26 novembro 2020

009-As Lâmpadas e os pães da proposição - Levítico Lição 09[Pr Afonso Chaves]24nov2020

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LIÇÃO 9 

AS LÂMPADAS E OS PÃES DA PROPOSIÇÃO 

TEXTO ÁUREO: “Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário.” (Hb 9.2). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 24.1-9 

INTRODUÇÃO O conteúdo do capítulo 24 de Levítico parece tratar de dois assuntos distintos: a liturgia do culto no tabernáculo envolvendo o candelabro e suas sete lâmpadas, bem como a mesa e os pães da proposição; e o juízo determinado por Deus sobre um homem que havia blasfemado. Em nosso estudo desta porção das Escrituras, vamos nos deter principalmente no primeiro assunto, procurando destacar a importância e o significado dessas importantes peças do santuário naquela dispensação de sombras e figuras. 

I – O CANDELABRO E SUAS LÂMPADAS (VV. 1-4) Enquanto o livro de Êxodo apresenta-nos o tabernáculo de um ponto de vista mais estrutural, desde a revelação do seu modelo, passando pela sua construção e finalmente sua edificação ou “montagem” no deserto do Sinai; em Levítico é que encontramos a definição da sua funcionalidade no culto divino. Aprendemos, no estudo da lei das ofertas, das purificações e das solenidades, que o altar de bronze e a pia de bronze eram de uma utilidade constante, tanto para os sacerdotes como para o povo; que o altar de ouro era acessado especialmente no Dia da Expiação – de tal modo que, talvez por isso, o escritor aos Hebreus se refere a esta peça como estando presente no lugar santíssimo, levando em conta mais o seu uso no Dia da Expiação, em preparação para a entrada do sumo sacerdote além do véu, do que a sua posição “ordinária”, por assim dizer, antes do véu. Resta-nos agora considerar o candelabro e a mesa, duas peças cuja funcionalidade e significado têm muito a nos ensinar. O texto começa repetindo a ordem de Deus para que o povo trouxesse azeite puro, para alimentar a luz do candelabro que devia arder continuamente (cf. Ex 25.6; 27.20, 21). Conforme já estudamos em Êxodo, o candelabro consistia de uma única peça de ouro batido com sete lâmpadas (Ex 25.37, 39) e ficava posicionado “ao lado do tabernáculo, para o sul” (Ex 40.24), isto é, à mão esquerda do sacerdote que entrava no lugar santo. O procedimento a ser adotado para o uso desta peça era simples: todos os dias, o sacerdote devia acender as lâmpadas do candelabro ao cair da tarde e cuidar para que permanecessem acesas até a manhã do dia seguinte: “desde a tarde até à manhã” (v. 3; cf. Ex 30.8). E isto é muito significativo, mesmo no seu aspecto ou contexto mais imediato: durante o dia, embora a entrada de luz exterior no santuário fosse vedada pelas grossas camadas de peles e tecidos que cobriam o tabernáculo, a entrada e saída constante dos sacerdotes na realização dos seus serviços provia iluminação, ainda que provisória e precária, para o local de culto; mas, durante a noite, quando nenhum serviço era ministrado, todos estando ausentes e silenciados pelo sono, a luz do candelabro era tanto um testemunho de que Israel não havia abandonado ao Senhor, mas continuavam velando diante da Sua face através desse memorial; como também um sinal de que o santuário não estava em trevas, mas o Senhor ainda estava ali, zelando pelo Seu povo. A simbologia do candelabro como memorial do zelo do povo de Deus para com o Senhor é retomada posteriormente nas Escrituras – e, de modo especialmente notável em Apocalipse (cf. Ap 1.9- 13, 20), onde não um, mas sete castiçais de ouro representam a plenitude das igrejas de Cristo e, numa expressão posterior, os sete espíritos de Deus – isto é, a plenitude do Espírito da graça e da verdade (Ap 4.5), que infunde as igrejas para que, qual lâmpadas acesas, possam, pelo seu testemunho, vigilância e oração, ser luz no mundo e ao mesmo tempo alvo da atenção, memória e cuidado do Senhor (cf. Mt 25.1-13; Lc 12.35). Consideremos ainda que, assim como o sumo sacerdote em relação ao candelabro, aqu’Ele que provê o Espírito – o azeite – para que as igrejas, os cristãos – o candelabro – possa prover luz é Cristo Jesus (cf. Jo 8.12; 12.46; 1 Jo 1.5-7). 

