26 março 2024

013-Sofonias - Lição 01[Pr Afonso Chaves]26mar2024

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LIÇÃO 13 

SOFONIAS 

TEXTO ÁUREO: “Buscai o Senhor, vós todos os mansos da terra, que pondes por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do Senhor.” (Sf 2.3) 

LEITURA BÍBLICA: SOFONIAS 1.1-7 

INTRODUÇÃO Sofonias é um profeta do mesmo período tenebroso na história do povo de Deus do qual também profetizaram Miquéias e Jeremias. É uma das muitas vozes pelas quais o Senhor Deus denunciou os pecados do Seu povo e declarou o juízo determinado para corrigi-los e trazê-los de volta ao caminho reto, a fim de que as coisas boas que havia preparado para Judá e Jerusalém pudessem se cumprir. Embora esta profecia apresente os mesmos temas já estudados em Jeremias e Miquéias, sempre é possível perceber particulares que lançam nova luz para uma compreensão mais ampla da situação espiritual do povo de Deus naquele período e nos tempos atuais. 

I – JUÍZO CONTRA JUDÁ E JERUSALÉM (CAPÍTULO 1) Sofonias (cujo nome significa “o Senhor esconde”) era tataraneto do rei Ezequias e profetizou durante o reinado de Josias (1.1). Este foi o último rei piedoso de Judá, e seu governo foi assinalado por uma restauração espiritual da nação, que começou com o banimento da idolatria e o restabelecimento do verdadeiro culto ao Senhor; depois, com a reparação e purificação do templo, havendo sido encontrada uma cópia da Lei (cf. 2 Rs 22.1-10). Mesmo assim, o profeta acusa Jerusalém e Judá de muitos pecados, e retrata a condição espiritual lamentável em que o povo se encontrava, cujo castigo, em razão das reformas e do coração reto e sincero de Josias, apenas havia sido postergado para um momento futuro (cf. 2 Rs 22.15-17). O profeta anuncia aqui o castigo iminente do Senhor contra Judá e Jerusalém, cujo propósito seria purificar o seu povo tanto daquilo em que tropeçavam como daqueles que se haviam entregado irremediavelmente à iniquidade (1.2-6). Não há nada mais o que fazer para adiar este dia, senão calar-se e, estarrecido, contemplar o que o Senhor estava prestes a fazer (1.7). O juízo é anunciado como um banquete, um grande dia de sacrifício – ilustração recorrente na profecia bíblica que indica a matança generalizada, da qual os pecadores não escapariam, nem príncipes nem servos (1.8-9; cf. Ap 19.17-18). Embora o profeta não faça menção direta a Babilônia, nem ao cerco, aqui temos uma referência indireta à aproximação do exército caldeu pelas montanhas e a invasão da cidade anunciada desde a entrada norte (1.10). A profecia contra Judá e Jerusalém se encerra com uma descrição desse dia terrível, quando aqueles que haviam permanecido indiferentes à palavra de Deus seriam encontrados e levados, e não poderiam se regalar naquilo que haviam acumulado para si (1.12-13); até o mais poderoso dos homens clamaria nesse dia (1.14), e todos andariam como cegos, apanhados nos seus pecados e incapazes de se livrar do castigo (1.15-18). 

