31 março 2021

001-O Evangelho na Galácia - Gálatas Lição 01[Pr Afonso Chaves]30mar2021

 

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LIÇÃO 1 

O EVANGELHO NA GALÁCIA 

TEXTO ÁUREO: “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos).” (Gl 1.1) 

LEITURA BÍBLICA: GÁLATAS 1.1-5 

INTRODUÇÃO Neste trimestre o nosso estudo será sobre a carta de Paulo aos Gálatas. Na presente lição faremos uma introdução à carta, destacando a região em que está compreendida a Galácia, o propósito de Paulo ao escrever, assim como uma breve justificativa de seu apostolado e a legitimidade da sua mensagem, apresentando a verdadeira essência do evangelho. 

I – OS PRIMEIROS PASSOS DO EVANGELHO NA GALÁCIA A epístola aos Gálatas é uma preciosa fonte de informação sobre os primeiros passos do evangelho na Galácia. Graças a ela, sabemos da atividade desenvolvida por Paulo em uma região que cobria grande parte da zona central da Ásia Menor e que, desde o séc. I a.C., estava anexada ao Império Romano com a categoria de “província”. Naquele tempo, a Galácia era povoada pelas antigas tribos celtas (ou “gálas”), de onde procede o nome do país para o qual três séculos antes haviam emigrado do centro da Europa. Algumas delas chegaram até à Ásia Menor, estabeleceram-se e logo se espalharam pelos antigos territórios compreendidos nos limites da atual Turquia. Fora da epístola, Galácia é mencionada apenas cinco vezes no Novo Testamento (At 16.6; 18.23; 1 Co 16.1; 2 Tm 4.10; 1 Pe 1.1). É bem difícil precisar a região desta província porque naquela época havia muitas mudanças administrativas nas regiões romanas. Determinadas cidades ora estavam anexadas a uma província, ora em outra. Contudo, o mais importante é que o evangelho foi anunciado nesta região. E não há dúvidas de que Paulo fundou um certo número de pequenas comunidades cristãs dispersas por toda a província. Para essas igrejas redigiu a epístola. É a única carta de Paulo que não é endereçada a uma pessoa ou igreja, mas a um grupo de igrejas de uma determinada região – a Galácia. Essa comunidade era formada por crentes, que na sua maioria ou, possivelmente, na sua totalidade, procediam do paganismo (Gl 4.8). 

II – PROPÓSITO DA CARTA Os crentes da Galácia, em princípio, mostraram uma grande satisfação pelo evangelho; e, durante um tempo, haviam vivido a fé com a mesma alegria e confiança com que também haviam recebido a presença do apóstolo (Gl 4.13-15). Mas, não muito depois, aquela alegria e fervor parecia ter se esfriado (Gl 5.7), o que coincidiu com o surgimento de vários problemas doutrinários entre eles. Por isso, Paulo se sentiu movido a escrever esta carta, na qual, por um lado reprova a fé frágil dos gálatas e, por outro, denuncia as atividades de certos “falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus” (Gl 2.4). Com essas e outras expressões duras (cf. Gl 1.8-9; 5.10, 12; 6.12, 13), o apóstolo se refere a alguns grupos de origem judaica que percorriam igrejas recém-formadas e as confundiam com ensinamentos alheios e inclusive opostos ao evangelho e que, além disso, atacavam a autoridade e a legitimidade de seu apostolado (Gl 1.10-12). Os que Paulo chama de “falsos irmãos” tentavam convencer os gálatas de que o evangelho de Jesus Cristo, para ser perfeito, teria de ser submetido à Lei de Moisés e serem mantidas em vigor determinadas práticas próprias do judaísmo, principalmente a circuncisão (Gl 3.11-14; 5.1-6). Eram, pois, judaizantes, os quais, pretendendo perpetuar a vigência de normas que em Cristo se tornaram superadas, impulsionavam os crentes para que se afastassem da “verdade do evangelho” (Gl 2.5), que é fundamento da liberdade concedida por Cristo. 

