27 dezembro 2022

001-Uma visão dos Salmos - Salmos Lição 01[Pr Denilson Lemes]27dez2022

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 LIÇÃO 1 

UMA VISÃO GERAL DOS SALMOS 

TEXTO ÁUREO: “Assim cantarei salmos ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia.” (Salmo 95.2) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 61.1-8 

INTRODUÇÃO O livro dos Salmos é apreciado pelo povo de Deus principalmente pelo seu valor devocional, pois nele encontramos inspiração para as orações, súplicas, louvores e ações de graças que rendemos a Deus. Nesta obra de maravilhosa beleza poética e profunda expressão sentimental são manifestos os anseios, as esperanças e as realizações espirituais da alma. Mas, ainda mais do que uma fonte de inspiração devocional, os salmos também consignam importantes ensinamentos sobre a natureza e as obras de Deus, bem como testificam de diversas maneiras acerca de Cristo Jesus. 

I – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO LIVRO A palavra “salmo” é usada em referência a cada um dos 150 poemas que compõem o livro, em conexão com o número que indica a posição do salmo na coleção (cf. At 13.33). Ao contrário, porém, do que ocorre com os “capítulos” em que se divide o texto das outras Escrituras, cada salmo é uma composição independente. “Salmo” é uma palavra de origem grega e está relacionada com “saltério”, um instrumento de cordas que era tocado como acompanhamento à recitação, ou cântico, dos salmos (cf. Sl 33.2; 108.2). De fato, o salmo é um tipo de expressão devocional cantada, com a qual o povo de Deus é exortado a louvar ao Senhor (cf. Sl 61.8; Cl 3.16). Os salmos foram escritos durante um período tão extenso quanto o da composição de todo o Antigo Testamento – isto é, aproximadamente 1.000 anos. Entre os seus autores, são citados por nome Moisés (Sl 90), Davi (73 salmos), Asafe (Sl 50, 73-83), os filhos de Coré (Sl 42-49, 84-85, 87-88), Hemã (Sl 88), Etã (Sl 89) e Salomão (Sl 72, 127). Entre os de autoria anônima, um deles é da geração do cativeiro babilônico (Sl 137) e outro, da geração pós-cativeiro (Sl 126). Mas, sem dúvida, é o nome do rei Davi que mais se destaca em conexão com este livro. O fato de ser um homem segundo o coração de Deus (1 Sm 13.14), conforme o testemunho das suas profundas experiências e sensibilidade espiritual, aliado ao seu talento musical (cf. 1 Sm 16.18, 23) e senso poético (cf. 2 Sm 1.17-19), fizeram de Davi o “suave em salmos de Israel” (2 Sm 23.1-2). Ademais, foi este rei quem deu aos salmos um lugar de destaque no culto divino, ao incumbir os levitas de servirem como cantores e músicos na casa de Deus, confiando-lhes os seus salmos para serem cantados continuamente perante o Senhor (cf. 1 Cr 16.4-7, 37; 25.1-2). Na ordem em que se apresentam, os salmos são tradicionalmente agrupados em 5 livros, cada qual se encerrando com uma doxologia (um louvor a Deus), a saber: Livro I (Sl 1-41), Livro II (Sl 42-72), Livro III (Sl 73-89), Livro IV (Sl 90-106), Livro V (Sl 107-150) – sendo que o salmo 150 é considerado a doxologia que encerra este último livro. Não se sabe com certeza o motivo desta divisão, podendo refletir as diferentes etapas em que um determinado número de salmos ia sendo agregado ao cânon sagrado, mas disto não resulta nenhuma conseqüência para a apreciação dos salmos em si. 

II – CARACTERÍSTICAS PARTICULARES E CARÁTER POÉTICO DOS SALMOS Além do título geral do livro, a maioria dos salmos apresenta uma inscrição, ou cabeçalho, que não entra na distribuição do texto em versículos, mas que também não pode ser confundida com as epígrafes, inseridas nas bíblias em tempo relativamente recente pelas editoras. Estas podem variar de uma versão ou tradução para outra; já os títulos dos salmos são de origem muito mais remota e, embora muitas palavras aí sejam de significado incerto (algumas sendo apenas transliteradas em nossas traduções), sem dúvida esses títulos foram introduzidos visando a mais de um propósito. Alguns designam a autoria, como vemos com freqüência: salmo de Davi; outros indicam o propósito: salmo de louvor (Sl 100), para lembrança (Sl 38), maskil (para meditação ou instrução, Sl 32), mictão (lamentação?, Sl 56-60); há aqueles que citam a ocasião em que o autor foi inspirado a compor o salmo (Sl 18, 34, 51); e outros onde as palavras fazem clara referência à liturgia envolvida na recitação dos salmos: para o cantor-mor em neginote (instrumento de cordas? Cf. Sl 55) sobre seminite (oitava? Cf. Sl 12) – e aqui lembramos também os freqüentes termos: selá e higaiom, que aparecem no corpo dos salmos, talvez assinalando a mudança na entonação da voz ou uma pausa (Sl 9.16). O livro dos Salmos é classificado como poesia, juntamente com Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cantares e Lamentações. Contudo, a poesia hebraica, especialmente aquela representada nos Salmos, não possui rima nem métrica, mas antes se caracteriza por um ritmo sonoro harmonioso (cuja beleza em grande parte se perdeu nas traduções) e pelo paralelismo, isto é, a correspondência de pensamento de uma linha do verso com a anterior. Reconhecer estas características e identificá-las na prática é essencial para entendermos o que o escritor inspirado realmente está querendo dizer. Existem vários tipos de paralelismo, dos quais citamos: paralelismo sinônimo – quando o pensamento de uma linha é repetido na linha seguinte, mas com palavras diferentes (Sl 114.1); paralelismo antitético – quando o pensamento de uma linha é confirmado pela afirmação do seu oposto na linha seguinte (Sl 1.6; 30.5; 37.21); paralelismo sintético – quando o pensamento de uma linha serve de base ou causa para o que é expresso na linha seguinte (Sl 19.7-10; 22.4; 119.121); paralelismo ascendente – quando o pensamento de uma linha é completado pela linha seguinte (Sl 121.1-4; 22.4, 5). 

III – PROPÓSITO E CLASSIFICAÇÃO DOS SALMOS Há muitas formas de se classificar os salmos, mas, considerando que, na sua origem e essência, todo salmo se constitui em uma expressão devocional, seja do indivíduo ou da congregação, poderíamos classificá-los de acordo com as mais diversas circunstâncias que motivam essa expressão: salmos de oração, onde se faz súplica pelo favor ou proteção divina (Sl 86, 102); salmos de louvor ou ação de graças, por livramentos e bênçãos recebidas ou pela grandeza das obras de Deus (Sl 47, 104); salmos penitenciais, onde os pecados são confessados e o perdão, buscado (Sl 32, 38, 51); salmos imprecatórios, que invocam o juízo de Deus contra os Seus inimigos (Sl 35, 137); salmos sapienciais, que exaltam a sabedoria de Deus revelada na Lei (Sl 1, 34, 119), ou instruem o povo de Deus no caminho em que devem andar (Sl 37, 122, 105-107); salmos de confiança, onde é expressa a fé e certeza na providência e bondade de Deus (Sl 11, 16, 23). A esses poderíamos acrescentar, à luz da revelação evangélica, os salmos messiânicos, onde Cristo é profeticamente anunciado ou prefigurado em eventos na vida dos reis Davi e Salomão (Sl 2.6- 7; 16.9-10; 22.17-18; 72; 102; 110.1, 4). Devemos, contudo, esperar encontrar neste livro preciosas lições não apenas para nossa prática devocional ou litúrgica, mas para nosso andar diário com Deus, pois aqui veremos como não apenas as intenções, mas as obras dos ímpios são descortinadas e expostas à reprovação, ao mesmo tempo em que o caminho do justo é louvado, e um viver de confiança e obediência a Deus são incutidos em repreensões e alertas despertados pelo Espírito na alma do escritor inspirado, e aos quais ele dá expressão através do salmo. 

