22 fevereiro 2022

009-O Concerto de Deus com a Criação- Gênesis Lição 09[Pr Afonso Chaves]22fev2022

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 LIÇÃO 9 

O CONCERTO DE DEUS COM A CRIAÇÃO 

TEXTO ÁUREO: “E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra.” (Gn 9.11) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 9.1-11 

INTRODUÇÃO A terra que se apresentava aos olhos de Noé, de sua família e dos animais que saíram com ele de dentro da arca ainda era a mesma da criação original, com a diferença de que, purificada da geração perversa que a contaminara com violência e corrupção, havia sido como que “renovada” para servir de habitação para as criaturas com as quais Deus estabeleceria um concerto de misericórdia e longanimidade. Veremos nesta lição em que consistiu esse concerto e que propósito o Senhor visava alcançar ao prometer não mais destruir a terra com o dilúvio, mesmo sabendo que a realidade do pecado permanecia e eventualmente se manifestaria como no passado. 

I – DEUS REFREIA A VIOLÊNCIA (9.1-7) Chamando Noé e seus filhos para fora da arca, o Senhor renova o mandato originalmente expresso ao primeiro casal: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra”. Do mesmo modo que no princípio, os animais já haviam recebido mandato para se multiplicarem (cf. Gn 8.17), e eventualmente encheriam a terra, devendo então ser dominados pela raça humana, cuja mordomia sobre a criação não havia sido revogada. Contudo, agora estamos diante de uma nova realidade, alterada pela Queda, onde esse domínio seria exercido através do temor e pavor que o homem causaria aos animais, e onde ele poderia dispor destes para sua própria alimentação (vv. 2, 3; cf. Gn 1.29-30). Notemos, porém, a exceção feita ao sangue, aqui mencionado pela primeira vez como sinal, ou símbolo da vida, e por isso vedado ao consumo. Posteriormente o Senhor instituirá um procedimento mais detalhado quanto ao uso do sangue, mas por enquanto a ideia é de que o homem, como mordomo, e não senhor da criação, não tem direito de dispor da vida de qualquer outra criatura, exceto para se valer do corpo do animal para os fins aqui definidos pelo verdadeiro Senhor de toda a criação. Ingerir sangue é uma afronta ao direito divino e um desprezo pelo dom da vida, próprio de homens violentos como aqueles que havia antes do dilúvio (cf. Lv 17.10-11; At 15.20). Em seguida, o valor da vida humana é ressaltado sobre a dos animais, a ponto de Deus requer a punição dos animais que derramassem o sangue de algum homem, assim como, a partir de agora, o homicida deveria ser punido da forma mais severa possível: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado”. Este será o precedente tanto para a expressão escrita do mandamento na lei mosaica, como também para o princípio universal entre todos os povos acerca da aplicação da pena capital (cf. Ex 20.13; 21.12; Rm 13.3-4). Aquele que comete homicídio não apenas ofende a Deus por tirar do seu próximo aquilo que somente o Criador pode tirar – a vida; mas também porque, tendo sido o homem feito à imagem de Deus e, portanto, constituído mordomo da criação, matá-lo significa um atentado contra o propósito divino em relação a toda a criação. Não por acaso, Satanás é considerado o primeiro homicida, pois tentou frustrar os desígnios do Criador incitando o primeiro casal ao caminho da morte; e aqueles que andam em suas pisadas também são chamados propriamente de homicidas (Jo 8.44; 1 Jo 2.9; 3.10-12). 

II – O CONCERTO DE DEUS COM TODOS OS SERES VIVENTES (9.8-17) A natureza do concerto que o Criador estabelece com todos aqueles que saíram da arca não está relacionada propriamente com a salvação, como no caso do concerto eterno primeiramente expresso na representação do jardim e da árvore da vida, e depois se manifestaria definitivamente no pacto firmado por Cristo em Sua própria morte sacrificial. No caso, aqui temos uma promessa de preservação da vida na terra, envolvendo Noé e sua família, bem como os animais que saíram da arca, por gerações eternas, quer dizer, enquanto houvesse gerações até o derradeiro fim do mundo. Não quer dizer que o Senhor não continuaria julgando geração após geração, tanto a nível individual como em relação a povos inteiros – como ocorreu, exemplarmente, com Sodoma e Gomorra, e com muitas nações ao longo dos séculos que se seguiram (cf. Is 3.13). Quer dizer apenas que o juízo, enquanto este mundo existir, não voltará a ser universal, seu derramar sendo sempre contido para que as gerações possam se suceder neste mundo, em cumprimento ao mandato original: Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra. O arco nas nuvens é um memorial visível deste concerto e testifica também da longanimidade e paciência de Deus em relação à humanidade pecadora, sobre a qual dispensa Seus juízos em medidas que se só alcançarão a plenitude de toda a humanidade no fim dos tempos, quando se dará a consumação dos céus e da terra (Ap 4.3; 2 Pe 3.7). 

