31 janeiro 2023

006-Os Salmos de Confiança - Salmos Lição 06 [Pr Denilson Lemes]31jan2023

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LIÇÃO 6 

OS SALMOS DE CONFIANÇA 

TEXTO ÁUREO: “Os que confiam no Senhor serão como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” (Salmo 125.1) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 91.1-16 

INTRODUÇÃO Uma das virtudes que com freqüência são inspiradas pela leitura dos salmos é a da confiança em Deus. Diante dos perigos e problemas da vida neste mundo, o Deus de Israel sempre cuidou e sempre cuidará daqueles que n’Ele confiam, e o salmista ilustra de maneira maravilhosa o terno cuidado e a segura proteção que certamente desfrutava em Deus, e nos exorta a não temermos mesmo quando a adversidade se mostra ameaçadora, pois o Senhor jamais faltará ao Seu povo. Como temos procedido em outras lições, aqui citaremos apenas três exemplos – a saber, os salmos 23, 46 e 91 – a fim de destacar os ensinos característicos desta categoria de salmos. 

I – O SENHOR É O PASTOR QUE NÃO FALTARÁ (SALMO 23) O primeiro salmo que propomos analisar sem dúvida é o mais conhecido de todos os cristãos. A partir da sua experiência como pastor de ovelhas, Davi compara o cuidado de Deus para com os Seus ao de um pastor de ovelhas pelo seu rebanho. Qualquer povo familiarizado com a vida no campo sabia quão grande era o cuidado de um pastor pelas suas ovelhas, seja para impedi-las de se desgarrarem das demais, seja para protegê-las contra as feras do campo, seja para conduzi-las até os pastos e os ribeiros que as saciariam. É uma atividade que exige sacrifício por parte do pastor, para que todas as necessidades do seu rebanho sejam supridas, uma vez que, deixadas sozinhas, estas criaturas facilmente se perderiam, ou se tornariam presas fáceis, ou de alguma outra forma pereceriam. Deste modo, a propriedade da frase: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará” está no fato de o salmista expressar que o Senhor é para ele como um pastor, e que, se o pastor não deixa faltar nada às ovelhas, do mesmo modo o Senhor não deixará faltar nada à alma do salmista (cf. Jo 10.11; 1 Pe 2.25). Prosseguindo na comparação, notemos como o poeta sagrado ilustra vividamente o cuidado espiritual de Deus para com o Seu servo, suprindo-lhe o “refrigério da alma”, guiando-o “pelas veredas da justiça”, e sendo ele “consolado” pelo Senhor de tal modo que mesmo as experiências mais terríveis – a saber, a própria perspectiva da morte – não perturbaria a sua alma. A razão desta confiança até nas circunstâncias mais tenebrosas era: “porque tu estás comigo”. Assim, o salmista conta que não terá falta de nada que a sua alma necessita porque, mais do que prover todas as coisas, o próprio Deus não faltará àqueles que n’Ele confiam (cf. Fp 4.12-13). Consideremos ainda como Davi destaca que a provisão divina não é apenas suficiente, mas abundante e generosa, mesmo quando a adversidade bate às portas: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unge as minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda”. A bondade e a misericórdia de Deus implicam em que aqueles que n’Ele confiam têm ao seu alcance uma plenitude de graça, consolação, e tudo o mais de que precisam, encontrando no Senhor vida abundante, e certeza da aprovação divina, pela qual podemos vencer toda adversidade (cf. Hb 13.5-6; Rm 8.31-39). 

II – O SENHOR É REFÚGIO E SOCORRO NA ANGÚSTIA (SALMO 46) No salmo que agora consideramos, a exortação à confiança em Deus é dirigida a todo o povo, para que não temessem as reviravoltas ameaçadoras do mundo. O salmista não ignora a angústia que muitas vezes aflige o coração dos fiéis, pois: “As nações se embraveceram; os reinos se moveram”, e toda essa agitação do mundo é comparada, no seu ímpeto caótico e violento de destruir e se opor a Deus e aos Seus eleitos, a águas que rugem e se perturbam, a montes que se abalam pela sua braveza. Contudo, o Senhor é como um refúgio e fortaleza contra essas forças de destruição, pois somente n’Ele encontramos razões para descansar e não temer o mundo, “ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares”. Primeiro, o salmista lembra que Deus é “socorro bem presente na angústia”, sem dúvida trazendo à memória os muitos livramentos que Deus operou no passado em Israel quando, de um ponto de vista humano, não havia mais esperança de salvação. Em seguida, contrastando com as turbações deste mundo, que são como águas que rugem e se perturbam, e cuja vista desperta medo e angústia, a certeza de que Deus estando conosco é a garantia de paz e consolação em meio às maiores turbações é, por sua vez, comparada a um “rio cujas correntes alegram a cidade de Deus” (cf. Jo 16.33; 1 Jo 5.4, 18-19). Notemos ainda como este salmo, além de fortalecer nossa confiança em Deus como aqu’Ele que nos livra e nos salva das vicissitudes a que estamos sujeitos neste mundo, também o faz declarando o Seu controle sobre todas as coisas, de modo que mesmo a guerra (aqui uma figura de todo tipo de adversidade que aflige o povo de Deus) serve aos Seus propósitos e, eventualmente, Ele a fará cessar, vingando toda a injustiça cometida contra os Seus santos e sendo glorificado aos olhos das nações: “Serei exaltado entre as nações, serei exaltado sobre a terra” (cf. 2 Ts 1.5-7). 

