28 agosto 2019

009-A Ressurreição e a Vida - Evangelho do Apóstolo João - Lição 09[Pr Afonso Chaves]27ago2019



MP3 PARA DOWNLOADS

LIÇÃO 9 
A RESSURREIÇÃO E A VIDA 

TEXTO ÁUREO:
“Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá” (Jo 11.25-26). 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 11.1-15 

INTRODUÇÃO 

O presente capítulo do quarto evangelho gira principalmente em torno da ressurreição de Lázaro e das consequências desse grandioso sinal operado por Jesus. Aqui voltamos ao tema da vida, tantas vezes já apresentado em outros sinais e discursos relatados pelo Evangelista. Contudo, neste episódio o Espírito Santo chama a nossa atenção para um aspecto particular da verdadeira vida que Jesus Cristo trouxe ao mundo – o aspecto da vida que vence a própria morte. 

I – JESUS É A RESSURREIÇÃO E A VIDA (VV. 1-27) 
O episódio que temos diante de nós é um dos relatos mais extensos deste evangelho. Aqui, até o momento decisivo em que Lázaro é ressuscitado, vamos encontrar diversos diálogos esclarecedores sobre o propósito do milagre. Começamos, então, observando a importância do que é dito pelo Senhor logo no início da narrativa, ao ser informado sobre a enfermidade de Seu querido amigo: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. Assim como em outros casos de cura, esta enfermidade também serviria ao propósito de manifestar a glória do Filho de Deus, convencendo a muitos de que Ele é o Cristo e confirmando ainda mais a fé dos que já criam. Com estas palavras e a revelação seguinte, de que Lázaro já estava morto, o Senhor também estava preparando os Seus discípulos para a contemplação de uma demonstração de poder ainda maior que qualquer cura que Ele já havia operado. O encontro de Marta com Jesus, quando Ele se aproximava da aldeia, é um ponto alto da narrativa. Embora não tivesse atendida a sua expectativa de que Jesus, ouvindo que Lázaro estava enfermo, viria de imediato até a aldeia para curá-lo, aquela mulher ainda expressa sua profunda convicção acerca de quem era o Mestre, certamente impactada pelo recente milagre operado em Jerusalém: “Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá”. Mas, ainda que nestas palavras possa estar implícita a fé de que, se Ele quisesse, poderia ressuscitar a Lázaro, com modéstia, Marta se limita a entender as palavras de Jesus: “Teu irmão há de ressuscitar”, como uma referência à ressurreição do último dia. É aí que Jesus responde com palavras que encerram o significado de toda esta passagem: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Em primeiro lugar, Cristo veio trazer a verdadeira vida a homens que estavam em trevas e sombras de morte. Logo, receber a luz dessa vida já era uma verdadeira ressurreição, como o próprio Senhor havia explicado antes (Jo 5.24-25). É verdade que o próprio Senhor havia também sinalizado para uma ressurreição no fim dos tempos como algo distinto dessa ressurreição espiritual, embora tendo sido depositada pelo Pai em Suas mãos, para maior certeza dos que criam n’Ele e já desfrutavam da vida pela fé no Seu nome (Jo 5.28-29). Mas agora, para que entendessem que a vida que Jesus trouxe ao mundo é uma vitória sobre a morte em todos os seus aspectos, e por isso é a verdadeira ressurreição (inclusive a garantia da ressurreição do último dia), Ele afirma categoricamente e, no caso de Lázaro, demonstrará a conexão inseparável entre a ressurreição e a vida em Si mesmo. O propósito da passagem, então, é revelar que quem crê no Senhor Jesus já desfruta de uma vida que não pode ser suprimida pela morte e, de fato, não pode mais morrer (cf. Ap 20.6) – ainda que essa realidade haverá de ser plenamente manifestada na ressurreição do último dia (Jo 6.39-40; cf. 1 Co 15.22-26, 54-57). 

