31 agosto 2021

010-Israel voltará a viver - Ezequiel Lição 10[Pr Afonso Chaves]31ago2021

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LIÇÃO 10 

ISRAEL VOLTARÁ A VIVER 

TEXTO ÁUREO: “E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra, e sabereis que eu, o Senhor, disse isso e o fiz, diz o Senhor.” (Ez 37.14) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 37.1-14 

INTRODUÇÃO Tendo recebido a incumbência de anunciar a restauração de Israel aos seus conterrâneos no cativeiro babilônico, Ezequiel tem de lidar com diversas indagações e fraquezas que acometiam os judeus, confusos quanto ao presente e desanimados quanto ao futuro. O abatimento de Judá e Jerusalém havia sido tão grande que somente um milagre os faria voltar a ser uma nação – quanto mais uma nação gloriosa e de filhos obedientes, como vinha sendo proclamado pelo profeta. E o milagre com certeza viria, na forma de nada menos que uma verdadeira ressurreição dentre os mortos. 

I – OS OSSOS SECOS GANHARÃO VIDA (VV. 1-14) Ezequiel ainda tem diante de si um povo extremamente pesaroso pela sua sorte e sem nenhuma esperança quanto ao futuro. Embora já tivessem ouvido o apelo da boa vontade de Deus para com eles, que desejava que se convertessem e vivessem; a promessa de que seriam buscados pelo próprio Deus como um pastor busca suas ovelhas; e que os montes de Israel tornariam a ser habitados e cultivados; quando olhavam para a sua presente condição, os judeus não conseguiam entender como isto se faria. Reduzidos e dispersos, despojados e habitando em terra estranha, eles se viam como definitivamente mortos: “Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados” (v. 11). E o Senhor como que concordará com tal apreensão, ilustrando-a de forma vívida na visão do vale dos ossos secos, a fim de que o povo entendesse que a sua restauração se daria através de um grande milagre de Deus. Então, como no início do seu ministério, Ezequiel é mais uma vez arrebatado em espírito e levado – desta vez, não a Jerusalém, mas a um vale cheio de ossos secos, a um local que parecia ter servido de palco para uma grande matança e, depois de mortos, os corpos foram deixados insepultos, expostos ao ar livre por muito tempo, até secarem-se completamente. A partir desse quadro representando a desonra em que os judeus castigados se encontravam (corpos insepultos) e a aparente impossibilidade de saírem dessa condição (os ossos estavam sequíssimos), o Senhor revela ao profeta que a restauração seria gradual, mas, uma vez iniciada, certamente se completaria: “Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor” (vv. 5-6). É interessante notar que há dois momentos na visão em que o espírito é invocado pelo profeta, a mando de Deus, para realizar a sua obra: no primeiro, o espírito reúne os ossos, formando esqueletos e estendendo sobre eles nervos, carne e pele. Num segundo momento, o espírito assopra sobre os corpos inertes para que passem a ter vida, e finalmente eles formam um exército grande em extremo. A referência à restauração de Israel aqui como uma ressurreição é muito significativa, pois não apenas remete ao aspecto espiritual dessa restauração – o povo que voltaria do cativeiro seria primeiramente purificado e convertido para servir voluntariamente ao Senhor (cf. Ez 36.25-27) – como também apresenta um aspecto da própria graça de Deus que se manifestaria plenamente no Evangelho: a palavra de Cristo dá vida e ressuscita aqueles que estão mortos em suas ofensas e pecados, levantando-os dos seus sepulcros para que possam viver para Deus (cf. Jo 5.24-25). 

II – O POVO SERÁ UM SÓ (VV. 15-22) Na sequência deste capítulo, o Senhor manda Ezequiel profetizar sobre a restauração da unidade do povo, que havia sido perdida desde os dias de Reoboão, filho de Salomão. A separação das dez tribos do norte das tribos do sul havia sido um fator que acelerou a queda do povo na idolatria e apostasia, de tal modo que até mesmo Judá e Benjamin, que haviam permanecido com a casa de Davi e o culto ao Senhor em Jerusalém, se deixaram influenciar pelos erros de seus irmãos. Assim o povo de Deus se corrompeu na divisão e acabou sendo castigado e destruído na divisão. Contudo, o Senhor promete aqui por fim ao cisma das tribos, porque já não seriam mais os descendentes das dez tribos do norte, ou das tribos do sul, que seriam restaurados, mas sim os filhos de Israel dispersos entre as nações que seriam congregados de todas as partes para formar uma nação na terra, nos montes de Israel (v. 22), unidos de tal modo que “nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos”. Esta é uma promessa que não apenas se cumpriu literalmente na restauração do povo alguns anos depois, sob Zorobabel e depois Neemias, mas que aponta para a realidade futura de um povo que, mesmo estando disperso por toda a parte e formado por elementos que, do ponto de vista humano, poderiam ser tão divergentes, identificam-se pela fé e pela graça comum da salvação como um único rebanho, uma única igreja ou corpo de Cristo, pois foram reconciliados tanto com Deus como uns com os outros (cf. Ef 2.13-18). 

