26 dezembro 2023

014-Defendendo a fé nos tempos modernos - Heresia Lição 14[Pr Afonso Chaves]26dez2023

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 LIÇÃO 14 

DEFENDENDO A FÉ NOS TEMPOS MODERNOS 

TEXTO ÁUREO: “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3.15) 

LEITURA BÍBLICA: ATOS 17.22-32 

INTRODUÇÃO Estamos encerrando mais um trimestre de estudos bíblicos, onde procuramos aprofundar nosso conhecimento da sã doutrina a partir da exposição e refutação às heresias, e assim esperamos estar mais prontos e aptos para apontar essas e outras distorções e falsificações do evangelho. Mas queremos, nesta última lição, tratar de outro aspecto do nosso dever de combater pela fé, que é o de argumentar e demonstrar a veracidade do evangelho frente a um mundo que se opõe a Deus e a Cristo, e que, quando não ignora completamente, ridiculariza e rejeita a mensagem cristã sob a acusação de ser “irracional”, “inconsistente” e “obsoleta”. Veremos que o evangelho é a única mensagem racional, evidente e atual para o homem, e que, fora da fé cristã, só resta a ignorância, a credulidade e o retrocesso. 

I – A RACIONALIDADE DA FÉ CRISTÃ Quando dizemos que a fé cristã é racional, significa que ela é tão coerente e conseqüente quanto uma fórmula matemática (1+1=2), e que nada nela implica em contradição, seja na relação de suas afirmações doutrinárias umas com as outras, seja em relação ao que chamaríamos de “razão natural” – isto é, a inclinação do ser humano, mesmo sem uma revelação divina especial ou particular, por ser coerente e conseqüente em seus pensamentos e ações. Ao apresentar o evangelho aos seus conterrâneos judeus, os primeiros cristãos não apenas demonstravam que a sua mensagem era coerente e conseqüente a tudo o que a lei e os profetas ensinavam; mas até disputavam que as Escrituras não poderiam ter se cumprido de nenhuma outra forma, senão na pessoa e na obra “do Jesus que eles anunciavam”; de modo que aqueles que resistiam, não podendo contradizer seus argumentos, revelavam sua irracionalidade, lançando mão de falsas acusações e distorcendo a mensagem dos apóstolos (At 6.8-11; 17.2-5). Por sua vez, quando se achava entre os gentios, Paulo tinha na razão natural o ponto de partida para anunciar a Cristo, apelando para os argumentos de que Deus não pode ser como os homens, porque Ele criou todas as coisas, e todos dependem d’Ele; e que Ele se interessa pelo seu bem, provendo não apenas seu sustento, mas também sua salvação (At 14.15-17; 17.24-31; Rm 1.19-20). Apesar de se jactar de ser o único animal racional, o homem não pode explicar por que ele usa a razão e os outros animais não, à parte do fato de que foi criado por Deus assim, e que a razão é um elemento distintivo da sua natureza porque o torna mais semelhante ao seu Criador. Em outras palavras, a racionalidade é um atributo divino, e quanto mais se aproxima e conhece a Deus, mais racional o homem deve ser em seus pensamentos e ações; ao passo que, quanto mais se afasta do Criador, mais irracional e semelhante aos animais ele se torna, agindo de acordo com os seus instintos naturais (Sl 49.20; 2 Pe 2.12). Isto explica porque o mundo moderno, quanto mais rejeita preconceituosamente a fé cristã, mais perde o senso de coerência e conseqüência entre as idéias e a realidade, tendendo ao relativismo, não apenas moral, mas também intelectual – nenhuma idéia ou conceito podendo mais ser tomado como expressão de uma verdade absoluta, mas tudo podendo ser ressignificado, inclusive as palavras, de acordo com a conveniência e os interesses do momento (Sl 14.1; Rm 1.21-22, 28-32). Ao contrário de ser como um “salto no escuro”, ou um ato de ingênua credulidade naquilo de que não temos certeza, nossa fé se baseia na palavra de um Deus que é perfeitamente racional, pois Ele não se contradiz, não mente nem se arrepende. Há uma equivalência, coerência e conseqüência tal entre a palavra de Deus e a Sua ação, que ela é personificada nas Escrituras – de fato, ela é finalmente revelada, no evangelho, como uma pessoa divina que cumpre toda a vontade de Deus (Nm 23.19; Is 55.11; Jo 1.1-3; cf. Jó 42.2). Deste modo, o fato de esperarmos algo que ainda não se vê em nada contradiz a razão, mas, pelo contrário, é coerente com a razão crer na promessa de um Deus que não pode deixar de cumprir a Sua palavra, sempre tendo cumprido o que prometeu (Tt 1.2; Hb 1.1-3). 

II – AS EVIDÊNCIAS DA FÉ CRISTÃ Considerando a coerência e perfeita harmonia da obra de Deus com os Seus desígnios, nenhum homem, no uso normal da sua razão, poderia negar as evidências divinas presentes na criação, as quais testificam da eternidade, poder, sabedoria e bondade de Deus (Sl 8.3-8); assim como do senso de fragilidade e limitação diante do mundo, que impede o homem de desfrutar e conhecer tudo o que há, e que tanto o instiga a buscar explicação para sua existência além dessa realidade material, como a temer esse além (Ec 3.11; 12.1-7). Embora possam ser sufocadas pela força do pecado, levando o homem a abandonar a própria razão para justificar suas paixões carnais; o evangelho reafirma a suficiência dessas evidências para condenar, tornar indesculpáveis, aqueles que as rejeitam (Rm 1.18; 2.14-16). Mas, quando falamos em evidências da fé cristã, queremos tratar de forma mais específica daquelas que demonstram a veracidade das Escrituras Sagradas, dos acontecimentos nelas narrados, e especialmente dos que dizem respeito ao evangelho. Primeiramente, consideremos como o povo de Israel foi eleito para ser justamente testemunha dos feitos e palavras de Deus até que viesse o próprio Cristo – e, apesar de muitos dos judeus terem sido desobedientes e servido de escândalo para os gentios, a permanência deste povo é uma prova viva da veracidade das Escrituras e da fidelidade de Deus à Sua palavra (Rm 3.1-4; 9.1-5; cf. Is 43.10). Considerando então a vida e o ministério de Jesus, é aí que vamos encontrar a mais abundante evidência, nos inúmeros sinais operados, de que Ele não poderia ser outro, senão o Filho de Deus (Jo 20.30-31); como também no fato de que Seus milagres, Seus discursos e, finalmente, a Sua própria ressurreição, foram vistos e ouvidos não por alguns, mas por centenas e até milhares de pessoas. E destes muito foram nomeados pelo próprio Jesus Suas testemunhas, e este foi o requisito principal para a designação daqueles que, no começo da pregação, ministravam à frente das igrejas (Lc 1.1-4; At 1.1-8, 21-22; cf. 1 Co 15.1-8).

III – A ATUALIDADE DA FÉ CRISTÃ Visto que a fé cristã é perfeitamente compreensível em termos racionais, ou antes a própria racionalidade é definida à luz do evangelho; e visto que esta fé se apóia em sólida e incontestável evidência de que é a solução e a resposta para os problemas e dilemas humanos; rejeitar o evangelho significa abrir mão tanto da razão como da possibilidade de se obter qualquer conhecimento verdadeiro, com conseqüências catastróficas para o indivíduo e a sociedade. A fé cristã, portanto, deve ser apresentada pela igreja como a única mensagem atual e pertinente – todas as ideologias, filosofias e religiões modernas nada mais sendo que os mesmos velhos discursos que só afastam o homem das questões importantes da vida, e o mantêm sob o julgo de uma falsa ciência (1 Tm 6.20; Cl 2.20-23). É verdade que há muita discussão e debates envolvendo a fé cristã e sua relação com temas atuais, mas devemos estar cientes de que, se procurando apresentar a razão da nossa fé com mansidão e temor, o mundo ainda rejeita a nossa mensagem, não é porque nossa argumentação é fraca, e sim devido à operação do erro, que limita o entendimento dos incrédulos e os impede de raciocinar e considerar a evidência da glória de Deus no evangelho, e que, em última análise, brilhará apenas para aqueles que crerem (1 Co 1.18-24; 2 Co 4.3-4). 