II – A MESA E OS PÃES DA PROPOSIÇÃO (VV. 5-9) O texto trata mais acerca dos pães que deveriam ser preparados e dispostos sobre a mesa do que da mesa propriamente – como no caso anterior, onde se fala mais do azeite e da sua disposição nas lâmpadas do candelabro para que permanecessem acesas. Apenas para fins de recordação, a mesa havia sido fabricada de madeira de acácia e banhada em ouro (cf. Ex 25.23-24) e estava posicionada “ao lado do tabernáculo para o norte” (Ex 40.22), em oposição ao candelabro. O Senhor orienta então a que se preparassem, todos os sábados, doze pães a partir da farinha de trigo, os quais seriam dispostos em duas fileiras sobre a mesa e acompanhados de incenso. Ao que se depreende da brevidade do texto, esse incenso era oferecido como oferta queimada em lugar dos pães que, ao serem substituídos por novos pães no sábado, eram comidos pelos sacerdotes. A referência imediata que encontramos nos pães é a provisão de Deus para o sustento da vida – provisão essa que os israelitas aprenderiam ao longo da sua jornada no deserto (cf. Dt 8.3). Mas aqui há algo que relaciona os pães com o próprio Israel, tanto devido à alusão ao número das doze tribos como também ao fato de que eram oferecidos ao Senhor – por isso eram também chamados de pães da proposição (Ex 25.30). Podemos destacar o aspecto de que, como Jesus é o pão de Deus que dá a vida pelo mundo, o povo de Deus – seja Israel no passado ou a Igreja no presente – participa dessa virtude e condição, tendo sido oferecido a Deus, ainda que substitutivamente no sacrifício de nosso Senhor, tornando-se também como uma oferta de alimento puro e consagrada exclusivamente para uso de Deus Em analogia, assim como somos a luz do mundo, somos também pão para o mundo, a quem devemos alimentar com a Palavra que temos recebido (cf. 1 Co 10.17; 2 Co 5.14; Rm 12.1). 

III – UM CASO DE BLASFÊMIA (VV. 10-23) A parte final e mais extensa do capítulo trata de um caso particular de blasfêmia sobre o qual Moisés aguardou uma decisão direta do Senhor para resolvê-lo; nessa oportunidade, outros casos específicos de transgressões passíveis de punição também são apresentados e normatizados por Deus. Tratava-se do filho de um casamento mestiço entre uma israelita e um egípcio – de fato, havia grande multidão de pessoas estranhas no meio dos israelitas que inclusive os havia acompanhado na saída do Egito (Ex 12.38) e que mais tarde contribuiriam para levar o povo à murmuração e outras formas de rebelião contra o Senhor (Nm 11.4). O texto não explica que tipo de blasfêmia o jovem proferiu, mas parece ter sido em consequência da discussão que havia tido com o israelita. Princípios claros para considerar tal caso digno de uma dura sentença, Moisés e Israel já tinham – seja pelo mandamento de não tomar o nome do Senhor em vão, seja pela jurisprudência em que o crime de amaldiçoar pai e mãe devia ser punido com a morte (Ex 20.7; 21.17). Contudo, como ainda não havia orientação sobre se este caso deveria ser punido pelas mãos do povo ou se o Deus tomaria a causa em Suas próprias mãos, Moisés não permitiu que os ânimos se exaltassem e, com sabedoria, preferiu aguardar a palavra do único e verdadeiro Juiz. Por fim, Deus expressou a Sua vontade, que se tornaria em estatuto para todos os demais casos semelhantes (v. 16, 23). 

CONCLUSÃO A lição de hoje pareceu ser fragmentária em seus assuntos, mas certamente pudemos perceber um fio percorrendo todos os três tópicos: o lugar de destaque e consagração a Deus que a igreja ocupa em Sua presença, simbolizado nas lâmpadas do candelabro e nos pães da proposição, e o Seu zelo em vingar toda e qualquer ofensa que procure diminuir a solenidade dessa consagração ou escandalizar aqueles que procuram viver de acordo com as Suas santas leis.