III – O POVO SERÁ GOVERNADO POR UM SÓ REI (VV. 23-28) Os últimos versos deste capítulo delineiam o caráter do povo de Deus após a restauração, sob a ótica de uma eternidade em que nunca mais perderá e nada mais poderá interferir em seu relacionamento com Deus. Em outras palavras, aqui o profeta vislumbra o reino de Deus prevalecendo no coração de seu povo. Entre as características desse reino, notemos que, ao contrário dos reinos divididos anteriores ao castigo, haverá apenas um rei sobre o povo: “Meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor” (v. 24), que é uma referência clara a Cristo Jesus, aqu’Ele que recebeu eternamente o trono de Davi (cf. Lc 1.32-33). Sua habitação na terra prometida será perpétua, assim como desfrutarão de toda a paz do concerto com Deus, porque “andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão”. E consideremos também que, em lugar de templo, o Senhor fala do Seu tabernáculo estando no meio deles – uma alusão ao santuário que, simbolizando a presença divina no meio do povo de Israel, permanecia literalmente mais próximo às tribos em sua peregrinação no deserto do que o templo em Jerusalém. 

CONCLUSÃO Na lição de hoje aprendemos que, depois do castigo, Israel foi animado a olhar para Deus na esperança da restauração, e não para si mesmos. Sua condição ainda refletia o estrago causado por longas gerações de rebeldia e impenitência, e somente o Senhor poderia fazer reviver um povo que, em todos os sentidos, estava praticamente morto. Mas o milagre aconteceria, porque este era o propósito e a vontade de Deus para com o Seu povo eleito.

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24 agosto 2021

009-A Restauração é anunciada- Ezequiel Lição 09[Pr Afonso Chaves]24ago2021



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LIÇÃO 9 
A RESTAURAÇÃO É ANUNCIADA 

TEXTO ÁUREO: “E dirão: Esta terra assolada ficou como jardim do Éden; e as cidades solitárias, e assoladas, e destruídas estão fortalecidas e habitadas. Então, saberão as nações que ficarem de resto em redor de vós que eu, o Senhor, tenho reedificado as cidades destruídas e plantado o que estava devastado; eu, o Senhor, o disse e o farei.” (Ez 36.35-36) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 33.1-11 

INTRODUÇÃO O juízo havia sido anunciado tanto para Judá, que havia se rebelado gravemente contra o Senhor Jeová, como para as nações vizinhas, que haviam se regozijado na queda do povo eleito ou de alguma forma contribuído para aumentar ainda mais sua dor. O cenário que o profeta agora tem diante de si é o da assolação e ruína a que o castigo divino em breve reduziria todos os povos. Mas, ainda antes que tudo estivesse consumado, Ezequiel passa a animar os corações dos cativos, deprimidos e sem esperança quanto à sua futura condição. Eles precisavam saber que, tão certo quanto a sua rebelião havia resultado em todos os seus sofrimentos, o caminho que Deus estabelecia diante deles e os convidava a seguir os levaria sem erro à sua restauração. 

I – DEUS NÃO DESEJA A DESTRUIÇÃO DO SEU POVO (CAPÍTULO 33) A primeira parte deste capítulo parece combinar duas passagens diferentes que já estudamos (Ez 3.17-21; capítulo 18). Mas aqui, ao reafirmar o dever do profeta de alertar o ímpio sobre as consequências do seu pecado assim como o atalaia deve tocar a trombeta para avisar o povo sobre a espada do inimigo que apanha os desavisados, o Senhor o faz em resposta à indagação desesperada do povo: “Visto que as nossas prevaricações e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como viveremos então?” (v. 10). Os israelitas não conseguiam vislumbrar outra coisa senão o seu fim, esmagados pelo castigo dos seus próprios pecados; mas o Senhor repete que não precisava ser assim – Seu desejo era que eles se convertessem de suas maldades, e vivessem. Como sinal já predito de que havia chegado o tempo oportuno para conclamar os cativos ao arrependimento, pois que logo dariam crédito ao profeta, pouco tempo após a destruição da cidade, chega a notícia do ocorrido primeiramente a Ezequiel: “veio a mim um que tinha escapado de Jerusalém, dizendo: Ferida está a cidade” (v. 21, 22; cf. 24.25-27). O fato de que agora o profeta abriria a sua boca e não ficaria mais calado permite-nos afirmar que este segundo momento do seu ministério seria mais abundante e prolixo no anúncio da restauração do que havia sido o anterior, quando o tema da sua mensagem era o juízo. O que o Senhor diz aqui a respeito dos que haviam restado em Jerusalém mostra a cegueira espiritual e arrogância dos rebeldes, presumindo estar na mesma posição diante de Deus em que o seu patriarca se encontrava: “Abraão era um só e possuiu esta terra; mas nós somos muitos; esta terra nos foi dada em possessão” (v. 24). Seria necessário demonstrar, pela completa assolação da terra e dispersão dos judeus sobreviventes, que estes não tinham nenhum direito hereditário, tampouco o favor de Deus para se estabelecer naquela terra. 