III – PREFÁCIO E SAUDAÇÃO (1.1-5) Paulo inicia a epístola se identificando como apóstolo – que no caso tem dois sentidos. Primeiro, apóstolos eram aqueles que faziam parte dos escolhidos pelo Senhor e que foram testemunhas da sua ressurreição – esse era um grupo distinto que tinha autoridade para formação de parte do cânon do Novo Testamento. Segundo, a palavra apóstolo significava “uma pessoa enviada por alguém a outrem”. No caso, Paulo cumpre tanto um como outro critério e, portanto, o seu apostolado é legítimo, assim como sua mensagem. A expressão “paz”, utilizada no verso 3, não deve ser entendida sob a ótica do conceito comum que é ausência de guerra, mas do ponto de vista teológico que é segurança mesmo em meio às adversidades. A essência do evangelho é apresentada por Paulo de uma forma suscinta no prefácio da carta para então ser desenvolvida durante a carta. Isso porque a verdadeira paz provém de Deus e da parte de Jesus Cristo. Paulo é criterioso em qualificar as pessoas que menciona e não é por acaso, mas intencional. No final do verso 1, o “Pai” é apresentado como quem ressuscitou o Filho dentre os mortos e, no verso 4, Jesus Cristo é aquele que se deu a Si mesmo pelos nossos pecados com um objetivo claro de nos “livrar do presente século mau”. Toda a obra de Cristo estava segundo a vontade do Pai. Logo, aqui está a essência do evangelho. Se Cristo cumpriu a lei, ou seja, a vontade do Pai, então Ele é digno de receber toda a glória. Eis aqui o cerne da mensagem da carta – o homem não teve participação nenhuma e, portanto, não recebe louvor nenhum, é tudo graça. Tal mensagem chocava os judaizantes que queriam então deturpar essa mensagem entre os gentios, pois eles sempre buscavam a glória dos homens. 

CONCLUSÃO Esta lição se ocupou em apresentar alguns dados geográficos da região da Galácia, assim como o propósito da carta. São informações importantes para a compreensão das lições seguintes. Além disso, consideramos a saudação de Paulo e um prefácio da carta destacando que o seu chamado apostólico – e, portanto, a sua mensagem – provinha do Pai e do Senhor Jesus Cristo. E a mensagem do evangelho que Paulo pregava buscava apresentar a Deus e ao Filho como autores da nossa salvação, excluindo assim qualquer mérito humano ou qualquer obra humana. Assim a glória sempre é de Deus Pai e de Seu Filho Jesus Cristo.

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24 março 2021

013-A Esperança no socorro de Deus - Habacuque Lição 02[Pr Afonso Chaves]23mar2021

 

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LIÇÃO 13 

A ESPERANÇA NO SOCORRO DE DEUS 

TEXTO ÁUREO: “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.” (Hc 3.2). 

LEITURA BÍBLICA: HABACUQUE 3.1-15

INTRODUÇÃO No capítulo final do livro de Habacuque, depois de ter seus anseios e indagações respondidas quanto a como Deus procederia em relação às injustiças no meio do seu povo e, ao mesmo tempo, em relação à soberba dos executores da ira divina – a saber, os caldeus – o profeta é impulsionado à oração, onde rememora os grandes livramentos operados por Deus no passado e expressa sua firme esperança na misericórdia divina, mesmo que as circunstâncias presentes parecessem tão desesperadoras. Assim encerraremos o trimestre meditando sobre o apelo profético para aguardarmos o socorro de Deus, que a seu tempo virá, e não faltará. 

I – O PROFETA SE ASSOMBRA COM A OBRA DE DEUS (3.1-2) O Senhor havia revelado a Habacuque que realizaria, num futuro muito próximo, grandes e surpreendentes coisas de tal modo que a Sua vontade prevaleceria sobre todas as circunstâncias aparentemente invencíveis do presente. A compreensão dos desígnios divinos haviam atingido o profeta com espanto e temor, pois reacenderam na sua memória aspectos da grandiosidade de Deus, tais como Sua sabedoria, santidade, justiça e soberania: “Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi”. Aí vemos que mesmo homens que andam em comunhão com Deus não apenas podem ser tentados a indagar onde Ele está ou o que está fazendo em determinada situação; mas podem se surpreender e mesmo ser renovados em seu ânimo ao receber a revelação e compreensão dos caminhos de Deus. A famosa expressão do profeta: “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica”, é claramente uma intercessão em favor do povo de Deus que, embora estivesse naquele momento na escuridão pela falta de entendimento quanto aos desígnios divinos e pelo predomínio da desobediência – e tinha à frente um período de grande turbação para enfrentar – ainda era a obra de Deus neste mundo, ou o objeto de tudo o que Ele estava fazendo. Pela glória do seu grande nome, sim, como disse outro profeta, mas tendo em vista que um dia aquele povo seria testemunha e anunciador dessa glória a toda a criação. E, para que cumprissem esse papel, o povo de Deus não podia permanecer alheio aos caminhos do Senhor. Portanto, o profeta aqui clama a Deus que não deixe Sua obra passar despercebida, ignorada pelo Seu próprio povo, como estava sendo naquele momento, mas que eles fossem sempre notificados, lembrados, através dos profetas, do que Ele estava fazendo. Mas, além disso, o profeta também clama por misericórdia para com o seu povo, tendo em vista a aflição pela qual passariam nos anos da destruição e do cativeiro de Judá e Jerusalém. “Lembra-te da misericórdia” é uma expressão que Habacuque usa não porque temia que Deus pudesse exacerbar, por assim dizer, o castigo a ponto de destruir completamente o Seu povo e assim anular a obra que havia iniciado; mas indica que Deus sempre age com misericórdia, portanto, o castigo tem um propósito, que não é a destruição do povo, mas sim sua correção e futura restauração (cf. 1.12; Sl 138.7-8; 85.4-6). 