CONCLUSÃO Não precisamos saber apresentar uma argumentação filosófica formal para defender o evangelho, mas se percebemos o quão racional e verdadeiro é para nós a nossa fé, devemos ser capazes de demonstrar essa fé com a mesma clareza ao incrédulo.

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21 dezembro 2023

013-Outras questões controversas - Heresias Lição 13[Pr Afonso Chaves]19dez2023

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LIÇÃO 13 

OUTRAS QUESTÕES CONTROVERSAS 

TEXTO ÁUREO: “Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição” (2 Pedro 3.16) 

LEITURA BÍBLICA: 2 TIMÓTEO 3.14-17 

INTRODUÇÃO 

Considerando que de modo algum esgotamos as chamadas “questões controversas”, restando ainda inúmeros temas bíblicos que servem a diferentes e até contraditórias interpretações no meio evangélico, e em torno dos quais são erigidos sistemas doutrinários que afetam o entendimento de outros assuntos; prosseguiremos com o tema na presente lição. Desta vez, estudaremos as posições conflitantes com respeito ao dia de descanso, a relação entre Israel e a Igreja e o destino final dos incrédulos, destacando onde se aproximam e onde se afastam das Escrituras Sagradas. 

I – O DIA DE DESCANSO 

A questão do dia de descanso é discutida sob dois aspectos: se o cristão ainda precisa observar um dia de repouso e santificação para Deus; e, em caso positivo, se esse dia é definido por Deus. De um lado estão aqueles que afirmam que a guarda de um dia de repouso pode ser remontada ao princípio, quando o próprio Deus descansou de toda a Sua obra que criara e fizera, abençoando e santificando o sétimo dia; e que, sob o concerto do Sinai, a guarda desse dia, também chamado sábado (que significa “cessação”, “repouso”), foi revelada como um mandamento da lei de Deus e, portanto, possui caráter moral e eterno, assim como os outros mandamentos. Ainda deve, portanto, ser guardado sob a vigência do Novo Testamento, como parte da nossa obediência para com Deus. Uma segunda posição é a daqueles que afirmam que o significado e a observância do sábado teriam sido transferidos para o primeiro dia da semana, por ter sido este o dia da ressurreição de nosso Senhor Jesus, consagrando-o, segundo entendem, como o sábado cristão, chamado posteriormente domingo (que significa “dia do Senhor”). Por fim, há aqueles que, embora sustentem a necessidade de se observar um dia de repouso, basta que este seja um dia qualquer da semana, a definição do sétimo dia para tal sendo apenas um aspecto cerimonial da lei – revogado, portanto, sob o Novo Testamento. É evidente que os sabatistas têm razão quando se apegam ao sétimo dia como aquele definido por Deus para a guarda do sábado e protestam contra a guarda do domingo. Por mais que eventos de importância fundamental para a nossa fé, como a ressurreição de Jesus e o derramamento do Espírito em Pentecostes, tenham de fato ocorrido no primeiro dia da semana (Mc 16.2-9; Jo 20.19), não encontramos nas Escrituras nenhuma indicação de que a mudança do dia de repouso ocorreria ou teria ocorrido em função desses eventos. Os cristãos podiam se reunir tanto no sábado, como no primeiro, como em qualquer outro ou mesmo todos os dias da semana (At 2.46-47; 20.7; Rm 14.5-6; At 15.19-20, 28-29). À posição dos que defendem a guarda de um dia literal de descanso “opõem-se”, por assim dizer, aqueles que consideram que, muito embora as Escrituras consagrem a guarda de um dia regular como o sábado, a lei trouxe à tona uma realidade espiritual mais elevada, não apenas ao formalizar o sétimo dia da semana para este fim, mas ao instituir dias independentes do ciclo semanal para solenidades anuais, santas convocações,que também deveriam ser considerados como sábados (Lv 23.3, 7-8, 10-11, 15-16 e 21, 27 e 32, 35-36, 37-38). Ou seja, o Senhor desejava inculcar fortemente o entendimento de que Ele queria que o Seu povo participasse também do Seu repouso, os sábados servindo tanto de memorial como de convite para esta benção; mas só entrariam nele, de fato, aqueles que cressem e fossem obedientes. Esse repouso representa a mesma aspiração da igreja, uma vez que as Escrituras afirmam que restam alguns que devem entrar nele – entrada essa que obtemos pela fé e obediência em Cristo Jesus, mais seguramente do que pela guarda de um dia (Cl 2.16-17; Hb 4.1-11). 

II – ISRAEL E A IGREJA 

A relação entre Israel e a Igreja é discutida principalmente sob dois aspectos: uns afirmam que Israel continua sendo o povo de Deus em distinção à Igreja e, apesar de sua rejeição majoritária a Jesus, eventualmente a nação se converterá e todas as promessas feitas no passado se cumprirão nela; outros entendem que Israel foi rejeitado por Deus como nação e a Igreja, formada tanto por gentios como judeus é o verdadeiro Israel e, portanto, a depositária de todas as promessas feitas no passado a este povo. Um dos problemas mais críticos nesta discussão está no fato de muitos julgarem Israel e a Igreja como dois povos distintos, esquecendo-se de que Deus possui apenas um povo, formado pelos eleitos, predominantemente judeus sob a Antiga Aliança e predominantemente gentios sob a Nova Aliança – mas sem exclusão de um grupo ou de outro sob qualquer “dispensação”. Tanto a palavra igreja é uma designação cabível para Israel, uma vez que apenas é a forma grega (usada no Novo Testamento) para congregação, ajuntamento ou assembleia (cf. At 7.38); como a igreja de Cristo é chamada propriamente o verdadeiro Israel, uma vez que aos judeus eleitos segundo a graça foram somados os gentios, como estranhos que eram ao Deus verdadeiro e ao Seu povo, mas que pela mesma graça se tornaram membros da família de Deus e coherdeiros com os judeus (Jo 10.16; At 15.14-18; Ef 2.11-19; Rm 11.17-24). Muitos também avaliam desproporcionalmente a rejeição ao evangelho por parte da maioria dos judeus. Este acontecimento não significa que Deus tenha rejeitado o Seu povo, mas sim que nem todo judeu pertence ao povo eleito – de fato, em todo o tempo, apenas uma minoria, um remanescente, é que podia ser contado como verdadeiros filhos de Abraão – aqueles dentre os judeus que o não eram apenas segundo a carne, mas que criam e obedeciam ao Senhor (Rm 2.25-29; 9.6-8, 22-27). Esses que não pertenciam ao remanescente foram os mesmos que rejeitaram o próprio Filho de Deus, ao passo que os eleitos segundo a graça creram no evangelho e assim a oliveira, para usar a figura do apóstolo, manteve alguns galhos intactos, e nem todos foram cortados; e consideremos ainda a previsão de que, antes do fim, muitos deles podem se converter e tornarem a ser enxertados (Jo 8.39-44; Rm 11.1-7). 

III – O DESTINO FINAL DOS INCRÉDULOS 

O destino final dos incrédulos é um tema que dificilmente poderia ser discutido de forma isolada, pois a posição que defende que a condenação final dos perversos será de sofrimento eterno e consciente está atrelada ao falso pressuposto de que o homem possui uma alma imortal, e sobre isto falamos extensamente na lição 4. Partindo então do conhecimento já estabelecido de que o homem é uma alma mortal, que não sobrevive à morte do corpo num estado intermediário, acrescentamos que o salário do pecado é a morte – isto é, a privação da vida (Ez 18.4; Rm 6.23). E, ao passo que para aqueles que morrerem em Cristo resta a esperança da ressurreição para nunca mais morrerem, para os que morreram na incredulidade haverá segunda morte, ou uma ressurreição para a condenação, para a vergonha e o desprezo eternos. De fato, a morte e a sepultura comum não mais existirão, e os mortos que nela se achavam serão aniquilados e sua memória obliterada para sempre (Jo 5.28-29; Dn 12.1-2; Ap 20.11-15; 21.8). 

CONCLUSÃO 

O estudo das questões controversas nos mostra que ainda há muitos assuntos cuja compreensão requer maior amadurecimento por parte daqueles que estudam as Escrituras e defendem determinadas posições, se desejamos um dia chegar a um consenso doutrinário entre as igrejas evangélicas.