II – O POVO SERÁ GUIADO POR UM PASTOR FIEL (CAPÍTULO 34) Por mais que as graves acusações imputadas aos falsos pastores de Israel possam fazer este capítulo parecer tratar de juízo, na verdade o propósito é apenas contrastar o fracasso do líderes do povo de Deus com a obra perfeita do próprio Senhor que, a partir de agora, seria o único e suficiente pastor de Israel. Pastores aqui são os líderes ou reis que tiveram a responsabilidade de governar, conduzir e proteger o povo de Deus, mas na maioria das vezes abusaram da sua autoridade, buscando seus próprios interesses às custas do bem estar do povo (cf. 1 Cr 17.7; 1 Rs 22.17). Lembremos também que os reis sempre estavam à frente do povo na idolatria (cf. 1 Rs 12.26-29). O rebanho de Deus corre grave perigo quando está sob a condução de falsos pastores (cf. Jo 10.10-13), e as que mais sofrem são as “fracas” – os humildes, simples e sinceros que confiam naqueles que Deus indicou para conduzi-los. Eis a situação de Israel: seus reis presos em Babilônia, o povo disperso pelas montanhas como ovelhas sem pastor; mas o Senhor promete livrar suas ovelhas de futuras depredações e buscá-las onde quer que se encontrassem. “Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão” (v. 12). Seriam retiradas dentre todos os povos onde se encontrassem dispersas, e reunidas nos montes de Israel – não aqueles montes assolados pela guerra e contaminados pelo pecado, mas em “bons pastos”, “pastos gordos” elas repousarão. De fato, a figura do bom pastor pode ser vislumbrada já em homens como Zorobabel e Neemias, os quais lideraram fielmente o povo de Deus na sua restauração tanto material como espiritual; mas esta é uma promessa que se cumpre plenamente apenas na pessoa e obra de nosso Senhor Jesus Cristo, o bom pastor, que deu Sua vida pelas ovelhas, para que elas fossem reunidas num só aprisco e tivessem vida com abundância (Jo 10.14-16). Outro aspecto da promessa é que o rebanho de Deus haveria de ser apascentado de tal forma que não haveria mais lugar para as injustiças daqueles que, à semelhança de seus pastores iníquos, se portavam com falsidade ou hipocrisia, usando da simplicidade do próximo em proveito próprio – na figura, são aqueles que o Senhor chama de gado gordo. Deus é o pastor que conhece as Suas ovelhas e delas é conhecido, e para Ele não há acepção de pessoas (cf. Cl 3.25; Rm 14.10). 

III – OS MONTES DE ISRAEL TORNARÃO A SER HABITADOS (CAPÍTULOS 35-36) Edom é citado neste momento não apenas para reforçar o juízo de Deus contra este povo, mas para sublinhar o ódio e o desejo de vingança fomentado pelos descendentes de Esaú contra seus próprios irmãos, os israelitas, e portanto a constante ameaça que representaram à permanência de Israel na terra da sua herança. Deste modo, o propósito desta profecia é assegurar que os antigos inimigos já não mais existirão para impedir que o povo eleito se estabeleça definitivamente em seu lugar, sem temores ou receios. Daí passamos ao capítulo 36, onde o Senhor considera a presunção expressa pelos povos vizinhos: “Ah! Ah! Até as eternas alturas serão nossa herança” (v. 2). Mais uma vez, a mensagem que, na verdade, é dirigida ao povo no cativeiro, apela aos montes de Israel – os mesmos montes que, outrora, presenciaram a iniquidade, ouviram o anúncio do juízo que assolaria os seus altares, e agora se encontravam abatidos e debaixo do opróbrio dos inimigos. Chegaria o tempo de florescer e frutificar, e isto porque o povo voltaria a habitar e fazer bom uso dos montes (cf. vv. 8-12). Consideremos ainda dois aspectos dessa restauração aqui destacados: muito embora o povo de Israel só tenha profanado o nome do Senhor entre as nações, seja por terem pecado, seja pelo castigo sofrido; eles seriam restaurados como um sinal da misericórdia e poder de Deus, a fim de assegurar a glória e a honra do Seu santo nome. E, segundo, para isto seria necessário que eles mesmos fossem restaurados – regenerados – de sua natureza corrompida e decaída que, desde o princípio, só produziu rebeldia e impenitência. Aqui já se fala na obra da graça, sem a qual ninguém é capaz de produzir frutos de justiça, ou a obediência que agrada a Deus – obra essa que se cumpre na igreja, hoje, e se manifestará gloriosa na eternidade de uma comunhão plena e inabalável de Deus com o Seu povo (Ap 21.3, 7). 