II – JUÍZO CONTRA VÁRIAS NAÇÕES (CAPÍTULO 2) Assim como outros profetas, Sofonias é incumbido de anunciar o juízo de Deus especialmente contra Judá e Jerusalém, mas não apenas contra o seu próprio povo – seria um juízo de escala mundial, e aqui cinco nações estrangeiras são ameaçadas da visitação divina, a saber: Filístia, Amom, Moabe, Etiópia e Assíria. Assim, o capítulo se inicia com um chamado ao arrependimento, sendo que o castigo sobre as nações que se segue apenas reforça a proximidade e certeza de que o Senhor visitaria o Seu povo, pois o juízo começa pela Sua casa (2.1-3; cf. 1 Pe 4.16-17). Ao mesmo tempo, devemos notar que este anúncio contém o princípio de uma esperança de restauração para o povo de Deus, na medida em que o Senhor visitaria nações que haviam participado da ruína de Judá e Jerusalém, ou zombado da sua destruição e, portanto, deveriam pagar pelos seus próprios pecados servindo de despojo e compensação pela aflição do povo eleito. Assim, os filisteus, depois de muito tempo mantendo perpétua inimizade contra o povo de Judá, seriam finalmente aniquilados, e a costa do mar que antes ocupavam serviria de pastagem para os rebanhos dos cativos de Judá, quando estes voltassem de Babilônia (2.4-7). Quanto a Moabe e Amom, conhecidas são a zombaria e o escárnio com que olharam para Judá e Jerusalém – e para o próprio Deus vivo – por ocasião do cerco e queda da nação; seriam, por isso, assoladas completamente e sua terra passaria a fazer parte da terra onde somente o nome do Senhor seria conhecido e invocado (2.8-11). Segue-se uma única sentença contra os etíopes, que pelo menos em uma ocasião haviam causado grande temor em Judá, durante o reinado de Asa, e que por isso seriam mortos à espada, isto é, por um exército tão grande quanto aquele com que tentaram impressionar e destruir o povo de Deus (2.12; cf. 2 Cr 14.9). E a profecia se conclui com uma palavra de destruição contra Nínive, capital da Assíria, que então se aproximava da sua queda, na mesma proporção em que os caldeus se fortaleciam (2.13-15). 

III – EXORTAÇÃO AO ARREPENDIMENTO E ESPERANÇA (CAPÍTULO 3) O profeta se volta novamente para Jerusalém e Judá, repreendendo-os pela iniquidade e obstinação dos seus líderes e, mesmo o Senhor operando no meio deles, fazendo Sua palavra e Sua justiça serem conhecidas através dos Seus profetas, e através de muitas nações que anteriormente os ameaçaram e foram destruídas; eles preferiram não dar ouvidos, e se apressaram a pecar ainda mais (3.1-7). O juízo que seria derramado sobre as nações resultaria então não apenas em destruição total, mas em purificação – e aqui consideramos um segundo aspecto dessa profecia, que aponta para a restauração do povo de Deus a partir não apenas do retorno dos cativos de Babilônia, mas também do ajuntamento dos gentios, “a filha da minha dispersão”, aos quais o Senhor daria lábios puros para que O invocassem, e aos filhos de Israel um coração humilde para que não se rebelasse mais contra o Seu Deus (3.8-13). As palavras de Deus através deste profeta se encerram com uma viva esperança de restauração que se seguiria ao juízo, quando o povo de Deus voltaria a se alegrar e ter motivos para cantar, pois, de fato, não haveria mais do que castiga-lo, e nenhum inimigo mais restaria que ele precisasse temer (3.14-17; cf. Is 40.1-2). O remanescente, que havia se lamentado sobre as agruras da nação, sentido a desonra que se abatera contra Jerusalém e Judá ao cair diante dos seus adversários, e todos aqueles que haviam sido de alguma forma vexados pelos estranhos, haveriam de ser honrados e lembrados, mesmo na terra dos seus algozes, quando os cativos fossem restaurados e trazidos de volta a Judá (3.18-20). 

CONCLUSÃO Assim como Jeremias e Miquéias, Sofonias é claro e incisivo no chamado ao arrependimento e a reconhecer a justiça de Deus no castigo. Também não é menos claro no anúncio de uma firme esperança, a qual nem mesmo o fracasso da nação em obedecer à vontade de Deus impediria que os fiéis alcançassem a salvação.

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19 março 2024

012-Miquéias - [Pr Afonso Chaves]19mar2024

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LIÇÃO 12 

MIQUÉIAS 

TEXTO ÁUREO: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” (MIQUÉIAS 6.8)

LEITURA BÍBLICA: MIQUEIAS 6.2-8 

INTRODUÇÃO Aproveitaremos as lições que nos restam para completar este trimestre para, após termos estudado os livros da profecia e das lamentações de Jeremias, conhecermos mais alguns dos profetas bíblicos. Na lição de hoje, faremos uma análise, ainda que concisa, sobre a profecia de Miqueias, e notaremos muitas semelhanças com o profeta que já estudamos durante este trimestre. De fato, a mensagem de Deus para o Seu povo foi anunciada diversas vezes e de diversas maneiras pelos profetas, mas, essencialmente, era a mesma: mostrar ao povo os seus pecados e as consequências inevitáveis do juízo sobre aqueles que não se arrependessem, e ao mesmo tempo alimentar a esperança dos contritos e humilhados sob a mão de Deus num tempo de restauração, glória e paz no reino dos céus. 