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14 dezembro 2023

012-Questões controversas - Heresias Lição 12[Pr Afonso Chaves]12dez2023

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LIÇÃO 12 

QUESTÕES CONTROVERSAS 

TEXTO ÁUREO: 

“Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição” (2 Pedro 3.16) 

LEITURA BÍBLICA: 2 PEDRO 3.10-18 

INTRODUÇÃO 

Ao longo da história do Cristianismo, além das heresias, que despertaram os fiéis a combaterem o erro e a compreenderem com maior precisão a sã doutrina, muitas questões também surgiram que, embora tenham suscitado, e ainda despertem discussões acaloradas por parte daqueles que defendem uma ou outra posição, não podem ser consideradas, de imediato, como uma disputa entre heresia e ortodoxia (“sã doutrina”), uma vez que cada uma geralmente se apoia em razões bíblicas, em nada prejudicando o todo da revelação. Mas, como nenhum sistema teológico é perfeito – somente a palavra de Deus é perfeita – é preciso que analisemos cada ponto de uma dada posição, e estejamos prontos a descartar qualquer implicação doutrinária que contrarie a verdade bíblica. 

I – PREDESTINAÇÃO X LIVRE-ARBÍTRIO 

Talvez uma das questões mais calorosamente discutidas entre os cristãos evangélicos seja aquela que trata do poder de escolha do ser humano pela sua salvação. Não está em debate o mérito da salvação, pois todos estão de acordo que o homem não se salva pelas obras, mas pela fé, através da graça assegurada pelo sacrifício expiatório de Cristo Jesus; nem a capacidade de o homem fazer o bem, pois todos também concordam que a corrupção do pecado se estende a todos os aspectos da natureza humana. Mas o que divide as opiniões é se o homem pode escolher livremente ser salvo (livre-arbítrio), ou se essa escolha é de algum modo determinada por Deus (predestinação). Os defensores do livre arbítrio afirmam que Deus teria dado este poder ao homem, e que o chamado do evangelho o capacitaria a aceitar a graça, embora ainda pudesse resisti-la; e que tanto a eleição como a certeza da salvação seriam condicionais, pois Deus não teria predestinado indivíduos, mas sim a vida eterna para aqueles que voluntariamente creem e perseveram até o fim. Assim, alguém que verdadeiramente creu no evangelho e nasceu de novo ainda poderia apostatar e cair completamente da fé, perdendo o seu lugar entre os eleitos. Os defensores da predestinação, por sua vez, entendem que, embora o chamado do evangelho seja dirigido a todos os homens, a graça opera apenas em alguns, capacitando-os a responder irresistivelmente à salvação. Ora, isto está de acordo com o ensino bíblico de que, embora a pregação seja o meio pelo qual Deus comunica Sua graça ao coração do homem, essa comunicação não é indiscriminada a todos os que ouvem o evangelho, mas é Deus quem abre ou mantém endurecidos os corações à operação da Sua graça (Rm 10.16-21; Mt 13.13-15; At 16.14). Esta graça, por sua vez, sempre opera eficazmente, prevalecendo sobre a pecaminosidade do coração para justificar, santificar, levar à obediência da fé, enfim, para salvar (Rm 5.16-21; Ef 2.8). Logo, a concessão da graça a uns e não a outros não pode depender da escolha do indivíduo, porque aí já não seria graça, o dom de Deus ficando condicionado à atitude humana; mas ela depende de Deus, que é livre para escolher aqueles que quiser, de acordo com a Sua soberania (Rm 9.6-16; 11.5-8). Devemos, porém, ter cuidado com uma ideia geralmente associada à defesa da predestinação, de que não importa quais sejam nossos atos; se somos eleitos para a salvação, nenhum pecado nos impediria de entrar no céu. Os que veem nessa doutrina um pretexto para pecar se esquecem de que, primeiro, a certeza da salvação vem da mesma fé que opera a obediência, sem a qual ela é morta – é o Espírito, que habita naqueles que creem e obedecem, que comunica aos nossos corações que somos filhos, destinados à vida. Em segundo lugar, como tanto a fé quanto a obediência são obra da graça de Deus, ser eleito significa não apenas estar predestinado à vida eterna nos céus, mas ser capacitado a trilhar o caminho que leva a este fim, que é o da fé, obediência, sofrimento pelo evangelho e perseverança, de modo que o pecado é um sinal, não de eleição, mas de rejeição, ao passo que a santificação e perseverança na fé é evidência da operação da graça de Deus em nossos corações (Rm 8.9-16; Ef 1.3-6, 11-14; 1 Jo 3.1-10). 

II– CESSACIONISMO X CONTINUISMO DOS DONS ESPIRITUAIS

 Aproximadamente desde o surgimento do movimento pentecostal, no final do século XIX, reacendeu entre os cristãos a questão sobre a atualidade e o significado exato do batismo no Espírito Santo, dos dons espirituais e de ministérios outros além do pastoral (ou presbiteral) e diaconal. Os que defendem a posição cessacionista, embora não neguem que Jesus possa curar e operar milagres em nossos dias, entendem que isto não ocorre com a frequência anunciada pelos pentecostais ou aqueles que defendem a posição de continuidade dos dons, pois esta teria sido uma característica dos tempos apostólicos, quando o evangelho, sendo uma mensagem nova no mundo, precisaria ser confirmado através de muitos sinais e maravilhas; e milagres na atualidade poderiam apenas servir de pretexto para corroborar novas supostas revelações, afastando a igreja das Escrituras Sagradas. Os defensores da continuidade dos dons, por sua vez, entendem que nenhuma Escritura pode ser apontada no sentido de que a operação de sinais e prodígios seria limitada apenas à geração dos apóstolos; mas, pelo contrário, encontramos a promessa de que todo aquele que cresse e invocasse o nome do Senhor Jesus operaria os mesmos sinais (Mc 16.17-20; Jo 14.12). E que, mesmo durante a geração dos apóstolos, os milagres foram operados por muitos outros que deram testemunho do evangelho, em autenticação à mensagem pregada, e não tanto ao mensageiro (At 6.8; Lc 10.1, 17-20; cf. Mt 7.21-23). Ademais, a manifestação dos dons visa também a edificação da igreja, que enquanto estiver neste mundo se reunirá para este fim, até que alcance a perfeição na vinda de Jesus (1 Co 12.1- 11, 28-31; 13.8-10). O que precisamos acrescentar como alerta é que não podemos ignorar que as Escrituras são a nossa regra na busca e uso dos dons, e nelas encontramos que a finalidade dos dons é a edificação da igreja, e não o envaidecimento ou engrandecimento pessoal, muito menos o estabelecimento de uma autoridade extra bíblica (1 Co 14.1, 5-6, 26, 36-37). 

III – MILENARISMO PRESENTE X FUTURO 

Dentre as várias questões de ordem escatológica, a que diz respeito aos mil anos descritos em Apocalipse 20.1-6 é uma das mais conhecidas e que deu origem a várias denominações. Essa discussão gira em torno não apenas da literalidade dos eventos narrados ali, mas também do tempo em que se darão, se antes ou supostamente após a vinda de Cristo. Todos aguardam a vinda do Senhor Jesus e o arrebatamento da igreja, mas alguns entendem que algo mais acontecerá neste mundo após isso, ao passo que aqueles que entendem que os mil anos antecedem a vinda de Jesus veem este evento como aquele que também trará o fim dos céus e da terra que agora existem. E, de fato, as Escrituras nos orientam a olhar para a gloriosa vinda de Cristo como um evento final para os acontecimentos na terra, e o início de uma eternidade para os santos, a ser desvendada em novos céus e nova terra (2 Pe 3.10-13; Mt 24.29-31; 1 Co 15.22-28; 2 Ts 1.6-10). O grande perigo de uma visão escatológica futurista é que diminui a importância da vinda de Cristo, induzindo os indoutos e inconstantes a relegarem uma decisão mais firme pelo evangelho a um suposto período pós-arrebatamento, em uma vã esperança de sobreviverem ao dia do Senhor (Mt 24.36-39; 25.1-13; 1 Ts 5.1-3; Ap 6.12-17). 

CONCLUSÃO 

Embora sejam consideradas controversas, vimos que, de fato, essas questões não são insolúveis, e geralmente têm sido alimentadas mais por um orgulho contencioso do que por uma humilde submissão à clareza e simplicidade das Escrituras.