CONCLUSÃO Após um castigo que durou um pouco de tempo, o povo de Deus aprendeu uma importante lição quanto ao privilégio e a gravidade de servir ao Senhor Jeová. Os frutos desse aprendizado seriam produzidos ao longo das gerações seguintes daqueles que a graça de Deus purificaria, tem purificado e até ao fim dos tempos purificará, preparando-os para habitar os verdadeiros e eternos montes de Israel. 

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17 agosto 2021

008-Juízo contra as nações - Ezequiel Lição 08[Pr Afonso Chaves]17ago2021

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 LIÇÃO 8 

JUÍZO CONTRA AS NAÇÕES 

TEXTO ÁUREO: “...eis que, na cidade que se chama pelo meu nome, começo a castigar; e ficaríeis vós totalmente impunes? Não, não ficareis impunes, porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos exércitos.” (Jr 25.29) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 25.1-11 

INTRODUÇÃO Na lição anterior, vimos que Ezequiel profetizou o juízo de Deus contra a casa de Judá até o exato momento em que o exército dos caldeus chegava às portas de Jerusalém para dar início ao cerco da cidade. Agora restava esperar que se cumprisse tudo aquilo que o Senhor havia dito através do Seu servo, para que então o povo entendesse que esteve no meio deles um profeta e, arrependidos, pudessem se voltar para Deus em busca da restauração. Mas isso não significa que o profeta estaria desocupado enquanto o juízo estivesse sendo executado sobre Judá: outras nações também haviam pecado, e se o Rei de toda a terra não teve o Seu povo por inocente quando este pecou, tampouco deixaria escapar aqueles que, ao invés de temerem, alegraram-se perversamente na queda do povo eleito. 

I – JUÍZO CONTRA AMOM, MOABE E EDOM (CAPÍTULO 25) A partir deste capítulo, o Senhor Deus dirige uma palavra de juízo contra diversas nações – um tipo de profecia que encontramos também em Isaías, Jeremias e outros profetas. Todas essas nações eram vizinhas de Israel e Judá, mas, no caso dos povos aqui citados, também eram “parentes”. Amom e Moabe se originaram a partir da semente de Ló, sobrinho de Abraão (Gn 19.36-37); e Edom é Esaú, um dos filhos de Isaque e irmão de Jacó (Gn 25.21-26). Quando Jerusalém e Judá caíram sob o cerco e a invasão das forças de Nabucodonosor, Amom, Moabe e Edom ainda habitavam em suas respectivas sortes do outro lado do Jordão, junto ao deserto. O que aconteceu aos seus irmãos israelitas deveria ter servido de alerta e despertar o temor de que, se nem o povo eleito escapou do castigo pelas mãos de Nabucodonosor, tampouco eles escapariam. Mas cada uma dessas nações preferiu se satisfazer a seu modo com a queda dos seus irmãos. Deus resume a atitude dos amonitas da seguinte forma: “Visto que tu disseste: Ah! Ah!, acerca do meu santuário, quando foi profanado; e acerca da terra de Israel, quando foi assolada; e acerca da casa de Judá, quando foi para o cativeiro” (v. 3), e por isso Ele os sentencia a nunca mais existirem nem serem reconhecidos como povo, e a sua terra a tornar-se desolada para sempre – onde havia cidades muradas, só restariam lugares áridos e ruínas, boas apenas para os beduínos descansarem com seus rebanhos. Não muito diferente foi a reação de Moabe e Seir: “Eis que a casa de Judá é como todas as nações” (v. 8) – palavras estas que expressam ironia e desprezo pela fama de Israel como povo especial, protegido pelo seu Deus. “Pois que Edom se houve vingativamente para com a casa de Judá, e se fizeram culpadíssimos, quando se vingaram dela” (v. 12) é uma referência à participação desse povo na invasão da cidade pelos caldeus, aproveitando-se do momento de fraqueza dos israelitas para aumentar ainda mais a sua dor, conforme relata em maiores detalhes o profeta Obadias (cf. Ob 10-14). Entre essas três nações, o Senhor inclui também os filisteus que, como sabemos, foi o único povo deixado na terra junto com Israel, mas nunca se dispuseram a entrar em concerto ou fazer as pazes com os seus vizinhos: “Visto como os filisteus usaram de vingança e executaram vingança de coração com malícia, para destruírem com perpétua inimizade”, e por isso também seriam exterminados como as outras nações. 