I – OS PECADOS DE JACÓ (CAPÍTULOS 1 E 2) Miqueias profetizou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, sendo conhecido como moratista em alusão à sua cidade de origem, Moresete-Gate (1.1, 14). Embora não mencione por nome nenhum rei de Israel – isto é, do reino do norte – a mensagem de Miquéias diz respeito tanto à casa de Israel como de Judá; em outras palavras, mencionando diversas vezes os pecados e castigos que sobreviriam a Samaria e Jerusalém (1.5, 9, 12). Que o ministério deste profeta, embora resumido em apenas 7 breves capítulos, causou grande impacto sobre o povo de Deus, podemos deduzir a partir do fato de, muito tempo depois, durante o reinado de Zedequias, sua profecia ainda ser lembrada pelo povo de Jerusalém (cf. Jr 26.18). Neste primeiro capítulo, Miquéias proclama a idolatria que ambas as casas de Jacó foram contaminadas pela idolatria, o pecado de Samaria estendendo-se até Jerusalém, o Senhor sendo testemunha de todo este mal e estando prestes a descer dos céus para exercer a Sua vingança contra os pecadores. Miquéias expressa sua dor e pesar pelo fato de o mal de Samaria ser incurável, sendo motivo de grande vergonha para o povo de Deus, e anuncia o juízo que sobreviria sobre as dez tribos, resultando na destruição e cativeiro das dez tribos, e que chegaria até as portas de Jerusalém como uma afronta –provável referência à invasão de Senaqueribe (1.10-16). A idolatria foi o princípio de uma degeneração moral generalizada, que o profeta denuncia no capítulo seguinte: malícia, opressão, cobiça; nem viajantes, nem mulheres, nem crianças, escapavam à injustiça e corrupção dos israelitas (2.1-2, 8-9). O Senhor anuncia então que a alegria daquele povo será trocada por tristeza, e que lamentar-se sobre isto não mudaria o que Deus havia decretado quanto à sua sorte; porque não era de agora que o Senhor vinha anunciando a Israel, através dos Seus profetas, qual caminho deveria ser seguido, o que eles deveriam fazer para receber o bem, e não o mal que agora se prenunciava: “E não é assim que fazem bem as minhas palavras ao que anda retamente?” (2.3-6, 7). Mas, como não quiseram praticar a justiça, o cativeiro os removeria da terra na qual o Senhor poderia ter lhes dado descanso (2.10; cf. Hb 4.6-8). O capítulo anterior se encerra de fato com um breve vislumbre de uma restauração, quando Jacó seria novamente reunido e, como ovelhas, seriam conduzidos por um rei, sob a direção do próprio Deus, para entrarem e saírem do aprisco pela porta (2.12-13); mas isto aqui é afirmado como uma esperança ante a rapina e injustiça com que governavam os líderes e “profetas” de Israel, os quais espoliavam o povo e o faziam errar através de falsas esperanças (3.1-5). Quando chegasse o tempo da visitação, esses falsos profetas não encontrariam palavras para desorientar e nem eles mesmos entenderiam a situação, pois seriam tomados pela confusão e vergonha (3.6-7); ao que Miquéias declara a força e o ânimo que o Espírito de Deus lhe concedia para anunciar a mensagem de juízo da parte de Deus e apontar ao povo o seu pecado (3.8). 

