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LIÇÃO 13
A SANTIFICAÇÃO DO CRENTE
TEXTO ÁUREO:
“Agora, contudo, vos reconciliou, no corpo da sua carne, para perante ele vos
apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1.21-22).
LEITURA BÍBLICA: 1 PEDRO 1.13-25
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre, estudaremos o tema da santificação. Não o faremos de forma
abrangente e sistemática, mas trataremos do assunto à luz de aspectos ressaltados no estudo da epístola
aos Colossenses, principalmente no que diz respeito à santificação imputada graças à obra do Senhor Jesus
em favor do crente, e da santificação interior em oposição à aparência religiosa que muitos confundiam – e
ainda hoje confundem – com a verdadeira santificação que Deus requer de nós.
I – SANTIFICAÇÃO: A VONTADE DE DEUS
Fica evidente, pela leitura das epístolas apostólicas, nas suas diversas recomendações aos
irmãos, tanto judeus como gentios, a importância da santificação dos crentes.
Este é o princípio que
embasa tanto a prática como o propósito último da vida cristã (cf. 1 Ts 4.3; Hb 12.14). Seja Paulo, Pedro,
Tiago ou João, todos são unânimes em afirmar a santidade de Deus e a vontade divina de que o Seu
povo – seja Israel no passado, ou a igreja no presente – seja igualmente santo, pois para isto Deus os
chamou (Lv 20.26; 1 Pe 2.9; cf. Ef 1.4).
Ser santo significa ser puro e limpo ou separado e isento do que é moralmente impuro e sujo (o
pecado).
Desde o princípio Deus quis ensinar Seu povo a diferenciar entre a condição moralmente
corrupta do homem e da criação após a Queda, e a perfeição e excelência moral do Criador, nos termos
de distinguir entre o santo e o profano (Lv 10.10; Ez 44.23).
Mas é no concerto da lei que vamos encontrar
um método sistemático de ensino estabelecido por Deus, na instituição de dias solenes e santos – como o
sábado, a páscoa e o dia da expiação, que deveriam ser observados de acordo com o propósito divino, em
distinção aos demais dias em que o povo podia buscar os seus próprios interesses (Ex 20.9-10; Lv 23); a
distinção entre alimentos puros, que podiam ser comidos, e impuros, que deviam ser evitados (Lv 11.46-
47); condições do corpo humano (como a lepra e os fluxos) que lembravam o esvair da vida causado pelo
pecado e a queda de nossos pais (Lv 14.54-57; 15.31-33); e até mesmo a delimitação de um local sagrado,
um santuário, destinado ao culto divino e que era estritamente separado do território profano em redor
(Ex 25.8).
Todos esses elementos da lei mosaica eram rudimentos físicos, terrenos e visíveis, mas
adequados àquele estágio de desenvolvimento do povo de Deus (cf. Gl 3.23-25).
Através das sombras do
primeiro concerto, a igreja ainda na sua infância aprendeu que Deus é santo e que Ele quer que o Seu
povo seja participante da Sua santidade (Lv 20.26; Dt 14.2)
Então, na plenitude dos tempos, veio o Filho de Deus, instituindo um novo concerto e, através
dele, uma melhor e mais completa revelação acerca da vontade de Deus, elevando a igreja à maturidade
espiritual pela compreensão de que Deus busca a conformação do Seu povo à Sua santidade, não na
aparência de ritos exteriores, mas em espírito e em verdade (Jo 1.17; 4.21-24).
Para isto, o Senhor Jesus
confirma a promessa do Espírito Santo, que seria dado aos fiéis de tal forma que habitaria neles, e, após
cumprida em Pentecostes, o aprendizado e a participação na santidade divina torna-se uma experiência
principalmente interior, operada eficazmente no coração do crente, ao mesmo tempo em que alcança e
molda toda a sua maneira de viver, para a glória e santificação do nome do Senhor (Ez 36.27; Jo 14.16-
17; Mt 6.9).
II – SANTIFICADOS EM CRISTO JESUS
O Senhor Jesus, sendo a cabeça da igreja, aqu’Ele em quem se cumpre o propósito divino para
com toda a criação, e em especial a igreja, é o autor e consumador da nossa santificação (Hb 2.11).
