção especial a certa qualidade necessária à oração – a perseverança. “Perseverai em oração” é o seu ensino, e isto ele recomenda também a outras igrejas, em diferentes expressões (Rm 12.12; 1 Ts 5.17), pois o dever do cristão é “orar sempre, e nunca desfalecer” (Lc 18.1).
Não orar uma vez ou outra, ou apenas em ocasiões especiais, sem interesse naquilo em que expressamos para com Deus, mas com constância e insistência que indiquem nosso desejo sincero e senso de necessidade.
As Escrituras não definem essa perseverança em termos de quantas vezes ao dia, ou por quanto tempo, embora no passado houvesse um costume (Dn 6.10; Lc 1.10).
Mas não faltam razões para nos voltarmos para Deus em oração não apenas todos os dias, mas em muitas oportunidades, com os mais diversos propósitos: pedir, contemplar, agradecer, interceder.
À perseverança o apóstolo acrescenta o velar, ou vigiar com ações de graças sobre a oração, que significa que a oração não deve ser cumprida como um dever formal, ou como se esse momento com Deus não tivesse nenhuma influência sobre nossa atitude após a oração; mas é preciso ter fé e confiança naquilo que pedimos, esperando que Deus certamente nos atenderá (Mt 7.7-11; 1 Jo 5.14, 15), além de gratidão por Ele nos atender na Sua bondade, sabendo do que realmente precisamos (Mt 6.7, 8, 33-34; Rm 8.26, 32).
É necessário vigiar contra circunstâncias que podem nos levar à dúvida ou esquecimento quanto ao que oramos (Tg 1.6-8), ou a abandonar a esperança no socorro e providência de Deus – como, por exemplo, diante da tentação (Mt 26.41). 

II – SABEDORIA NO TESTEMUNHO (VV. 5-6)
A segunda orientação geral feita por Paulo aos irmãos de Colossos é quanto ao que chamamos de testemunho cristão. Ele expressa sua preocupação com o escândalo, que devia ser evitado não só em relação aos irmãos, mas também diante dos incrédulos, “os que estão de fora” (cf. 1 Co 10.32).
Como já temos estudado ao longo deste trimestre, o cristão deve buscar o conhecimento e a sabedoria de Deus em Cristo, que lhe ensina como deve andar como que digno do evangelho em toda a sua maneira de viver.
Andar com sabedoria, portanto, é portar-se dignamente do Senhor Jesus, andando de acordo com os princípios do evangelho, opondo-se ao modo de viver néscio e indigno dos incrédulos e sabendo que a vontade de Deus é a santificação de tudo o que fazemos (cf. Ef 5.15-17).
Enquanto o mundo desperdiça e perde o tempo, jamais podendo recuperá-lo, o cristão, embora não possa recuperar o tempo perdido no passado, na medida em que entende a vontade do Senhor e a cumpre, dá a cada momento de sua vida o melhor aproveitamento possível.
Como a palavra é o meio mais distintivo do cristão, pelo qual ele pode tornar manifesto o evangelho e declarar o conselho de Deus aos que o ouvem, o apóstolo aqui recomenda o maior cuidado com aquilo que sai de nossas bocas. Um falar agradável não é necessariamente uma palavra que alegre ou compraza o que nos ouve, mas que contém graça, virtude para edificar, despertando no ouvinte, seja incrédulo ou crente, pensamentos e sentimentos condizentes com o evangelho (cf. Ef 4.29).
Não significa que o evangelho deve ser misturado com assuntos profanos ou exposto a circunstâncias e pessoas impenitentemente hostis (Mt 7.6); mas certamente a palavra de Cristo é aquilo que mais agrada e entretém o cristão, de tal modo que não lhe faltará oportunidade para comunicar essa graça àqueles com quem se relaciona ou conversa. 

III – CONSIDERAÇÕES PARTICULARES E SAUDAÇÕES (VV. 7-18) 
A epístola se encerra com uma seção bem maior do que as anteriores apresentadas nesta lição, onde o apóstolo se estende em orientações e recomendações acerca de vários irmãos e cooperadores, alguns já conhecidos dos colossenses.
Primeiramente, ele fala sobre os portadores da epístola – Tíquico e Onésimo – os quais também informariam aos irmãos acerca das condições em que Paulo se encontrava na sua prisão em Roma. Seu propósito era que os irmãos vissem sua prisão como um símbolo da sua sujeição a Cristo, de modo que seu ministério não estava sendo diminuído, mas engrandecido sob a circunstância de o apóstolo estar fisicamente detido entre quatro paredes (2 Co 6.4, 5; Fm 1.13; Ef 3.1).
Em seguida, ele envia saudações de vários irmãos que ou estavam também presos com ele ou apenas o acompanhavam voluntariamente (considerando que sua prisão era domiciliar, podendo ele receber todos quantos quisessem vê-lo): Aristarco, Marcos, Jesus ou Justo, Epafras, Lucas e Demas.
Sobre quase todos estes cooperadores, encontramos breves referências em outras epístolas, não sendo necessário reuni-las aqui. Consideremos apenas quão grande valor o apóstolo dedicava e quanta força e ânimo ele extraia da graça de Deus que operava nesses irmãos: “para mim têm sido consolação”. Uma das últimas palavras chama a atenção para o fato de que esta epístola, embora uma das mais breves do apóstolo, e de conteúdo altamente abreviado, é recomendada não somente à leitura dos colossenses, mas também das igrejas vizinhas – o que lhe dá o seu lugar por direito no cânon das Escrituras como útil para ensino e edificação da igreja de Cristo em todo o tempo.

CONCLUSÃO 
Aqui encerramos o estudo de Colossenses, com a percepção de que o verdadeiro cristianismo não é uma religião exterior, mas uma genuína renovação do entendimento pela graça de Deus, que o atrai para as coisas que são de cima e o ensina como viver dignamente desse chamado divino. 

PARA USO DO PROFESSOR
 

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

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