II – SIÃO SERÁ ESTABELECIDA EM GLÓRIA PELO MESSIAS (CAPÍTULOS 4 E 5) Podemos considerar os capítulos 4 e 5 como uma segunda seção do livro de Miquéias, onde o profeta nos apresenta um quadro da restauração futura do povo de Deus sob o governo glorioso do Messias. Em vista da desolação a que seria reduzida Sião e Jerusalém, por causa dos seus pecados, conforme destacado no final do capítulo anterior (3.11), o profeta nos apresenta agora a imagem contrastante dos últimos dias, quando “o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros” (4.1). Depois de servir de escândalo e zombaria para as outras nações pelos seus pecados e terrível castigo, Sião tornaria a ser edificada e o Senhor provaria que a ama, de modo que os que restassem das nações, depois de também terem sido destruídas pelas suas injustiças contra o povo de Deus, desejariam ir até a casa de Deus para ali aprender Sua lei e, obedecendo-a, provarem o bem (4.2-3). O profeta também consola de antemão os que estavam prestes a ir para o cativeiro em Babilônia, para que não se esquecessem de que o Senhor reinava sobre eles mesmo em terra estranha e que ainda seriam livrados de lá (4.9-10); além de revelar o propósito de exaltar os quebrantados de Sião sobre as nações que se reuniram com o fim de destruí-los (4.11-13). Chegamos agora ao ponto central da promessa de restauração anunciada por Deus através do profeta, quando é revelado aquele que apascentaria o povo de Deus, aquele que seria Senhor em Israel e a a sua paz, isto é, o Messias (5.2-5; cf. Is 9.6). Notemos que, nesta profecia, é indicado não apenas o local do Seu nascimento – Belém – mas o fato de que Ele nasceria como um homem, isto é, de uma mulher (cf. Mt 2.6; 1.22-23). E que a restauração de Jacó, se por um lado significa o retorno do remanescente a Sião, por outro lado implica também na dispersão da igreja de Deus entre as nações, a fim de que a palavra de Deus seja propagada por todos os povos; mas desta vez não com temor ou sob o quebrantamento do castigo, mas com a coragem e perseverança de uma missão e autoridade confiada à igreja pelo próprio Senhor (5.7-8; cf. At 1.8; Rm 10.14-15). 

III – CONTENDA COM ISRAEL (CAPÍTULOS 6 E 7) Nestes dois últimos capítulos de Miqueias, o Senhor aponta mais uma vez os pecados da nação, mas com o propósito de demonstrar a posição indesculpável dos israelitas diante de Deus, e despertar em seus corações um senso de culpa que os leve ao arrependimento. O argumento começa com o Senhor lembrando a benignidade e bondade com que os tratou durante a peregrinação no deserto – como os libertou da terra do Egito, como lhes deu bons líderes, como os protegeu e impediu que fossem amaldiçoados (6.3-7). E, em troca, nada pediu, senão que “pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus” (v. 8). Mesmo assim, os filhos de Jacó preferiram retribuir a graça de Deus com iniquidade, e injustiça, andando nos mandamentos pecaminosos de homens (v. 10-12, 16). O profeta se desilude com o seu povo, pois em todos vê iniquidade e malícia de uns para com os outros – até mesmo nas relações mais afetuosas – e exorta seus ouvintes a fazerem o mesmo; mas expressa sua esperança inabalável no Senhor Deus (7.1-6, 7). Confiante da realização das promessas já anunciadas quanto à restauração de Sião, Miquéias lembra que a punição contra Israel é temporária, e logo Deus voltará a se apiedar do Seu povo, e lhe dará aquilo que prometeu a Abraão (7.8-9, 18-20). 

CONCLUSÃO Miqueias nos ensina que nem mesmo o pecado do povo de Deus impedirá que o Seu bom propósito para ele se realize, mas mesmo através do pecado e de como lida com este mal no coração do Seu povo, o Senhor nos ensina a Sua justiça e nos mostra o caminho que devemos seguir se desejamos desfrutar da sua benignidade.

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12 março 2024

011-Lamentações - Um livro de pesar e esperança - Jeremias Lição 11[Pr Afonso Chaves]12mar2024

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LIÇÃO 11 

LAMENTAÇÕES – UM LIVRO DE PESAR E ESPERANÇA 

TEXTO ÁUREO: “Converte-nos, Senhor, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como antes” (Lamentações 5.21) 

LEITURA BÍBLICA: LAMENTAÇÕES 3.18-33 

INTRODUÇÃO Nenhum estudo sobre as profecias de Jeremias seria completo se, ao primeiro livro, no qual são anunciados os juízos de Deus contra Judá e Jerusalém, bem como o seu cumprimento na ruína e assolação do reino, da cidade, do templo e do povo; não se acrescentasse uma reflexão sobre as lamentações com as quais o profeta exprime o profundo pesar, não apenas seu, mas de todo o seu povo, e com as quais ele os ensina a se voltarem para Deus a fim de receberem consolação em meio à tristeza presente e fortalecerem sua esperança em uma futura restauração. 