II – LÁZARO É RESSUSCITADO (VV. 28-45) 
Os versículos seguintes ao diálogo entre Jesus e Marta são cheios de emoção, e o escritor inspirado revela que o próprio Senhor tomou parte nessa demonstração de fraqueza humana, chorando com os que choram e sentindo as misérias e tristezas que tão facilmente se abatem sobre nós. Mas, por outro lado, Ele também se perturbava, ou se movia muito em espírito, pelas lamentações que faziam sobre como Ele poderia ter impedido a morte de Lázaro – pois essas queixas questionavam a própria glória de Deus, como se limitassem o poder de Jesus fazer alguma coisa depois que Seu amigo falecera. Assim, diante da persistente incredulidade de uns, da limitação de outros em esperar algo maior que a cura de uma enfermidade, e da tristeza de todos, Jesus opera um dos maiores sinais realizados em todo o Seu ministério, chamando Lázaro de volta à vida pelo poder da Sua palavra: “Lázaro, sai para fora”, e sendo imediatamente atendido. Nem mesmo as ressurreições narradas nos evangelhos sinóticos se comparam a esta, pois aquelas foram quase que imediatas à morte da pessoa ressuscitada, ao passo que a de Lázaro ocorreu no quarto dia, quando a deterioração do corpo já estava avançada. Isto faz deste milagre um sinal que confirma o que Jesus havia dito sobre o poder que havia recebido para ressuscitar os mortos no último dia, libertando-os dos seus sepulcros. Considerando isto juntamente com a oração pública que o Senhor havia dirigido ao Pai, como que fazendo prova aos olhos da multidão de que Ele era enviado por Deus, o milagre causou um tremendo impacto sobre os judeus, particularmente os que haviam vindo de Jerusalém. 

III – O CONSELHO PARA MATAR A JESUS (VV. 46-53) 
Se este milagre foi a demonstração final e mais poderosa de que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, por outro lado, também foi o que levou os líderes do povo de Israel a decidirem pelo Seu fim. Reunidos em Jerusalém, esses homens implicitamente reconhecem que, eventualmente, o povo se voltaria para Cristo devido à eficácia dos Seus sinais (Jo 12.19). Mas eles não estavam preocupados em ter diante de si o próprio Cristo prometido, e sim em perder a liderança da nação, além de uma possível repressão dos romanos que levasse Israel à destruição. Ao que o sumo sacerdote Caifás intervém com a palavra de que um homem deveria morrer pela nação e que esse homem era Jesus – conselho este que é aceito de imediato pelos demais. Esta era uma profecia não apenas no sentido de algo que aconteceria, mas de que era o conselho de Deus revelado através dos profetas do passado (At 2.23). Estando ciente disso, ou não, o sumo sacerdote não presumia maiores consequências da morte de Jesus além da manutenção do estado atual de relativa paz em Israel, sob a tutela do Império Romano. Contudo, João desvenda o verdadeiro sentido dessa palavra, pois a morte de Jesus não impediria que a nação eventualmente fosse destruída, mas seria plenamente eficaz para restaurar o povo de Deus, reunindo em um só corpo com os judeus crentes “os filhos de Deus que andavam dispersos”, ou seja homens de toda tribo, língua e nação (Jo 12.20-24, 31-33). 

CONCLUSÃO 
Se cremos em Cristo Jesus, podemos estar seguros de que nem a morte poderá nos privar do que Deus nos concedeu através d’Ele, pois em Cristo a nossa ressurreição é tão certa como é a nossa vida n’Ele. 

PARA USO DO PROFESSOR




AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova



Baixe o aplicativo Rádiosnet e ouça nossa rádio no celular onde você estiver 
https://www.radios.com.br/aovivo/radio-net-grata-nova/16059
https://www.radios.com.br/

21 agosto 2019

008-O Bom Pastor - Evangelho do Apóstolo João - Lição 08[Pr Afonso Chaves]20ago2019


MP3 PARA DOWNLOADS
 
LIÇÃO 8 
O BOM PASTOR 

TEXTO ÁUREO: 
“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 10.1-14 

INTRODUÇÃO 
Na lição de hoje estudaremos uma parábola cuja mensagem revela em ricas cores o amor e a bondade do Senhor Jesus em relação ao Seu povo, Sua total dedicação e Seu sacrifício supremo por aqueles que foram entregues aos Seus cuidados, e a inquestionável eficácia da Sua obra para assegurar o eterno bem estar de todos os que são Seus. 