II – O PROFETA RECORDA OS GRANDES FEITOS DE DEUS (3.3-15) A exemplo de todos os homens de Deus do passado, Habacuque se dirige às Escrituras Sagradas em busca do argumento para a sua súplica. Afinal, não é sobre uma certeza sem fundamento que ele se baseia, mas sobre o registro infalível dos grandes feitos do Senhor dos exércitos em favor do Seu povo. Em outras palavras, Deus sempre agiu com justiça e misericórdia, visando sempre a glória do Seu santo nome e a exaltação do Seu povo, aqueles sobre os quais o Seu nome é invocado (cf. Is 43.10-12). Assim, usando uma linguagem altamente simbólica e poética, Habacuque rememora a libertação do povo de Israel da terra do Egito: “Deus veio de Temã, e o Santo, do monte de Parã”, “Vi as tendas de Cusã em aflição; as cortinas da terra de Midiã tremiam”; os juízos e a ira que derramou sobre aquela terra, pagando aos egípcios e seus aliados conforme os seus pecados: “Adiante dele ia a peste, e raios de fogo, sob os seus pés. Parou e mediu a terra”, “com indignação marchaste pela terra, com ira trilhaste as nações”; como este episódio da obra de Deus abalou os céus e a terra, e as nações mais poderosas do mundo de então: “Tu fendeste a terra com rios. Os montes te viram e tremeram; a inundação das águas passou; deu o abismo a sua voz, levantou as suas mãos ao alto”; e a imensa glória e louvor que conquistou, por assim dizer, entre todos os povos, por causa desta grande obra: “A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor”. Mas esse episódio é recordado principalmente porque tudo o que Deus fez na ocasião foi para salvar o seu povo: “Tu saíste para salvamento do teu povo, para salvamento do teu ungido”. Do mesmo modo, o ímpio, que, tal como nos dias de Habacuque, acreditava prevalecer contra os fracos, foi duramente atingido pela mão do Senhor: “Tu abriste com os seus próprios cajados a cabeça dos seus guerreiros; eles me acometeram tempestuosos para me espalharem; alegravam-se, como se estivessem para devorar o pobre em segredo”. E assim o povo de Deus pode, no final, testemunhar a misericórdia do Senhor e participar do Seu triunfo sobre os seus inimigos, marchando com Ele de forma maravilhosa através do mar: “Tu, com os teus cavalos, marchaste pelo mar, pela massa de grandes águas” (cf. Sl 66.5-7). 

III – O PROFETA EXPRESSA SUA ESPERANÇA (3.16-19) Tendo expressado seu temor diante da visão de que o seu povo passaria por dias terríveis, ao mesmo tempo em que isto aconteceria por determinação de Deus, e clamando por misericórdia, para que esse fosse um período de aflição tal qual aquele que terminou com a libertação de Israel do Egito; agora o profeta afirma que os justos terão o seu descanso, certamente, ainda que somente no final, “quando ele vier contra o povo que nos destruirá”. Ele não se apoiaria mais nas circunstâncias presentes, nem numa futura circunstância ainda mais terrível que poderia sobrevir a ele e seu povo; aqui ele expressa aquela mesma fé definida anteriormente por Deus: “Mas o justo pela sua fé viverá”. Não devemos ter nenhuma coisa desta vida por certo, mas estar preparados para ser despojados até dos benefícios mais “ordinários” ou comuns. Porém, assim como o profeta, não podemos perder a certeza de que Deus é o mesmo e não muda – Ele é Salvador, e, não obstante as maiores adversidades e aparências em contrário, podemos nos alegrar sobre a certeza de que Ele fará o Seu povo triunfar: “Jeová, o Senhor, é minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas” (cf. Dt 32.13). 

CONCLUSÃO O povo de Deus passa atualmente por um momento de grande tensão e incerteza quanto a sua situação neste mundo, e muitos temem por tribulações que os façam perder muitas coisas desta vida ou constrangimentos por confessarem a sua fé. Quer este seja um tempo de juízo sobre o próprio povo de Deus ou sobre o mundo, estejamos seguros quanto ao nosso sincero comprometimento com o Senhor e descansados quanto ao Seu caráter, poder e boa vontade para conosco, que são a razão de podermos afirmar que, sejam quais forem as circunstâncias pelas quais ainda tivermos de passar, tudo isto redundará na nossa eterna salvação.

