07 agosto 2019

006-O Pão da Vida - Evangelho do Apóstolo João - Lição 06[Pr Afonso Chaves]06ago2019



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LIÇÃO 6 
O PÃO DA VIDA 

TEXTO ÁUREO:
“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo” (Jo 6.51). 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 6.1-15 

INTRODUÇÃO 
O episódio que estudaremos nesta lição também é narrado nos outros evangelhos, mas em João recebe uma nova perspectiva que lança luz sobre o seu verdadeiro significado, graças ao discurso que se seguiu e que é registrado somente por este evangelista. 

I – JESUS ALIMENTA A MULTIDÃO (VV. 1-15) 
A narrativa do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, em si mesma, não apresenta muitas diferenças em relação à versão dos sinóticos. 
Pelos elementos presentes aqui, podemos entender que se trata do primeiro milagre de multiplicação (Mt 14.13-21, etc.), que ocorreu na Galileia, junto ao lago de Tiberíades (também chamado Mar da Galileia), estando próxima a páscoa. 
O evangelista chama a atenção para o fato de que a multidão que seguia a Cristo era atraída pelos sinais que Ele realizava, ou seja, de alguma forma estavam convencidas que Ele era um grande homem ou profeta de Deus. 
Nesta ocasião, a necessidade é notada primeiramente pelo próprio Senhor, que expressa Sua compaixão pelo povo e questiona aos discípulos a fim de manifestar o que eles pensavam sobre aquela situação: 
“Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco”. 
Os discípulos não conseguem ver possibilidades de atender aquela imensa necessidade material, mas, ao invés de dispensar a multidão, como nos outros evangelhos é sugerido pelos apóstolos, Jesus usa esta oportunidade para mostrar que Ele poderia suprir aquela necessidade, por mais mundana ou indigna da Sua atenção que isso pudesse lhes parecer. 
Como no primeiro milagre narrado no quarto evangelho, aqui também se trata de uma demonstração do poder de Cristo sobre a realidade física da criação, alterando-a e fazendo aquela pequena quantidade de alimento – que satisfaria apenas a alguns – matar a fome de uma grande multidão; ou ainda transformando a miséria do povo de Israel em grande fartura e abundância, como sinal de que o reino do Messias, o banquete das bodas do Senhor com o Seu povo, havia chegado. 
A grandeza do milagre é ressaltada ainda mais quando se destaca que, recolhendo-se as sobras do que a multidão havia comido, encheram-se doze alcofas (ou cestos) cheias de pedaços dos pães. 
Isto imediatamente surpreende a todos, que veem em Jesus o cumprimento das profecias messiânicas. Percebendo que a multidão tentaria fazer d’Ele rei ao seu modo, o Senhor se retira deles. 

II – JESUS É O VERDADEIRO ALIMENTO (VV. 22-40) 
Ainda movidos pela impressão causada pelo milagre, a multidão continua a procurar Jesus e O encontra em Cafarnaum, próximo ao mar. 
A partir daqui, a narrativa toma a forma de um diálogo em que o Senhor, logo de início, revela a motivação equivocada daquela multidão – buscar a saciedade do corpo pelo alimento material – e explica que o sentido do milagre é de que Jesus havia sido confirmado por Deus, através deste e de tantos outros sinais já realizados, como aqu’Ele que sacia a necessidade espiritual do homem, dando-lhe a vida eterna, ilustrada na figura do verdadeiro alimento ou do verdadeiro pão, o pão da vida: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou”. 
Exortados a crerem em Jesus a fim de receberem esse melhor alimento, a multidão pede um sinal à semelhança daquele operado por Moisés, como se o milagre operado por Cristo fosse menos maravilhoso que o maná que alimentou o povo durante quarenta anos no deserto (Ex 16.4; Sl 105.40). Isto mostra que a multidão não entendeu as palavras de Cristo, pois não havia diferença essencial entre o maná e os pães multiplicados, já que ambos serviam apenas para sustentar o corpo, mas nenhum poderia dar a verdadeira vida. 
Embora as palavras: “Senhor, dá-nos sempre desse pão” demonstrem que eles já entendiam que se tratava de algo que somente Jesus poderia lhes dar, desta vez o Senhor não se acomoda à compreensão deles e, dando um passo adiante, apresenta-se como o próprio alimento de que vinha falando: “Eu sou o pão da vida”, e daí a necessidade de crer-se n’Ele para provar desse alimento: “Aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”. 
Considerando que esses homens haviam se mostrado indispostos a crer, Cristo toca mais uma vez na questão de que, embora a provisão de Deus para dar vida ao mundo seja maravilhosamente abundante, a Sua vontade é entregar aos cuidados de Seu Filho propriamente aqueles que Ele escolheu desde a eternidade, para que a seu tempo venham a Cristo e sejam ressuscitados no último dia: “E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia”. 

III – A MORTE DE JESUS DÁ VIDA AO MUNDO (VV. 41-58) 
Aos judeus impressionados com aquela ousada afirmação, murmurando com incredulidade sobre a pessoa de Jesus, Ele reafirma ser o pão da vida – maior, portanto não apenas que o maná, mas que o próprio Moisés: “Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra”. 
Além disso, o Senhor estabelece o fundamento desta verdade sobre o Seu próprio sacrifício, que seria consumado para dar vida ao mundo: “O pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”, ou, como já declarado em outra ocasião, para que todo aquele que crer tenha a vida eterna. O sentido de comer da carne e beber do sangue de Cristo se compreende pelo fato de que o dom da vida eterna estava condicionado à Sua própria morte, e não apenas a uma obra que Ele realizaria fora de Si mesmo. 
Mas estas palavras servem apenas para maior confusão e escândalo daqueles judeus, que não compreendem o seu sentido figurado. Jesus está tratando de coisas espirituais e da verdadeira vida, que é espiritual (v. 63) e que, a partir da Sua morte, fluiria abundantemente sobre aqueles que cressem. 
Assim, a Sua carne é verdadeira comida e o Seu sangue, verdadeira bebida, porque somente através da oferta do Seu próprio corpo é que o homem pode ser espiritualmente vivificado para a vida eterna. Comer da carne e beber do sangue de Cristo, ou viver por Ele como Ele vive pelo Pai, significa, então, identificar-se com Ele na Sua morte, através da fé, da sujeição à Sua vontade, crendo que Ele é o Filho de Deus e crendo nas Suas obras e palavras como expressão graciosa da Sua suprema obra redentora na cruz (vv. 68-69). 

CONCLUSÃO 
Nesta lição aprendemos que Jesus Cristo é o nosso verdadeiro alimento, o sustento da nossa vida, sem o qual certamente pereceríamos em nossa miséria espiritual. 
Aprendemos também que o nosso relacionamento com Ele, pautado nessa expressão, deve ser o de completa e constante identidade com a Sua pessoa, Sua obra e Suas palavras, identificando-nos com Ele e vivendo por Ele. 

PARA USO DO PROFESSOR.


AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
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