I – JESUS É O BOM PASTOR (VV. 1-14) 
A parábola contada por Jesus nos primeiros versos deste capítulo se inspira num quadro muito familiar e cotidiano para o povo israelita, que desde as suas origens em Abraão, Isaque e Jacó (para não dizer desde os primeiros dias da própria humanidade) vivia essencialmente uma vida pastoral. 
De fato, esta era uma cena muito significativa à luz da própria palavra de Deus: o cuidado paciente e bondoso que o pastor precisava ter por criaturas tão indefesas e dependentes como suas ovelhas, mais de uma vez, havia servido para ilustrar o zelo e amor de Deus por Israel em prover todas as necessidades do Seu povo e protege-lo de todos os perigos (Sl 23; 80.1; Is 40.9-11). 
Além disso, alguns dos maiores líderes do povo de Deus haviam sido, de certa forma, “treinados” para a sua missão pastoreando ovelhas; e, numa alusão ao próprio Messias, que viria para liderar Israel perpetuamente, as profecias o anunciavam como um pastor suscitado por Deus (Ez 34.11-15, 23). 
Assim, através desta parábola Jesus se apresenta aos que O ouviam como o verdadeiro e único pastor do rebanho de Deus: “Eu sou o bom Pastor”. 
Mas devemos notar que, na parábola, o Senhor estabelece um contraste notável entre a relação de afeto recíproco entre o pastor e as ovelhas e a aversão destas aos que são chamados de ladrões e salteadores, estranhos ou, mais adiante, de mercenários, os quais de alguma forma prejudicavam ou se beneficiavam às custas do rebanho. 
Lembremos que Jesus está falando com os mesmos judeus (fariseus) que, no capítulo anterior, haviam presenciado a cura do homem cego, sua expulsão da sinagoga e recebido a dura repreensão de que eles agora eram cegos, por não crerem em quem Jesus era. 
Ora, a parábola também ilustra a situação desses judeus, cujos líderes se diziam pastores do povo de Deus, mas desprezavam a única porta de entrada no curral das ovelhas (no reino de Deus), que é o próprio Cristo, enquanto tentavam desencaminhar as ovelhas verdadeiras – como o cego que fora curado – impedindo-as de entrar pela porta, negligenciando suas necessidades ou mesmo entregando-as à matança. 
Enquanto a obra desses falsos líderes se resumia em roubar, matar e destruir, a obra que Jesus vinha realizando desde o princípio do Seu ministério demonstrava claramente a bondade deste pastor: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (cf. At 10.38). 
Tudo aquilo de que os homens precisavam podiam encontrar agora em Cristo, desde o alívio dos seus sofrimentos e misérias até a saciedade de graça e verdade para a vida eterna. 
Portanto, não era difícil para as ovelhas reconhecerem quem era o verdadeiro pastor, a quem deveriam ouvir, seguir, mesmo que isto resultasse em cruel rejeição por aqueles que não eram pastores: “Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 

II – O SACRIFÍCIO DO PASTOR PELAS OVELHAS (VV. 15-21) 
Pudemos considerar em outros discursos relatados neste evangelho que Jesus primeiro apresenta o benefício que veio trazer aos homens para depois revelar a que preço, ou o encargo que Ele mesmo assume para assegurar que todos os que creem recebam esse benefício. 
E aqui também encontramos o mesmo tipo de ensinamento: tendo se apresentado como o bom pastor, que cuida e provê todas as necessidades das ovelhas, o Senhor aponta para a suprema obra que, como pastor, deveria realizar em demonstração do Seu amor pelo rebanho de Deus: “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. 
E, assim como, no conhecimento mútuo que há entre o Pai e o Filho, Cristo sabe que a vontade do Pai é que Ele realize esse sacrifício e Ele está pronto a obedecer, do mesmo modo as Suas ovelhas, que vagavam dispersas pelo mundo, pelo mesmo conhecimento que há entre elas e o seu pastor, ouviriam a Sua voz e seriam agregadas em um só povo ou rebanho (1 Pe 2.24-25; Ef 2.13-16). 
Jesus também revela a Sua abnegação e voluntariedade ao realizar esta obra. Embora suscitasse escândalo e polêmica entre os judeus, por não compreenderem como o príncipe da vida poderia ser morto, o sacrifício de Cristo só seria possível porque isto havia sido determinado pelo próprio Pai, e nesta determinação estava incluída a Sua ressurreição, sem a qual a obra do bom pastor não estaria completa: “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a toma-la” (cf. At 2.23-24; Mt 16.21). 