III – A DESCENDÊNCIA ELEITA É PRENUNCIADA (9.18-29) A narrativa que segue é de grande importância profética, pois nela são delineados os desígnios gerais de Deus em relação aos três grandes ramos da família humana. Embora muitos sejam tentados a dar maior atenção ao fato de Noé ter se embriagado com o fruto da vinha que plantou e ter se descoberto em sua tenda, entendamos que não é este o foco do texto. Se é verdade que a Escritura jamais legitimaria a embriaguez – antes orientando o sábio e piedoso a evitá-la (Pv 31.4-7; Gl 5.21) – aqui o autor sagrado simplesmente não julga o ato do patriarca. Mesmo sob o efeito embriagante do vinho, Noé havia se retirado para a privacidade de sua tenda onde se despiu, longe da vista de qualquer outra pessoa. Contudo, seu filho Cam, por alguma razão adentrou a tenda de seu pai e, vendo-o naquele estado, não informou, mas antes expôs aquela situação constrangedora em que Noé se encontrava para os seus irmãos do lado de fora. Portanto, o mal do escândalo causado é imputado a Cam, a quem faltou o respeito ao pai e o senso de vergonha que mesmo Noé, na sua embriaguez, demonstrou ter ao refugiar-se na sua tenda. A atitude irreverente de Cam, bem como o cuidado de Sem e Jafé para com o pai, despertaram em Noé o espírito profético, que através do patriarca anuncia o futuro reservado às três grandes famílias que se originariam a partir dos três filhos: “Bendito seja o Senhor, Deus de Sem”, porque entre os seus descendentes seria escolhido Abraão, e dele Israel, no meio de cujo povo nasceria o Salvador. A Jafé caberia primeiramente conquistar a maior parte da terra, através de um grande número de povos descendentes – isto é, gentios; mas finalmente habitaria nas tendas de Sem – uma alusão à entrada das nações no concerto da salvação, graças à reconciliação entre ambos os povos – semitas e gentios – através da cruz de Cristo (cf. Gl 3.8, 16, 26-28). Cam, por sua vez, havia dado causa a uma maldição não sobre si mesmo, mas sobre um de seus filhos, Canaã, cujos descendentes seriam sujeitos não apenas ao poderio militar superior dos descendentes de Jafé, mas também à vitória de Jeová sobre os ídolos que os cananeus serviriam por muito tempo antes de finalmente serem alcançados pelo juízo de Deus através de Israel (cf. Js 3.10). 

CONCLUSÃO O concerto de Deus com Noé e todos os que com ele saíram da arca assinala o princípio de um ciclo contínuo de gerações cujos indivíduos devem encontrar o seu lugar entre a sorte de um dos três filhos de Noé, ao mesmo tempo em que, com a aproximação do fim dos tempos, vai se tornando mais e mais patente quem são aqueles que estão na sorte de Sem, cujo Deus, o Senhor, é bendito eternamente.

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15 fevereiro 2022

008-As águas do dilúvio secaram - Gênesis Lição 08[Pr Afonso Chaves]15fev2022

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LIÇÃO 8 

AS ÁGUAS DO DILÚVIO SECARAM – NOÉ SAI DA ARCA 

TEXTO ÁUREO: “Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão.” (Gn 8.21-22) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 8.1-14 

INTRODUÇÃO Na lição anterior vimos como o mundo antigo foi destruído pelas águas do dilúvio e como Noé e sua família, assim como os animais que com ele entraram na arca, foram salvos da ira de Deus. Nada mais restava daquela geração ímpia e pecadora, e, num primeiro momento, a visão que se descortinava aos olhos de Noé era a de um mundo completamente vazio, coberto por um abismo de águas que se estendia de todos os lados até o horizonte. Mas veremos como, a partir da devastação em que se encontrava, aquele remanescente presenciou o despontar de um novo mundo para habitar sob as bênçãos e promessas de Deus. 