CONCLUSÃO O livro dos Salmos é uma fonte de inspiração para nosso devocional com Deus, orientando-nos sobre o sentido e propósito da verdadeira adoração e do verdadeiro louvor; bem como um guia sobre como agradar a Deus tanto com nossas orações e louvores, como com nossas obras e atitudes.

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I


20 dezembro 2022

013- A Salvação Eterna - Isaías Lição 13 [Pr Afonso Chaves]20dez2022

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LIÇÃO 13 

A SALVAÇÃO ETERNA 

TEXTO ÁUREO: “Porque, eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio.” (Isaías 65.17-18a) 

LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 65.1-16 

INTRODUÇÃO Nesta última lição do trimestre, estudaremos os capítulos finais (62-66) de Isaías. A esperança de uma restauração gloriosa para Jerusalém, passada a repreensão do cativeiro, tem sido constantemente alimentada pelo profeta, para que os fiéis não desfaleçam, mas sejam pacientes, certos de que não serão abandonados. O propósito de Deus para o Seu povo haverá de se revelar numa obra gloriosa e inédita, alcançando as gerações futuras e adentrando a eternidade, resultando em salvação eterna para os que perseverassem no Senhor, mas em destruição e esquecimento para aqueles que O abandonassem. 

I – A SALVAÇÃO DE JERUSALÉM DEVE SER ANUNCIADA (CC. 62-63.6) O profeta expressa aqui o seu zelo e cuidado sincero pela salvação de seu povo, cuja glória e exaltação futura o motivavam a perseverar em seu ofício de anunciar, e não se calar quanto ao que lhe fora revelado pelo Espírito, assim como muitos outros profetas que, tais como guardas sobre os muros de Jerusalém, haviam sido incumbidos por Deus de animar os fiéis a serem pacientes e a perseverarem até que as promessas se cumprissem (62.1, 6-7). Ao mesmo tempo, são reafirmadas aqui essas promessas, quanto a Jerusalém ser honrada e exaltada em justiça e salvação, sob o reconhecimento das nações que, até então, zombavam dela ou a desprezavam pela sua rebelião e castigo (62.2). Não por mérito próprio, mas porque o Senhor voltaria a se agradar do Seu povo, de modo que todo o resplendor que nasceria sobre ela resultaria de seu relacionamento restabelecido com Deus, no qual Jerusalém seria qual coroa nas Suas mãos, e Deus voltaria a ter nela o Seu prazer (Hefzibá significa “meu prazer está nela”) e a tratá-la como esposa (Beulá, “desposada”, cf. 62.3-5). E, se antes havia sido pecadora e, por isto mesmo, desamparada, agora Jerusalém seria conhecida como povo santo, remidos do Senhor, bem como a Procurada, a cidade não desamparada (62.12; cf. 1 Co 6.10-11; 1 Pe 2.10). O capítulo seguinte retoma a referência à redenção de Jerusalém, para nos lembrar que a salvação daqueles que outrora pecaram requer a ação justa e poderosa do Senhor, na qual Ele julgará as nações pecadoras que oprimiram Israel na sua aflição – das quais a mais representativa é Edom; ao mesmo tempo em que usará de misericórdia para com o povo que escolheu (cf. Ml 1.2-5). Notemos quão vividamente é representado esse juízo contra as nações – como se, ao mesmo tempo em que quisesse fortalecer a esperança do seu povo anunciando a salvação de Jerusalém, o profeta também quisesse chamar a atenção de todos para a terrível vingança e ira divina a ser derramada contra as nações: “Quem é este, que vem de Edom...” (63.1-6; cf. Jd 14, 15). 

II – AÇÃO DE GRAÇAS E SÚPLICA DO PROFETA (CC. 63.7-64) Em vista dessas promessas de benignidade, perdão e salvação para Israel, mesmo depois de terem gravemente se rebelado, demonstrando Deus a Sua fidelidade ao concerto firmado com os pais, o profeta irrompe em ação de graças, louvando-O pelo cuidado demonstrado pelo Seu povo no passado e, mesmo quando pecavam, não tê-los destruído, mas zelado para que o Seu nome fosse glorificado neles (63.7-14). Assim, Isaías suplica ao Senhor para que, uma vez executado o castigo, os israelitas não permaneçam na rebelião e impenitentes, por muito tempo; mas antes se convertam para que assim o Senhor possa trazê-los logo de volta do cativeiro (63.15-19; cf. Lm 5.21). O profeta lembra-se então, no capítulo seguinte, dos tempos em que o Senhor manifestava o Seu poder e glória de uma forma notória aos inimigos de Israel, demonstrando assim que Jeová trabalha para aquele que nele espera (64.1-4). E, embora estivesse sempre pronto a sair ao encontro daquele que pratica a justiça e, quando o povo pecava, Deus se irasse contra eles e os entregasse nas mãos dos seus inimigos; como os Seus caminhos – isto é, o Seu conselho, Seu propósito – são eternos, Ele ainda os salvava, tão logo se arrependessem (64.5). O momento não parecia nada favorável a uma demonstração de misericórdia: “não há ninguém que invoque o teu nome”, como declara o profeta; mas, considerando que a promessa de uma restauração restava firme, Isaías pede ao Senhor que complete a Sua obra tal como o oleiro com o barro, não estendendo Sua ira perpetuamente, mas pondo logo um fim à aflição do Seu povo (64.6-12).

 III – SALVAÇÃO E CONDENAÇÃO ETERNA (CC. 65-66) Os dois últimos capítulos desta profecia destacam o caráter inédito da restauração do povo de Deus, os quais seriam prefigurados na volta do cativeiro, mas seriam de fato inaugurados na vinda do Messias a este mundo, alcançando a sua plenitude na eternidade. Consideremos como, na resposta de Deus à súplica do profeta, temos implícita a rejeição final dos judeus enquanto povo, os quais ainda seriam castigados, caso se apartassem do Senhor, ao mesmo tempo em que os gentios tomariam parte na herança juntamente com o remanescente de Jacó: “Fui buscado dos que não perguntavam por mim; fui achado daqueles que me não buscavam”, “deixareis o vosso nome aos meus eleitos por maldição; e o Senhor Jeová vos matará; e a seus servos chamará por outro nome” (65.1, 15, 8-9). De modo que a salvação de Jerusalém de que trata a profecia refere-se, não à Jerusalém terrena, aos judeus segundo a carne, aos céus e terra de então, por assim dizer; mas sim ao estabelecimento de uma nova ordem de coisas, um novo céu e uma nova terra, onde o povo de Deus é identificado pela virtude, pelo espírito que une cada fiel à verdadeira semente, ao filho da promessa – Cristo Jesus (65.16-17; cf. Gl 6.15-16; 2 Co 5.16-17; Rm 9.6-8). O capítulo ainda retoma várias figuras que apontam para a plenitude derramada sobre o povo durante o reinado eterno do Messias, na representação de uma vida pacífica e de trabalho frutífero, de longevidade e saúde, bem como de prosperidade e abundância de alimentos (65.20-25). Numa última repreensão, o Senhor denuncia a hipocrisia de muitos israelitas, que confiavam no templo e numa religiosidade que, como vimos em capítulos anteriores, era anulada pela malícia dos seus corações. Quando o castigo se abatesse sobre Jerusalém, as ilusões daqueles que se apegavam às aparências, e não ao Senhor, seriam desfeitas (66.4-6). Mas, tal como uma mulher que dá à luz subitamente, o povo seria restaurado de um modo maravilhoso, e uma nação nasceria em um dia – o que é uma referência tanto à restauração figurada do povo de Deus por decreto de Ciro, como à realidade trazida à luz através do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, pelo qual Ele pagou o preço da redenção do Seu povo, assegurando, com um só ato, a vida eterna aos fiéis (66.7-14; cf. Ed 1.1-3; Zc 3.9; Hb 5.9). Então, Isaías encerra sua profecia com o vislumbre de um juízo universal contra toda a carne (66.16) e dos novos céus e nova terra que o Senhor descortinará na eternidade, onde a posteridade e o nome de Israel, isto é, Seu povo eleito, estará para sempre perante a Sua face (66.22). 