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17 março 2021

012-A Soberania de Deus na aflição - Habacuque Lição 01[Pr Afonso Chaves]16fev2021

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LIÇÃO 12 

A SOBERANIA DE DEUS NA AFLIÇÃO 

TEXTO ÁUREO: “Não és tu desde sempre, ó Senhor, meu Deus, meu Santo? Nós não morreremos. Ó Senhor, para juízo o puseste, e tu, ó Rocha, o fundaste para castigar.” (Hc 1.12). 

LEITURA BÍBLICA: HABACUQUE 1.1-6, 2.1-4 

INTRODUÇÃO Nas duas últimas lições deste trimestre, tendo encerrado o estudo da epístola de Tiago, vamos nos voltar para os profetas – particularmente, para Habacuque. Ainda que breve, esperamos que nossa reflexão sobre a mensagem de Deus registrada neste livro seja suficiente para lançar luz sobre a nossa caminhada na presente conjuntura em que os justos se veem cada vez mais oprimidos por um mundo onde prevalece a injustiça, o desprezo pelo que é bom e puro e a afronta descarada contra Deus. 

 I – O PROFETA CLAMA CONTRA O PECADO (1.1-11) O (1.1-11) Como o próprio livro não entra em detalhes sobre a época, o lugar ou qualquer aspecto da vida do profeta, também faremos o mesmo, destacando apenas que o tempo da sua profecia foi aquele em que o império caldeu (ou babilônico), sob o comando de Nabucodonosor, estava em seu apogeu; as dez tribos do norte já haviam sido destruídas e o cativeiro do reino do sul (Judá) era uma realidade irreversível e assegurada por Deus através dos Seus profetas. Habacuque (cujo nome significa “abraço”, ou “aquele que abraça”) é um desses profetas incumbido de anunciar o peso do Senhor – isto é, a palavra de desaprovação e castigo iminente pronunciada por Deus contra os ímpios do Seu povo. Neste e no próximo capítulo, a profecia tem a forma de um diálogo onde Habacuque como que questiona “onde” ou “como” o Senhor está agindo diante de determinada situação, ao que o próprio Deus responde que não está alheio ao que está acontecendo, antes Ele mesmo está conduzindo todas as coisas para o fim que propôs, e assim calando os anseios do profeta, confortando-o e enchendo-o de esperança quanto à providência misericordiosa de Deus até o clímax do livro, que é a oração registrada no capítulo 3. Assim, a primeira parte do diálogo profético consiste numa denúncia dos pecados e na determinação de um castigo que rapidamente se abateria sobre Judá. A profecia começa com um questionamento sobre como o pecado pode prevalecer por tanto tempo no meio do povo de Deus, quando os fiéis de contínuo clamavam diante d’Ele por justiça e quando a iniquidade era tão avassaladora que a própria lei divina se tornava instrumento na mão dos perversos e os justos não tinham mais nenhum referencial do que é certo e errado para o qual pudessem se voltar. Este é um questionamento universal que se repete especialmente em tempos de grande injustiça e atuação da iniquidade, quando a resposta divina parece tardar. Mas lembremos do que nosso Senhor Jesus ensinou – que, quando nos exercitamos na oração, devemos fazê-lo sempre e nunca desfalecer (cf. Lc 18.1-8). E, como todas as coisas debaixo do sol, a justiça também tem o seu tempo (Ec 3.16-17; Ap 6.10-11). Então o Senhor responde que interviria contra a injustiça dentro de pouco tempo (“em vossos dias”), e de tal forma que todos se espantariam. Citando os caldeus pelo nome, o Senhor declara que faria uso da espada – isto é, da guerra – para castigar o seu povo, ao que se segue uma descrição do poder, da violência e da rapidez com que essa nação traria seus exércitos para conquistar toda a terra de Judá. E lembremos que grande foi a surpresa de muitos judeus, especialmente dos ímpios dentre eles, quando, presumindo que seriam ajudados contra os caldeus – seja pelos egípcios, seja pelo próprio Deus – os viram batendo mais de uma vez às portas de Jerusalém até finalmente terem sua cidade cercada, tomada e reduzida a ruínas. Mas essa seção termina com uma palavra que desperta nova perplexidade no profeta e que ensejará o questionamento dos próximos versos: “Então, passarão como um vento, e pisarão, e se farão culpados, atribuindo este poder ao seu deus”. 