II – JUÍZO CONTRA TIRO E SIDOM (CAPÍTULOS 26 A 28) A qualificação das cidades de Tiro e Sidom pode até parecer mais extensa do que esses povos mereceriam, mas talvez nos fujam maiores detalhes sobre o relacionamento dos fenícios com Israel. Sabemos, porém, que ambos mantinham uma aliança que começou nos tempos de Salomão (cf. 1 Rs 5). Além disso, Tiro era célebre pela sua posição praticamente inexpugnável – enquanto parte da cidade se estendia pela orla do mar, outra parte estava solidamente fundada sobre um rochedo, de difícil acesso até mesmo para os navios de guerra. Acrescente-se a isto que, assim como todos os fenícios, os tírios eram exímios marinheiros e experientes comerciantes, tendo alcançado todas as nações às margens do Mar Mediterrâneo e além com suas mercadorias riquíssimas carregadas em poderosas embarcações feitas de cedro. Mas a causa da queda de Tiro não está tanto nos pecados que essas grandezas poderiam ter incitado no coração do seu povo, como na alegria que demonstraram pela queda de Jerusalém: “Ah! Ah! Está quebrada a porta dos povos; virou-se para mim; eu me encherei, agora que ela está assolada” (26.2). A lamentação que se segue até o capítulo 27 destaca exatamente a ironia de uma nação tão rica e gloriosa ser abatida até o fundo do mar, como um navio naufragando. Ao que o Senhor acrescenta também o pecado particular do rei ou príncipe de Tiro, descrito extensamente no capítulo 28 como um indivíduo de incomparável glória, riqueza e saber, cuja posição diante do próprio Deus era a de “um querubim ungido para proteger”, de alguém que estava “no monte santo de Deus... no meio das pedras afogueadas”. Contudo, seu coração se ensoberbeceu com tanta glória: “Visto como se eleva o teu coração, e dizes: Eu sou Deus e sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares (sendo tu homem e não Deus)”, e o Senhor o castigaria de tal modo que, do alto da sua posição original, ele seria abatido com uma morte desonrosa e lançado numa cova comum, como um cadáver qualquer. 

III – JUÍZO CONTRA O EGITO (CAPÍTULOS 29 A 32) Segue-se o juízo contra o faraó, cujo pecado é designado primeiramente como a presunção de que o Egito lhe pertencia, e nem mesmo Nabucodonosor poderia toma-lo; depois, a traição contra Judá, ao incitá-los a se rebelarem contra o império caldeu para abandoná-los à sua própria sorte, agindo assim como uma cana quebrada (29.6-7). Mas é interessante também notar aqui que, embora o Egito esteja destinado ao castigo, o Senhor não irá destruí-lo para sempre, antes lhe permitirá voltar a ser uma nação antes mesmo de restaurar Israel – mas nunca mais mereceriam a confiança de qualquer outro povo, pois “serão ali um reino baixo” (v. 14), ou seja, sem a glória e poderio do passado. Note-se também neste capítulo que o Senhor promete fazer do Egito um espólio para Nabucodonosor – um saque tão grande que valeria não somente pela conquista dessa terra, mas também por todo o prejuízo material que o rei dos caldeus teve durante o trabalhoso cerco da cidade de Tiro. Seguindo à característica lamentação no capítulo 30, no capítulo 31 o Faraó é comparado à Assíria na sua grandeza e formosura, tal como um cedro do Líbano, ou uma árvore frondosa no jardim de Deus, mas que seria abatido pela sua soberba. Mais uma vez notamos o senhorio de Deus sobre todas as coisas, e como até os mais poderosos da terra exercem sua autoridade por delegação divina; enquanto cumprem fielmente o seu papel, mantêm posição de destaque diante de Deus. Mas, ao se ensoberbecerem, são desarraigados e lançados por terra (cf. Dn 4.34-37). 

CONCLUSÃO Deus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores; todos estão sob o Seu poder e autoridade e devem responder por seus atos diante d’Ele, de acordo com o conhecimento, a responsabilidade e o poder que Ele concede a cada um para administrar. De fato, o juízo começa pela casa de Deus, mas se estende além e alcança a todos os povos e a cada indivíduo.

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11 agosto 2021

007-Quando o castigo se torna inevitável - Ezequiel Lição 07[Pr Afonso Chaves]10ago2021

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LIÇÃO 7 

QUANDO O CASTIGO SE TORNA INEVITÁVEL 

TEXTO ÁUREO: “Filho do homem, escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; porque o rei de Babilônia se aproxima de Jerusalém neste mesmo dia” (Ez 24.2) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 21.1-7 

INTRODUÇÃO As profecias que estudaremos nesta lição concluem a primeira parte do livro de Ezequiel, cujo tema é o juízo determinado por Deus sobre Jerusalém e Judá. A gravidade tanto dos pecados da nação como do castigo apropriado já haviam sido apontados, as razões divinas já haviam sido declaradas e as contradições do povo, expostas. Embora a oportunidade de arrependimento e perdão jamais se lhes tenham sido recusadas, o coração dos israelitas era um só na rebeldia e indiferença à mensagem do profeta. Restava então apenas esperar o pior, e essa espera estava chegando ao fim, na medida em que os caldeus – os executores do juízo divino – já estavam a caminho de Jerusalém. 