III – O SENHOR PROTEGE CONTRA TODO O MAL (SALMO 91) Neste último salmo, vemos novamente um apelo à confiança em Deus em um nível pessoal, pois, do mesmo modo que Ele abriga e salva o Seu povo do mal, cada um e todos aqueles que em Deus se refugiam também serão amparados e salvos na hora da adversidade. Nos primeiros versos, o salmista declara que confiar em Deus não é algo vão, mas que, de fato, a proteção que podemos encontrar em Deus confiando n’Ele é tão perceptível como uma grande e refrescante sombra que nos abriga e permitenos descansar do calor do sol. O salmista anuncia sua confiança pessoal no Senhor, e em seguida elenca uma série de males dos quais sabe que somente Deus pode nos livrar, como por experiência própria ele havia testemunhado e como todo aquele que confia no Senhor já testemunhou. Consideremos que muitas dessas expressões implicam que o Senhor nos livra também de males de natureza estritamente física ou material, quando estes podem incidir sobre o nosso coração. Não é um atestado de que neste mundo não teremos tribulações, muito menos de que poderíamos tentar ao Senhor com base no fato de que Ele cuida de nós tão ternamente; mas é uma garantia, certamente, de que Deus nos guardará do mal que qualquer uma destas coisas possa nos trazer – se necessário for, nos livrando delas completamente; se não, provendo-nos a consolação e a graça necessária para, mesmo passando por elas, ainda sermos achados seguros, e, a seu tempo, provarmos o seu livramento: “Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; livra-lo-ei e o glorificarei” (cf. Mt 4.6-7; 6.13; 1 Pe 5.8-9; 2 Co 12.7-10; 2 Tm 4.17-18). 

CONCLUSÃO Que salmos como os que estudamos na lição de hoje nos inspirem a confiar e descansar na segura e infalível bondade de Deus, que Ele prometeu que nunca nos faltará. Confiemos em Deus apesar das nossas forças limitadas e apesar da angústia e aflição de nossas tribulações, porque ainda nos alegraremos e O louvaremos grandemente pela Sua salvação e livramento.

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25 janeiro 2023

005-Os Salmos de Louvor - Salmos Lição 05[Pr Afonso Chaves]24jan2023

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LIÇÃO 5 

OS SALMOS DE LOUVOR 

TEXTO ÁUREO: “Louvai ao Senhor, todas as nações; louvai-o, todos os povos. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor é para sempre. Louvai ao Senhor!” (Salmo 117.1-2) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 150.1-6 

INTRODUÇÃO Uma das maiores e mais características categorias de todo o livro dos Salmos são os salmos de louvor, também chamados de salmos de aleluia (do hebraico, “louvai ao Senhor”). Como o nome indica, esses salmos são um chamado a louvar ao Senhor, pela Sua grandeza, majestade e glória, manifestas em Suas obras, e que Ele realiza em favor daqueles que O temem, do Seu povo eleito. Especialmente dois grupos de salmos – o 111 a 118 e o 146 ao 150 – apresentam características semelhantes que permitem classifica-los como salmos de louvor, embora o convite a louvar a Deus esteja presente em quase todos os “capítulos” deste livro. 

I – O CHAMADO PARA LOUVAR A DEUS Com exceção do 114, 115 e 116, todos os salmos desta categoria se iniciam com a expressão “Louvai ao Senhor”, sendo que os de números 146 a 150 se iniciam e se encerram com o chamado ao louvor. É um chamado que o salmista tanto faz a si mesmo: “Louvai ao Senhor! Ó minha alma, louva ao Senhor!” (Sl 146.1), como ao seu povo, aos fiéis na congregação: “Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus” (Sl 147.12), “Cantai ao Senhor um cântico novo e o seu louvor, na congregação dos santos. Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei” (Sl 149.1-2); aos seres que estão nos céus: “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos” (Sl 148.2), e aos que estão na terra, nas águas e no firmamento; até o sol, a lua e as estrelas, fenômenos atmosféricos e astronômicos, são convidados a louvar ao Senhor – numa linguagem figurada em que tudo aquilo que tem vida e ou existe é considerado capaz de louvar (Sl 148.7-13). Louvar a Deus é, de fato, o dever de toda a criação, especialmente dos seres viventes, e daqueles que têm plena consciência de quem é Deus – é um ato de devoção indispensável e para o qual devemos estar em todo o tempo, a vida toda, motivados e despertados, porque é algo bom e agradável. A expressão deste louvor não deve ser ambígua nem casual, mas fervorosa e alegre – os instrumentos, a música em todos os seus aspectos, servindo ao propósito de despertar e direcionar os corações de qualquer outro pensamento para o louvor, e não para simples satisfação carnal proporcionada pela sonoridade (Sl 111.1; 146.2; 147.1; 150.1-6). 