II – O PROFETA CLAMA POR JUSTIÇA (1.12-2.4) O profeta, que anteriormente se queixava das injustiças que contemplava ao seu redor, agora fica assombrado ante a perspectiva de que um povo soberbo, perverso e idólatra, seja instrumentalizado como o executor da justiça divina contra os pecados de Judá. Mas, mesmo assim, é importante notar alguns pontos de destacam a certeza do profeta quanto à justiça, santidade e bondade de Deus: primeiro, Habacuque lembra que o Senhor jamais destruiria Seu povo que tirou do Egito, mas antes o castigaria até que este se arrependesse e se emendasse dos seus caminhos tortuosos, porque Ele deseja a conversão e salvação do pecador (cf. Jr 33.20-22; Ez 18.31-32); segundo, o Senhor não pode ter o culpado por inocente, não tolera o pecado nem a impureza – portanto, jamais permitiria que os caldeus, mesmo executando a Sua ira, ficassem impunes por qualquer excesso ou atitude que constituísse afronta ao Todo-poderoso (cf. Ex 34.7); terceiro, como o único e verdadeiro dominador de todos os povos, o Senhor não poderia tolerar a soberba do rei de Babilônia em arrogar para si a glória de ter conquistado todas as nações pela sua própria força, como um pescador que lança sua rede ao mar e pela sua própria habilidade captura todo tipo de peixe – tudo o que Nabucodonosor alcançou foi-lhe dado de cima (Dn 4.24-25, 34, 37). Numa atitude semelhante à do salmista, o profeta Habacuque, considerando esses e outros pressupostos inalienáveis de uma fé e confiança genuína no Deus de Israel, mais uma vez se volta com humildade e paciência para o Senhor e, à semelhança de um sentinela que sobe à torre de vigia para estar atento ao primeiro sinal de algo novo – a saber, da palavra divina que calará suas indagações e lhe devolverá a paz, ele aguarda a resposta de Deus. E a resposta logo vem, primeiramente exortando à paciência: “se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará”. Depois, reafirmando aquilo que em seu coração o profeta bem sabia: que Deus é justo e ninguém escapa ao Seu juízo, embora os fiéis devam perseverar no caminho reto não em vista das circunstâncias presentes, mas na expectativa certa da salvação: “mas o justo pela sua fé viverá”. 

III – DEUS É IMPARCIAL (2.5-20) O juízo certamente virá, e todos hão de prestar contas a Deus pelos seus atos – não precisamos nos afligir com o predomínio do pecado neste momento, nem com a forma como, no presente, a justiça divina parece se realizar de modo limitado, muitas vezes o lugar de males menores sendo tomado por males ainda maiores. Deus considera todas as coisas, desde os atos mais exteriores até as intenções mais secretas do coração, e dará a cada um conforme suas obras. De fato, a fim de tranquilizar o profeta e os fiéis que, como ele, ansiavam por saber se o Senhor realmente levaria em conta todos os males praticados pelo soberbo rei de Babilônia, a palavra profética esmiúça detalhes do caráter do soberano caldeu e prenuncia sua queda, que também seria terrível (vv. 5-12). Mas cada um deveria cuidar de seus próprios atos perante Deus, pois os pequenos dentre o povo que haviam pecado também não passariam impunes – a diferença era apenas de grau: se o rei havia edificado cidades com sangue, muitos davam de beber ao seu próximo para lhe fazer violência igualmente grave; se o rei sacrificava a si mesmo, muitos se voltavam para ídolos mudos em busca de socorro. Não era o propósito de Deus destruir a todos, mas antes levar o povo a conhecê-lo, e, passado o castigo, jamais se esquecer d’Ele novamente. 

CONCLUSÃO Independente de nos encontrarmos em um tempo de juízo, entendamos que Deus é quem julgará e somente Ele sabe como e quando o fará; tão somente nos preocupemos em nos conservar no caminho da retidão, a fim de que não sejamos achados entre aqueles que experimentarão sua ira, e esperemos na sua salvação, que certamente virá.

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10 março 2021

011-Importantes Conselhos Sobre a Vida em Comunidade - Tiago Lição 11[Pr Afonso Chaves]09mar2021

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LIÇÃO 11 

CONSELHOS FINAIS 

TEXTO ÁUREO: “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores” (Tg 5.13). 

LEITURA BÍBLICA: TIAGO 5.13-20 

INTRODUÇÃO Na última lição sobre a epístola de Tiago, estudaremos importantes conselhos sobre a vida em comunidade, tão importante para os cristãos de procedência judaica, que viviam como estrangeiros e dispersos no mundo de então, como também para nós que hoje vivemos num mundo tão alheio à graça de Deus e que a todo tempo procura nos embaraçar. Veremos nestes últimos versos a importância do amor fraternal na demonstração de interesse e cuidado de uns pelos outros e a necessidade da oração para que a comunhão dos crentes seja verdadeiramente frutífera e abençoada por Deus. 