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19 novembro 2020

008-As Solenidades do Senhor - Levítico Lição 08[Pr Afonso Chaves]17nov2020

 

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 LIÇÃO 8 

AS SOLENIDADES DO SENHOR 

TEXTO ÁUREO: “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As solenidades do Senhor, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades” (Lv 23.2). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 23.1-8 

INTRODUÇÃO Desde a sua saída da terra do Egito – momento representativo da sua libertação e aquisição para o Deus de seus pais – os israelitas aprenderam a considerar os poderosos feitos de Jeová através de solenidades comemorativas como a Páscoa, a Festa dos Asmos e o Sábado – conforme destacado na leitura bíblica. Chegava então o momento oportuno de desvendar outros aspectos do caráter e da obra de Deus na terra em favor de Seu povo, através da instituição de solenidades cujo verdadeiro significado espiritual só pode ser compreendido pela igreja hoje, graças à plena luz do evangelho de Cristo Jesus. 

I – O SÁBADO, A PÁSCOA E A FESTA DOS ASMOS (VV. 3-8) As festas solenes e comemorativas estabelecidas ou confirmadas por Deus neste capítulo têm um lugar vital dentro do propósito didático das instituições levíticas. Sempre foi comum entre os povos comemorar grandes feitos e acontecimentos significativos para a sua história em datas definidas, por meio de ritos ou cerimônias que reencenam, por assim dizer, o passado, mantendo-o vivo na memória dos antigos e incutindo-o nas mentes dos mais jovens. E o Senhor Deus também faz uso desse recurso didático, instituindo “festas” para comemorar eventos ou aspectos de grande importância na realização da redenção do Seu povo – aspectos esses ora visíveis nos próprios fatos históricos, ora aguardando seu pleno cumprimento quando da consumação da salvação eterna. Assim, começamos por considerar, ainda que brevemente, as festas já conhecidas do povo por essa ocasião, a começar pelo sábado. Embora haja evidência da guarda formal do sétimo dia antes mesmo da instituição do mandamento, visto que foi um dia criado para o homem desfrutar nele o descanso em Deus, somente sob o concerto do Sinai foi declarado uma solenidade oficial para todo o povo (cf. Gn 2.1-3; Mc 2.27; Ex 16.23; 20.8-11). O propósito da separação de um dia para Deus era impedir que os israelitas se consumissem numa busca desgastante e vã dos seus próprios interesses todos os dias, e propiciar o encontro da verdadeira felicidade e realização espiritual – ou seja, repouso das fadigas e desventuras da existência terrena na comunhão com Deus. À parte das discussões acerca da necessidade de se observar ou não um dia literal com essa finalidade, consideremos que em Cristo Jesus não apenas já temos encontrado repouso do fardo das nossas vaidades e pecados, mas podemos esperar ter entrada no repouso eterno reservado para os santos – quando somente então desfrutaremos da plenitude de um Sábado que nunca findará (cf. Mt 11.28-30; Mq 2.10; 2 Ts 1.3-7; Hb 4.9-11). Estreitamente interligadas, a páscoa e os asmos eram duas festas que se sucediam no calendário levítico, uma levando à outra. A primeira ocorria “aos catorze do mês, pela tarde” e comemorava a passagem do anjo da morte e o livramento dos primogênitos dos israelitas, graças ao sangue do cordeiro sacrificado. A segunda, começando “aos quinze dias” e estendendo-se por sete dias seguidos, comemorava a libertação do Egito, não mais dependendo do fermento, para uma vida de peregrinação no deserto, sendo o povo sustentado pelo pão asmo, representando a palavra de Deus (cf. Dt 8.1-4). O texto em si não apresenta mais nenhum detalhe, porquanto essas solenidades já haviam sido instituídas (cf. Ex 12), mas acrescenta um elemento importante – que tanto a páscoa como os asmos deveriam ter o mesmo caráter de dias consagrados a Deus que o sábado: “no primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis” e “ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis”. Daí a Escritura fazer referência não apenas ao sábado, mas aos sábados, incluindo sob esta palavra todas as santas convocações, que Israel deveria convocar no seu tempo determinado. Convém notar uma vez mais que é em Cristo Jesus que temos o cumprimento da verdadeira páscoa, aquela em que o Cordeiro de Deus foi sacrificado por nós e agora, livres da corrupção do pecado, vivemos o tempo da nossa peregrinação em direção ao céu na dependência da palavra de Deus, o verdadeiro e puro alimento das nossas almas (1 Co 5.6-13). 