II – DEUS DEVE SER LOUVADO PELO QUE ELE É E PELO QUE ELE FAZ Ao convite para louvar ao Senhor seguem-se as razões pelas quais Ele deve ser para sempre louvado – razões estas que se referem tanto ao Seu caráter e natureza gloriosa, como às obras de Suas mãos que refletem Suas virtudes, poder e glória. Primeiro, porque Deus é bom, “e a sua benignidade dura para sempre” (Sl 118.1) – o salmista provou esta benignidade e dela testificou: “Invoquei o Senhor na angústia; o Senhor me ouviu e me pôs em um lugar santo” (Sl 118.5), tendo sido livrado dos seus inimigos e, mesmo castigado, ainda foi poupado da morte (Sl 118.10-13, 17-18). É, portanto, uma benignidade que se manifesta na forma de misericórdia e paciência e pela qual o mínimo que aqueles que por ela são beneficiados deveriam fazer é louvar ao Criador (Sl 116.5, 18-19). Deus deve ser louvado pela Sua grandeza, poder, majestade e sabedoria, que O tornam incomparável a qualquer criatura e aos deuses ou ídolos das nações (Sl 111.2-4; 113.4-6; 147.5; 115.1-3; 150.2). As obras gloriosas de Deus que O fazem digno do mais alto louvor se manifestam, primeiramente, na criação dos céus é da terra, tudo trazido à existência pela Sua palavra: “pois mandou, e logo foram criados” (Sl 148.5); na manutenção e ordenação da natureza, no sustento de todos os seres viventes: “Ele é o que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra e que faz produzir erva sobre os montes” (Sl 147.8-9, 14-18), de modo que a Sua glória é manifesta nos céus e na terra: “Exaltado está o Senhor, acima de todas as nações, e a sua glória, sobre os céus” (Sl 113.3-4). A seguir, o salmista destaca as obras da providência especial de Deus em relação ao Seu povo, ao qual demonstrou o Seu poder e glória nas maravilhas realizadas ao longo da sua história: “Mostrou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das nações” (Sl 111.6-8; 114.1-8), especialmente nos livramentos das mãos dos seus inimigos, ou na restauração Israel quando este se encontrava abatido: “O Senhor edifica Jerusalém; congrega os dispersos de Israel; sara os quebrantados de coração e liga-lhes as feridas” (Sl 147.2-3; 111.5, 9). Enfim, porque, na Sua sabedoria inescrutável, o Senhor opera maravilhosamente, confundindo os poderosos e exaltando aqueles que n’Ele esperam e confiam (Sl 113.5-9; 118.22-23). 

III – O LOUVOR QUE INSPIRA CONFIANÇA Consideremos também, no que diz respeito aos salmos de louvor, como há, ora direta, ora indiretamente, uma mensagem de exortação à confiança no Senhor, a partir do que Ele fez no passado, de que Ele continuará operando em favor dos que o temem. Todas as razões apresentadas pelo salmista para louvar ao Senhor são eternas, isto é, sempre serão verdadeiras, de modo que o Seu louvor “permanece para sempre”. Deste modo, celebrar as maravilhas que Deus operou no passado também é uma forma de expressarmos nossa confiança em Sua eterna bondade, misericórdia e poder, que certamente não faltarão, se tão somente Lhe obedecermos: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor permanece para sempre” (Sl 111.10; 146.5). Deus deve ser louvado porque, como ama a verdade e a justiça, não negligenciará os oprimidos que n’Ele esperam, como muitas vezes fazem os príncipes da terra com aqueles que neles confiam; mas lhes fará justiça a Seu tempo (Sl 146.3-9); especialmente o povo eleito, sendo tão chegado e familiar com o Senhor, deve louvá-l’O, pois, mesmo estando por um pouco de tempo oprimidos pelas nações que não conhecem a Deus, haverão de triunfar sobre elas com júbilo e salvação (Sl 147.19-20; 148.14; 149.4-9; cf. Ap 19.1-6). 

CONCLUSÃO O propósito do louvor a Deus não é agradar ao nosso gosto musical, muito menos exibir nossos talentos vocais e artísticos para a música ou o canto; é reconhecer, com humildade e ao mesmo tempo júbilo, o Ser maravilhoso e totalmente amável e desejável que é Deus para nós, que somos o Seu povo e recebemos o privilégio de conhece-lo pela Sua graça.