I – AS ÁGUAS DO DILÚVIO COMEÇAM A BAIXAR (8.1-5) Cessada a turbulência das inundações e da chuva de quarenta dias e quarenta noites que causaram o dilúvio, vimos no capítulo anterior que as águas prevaleceram sobre a terra durante mais cento e cinquenta dias. Nesse período, a arca vagou à deriva, e aqueles que se encontravam dentro dela permaneceram fechados sem saber o que se passava do lado de fora. Ao mesmo tempo, esse período corresponde ao princípio do escoamento das águas, pois, de acordo com o texto que ora estudamos, “as águas tornaram de sobre a terra continuamente e, ao cabo de cento e cinquenta dias, as águas minguaram”, isto é, começaram a diminuir. Notemos que a torrente de águas vindas do céu e das fontes subterrâneas poderiam ter continuado a alimentar a inundação, não fosse o fato de que Deus se lembrou de Noé e de todos os que estavam com ele dentro da arca. Na ira, Deus lembrou-se da misericórdia, e assim, satisfeita a justiça divina contra aquela geração que havia corrompido o seu caminho sobre a terra, o Senhor lembrou-se do concerto de salvação feito com o seu servo, e fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas (cf. Hc 3.2; Lm 3.22; Sl 34.22). Os versos seguintes descrevem o progresso da “estiagem”, ou do escoamento das águas, na medida em que a arca, tendo vagado livremente por regiões desconhecidas, no sétimo mês (isto é, cinco meses após o início do dilúvio), como que ancora nos montes de Ararate, uma cadeia montanhosa atualmente localizada no norte da Mesopotâmia, e de onde posteriormente veremos que as primeiras gerações dos filhos de Noé desceram para habitar o restante do mundo. No décimo mês, diz o texto que apareceram os cumes dos montes, o que é compreensível de um ponto de vista humano, pois, mesmo que o Ararate não seja a maior cadeia de montanhas do mundo, ela se destaca em relação às demais montanhas do Oriente Próximo. 

II – NOÉ ENTENDE QUE AS ÁGUAS DO DILÚVIO SECARAM (8.6-14) Não tendo recebido nenhuma revelação quanto ao tempo de duração do dilúvio, Noé deveria passar por aquele momento de turbação com paciência e esperança na promessa de livramento feita por Deus. Chegaria o momento em que o mesmo Senhor que lhe havia ordenado entrar na arca diria novamente: “Sai da arca”, mas, até lá, o piedoso patriarca aguardaria no interior da embarcação. Desejando compreender a situação e o momento em que se encontrava – ou, em outras palavras, discernir os tempos (cf. Lc 12.56) – Noé procurou sondar o mundo ao seu redor sem abandonar o interior da arca – o que seria necessário, caso desejasse ele mesmo visualizar a situação do lado de fora através da única janela no teto da embarcação. Por isso ele se serve das aves para fazer a averiguação: primeiro um corvo, e depois uma pomba – duas aves que, desde tempos imemoriais, são conhecidas por manterem uma convivência próxima ao homem, não temendo aproximar-se dele. Diz o texto que o corvo ia e voltava continuamente para a arca, durante todo o período em que as águas minguaram até a terra ficar seca; isto quer dizer que, como uma ave carniceira, o corvo certamente encontrava os corpos dos homens e animais mortos durante o dilúvio, e que ainda estavam boiando nas águas, oferecendo à ave um banquete do qual ela poderia se servir livremente, mas sem ter lugar firme para descansar. Isto, porém, não oferecia informação suficiente para Noé, nem permitia visualizar alguma progressão do recesso das águas, pelo que o patriarca envia uma pomba. Primeiro, esta volta para Noé indicando não ter encontrado repouso para os seus pés, como diz o próprio texto. Num segundo voo, ela volta trazendo um ramo de oliveira no bico – o que dá a entender que a vegetação começava a ficar visível; e, na terceira vez em que é enviada para fora da arca, a pomba não volta mais para Noé – indicando que já era possível encontrar terra firme. Compreendendo que o juízo de Deus havia sido executado e que a terra ficaria cada vez mais seca das águas do dilúvio, Noé se permite ele mesmo vislumbrar o horizonte daquele novo mundo removendo a cobertura da arca. Mas notemos a paciência do patriarca e ao mesmo tempo o temor que a devastação do dilúvio teria causado sobre o seu coração, de tal modo que ele ainda aguardou alguns dias até que Deus expressamente o mandasse sair da embarcação (cf. Sl 119.119-120). 