CONCLUSÃO Isaías revela a grandeza da justiça, santidade e fidelidade de Deus, assim como o Seu interesse por nós, agradando-Se daqueles que procuram exercitar essas mesmas virtudes. Ao mesmo tempo, Ele repreenderá aqueles que forem negligentes, e isto fará para que reconheçamos o erro dos nossos caminhos e busquemos n’Ele a restauração, a qual certamente Ele operará em favor daqueles que verdadeiramente se arrependerem e a buscarem.

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13 dezembro 2022

012-Repreensões e Promessas - Isaías Lição 12[Pr Afonso Chaves]13dez2022

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LIÇÃO 12 

REPREENSÕES E PROMESSAS 

TEXTO ÁUREO: “Quanto a mim, este é o meu concerto com eles, diz o Senhor : o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca da tua posteridade, nem da boca da posteridade da tua posteridade, diz o Senhor , desde agora e para todo o sempre.” (Isaías 59.21) 

LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 60.1-12 

INTRODUÇÃO No estudo dos capítulos 57 a 61 de Isaías, nos deparamos com a repetição de exortações e promessas, mas com novos detalhes ou sob nova consideração, que procuraremos destacar nesta lição: primeiramente, a repreensão aos pecadores, que ignoravam os sinais da proximidade de um terrível castigo da parte de Deus, além de dissimularem sua adoração e não atentarem para o fato de que eles, pelos seus próprios pecados, haviam se alienado do favor e da salvação divina; depois, a confirmação de que, não obstante a atual situação de rebelião e pecado, a igreja se reergueria gloriosa, e a ela concorreriam as nações, e não apenas os dispersos de Israel; e, por fim, a reiteração do papel fundamental do Messias, o Servo Ungido do Senhor, nesta obra de salvação e libertação do povo do cativeiro e da opressão. 

I – REPREENSÃO AOS PECADORES (CC. 57-59) Lembremos que, por estar profetizando num período em que o povo, ainda em rebelião contra a palavra de Deus, não havia sido castigado, mesmo nesta segunda parte do livro, cujo tema principal é a salvação e a glória do reino do Messias, com frequência o profeta será instigado a chamar a atenção do povo para o seu estado atual. Depois de exortar os fiéis a manter o juízo, e denunciar os atalaias de Israel por serem, em grande parte, responsáveis pelo pecado e impenitência do povo; o Senhor chama a atenção para o fato de que muitos justos estavam sendo “levados”, recolhidos através da morte, para não presenciarem o grande mal que se abateria sobre a nação (57.1-2). Segue-se então uma acusação contra os filhos de Israel, os quais, pelas suas idolatrias, são considerados como “filhos da agoureira, semente de adultério e de prostituição”, suas depravações morais e espirituais sendo cometidas em toda a parte, com toda sorte de ídolos (57.3-9). Apesar de cansados de sua longa viagem ao longo de gerações de desobediência e rebeldia à palavra de Deus, ao invés de se arrependerem, eles haviam se acomodado ao seu estado, o aparente “silêncio” do Senhor sendo entendido como abandono, e não como paciência, que logo se esgotaria, com a revelação da iniquidade dos seus atos (vv. 10-12). Essa “contenda” de Deus com os israelitas não podia durar para sempre, por isso seria agilizada de tal modo que o remanescente, saindo dela contrito e quebrantado, seria consolado e sarado pelo Senhor (vv. 15-21). Por outro lado, havia aqueles dentre o povo que demonstravam aparente temor e interesse nas coisas de Deus, mas seu pecado, sendo tão patente que devia ser anunciado como que ao som de trombeta (58.1), inutilizava qualquer ato de piedade, fazendo deles hipócritas cujos corações estavam, de fato, longe do Senhor (vv. 2-7). Como em grande medida essa falta de piedade se manifestava no desprezo e negligência para com o próximo, o profeta os incentiva a atenderem ao necessitado, sob a promessa de que suas orações e jejuns seriam então aceitos (vv. 7-12). E a isto acrescenta que a verdadeira piedade é aquela que, tal como expresso na guarda do sábado, o homem abre mão dos seus próprios interesses para cuidar verdadeiramente das coisas do Senhor (vv. 13-14). No capítulo seguinte, o pecado de Israel é apresentado como o fator decisivo no abandono do povo ante o castigo e a miséria que estavam para se abater sobre a nação. Deus está pronto e disposto para atender à súplica e ao clamor do seu povo, e para salvá-los poderosamente; mas o pecado, não confessado, não abandonado, é como que um testemunho de que os israelitas não desejavam agradar a Deus, mas antes queriam se manter longe d’Ele (59.1-13). De fato, a própria justiça e equidade haviam sido barradas para que não entrassem nem se manifestassem no meio do povo (vv. 14-15). O próprio Senhor agiria então, pela Sua graça e misericórdia, para que a justiça fosse restabelecida no meio do Seu povo – e isto Ele faria através de um Redentor enviado a Sião (vv. 16-20). 

II – A CRESCENTE GLÓRIA DA IGREJA (C. 60) Embora omitido da sessão anterior, o último verso do capítulo 59 é muito importante para consideração deste tópico: ali, o Senhor promete ao remanescente do Seu povo confirmar o Seu concerto com eles, assegurando que tanto o Seu Espírito como Sua palavra jamais se desviariam da sua posteridade, para sempre. Segue-se então o fruto e consequência desta promessa maravilhosa, graças à qual o remanescente de Israel, outrora abatido na escuridão pelo pecado, se levantaria pela glória de Deus que resplandeceria sobre ele, e tão grandiosa seria essa glória que outros povos, mesmo os poderosos das nações, seriam atraídos por ela (60.1-3). Fala-se, ao longo do capítulo, no engrandecimento de Jerusalém, através do melhor das nações sendo trazido para dentro de seus muros em oferta e para glória de Deus – o que é uma referência figurada à restauração, não da cidade ou do templo no período pós-cativeiro (restauração essa que, pelo contrário, passou por muitos reveses), mas sim da igreja de Deus a partir do remanescente fiel em Jerusalém, o qual aguardava o cumprimento da promessa até que, naquele dia de Pentecostes, tanto o Espírito como a palavra foram abundantemente derramados sobre aquela posteridade, e o evangelho passou a ser proclamado a todas as nações, conclamando os povos a virem, a buscarem refúgio e livramento nos muros da verdadeira Jerusalém, isto é, a igreja de Cristo (vv. 11-12, 18; cf. At 2.16-21; 15.14-18). A palavra profética prossegue descrevendo uma glória crescente sobre Jerusalém, cuja repercussão podemos entender se dará na eternidade, quando, libertados de todas as amarras constrangedoras desta existência, os fiéis desfrutarão de indizível e inabalável paz e eterna segurança junto de seu Criador, em moradas eternas (vv. 18-22; cf. Ap 21.22-26). 

III – O MESSIAS SALVARÁ E RESTAURARÁ O SEU POVO (C. 61) A descrição da glória de Israel, ou da Igreja de Deus, é arrematada neste capítulo com a revelação de que a promessa do Espírito que, ao cumprir-se, resultará nesta exaltação, aplica-se primeiramente ao próprio Servo do Senhor – que é, de fato, conforme já comentado em lição anterior, a verdadeira posteridade, no qual tanto o remanescente de Israel como os gentios são aceitos por Deus na condição de herdeiros da mesma promessa (cf. Gl 3.16, 29). O Messias é, portanto, aqu’Ele que operará a exaltação da Igreja, fazendo valer os bons termos do concerto para aqueles que, tendo se desviado do pecado, através do arrependimento, da contrição – aqueles que o texto descreve como os contritos de coração, os cativos e presos, os tristes de Sião – receberem-no como o Redentor enviado por Deus (vv. 1-3, 8; cf. Lc 4.16-21). O capítulo se encerra com uma exclamação de regozijo do profeta ante a certeza de que o Senhor cumprirá estas promessas, e de que o povo certamente desfrutará e se alegrará em uma salvação abundante, plena, e gloriosa como vestes de luxo, prenunciando uma exaltação ainda maior por vir (vv. 10-11; cf. Ap 19.7-9). 