II – AS PRIMÍCIAS, O PENTECOSTES E A FESTA DAS TROMBETAS (VV. 10-25) As próximas solenidades são novas em sua instituição, sendo que as das primícias e do pentecostes começariam a ser observadas somente depois que o povo entrasse na terra de Canaã (v. 10), pois estavam ligadas ao ciclo da semeadura e colheita. Primícias refere-se à primeira parte, ao princípio da colheita, da qual ninguém poderia desfrutar sem antes expressar sua gratidão ao Deus Todo-poderoso que abençoa o trabalho do lavrador e lhe dá o seu sustento (cf. v. 14). A palavra pentecostes significa “cinquenta” em grego e, embora não apareça aqui, nós a encontramos no Novo Testamento (cf. At 2.1) para designar esta solenidade que se comemorava exatamente cinquenta dias após as primícias, quando a colheita já devia estar encerrada. Nessa ocasião, apresentava-se nova oferta ao Senhor, comemorando a superabundância da bênção divina sobre o fruto da terra, para saciar tanto as famílias dos que nela trabalharam como aqueles que não podiam trabalhar pelo seu próprio sustento (cf. v. 22). A partir da celebração e reconhecimento da provisão divina para sustento das almas, um sentido mais pleno se desvendou quando da manifestação do Senhor Jesus Cristo, que veio ao mundo no tempo oportuno da salvação – da colheita das almas – oferecendo-se a Si mesmo, em Sua obra perfeita, como as primícias dos filhos de Deus e depois, concomitante à celebração de Pentecostes, derramou do Seu Espírito sobre a igreja, selando a salvação dos fiéis e através destes propagando a Sua palavra por todo o mundo, até que todo o Seu povo, como uma abundante colheita de trigo, seja recolhido no celeiro de Deus (cf. Jo 4.34-38; At 2.17-21, 32-33, 38-39). Nossas bíblias traduzem como memória de jubilação o que também pode ter o sentido de toque de trombetas, daí a variação na forma como esta solenidade é designada nos estudos bíblicos. Devido a poucas informações, é difícil determinar o seu propósito, embora possa ter sido parecido com o do jubileu (que estudaremos na próxima lição), assinalando o término de uma etapa e o início de uma nova – a crer no calendário judaico atual, o início de um novo ano. Em termos evangélicos, poderia muito bem prefigurar o tempo da graça, onde todos os povos são convocados, como que ao toque de trombetas, a receber o reino de Deus e a sua salvação (compare com Is 27.13; cf. Lc 4.16-21). 

III – O DIA DA EXPIAÇÃO E A FESTA DOS TABERNÁCULOS (VV. 26-44) Já estudamos o rito e o propósito do dia da expiação, mas aqui notamos que o Senhor não esperava que o povo atendesse a esta (e outras comemorações) apenas com sua mera presença física, mas com o coração devidamente preparado para refletir e buscá-l’O em consonância com o motivo da solenidade: “Porque toda alma que, naquele mesmo dia, não se afligir, será extirpada do seu povo”. Não por acaso, o capítulo conclui com a instituição da festa dos tabernáculos, que rememorava por sete dias a peregrinação do povo no deserto – sofrida quando vivenciada por aquela geração, mas que seria recordada de forma alegre e suave, sob a sombra das árvores frondosas da Terra Prometida, em que agora habitavam. Há um sentido profético aqui, pois, em sua habitação final nos céus, o povo de Deus também lembrará do tempo da sua peregrinação neste mundo, mas sob o refrigério das consolações do Cordeiro de Deus – o que lhes permitirá se rejubilarem e entender que todas as aflições desta vida foram compensadas pela glória da eternidade (cf. Zc 14.16-21; Ap 7.9-17; 2 Co 4.17-18). 