III – A OBEDIÊNCIA DAS OVELHAS AO PASTOR (VV. 22-30) 
Neste momento, o escritor introduz um intervalo para chamar a atenção para a obstinação dos judeus, que continuavam divididos em suas opiniões, mas indispostos a confessar Jesus como o Cristo. 
O Mestre não se dará ao trabalho de provar aquilo que já estava amplamente provado, através de muitos sinais, e como já havia feito em outra ocasião, simplesmente declarará a razão da incredulidade daqueles homens: “Vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito”. 
Com isto, mais uma vez se evidencia a distinção entre aqueles que Jesus reconhecia como Seus e que, por isso, haveriam de crer, e os que estavam irremediavelmente condenados a permanecer em confusão e incredulidade. 
A morte sacrificial do bom Pastor não apenas assegura que todos e cada um daqueles que creem tenham a vida eterna, como já temos também considerado em outras passagens deste evangelho; mas através dela os crentes estão seguros contra todos os males que fariam perder eternamente qualquer outro: “ninguém as arrebatará da minha mão”. 
Ao contrário do que alguns poderiam imaginar, esta segurança não nos dispensa da vigilância e da oração, nem da prática da justiça, mas, pelo contrário, o fato de estarmos seguros nas mãos de Cristo como nas mãos do próprio Pai é a mais poderosa motivação para perseverarmos contra todo o engano e tentação (Hb 6.9-12) e a maior consolação contra qualquer infortúnio ou abatimento que esta vida possa nos trazer (Rm 8.28-30, 31-39). 

CONCLUSÃO 
Ao considerar os ensinamentos desta parábola, quão grande é a consolação e alegria que podemos derivar do fato de que o Senhor Jesus cuida de nós como Suas ovelhas, não permitindo que nenhum mal nos afaste da Sua bondade e misericórdia, nem que qualquer coisa nesta vida nos prive da nossa herança junto ao rebanho de Deus na eternidade. 


PARA USO DO PROFESSOR


AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova



Baixe o aplicativo Rádiosnet e ouça nossa rádio no celular onde você estiver 
https://www.radios.com.br/aovivo/radio-net-grata-nova/16059
https://www.radios.com.br/

15 agosto 2019

007-A Luz do Mundo - Evangelho do Apóstolo João - Lição 07[Pr Afonso Chaves]13ago2019


MP3 PARA DOWNLOADS


LIÇÃO 7 
A LUZ DO MUNDO TEXTO 

ÁUREO
“Enquanto estou no mundo sou a luz do mundo” (Jo 9.5). 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 9.1-7 

INTRODUÇÃO 

A cura do cego de nascença, narrada no capítulo que agora estudamos, mantém certa relação com os dois capítulos anteriores, que não analisaremos especificamente. 

Já familiarizados com o método peculiar do quarto evangelho apresentar e explicar os milagres de Jesus, não será difícil de percebermos o significado mais profundo desse sinal e o quanto ele nos revela acerca de Cristo Jesus como a luz verdadeira que veio ao mundo. 