CONCLUSÃO O cumprimento das promessas de Deus feitas no passado devem alimentar uma esperança ainda maior em nossos corações do que naqueles que, antigamente, as receberam em circunstâncias tão adversas. Confiemos no Senhor, que já nos tem dado o penhor do Seu Espírito e da Sua Palavra, de que uma glória ainda maior está reservada para os fiéis, e brevemente se revelará.

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08 dezembro 2022

011-A Salvação é anunciada a todos - Isaías Lição 11[Pr Afonso Chaves]06dez2022

  

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LIÇÃO 11 

A SALVAÇÃO É ANUNCIADA A TODOS 

TEXTO ÁUREO: “E todos os teus filhos serão discípulos do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante” (Isaías 54.13) 

LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 54.1-13 

INTRODUÇÃO Após prenunciar os sofrimentos que o Messias haveria de padecer, não por Sua própria causa, mas para expiar os pecados do Seu povo, e estabelecer este Sacrifício como a base segura para a esperança dos fiéis que aguardavam a redenção do cativeiro e do pecado; o profeta contempla como essa obra messiânica redundaria em imensa glória e felicidade para o verdadeiro Israel, o qual se alegraria na salvação de muitos povos tal como a esposa ao se tornar mãe de muitos filhos. 

I – ISRAEL, A ESPOSA DO SENHOR, SERÁ EXALTADA (C. 54) Ainda sob a perspectiva do trabalho no qual o Messias empenharia sua própria alma para assegurar a eterna salvação do Seu povo, o profeta se dirige aqui a Israel, isto é, ao povo de Deus, na figura de uma mulher que, embora por um momento aflita em razão da sua esterilidade, não podendo ter filhos, poderia esperar por uma mudança em seu estado, e transbordaria à mão direita e esquerda, gerando muitos filhos. Esta é uma referência figurada tanto ao tempo da aflição de Israel sob o jugo do pecado e do cativeiro, em razão da sua infidelidade ao concerto com Deus, seu marido; como também à mudança que agora experimentariam, onde não seriam restaurados apenas à semelhança de qualquer momento de glória que tiveram no passado, mas seriam grandemente multiplicados pela entrada de muitos povos na possessão de Israel: “a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas” – uma alusão tanto à restauração dos israelitas à sua terra como à posterior salvação de muitos povos através do evangelho (vv. 1-3; cf. Gl 4.26-31). O povo de Deus poderia esperar tal mudança pelo fato de que aqu’Ele que os havia criado também era seu marido, tendo escolhido a eles, dentre muitos povos, para serem exclusivamente Seus; e que, por isso mesmo, embora os tenha desamparado por um momento, Ele se voltava novamente, para ampará-los eternamente, pois o Seu propósito anunciado no concerto que fez com o Seu povo não pode ser mudado. O juízo foi necessário, mas, uma vez esgotado no castigo, a misericórdia de Deus triunfou, e não mais seria repetido – tal como no juízo do dilúvio (vv. 4-10). A glória da Igreja nos tempos que estavam por vir é comparada ainda a um edifício que seria solidamente fundamentado e ricamente adornado; e, consideremos que, em grande medida, esta é outra forma de se referir ao incremento das almas, não apenas trazidas de todas as nações para serem agregadas aos fiéis de Israel, mas todas e cada uma unindo-se ao povo eleito como verdadeiros discípulos do Senhor, assim tomando parte na construção deste grande edifício que é a Igreja, tal como blocos ou pedras vivas (vv. 11-17; cf. Ef 2.17-22; 1 Pe 2.4-5). 

II – CONVITE À SALVAÇÃO (C. 55) Para evidenciar a abundância de vida e bênçãos que haveria no reinado do Messias, o profeta convida aos israelitas para que, considerando sua própria necessidade de salvação, poderiam obtê-la gratuitamente em Deus, não gastando seus recursos e trabalhando por coisas vãs, mas dando ouvidos à palavra do Senhor: “ouvi, e a vossa alma viverá”. Mais uma vez, o Senhor reafirma a imutabilidade do Seu propósito de salvá-los, referindo-se ao concerto, e às firmes beneficências, ou misericórdias, prometidas a Davi para que este se assentasse eternamente sobre o trono de Israel e que, em alusão ao próprio Messias, se cumpriram na ressurreição, quando Ele foi dado “como testemunha aos povos, como príncipe e governador dos povos”, estendendo o seu domínio a todas as nações, a povos que jamais sequer haviam perguntado pela salvação (vv. 1-5; cf. Lc 24.47-48; At 13.34-38; Mt 28.18-20). Nos versos seguintes, notamos a misericórdia de Deus para com o ímpio, que é convidado a não desperdiçar a generosa oportunidade de salvação, oferecida e disponível ao seu alcance, bastando para tal buscar, invocar ao Senhor, deixar tanto as obras como os maus pensamentos – em suma, tornar ou converter-se ao Senhor. Muito diferente de como julga o homem, Deus não age movido pelas mesmas motivações que os homens – Ele é justo em Seus pensamentos e caminhos, e Sua disposição em perdoar aquele que se arrepende ultrapassa a capacidade de compreensão de qualquer um de nós (vv. 6-9; cf. Sl 103.11; Ex 34.6-7). E, ao contrário da palavra humana, a palavra divina não muda, permitindo vislumbrar de antemão aquilo que certamente o Senhor fará a Seu tempo, como também descansar sobre as Suas promessas. Observe-se que aqui a palavra de Deus é claramente apresentada como um Agente que cumpre tudo aquilo que a Mente Divina dispôs – numa alusão ao próprio Messias, que é o Verbo de Deus (vv. 10-13; cf. Jo 1.1-2). 

III – EXORTAÇÃO À PERSEVERANÇA NA JUSTIÇA (C. 56) Neste capítulo, prossegue a exortação iniciada no final do anterior, onde Deus, tendo anunciado o Seu propósito de Se reconciliar com o Seu povo, não só dentre os israelitas, mas dentre todas as nações; e depois de conclamar os ímpios ao arrependimento e a se voltarem para o Senhor; exorta agora aqueles que têm se mantido no caminho da retidão a permanecerem fiéis, porquanto a esperança numa redenção futura, quando verdadeira, inspira a obediência, e a santificação (vv. 1-2; cf. 1 Jo 3.1-3). Mesmo os estrangeiros, isto é, os não israelitas que haviam se achegado ao Senhor, são exortados a perseverarem, porquanto seu esforço em guardar a palavra de Deus não seria em vão, mas seriam recompensados de um modo que excederia a própria expectativa que tinham quanto ao que havia de melhor para aqueles que eram chamados de filhos de Israel (vv. 3-5; cf. At 10.34-35; Rm 2.26-29). Nos últimos versos, a palavra parece mudar radicalmente de assunto, voltando a tratar dos pecados e da culpa de Israel quanto ao castigo que se abateria sobre eles – ainda futuro em relação ao tempo destas profecias. E, neste sentido, o Espírito se estenderá ainda mais nos próximos capítulos, uma vez que o Senhor sempre esteve pronto a ouvir a oração do povo desde aquela casa que foi chamada a Casa de Oração para todos os povos – sob a condição de se converterem e se humilharem diante d’Ele (v. 7; cf. 2 Cr 7.12-15). Aqui, são repreendidos os líderes de Israel, os quais eram movidos tão somente pela avareza e ganância, enquanto sua negligência em seus deveres fazia o povo perecer (vv. 8-12). 

CONCLUSÃO Embora vivamos hoje os tempos de que Isaías profetizou, testemunhando o amparo de Deus em relação ao Seu povo, demonstrado na obra redentora de Cristo Jesus, bem como incremento do reino dos céus na multiplicação dos filhos da Igreja; permanece aberto o convite de Deus aos homens, seja para que abandonem os seus atos e pensamentos pecaminosos, porquanto Ele ainda está perto e pode ser encontrado por aqueles que O buscam; seja para que os que andam na justiça perseverem, porque está próximo o tempo de cada um receber o seu galardão conforme suas obras.