I – LAMENTO SOBRE AS ASSOLAÇÕES DE JERUSALÉM (CAPÍTULOS 1 E 2) Além da sua utilidade em nos instruir a buscar ao Senhor no tempo da aflição e mesmo do castigo, pois somente n’Ele podemos ter esperança de consolação e restauração; o livro de Lamentações é um testemunho do talento poético do profeta Jeremias. Os versos de cada capítulo deste livro seguem uma composição em acróstico semelhante à de alguns salmos, a qual se perde nas traduções, mas servia à memorização do texto sagrado, e ainda é perceptível pelo fato de cada verso se encerrar com o nome de uma letra do alfabeto hebraico (álefe, bete, guímel, etc.). Essa referência significa que a letra citada é a primeira letra da palavra que inicia esse verso, com exceção do capítulo 3, onde é a primeira letra da palavra que inicia um grupo de três versos consecutivos (a primeira letra da palavra que inicia os versos 1 a 3 é álefe, e assim por diante); e do capítulo 5, que não segue essa composição em acróstico. No primeiro capítulo desta obra profética e poética, Jeremias começa se expressando suas próprias percepções e sentimentos sobre a humilhação que se abateu sobre o seu povo, sobre Judá e Jerusalém; a assolação que esvaziou a cidade dos seus habitantes, o desprezo e a opressão de todos os seus adversários, e a dispersão dos seus líderes. Mas também lembra que tudo isto veio do Senhor, como castigo pelas prevaricações (1.1-8). Em seguida, como que personificando a própria cidade, ou falando em nome de toda a nação, o profeta expressa sua tristeza pelo fato de ninguém mais perceber a gravidade das suas dores, nem servir-lhe de consolador (1.12-17). Abandonado e perseguido pelos seus inimigos, o profeta então se volta para o próprio Deus, como aquele que havia ferido o povo, e reconhece a Sua justiça, na esperança de atrair a atenção divina e obter alívio para suas aflições (1.18-22). A lamentação segue os mesmos temas no capítulo seguinte, desta vez a assolação de Judá e Jerusalém sendo descritas como resultado da ira do Senhor, que não apenas desamparou o Seu povo, cortando toda a força de Israel, retirando para trás deles a Sua destra protetora diante do inimigo; mas também se fez ativamente seu inimigo, armando o Seu arco, firmando Sua destra contra eles e devorando toda a terra como que a fogo (2.1-7). Jeremias então fala novamente da tristeza geral do povo, do abatimento incomparável de Jerusalém e da aflição indescritível sofrida nos dias do cerco da cidade, quando as mães viram seus filhos definharem de fome; mas novamente remete a culpa de tamanha desolação aos falsos profetas, que se omitiram ante a maldade do povo e anunciaram mentiras, e por esta causa o Senhor fez o que havia dito que faria desde a antiguidade (2.11-14, 17). O capítulo se encerra com o clamor de misericórdia que se ouviu do profeta naqueles dias: “Vê, ó Senhor, a quem fizeste assim!” (2.20). 