I – A CURA DO CEGO DE NASCENÇA (VV. 1-14) 
Como em outras vezes, Jesus novamente se encontra em Jerusalém por ocasião de uma das festividades celebradas pelos judeus. 
Mas agora estamos em um momento mais crítico do Seu ministério, onde Sua presença em Jerusalém era esperada pelo povo, mas ao mesmo tempo Sua pessoa era muito discutida e controvertida; inclusive os líderes da nação de Israel já haviam demonstrado sua aversão a Jesus, intimidando aqueles que se manifestassem favoravelmente a Ele: “E havia grande murmuração entre a multidão a respeito dele. 
Diziam alguns: Ele é bom. E outros diziam: Não, antes engana o povo. 
Todavia ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus ... Então alguns dos de Jerusalém diziam: Não é este o que procuram matar?” (Jo 7.12-13, 25). 
Então, aos que estavam embaraçados por dúvidas, mas cujos corações estavam inclinados a receber a Cristo, convencidos dos Seus sinais, Ele faz um último apelo público (Jo 7.37-39); enquanto aos demais, que rejeitavam ou não se deixavam convencer pelos argumentos divinos, Ele desmascara sua malícia e pecado, sua condição irrecuperável, caso não se arrependessem, e o verdadeiro espírito sob o qual estavam agindo (Jo 8.7-9, 21-24, 39-45). 
Portanto, o milagre que aqui encontramos é de grande importância para iluminar ainda mais esse quadro. 
Nas palavras do próprio Jesus, esse era o propósito daquela enfermidade: “Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” – não apenas a obra do milagre em si, mas a obra da salvação, cujo mistério acerca daqueles que creem e dos que não creem seria demonstrado na discussão que se segue, envolvendo o homem curado, os judeus e o próprio Jesus. 
As circunstâncias do milagre também são cheias de significado, como o fato de o homem ter sido enviado ao tanque chamado Siloé (que significa “enviado”, assim como Cristo foi enviado ao mundo pelo Pai) ou da cura ter sido realizada em um sábado. 
Mas nesta lição queremos apenas considerar o sentido mais importante: que a cura do cego aponta para a obra do Filho de Deus, que vem ao mundo para ser a luz da vida eterna para todos os que O seguem, para que não permaneçam nas trevas da condenação e não se percam eternamente (8.12). 

II – A CONTROVÉRSIA DOS JUDEUS (VV. 15-24) 
Como era de se esperar, o que chama a atenção dos judeus e dos seus líderes não é a maravilha do milagre, mas as supostas violações à lei de Deus que Jesus teria cometido – o que seria inconsistente com a operação de um sinal de Deus. 
Esquecendo-se, ou talvez ignorando completamente o argumento que o Senhor já havia lançado em outra ocasião, eles não percebiam que, se o que Jesus fez e mandou fazer para operar o milagre fosse realmente uma violação do sábado, o milagre não teria ocorrido. 
Mas o fato é que o homem estava enxergando e isso dividiu os judeus entre aqueles que simplesmente não tinham explicação para o que havia acontecido e os que não acreditavam que o homem tivesse sido realmente cego. 
Finalmente, parece que chegam a um consenso de que o milagre realmente aconteceu, mas não contam isto como argumento em favor de que Jesus seja um enviado de Deus, pois o sábado teria sido violado e a indisposição dos fariseus em relação a Ele já era muito grande, a ponto de proibirem a menção ao Seu nome na sinagoga, sob pena de exclusão da comunidade judaica. 
Apenas consideram como uma intervenção divina pontual e sem maior significado, e hipocritamente chamam Jesus de “pecador” quando, há pouco, Ele mesmo havia exposto o pecado desses homens e os desafiado a encontrarem pecado em Suas obras ou palavras: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46; 12.46). 

III – O JUÍZO DA LUZ (VV. 25-41) 
O quadro descrito nos versos anteriores e nos seguintes revela a triste condição em que os líderes da nação – e, por assim dizer, a própria nação – se encontravam, espiritualmente cegos para a verdade, incapazes de reconhecê-la mesmo quando, vindo como a própria luz, ela se apresentava em todo o seu resplendor diante de seus olhos. 
E isto fica ainda mais evidente, para infelicidade desses mestres e anciãos do povo, quando confrontados pela lucidez com que o homem curado responde às suas indagações. 
Ele, que aos olhos dos seus líderes não passava de um simplório e pecador, demonstra sabedoria ao entender corretamente que o milagre era um claro argumento de que aqu’Ele homem que o curou era de Deus. 
Tanto que, ao ser confrontado pelo próprio Jesus, imediatamente O reconhece e O adora. 
E aqui chegamos à mensagem principal desta passagem, resumida nas palavras do próprio Senhor: “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem sejam cegos”. 
Se até então Jesus havia se referido a Si mesmo como a luz do mundo, que veio para dar vida aos que estavam nas sombras da morte, ou para possibilitar aos que estavam desgarrados e perdidos nas trevas voltarem para o caminho da vida à luz da presença de Cristo; agora Ele aponta para o fato de que “a luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a compreenderam”. 
A cura do cego representa o primeiro aspecto dessa figura; mas a rejeição dos judeus, que enxergavam, representa a incapacidade dos que estão em trevas amarem a luz, mesmo tendo o prestígio da religião ou presumindo qualquer outro privilégio, como se realmente enxergassem. Assim, Jesus veio como luz para dar visão – a vida eterna – aos cegos; mas também para exercer juízo sobre os que pretendem enxergar sem ela, quando na verdade permanecem nas trevas da ignorância e do pecado. 
Esse era o tempo de se voltarem para Cristo e receberem a Sua luz e, assim, quando Ele se ausentasse, pudessem ser filhos da luz; ou, rejeitando-O, na Sua ausência serem definitivamente rejeitados (cf. Jo 12.35-45). 