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I

29 novembro 2022

010-O servo do Senhor - Isaías Lição10[Pr Afonso Chaves]29nov2022

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LIÇÃO 10 
O SERVO DO SENHOR 

TEXTO ÁUREO: “Todavia, ao Senhor agradou o moê-lo, fazendo- o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Isaías 53.10) 

LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 53.1-12 

INTRODUÇÃO Tendo lançado um sólido fundamento para que os fiéis pudessem aguardar com paciência e ao mesmo tempo se consolarem sobre a salvação futura, o Espírito de Deus desvenda ao profeta maiores detalhes sobre a glória e alcance desta obra, projetando as esperanças do povo em um Servo que haveria de se manifestar para cumprir fielmente os desígnios divinos, empenhando Sua própria vida para que os fiéis, não só aqueles que voltariam do cativeiro, mas aqueles que de muito longe e em gerações distantes também haveriam de ser alcançados pela eficácia da Sua obra, pudessem testemunhar o cuidado e o amor de Deus para com o Seu povo, e que este jamais será desamparado. 

I – O SERVO OPERARÁ UMA REDENÇÃO PODEROSA E EFICAZ (C. 49) Este capítulo se inicia com o profeta falando como que de si mesmo, mas na verdade em alusão ao Messias, ao Servo, também chamado aqui de Israel – uma vez que Cristo Jesus é o legítimo descendente de Abraão, através do qual todos, inclusive judeus, receberiam a adoção de filhos (cf. Gl 3.16, 26, 29; Rm 9.6-8). Com efeito, Isaías ocupava um posto que, tipologicamente, era semelhante ao do Messias, na medida em que também havia sido escolhido desde o ventre para ser profeta, e capacitado com o poder e eficácia da palavra para servir de instrumento nas mãos do Senhor, e através do qual Deus haveria de ser glorificado, quando toda a sua profecia se cumprisse (vv. 1-3). Notemos que, inclusive, a resistência dos incrédulos que o Messias haveria de enfrentar quando viesse ao mundo também foi tipificada no profeta, que, apesar de se queixar, espera na certeza de que seu direito e seu galardão estão diante de Deus (v. 4-5); contudo, rapidamente o quadro ganha maior projeção que o ministério de Isaías, quando ao Servo é incumbida não apenas a restauração das tribos de Jacó, mas também a salvação das extremidades da terra – uma clara alusão à salvação dos gentios. Notemos que, mesmo sendo humilhado e rejeitado pelas nações, a obra deste Servo redundaria em eventual subjugação de todo o mundo (vv. 6-7; cf. Ap 11.15-18). Segue-se, à descrição de como a obra do Messias traria libertação para o Seu povo, reunindo mesmo os que estavam longe (vv. 9-12); uma palavra de consolação para Israel, ainda abatido e desolado com os castigos sofridos recentemente. O Senhor ilustra que não se esqueceu do Seu povo, mas guarda a sua memória com o terno carinho de uma mãe por seus filhos (vv. 15-16); e chama a atenção dos fiéis para que olhem, com confiança nas promessas, não mais para a atual destruição, mas para o cumprimento da boa palavra a seu respeito, considerando como Israel seria glorificado, a ponto de não comportar a grandeza da restauração, na multidão de filhos que se lhe multiplicaria (vv. 18-23). 

II – ISRAEL DEVE SE ALEGRAR NA ESPERANÇA (CC. 50-52.12) Não havia razão para o povo se desesperar com Deus, porque, se agora estavam padecendo, não era por causa de Deus, que jamais teve interesse em abandoná-los; mas era pelos seus próprios pecados que haviam sido entregues à aflição; e, se ainda sofriam, era porque não atentavam para o Senhor, que não somente podia, mas queria salvá-los (50.1-3). Mais uma vez falando tipicamente com respeito a Cristo, o profeta Isaías menciona sua incumbência e capacitação para consolar os aflitos de Israel, bem como sua disposição e firmeza para sofrer as afrontas dos infiéis dentre o seu povo, os quais desprezavam a palavra do Senhor (50.4-9; cf. 1 Pe 2.21-24). O Senhor traz à memoria do Seu povo o exemplo de Sara e Abraão, dois servos solitários que nunca foram desamparados, e a partir dos quais se estabeleceu a nação. Do mesmo modo, o povo aflito deveria olhar para Deus, porque a salvação em breve se manifestaria e, uma vez realizada, duraria para sempre (51.1-6). O Servo é novamente mencionado aqui como o braço do Senhor, pois através d’Ele o Senhor opera o Seu juízo contra as nações, a fim de abrir caminho para a restauração do Seu povo (51.9-15), e tirar das mãos de Jerusalém o cálice do castigo e do juízo, para dá-lo aos seus atuais atormentadores (51.17-23). O capítulo seguinte ainda trata do mesmo assunto, conclamando o povo de Deus a abandonar a tristeza das tribulações pelas quais havia passado para, na esperança das promessas de Deus, se fortalecer e se preparar para uma salvação poderosa, não humana, mas operada pelo próprio Senhor (52.1-3). Notemos como, ao contrário dos profetas de então, que tanto se angustiaram com o teor das mensagens de juízo contra o povo de Deus, os mensageiros das novas para Israel teriam do que se alegrar, tanto eles mesmos como os seus ouvintes – numa clara alusão à natureza do próprio evangelho de Cristo Jesus (52.7-9; cf. Rm 10.15), pois, mais uma vez, a profecia fala não apenas da restauração do cativeiro em Babilônia, mas da manifestação, perante os olhos de todos, do Salvador (52.10). 

III – O SERVO SOFREDOR E SALVADOR (C. 52.13-53.12) Sem dúvida o ápice da revelação profética acerca do Messias, nesta passagem são anunciados os mistérios da encarnação, dos sofrimentos e da contradição do Servo de Deus aos olhos dos homens, bem como a natureza expiatória e eterna da Sua obra para salvar o povo eleito. Os versos finais do capítulo 52 apresentam, de fato, um resumo do capítulo seguinte, pois aí temos: seu caráter humilde e sábio: “operará com prudência”, sem recorrer à aparência ou pretensão de grandeza, a ponto de ser desprezado e ter Sua palavra e Seus sinais desacreditados pelos que buscavam a glória deste mundo e um salvador poderoso segundo a carne (53.1-3; cf. Jo 12.37-41); o caráter expiatório, isto é, sacrificial, da Sua obra, pela qual o Servo satisfaria à justiça divina, pagando com a Sua vida pelos pecados de todo o Seu povo, ao mesmo tempo em que obteria a cura, a salvação, para os Seus: “borrifará a muitas nações” (53.4-6; cf. Jo 1.29; 1 Jo 2.2); a subsequente exaltação do Servo como Rei dos reis e Senhor dos senhores, colhendo o fruto do Seu trabalho, recebendo o despojo deste mundo – isto é, as almas libertadas da tirania e opressão dos “poderosos”: “os reis fecharão a boca por causa dele” (53.10-12; cf. Cl 2.15; Ef 4.7-10). Consideremos ainda como o Espírito desvenda aqui a submissão do Servo à vontade de Deus: “ele foi ferido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro”, “ao Senhor agradou moe-lo, fazendo-o enfermar” (53.7, 10; cf. Jo 10.17-18; Mt 26.39); e que os Seus sofrimentos se devem, não a qualquer forma de desobediência cometida por Ele, porquanto “nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca”; mas sim ao fato de que Ele levou a iniquidade do povo (57.9, 11). 

CONCLUSÃO O Messias, Cristo Jesus, não era apenas a esperança do povo de Deus no passado, mas, tendo vindo a este mundo e cumprido tudo quanto acerca d’Ele estava escrito, Ele nos salvou e nos deu uma nova esperança, que nos faz ainda aguardá-l’O até aquele dia em que tudo quanto acerca do Seu povo está escrito se cumprirá plenamente no reino dos céus. 