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05 dezembro 2023

011-O liberalismo moral e suas heresias - Heresias Lição 11[Pr Afonso Chaves]05dez2023

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LIÇÃO 11 

O LIBERALISMO MORAL E SUAS HERESIAS 

TEXTO ÁUREO: “E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém” (RM 1.28) 

LEITURA BÍBLICA: ROMANOS 1.18-32 

INTRODUÇÃO Todo pecado pode ser definido como um mal em si mesmo, pois perverte a santidade de Deus e viola a Sua justiça. O homem natural pode forjar desculpas para justificar seu erro, ou diminuir a gravidade dos seus atos, comparando o seu caso ao de outros pecadores; mas, no fundo da sua consciência, não pode negar o quão condenável e detestável é o pecado aos olhos do Criador. O que temos visto em nossos dias, porém, são aqueles que não apenas “desculpam” o pecado, mas, numa completa inversão de valores, sob os mais variados argumentos, tentam apresentá-lo como um bem, recomendando-o e exigindo que outros o aprovem. Isto nos obriga não apenas a condenar esses pecados, mas a expor o caráter hediondo da atitude de chamar o mal de bem. 

I – O LIBERALISMO MORAL E SUAS RAÍZES As perversões morais de que falaremos nesta lição têm sua origem, como todo pecado, na inclinação corrupta do homem natural, no desejo arraigado de fazer aquilo que é mau aos olhos de Deus (Jo 3.19-20; Rm 8.7). Contudo, mais do que o fruto do coração escravizado pela concupiscência, essas perversões têm sido fomentadas através de uma mentalidade cuidadosamente engendrada e incutida em todas as esferas da sociedade, cujo fim é suprimir e perverter as noções morais mais básicas do indivíduo, substituindo-as por uma indiferença e acomodação, depois aceitação e aplauso e, por fim, participação e defesa ativa daquilo que, de outro modo, qualquer ser humano abominaria, condenando os que tais coisas praticam. Sem dúvida, acima e além de qualquer projeto de poder e controle social por parte de homens maliciosos e ambiciosos, está o próprio diabo, que engana todo o mundo, e que através dos seus agentes procura destruir o senso mais básico do que é certo e errado, de tal modo que as pessoas não cogitem sequer a possibilidade de estarem reprovadas aos olhos de Deus, tampouco que terão de responder um dia por esses atos diante d’Ele (Gn 3.22; Rm 2.1-6, 14-16). Na lição anterior, consideramos duas conseqüências de se admitir a teoria evolucionista; rejeitar a literalidade de Gênesis 1 e 2 põe em dúvida o testemunho de Deus sobre as origens e diminui grandemente a importância da vinda do Filho de Deus a este mundo como homem. Pois bem, uma terceira conseqüência que relacionamos aqui é a da perversão dos valores morais. Pois, se somos obra de um mero acaso, e estamos aqui sem nenhum propósito superior, então não importa se o que fazemos é moralmente certo ou errado; o que importa é se favorecerá ou não à nossa sobrevivência neste mundo. Não há mais lugar para a virtude – o amor, o altruísmo, a paciência e o sacrifício – mas apenas para um utilitarismo e materialismo egoísta; em outras palavras, é a seleção natural na sua forma mais crua, levada até as suas últimas conseqüências. Eis porque o evolucionismo é uma visão essencialmente ateísta e materialista do mundo: porque rejeita não apenas a criação, mas também a necessidade de existir um Deus, de uma revelação sobrenatural e de qualquer valor moral baseado nessa revelação, e de um juízo vindouro sobre os nossos atos. E, uma vez negadas estas verdades, o que resta é a dúvida, que rapidamente é substituída pelo relativismo e, enfim, pelo liberalismo moral (Sl 14.1; Ef 4.17-19). 

II – PERVERSÕES DA IDEOLOGIA DE GÊNERO Não há dúvida de que uma das áreas da moral mais visadas pelo maligno é a da sexualidade, pois, pecando o homem contra si mesmo, não se pode esperar dele qualquer escrúpulo em relação ao próximo, mas apenas uma busca egoísta pela sua própria satisfação, pelo que o faz se “sentir bem”. E a ideologia de gênero apresenta aquilo que antes se cometia às escuras por vergonha como uma questão de preferência, que, ao invés de reprimida, deveria ser assumida e considerada motivo de “orgulho”. As implicações desse pensamento são tão graves e numerosas, que aqui nos limitaremos a considerar apenas o que chamam de “gênero” e “orientação sexual”. Alegando que “homem” e “mulher” seriam apenas “construções sociais”, “estereótipos” impostos pela sociedade, religião e família, dizendo que um indivíduo é homem se nasceu com o órgão sexual masculino e, portanto, deveria se sentir atraído pelo sexo feminino – e vice-versa – a ideologia de gênero pretende separar o gênero e a orientação sexual do corpo masculino ou feminino, como se um indivíduo não apenas pudesse se sentir uma mulher, apesar de estar em um corpo masculino, mas também sentir-se atraído pelo sexo masculino – e vice-versa. Mas isto sim é uma construção mental imposta sobre a realidade, e que muitas vezes é adotada por indivíduos em conflito, não com o gênero e a orientação com que nasceram, mas com as perversões que procedem do seu coração pecaminoso. Assaltado pela concupiscência nesta área da moral, tal indivíduo só encontrará paz e alívio para o seu conflito sujeitando-se a Deus e resistindo ao diabo; e não se rendendo ao pecado, calando de vez os brados da sua consciência (Gl 5.17; 2 Pe 2.18-19; Tg 4.1-10). Quanto às definições de gênero e orientação sexual propostas por essa ideologia, trata-se evidentemente de uma recusa em aceitar uma realidade óbvia. Deus criou o ser humano macho e fêmea, e determinou que ambos se reproduzissem e enchessem a terra; esta determinação implica que a determinação do gênero está vinculada ao corpo, especialmente aos órgãos sexuais, sem os quais não há reprodução. E, como sem a atração de um pelo outro não há o ato em si, logo, a orientação sexual é definida pelo corpo também – do homem (e do seu corpo) pela mulher, e vice-versa (Gn 1.27-28; 2.18, 21-24). Desprezando o propósito sagrado da união entre um homem e uma mulher, com todas as bênçãos implicadas nessa união, a ideologia de gênero exalta o prazer sexual como um fim em si mesmo, a ser alcançado pela perversão da sexualidade – o que é um pecado veementemente condenado por Deus, assim como todas as demais formas de fornicação (Lv 18.22; Dt 23.17; 1 Co 6.9-11; Hb 13.4). 

III – PERVERSÕES DO ABORTISMO Outro movimento ideológico fortemente politizado, o abortismo promove a liberação do aborto, isto é, a interrupção da vida de um ser humano ainda no ventre de sua mãe, por qualquer motivo e em qualquer etapa da sua gestação. Alegam os abortistas que a mãe teria o “direito” de decidir se deseja ou não carregar dentro de si um “corpo estranho”, mas, para dissimular o seu desprezo pela vida humana, iniciaram uma ridícula discussão sobre quando a vida começaria, ou quando um bebê em formação deveria ser considerado humano e protegido contra o aborto. Mas o fato é que o abortismo, como fruto do evolucionismo e sua mentalidade egoísta, materialista e utilitarista, rejeita qualquer valor intrínseco à vida humana, em descarada contradição com a lei de Deus (Gn 9.6; Ex 20.13), que considera a vida de um bebê ainda por nascer igual à de um adulto, condenando o responsável por um aborto com a pena capital (Ex 21.22-23). Ao invés de considerá-lo como uma “massa” indefinida, Deus interage com o homem ainda no ventre, levando em consideração a sua condição pecaminosa, estendendo-lhe Sua graça para santificá-lo e separá-lo para o Seu propósito; e, no caso particular de Jesus, para que a plenitude da Sua graça e verdade, da Sua divindade, estivesse presente e fosse revelada aos homens ainda no ventre materno (Sl 139.13-16; Jr 1.5; Lc 1.15, 39-43). 

CONCLUSÃO O liberalismo moral exalta o pecado e produz no coração do homem uma rejeição à graça de Deus, que está pronto a nos ajudar em nossas fraquezas, e um endurecimento contra o evangelho, como se este fosse a causa, e não o remédio e a solução definitiva para suas incertezas e culpas.  