II – A AFLIÇÃO DO POVO E A ESPERANÇA DO PROFETA (CAPÍTULO 3) À semelhança de outros profetas, que tomaram sobre si mesmos a culpa do seu povo, e se submeteram à punição divina a fim de, a partir da sua humilhação e quebrantamento, poderem alçar sua voz de intercessão junto a Deus; Jeremias também se expressa aqui como alguém pessoalmente abatido pelas agruras das assolações de Jerusalém. Ele reconhece, na sua permanência na cidade durante o cerco, nas necessidades materiais que também padeceu ali, no sofrimento da sua prisão e escárnio por parte do povo rebelde, a sorte que o próprio Senhor lhe havia repartido, mesmo que assegurando ao profeta sua alma por despojo (3.1-4, 15-18). Mas aqui ele passa a considerar a misericórdia de Deus, segundo a qual espera ser ouvido na sua aflição, e por isso não desfalece, nem perde a confiança no Senhor, pois sabe que Ele é bom para aqueles que O buscam. É importante notarmos também como Jeremias dá importância ao silêncio no tempo da aflição – isto é, quando não temos uma resposta da parte de Deus para nossa presente angústia, mas mesmo assim nos humilhamos e entendemos que isto vem d’Ele e, portanto, segundo as Suas misericórdias e a Sua fidelidade ao bom propósito que tem para com os Seus, o Senhor não rejeitará para sempre, mas finalmente enviará a Sua salvação (3.22-33). Com estas reflexões, o profeta desperta os seus conterrâneos a não se queixarem das suas tribulações, pois não há nelas injustiça, visto que vêm de Deus; mas antes olharem para os seus próprios pecados, que foram a causa delas, e a confessarem sua culpa perante o Senhor. Em outras palavras, Jeremias direciona o Seu povo ao arrependimento (3.34-40), do que dá ele mesmo testemunho ao relatar novamente sua própria aflição, e como o Senhor o consolou quando se achava como que na própria sepultura: “Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas” (3.55-62). 

III – ORAÇÃO PELA RESTAURAÇÃO DO POVO (CAPÍTULOS 4 E 5) No capítulo 4, os temas principais dos capítulos 1 e 2 são retomados, e o profeta volta a lamentar sobre as assolações de Jerusalém, destacando como aquilo que antes era orgulho do seu povo havia sido abatido e arruinado a ponto de tornar-se irreconhecível; e encerra com um alerta a Edom, que havia se alegrado na destruição dos seus irmãos, mas logo também provaria do mesmo cálice (4.21-22). O desfecho do livro no capítulo 5 é uma súplica ao Senhor, na qual o profeta rememora diversos aspectos de toda a assolação já retratada nos capítulos anteriores, mas desta vez como um apelo para que Deus não tardasse em socorrer, e se comovesse com as injustiças cometidas pelos inimigos do Seu povo. Notemos como Jeremias apela para o fato de terem perdido suas herdades para estranhos, quando o próprio Deus lhes havia assegurado que aquela terra pertenceria à descendência de Abraão para sempre; como agora eles estendiam as mãos para os egípcios e assírios em busca de sustento; como aqueles que haviam pecado haviam sido castigados e já tinham perecido; como a dignidade das virgens, dos velhos, dos príncipes, jovens e mulheres era violada pelas condições em que o povo agora se encontrava, e toda a honra havia sido retirada do povo de Deus (5.1-6, 14-16). E, reafirmando sua esperança nas misericórdias do Senhor, o profeta suplica pela graça segundo a qual e somente pela qual eles poderiam ser verdadeiramente convertidos e assim ter seus dias renovados (5.19-22). 

CONCLUSÃO Lamentações não é apenas um livro de pesares e queixas, mas de reconhecimento das consequências terríveis do pecado, pois Deus é justo e não tem o pecador por inocente, embora não o castigue sem antes alertá-lo. Também é um livro que nos ensina, não obstante nossas infidelidades, o Senhor permanece fiel ao Seu propósito de nos salvar e, até mesmo sob a correção, podemos ser edificados e nos consolar na esperança da Sua salvação, que não tardará.  

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05 março 2024

010-Juízo contra as nações - Jeremias Lição 10[Pr Afonso Chaves]05mar2024

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LIÇÃO 10 

JUÍZO CONTRA AS NAÇÕES 

TEXTO ÁUREO: “E pagarei à Babilônia e a todos os moradores da Caldeia toda a maldade que fizeram a Sião, à vossa vista, diz o Senhor” (JEREMIAS 51.24) 

LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 51.1-19 

INTRODUÇÃO Tendo sido primeiramente pronunciado e cumprido o juízo contra a casa de Deus, restam as nações vizinhas que, cada uma a seu modo, transgrediu contra a soberania do Rei dos reis, e haveria, portanto, de sofrer o castigo devido aos seus pecados, embora sem a medida de misericórdia reservada exclusivamente aos filhos de Jacó. E não apenas os egípcios, seguidos pelos filisteus, moabitas e edomitas, e todos os povos que resistiram ao domínio babilônico sobre a terra; mas os próprios caldeus haveriam de sofrer um terrível revés do qual jamais tornariam a se recuperar, enquanto Israel voltaria a se levantar e florescer, para nunca mais ser abalado. 