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20 janeiro 2023

004-Salmos Históricos - Salmos Lição 04[Pr Denilson Lemes]20jan2023

               

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 LIÇÃO 4 

OS SALMOS HISTÓRICOS 

TEXTO ÁUREO: “Louvai ao Senhor ! Louvai ao Senhor , porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre. Quem pode referir as obras poderosas do Senhor ? Quem anunciará os seus louvores?” (Salmo 106.1-2) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 78.1-7 

INTRODUÇÃO A história de Israel é um vivo e claro testemunho do poder, bondade e providência de Deus em favor do Seu povo. Ao recontar esses acontecimentos passados, o salmista tanto desejava inspirar nas gerações seguintes o louvor ao Senhor pelas grandes coisas que Ele havia feito para salvar Israel, como também exortá-los a confiarem no mesmo Deus que havia trabalhado pelos seus pais, e alertá-los quanto às conseqüências da desobediência e incredulidade, que seus pais também experimentarem em razão de seus repetidos fracassos. Nesta lição, procuraremos extrair alguns ensinamentos dessas memórias históricas de Israel, registradas em diversos salmos, especialmente no 78. 

I – A ELEIÇÃO DE ISRAEL (SL 78.1-7) Além do seu caráter histórico, este é também um salmo sapiencial – o que se evidencia tanto pelo cabeçalho como pela palavra introdutória: “Escutai a minha lei, povo meu”. O propósito de Deus, ao recontar, através do salmista, a história das gerações passadas Seu povo, é que as gerações seguintes aprendam a amar a Sua lei e colham, em sua própria história, os frutos da obediência de que seus pais se privaram por tantos e longos anos de rebeldia. Por isso também o salmista fala das memórias do antigo Israel em termos de “parábolas” e “enigmas” – porquanto esses acontecimentos, registrados para nossa instrução, contêm preciosas lições sobre a importância de se obedecer a Deus, bem como ilustram o mistério da salvação que, a despeito de ser anunciada e proposta por Deus aos homens, muitas vezes não é correspondida e permanece oculta ao seu entendimento (cf. 1 Co 10.11-12; Mt 13.11-15, 34-35). Notemos que, embora muitas vezes as obras de Deus na história de Israel sejam manifestações da Sua ira contra a desobediência do Seu povo, na forma de terríveis castigos e repreensões, o salmista refere todos estes feitos como “louvores do Senhor”, a “força e as maravilhas que fez”. O Senhor foi louvado tanto na salvação e livramento daqueles que n’Ele confiaram como também no castigo e destruição dos desobedientes e ímpios, em ambos revelando as perfeições do Seu caráter santo, justo e bondoso (cf. Rm 9.22-24). Ao mesmo tempo, tais obras poderosas sendo realizadas em Israel de acordo com o seu andar diante do Senhor, é um claro testemunho de que este povo havia sido escolhido por Deus: “Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel”. De fato, em favor de Israel, o Senhor havia manifestado as Suas grandes obras na forma de juízos contra outros povos, como os egípcios e cananeus, repreendendo-os e protegendo os Seus eleitos enquanto peregrinavam entre eles, e finalmente entregando-os em suas mãos (cf. Sl 105.1, 5-7, 12-15, 17-22, 26-27, 42-45). Considerando as duras aflições que as gerações passadas haviam sofrido em razão da sua desobediência, o salmista considera a importância de recordar essa história, mas à luz do fato de que tudo isto poderia ter sido evitado se os pais tivessem obedecido à palavra de Deus; e que, sendo ordem do próprio Deus incutir nos filhos a importância da obediência, o salmista desejava também despertar na sua geração e nas seguintes a certeza de que poderiam receber abundantes e as mesmas bênçãos prometidas por Deus aos pais, desde que não seguissem os caminhos tortuosos destes últimos: “Para que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos” (cf. Dt 11.18-21; Sl 106.1-5). 