CONCLUSÃO Seguindo o exemplo das Escrituras, façamos da nossa salvação e de cada passo da obra de Deus em nos encaminhar para a eternidade gloriosa no céu os motivos das nossas maiores comemorações, principalmente quando reunidos em igreja para celebrar e cultuar nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.

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12 novembro 2020

007-A Santidade do culto levítico - Levítico Lição 07[Pr Afonso Chaves]10nov2020

  

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 LIÇÃO 7 

A SANTIDADE DO CULTO LEVÍTICO 

TEXTO ÁUREO: “Santos serão a seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do Senhor, o pão do seu Deus; portanto serão santos” (Lv 21.6). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 21.1-8 

INTRODUÇÃO Na última lição aprendemos o zelo de Deus com a Sua santidade, as terríveis consequências de profaná-la e o cuidado que Ele requer daqueles que foram chamados para serem dela participantes. O culto levítico proclamava essa santidade de diversas maneiras, e nos capítulos 21 e 22 estudaremos mais um aspecto da didática divina na forma como inculcava essa preciosa lição em Israel através da estrita conduta dos sacerdotes – cuja responsabilidade era não apenas atuarem como mediadores entre Deus e os homens, mas também como arautos das virtudes do Altíssimo, seja por suas palavras ou ações. 

I – A SANTIDADE DO SACERDÓCIO (LV 21) Como já temos estudado, uma das funções dos sacerdotes era a de representar Israel diante do Senhor, intermediando na apresentação das ofertas e ministrando a benção divina ao povo. Além disso, incumbia-lhes ensinar aos israelitas que Deus é santo e que eles deviam reverenciar e guardar essa santidade fazendo distinção entre o santo e o profano em seu dia a dia e abstendo-se dos costumes abomináveis das nações. Restava então orientá-los a demonstrar que eles mesmos estavam, de forma inequívoca, comprometidos em zelar pela santidade divina, conforme o princípio de que aquele que instrui deve fazê-lo não apenas por palavra, mas por obra (vv. 6, 12; cf. 1 Tm 4.12). Sabemos que diversas circunstâncias que implicavam em impureza ritual eram inevitáveis, e em algum momento todo israelita fazia-se impuro. Uma dessas circunstâncias era o contato com o corpo de um morto, mesmo no caso de familiares – caso tocasse, ou mesmo se entrasse numa tenda onde houvesse um morto, o israelita tornava-se impuro por sete dias e não podia entrar em contato com as coisas de Deus até que fosse purificado e expiado (cf. Nm 19.11-12, 14). Esta condição significava algo de mais grave para o sacerdote, porque sua posição social e estima no meio do povo bem poderia acabar constrangendo-o a comparecer o tempo todo a velórios, ficando não apenas sete dias, mas constantemente impedido de cumprir seu ministério no tabernáculo. Daí a proibição de se contaminar pelos mortos, exceto pelos familiares mais chegados (vv. 2, 3) – e, mesmo assim, guardando-se de qualquer demonstração excessiva do seu luto (v. 5). No caso do sumo sacerdote, essa restrição era ainda maior: “Não se chegará a cadáver algum, nem por causa de seu pai, nem por sua mãe, se contaminará” (v. 11). Do mesmo modo, no casamento os sacerdotes deviam se ater ao padrão da moralidade imutável definida por Deus no princípio, e não seguir as normas da conveniência ou permissividade de um coração endurecido: “Não tomarão mulher prostituta ou infame, nem tomarão mulher repudiada de seu marido” (v. 7; cf. vv. 13-15). E, mesmo no que diz respeito à aparência exterior, requeria-se deles nada menos que perfeita conformidade aos padrões da normalidade física. Não se trata de menor consideração da parte de Deus pelos que apresentassem algum “defeito” ou “anomalia”, mas de fazer do sacerdócio uma representação do mediador perfeito necessário, representação essa da qual o aspecto físico era o mais aparente aos israelitas, mas não o único nem o mais importante (cf. Hb 7.26; 1 Sm 16.7). 