CONCLUSÃO 
O milagre que estudamos nesta lição ensina que a obra de Cristo consiste em dar vista aos cegos, no sentido do conhecimento da graça e verdade que n’Ele foram reveladas e da vida eterna que alcançamos por essa revelação. Se não fosse por essa obra, permaneceríamos extraviados nas trevas, enganados e convencidos de que não precisávamos de nenhuma outra luz, simplesmente por termos uma visão ou alguma perspicácia intelectual de que talvez outros sejam privados. 

PARA USO DO PROFESSOR




AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova



Baixe o aplicativo Rádiosnet e ouça nossa rádio no celular onde você estiver 
https://www.radios.com.br/aovivo/radio-net-grata-nova/16059
https://www.radios.com.br/


07 agosto 2019

006-O Pão da Vida - Evangelho do Apóstolo João - Lição 06[Pr Afonso Chaves]06ago2019



MP3 PARA DOWNLOADS
 

LIÇÃO 6 
O PÃO DA VIDA 

TEXTO ÁUREO:
“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo” (Jo 6.51). 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 6.1-15 

INTRODUÇÃO 
O episódio que estudaremos nesta lição também é narrado nos outros evangelhos, mas em João recebe uma nova perspectiva que lança luz sobre o seu verdadeiro significado, graças ao discurso que se seguiu e que é registrado somente por este evangelista. 

I – JESUS ALIMENTA A MULTIDÃO (VV. 1-15) 
A narrativa do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, em si mesma, não apresenta muitas diferenças em relação à versão dos sinóticos. 
Pelos elementos presentes aqui, podemos entender que se trata do primeiro milagre de multiplicação (Mt 14.13-21, etc.), que ocorreu na Galileia, junto ao lago de Tiberíades (também chamado Mar da Galileia), estando próxima a páscoa. 
O evangelista chama a atenção para o fato de que a multidão que seguia a Cristo era atraída pelos sinais que Ele realizava, ou seja, de alguma forma estavam convencidas que Ele era um grande homem ou profeta de Deus. 
Nesta ocasião, a necessidade é notada primeiramente pelo próprio Senhor, que expressa Sua compaixão pelo povo e questiona aos discípulos a fim de manifestar o que eles pensavam sobre aquela situação: 
“Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco”. 
Os discípulos não conseguem ver possibilidades de atender aquela imensa necessidade material, mas, ao invés de dispensar a multidão, como nos outros evangelhos é sugerido pelos apóstolos, Jesus usa esta oportunidade para mostrar que Ele poderia suprir aquela necessidade, por mais mundana ou indigna da Sua atenção que isso pudesse lhes parecer. 
Como no primeiro milagre narrado no quarto evangelho, aqui também se trata de uma demonstração do poder de Cristo sobre a realidade física da criação, alterando-a e fazendo aquela pequena quantidade de alimento – que satisfaria apenas a alguns – matar a fome de uma grande multidão; ou ainda transformando a miséria do povo de Israel em grande fartura e abundância, como sinal de que o reino do Messias, o banquete das bodas do Senhor com o Seu povo, havia chegado. 
A grandeza do milagre é ressaltada ainda mais quando se destaca que, recolhendo-se as sobras do que a multidão havia comido, encheram-se doze alcofas (ou cestos) cheias de pedaços dos pães. 
Isto imediatamente surpreende a todos, que veem em Jesus o cumprimento das profecias messiânicas. Percebendo que a multidão tentaria fazer d’Ele rei ao seu modo, o Senhor se retira deles. 