I – CONSIDERANDO AS NECESSIDADES UNS DOS OUTROS (V. 13-15) Tiago nos ensina aqui, em primeiro lugar, a nos submetermos à providência divina, que a seu tempo nos proporciona momentos de alegria e momentos de tristeza, que normalmente recebemos a contragosto. É o ciclo inevitável desta existência debaixo do sol e, como disse o pregador, Deus criou ambas para que não presumemos sobre o dia de amanhã (cf. Ec 7.14). Notemos, porém, que aqui o escritor demonstra não ignorar que há um aspecto doloroso e triste inevitável nas circunstâncias aflitivas da vida e que, mesmo cientes de que tudo ocorre de acordo com um propósito divino superior de aprimorar nossa fé – o que, em si, é motivo de grande alegria – de forma alguma demonstramos fraqueza na fé por considerar esse lado pesaroso que a aflição traz sobre nossa vida. Mas a lição mais importante aqui é aquela que o apóstolo Paulo também expressa em suas cartas sobre demonstrarmos interesse e cuidado pela condição dos irmãos, especialmente daqueles que estão em necessidade, em tristeza ou, na palavra usada por Tiago, aflição (cf. Rm 12.13). Não se trata apenas de uma questão sentimental, como muitos pensam, de dar atenção a indivíduos “carentes” e emocionalmente frágeis; é uma exortação geral a ser seguida por todos os irmãos e cujo fundamento está no amor fraternal não fingido, que é a vida e essência mesma da igreja, sem o qual tudo o mais feito em nome de Cristo, inclusive no âmbito da comunidade, é vão (cf. 1 Jo 3.17-18; 1 Co 13.1-3, 8). Por outro lado, seja na alegria ou na aflição, notemos que todas as circunstâncias têm por objetivo nos levar a Deus, seja para adorá-lo e agradecê-lo, seja para suplicar e esperar o seu socorro. Uma terceira situação comum, mas que deve ser encarada no mesmo espírito de comunhão e apoio espiritual é a da enfermidade, pois, de acordo com Tiago, há uma disposição da parte de Deus em curar os enfermos em resposta ao envolvimento da igreja nesse propósito. Trata-se de um ato de fé onde o doente tem a iniciativa e a igreja, por sua vez, deve corresponder dispondo dos seus presbíteros ou pastores, os quais, à semelhança dos apóstolos incumbidos por Cristo de manifestar o reino através da palavra e de curas, deverão ministrar a graça e virtude do Espírito de Deus para curar o doente – simbolizada aqui na unção com azeite (cf. Mc 6.13). 

II – PERDÃO E CURA NA COMUNHÃO (VV. 16-18) Como havia dito que, em caso de enfermidades causadas por pecados, não apenas o doente seria curado, mas seus pecados perdoados, o escritor considera ainda como a comunidade deve lidar com os pecados uns dos outros. E aqui vemos que os presbíteros têm apenas um papel simbólico no que diz  respeito à ministração da cura e do perdão, pois Tiago explica que, na verdade, devemos confessar e orar pela cura uns dos outros. A igreja é o templo do Espírito e o corpo de Cristo, de modo que a virtude e a graça do perdão e da cura fluem através dela e, na comunhão mútua, onde nos exortamos, confessamos nossas culpas, oramos e cuidados uns dos outros, o Senhor supre todas nossas necessidades para edificação, consolação, perdão e cura. De todas estas coisas, os ministros do evangelho são apenas instrumentos de Deus para conduzir, pelo exemplo, a igreja a usufruir os plenos benefícios dessa comunhão (cf. 1 Co 12.8-14; Ef 4.10-16). O escritor inspirado fala em confessar as culpas uns aos outros, e isto requer não apenas humildade e sinceridade da parte daquele que confessa, mas também confiança em uma comunidade cujos membros estão prontos e são maduros para ouvir e ajudar, ao invés de se acusarem e usarem suas fraquezas mútuas para se prejudicarem uns aos outros (cf. Gl 5.14-15). Notemos que Tiago não fala de alguns que pecaram, mas em termos gerais: “Confessai as vossas culpas”, ao que podemos acrescentar, a título de explicação, que se trata de um exercício de piedade onde nos dispomos não apenas a buscar ajuda para lidar com nossas próprias fraquezas, mas também no reconhecimento de que todos nós estamos sujeitos às fraquezas que acometem o próximo (cf. Gl 6.1; 1 Co 10.12). Contudo, o apóstolo está falando com cristãos, com homens e mulheres amados por Deus, justificados em Cristo Jesus e que estão destinados ao céu; tais fraquezas não são empecilhos ao seu chamado, sendo antes comparáveis às fraquezas e limitações dos profetas do passado, como Elias. Ao contrário, porém, deste “solitário” homem de Deus, hoje pertencemos a uma comunidade onde um pode interceder pelo outro com a mesma certeza de resposta eficaz e poderosa da parte de Deus que o profeta recebeu no passado. 