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29 novembro 2023

010-Evolucionismo - Heresias Lição 10[Pr Afonso Chaves]28nov2023

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LIÇÃO 10 

EVOLUCIONISMO 

TEXTO ÁUREO: “Pela fé, entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados” (HB 11.3) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 1.1-10 

INTRODUÇÃO A teoria da evolução procura explicar a origem dos seres vivos em termos de processos puramente naturais, através de mudanças lentas e progressivas ao longo de milhões de anos. Lançada pelo naturalista britânico Charles Darwin, no livro A Origem das Espécies (1852), ficou conhecida também como darwinismo e com o tempo tornou-se a “teoria” predominante nos meios científicos e acadêmicos, de onde é popularizada através da mídia e ensinada nas escolas como um “fato” indiscutível. Deste modo, a teoria da evolução é arvorada pelos céticos e ateus como uma bandeira para desacreditar e ridicularizar as Escrituras Sagradas, levando muitos cristãos, especialmente os mais jovens, a se intimidarem e assumirem uma posição de incerteza quanto à veracidade do relato bíblico da criação. 

I – EVOLUÇÃO X CRIAÇÃO Deixaremos a questão da origem do universo para outro estudo, e na presente lição voltaremos nosso interesse para a proposta inicial da teoria evolucionista, que é a de explicar a origem da vida na terra. De acordo com o evolucionismo, a vida teria se originado espontaneamente como formas simples e microscópicas, que se tornaram cada vez mais complexas, até que teriam surgido os primeiros peixes; destes, teriam evoluído os anfíbios; dos anfíbios, os répteis; e dos répteis, as aves e mamíferos. Em um momento relativamente recente numa escala de milhões de anos, dos mamíferos teriam evoluído os primeiros primatas, e destes, finalmente, o homem, que seria apenas o estágio mais recente de uma das muitas linhas de evolução das espécies. Embora algumas vertentes e “teólogos” do cristianismo tenham sido intimidados ou fascinados por esta proposta, a ponto de afirmar que Deus teria usado a evolução (em flagrante contradição com o relato bíblico, conforme veremos); o fato é que não há uma “mente”, “propósito” ou força sobrenatural na evolução, mas, de acordo com a teoria, tudo teria acontecido (e ainda estaria acontecendo) por mero acaso, através de processos puramente naturais. Ora, a teoria da evolução simplesmente não pode ser conciliada com a afirmação bíblica de que Deus criou todas as coisas, inclusive os seres vivos. Não obstante as tentativas de “desmistificar” o relato de Gênesis 1 e 2, o fato é que aqui temos uma narrativa de cunho histórico, que explica de forma compreensível quando e como Deus fez todas as coisas. O mundo, isto é, o universo, e todas as coisas que nele há, não vieram à existência através de processos naturais que, supostamente, levariam milhões de anos, mas através de atos de criação – o que significa que Deus falou e imediatamente sua palavra se cumpriu (Gn 1.1-3; Sl 33.8-9; 148.5; Ap 4.11; cf. Hb 11.3). Semelhantemente, não lemos na Escritura sobre um vínculo de origem comum e evolutiva entre os seres vivos, mas sim que diferentes grupos de animais e vegetais foram criados em dias diferentes da criação, para se reproduzirem segundo a sua espécie – o que implica em grande variedade de espécies dentro de cada grupo maior (Gn 1.11-12, 20-21, 24- 25). E, por último, lemos que o homem, ao invés de descender de alguma das espécies dos grupos até então criados, foi formado como um casal único e distinto, do qual descendeu toda a espécie humana (Gn 1.26-27, 2.7-8, 19-20; cf. At 17.26). 

II – O QUE DIZEM OS FATOS A dificuldade que muitos encontram em aceitar o relato bíblico sobre as origens está na falsa ideia de que evolucionismo seria sinônimo de ciência, e de que a teoria da evolução estaria baseada em fenômenos naturais que podem ser observados ou comprovados em laboratório. Como uma teoria científica, o evolucionismo se propõe a explicar a mecânica da natureza, mas isto não significa que sua explicação esteja correta, ou que seja a única possível, ou a que melhor correlacione os fatos – como querem que acreditemos, religiosamente, os seus proponentes. De fato, pretendemos apontar, ainda que muito superficialmente, que há vários fenômenos ou fatos comprovados por diferentes ramos da ciência que não podem ser conciliados com a teoria da evolução, mas se harmonizam perfeitamente com a criação. E, se os evolucionistas não podem comprovar sua tese à luz do que podemos observar no presente, tampouco podem comprová-la à luz de um passado que não pode ser conhecido senão por Deus, que estava lá no princípio e cujo fiel testemunho encontramos nas Escrituras (cf. Is 41.22). 1. A vida só provém de vida. Não existe geração espontânea. Nenhum organismo jamais surgiu a partir de matéria inorgânica. Um ser vivo só pode ser gerado a partir de outro ser vivo pré-existente. Só podemos explicar este princípio científico pelo fato de que a vida não é intrínseca à matéria, mas deve ter se originado de uma fonte além, de alguém que não é matéria, mas espírito, e que tem a vida em si mesmo – ou seja, Deus (Jo 1.1-4; 5.26; 1 Co 15.45). 2. A vida é complexa. A vida, mesmo em suas formas mais simples e básicas, ainda é de uma complexidade irredutível, todo organismo sendo um sistema de funções e processos numerosos e complicados, trabalhando de acordo com uma mecânica pré-estabelecida. E, embora muitos desses processos não sejam totalmente compreendidos pela ciência, é certo que, removido qualquer um deles de um dado organismo, este deixaria de ser funcional, impossibilitando sua sobrevivência. Não há opção para a tentativa e erro do acaso, mas apenas para um projeto inteligente (Sl 139.14-16). 3. A tendência à desorganização. A matéria atualmente existente no universo não aumenta nem diminui, mas está em constante transformação. “No mundo nada se cria, mas tudo se transforma” tornou-se adágio popular. Nesse processo, a matéria tende naturalmente à desordem, à corrupção, à deterioração – não à evolução. Isto se harmoniza com a verdade bíblica de que o mundo foi criado ordenado e, após a Queda, essa ordem vem sendo gradualmente perdida, não fosse pela palavra de Deus, que sustenta todas as coisas até o fim para o qual o mundo está reservado (Cl 1.17; Hb 1.3, 10-12; 2 Pe 3.7). 4. As espécies são fixas. Não há um ser vivo conhecido que se possa chamar de “intermediário” entre uma espécie e outra, como se estivesse em processo de evolução. Todos os seres vivos são perfeitamente funcionais e adaptados à sobrevivência e à reprodução, cumprindo o fim para o qual Deus os criou. Mesmo os famosos fósseis (ossos de animais que morreram há muito tempo e que foram conservados na terra) atestam a existência de muitos animais diferentes e que hoje já não existem mais, mas jamais revelaram algum “elo perdido” – alguma criatura que não possa ser classificada nas mesmas categorias em que classificamos os animais que conhecemos hoje. 

III – CONSEQÜÊNCIAS DO EVOLUCIONISMO Aceitar a tese evolucionista significa não apenas contrariar a literalidade do relato bíblico da criação, mas também diminuir o poder de Deus, que teria se submetido a um processo natural de milhões de anos, ao invés de ter criado tudo pelo poder da sua palavra em seis dias – sendo que, de fato, poderia ter criado tudo até de uma só vez, num instante, se assim o desejasse. Além disso, abala a própria doutrina da salvação, pois, se não podemos remontar a origem e a queda da humanidade a um primeiro homem – Adão – o Filho de Deus não precisaria ter vindo a este mundo, pois Ele se fez homem e descendente do mesmo Adão, para compensar o pecado do primeiro homem, pelo qual todos caíram, com o Seu ato de obediência e justiça, salvando todos os que n’Ele crêem, e assim tornar-se o novo e último Adão (Lc 3.23-25, 34-38; Rm 5.12-13). 

CONCLUSÃO A evolução tem sido usada para desacreditar as Escrituras e a fé cristã como um todo. A palavra de Deus não falha; que possamos defendê-la mesmo diante dos clamores da falsa ciência dos evolucionistas.