Visto
como o pecado não apenas separou o homem da perfeição moral do Deus santo, mas corrompeu o seu
entendimento a ponto de que todos os seus pensamentos são continuamente maus e pecaminosos, o
homem natural vive em um eterno estado de profanação; ele é intrinsecamente impuro, e todas as suas
obras são imundas, profanas e desprezíveis ante a excelência da santidade divina (Mt 15.19; Is 64.6).
O
abismo entre a condição profana do homem e a santidade de Deus é tão grande e humanamente
insuperável que, sob a sombra da lei, apesar de todos os métodos de purificação dados através de
Moisés, nenhum deles era completo sem a execução de um sacrifício de sangue para santificar o profano
pecador (Sl 49.6-9; Hb 9.18, 22).
Ou seja, a santificação do pecador custava o preço de uma vida inocente.
Por isso, através do Seu sacrifício na cruz do Calvário, conforme também aprendemos neste
trimestre, o Senhor Jesus removeu de nós tanto a dívida como o jugo mental e espiritual que nos fazia
escravos do pecado – as quais coisas eram a fonte da nossa contínua impureza – e assim nos purificou
pela graça, pela fé (Cl 1.14, 19-22; Rm 3.25; At 15.9); e, imputando em nossa conta para com Deus o
mérito da Sua perfeita justiça – isto é, a Sua perfeição moral, que é o aspecto positivo da santidade – nos
restaurou à condição de santos, de modo que agora desfrutamos de verdadeira comunhão com o Pai, que
se realizará plenamente no porvir, sem o temor de sermos consumidos pelo fogo da sua santidade (Hb
10.10, 14, 19-23).
III – SANTIFICADOS NA OBEDIÊNCIA À VERDADE
Compreendendo a santidade como uma operação do Espírito de Deus no coração do crente, que
consiste na remissão dos pecados e na imputação da justiça de Cristo Jesus ao crente, podemos fazer
uma aplicação correta desta obra da graça na vida prática.
A verdadeira santidade começa, então, no
interior, e nunca ao contrário, de fora para dentro. Primeiro, o Espírito de Deus conforma o coração e a
consciência do fiel a esta realidade, dando-lhe a certeza de que seus pecados foram perdoados e de que
ele está puro diante de Deus e apto para servi-l’O (Hb 9.13-14; Rm 6.5-10).
Depois, “armado” com este
poderoso incentivo, ele passa a considerar os feitos do velho homem que devem ser detestados e as
virtudes da justiça que devem ser amadas e moldar seu entendimento (1 Pe 4.1-2; Rm 12.1-3; Cl 3.2-3;
Ef 4.22-24).
Naturalmente, a prática da santificação neste nível requer dedicação e sinceridade para com
Deus, em oração, vigilância, meditação e reflexão sobre a Sua palavra (Mt 26.41; 1 Pe 5.8; Jo 17.17).
Então, é a partir de uma mente santificada que o crente poderá se aplicar a um viver santificado,
resistindo ao mal, ao pecado, em todas as suas formas e aparência; pois seu coração estará afeito e
anelante pela palavra de Deus, bem disposto a demonstrar seu amor ao Senhor pela obediência à Sua
palavra (Jo 14.15, 23-24), e indisposto a aborrecer àqu’Ele que invoca como Pai e perante o qual espera
um dia encontrar-se face a face (1 Pe 1.17; 1 Jo 3.1-3); o andar no Espírito fluirá naturalmente, pois ele
de fato vive no Espírito, nutrindo-se das coisas do Espírito, e não da carne (Rm 6.11-14; 8.1, 5-9; Gl 5.16-
25).
CONCLUSÃO
Que possamos ver a busca da santificação como a essência da vida cristã e nos aplicarmos a ela
não como uma prática religiosa, como uma conformação a regras e costumes sobre o que podemos ou
não fazer. Entendamos que esta é uma experiência interior, absolutamente necessária e desejada por
todo aquele que verdadeiramente ama a Deus, e que somente a partir dela é que vamos compreender
como devemos andar neste mundo de uma forma que agrade ao nosso Pai celestial.
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AUTORIA
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