I – O TEMPO DA LONGANIMIDADE DIVINA ACABOU (CAPÍTULO 20) As duas únicas referências cronológicas que encontramos para toda esta seção permitem situar o período destas profecias entre os dois anos que restavam até o cerco da cidade ter início (cf. 20.1; 24.1; 2 Rs 25.1-3). Em outras palavras, Nabucodonosor já havia recebido notícias da traição do rei Zedequias e havia resolvido punir severamente Jerusalém, fazendo dos judeus um exemplo para todas as nações. A ocasião desta palavra é, mais uma vez, a disposição hipócrita dos anciãos de Israel em vir até o profeta para ouvir a palavra de Deus – hipócrita porque, como já consideramos em lição anterior, o coração deles e de todo o povo ainda estava aferrado aos ídolos, portanto, não se impressionando com qualquer palavra da parte do Senhor e não demonstrando nenhuma disposição ao arrependimento. Essa rebeldia, porém, não tinha nada de novo. De fato, desde o princípio, Israel viveu em constante rebelião contra Deus e, se não foram castigados antes, não é porque as gerações passadas foram melhores que a atual, e sim porque Deus exerceu a Sua loganimidade, estendida por fatores tais como a promessa feita aos pais, de fazer aquela nação herdar a terra e, através disso, engrandecer o Seu santo nome: “O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações”. Mas a longanimidade de Deus não é infinita, embora possa ser grande além da nossa compreensão. Ele é, sim, infinito em misericórdia, porque não há pecado que Ele não possa perdoar, e não há um pecador que, arrependendo-se sinceramente do seu caminho, deixe de encontrar com Deus expiação e perdão para as suas transgressões, por maiores e numerosas que sejam. Mas Ele não espera o pecador nem contém a Sua ira para sempre – todo pecador tem a chance de ser poupado, mas, se não aproveitá-la, não escapará ao castigo (cf. Na 1.3; Ex 34.7; 2 Pe 3.9). Assim, aquela geração chegava a um momento em que a longanimidade de Deus havia se esgotado; não havia mais razão para esperar. Nenhum arrependimento brotaria daqueles corações se o furor divino não fosse derramado sobre aquela geração. O desejo do Senhor de que o homem viva pela justiça, que antes havia soado como um sincero e interessado conselho pelo seu bem estar, agora seria inculcado nos corações endurecidos daquela geração da forma mais severa: “E vos farei passar debaixo da vara e vos farei entrar no vínculo do concerto” (v. 37). 

II – O POVO ESTÁ “PREPARADO” PARA O CASTIGO (CAPÍTULOS 21 E 22) O tempo da paciência havia acabado, e o castigo, pronto para ser executado. A figura da espada açacalada (afiada) e desembainhada, cortando em todas as direções, aponta para a punição brutal e avassaladora que seria exercida por Nabucodonosor sobre o povo judeu; não haveria meias medidas, ninguém seria poupado, e o rei não voltaria atrás da sua decisão. Isso deveria retirar remover deles toda esperança de uma mudança no cenário do cerco iminente, não fosse por uma circunstância que surgiria no caminho do rei dos caldeus, e através da qual os rebeldes em Jerusalém poderiam ganhar tempo para, quem sabe, a chegada de algum apoio vindo do Egito, ou mesmo afastar completamente a atenção dos caldeus de Jerusalém. Nabucodonosor também tinha contas a acertar com os amonitas, outro povo vassalo que havia se rebelado contra o seu domínio, mas cuja terra, do outro lado do Jordão, colocaria o rei em um dilema, cuja decisão ele confiaria aos seus deuses. É interessante que os judeus veriam nesse pedido de ajuda a falsos deuses, usando meios expressamente proibidos pelo Senhor Jeová, apenas uma demonstração da religiosidade vã e idolátrica do rei de Babilônia. Contudo, a maldade era muito maior que a superstição deste homem cujo tempo de conhecer ao único e verdadeiro Deus ainda não havia chegado; por isso, o Senhor mesmo asseguraria que os oráculos consultados por Nabucodonosor o orientassem e incentivassem a seguir em direção a Jerusalém. No capítulo seguinte, o Senhor descreve Jerusalém como uma cidade preparada para receber a punição, e que havia até se apressado para isso: “Ai da cidade que derrama o sangue no meio dela, para que venha o seu tempo!” (v. 3). Não se podia esperar arrependimento de um povo que simplesmente não tinha mais uso para os seus profetas. A expressão: “Julgarás, julgarás a cidade sanguinária?”, também dita no começo desta sessão, significa que não havia sentido em o profeta orientar e repreender os seus ouvintes, porque eles não dariam ouvidos. Restava apenas denunciar o pecado do povo e suas terríveis consequências. A comparação seguinte torna ainda mais clara a imagem de que, naquelas circunstâncias, Jerusalém era “caso perdido”, e só restava mesmo ser submetida ao juízo divino: “a casa de Israel se tornou para mim como escória”, restos inúteis de diferentes metais, e que, derretidos sob o calor intenso do forno, se fundem numa única peça, mais fácil de ser descartada. Mas é com grande tristeza que a cidade se afigura de forma tão terrível, pois bem desejou o Senhor encontrar alguém estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim, contrapondo ao papel nocivo dos falsos profetas no meio de Jerusalém, “mas a ninguém achei” (v. 29). 