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22 novembro 2023

009-Astrologia - Heresias Lição 09 [Pr Afonso Chaves]21nov2023

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LIÇÃO 9 

ASTROLOGIA 

TEXTO ÁUREO: “Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho das nações, nem vos espanteis com os sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações.” (JEREMIAS 10.2) 

LEITURA BÍBLICA: DEUTERONÔMIO 18.9-14 

INTRODUÇÃO A astrologia é uma forma de adivinhação praticada pelo homem desde tempos remotos até os dias de hoje. Supondo a influência dos corpos celestes (os astros) sobre o curso dos acontecimentos e o destino dos seres humanos, a astrologia presume que a vida é previsível a partir do exame do céu. Sua influência, mais do que outros tipos de adivinhação, é perceptível nos jornais e revistas, nos programas de televisão e pelo uso comum do conceito de “horóscopo” e “signo” na linguagem cotidiana das pessoas que não conhecem o evangelho e, lamentavelmente, por alguns cristãos que precisam ser instruídos quanto ao mal intrínseco a toda e qualquer forma de adivinhação. 

I – O ENGANO DA ASTROLOGIA Diferente da astronomia, que é o estudo científico dos corpos celestes em seus aspectos e relações físicas, e que é de origem relativamente recente, a astrologia remonta aos primórdios da civilização humana, muitas das suas características modernas tendo sido definidas há milênios na Mesopotâmia. Essa antiga civilização foi a primeira a considerar a importância dos cinco planetas até então conhecidos, juntando a eles o sol e a lua, o que resultou no número místico “sete”. A partir da observação do aparente “movimento” desses astros pelo céu ao longo de um ano completo, os babilônios dividiram o firmamento em doze casas imaginárias, dando a cada uma o nome de uma constelação, criando assim o zodíaco e os seus signos. O que os astrólogos fazem até hoje, baseados nesses mesmos fundamentos, nada mais é que “interpretar” as posições dos astros nessas casas zodiacais em um dado momento. A essa “leitura do céu” dão o nome de horóscopo. Enquanto os astrólogos da Antiguidade importavam-se mais em fazer leituras divinatórias sobre grandes eventos e decisões tomadas pelos reis, os da atualidade oferecem seus “serviços” a qualquer indivíduo interessado em saber o que os astros “dizem” sobre o seu futuro em algum aspecto da sua vida – seja financeiro, amoroso, etc. Eis porque a astrologia se mostra tão atraente para o homem moderno – ela oferece uma falsa segurança quanto ao dia de amanhã, permitindo-lhe supostamente guiar o seu caminho a fim de evitar infortúnios e alcançar o sucesso determinado pelos astros. Além disso, a astrologia também oferece um falso alívio para a consciência agravada pelo pecado, na medida em que, na leitura do céu no momento do nascimento de um indivíduo (o chamado horóscopo natal), pretende explicar que os astros teriam definido as características constituintes da sua personalidade, e as suas ações seriam resultado de uma espécie de “fatalismo celestial”, e não fruto das suas decisões pessoais. Feitas estas considerações, é necessário esclarecer que a astrologia, não sendo uma ciência baseada em um método que possa sempre oferecer o mesmo resultado, depende em grande parte da interpretação particular de cada astrólogo. Isto quer dizer que suas “previsões” podem variar muito de pessoa para pessoa, mesmo quando o “mapa astral” de ambas é idêntico (como no caso de gêmeos, ou de pessoas nascidas no mesmo instante). Além disso, tais previsões (especialmente aquelas oferecidas nos horóscopos de jornal) tendem a ser muito relativas e genéricas, não permitindo sua averiguação, ao mesmo tempo em que permitem que grande número de pessoas se identifique com alguns “palpites acertados”. Mas o fato é que não há nenhuma evidência de que os corpos celestes possam influenciar o caráter ou o destino das pessoas; o astrólogo, como qualquer outro tipo de adivinho, aproveita-se da credulidade e do anseio das pessoas pelo divino, enganando-as e condicionando-as a um comportamento supersticioso; mas eventualmente será desmascarado, e os que nele confiam serão confundidos (Jr 10.1-2; Is 8.11-13, 19-20; Is 47.13-14; Dn 2.1, 2, 10, 11 e 25-28; 4.7-9; 5.1-8, 13-16, 23). 

II – A CONDENAÇÃO DIVINA À ASTROLOGIA Como uma forma de adivinhação, a astrologia é expressamente proibida pelo Senhor por ser uma prática abominável e corruptora da santidade que convém ao povo de Deus. Portanto, recorrer aos adivinhos – sejam eles astrólogos, tarólogos ou “médiuns” – constitui uma rebelião contra a palavra de Deus, que não apenas proibiu categoricamente tal coisa, mas também prometeu orientar o Seu povo através da Sua palavra, primeiro concedendo a Lei, depois levantando os profetas, e finalmente enviando o próprio Filho, para que pudéssemos conhecer a Sua vontade (Dt 18.9-14, 18-20; Lv 19.31). Assim, ao atribuir aos astros o poder e direito exclusivo de Deus de controlar nossas vidas e revelar o futuro, a astrologia prova ser uma idolatria dos astros. Não por acaso, os antigos babilônios consideravam os sete astros como manifestações visíveis dos seus deuses, designando-os pelos nomes das suas divindades – costume esse herdado pelas demais nações, e preservado até hoje na nomenclatura moderna dos planetas (Dt 4.19; 2 Rs 21.3; 23.5; Am 5.25-26; Jr 8.1-2). Além da sua terrível implicação idolátrica, a astrologia – como qualquer outra forma de adivinhação – fomenta no coração dos seus dependentes a presunção quanto ao dia de amanhã, cujo conhecimento pertence a Deus (Tg 4.13-16). Nossa frágil condição neste mundo e as muitas incertezas quanto a esta vida terrena deveriam nos levar não a inquirir com preocupação acerca do que há de acontecer; mas a nos humilharmos debaixo da mão de Deus, confiando na Sua boa e misericordiosa providência, pois é certo que Ele prometeu estar conosco e não nos abandonar em nenhum momento; e a descansar na verdadeira previsão das Escrituras, sobre a qual podemos pautar nossas ações – de que ao justo bem irá, e tudo o que o homem semear, isto também ele colherá (Mt 6.31-34; Hb 13.5; Sl 37.3-6; Is 3.10-11; Gl 6.7-8). 

III – OS ASTROS NO PLANO DIVINO Condenar expressamente a astrologia não significa ignorar a grandeza representada pelos astros e a sua finalidade neste mundo. Criados por Deus no princípio, sol, lua e estrelas (que incluem os planetas) foram designados, primariamente, como luminares para dar luz à terra e, consequentemente, servirem de indicadores do decurso do tempo: o sol para dias e anos, a lua para meses, as estrelas para as estações e atividades relacionadas (plantio, colheita), bem como para orientar os viajantes (Gn 1.14-16). Os astros também possuem a finalidade de servirem como sinais, e isto em vários sentidos: apontando a realização de eventos determinados por Deus (Mt 2.1-4; 24.29; 27.45); servindo como figuras de realidades espirituais (Ml 4.2; Dn 12.3; Fp 2.15; Ap 1.20; 22.16); testificando do poder e da glória daqu’Ele que os criou (Sl 8.1-4; 19.1), bem como ilustrando a Sua fidelidade (Jr 31.35-36). Criados por Deus com essas finalidades, os astros não controlam a vida das pessoas, mas são controlados pelo Senhor, sua mecânica e rotina sendo resultado do poder e propósito de Deus, que tudo faz segundo a Sua vontade (Sl 147.4; Jó 9.9; 38.31-32; Am 5.8; cf. Jz 5.20; Js 10.12-15). 

CONCLUSÃO Deus guia as nossas vidas e nos orienta pela Sua palavra, pela qual podemos ter a certeza de que todas as coisas contribuem para o nosso bem. Não temos o que temer quanto ao dia de amanhã, porque ao que for fiel está reservada a vida eterna, e Deus não nos faltará nesta vida passageira. Fujamos do engano em todas as suas formas, e não permitamos que nem mesmo uma inocente curiosidade seduza sutilmente os nossos corações.