I – JUÍZO CONTRA O EGITO (CAPÍTULO 46) Esta primeira profecia, anunciando a ruína do Egito, embora se encontre na parte final do livro de Jeremias, é do tempo do rei Jeoaquim, filho de Josias, e foi pronunciada por ocasião de uma batalha travada junto ao rio Eufrates, que resultou na derrota dos egípcios diante das forças de Nabucodonosor (Jr 1.1-2; cf. 2 Cr 35.20). O profeta anuncia esta primeira derrota como um juízo de Deus contra a soberba do faraó, que subiu até o Eufrates como uma cheia, pretendendo cobrir toda a terra, mas seus heróis e valentes fugiram, amedrontados, sem olharem para trás, para grande vergonha do Egito (Jr 46.3-12). Uma segunda profecia é registrada neste capítulo, provavelmente do período em que Jeremias se encontrava naquela terra entre os rebeldes que haviam fugido dos caldeus após o assassinato de Gedalias. De qualquer modo, aqui o Senhor anuncia um segundo juízo que alcançaria a própria terra dos faraós, cujas cidades seriam alcançadas pela espada e seus moradores levados em cativeiro (Jr 46.13-19). Mais uma vez, os instrumentos da visitação divina seriam os caldeus, o “povo do Norte” (Jr 46.20, 24), e o próprio faraó seria entregue nas mãos de Nabucodonosor, rei de Babilônia (Jr 46.26). Notemos, porém, que a profecia se encerra com uma indicação de que o juízo de Deus contra o Egito não seria para exterminá-lo completamente, mas para abater a soberba do faraó e do povo; mas, depois, aquela terra seria novamente habitada “como nos dias antigos” (cf. Ez 29.12-15; 30.13). Ao mesmo tempo, são mencionados os filhos de Jacó que, embora estivessem dispersos e em cativeiro, voltariam a habitar na sua própria terra, ao passo que as nações que ainda existiam seriam assoladas (J4 46.27-28). 

II – JUÍZO CONTRA DIVERSAS NAÇÕES (CAPÍTULOS 47 A 49) Depois de pronunciar a ruína dos falsos amigos de Judá, os egípcios, o profeta se volta para as demais nações que, embora não mencione diretamente aqui, sabemos, pela palavra de outros profetas, haviam perpetrado injustiças contra o povo de Deus. A começar com os filisteus, que eram inimigos jurados de Israel e, havendo ainda de passar pela humilhação de serem feridos pelo Egito, também seriam abatidos por um povo ainda mais terrível, que cobriria a terra de Gaza e Asquelom como uma inundação vinda do norte (Jr 47.1-2). Na sequência, o profeta anuncia a ruína de Moabe, estando entre as causas da sua assolação a confiança nas riquezas, sua folga e tranquilidade, nunca tendo sido abalado ou comovido por um cativeiro – o que o levou à estagnação no pecado; sua soberba, orgulho e altivez, e o desprezo que votava a Israel, o povo de Deus (Jr 48.1, 7, 11, 29). Nenhuma cidade de Moabe escaparia da espada, e ai daqueles que, tendo a espada desembainhada para fazer aquela obra – que era derramar sangue – poupasse alguma vida que o Senhor havia mandado não poupar! (Jr 48.8-10). Contudo, o propósito de Deus em relação a Moabe dizia respeito a destruir a nação enquanto povo idólatra, mas, sob o aspecto da restauração dos gentios, assim como os egípcios, de Moabe também viria o remanescente que o Senhor ajuntaria em Sua terra novamente nos últimos dias (Jr 48.35, 47). Dirigindo-se então aos amonitas, o Senhor condena a presunção com que reivindicaram a terra de Israel para o seu falso deus, Malcã, de modo que Rabá, sua capital, seria não apenas destruída e o povo também levado cativo, mas suas terras finalmente entrariam na posse dos filhos de Israel (Jr 49.1- 5). Em seguida, o Senhor ainda determina juízos contra Edom, que não escaparia do castigo nem mesmo refugiando-se nos recônditos das cavernas e penhascos da sua terra (Jr 49.7-22); contra os sírios, cuja capital Damasco seria incendiada como sinal da queda de todo o reino (Jr 49.23-27); contra os árabes, descendentes de Quedar e chamados filhos do Oriente, os quais, ao invés de cidades, habitavam pacificamente em tendas, cuidando de seus rebanhos e viajando pelos desertos nas costas de camelos, mas se até então haviam permanecido alheios ao domínio de Nabucodonosor, logo seriam conquistados, e seus bens, saqueados (Jr 49.28-33). O capítulo se encerra com uma palavra contra os elamitas, um povo antigo e vizinho de Babilônia que ainda participaria da ruína do reino caldeu, mas logo seriam também destruídos (Jr 49.34-39). 