II – A SANTIDADE DAS OFERTAS AO SENHOR (LV 22) As ordenanças prescritas neste capítulo ainda dizem respeito especialmente aos sacerdotes, mas estão relacionadas ao trato das coisas santas, a saber, qualquer oferta apresentada pelos filhos de Israel ao Senhor. Devido à sua constante participação nos sacrifícios oferecidos pelo povo e por receberem uma porção de determinados sacrifícios para sustento de suas famílias, os sacerdotes tinham contato direto e constante com as coisas consagradas a Deus e deviam estar ainda mais atentos às leis de purificação do que o israelita comum. Se eles ou seus familiares contraíssem qualquer forma de impureza, deviam se abster dos alimentos oriundos do altar, sob pena de exclusão do meio do povo de Deus; mas podiam comer qualquer alimento de origem comum (vv. 3, 11). Seguem-se então orientações detalhadas sobre os próprios sacrifícios e qualquer sorte de ofertas a serem apresentadas no altar de Deus. O Senhor não aceitaria nada que não fosse sem defeito (v. 20), pois Ele é santo e perfeito, Sua glória e majestade sendo imensuráveis por qualquer medida ou padrão conhecido; seria uma ofensa imaginar que o Criador de todas as coisas, que de nada tem falta e dispõe de tudo e de todos segundo a Sua soberana vontade, se dignaria aceitar uma oferta que não representasse o melhor do que a criatura pudesse oferecer, ao invés daquilo que ela dispensaria de outro modo (cf. Sl 50.10-12; cf. Ml 1.6-9). Em particular no que diz respeito aos animais oferecidos em sacrifício, não podiam apresentar defeito físico, nem mancha na coloração da sua pelagem, o que entendemos significar que o acesso a Deus só podia ser alcançado através de uma oferta perfeita, sem falta nem impureza – tal como aquela que Cristo Jesus ofereceu através de Sua própria vida santa e perfeita (cf. Is 59.2; 1 Pe 1.18-19). 

III – A SANTIDADE DA IGREJA DE CRISTO O que aprendemos com estes capítulos parece sublinhar diferentes aspectos de uma mesma e constante lição que permeia todo o livro de Levítico: Deus é santo e não podemos viver indiferentes a isto – com efeito, a indiferença em relação à santidade de Deus significa rejeitá-la ou, pior ainda, profaná-la, uma vez que, se somos filhos e povo de Deus, sabemos que o Seu apelo a nós é um só: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.13-16). Todos os castigos e bênçãos que alcançaram Israel decorrem da violação ou conformidade a esse apelo, respectivamente; porque o nosso próprio destino eterno não dependeria também da nossa atitude em relação a essa vontade de Deus, de diversas formas tão claramente expressa nas Escrituras? (Mt 5.8; Hb 12.14; 2 Co 6.14-7.1; 1 Ts 4.7, 8). Os sacerdotes haviam sido separados para ocupar uma posição privilegiada no culto divino que o restante de Israel simplesmente não estava preparado para ocupar, pois aquele ainda era o tempo da infância espiritual. O fato é que a igreja hoje é chamada de reino sacerdotal, todos sendo chamados a desfrutar dos altos privilégios do reino dos céus e, ao mesmo tempo, considerar a responsabilidade ainda maior que pesa sobre os ombros ainda do menor membro desse reino (cf. Mt 5.17-20). Por outro lado, embora não sejam sacerdotes em nenhum sentido distintivo dos demais membros da igreja, aqueles que são chamados ao ministério da palavra estão sob uma incumbência de grande responsabilidade – muito lhes foi dado no reino de Deus, portanto, muito lhes será requerido (Mt 25.14-30; Lc 12.48); assim como os filhos de Arão, eles devem zelar pela santidade de Deus não apenas em suas palavras, mas também em suas ações e testemunho, em tudo propondo em si mesmos um padrão que possa ser imitado ou louvado para a glória de Deus (cf. 1 Tm 3.7; 3 Jo 3, 12; At 6.3). 