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I

24 novembro 2022

009-Israel será remido, mas Babilônia cairá - Isaías Lição 09[Pr AfonsoChaves]22nov2022

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LIÇÃO 9 

ISRAEL SERÁ REMIDO, MAS BABILÔNIA CAIRÁ 

TEXTO ÁUREO: “Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com voz de júbilo; fazei ouvir isso, e levai-o até ao fim da terra; dizei: O Senhor remiu a seu servo Jacó” (Isaías 48.20) 

LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 45.1-13 

INTRODUÇÃO Desenvolvendo a mensagem de salvação iniciada no capítulo 40, o profeta Isaías é levado pelo Espírito de Deus a desvendar maiores detalhes acerca de como se realizaria esta obra grandiosa – e até mesmo inacreditável para muitos que estariam entre o povo levado cativo. Quem o Senhor levantaria para determinar a volta do povo do cativeiro, como este deixaria Babilônia, e de que modo esta cidade imperiosa nada poderia fazer para impedi-los de voltar à sua terra, e daí a exortação para que o restante de Israel confiasse em Deus, e não se deixasse impressionar com os ídolos daquela grande cidade. 

I – A LIBERTAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE ISRAEL POR MÃO DE CIRO (C. 45) Conforme vimos na lição anterior, Ciro é mencionado já no capítulo 44 e chamado por Deus de pastor e justo, pois através dele o Senhor executaria o Seu juízo contra as nações, conforme anunciado em um momento anterior do ministério de Isaías; como também salvaria o Seu povo do cativeiro, determinando o seu retorno à terra da promessa, sob o propósito expresso de reconstruírem o templo de Deus (cf. Is 44.26-28). Assim como havia feito a Nabucodonosor, o Senhor entregaria a Ciro o poder sobre as nações, despertando-o para realizar a Sua vontade por motivos que estavam além da sua compreensão, mas que ele saberia tratar-se da vontade do Deus de Israel (vv. 1-3, 13; cf. Ed 1.1-4). Deus revela o nome do libertador do Seu povo quando este sequer ainda havia nascido, e quando os medos e persas não passavam de povos tribais que lutavam uns contra os outros pela supremacia; e isto Ele faz para que Israel tivesse a certeza de que, assim como o seu castigo no cativeiro, sua libertação também fazia parte de um plano divino, e para o qual já haviam sido designados os agentes da vontade de Deus. Com isto eles conheceriam melhor ao Deus a quem serviam, o único que cria todas as coisas, tanto o bem como o mal, de modo que, se o mal que Ele havia determinado se cumpriu, a salvação agora prometida também certamente se cumpriria (vv. 4-8). É necessário então ser paciente no sofrimento, pois não estamos em posição de questionar a obra de Deus, que é infinitamente sábio – ainda que, ao mesmo tempo, Ele deseja que creiamos na bondade do Seu propósito para conosco, a ponto de aqui propor: “Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos” (vv. 9-11; cf. Rm 9.20-24). A profecia continua, despertando a esperança na salvação do Senhor – salvação esta que não era uma promessa nova, mas sempre esteve implícita na própria revelação de Deus ao homem, a começar na criação, quando a terra foi formada para ser habitada, e não para que fosse um deserto; e depois a Israel, quando o Senhor mandou que os descendentes de Jacó O buscassem, e lhes revelou a justiça da Lei. De fato, somente Deus anuncia a salvação desde a antiguidade (vv. 18-19, 21); e, mais uma vez, não apenas a Israel, mas a todas as nações, é estendida a promessa de salvação – a qual se cumpriria finalmente na revelação da fé em Cristo Jesus (vv. 22-23; cf. Fp 2.9-11). 

II – PARA SALVAR ISRAEL, DEUS ABATERÁ BABILÔNIA (CC. 46-47) Embora já tenhamos estudado em capítulos anteriores o que Isaías anuncia quanto ao juízo das nações, convém aqui considerar qual é o propósito particular destes dois capítulos ao mencionarem novamente o fim de Babilônia e de seus ídolos. Para um povo que havia padecido por muitas gerações sob o jugo da idolatria, e que agora era castigado por esse mesmo pecado, poderia ser difícil não se impressionar ainda com o poderio das nações e com seus falsos deuses. Crer em uma restauração enquanto a nação que os havia assolado ainda estivesse de pé poderia ser ainda mais difícil, na visão de muitos israelitas desanimados pelo sofrimento do cativeiro. Não que não pudesse restaurar o Seu povo até pela mesma mão que havia usado para castigá-los, mas aprouve a Deus primeiramente abater Babilônia para que Israel pudesse voltar, sem receio, à terra da sua herança. Consideremos então como o Senhor se dirige a Israel com respeito à queda de Babilônia e dos seus deuses, que nada poderiam fazer para livrá-la; e como o remanescente é lembrado do cuidado e amor imutável de Deus pelo Seu povo, nunca o abandonando, ainda que tenha sido injustamente comparado aos ídolos inúteis das nações, quando Israel se voltou para eles: “Lembrai-vos disto, e tende ânimo; reconduzi-o ao coração, ó prevaricadores” (vv. 3-5, 8). O capítulo seguinte apresenta como que uma lamentação sobre Babilônia, onde Israel afirma sua confiança na redenção de Deus (v. 4), ao mesmo tempo em que são lembrados os pecados com que Babilônia havia ofendido ao Senhor – a saber, excedendo-se na aflição do povo de Deus, e vangloriando-se na sua luxúria, presumindo ser imbatível de sua posição (vv. 6-8), confiando em seus ídolos, adivinhos e naqueles que contribuíam para o seu enriquecimento (vv. 12-15). Não podemos deixar de perceber aqui uma alusão figurada àquela que, no âmbito da escatologia, é também chamada de Babilônia – a saber, a humanidade alienada do Criador, o mundo que se volta para os ídolos e para a vaidade, no meio do qual o remanescente fiel, os salvos em Cristo Jesus, peregrinam como em terra estranha, aguardando sua libertação (cf. Ap 17.3-5, 6; 19.1-2). 

III – ISRAEL É EXORTADO A ABANDONAR A IDOLATRIA (C. 48) Tendo declarado o fim daquela que havia confiado e esperado nos ídolos, o Senhor agora se volta para o Seu povo, para lembrá-los de que, embora já tivessem recebido amplo testemunho da bondade de Deus no passado, a libertação de Babilônia só era anunciada agora, pouco antes do castigo se abater sobre Judá e Jerusalém, porque, se o tivesse feito antes, eles teriam se entregado à perfídia e a uma falsa segurança quanto aos seus pecados (vv. 3-8). É por isso também que o Senhor lembra que, por causa do Seu nome, Israel não seria completamente destruído, mas antes purificado, provado, através da aflição imposta pelo cativeiro (vv. 9-10). Consideremos, finalmente, um aspecto já mencionado na lição anterior, e aqui retomado, de que Israel poderia ter desfrutado do melhor de Deus, mas escolheram não obedecer à Sua voz – tomaram um caminho cujas terríveis conseqüências já haviam sido reveladas por Deus (v. 18-19; cf. Dt 30.19; 32.29). Mas agora, com a perspectiva da restauração de Israel e da queda de Babilônia anunciadas pelo Senhor, sendo Ele, e somente Ele, quem salvaria o remanescente; o povo é convidado – ou antes, convocado – a abandonar Babilônia, como sede da idolatria cuja prática lhes havia custado tão caro, não se apegando à sua aparência nem aos seus deuses, pois não poderiam salvá-la da destruição, e quem se achasse nela certamente também cairia (v. 20). Mais uma vez destacamos aqui o caráter atual desta exortação, ao ser empregada pelo Apóstolo quando este nos lembra da incompatibilidade entre Cristo e os ídolos deste mundo (cf. 2 Co 6.16-18), ou, quando somos exortados a fugir deste mundo para que não incorramos em seus pecados (cf. Ap 18.4-5). 