III – CONVERTENDO OS DESVIADOS (VV. 19-20) Diante do fato de que a graça de Deus flui entre os membros da igreja na medida em que estes vivenciam uma comunhão real e constante, podemos facilmente concluir de quão grande privilégio estão sendo privados aqueles que abandonam a fé e se afastam dessa comunhão. Ao mesmo tempo, destaca a grandeza e importância da obra daqueles que se esforçam por trazer de volta os que se extraviaram (cf. Pv 11.30; 14.25). Enquanto peregrinarmos neste mundo, seremos pecadores como os demais, embora perdoados e santificados continuamente graças à comunhão com Deus e com a igreja de Cristo (cf. 1 Jo 1.7; 2.1); agora, aqueles que se afastam da igreja estão se privando da fonte de perdão para suas vidas e seus pecados, nesse tempo, apenas se multiplicarão, de modo que, se trazidos de volta, sua condição será tal como a de pecadores que nunca ouviram falar do evangelho, senão pior (cf. Mt 12.44-45) e, grande, portanto, será a purificação dos seus muitos pecados. 

CONCLUSÃO Concluímos Tiago considerando orientações simples sobre diversos aspectos da comunhão cristã, mas que podemos resumir no entendimento de que, por maiores que sejam nossas fraquezas e as que porventura consideremos em nossos irmãos, não desprezemos a comunidade cristã, mas consideremos a graça que Deus tem administrado em nossos corações através do nosso próximo, desde as ministrações da palavra nos púlpitos até o gesto mais simples, mas sincero, de compreensão e cuidado que temos recebido de nossos irmãos.

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03 março 2021

010-O Valor da paciência na aflição - Tiago Lição 10[Pr Afonso Chaves]02mar2021

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LIÇÃO 10 

O VALOR DA PACIÊNCIA NA AFLIÇÃO 

TEXTO ÁUREO: “Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5.11). 

LEITURA BÍBLICA: TIAGO 5.1-12 

INTRODUÇÃO Estamos nos aproximando do final desta breve, mas preciosa porção das Escrituras Sagradas. Muitas já foram as orientações para o aprimoramento da nossa piedade cristã. Mas o escritor não se desatenta por um momento da oportunidade que tem em mãos de exortar, através do seu escrito, um imenso número de fiéis. E assim veremos, neste capítulo, que ele quer encerrar o seu discurso tratando do cuidado com aspectos igualmente preciosos da vida cristã, dos quais um deles é a paciência. 

I – A PROSPERIDADE DO ÍMPIO É PASSAGEIRA (V. 1-6) No começo deste capítulo, o apóstolo repreende e ameaça os ricos com o iminente e justo castigo de Deus pela sua confiança nas riquezas e pela forma injusta como a acumularam. Trata-se, portanto, não apenas de pessoas ricas, mas de pessoas ricas e ímpias e o propósito destas palavras bem pode ser o de confortar e animar os fiéis a serem pacientes e suportarem a presente aflição infligida por esses injustos, e não propriamente uma palavra de aviso e repreensão dirigida a pessoas que sequer frequentavam as reuniões da igreja e jamais teriam ouvido estas palavras do apóstolo. O salmista já havia registrado sua própria experiência como um testemunho de que a prosperidade dos ímpios, inclusive às custas da paz e felicidade dos justos, representa uma forte tentação e prova da fé (cf. Sl 73.1- 12). Não há nenhum pecado no dinheiro ou nas transações que envolvem qualquer quantidade de dinheiro, além da corrupção que afeta toda a ordem da criação material e com a qual é impossível de não nos envolvermos em certa medida (cf. Lc 16.9; 1 Co 7.29-31); mas o desejo de acumular riquezas é extremamente perigoso para aquele que almeja o céu, pois é um propósito que, pela própria natureza da coisa desejada, nunca se dará por realizado, induzindo o indivíduo à ansiedade e a empreendimentos cada vez mais ousados, comprometedores da sua mente, tempo e forças, e predispondo-o a violar princípios que possam representar barreiras para a sua busca – enfim, como disse o Senhor Jesus, é fazer das riquezas o seu novo deus (cf. 1 Tm 6.6-10; Mt 6.19-24). Mas alerta Tiago que, embora os injustos possam parecer “livres” para empreender sua busca por riquezas, esquecendo-se de Deus ou mesmo em rebelião contra Ele, perante a eternidade, tudo o que forem capazes de acumular e desfrutar na sua breve existência não significará nada, ou antes será a causa da sua eterna miséria e ruína, pois foram cumuladas com injustiça; e os fiéis deveriam atentar para o fim inevitável e desastroso que aguarda os ímpios tanto como um alerta para não se enganarem e deixarem enveredar pelo mesmo caminho, como um consolo de que a justiça de Deus prevalecerá (cf. Sl 73.16-20, 27-28; Lc 6.24; 16.14-31). 