III – DEUS MANDA NOÉ SAIR DA ARCA (8.15-22) Ordenado e ao mesmo tempo encorajado pela palavra de Deus, Noé sai da segurança oferecida pela arca para aquele mundo completamente vazio e desolado, levando consigo apenas sua família e os animais que haviam sido preservados com eles. O mandato divino para os animais se procriarem e encherem a terra é novamente expresso, como no princípio: “povoem abundantemente a terra, e frutifiquem, e se multipliquem sobre a terra”. Noé, por sua vez oferece o primeiro culto solene a Deus naquele novo mundo, sacrificando dos animais limpos e oferecendo-os em holocaustos, numa demonstração de gratidão pelo livramento e sujeição ao propósito do Criador e Senhor dos céus e da terra (Sl 116.12-14, 17). Assim como descansou no sétimo dia em sinal de contentamento pela criação original, agora, ao se agradar do cheiro dos holocaustos, Deus demonstra Sua boa vontade para com o homem e a criação, por assim dizer, renovada. O dilúvio foi um testemunho do juízo inescapável de Deus contra os pecadores, que a seu tempo alcançará a todos, geração após geração, até a eventual consumação do mundo – que certamente ocorrerá. Compreendendo, porém, a fraqueza humana, irrecuperável até a restauração de todas as coisas pelo evangelho, em Cristo Jesus, o Senhor também será paciente, dando amplo testemunho aos homens acerca da Sua bondade e poder, inclusive beneficiando-os com estações e colheitas (cf. At 14.16-17; Sl 104.14-15). 

CONCLUSÃO O dilúvio traz preciosas lições sobre a justiça e a ira de Deus contra o pecado, mas também sobre a Sua misericórdia para com os fiéis. Enquanto andarmos com Deus neste mundo, assim como Noé, podemos descansar na certeza de que, quando o juízo se manifestar, seremos guardados do mal e conservados para finalmente presenciar a Sua misericórdia.

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08 fevereiro 2022

007-O Mundo é destruído pelo dilúvio - Gênesis Lição 07[Pr Afonso Chaves]08fev2022


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 LIÇÃO 7 

O MUNDO É DESTRUÍDO PELO DILÚVIO 

TEXTO ÁUREO: “Assim, foi desfeita toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.” (Gn 7.23) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 7.1-12 

INTRODUÇÃO Conforme havia sido anunciado a Noé, e conforme fora testemunhado àquela geração durante os dias em que a arca foi construída, o fim do mundo antigo se aproximava e, chegado o tempo designado por Deus, as águas do dilúvio inundariam a terra e levariam a todos os que não estavam protegidos no interior da arca. Ao mesmo tempo em que esse evento representa o juízo divino contra aquela geração perversa, também indica a misericórdia de Deus para com a Sua criação, e Sua sabedoria e poder em preservar o justo da destruição, para que este não pereça com o ímpio. 