CONCLUSÃO Guardemos a exortação destes capítulos como uma mensagem atual, pois, assim como os israelitas no passado, vivemos hoje em um mundo sujeito à corrupção do pecado que, assim como Babilônia, está fadado à destruição sob o juízo de Deus. Embora estejamos neste mundo, vivamos para aqu’Ele que nos salvou e prometeu um dia nos resgatar deste mundo, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

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15 novembro 2022

008-Só o Senhor Deus salvará o seu povo - Isaías Lição 08[Pr Afonso Chaves]19nov2022

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LIÇÃO 8 

SÓ O SENHOR DEUS SALVARÁ O SEU POVO 

TEXTO ÁUREO: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador” (Isaías 43.11) 

LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 40.1-11 

INTRODUÇÃO A partir do capítulo 40 de Isaías, entramos na segunda seção do livro, que trata principalmente da salvação do povo de Deus, passadas as angústias e aflições dos castigos determinados na primeira parte do livro. Na lição de hoje, consideraremos três aspectos importantes dessa salvação, mencionados, diversas vezes, ao longo dos capítulos 40 a 44: o anúncio da salvação propriamente, onde o Senhor revela a eleição de Seu povo, o qual jamais rejeitará, mas antes tudo fará para salvá-lo; o servo pelo qual essa salvação será operada eficazmente; e a glória exclusiva que Lhe é devida por esta obra, porquanto somente em Deus há salvação, e não nos ídolos. 

I – A SALVAÇÃO E ELEIÇÃO DE ISRAEL SÃO ANUNCIADAS Destacaremos, neste primeiro tópico da lição, algumas passagens onde o Senhor anuncia o Seu bom propósito em relação a Israel – isto é, o remanescente que, depois ter padecido o castigo de Deus, se converteria (cf. Is 1.9; 6.13; 10.21-22), e ao qual, mais tarde, se uniriam os gentios, resultando assim na salvação de ambos os povos na Igreja de Cristo, que é o verdadeiro Israel de Deus (cf. Rm 11.7, 25-27; Gl 6.15-16). A esses é anunciado que seus pecados haviam sido devidamente punidos nas tribulações pelas quais haviam passado (Is 40.1-2) e agora deviam se preparar para a salvação, porque a glória do Senhor haveria de se manifestar entre eles (vv. 3-5). Aos que se achavam abatidos e desanimados, acreditando que não voltariam do cativeiro ou que Deus os havia abandonado, é dito também que a desolação de Israel não implicava em fraqueza da parte do Senhor, pois Ele “não se cansa nem se fatiga”, e sempre trabalha para realizar o seu propósito, que não pode ser esquadrinhado. A palavra para estes era ignorar sua presente condição de abatimento, não confiar em suas próprias forças, mas esperar no Senhor, pois somente assim seriam renovados para perseverar até que Sua boa palavra se cumprisse (vv. 27-31). É dito a Israel que eles foram eleitos, e que uma das garantias de que o Senhor não desejava o mal de Seu povo é que eles eram descendência de Abraão, amigo de Deus. A promessa feita ao Seu servo jamais seria mudada, a despeito da infidelidade de Israel e de não ser este o mais excelente dos povos (Is 41.8-9); o Senhor ainda estava com eles, e não os abandonaria, mas antes conduziria todas as coisas de modo que cooperassem para o bem do remanescente fiel: “eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”; nem mesmo as nações que concorreram para a assolação de Israel poderão impedir a sua restauração: “tornar-se-ão em nada, e os que contenderem contigo perecerão” (vv. 10-13, 14-20). Anuncia-se então que o tempo de Israel padecer pelos seus pecados é coisa do passado, e agora eles podem entoar um cântico novo ao Senhor (Is 42.9-12; cf. Sl 40.1-3; 52.1-2, 14-15), pois haviam sido remidos – isto é, comprados e livrados da opressão e do juízo, de modo que não mais poderiam ser afligidos ou consumidos em razão dos Seus pecados passados (Is 43.1-3). Consideremos algumas das expressões destacando o glorioso propósito de Deus para o Seu povo: “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória”, “vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo”, “esse povo que formei para mim, para que me desse louvor” (vv. 7, 10, 21). Somente em razão dos seus próprios pecados é que Jacó havia sido privado de tão grandes privilégios, ainda que por um tempo (vv. 22-25); mas agora o remanescente seria tão abundantemente abençoado por Deus que jamais se “cansaria” do Senhor, mas antes todos se chamariam pelo nome do Deus de Israel (Is 44.1-5). Restava apenas que atentassem para todas estas promessas e para tão grande graça e misericórdia incondicional da parte de Deus, e se voltassem de uma vez por todas para o seu Criador (vv. 21-22). 

II – O SERVO DO SENHOR SALVARÁ O SEU POVO Outro aspecto notório da profecia de Isaías são as referências ao Servo do Senhor, que é uma expressão ora usada em referência ao próprio Israel (como em 43.10), ora em relação a Ciro, rei persa que determinaria o retorno dos judeus à sua terra (cf. Is 44.26-28, 45.1). Mas, tendo já sido feita menção a um servo que nasceria de uma virgem e receberia o principado sobre o povo de Deus para sempre, a partir destes capítulos a expressão volta a ser usada em referência à manifestação futura daquele que seria o próprio Deus no meio do Seu povo, sendo Ele tanto o braço do Senhor, para executar um juízo poderoso contra as nações, como o pastor para salvar e apascentar as ovelhas de Deus (Is 40.9- 11; cf. Mt 3.1-3, 11-12). De fato, numa referência típica, Ciro também é descrito como justo e pastor nesses capítulos, pois executaria o juízo contra as nações e restauraria a Judá, mas na sua geração; ao passo que o verdadeiro Servo é aquele em quem Deus se compraz plenamente, pois exerceria ambas essas funções não pela força do braço, mas por um espírito e virtude excelentes (Is 42.1-4; Mt 11.28-30, 12.9-21). Sobre este Servo, o Messias, e a Sua obra para cumprir toda a vontade de Deus, a palavra gradualmente desvendará maiores detalhes nesta segunda parte do livro de Isaías. 

III – A SALVAÇÃO ESTÁ NO SENHOR, NÃO NOS ÍDOLOS A fim de que a repreensão aplicada a Israel por causa dos seus pecados se tornasse uma lição indelével na sua alma, o Senhor chama a atenção do Seu povo para o fato de que, se agora podiam se consolar na esperança da salvação, não era por causa dos ídolos das nações, mas graças à misericórdia do único Deus que podia salvá-los. Israel havia se enganado com as vaidades das nações e seus ídolos, então o profeta os lembra de que o Senhor Deus criou os céus e a terra, sem precisar de nenhum conselho e força fora de Si mesmo, quando as nações sequer existiam. Por que o Senhor precisaria delas para salvar Israel? Os israelitas bem sabiam que Deus é todo-poderoso, infinito e auto-suficiente, enquanto os outros povos comparavam-no ao metal, à pedra, à madeira; por que então haviam se iludido com esses ídolos, e por que ainda temiam a força dos povos idólatras? (Is 40.12-17, 18-26; 41.4-8) Procurando incutir ainda mais profundamente no povo a convicção de como haviam errado ao buscar os ídolos, o Senhor pede para que eles como que recorram agora a eles, para verem se porventura haveria alguma resposta, ou alguma esperança, por parte dos deuses das nações: “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente o vejamos”. Naturalmente, não haveria resposta, porque os ídolos são menos do que nada (Is 41.21-24); a salvação de que precisavam e alcançariam estava tão somente em Deus, pois fora d’Ele não há salvador e, operando Ele, quem impedirá? (Is 43.11-13). No capítulo 44, depois de reafirmar que Israel é testemunha de um Deus que somente Ele anuncia o passado e o presente, trazendo à existência as coisas que ainda não são, e que os povos, por sua vez, são testemunhas de nada, pois os ídolos não são de nenhum préstimo (Is 44.6-10); o Espírito, através do profeta, aponta a que nível de rebaixamento moral e intelectual as nações haviam descido, pois acreditavam que a obra de suas próprias mãos era maior e mais poderosa do que o artífice que a criou, e não consideravam que, a partir do mesmo material que serviu à fabricação de um ídolo, também se serviam para fins ordinários (vv. 11-20; cf. Sl 115.1-8). 