CONCLUSÃO A santidade pode requerer de muitos uma sofrida renúncia; de outros, uma simples mudança de atitude, ou apenas de pensamento. Mas, como já temos dito mais de uma vez, ela não é mais fruto da conformação a ordenanças exteriores; hoje, é o Senhor Jesus que, pelo Seu Espírito, nos ensina a amar a Deus e tudo o que diz respeito a Ele, especialmente a Sua santidade; e, com muito ou pouco esforço de nossa parte, é a Sua graça que inclina a nos conformar a essa tão clara vontade de Deus para conosco.

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05 novembro 2020

006-As abominações das nações - Levítico Lição 06[Pr Afonso Chaves]03nov2020

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 LIÇÃO 6 

AS ABOMINAÇÕES DAS NAÇÕES 

TEXTO ÁUREO: “Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fareis conforme os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 18.3-4). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 18.1-5, 26-30 

INTRODUÇÃO Mais do que uma série de leis abrangendo diversos aspectos da conduta do povo de Israel, os capítulos que ora estudaremos são um testemunho da corrupção social e moral das nações no meio das quais a descendência de Abraão habitaria. O Senhor já lhes havia confiado leis que eram suficientes para instrui-los no caminho da verdadeira justiça e santidade; mas tamanhas eram as trevas da ignorância em que viviam os gentios que se fazia necessário exemplificar e discriminar diversos comportamentos que para aqueles povos bem podiam se passar por normais, mas, para o povo que servia ao Deus vivo e verdadeiro e desfrutava da luz da Sua lei, deviam ser condenados e abominados. 

I – ABOMINAÇÕES NAS RELAÇÕES FAMILIARES E NO CASAMENTO O propósito de Deus nas advertências que encontramos nestes três capítulos de Levítico era conscientizar os israelitas de que muitos costumes e hábitos do povo no meio do qual haviam vivido – os egípcios – e que ainda encontrariam em sua jornada – os cananeus – eram impuros, injustos e, portanto, abomináveis aos olhos do Senhor. Esses povos andavam em seus próprios caminhos, alheios a Deus e rebeldes à Sua vontade expressa até mesmo na natureza e na consciência de cada indivíduo; em consequência disso, haviam sido abandonados às suas próprias paixões, superstições e ídolos, tornando-se ainda mais réprobos e dignos do juízo de Deus que se abateu, primeiramente, sobre o Egito, e logo alcançaria também os cananeus (cf. vv. 24-25; Ex 12.12; Jr 10.2-3; At 14.15-17; Rm 1.21-32). Aqui encontramos uma das razões pelas quais os cananeus seriam expulsos e substituídos pelos hebreus na posse da terra que manava leite e mel. Havia sim a promessa feita a Abraão, mas Deus governa com justiça todos os povos, e os cananeus tiveram sua oportunidade e foram suportados com grande paciência, até que se mostraram completamente indignos da benção divina (cf. Gn 15.13-16). 

Era, portanto, por amor à promessa feita aos pais que eles receberiam aquela terra, mas também agora era sua vez de se mostrarem dignos de tão grande beneficência, através da obediência à vontade divina, tal como revelada nas leis que haviam recebido (Dt 7.6-11). Assim como aqueles povos foram destruídos por tê-las transgredido, os israelitas viveriam se as cumprissem (cf. verso 5). É importante notar que, ao longo do capítulo 18, o Senhor detalha diversas situações envolvendo a relação conjugal – ou melhor, perversões e confusões criadas pelos gentios em torno da instituição divina do casamento. A lei divina, natural para todos os povos, ditava tanto a honra e o pudor no trato com os familiares como também a clareza de propósito do casamento: “Deixará o homem o seu pai e sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24), implicando estas palavras na formação de um núcleo familiar, na união de um homem com uma mulher e na comunhão indissolúvel do casal. Os gentios, pelo contrário, no intuito de satisfazer suas próprias paixões, pouco se importavam com a violação do pudor e buscavam todo tipo de união concebível, não importando com o que essas relações implicassem: expor a nudez de familiares e parentes, bem como uniões incestuosas com os mesmos (vv. 6- 18), uniões com mulheres no seu período de impureza ritual (v. 19), uniões adúlteras (v. 20), uniões homossexuais (v. 22) e bestiais (v. 23). Ao contrário dos casos anteriormente estudados que tornavam o indivíduo impuro, mas que podiam ser expiados, tais uniões implicavam em violação da lei moral de Deus e deviam ser punidas rigorosamente como pecados inexpiáveis (Lv 20.10-21). Por isso são chamadas de “abominações” e são igualmente condenadas como pecado sob a dispensação do evangelho (cf. 1 Co 5.1; 6.10; Gl 5.19-21). 