I – PREPARATIVOS FINAIS PARA O DILÚVIO (7.1-9) Se considerarmos que Noé tinha cerca de quinhentos anos quando recebeu a revelação acerca do dilúvio e foi incumbido de construir a arca (cf. Gn 5.32), podemos entender porque o apóstolo Pedro afirma que a “longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca”. O mundo não seria destruído em questão de dias, semanas, meses ou anos; mas ao cabo de aproximadamente cem anos, durante os quais aquela geração recebeu suficiente testemunho acerca da destruição que se aproximava, seja através da fiel pregação de Noé como também através do testemunho visível das obras deste homem e da sua perseverança em construir a arca. Não havia desculpas para aquela geração; a incredulidade e rejeição que fizeram ao testemunho de Deus não seriam perdoados e, no tempo da aflição, eles não encontrariam nenhum socorro em Deus (1 Pe 3.20; 2 Pe 2.5). Concluída a construção da arca, restava apenas que entrassem Noé e sua família, bem como os animais que o Senhor já havia dito que viriam até ele para fossem conservados com vida. Ou seja, Noé não precisaria sair à caça de nenhum animal – o que poderia ser uma tarefa tão difícil, se não ainda mais, do que a de construir a arca. Sua missão seria apenas de acolher e abrigar dentro da “embarcação” os casais que o Senhor traria até ele durante o período final de sete dias definidos para o fim daquele mundo corrompido (cf. v. 9; Gn 6.20). Aqui encontramos os detalhes adicionais de que, das espécies de animais a serem abrigadas no interior da arca, seriam sete casais de animais limpos e um casal de animais impuros. Esta distinção indica que a invocação do nome do Senhor entre as gerações dos filhos de Deus se perpetuou através de um culto baseado em sacrifícios e holocaustos; assim como também indica a prática da santificação dos costumes, pela qual os patriarcas e suas famílias se mantinham puros para Deus e não se contaminavam com os costumes dos descendentes de Caim. 

II – O FIM É CHEGADO (7.10-16) Terminado o período final de sete dias designado por Deus, tem início uma grande inundação sobre a terra, quando “se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram”. Nos primeiros dias da criação, quando a matéria ainda era um abismo de águas, o Todo-poderoso fez uma primeira separação entre águas e águas, criando os céus, e depois como que represou as águas debaixo a fim de que aparecesse a terra seca; como disse Pedro, “pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste” (2 Pe 3.5). Agora, o que Deus estava fazendo era remover essas contenções, essas barreiras, de modo que as águas pudessem voltar livremente ao seu lugar de origem, em uma impressionante inundação que rapidamente afogou todas as criaturas que respiravam e habitavam em terra seca. Além disso, diz o texto que “houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites”, o que por si só é algo impressionante para os padrões climáticos modernos. É importante salientar que, havendo Noé e seus três filhos, sua mulher, as três mulheres de seus filhos, e todos os animais conforme sua espécie entrado na arca, o Senhor fechou a arca por fora, de modo que eles não pudessem mais sair enquanto o juízo não se consumasse sobre aquele mundo, nem ninguém do lado de fora entrar, caso desejasse, ou ante a visão do dilúvio de águas. Isto sem dúvida representa um padrão na providência e misericórdia de Deus ao livrar os Seus da destruição e da ira no último momento (1 Ts 5.9), tornando o mundo ainda mais indesculpável ante o juízo de Deus, pois até o fim se ouvirá o testemunho da verdade pela boca dos fiéis e haverá tempo para o arrependimento; mas, chegado o juízo, será tarde demais (Mt 24.14, 37-39, 42-44). 

III – A EXTENSÃO DA DESTRUIÇÃO CAUSADA PELO DILÚVIO (7.17-24) Pode-se perceber a magnitude do dilúvio em comparação com qualquer inundação já noticiada na história pelo fato de que o volume das águas aumentou continuamente ao longo dos quarenta dias e quarenta noites de chuva, a ponto de prevalecerem excessivamente sobre a terra, cobrindo até os mais altos montes. Mesmo não fazendo ideia da topografia exata do mundo antediluviano, o texto permite afirmar que a terra já tinha as suas planícies, vales e montes. Sabemos que esses diferentes tipos de terreno criam desníveis para a água, que tende a se acumular nos lugares mais profundos. Mas aqui temos a descrição de uma inundação tão colossal que não apenas preencheu todas essas depressões, criando grandes lagos, mas as excedeu até os montes, e os mais altos montes da terra. Isto indica a universalidade do juízo de Deus – não foi uma inundação local, como querem alguns estudiosos; nem houve possibilidade de se escapar à destruição. De fato, como a terra se configurava numa única massa, e não em continentes e ilhas como conhecemos hoje, o mais razoável e natural é entender que, se as águas cobriram os mais altos montes, inevitavelmente cobriram toda a terra, dando ao planeta um aspecto semelhante ao que teve no princípio: sem forma, vazia e tudo o que se via era a face do abismo. Além disso, o propósito de Deus era destruir tudo o que havia no seco, de animais até o homem, de modo que Noé e sua família, e os animais que ele levou consigo na arca, se tornassem os únicos herdeiros de um novo mundo que seria povoado pelos seus descendentes. Consideremos ainda que, passados os quarenta dias e quarenta noites de chuvas torrenciais, o dilúvio não havia terminado. A inundação havia chegado ao seu ápice, e toda a terra se encontrava submersa sob as águas; contudo, levaria um tempo ainda maior para que as águas escoassem e voltassem ao seu lugar de origem e para que a face da terra seca pudesse novamente ser avistada e, finalmente, habitada. O texto deste capítulo se encerra afirmando que as águas prevaleceram sobre a terra durante mais cento e cinquenta dias – período durante o qual a arca permaneceu à deriva, por assim dizer, ora levada pela força dos ventos, ora flutuando sobre as águas na calmaria após a tormenta. 