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14 novembro 2023

008-Heresias do sectarismo religioso - Heresias Lição 08[Pr Afonso Chaves]14nov2023

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LIÇÃO 8 

HERESIAS DO SECTARISMO RELIGIOSO 

TEXTO ÁUREO: “Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.” (1 Jo 2.19) 

LEITURA BÍBLICA: 1 JOÃO 2.18-27 

INTRODUÇÃO Sabemos que toda heresia é essencialmente sectária, pois promove divisão no corpo de Cristo. Através da exposição bíblica e da disciplina cristã, a Igreja convence a muitos hereges, desarraigando o erro dos seus corações e trazendo-os de volta à paz e comunhão dos santos. Outros, porém, resistindo à verdade, não apenas endurecem seus corações no erro, mas, não podendo mais dissimular entre os fiéis, abandonam a sua congregação e estabelecem novas organizações que, alegando representar com exclusividade a verdadeira igreja de Cristo, propagam livremente as heresias pelas quais deveriam ser censurados por todo aquele que está familiarizado com as Escrituras Sagradas. 

I – A PRETENSA EXCLUSIVIDADE DO SECTARISMO RELIGIOSO A origem de qualquer grupo de natureza sectária pode ser relacionada diretamente a um ou mais indivíduos cuja influência foi decisiva tanto para a definição do seu corpo doutrinário característico como para a organização dos seus seguidores em um agrupamento distinto da sua denominação de origem. Esses indivíduos eram filiados a igrejas evangélicas, até o momento em que alcançaram sua suposta “iluminação” ou “revelação”. A partir de então, todos eles, cada um a seu modo, procuraram estabelecer o argumento de que toda a Cristandade teria fracassado e estaria reprovada aos olhos de Deus, e que a sua organização particular representaria uma restauração do verdadeiro povo de Deus. A doutrina peculiar aventada pelo seu fundador passa a ser o marco distintivo dessa organização e, conseqüentemente, negá-la seria rejeitar o próprio caminho da salvação. Em primeiro lugar, não podemos aceitar a ideia de que a igreja de Cristo tenha fracassado e em algum momento tenha simplesmente desaparecido da terra, porque a verdadeira igreja não é uma organização humana suscetível de corrupção, mas sim uma instituição divina, formada por aqueles que, em todas as gerações, deram testemunho de seu amor a Jesus, não amaram suas vidas até a morte e guardaram os Seus mandamentos. Nenhuma força nos céus ou na terra seria capaz de deter a marcha desta igreja, porque seu fundamento e sua cabeça é Cristo, o qual venceu todas as coisas e subjugou todas as potestades aos seus pés. Ainda que assaltada de todos os lados, a igreja cumprirá o seu chamado neste mundo, geração após geração, que é pregar o evangelho, converter as nações e perseverar até o fim (Mt 16.l8; 24.9-14; 28.18-20; Ef 1.18-23; Rm 8.31, 37). Dito isto, admitimos que as instituições em que os homens se organizam a fim de professar sua fé no evangelho, por congregarem tanto fiéis como infiéis, são passíveis de corrupção – haja vista o que ocorreu com o romanismo, e com outras denominações “cristãs” do passado e do presente. Mas isto se deve ao fato de que os fiéis estão no mundo, e a previsão bíblica é de que muitos que não são de Deus se unirão aos fiéis pelos mais diversos interesses, dissimulando sua falta de fé ou enganando-se a si mesmos quanto à sua salvação. A igreja de Cristo não é de modo algum prejudicada por esta situação, mas antes os fiéis são manifestos em tais circunstâncias (2 Tm 2.19; Jo 17.15-16; Mt 13.36-43, 47-50). Aí lembramos que a Reforma Protestante e outros movimentos precursores, diferentemente do sectarismo religioso, jamais cogitaram que a igreja de Cristo tivesse deixado de existir por causa da corrupção dos ensinos e costumes da instituição que até então se arrogava o título de “igreja”. O que aconteceu foi que, tendo sido proposta uma reforma dessa instituição à luz da doutrina verdadeiramente bíblica e apostólica, muitas igrejas aceitaram e foram reformadas e outras, sob o rígido controle da hierarquia romanista, a recusaram, e permaneceram na apostasia e na heresia. Nenhuma nova igreja foi instituída, nem houve divisão no verdadeiro corpo de Cristo. 

II – A PRETENSA VERDADE DO SECTARISMO RELIGIOSO Uma das características fundamentais do sectarismo religioso é a sua pretensão a um conhecimento ou compreensão da verdade ao qual somente o seu grupo particular tem acesso, ao mesmo tempo em que esse conhecimento seria essencial para definir o caráter e aqueles que fazem parte da verdadeira igreja. Contudo, quando analisamos o teor desse conhecimento, notamos que trata de questões de menor importância, ou no mínimo controversas mesmo para aqueles que aderem exclusivamente ao ensino das Escrituras. Não são como as grandes questões a respeito da salvação discutidas pelos reformadores no século XVI. Algumas são de caráter prático – como guardar dias, abster-se de certos tipos de alimentos (Cl 2.16-23; Rm 14.1-6). Outras são de caráter escatológico, tendo se originado em datas previamente estabelecidas pelos seus fundadores para a vinda de Jesus – datas estas que, não tendo se concretizado, foram reinterpretadas para assinalar um grande acontecimento de ordem espiritual (Mt 24.36, 42; At 1.6-7). Na busca ávida por fundamentar suas opiniões sobre a vontade de Deus ou o sentido exato das Escrituras, o sectarismo religioso precisa se apoiar fortemente em uma autoridade extrabíblica. Assim, alguns apelam para as visões que seus fundadores supostamente teriam recebido, nas quais Deus teria lhes indicado o caminho correto em meio à “confusão das igrejas”, ou mesmo para uma nova “revelação” escrita, conforme já estudamos em lição anterior (Gl 1.8-9; 2 Co 11.3-4, 14-15). Mais discretamente, outros grupos consagram os comentários ou as interpretações de um líder, ou de um “corpo governante”, considerando-os intérpretes exclusivos dos oráculos divinos, mas esquecendo-se de que somente Deus é o intérprete infalível da Sua palavra (2 Pe 1.19-21; 1 Co 2.14-16; 1 Jo 2.21, 27). E, de modo ainda mais lamentável, e para maior perigo dos incautos e indoutos, há aqueles que, inescrupulosamente, alteram as próprias palavras do texto bíblico para acomodar seu entendimento numa bíblia que nada mais é que uma impostura, um simulacro da palavra de Deus. 

III – A PRETENSA SALVAÇÃO DO SECTARISMO RELIGIOSO Não cabe a nós julgar a sorte dos indivíduos cooptados pelo sectarismo religioso, mas, por amor à verdade do evangelho e à luz dos pressupostos claramente heréticos apresentados nos tópicos anteriores, só podemos dizer que, enquanto confiarem nestas pretensões, eles não estarão apoiados em Cristo Jesus – único fundamento da salvação e da vida eterna. Senão vejamos: aquele que verdadeiramente ama a Cristo também ama a igreja, que é o Seu corpo – isto é, aqueles que confessam e vivem pelo evangelho; por amor à igreja, ao invés de romper ao menor sinal de desacordo, devemos antes lutar para preservar a sua unidade, mesmo que isto signifique travar terríveis batalhas (1 Jo 5.1; Ef 4.1-3). E, ao contrário do conhecimento salvífico, que consiste na graça do arrependimento dos pecados e no perdão de Deus revelado em Cristo Jesus e comunicado ao coração do homem pelo evangelho, a verdade que o sectarismo arvora muitas vezes contra as igrejas e denominações evangélicas é de natureza distinta – é o conhecimento que, como disse o apóstolo, incha, porque leva à divisão, à acusação e ao escândalo, e não à edificação (Lc 1.76-79; Jo 10.14; 14.6-7; 1 Co 8.2-3; Rm 14.13-14). 

CONCLUSÃO O sectarismo presume que a obra de Deus possa ser impedida pelos homens, ao passo que a igreja de Cristo tem marchado por este mundo incontaminada e guardada contra o erro, não na aparência das instituições que se corrompem e se sucedem na história, mas no coração daqueles que verdadeiramente conhecem a Deus e o amam.