III – A AMARGA EXPERIÊNCIA DO CASTIGO (CAPÍTULO 24) Por ocasião desta palavra, Jerusalém começava a ser sitiada pelos caldeus, e mais de um ano de longo sofrimento se seguiria até a sua queda e destruição. Como última mensagem “encenada” pelo profeta, mas a que com certeza mais lhe doeu pessoalmente, ele deveria representar a angústia e tristeza que se seguiriam à destruição do templo, que para o povo representava a glória da sua fortaleza, o desejo dos seus olhos e o regalo das suas almas, pois de Deus ainda queriam manter os privilégios como nação eleita. Fazendo morrer a esposa do profeta e determinando o modo do seu luto, o Senhor de antemão os avisava que não apenas perderiam algo que representava a sua identidade como povo, mas sequer poderiam lamentar essa perda. 

CONCLUSÃO Com o início do cerco da cidade, ficava evidente que o tempo do juízo havia chegado. Agora, restava apenas esperar que esse momento terrível, mas necessário, passasse logo e assim chegasse o tempo da restauração.

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07 agosto 2021

006-A responsabilidade de cada israelita - Ezequiel Lição 06[Pr Afonso Chaves]03ago2021

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LIÇÃO 6 

A RESPONSABILIDADE DE CADA ISRAELITA 

TEXTO ÁUREO: “Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.” (Ez 18.4) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 18.1-9 

INTRODUÇÃO A essa altura da profecia de Ezequiel, podemos considerar que os israelitas no cativeiro já estavam bastante convencidos das transgressões cometidas pelo seu povo, e da justiça de Deus em castigá-los. Mas no capítulo que estudaremos nesta lição, veremos que muitos ainda eram capazes de questionar, não a justiça de Deus no trato com o pecado, mas a Sua imparcialidade, pois aos olhos deles, aquela geração estava sendo punida por pecados que haviam sido cometidos pelos seus antepassados. Com muita paciência, o Senhor explicará como Ele julga o homem com justiça, sempre tratando cada um segundo as suas próprias obras, e jamais negando ao transgressor a possibilidade de perdão – pois o que Ele mais deseja é a salvação de todos. 

I – DEUS TRATA CADA UM SEGUNDO AS SUAS OBRAS (VV. 1-20) Os conterrâneos de Ezequiel já estavam passando pela vicissitude do cativeiro, e agora eram constantemente lembrados de que a ira de Deus não havia se esgotado aí, mas o restante que havia ficado em Judá e Jerusalém sofreria um terrível juízo. Por esta razão, corria entre o povo um provérbio que, se não negava a justiça de Deus em castigar o pecado, ao mesmo tempo insinuava a inocência do povo, pois o castigo devido a pecados cometidos pelas gerações anteriores havia sido reservado para ser derramado sobre aquela geração: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram”. O Senhor não se agrada de que o Seu povo pense tais coisas sobre o Seu caráter e responde diretamente a essa idéia enganosa: “Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá”. Ele é o juiz de todos e ninguém escapa de responder pelos seus atos perante Ele. Se os pais pecaram, certamente eles tiveram de pagar o preço da rebeldia; se aquela geração também estava pagando esse preço, era porque eles também haviam pecado. Lembrando aos israelitas um princípio já estabelecido na Lei, o Senhor declara que não mudou: se o homem obrasse a justiça, não quebrando voluntariamente os mandamentos, certamente viveria. Abrindo um parêntese para fins de esclarecimento, sabemos que, a rigor, viver a justiça perfeita da Lei é impossível, porque tropeçamos em muitas coisas; mas aqui se trata da justiça no seu aspecto exterior, tal como exemplificado nos versos 6-8: “não comendo sobre os montes, nem levantando os olhos para os ídolos, nem contaminando a mulher do seu próximo...”. Somente no Novo Testamento será revelado que é impossível alcançar a justiça perfeita através da prática da Lei, daí a necessidade da justiça imputada pela fé (cf. Gl 3.11-12; Rm 3.28). Portanto, o justo de que o Senhor aqui fala é aquele cujo coração é sincero e disposto em obedecer à Lei, que teme a Deus e desvia-se do mal. É, de fato, aquilo que Ele requer do Seu povo em todo o tempo: que guardemos os Seus mandamentos em uma consciência sincera e temente ao Senhor (cf. Mq 6.8; 1 Jo 2.3-4). Mas ainda outro exemplo é apresentado, agora contrário ao anterior, embora tomando como perverso o filho do homem justo. Mas, tão certo como o justo viveria pela sua justiça, não era por ser filho deste que o perverso viveria também: “Não viverá! Todas estas abominações ele fez, certamente morrerá; o seu sangue será sobre ele” (v. 13). E, como se este caso não bastasse, o Senhor apresenta ainda um terceiro exemplo: o filho do perverso que, ao invés de seguir o mau exemplo do pai, decide não cometer coisas semelhantes, mas praticar a justiça. Do mesmo modo, este não morreria pelos pecados de seu pai, tampouco viveria pela justiça do pai de seu pai; mas viveria pela sua própria justiça. A pergunta do povo: “Por que não levará o filho a maldade do pai?” expressa uma surpresa cuja explicação não parece tão clara, mas é bem possível que os israelitas fizessem (assim como muitos fazem ainda hoje) uma aplicação errônea do que o próprio Deus havia dito no Sinai: “Eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos” (Ex 20.5-6). Não por acaso, o exemplo é de uma linhagem em que pai e filho seguem caminhos opostos, justamente para esclarecer que, se numa geração perversa os filhos acrescentam os seus próprios pecados aos de seus pais, tornando-se ainda mais merecedores do castigo, nem por isso o Senhor deixa de tratar cada um segundo os seus próprios pecados; e – o que deveria ser um sinal de esperança para os israelitas – nem por isso deixará de tratar o justo segundo a sua própria justiça só porque este habita no meio de uma geração perversa. 