II – A DESOBEDIÊNCIA DE ISRAEL (SL 78.8-16, 33-41, 56-61) Mas, lamentavelmente, a primeira lição a que chegamos ao relembrar a história dos pais, é a do alto preço que pagaram pela sua desobediência. O salmista não diminui a gravidade dos pecados cometidos pelo seu povo, apontando a insensatez daquela geração: “geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel para com Deus”; a voluntariedade com que seu coração se desviou do Senhor: “recusaram andar na sua lei”; e a ingratidão diante dos sinais realizados em seu favor: “esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver”. E assim vai ficando visível, a ponto de se tornar vergonhoso para as gerações seguintes, como, a cada episódio da sua trajetória, desde a saída do Egito até a chegada em Canaã, cada demonstração de misericórdia para com os pecados passados e de bondade e disposição em aceitá-los novamente, Deus é correspondido com renovada incredulidade, afronta e apostasia: “E ainda prosseguiram em pecar contra ele”, “com tudo isto ainda pecaram”, “contudo, tentaram e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os seus testemunhos” (Sl 78.17, 32, 56). É importante notar também que toda esta denúncia da perversidade de Israel é feita com o propósito de louvar a misericórdia e paciência de Deus; de fato, as repreensões e castigos enviados contra o povo toda vez que este pecava tinham o propósito de reconduzi-los ao Senhor, de modo que, mesmo sob a opressão dos seus inimigos, Deus não permitia que fossem totalmente destruídos: “Pondo-os ele à morte, então, o procuravam; e voltavam, e de madrugada buscavam a Deus” (Sl 78.34). E isto sabendo Deus que agiam de má fé, apenas desejosos de se livrarem do mal que os afligia, mas seus corações prontos a se afastar d’Ele novamente na primeira oportunidade: “Todavia, lisonjeavam-no com a boca e com a língua lhe mentiam. Porque o seu coração não era reto para com ele, nem foram fiéis ao seu concerto.” Que eram merecedores de sofrerem as consequências últimas dos seus pecados, isto o salmista não nega, e por isso atribui a preservação do povo, não aos seus surtos de desespero que os levavam a buscar a Deus, mas à misericórdia divina (Sl 78.38-39; cf. Sl 106.23, 43-46). 

III – O PROPÓSITO DE DEUS PARA COM ISRAEL (SL 78.67-72) Depois de desenvolver extensamente o tema da desobediência de Israel e misericórdia de Deus, o salmista de certo modo retorna ao tema inicial da eleição, chegando a uma conclusão – todas as coisas, tanto a longa caminhada de tropeços do Seu povo como as inúmeras intervenções divinas em sua história têm um propósito claramente visível na forma como a história de Israel se desenvolveu. Em consonância com a Sua justiça, o Senhor julgou as gerações passadas que pecaram, até que, eventualmente, rejeitou aqueles que, segundo a carne, pertenciam a Israel: “Além disto, rejeitou a tenda de José e não elegeu a tribo de Efraim”. Isto abriu caminho para que se manifestasse o propósito oculto, prenunciado no chamado dos patriarcas, mas especialmente ilustrado na vocação de Davi para apascentar Israel, de que somente os eleitos seriam salvos (cf. Sl 105.5-6, 8-11), sendo a eleição divina do povo de Deus algo tão certo, e motivo de tanto louvor e júbilo perante o Senhor, quanto as obras de Deus manifestas na criação (cf. Sl 135.4-13). 

CONCLUSÃO Os salmos históricos resumem a história de Israel destacando a salvação poderosa de Deus nas obras e maravilhas realizadas em favor do Seu povo, e testemunhando que nem mesmo a fraqueza humana diminui ou encobre a glória de Deus, mas antes enseja que o Seu propósito, até então oculto, se manifeste, na forma de misericórdia para com aqueles que, segundo a eleição da graça, se arrependem e não seguem os caminhos tortuosos dos pecadores.

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10 janeiro 2023

014-Repreensões no Deserto - Ensino Doutrinário 014[Pr Afonso Chaves]10j...

003-Salmos penitenciais - Salmos Lição 03[Pr Denilson Lemes]10jan2023

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I


 LIÇÃO 3 

OS SALMOS PENITENCIAIS 

TEXTO ÁUREO: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado.” (Salmo 32.5) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 51.1-13 

INTRODUÇÃO Tradicionalmente, sete salmos são considerados penitenciais, a saber: 6, 32, 38, 51, 102, 130 e 143, mas, de todos estes, sem dúvida o mais representativo é o salmo 51, tanto devido ao seu contexto histórico como à forma exemplar em que descreve a experiência do pecador penitente – desde o seu senso de pecado e sua contrição e arrependimento pela ofensa causada a Deus, passando pela humilde e sincera confiança na misericórdia e bondade divinas, que o inspiram a confessar seu pecado e buscar o perdão; até finalmente a celebração da paz e felicidade encontradas na certeza de que o Senhor sem falta estenderá a Sua graça a todos os que sinceramente confessarem o seu pecado. 