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08 novembro 2023

007-Heresias cristológicas - Heresias Lição 07[Pr Afonso Chaves]07nov2023

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LIÇÃO 7 

HERESIAS CRISTOLÓGICAS 

TEXTO ÁUREO: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho tem também o Pai.” (1 JOÃO 2.22-23) 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 1.9-20 

INTRODUÇÃO De todas as heresias que surgiram ao longo da história do Cristianismo, as mais perniciosas e recorrentes são aquelas relacionadas à pessoa, natureza e obra do Senhor Jesus – as chamadas “heresias cristológicas”. Por causa delas, contendas gravíssimas dividiram a Cristandade, e diferentes nomes foram criados não apenas para rotular as opiniões divergentes, mas também para perseguir aqueles que as esposavam. Eventualmente, essas heresias desapareceram, para surgir novamente nos séculos seguintes no bojo de novas religiões ou de segmentos autodenominados “cristãos” ou “bíblicos”, conforme estudaremos nesta lição. 

I – A NEGAÇÃO DA DIVINDADE DE CRISTO Embora os judeus nos tempos de Jesus aguardassem avidamente a manifestação do Messias, os evangelhos nos revelam o quanto eles se equivocavam na sua compreensão acerca da pessoa, natureza e obra do Ungido de Deus. De todas as declarações de Jesus, a que mais era recebida com incompreensão e até mesmo escândalo pelos Seus conterrâneos era aquela em que Ele se referia a Si mesmo como Filho de Deus. O Messias que os judeus aguardavam devia ser um legítimo descendente de Davi, mas não cogitavam que ele pudesse ser mais filho de Deus do que qualquer outro israelita, assim negando a Sua divindade e, consequentemente, a natureza espiritual da Sua obra. Notemos que eles entendiam muito bem que, ao se intitular o Filho de Deus, Jesus queria dizer que é igual a Deus; mas não conseguiam entender que esta é uma verdade implícita em muitas profecias sobre o Messias, tais como aquelas que os evangelhos apontam cumprindo-se em Jesus (Lc 1.32-33, 35; Jo 5.17-18; 10.30-33; Mt 22.41-45). Um passo à frente dos judeus que rejeitaram o testemunho incontestável de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, estão aqueles, primeiro entre os mesmos judeus, depois entre outros grupos religiosos, que crêem nas palavras, nas obras e na integridade moral de Jesus, e O reconhecem como um grande profeta ou mestre, mas não como Messias e Filho de Deus. É inegável que o ministério de Jesus incluía pregar e ensinar com autoridade que nenhum profeta ou mestre jamais teve. Contudo, os milagres por Ele realizados eram algo mais do que uma legitimação divina do Seu ministério “profético”; eram testemunhos da Sua própria glória, que demonstravam a Sua dignidade de ser honrado como o próprio Pai, e sinalizavam a Sua capacidade de realizar uma obra que somente o Filho de Deus poderia realizar: a redenção dos pecadores. Por isso o Senhor não apenas exortava Seus ouvintes a crerem na Sua doutrina, mas também a crerem na Sua pessoa como a própria fonte da vida eterna (Mt 16.13-14; Jo 3.1-2; 5.19- 23; 7.16-17; 20.30-31). Por último, encontramos aqueles que, dizendo-se cristãos, confessam que Jesus é o Cristo e o Filho de Deus, mas distorcem ou diminuem o significado destes títulos divinos – o que equivale a negá-los. Alegam que Ele é chamado Filho de Deus porque teria sido a primeira criação, o único ser gerado ou criado diretamente por Deus, todas as demais coisas tendo sido criadas por Ele ou através d’Ele. Assim, mesmo estando acima de toda a criação, o Filho de Deus não seria eterno, nem divino como o Pai e, portanto, não deveria ser adorado como Deus! É verdade que a relação entre Cristo e Deus é expressa em termos de filiação e paternidade, implicando na primazia do Pai sobre o Filho, mas a analogia humana não deve ser levada no sentido contrário à revelação bíblica de que Cristo existe eternamente com Deus, tendo se manifestado no princípio como o Verbo, isto é, a palavra divina, para criar todas as coisas. Ele é,  portanto, a imagem exata do Pai, revelando o Deus que de outro modo é inalcançável e inefável. Sua procedência desde o seio do Pai é comparada a uma geração, de modo que Ele é chamado também o unigênito de Deus, mas isto nada tem a ver com criação. Ele é o único que participa da essência de Deus como um filho participa da natureza do pai, e por isso é o único que pode ser chamado propriamente de Filho de Deus (Jo 1.1-3, 18; 14.6-11; Cl 1.12-17; 2.9; Hb 1.1-5). 

II – A NEGAÇÃO DA HUMANIDADE DE CRISTO Se a divindade de Cristo já foi e ainda é questionada por alguns grupos, inclusive dentro da Cristandade, quando o assunto é a humanidade do Filho de Deus, as discussões escalaram a um nível surpreendente, pendendo, de um lado, para o extremo da heresia que afirmava que o homem Jesus não passava de uma aparência ou ilusão, não podendo o Cristo, sendo santo e divino, “contaminar-se” com a matéria; e, do outro, para o extremo de definições dogmáticas que iam muito além do que as Escrituras ensinavam acerca da encarnação e vida terrena de Jesus. Negar a humanidade de Cristo é uma heresia de perdição, pois a redenção da humanidade só poderia se realizar quando um legítimo representante da humanidade cumprisse toda a justiça, expiando pelos nossos pecados, nos quais fomos precipitados em Adão. Convinha-nos, portanto, um novo (e último) Adão, que em tudo fosse semelhante a nós, inclusive na sujeição à tentação e à morte, mas não ao pecado, ao mesmo tempo sendo santo e divino, cheio de graça e verdade para cumprir a justiça de Deus (1 Jo 4.2-3; Hb 2.14-18; 4.15; 7.26-27; Rm 5.19). Assumir a aparência humana e até mesmo interagir como um humano era algo que os anjos de Deus já haviam feito no passado; mas a encarnação é um mistério cuja manifestação estava reservada exclusivamente àquele que seria o nosso Redentor. Por isso, ao invés de simplesmente apresentar Jesus como um homem que aparece de repente em Israel, exercendo o Seu ministério, o Evangelho chama a atenção para a Sua humanidade, relatando o Seu nascimento, Seu amadurecimento e desenvolvimento, Suas aflições e sentimentos e, finalmente, Seus padecimentos e Sua morte (1 Tm 3.16; Lc 2.21, 39-40, 52; Jo 11.35; Hb 5.7-8; Jo 19.30-35). 

III – CONSEQUÊNCIAS DA NEGAÇÃO DA DIVINDADE E HUMANIDADE DE CRISTO A partir da conciliação entre as verdades elucidadas nos tópicos anteriores, somos levados a uma correta compreensão da obra de nosso Senhor e Salvador Jesus. Aqueles que rejeitam a divindade de Cristo (como fazem os judeus, muçulmanos e outros grupos) se privam de qualquer possibilidade de conhecer e se achegar a Deus para obter a vida eterna, visto que, sem a revelação do Pai no Filho, o homem simplesmente não pode conceber o Deus invisível, e acaba por se voltar para um ídolo, um deus desconhecido (Mt 11.27; 1 Co 1.30-31; 1 Jo 2.23). Por sua vez, aqueles que negam a humanidade real de Jesus, ou a consideram apenas um aspecto ilusório ou transitório da Sua existência neste mundo, de menor importância em comparação ao Seu ministério de ensino e pregação (como fazem, mais uma vez, muçulmanos, espíritas e outros grupos), são incapazes de conceber a gravidade do pecado aos olhos de Deus, a necessidade de satisfazer a uma justiça perfeita, o amor de Deus por nós e a redenção total do nosso ser provida por Cristo. Como homem Ele veio ao mundo, morreu e ressuscitou para que nós também, como almas viventes que somos, sejamos salvos e no último dia, pela ressurreição, ter entrada no reino celestial (Jo 17.1-3; 1 Jo 4.10; 1 Pe 2.21-22; 1 Co 15.1-4, 17-21, 45-49). 

CONCLUSÃO A mensagem do Evangelho é única, é a boa nova de que Deus enviou Seu amado Filho a este mundo, não apenas como um mensageiro, mas como o primogênito entre muitos irmãos, a saber, aqueles cujos pecados levou sobre Si para que possam estar junto d’Ele com o Pai na eternidade.

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