31 março 2021

001-O Evangelho na Galácia - Gálatas Lição 01[Pr Afonso Chaves]30mar2021

 

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LIÇÃO 1 

O EVANGELHO NA GALÁCIA 

TEXTO ÁUREO: “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos).” (Gl 1.1) 

LEITURA BÍBLICA: GÁLATAS 1.1-5 

INTRODUÇÃO Neste trimestre o nosso estudo será sobre a carta de Paulo aos Gálatas. Na presente lição faremos uma introdução à carta, destacando a região em que está compreendida a Galácia, o propósito de Paulo ao escrever, assim como uma breve justificativa de seu apostolado e a legitimidade da sua mensagem, apresentando a verdadeira essência do evangelho. 

I – OS PRIMEIROS PASSOS DO EVANGELHO NA GALÁCIA A epístola aos Gálatas é uma preciosa fonte de informação sobre os primeiros passos do evangelho na Galácia. Graças a ela, sabemos da atividade desenvolvida por Paulo em uma região que cobria grande parte da zona central da Ásia Menor e que, desde o séc. I a.C., estava anexada ao Império Romano com a categoria de “província”. Naquele tempo, a Galácia era povoada pelas antigas tribos celtas (ou “gálas”), de onde procede o nome do país para o qual três séculos antes haviam emigrado do centro da Europa. Algumas delas chegaram até à Ásia Menor, estabeleceram-se e logo se espalharam pelos antigos territórios compreendidos nos limites da atual Turquia. Fora da epístola, Galácia é mencionada apenas cinco vezes no Novo Testamento (At 16.6; 18.23; 1 Co 16.1; 2 Tm 4.10; 1 Pe 1.1). É bem difícil precisar a região desta província porque naquela época havia muitas mudanças administrativas nas regiões romanas. Determinadas cidades ora estavam anexadas a uma província, ora em outra. Contudo, o mais importante é que o evangelho foi anunciado nesta região. E não há dúvidas de que Paulo fundou um certo número de pequenas comunidades cristãs dispersas por toda a província. Para essas igrejas redigiu a epístola. É a única carta de Paulo que não é endereçada a uma pessoa ou igreja, mas a um grupo de igrejas de uma determinada região – a Galácia. Essa comunidade era formada por crentes, que na sua maioria ou, possivelmente, na sua totalidade, procediam do paganismo (Gl 4.8). 

II – PROPÓSITO DA CARTA Os crentes da Galácia, em princípio, mostraram uma grande satisfação pelo evangelho; e, durante um tempo, haviam vivido a fé com a mesma alegria e confiança com que também haviam recebido a presença do apóstolo (Gl 4.13-15). Mas, não muito depois, aquela alegria e fervor parecia ter se esfriado (Gl 5.7), o que coincidiu com o surgimento de vários problemas doutrinários entre eles. Por isso, Paulo se sentiu movido a escrever esta carta, na qual, por um lado reprova a fé frágil dos gálatas e, por outro, denuncia as atividades de certos “falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus” (Gl 2.4). Com essas e outras expressões duras (cf. Gl 1.8-9; 5.10, 12; 6.12, 13), o apóstolo se refere a alguns grupos de origem judaica que percorriam igrejas recém-formadas e as confundiam com ensinamentos alheios e inclusive opostos ao evangelho e que, além disso, atacavam a autoridade e a legitimidade de seu apostolado (Gl 1.10-12). Os que Paulo chama de “falsos irmãos” tentavam convencer os gálatas de que o evangelho de Jesus Cristo, para ser perfeito, teria de ser submetido à Lei de Moisés e serem mantidas em vigor determinadas práticas próprias do judaísmo, principalmente a circuncisão (Gl 3.11-14; 5.1-6). Eram, pois, judaizantes, os quais, pretendendo perpetuar a vigência de normas que em Cristo se tornaram superadas, impulsionavam os crentes para que se afastassem da “verdade do evangelho” (Gl 2.5), que é fundamento da liberdade concedida por Cristo. 

III – PREFÁCIO E SAUDAÇÃO (1.1-5) Paulo inicia a epístola se identificando como apóstolo – que no caso tem dois sentidos. Primeiro, apóstolos eram aqueles que faziam parte dos escolhidos pelo Senhor e que foram testemunhas da sua ressurreição – esse era um grupo distinto que tinha autoridade para formação de parte do cânon do Novo Testamento. Segundo, a palavra apóstolo significava “uma pessoa enviada por alguém a outrem”. No caso, Paulo cumpre tanto um como outro critério e, portanto, o seu apostolado é legítimo, assim como sua mensagem. A expressão “paz”, utilizada no verso 3, não deve ser entendida sob a ótica do conceito comum que é ausência de guerra, mas do ponto de vista teológico que é segurança mesmo em meio às adversidades. A essência do evangelho é apresentada por Paulo de uma forma suscinta no prefácio da carta para então ser desenvolvida durante a carta. Isso porque a verdadeira paz provém de Deus e da parte de Jesus Cristo. Paulo é criterioso em qualificar as pessoas que menciona e não é por acaso, mas intencional. No final do verso 1, o “Pai” é apresentado como quem ressuscitou o Filho dentre os mortos e, no verso 4, Jesus Cristo é aquele que se deu a Si mesmo pelos nossos pecados com um objetivo claro de nos “livrar do presente século mau”. Toda a obra de Cristo estava segundo a vontade do Pai. Logo, aqui está a essência do evangelho. Se Cristo cumpriu a lei, ou seja, a vontade do Pai, então Ele é digno de receber toda a glória. Eis aqui o cerne da mensagem da carta – o homem não teve participação nenhuma e, portanto, não recebe louvor nenhum, é tudo graça. Tal mensagem chocava os judaizantes que queriam então deturpar essa mensagem entre os gentios, pois eles sempre buscavam a glória dos homens. 

CONCLUSÃO Esta lição se ocupou em apresentar alguns dados geográficos da região da Galácia, assim como o propósito da carta. São informações importantes para a compreensão das lições seguintes. Além disso, consideramos a saudação de Paulo e um prefácio da carta destacando que o seu chamado apostólico – e, portanto, a sua mensagem – provinha do Pai e do Senhor Jesus Cristo. E a mensagem do evangelho que Paulo pregava buscava apresentar a Deus e ao Filho como autores da nossa salvação, excluindo assim qualquer mérito humano ou qualquer obra humana. Assim a glória sempre é de Deus Pai e de Seu Filho Jesus Cristo.

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
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