I – A CONFISSÃO DO PECADO (SL 51.1-6) A epígrafe do salmo 51 fornece duas importantes informações sobre o contexto desta composição: é um salmo de Davi e está relacionado à ocasião em que o rei, depois de ter pecado no caso de Bate-Seba e Urias, recebeu o profeta Natã em sua corte, o qual, usando de uma parábola, fez o rei cair em si quanto à gravidade do seu pecado e confessá-lo, a fim de que não perecesse, mas antes alcançasse o perdão de Deus (cf. 2 Sm 11.1-7, 13). Não obstante a gravidade do pecado cometido pelo rei, e as terríveis conseqüências que se seguiram sobre a casa de Davi e sobre o seu reino, não podemos ignorar que o seu pecado foi perdoado, uma vez que Davi se humilhou e se arrependeu de imediato, tão logo despertado do seu torpor pelo Espírito de Deus; e o salmo em estudo compreende toda essa experiência da graça divina. Dito isto, a primeira coisa a considerarmos no salmo é que o pedido de perdão, com que o texto se inicia, deriva-se de um profundo senso da gravidade do pecado cometido pelo salmista, que ele confessa aqui, e que o abatia e amargurava continuamente, nada, senão o perdão divino, podendo apaziguar o seu coração (v. 3). Em outras palavras, Davi não folgou em momento algum com o pecado, mas, como expressa em outros salmos, o pecado lhe pesava na consciência como uma enfermidade que acometia todo o corpo, e que somente Deus poderia curar (Sl 38.3-8; cf. Sl 32.3-4, 10); do contrário, morreria em razão dela (cf. Sl 102.2-7, 9-10; 143.7). E o maior agravante do pecado não é o abatimento da consciência do próprio pecador, ou ao dano causado ao próximo – como o foi no pecado em questão – mas sim a ofensa que representa ao próprio Deus: “Contra ti, contra si somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mau” (v. 4). Mas, por outro lado, Davi reconhece que o pecado, longe de afetar a Deus, apenas exalta ainda mais a Sua santidade e justiça, revelando a verdadeira condição do homem perante o Juiz de toda a terra, sua total culpabilidade pelos seus atos e sua dependência absoluta da misericórdia e graça divina para ser salvo (cf. Sl 6.1; 130.1-4; 143.1-2). Consideremos que, ao invés de justificar o seu pecado, ou culpar a Deus pela sua transgressão, o salmista admite que o pecado em questão é apenas uma prova de sua natureza intrinsecamente pecaminosa, nada de bom podendo produzir por conta própria: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (v. 5); por sua vez, Deus não falta ao homem mesmo estando este em tal condição, mas antes o faz conhecer as maravilhas da Sua lei, e o que requer deste para que seja aceito perante o Senhor (v. 6). 

II – A SÚPLICA PELO PERDÃO E RESTAURAÇÃO (SL 51.7-12) Sendo então lançado o fundamento da confissão e reconhecimento do pecado, o salmista retoma a súplica, apresentada brevemente no início do texto, para ampliar ainda mais a importância do perdão e fazer sua súplica ainda mais fervorosa perante o Senhor. Consideremos primeiramente que, não podendo contar com mérito próprio, entre Deus e o salmista havendo somente a culpa e o merecido castigo do seu pecado, este apela para a misericórdia divina, pois confia na benignidade e está certo de que, a partir desta natureza maravilhosa de Deus, fluirá abundante misericórdia (v. 1; cf. Sl 6.4; 130.7-8). A misericórdia produzirá para o salmista tanto o perdão – isto é, a liberação da dívida e da punição devida ao seu pecado (v. 9); como também a purificação – ou seja, a imputação da justiça que é segundo a graça, da santidade divina que, simbolicamente e ritualmente era obtida pela aspersão do sangue do sacrifício, pela qual o pecador tornava-se apto a ter comunhão com Deus (vv. 2, 7; cf. Hb 9.18-22; 1 Jo 1.6-9). A tristeza que o abateu até o mais profundo do seu ser enquanto guardava o pecado consigo, o salmista pede agora que Deus a substitua pela verdadeira alegria, aquela que se obtém apenas pelo perdão do pecado – na figura já considerada antes, pela cura da enfermidade dos ossos (v. 8) – que, em outro salmo, é chamada de bem-aventurança daquele que tem o seu pecado perdoado (cf. Sl 32.1-7). Consideremos também o senso de privação da graça que acometeu o salmista, e a urgência com que pede a Deus que tornasse a criar nele, após perdoá-lo, para que não caísse novamente (vv. 10-12). Visto que todo pecado vem de dentro, nascendo no coração ou espírito que se inclina para a carne, isto é, para a natureza do homem caído, somente um coração puro ou espírito reto, uma consciência renovada pela graça de Deus será capaz de obedecer a Deus – em outras palavras, somente o homem em quem há o Espírito de Deus se inclina para as coisas de Deus (Sl 143.10; cf. Rm 8.5). 