III – JUÍZO CONTRA BABILÔNIA (CAPÍTULOS 50 E 51) Finalmente chegamos à conclusão da profecia de Jeremias, e aqui o Senhor se volta contra Babilônia, a nação que, após ter sido levantada e capacitada para executar os juízos de Deus contra o povo de Judá e todos os povos da terra; por ter-se feito não menos pecadora pela sua soberba, haveria de comparecer também perante o tribunal do Rei dos reis para prestar contas de suas injustiças. A queda de Babilônia ocorreria oportunamente no tempo da restauração de Judá – quando aqueles que por ela foram feitos cativos e oprimidos seriam livres e escolheriam voltar para o monte Sião (Jr 50.4-6). Notemos que, dentre os pecados cometidos pelos caldeus – inclusive por seus reis – são mencionados, primeiramente, a idolatria, pela qual atribuíam suas sucessivas vitórias e o seu poderio a falsos deuses (Jr 50.2; cf. Hc 1.15-16); a luxúria e suntuosidade de que desfrutavam às custas do saque das nações, especialmente do povo de Deus (Jr 50.11; cf. Dn 5.1-4). Assim como outras terras e cidades antes dela, a terra dos caldeus e a grande cidade de Babilônia seriam assoladas, e nunca mais seriam habitadas (Jr 50.12-13). Consideremos ainda que, se ninguém podia imaginar, naquele tempo, que ainda haveria uma nação tão poderosa que poderia abater o império babilônico, o Senhor prenuncia aqui que outra nação se levantaria, e viria, também do norte, de uma terra distante, causando o mesmo temor a Babilônia que esta já havia causado a outras nações, e poderosa o suficiente para abatê-la (Jr 50.25-26, 41-43). É notável a expressão, no capítulo seguinte, de que o Senhor, tendo feito de Babilônia um instrumento da Sua indignação contra as nações, procurou “curá-la” da sua própria enfermidade, mas ela não se deixou curar, assim como antes havia feito Judá (Jr 51.7-9); ao invés de tomarem o castigo infligido contra o povo de Deus como lição para si mesmos e freio contra sua própria soberba, gloriaram-se nisto e pecaram ainda mais; pelo que, na sua ruína, os filhos de Jacó estariam sendo também vingados (Jr 51.24). O profeta então cita alguns dos povos arrolados entre as multidões que seriam reunidas contra Babilônia, das quais se destacam os medos (Jr 51.27-28). E encerra a profecia explicando como confiou o manuscrito contendo essas palavras de juízo a um dos príncipes de Judá levado em cativeiro com o rei Zedequias, para que fosse lançado no rio Eufrates em testemunho de que todas estas coisas se cumpririam (Jr 51.59-64). 

CONCLUSÃO Destes últimos capítulos de Jeremias podemos extrair a lição de que, ao contrário do ímpio, que nada aprende da repreensão divina exercida até mesmo contra o povo eleito e amado; o povo de Deus adquire maior certeza da justiça de Deus e da Sua misericórdia para com aqueles que se arrependem.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
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Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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