II – DEUS ESTÁ PRONTO A PERDOAR E SALVAR (VV. 21-28) A situação seguinte descrita por Deus talvez parecesse ainda mais intrigante do que o caso do filho que não pratica iniquidade como o pai, porque, neste caso, o filho considera os pecados de seu pai – isto é, reflete sobre eles à luz dos mandamentos e, ao atingir a maturidade, resolve não seguir o mesmo caminho. E os israelitas tinham prova de que isto era possível, embora raro, entre os próprios reis de Judá. Já no caso de um homem ímpio, o que o levaria a se converter, mudar de direção, para passar a guardar os mandamentos? E o que levaria Deus a atentar para essa atitude “tardia”, como que ignorando os pecados passados e levando em conta apenas a justiça de tal homem? Ou, pior, num segundo caso possível, o que levaria um justo a cometer iniquidade de tal forma que suas justiças não fossem mais lembradas por Deus? Os israelitas sabiam, mas não conseguiam compreender como Deus podia ser justo para castigar todo pecado e ao mesmo tempo misericordioso para perdoar o pecador arrependido e lhe dar uma nova oportunidade de fazer o que é reto. Mas este é um caminho que o Senhor abriu no princípio da história da raça humana e jamais fechou, havendo portanto muitos testemunhos deixados a Israel – inclusive Manassés, um exemplo notório e muito próximo àquela geração (cf. Gn 4.7; 2 Cr 7.14; 33.10-13). 

III – DEUS NÃO TEM PRAZER EM CASTIGAR (VV. 29-32) O Senhor já havia dito que não tem prazer na morte do ímpio – isto quer dizer que Ele não é indiferente à sorte do homem que criou, mas se agrada de que este pratique a justiça sob qualquer circunstância: seja desde a infância, seja em qualquer outro momento de sua vida. Há de fato, ainda maior alegria pelo ímpio que, ao invés de se consumir no seu caminho de injustiça, se arrepende, pois aí finalmente ele entra para o caminho da vida para a qual foi criado (cf. Lc 15.7; Dt 30.19-20). Por outro lado, a iniquidade não pode ser ignorada e a permanência no pecado implicará no devido castigo até mesmo para aquele que se entregou ao erro depois de ter praticado a justiça. E assim, mais uma vez, o Senhor põe diante de Israel dois caminhos, e com a mesma compaixão apela para a única escolha sábia: “Pois por que razão morreríeis, ó casa de Israel?”. Se não podiam mais começar literalmente a sua existência como o filho justo da comparação, ainda podiam, como o ímpio que se arrependeu, converterem-se dos seus maus caminhos e viver. Se não o fizessem, aí sim contariam com a terrível visitação de Deus sobre os filhos perversos de um povo que havia pecado não apenas por três ou quatro, mas muitas gerações. 

CONCLUSÃO Apesar da circunstância assombrosa de castigo e destruição determinada por Deus, é surpreendente encontrar a palavra deste capítulo, que, em meio à certeza do juízo sobre o pecado, mantém aberta uma porta de escape através de um genuíno arrependimento. O povo de Israel poderia ter evitado muitas angústias, mas só aprenderia o valor da justiça ao padecer terrivelmente por tê-la desprezado

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