III – TESTEMUNHO, LOUVOR E GRATIDÃO (SL 51.13-19) Em testemunho ao seu real arrependimento e conversão, bem como em gratidão e louvor a Deus pelo perdão recebido, o salmista declara que se empenharia em converter a outros através do seu próprio testemunho. Ao mesmo tempo, Davi não deseja mais em momento algum ser abandonado ou privado da graça de Deus, e pede que, mesmo estando restaurado, o Senhor o livre, pois sabe quão grande batalha deverá continuar travando contra o pecado e contra os pecadores (v. 14; Sl 6.8; 38.18-22); assim, poderá sempre louvar ao Senhor (v. 15). Certo de que o perdão de Deus não pode ser alcançado por boas obras ou por merecimento, o salmista reconhece ainda sua incapacidade de oferecer a Deus, em gratidão, outro sacrifício além do fruto do seu próprio coração sincero e quebrantado – não porque considerasse o rito dispensável, mas porque sabia que os sacrifícios que se ofereciam segundo a lei deviam corresponder à realidade de um coração sincero e piedoso por parte do ofertante, do contrário, Deus os desprezaria (v. 16-19; cf. Is 1.11-18). 

CONCLUSÃO Como um salmo penitencial, o salmo 51 ilustra que o caminho do pecador em direção à graça do perdão e da restauração passa por um reconhecimento e confissão do seu pecado, pelo desejo sincero e anelo pela graça de Deus e seus benefícios, e por uma gratidão que se expressa pela gratidão e testemunho da misericórdia divina aos seus semelhantes, a fim de confirmá-los na obediência ou leválos ao arrependimento e perdão de Deus.

PARA USO DO PROFESSOR

I

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO 
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03 janeiro 2023

002-Salmos Messiânicos - Salmos Lição 02[Pr Denilson Lemes]03dez2023

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LIÇÃO 2 

OS SALMOS MESSIÂNICOS 

TEXTO ÁUREO: “Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.” (Salmo 45.7) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 2.1-12 

INTRODUÇÃO Iniciaremos o estudo dos salmos por aqueles de caráter profético, isto é, os salmos chamados “messiânicos”, que prefiguram ou prenunciam os tempos que têm início com a vinda do Messias a este mundo. Veremos que, assim como os autores bíblicos que chamamos propriamente de “profetas”, os salmistas, movidos pelo mesmo Espírito que falou através dos primeiros, ainda que sob o véu das circunstâncias e experiências pessoais que os moviam à composição dos seus salmos, muitas vezes previram a era messiânica, não apenas de uma forma geral, mas caracterizando as etapas e diversos particulares que se cumpriram unicamente na pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo. 

I – A NATUREZA, DIVINDADE E ENCARNAÇÃO DO MESSIAS (SL 89, 110, 45, 8) Muitos dos salmos messiânicos são de autoria do rei Davi, e os que não o são sem dúvida foram compostos durante ou após o governo deste rei, uma vez que a escolha e unção de Davi para ocupar o trono e o seu governo sobre todo o Israel representaram um novo desdobramento da revelação acerca da vinda do Ungido do Senhor, prenunciado anteriormente como a semente que esmagaria a cabeça da serpente, ou na qual seriam benditas todas as famílias da terra, mas que também era aguardado como aquele que receberia o cetro – isto é, a realeza (cf. Gn 49.10; Nm 24.17; 1 Sm 2.10). E que este rei seria um descendente de Davi, é o pacto que o próprio Deus fez com o filho de Jessé, de que firmaria a sua casa e o seu reino para sempre – em outras palavras, a descendência de Davi jamais deixaria de existir e de governar Israel; mesmo que alguns de seus filhos pecassem, eventualmente se levantaria um justo, que dominaria no temor de Deus (cf. 2 Sm 7.12-16; 23.3-5). E, conforme o testemunho do apóstolo Pedro, ao celebrar este juramento para com a sua descendência em um salmo, Davi o faz consciente de que Deus estava prometendo levantar o Messias a partir do fruto de seus lombos, segundo a carne (Sl 89.1-4, 20- 29, 34-37; cf. At 2.30). Mas, se por um lado a natureza humana do Messias é claramente atestada no salmo pelo fato de que ele seria descendente de Davi, de tal modo que um dos títulos pelos quais Jesus vai ser reconhecido como o Messias nos evangelhos é: “filho de Davi”; por outro lado, a identidade davídica do Messias não significa, como muitos erroneamente entendiam nos tempos de Jesus, que o Messias fosse, por ordem natural, posterior e, portanto, inferior a Davi. Este rei também O contemplava como superior, pois não apenas o chama de “meu senhor”, mas O reconhece mesmo antes de o Senhor Deus lhe entregar o trono de Davi – o que implica na existência do Messias como um ser divino e santo antes da sua encarnação como filho de Davi (Sl 110.1; cf. Mt 22.41-45). No mesmo sentido celebraram os filhos de Coré, em outro salmo, a eternidade do trono do Messias, e a Sua unção sobremaneira mais abundante que a de Seus companheiros segundo a carne, porquanto o Messias, mais que um filho de Davi, é o Filho de Deus (Sl 45.6; cf. Hb 1.8). Por isso também Davi se maravilhou com a misericórdia divina manifesta na encarnação, considerando que, embora seja o homem uma criatura tão pequena e insignificante no âmbito da criação, ainda ele é lembrado e visitado por Deus, que faz isto para exaltá-lo – referindo-se aqui ao Messias sendo enviado a este mundo e assumindo a nossa humanidade para, através da Sua morte, não apenas restabelecer o homem a uma posição perdida por ocasião da queda, mas para ser o primogênito de uma nova geração humana – um novo homem, libertado do pecado e da morte e destinado à glória e vida eterna (Sl 8.1-9; cf. Hb 2.5-15).  