CONCLUSÃO O Senhor é o único e suficiente Salvador do Seu povo. Confiemos sempre n’Ele, pois nenhuma circunstância pode frustrar o Seu bom propósito, e o que Ele tem anunciado certamente cumprirá. Ao mesmo tempo, não nos enganemos com nossos próprios recursos, tampouco recorramos às vaidades em que confiam aqueles que não conhecem a Deus.

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08 novembro 2022

007-A cura de Ezequias e a visita dos caldeus - Isaías Lição 07 [Pr Afonso Chaves]08nov2022

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 LIÇÃO 7 

A CURA DE EZEQUIAS E A VISITA DOS CALDEUS 

TEXTO ÁUREO: “Ah! Senhor, lembra-te, peço-te, de que andei diante de ti em verdade e com coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos” (Isaías 38.3) 

LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 38.9-20 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje vamos considerar os capítulos 38 e 39, que relatam dois episódios relacionados, nos quais temos tanto um segundo testemunho da confiança e perseverança do rei Ezequias em Deus, como também, lamentavelmente, um momento de fraqueza, revelando que este homem, embora piedoso e sincero, não foi perfeito, e ensinando-nos que em momento algum podemos baixar as armas da nossa luta contra o pecado e as inclinações do nosso coração. 

I – EZEQUIAS ADOECE E BUSCA AO SENHOR (38.1-3) Não é difícil calcular o tempo aproximado em que se deu o episódio narrado no capítulo 38, podendo ser situado pouco antes ou depois do livramento de Jerusalém dos assírios, narrado nos dois capítulos anteriores. Ora, Senaqueribe, rei da Assíria, subiu contra Judá e tomou suas cidades fortes, para logo após enviar seu mensageiro até Jerusalém e blasfemar contra o Senhor, no décimo quarto ano do reinado de Ezequias (cf. Is 36.1); veremos que, em conseqüência da cura que o piedoso rei alcançou de Deus, seu tempo de vida e reinado foi prolongado em quinze anos; e sabemos que Ezequias reinou por um período de vinte e nove anos (cf. 2 Rs 18.2). Logo, subtraindo os anos que lhe foram acrescentados através do milagre, voltamos para o décimo quarto ano do seu reinado. Pois bem, a sucessão muito próxima de ambas as dificuldades – uma de caráter geral, envolvendo toda a nação; e a outra, de âmbito mais pessoal e íntimo – revelam por quantas tribulações este homem de Deus passou, para que através delas conhecesse melhor tanto o poder e a misericórdia do Deus a quem servia, como a si mesmo. Nesta ocasião, o piedoso rei de Judá havia sido acometido de uma enfermidade mortal – isto é, com pouca ou nenhuma expectativa de cura por parte dos homens. Através do profeta, Deus orienta Ezequias a por em ordem sua casa, isto é, dar suas últimas ordens aos seus serviçais e orientações aos familiares, porque a enfermidade era para morte, e o tempo de vida que lhe restava era pouco. Não há dúvida de que a palavra de Deus causou grande comoção no rei; mas consideremos que ele não expressa indignação nem murmura contra sua sorte, mas se volta para o mesmo Senhor – aquele que, bem sabia o rei, é o que tira e dá a vida, faz descer à sepultura e subir dela (cf. 1 Sm 2.6); e, mesmo neste caso, não recorre a Deus para argumentar ou questionar o porquê de sua atual aflição, nem para alegar o mérito de suas boas obras, pelas quais não mereceria passar por aquilo. De fato, sua oração é mais uma súplica para que o Senhor não o abandonasse naquele momento de prova, pois, se devia morrer, que não fosse por estar debaixo da ira de Deus. Ezequias procura tranquilizar sua própria consciência quanto a esse temor, pedindo ao Senhor para que se lembrasse, primeiro, da sua sinceridade em seus caminhos (“andei diante de ti em verdade e com coração perfeito”); e, depois da sua devoção ou dedicação em servir a Deus, cumprindo a Sua vontade, obedecendo à Sua lei (“fiz o que era reto aos teus olhos”). 

II – EZEQUIAS É CURADO E LOUVA AO SENHOR (38.4-22) Assim, o profeta Isaías é mandado novamente até o rei para declarar que o Senhor havia ouvido sua súplica, e atentado para suas lágrimas, excedendo em muito as expectativas de Ezequias: “eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos” – ou seja, não apenas o rei não morreria daquela enfermidade, mas viveria e reinaria sobre Judá e Jerusalém por um período de tempo maior do que aquele em que já havia governado. Isto não implica em “mudança” na palavra de Deus, pois a morte é o destino inevitável de todos os homens e, embora cada um tenha o seu tempo e modo segundo o decreto de Deus, a Escritura nos exorta a considerar em todo o tempo a brevidade de nossa vida, e as mais diversas circunstâncias pelas quais o dia fatídico de nossa morte pode nos sobrevir, e não apenas quando ela “parece” estar próxima (cf. Sl 90.12; Ec 8.8; Jo 7.6). Portanto, o anúncio da morte do rei naquela ocasião tratava-se de uma possibilidade real, que somente Deus sabia não se realizaria porque não era este o Seu propósito, mas sim o de provar e fortalecer a fé do rei Ezequias e dar a este a vida como fruto e recompensa da sua paciência e perseverança com Deus naquele momento de angústia. Segue-se então um cântico de Ezequias, no qual o rei registra um testemunho da angústia e tristeza que se abateu sobre ele ante a perspectiva de ter seus dias abreviados, mas, ao mesmo tempo, sua perseverança em confiar no Senhor e paciência naquele momento de aflição, depositando sua segurança e esperando exclusivamente em Deus a consolação e o conforto quanto aos seus maiores temores: “Fica por meu fiador” (cf. Jó 19.25-27). Notemos ainda que, mencionando como foi livrado da sepultura, Ezequias expressa sua convicção de que não foi por merecimento, mas antes: “lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados” (v. 17). Por fim, o rei declara seu voto de perseverar em servir e louvar ao Senhor, agora fortalecido e cheio de gratidão (cf. Sl 116.12-14). 

III – EZEQUIAS RECEBE A VISITA DOS CALDEUS (C. 39) O milagre operado em Judá ganhou notoriedade inclusive entre as nações, vizinhas e distantes, não só pelo restabelecimento do rei, mas pela magnitude do sinal que confirmou que a cura se realizaria e Ezequias subiria à casa do Senhor novamente: “Assim, recuou o sol dez graus pelos graus que já tinha andado” (cf. 38.8) E um dos primeiros reis do nascente império babilônico se interessa pelo prodígio, a ponto de enviar mensageiros e um presente ao rei de Judá, congratulando-o pela sua cura. Mas não é difícil perceber a astúcia do rei babilônico neste ato diplomático; os assírios ainda mantinham o domínio sobre o Oriente, e era do conhecimento de todos o quanto estes haviam afligido o reino de Judá. Naturalmente, o rei babilônico desejava cooptar o apoio de Ezequias para um futuro assalto contra os vizinhos do norte, tanto mais se tratando de um rei que havia alcançado tamanho favor divino. Ezequias, porém, não apenas recebeu de bom grado as congratulações e acolheu – como era devido – os mensageiros, mas se deixou levar pela vanglória, exibindo seus tesouros, como que procurando obter maior favor dos babilônios – e isto desagradou grandemente ao Senhor. Esta era uma prova mais sutil que as anteriores, mas de consequências e gravidade muito maior, pois através dela se revelou que a integridade de Ezequias não foi perfeita, prevalecendo inclinações secretas do seu coração sobre os seus atos (cf. Jr 17.9). O profeta é enviado para anunciar um severo castigo contra Judá e Jerusalém, selando o destino da nação, que se tornaria cativa e seria despojada pelos mesmos babilônios que o rei havia tentado fascinar (cf. 2 Cr 32.31). 

CONCLUSÃO O testemunho de Ezequias nos ensina que não há por que nos desesperar na tribulação, porque Deus não faltará àquele que n’Ele confia; mas tampouco podemos folgar nos momentos de bênção e misericórdia, porque o Senhor aí também sonda o nosso coração, e prova se a nossa intenção é realmente servi-lo, não obstante as circunstâncias adversas ou favoráveis, e se O amamos mais do que qualquer outra coisa neste mundo.

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