II – A BEM-AVENTURANÇA DA PACIÊNCIA (VV. 7-11) Embora não seja o escopo da nossa lição tratar do assunto em detalhes, gostaríamos de chamar a atenção para o fato de que grande parte das aflições que acometem os fiéis neste mundo se devem à opressão dos ímpios, daqueles que não têm outro propósito senão o de acumular riquezas e poder sobre outros e às custas da felicidade de outros. Os justos, por sua vez, seguindo o exemplo do próprio Senhor, limitam-se na maioria das vezes a sofrer injustiças que afetam milhões de pessoas, mal sabendo de onde realmente se originam, quem são os verdadeiros responsáveis – mas também pouco se importando em buscar culpados para o seu sofrimento, antes confiando na justiça divina da qual ninguém escapará impune, e vislumbrando nesses males um elemento necessário do seu chamado a serem semelhantes a Cristo Jesus (cf. 1 Pe 2.18-24; Rm 12.19). “Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor” define toda a “advertência aos ricos” nos versos anteriores como um fundamento para a exortação à paciência que se segue. O juízo de Deus sobre os que confiam nas riquezas é algo certo, e se dará na vinda do Senhor, que está próxima (v. 8); logo, a paciência não é um exercício vão, mas a seu tempo os que são pacientes serão recompensados, como na comparação do lavrador cuja paciência pelo tempo apropriado da colheita é recompensada. Fortalecer o coração significa que é necessário ser paciente e não desfalecer mesmo quando as aflições se agravarem e tudo se mostrar ainda mais contrário à esperança do que antes. A repetição aqui do cuidado com a murmuração, ainda que num sentido diferente àquele estudado na lição anterior, é oportuna pois geralmente quando estamos debaixo de aflição, somos tentados a considerar a situação do nosso próximo e, seja por inveja ou incredulidade, julgá-lo indigno de qualquer felicidade ou tranquilidade de que esteja desfrutando. Conforme já estudamos, isso é pecado, pois assumimos o lugar de Deus, que, como Juiz de toda a terra, é o único que pode avaliar o mérito de cada um e dar a cada um o que é devido, naquele dia. A fim de reforçar a exortação e ilustrar o cuidado do Espírito de Deus em inculcar no Seu povo o valor da paciência, Tiago recorre aos testemunhos do passado, citando de forma geral os profetas e, de forma particular, o caso de Jó. Se hoje a ordem de Deus é esperar e ser paciente em relação a um tempo futuro onde todas as injustiças serão reparadas e os justos receberão o seu galardão, consideremos os exemplos passados para termos um vislumbre de que a paciência é recompensada pelo Senhor, e que aqueles que suportaram a aflição na esperança da justiça divina foram bem-aventurados, porque sua paciência não foi em vão, e futuramente também se mostrará ainda mais preciosa (cf. Jó 42.12-17; Hb 6.15; 11.13-16, 39-40). Enfim, a paciência é um fruto do Espírito e seu exercício é fundamental para o amadurecimento e aperfeiçoamento da vida cristã (cf. Rm 5.4; 2 Pe 1.6; Lc 21.19). 

III – REPREENSÃO AOS JURAMENTOS TEMERÁRIOS (VV. 12) O assunto considerado neste verso pode parecer avulso, mas ainda é possível ver certa relação com o tema geral da presente lição. A obra da paciência não é completa havendo murmurações ou juízos contra o próximo, assim como juramentos temerários em nada contribuem ou asseguram a constância e fidelidade daquele que faz uso deles para enfatizar a gravidade de suas palavras. O juramento é uma forma solene de declaração que as Escrituras recomendam sob determinadas circunstâncias; mas usá-lo de forma temerária, ou seja, para corroborar ou dar certeza à conversação ordinária é pecaminoso, pois denuncia o caráter falso e dissimulado daquele que não é capaz de sustentar suas próprias palavras com segurança; e invoca as coisas divinas, quando não o próprio Deus, como fiador da veracidade daquilo que o próprio indivíduo não é capaz de certificar por suas próprias palavras – e o Senhor não tolerará tal profanação (cf. Ex 20.7; Mt 5.34-37). 

CONCLUSÃO A paciência é uma virtude subestimada e facilmente abandonada, especialmente quando as situações adversas se prolongam ou se agravam. Muitos perdem a esperança de uma mudança, porque olham para as circunstâncias e possibilidades limitadas desta existência e se deixam iludir pela injustiça que aparentemente prevalece sempre. Mas para o cristão a paciência é o fundamento da sua felicidade presente, pois somente no exercício dela somos capazes de enxergar além das adversidades desta vida e esperar com certeza e confiança a verdadeira e eterna felicidade reservada aos fiéis, que compensará todas as injustiças sofridas neste mundo, por mais graves e prolongadas que tenham sido.

PARA USO DO PROFESSOR


AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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