CONCLUSÃO O dilúvio foi uma das primeiras prefigurações de um juízo da parte de Deus contra os ímpios e, como tal, apresenta elementos que apontam para o caráter do juízo a se realizar no último dia, como o livramento e preservação dos santos e fiéis, a implicação universal sobre todos os seres viventes e a impossibilidade de se recorrer à sentença final, uma vez que todas as oportunidades de arrependimento terão sido oferecidas aos julgados, de modo que ninguém poderá se escusar perante o Justo Juiz de toda a terra.

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01 fevereiro 2022

006-Anuncia-se o Juízo do Mundo de então- Gênesis Lição 06[Pr Afonso Chaves]01fev2022

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LIÇÃO 6 

ANUNCIA-SE O JUÍZO DO MUNDO DE ENTÃO 

TEXTO ÁUREO: “Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.” (Gn 6.13) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 6.1-8 

INTRODUÇÃO O capítulo que ora estudaremos nos apresenta uma triste lição sobre o predomínio do pecado entre os homens, mesmo entre gerações marcadas por grandes testemunhos da graça e do poder de Deus. E, a partir do momento em que a corrupção se introduz entre os fiéis, através do compromisso e da transigência com os incrédulos, e o testemunho de Deus é “sufocado” pela multiplicação da iniquidade de todos os lados, o tempo de permanência dos homens nesta terra rapidamente se abrevia e o juízo de Deus não tarda em se manifestar, de forma dura e terrível. 

I – A INIQUIDADE SE MULTIPLICA SOBRE A FACE DA TERRA (6.1-6) Devemos ler os primeiros versos deste capítulo levando em consideração o fato de que duas linhagens se estabeleceram no mundo, multiplicando-se e povoando a terra ao longo de muitas gerações. Ambas descendiam do homem Adão, mas, enquanto a linhagem de Caim se distinguiria por feitos de violência e pecado, a de Sete, por testemunhos de piedade e sinais da aprovação divina, conforme estudamos nas lições anteriores. Portanto, “filhos de Deus”, neste trecho, são aqueles indivíduos que conservavam esse testemunho e procuravam seguir os passos dos patriarcas citados no capítulo 5 (cf. Rm 8.14). Com o passar das gerações, aumentou grandemente a população humana sobre a terra, aproximando uma linhagem da outra. Por um lado, isto foi bom, porque os filhos de Caim poderiam receber o testemunho dos filhos de Deus; mas, por outro, o contato com homens que se regalavam no pecado, ao mesmo tempo em que pareciam permanecer impunes, acirrou o conflito entre a carne e o Espírito nos corações dos filhos de Deus, fazendo-os titubear e ceder à pressão da carne, dos filhos da ira, do mundo (Mt 26.41; Ef 5.11; Hc 1.3-4; Sl 73.12-14). Notemos que a prática do pecado vai se generalizar de tal modo que “viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra”, mas tudo tem início na perversão da instituição sagrada do casamento: “E tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”. Os filhos de Deus, seguindo o mau exemplo de Lameque (Gn 4.19), adotaram a bigamia e a poligamia – isto é, tomaram mais de uma mulher como esposa; e, por consequência natural, fizeram da aparência física e do prazer carnal a prioridade ao escolher suas mulheres, não importando se eram fiéis ou ímpias, eventualmente sendo influenciados por estas últimas (cf. 2 Co 6.14-16; 1 Rs 11.1-3). A ruptura e a confusão introduzida do núcleo familiar levaram ao esfriamento do amor para com o próximo, para com Deus (as primeiras lições em ambos os casos sendo aprendidas no lar), e assim a porta estava aberta para a banalização de todo tipo de transgressão e pecado, que aproximariam o juízo de Deus e deixariam um tipo, uma figura, para os últimos tempos (cf. Mt 24.12-13). O verso 3 antecipa o juízo determinado, mas consideremos primeiramente a “consternação”, por assim dizer, do próprio Deus: “viu o Senhor”, “então, arrependeu-se o Senhor... e pesou-lhe em seu coração”. É, na verdade, mais um testemunho para nós da paciência, da longanimidade de Deus não correspondida pelos homens, do que um sinal de mudança daqu’Ele que, na verdade, não muda, nem se arrepende (cf. Nm 23.19). O Senhor bem poderia ter poupado o mundo antigo da destruição, se houvesse nele justos. Mas, assim como muito tempo depois se repetiria no caso de Ló, não havia entre aquela geração um grupo de justos – havia apenas um, e aprouve a Deus preservá-lo para um novo mundo (cf. 2 Pe 3.9; Gn 18.23-26). 