II – OS SOFRIMENTOS, REJEIÇÃO E MORTE DO MESSIAS (SL 2; 118; 41; 22; 40) Ao declarar a encarnação do Messias, na frase “pouco menor do que os anjos o fizeste”, o salmista também implica o Seu abatimento e humilhação, Seus sofrimentos e Sua morte – em uma palavra, Seu sacrifício, pelo qual Ele asseguraria a vida eterna para todos. O salmista, porém, chama a atenção para o fato surpreendente de que os maiores sofrimentos do Messias resultariam da Sua rejeição pelos homens. Davi prevê que povos e nações, e os reis da terra, se uniriam para se opor ao governo do Messias – o que a igreja entendeu corretamente como tendo se cumprido nos assaltos das potestades terrenas de então contra o Filho de Deus e contra os Seus seguidores (Sl 2.1-3; cf. At 4.25-28). E, para maior surpresa, mesmo os edificadores – isto é, aqueles que deveriam se alegrar com a manifestação do reino messiânico – rejeitariam a pedra principal (o Messias), para sua própria desgraça (Sl 118.22; cf. Mt 22.42-46); e esta tragédia só seria excedida pelo fato de que um dos próprios discípulos e amigos mais íntimos do Filho de Davi também participaria da conspiração (Sl 41.9; cf. Jo 13.18). Assim, rejeitado por muitos, o Messias seria provado em Sua paciência, confiança e obediência ao Senhor. Assim como Davi, padeceria de um modo tão terrível que exclamaria: “Deus meu, por que me desamparaste?” (Sl 22.1; cf. Mt 27.46). Contudo, ao contrário da interpretação popular, essa expressão não indica desespero ante um suposto abandono de Cristo pelo Pai, porquanto Deus jamais abandonaria Seu Filho (cf. Jo 16.32); é, antes, como se infere pelo contexto do salmo, um clamor de socorro, livramento e salvação, dirigido a Deus, na esperança de que Ele responderá (Sl 22.3-5; cf. Mt 26.39), e no qual o salmista, tipificando o Messias, insiste para que Deus se manifeste logo, em vista da gravidade do Seu abatimento, e da humilhação e afronta lançada pelo ajuntamento daqueles que se lhe opõem (Sl 22.7-8, 11-18; cf. Mt 27.35-44). Ao mesmo tempo, o salmista não ignora o fato de que o Messias vem ao mundo para dar testemunho da Sua obediência à vontade de Deus – e, sendo esta vontade o Seu sacrifício, Ele não se recusa a cumpri-la (Sl 40.6-8; cf. Hb 10.5-10). 

III – A RESSURREIÇÃO, EXALTAÇÃO E GLÓRIA DO MESSIAS (SL 2; 16; 110) Ungido desde a eternidade para ser Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Messias seria “empossado” no trono do Seu reino ao ressuscitar dentre os mortos. Que o salmo vislumbrava a ressurreição do Messias após os Seus sofrimentos, fica evidente porque, apesar de rejeitado pelas nações, Ele haveria de ler o “decreto” da Sua geração divina, isto é, de que Ele é o Filho de Deus, o que Lhe dá o direito de reivindicar todas as nações como herança – e, conforme a interpretação apostólica, isto se dá por ocasião da ressurreição (Sl 2.7-8; cf. At 13.32-33). Ademais, o mesmo Davi expressa sua esperança de que Deus o livraria da sepultura – o que o apóstolo explica ter sido dito em relação ao Messias – somente Jesus não viu corrupção, porquanto Ele não pode ser retido pela sepultura (Sl 16.8- 11; cf. At 2.22-32). Notemos como, seguindo-se à ressurreição e entronização do Messias, o salmista alude a um período no qual o reino de Deus se propagaria e estabeleceria a sua soberania sobre as nações e reis da terra, seja subjugando e destruindo os opositores de uma vez por todas, seja despertando no povo eleito a voluntariedade, a disposição e a confiança no Messias, que tanto exerce o domínio real como também a misericórdia e assegura a graça de Deus para os fiéis como um sacerdote, a saber, um sacerdote eterno (Sl 2.9-12; Sl 110; cf. Hb 7.17, 24-25). 

CONCLUSÃO Os salmos messiânicos apresentam características tão particulares em relação à natureza, vida e obra do Messias que constituem um contundente argumento na apresentação do Evangelho, uma vez que somente em Jesus todas e cada uma destas profecias se cumpriram literalmente.  

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