II – JESUS É O VERDADEIRO ALIMENTO (VV. 22-40) 
Ainda movidos pela impressão causada pelo milagre, a multidão continua a procurar Jesus e O encontra em Cafarnaum, próximo ao mar. 
A partir daqui, a narrativa toma a forma de um diálogo em que o Senhor, logo de início, revela a motivação equivocada daquela multidão – buscar a saciedade do corpo pelo alimento material – e explica que o sentido do milagre é de que Jesus havia sido confirmado por Deus, através deste e de tantos outros sinais já realizados, como aqu’Ele que sacia a necessidade espiritual do homem, dando-lhe a vida eterna, ilustrada na figura do verdadeiro alimento ou do verdadeiro pão, o pão da vida: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou”. 
Exortados a crerem em Jesus a fim de receberem esse melhor alimento, a multidão pede um sinal à semelhança daquele operado por Moisés, como se o milagre operado por Cristo fosse menos maravilhoso que o maná que alimentou o povo durante quarenta anos no deserto (Ex 16.4; Sl 105.40). Isto mostra que a multidão não entendeu as palavras de Cristo, pois não havia diferença essencial entre o maná e os pães multiplicados, já que ambos serviam apenas para sustentar o corpo, mas nenhum poderia dar a verdadeira vida. 
Embora as palavras: “Senhor, dá-nos sempre desse pão” demonstrem que eles já entendiam que se tratava de algo que somente Jesus poderia lhes dar, desta vez o Senhor não se acomoda à compreensão deles e, dando um passo adiante, apresenta-se como o próprio alimento de que vinha falando: “Eu sou o pão da vida”, e daí a necessidade de crer-se n’Ele para provar desse alimento: “Aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”. 
Considerando que esses homens haviam se mostrado indispostos a crer, Cristo toca mais uma vez na questão de que, embora a provisão de Deus para dar vida ao mundo seja maravilhosamente abundante, a Sua vontade é entregar aos cuidados de Seu Filho propriamente aqueles que Ele escolheu desde a eternidade, para que a seu tempo venham a Cristo e sejam ressuscitados no último dia: “E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia”. 

III – A MORTE DE JESUS DÁ VIDA AO MUNDO (VV. 41-58) 
Aos judeus impressionados com aquela ousada afirmação, murmurando com incredulidade sobre a pessoa de Jesus, Ele reafirma ser o pão da vida – maior, portanto não apenas que o maná, mas que o próprio Moisés: “Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra”. 
Além disso, o Senhor estabelece o fundamento desta verdade sobre o Seu próprio sacrifício, que seria consumado para dar vida ao mundo: “O pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”, ou, como já declarado em outra ocasião, para que todo aquele que crer tenha a vida eterna. O sentido de comer da carne e beber do sangue de Cristo se compreende pelo fato de que o dom da vida eterna estava condicionado à Sua própria morte, e não apenas a uma obra que Ele realizaria fora de Si mesmo. 
Mas estas palavras servem apenas para maior confusão e escândalo daqueles judeus, que não compreendem o seu sentido figurado. Jesus está tratando de coisas espirituais e da verdadeira vida, que é espiritual (v. 63) e que, a partir da Sua morte, fluiria abundantemente sobre aqueles que cressem. 
Assim, a Sua carne é verdadeira comida e o Seu sangue, verdadeira bebida, porque somente através da oferta do Seu próprio corpo é que o homem pode ser espiritualmente vivificado para a vida eterna. Comer da carne e beber do sangue de Cristo, ou viver por Ele como Ele vive pelo Pai, significa, então, identificar-se com Ele na Sua morte, através da fé, da sujeição à Sua vontade, crendo que Ele é o Filho de Deus e crendo nas Suas obras e palavras como expressão graciosa da Sua suprema obra redentora na cruz (vv. 68-69). 

CONCLUSÃO 
Nesta lição aprendemos que Jesus Cristo é o nosso verdadeiro alimento, o sustento da nossa vida, sem o qual certamente pereceríamos em nossa miséria espiritual. 
Aprendemos também que o nosso relacionamento com Ele, pautado nessa expressão, deve ser o de completa e constante identidade com a Sua pessoa, Sua obra e Suas palavras, identificando-nos com Ele e vivendo por Ele. 

PARA USO DO PROFESSOR.


AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova



Baixe o aplicativo Rádiosnet e ouça nossa rádio no celular onde você estiver 
https://www.radios.com.br/aovivo/radio-net-grata-nova/16059
https://www.radios.com.br/