II – ABOMINAÇÕES E INJUSTIÇAS DIVERSAS No capítulo 19 encontramos proibições e advertências de Deus sobre diversas situações, algumas envolvendo a violação da lei dos mandamentos, outras relacionadas à santidade proclamada nos rituais levíticos, e outras ainda tratando de questões que hoje chamaríamos de “sociais”, pois dizem respeito ao relacionamento dos israelitas uns com os outros em circunstâncias que poderiam envolver injustiça e opressão sobre os mais fracos, caso o Senhor não estabelecesse princípios que favorecessem a prática do amor e da benevolência. Não sendo possível nos delongarmos sobre todos os assuntos discutidos aqui, apontamos apenas alguns, como a advertência contra a idolatria, que podia assumir formas horrendas e cruéis como entre os gentios (Lv 19.4; cf. 18.21, 20.2), e contra adivinhações, encantamentos e qualquer outra prática baseada em superstições relacionadas ao mundo espiritual ou aos mortos (Lv 19.26b, 28, 31). Tais práticas deviam ser abominadas e condenadas da forma mais rígida entre o povo que conhecia aqu’Ele que é o Senhor, o único Deus (Lv 20.2-7). Destacamos ainda que, mais do que simplesmente impor uma norma ética correta, o padrão de conduta social aqui definido por Deus visava incutir no coração do israelita o amor pelo próximo – amor que, na plenitude dos tempos, o Senhor Jesus expressaria novamente na mesma expressão já enunciada em Levítico: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (v. 18). Por fim, em consequência dessas leis, a nascente sociedade israelita desenvolveu um caráter único que a diferenciava de todos os outros povos como uma nação justa, benevolente e piedosa, seja no trato dos seus líderes com o povo, seja no trato de uns com os outros, seja no trato com os estrangeiros. 

III – CRISTO NOS RESGATOU DAS ABOMINAÇÕES DAS NAÇÕES A lição mais importante que podemos extrair destes capítulos para aplicação à igreja atual é a de que, assim como Israel, nós também fomos chamados para ser uma nação que conhece a vontade de Deus e sabe que a Sua vontade não é apenas uma negação dos costumes do mundo, mas a afirmação de uma santidade que nasce no interior, pela graça e o poder assegurados pela obra de nosso Senhor Jesus, e que deve prevalecer sobre o pecado em um modo de vida justo, piedoso e agradável a Deus (Rm 12.1- 3; 1 Pe 4.1-4). As trevas de ignorância e afastamento de Deus em que as nações se encontram mostram-se um abismo cada vez mais profundo que nenhuma instituição, filosofia ou religião humanista consegue diminuir, e o pecado torna-se rapidamente em hábito social aprovado e, depois, incentivado e imposto sobre os incautos e incapazes de discernir o certo do errado. De um modo geral, Israel fracassou em se conformar à santidade divina, aderindo aos costumes dos povos até serem eles mesmos desarraigados da Terra Prometida; e muitos hoje também são induzidos a se conformar com este mundo; contudo, o mandato moral de Deus permanece o mesmo e o Seu propósito finalmente se cumprirá naqueles que perseverarem na obediência e santidade (2 Tm 2.19; Mt 7.24-27; Tt 2.11-14; 1 Pe 2.9-10). 

CONCLUSÃO Servir a Deus não é simplesmente uma negação dos costumes deste mundo; é reconhecer o Seu senhorio sobre a nossa vida, entender Sua vontade boa, santa e agradável, e então viver de acordo com ela, seguros de que este é o único caminho para desenvolvermos uma existência realmente significativa, com um propósito divino que infalivelmente se cumprirá e cujos frutos serão colhidos não apenas na bem-aventurança da comunhão divina neste mundo, mas na eternidade.

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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