II – NOÉ ACHA GRAÇA AOS OLHOS DO SENHOR (6.7-12) Noé não era o único homem piedoso em sua geração; a comparação das datas oferecidas na genealogia constante do capítulo anterior permite deduzir que Noé conviveu com a maior parte dos patriarcas que o antecederam. E alguns desses homens viveram até bem próximo à ocasião do dilúvio, como Lameque, que morreu cinco anos antes; ou Metusalém, que morreu no exato ano em que o mundo de então foi destruído. Lembremos também da profecia de Enoque a respeito daquela geração ímpia e da proximidade da vinda do Senhor para julgá-la. Contudo, todos estes foram poupados da destruição e estão guardados ante a promessa de algo melhor (Hb 11.13). Noé achou graça aos olhos do Senhor não por ser um homem que andava segundo a justiça, mas em razão da graça de Deus, pela qual ele havia sido escolhido para cumprir um propósito, já definido quando recebeu seu nome, mas que agora seria descortinado na revelação do juízo iminente. Consideremos ainda que a atitude de Noé ante a palavra de Deus foi a de agir com fé, recebendo com certeza e temor o anúncio do juízo e também abraçando a misericórdia divina oferecida na possibilidade de escapar à destruição e, ao mesmo tempo, salvar a outros. Assim, ele se tornará, pelo tempo que resta até ao fim daquele mundo, o “pregoeiro da justiça” (2 Pe 2.5). 

III – A ARCA É CONSTRUÍDA (6.13-22) Em vista da corrupção da raça humana, cuja violência já havia envilecido a terra, o Senhor Deus anuncia a Noé que o fim daquele mundo estava próximo, e que a destruição se daria na forma de um dilúvio, isto é, uma grande inundação de águas que desfaria tudo o que havia no seco, sem, contudo, prejudicar a terra propriamente, mas antes purificando-a. Juntamente com a ordem para construir uma arca, uma embarcação de grandes proporções, para abrigar nela Noé, sua família e as espécies de animais que seriam trazidas até ele, estava estabelecido o testemunho para aquela geração. Não há informação detalhada nas Escrituras sobre as condições meteorológicas do mundo antigo, mas sabemos que o Senhor ainda não tinha feito chover sobre a terra, sendo esta regada apenas por um vapor (Gn 2.5-6), e bem pode ser que o anúncio de uma grande inundação soasse absurdo aos ouvidos dos ímpios e incrédulos, para os quais a terra, depois de muitas gerações, permanecia a mesma, e os limites das águas, intransponíveis. Mas o fato é que, durante a construção da arca, aquela geração recebeu testemunho da verdade (cf. 1 Pe 3.20), mas permaneceu indiferente à mensagem divina, de tal modo que, quando o dilúvio veio, levou a todos em seus afazeres cotidianos (cf. Mt 24.37-39). 

CONCLUSÃO O mundo antigo havia se corrompido tal como o mundo de hoje e o fato de a humanidade estar nos seus princípios não impediu que Deus a considerasse digna de um juízo de destruição. Que possamos estar guardados na mesma fé de Noé, para que quando chegar a vez dos céus e da terra que agora existem se queimarem, possamos ser igualmente preservados na arca de salvação em Cristo Jesus.

PARA USO DO PROFESSOR
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