23 fevereiro 2017

009-A oração ensinada pelo Senhor - O Sermão do Monte Lição 09[Pr Afonso Chaves] 21fev2017


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LIÇÃO 9: 
A ORAÇÃO ENSINADA PELO SENHOR 

TEXTO ÁUREO
: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.” (Mt 6.9) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 6.9-15 

INTRODUÇÃO 
Na lição anterior, consideramos o ensino de nosso Senhor a respeito da piedade ou devoção perfeita a Deus que Ele exige dos Seus discípulos, e de como devemos nos guardar da ostentação, do louvor dos homens, em todos os atos que expressem nosso relacionamento com o Pai, e cuidar para que sejamos sinceros nas esmolas, na oração, no jejum, ou em quaisquer outras formas de adoração. Tendo também fornecido orientação adicional quanto à prática da oração, exortando-nos a não usarmos de palavreados desnecessários e repetitivos quando nos dirigimos a Deus, o Senhor Jesus agora nos ensina o que pedir, e como pedir aquilo que convém, a fim de que possamos cumprir o dever da oração não apenas com sinceridade, mas também com sabedoria e certeza de que seremos ouvidos por nosso Pai celestial. 

I – A ORAÇÃO DO SENHOR: INVOCAÇÃO (Mt 6.9) 
A sabedoria de nosso Senhor Jesus revela-se claramente tanto na abrangência e pertinência das petições apresentadas nesta oração, como também na concisão e objetividade das palavras. Aqui são contemplados, por sua ordem: os interesses prioritários do próprio Deus (vv. 9-10); as necessidades particulares do Seu povo (vv. 11-12); e a exaltação e ação de graças que Lhe são devidos (v. 13). “Vós orareis assim”, ou seja, conforme o modelo dessas palavras. Isto quer dizer que a Oração do Senhor representa um padrão a ser seguido quando nos dirigimos a Deus no exercício constante da oração – todas as nossas petições, independentemente do seu propósito ou ocasião, devem de algum modo corresponder a uma ou mais cláusulas desta oração modelo. Por outro lado, não é necessariamente errado repetir as próprias palavras ensinadas por Cristo (cf. Lc 11.1-2, “Quando orardes, dizei”), desde que isto seja feito em sinceridade de coração, e não na atitude condenada nos versos anteriores (vv. 7-8). Esta oração também é conhecida como a do “Pai-nosso”, em razão da sua invocação inicial: “Pai nosso, que estás nos céus”. Nesta primeira cláusula, percebemos que a oração só pode existir sobre a base da nossa adoção como filhos de Deus, que nos permite invoca-lo como nosso Pai (1 Jo 3.1; Gl 4.6), e sobre a confiança na boa vontade e no amor especial que Ele tem para conosco. Toda resposta de Deus às nossas petições deriva-se exclusivamente da Sua bondade e misericórdia paternal (cf. Is 64.3-8). Ao mesmo tempo, pela expressão “que estás nos céus”, somos lembrados da Sua majestade, e da Sua sábia providência e poder soberano em tudo o que faz (Ec 5.1, 2; Sl 115.3). Observamos ainda nesta invocação, como nas petições que se seguem, que Jesus nos ensina a rejeitar todo sentimento egoísta e individualista, a que somos tendentes em nosso relacionamento com Deus, quando exprime toda a oração em termos de “nós” e “nosso”, e não “eu” ou “meu”. “Pai nosso” é como nos dirigimos a Deus, não apenas quando oramos reunidos em igreja, mas em nossas orações particulares, lembrando de nossos irmãos, que estão no mundo debaixo das mesmas circunstâncias aflitivas, padecendo as mesmas necessidades, e cuja existência, assim como a nossa, serve ao mesmo propósito glorioso no reino de Deus (cf. Tg 5.16; 1 Pe 5.9). 

II – A ORAÇÃO DO SENHOR: OS INTERESSES DO REINO (Mt 6.9-10) 
As três primeiras petições da Oração do Senhor são voltadas inteiramente para os interesses do reino dos céus – o que nos ensina, em primeiro lugar, que nossas petições particulares, ainda que legítimas, devem ser condicionadas à glória de Deus. Particularmente no exercício da oração, quando comparecemos diante do Pai, ansiosos por apresentar os nossos cuidados, precisamos reconhecer que o fim último de tudo o que possamos pedir e de tudo o que Ele queira nos dar é a Sua própria glória. A petição: “Santificado seja o teu nome” significa que o nosso assunto mais importante em oração deve ser o reconhecimento da Sua santidade e grandeza em todas as coisas. As petições seguintes, intimamente ligadas à primeira, ilustram os dois meios principais pelos quais o nome de Deus é santificado. Assim, “venha o teu reino”, refere-se ao anelo sincero do discípulo de Cristo pela justiça (cf. Mt 5.6), bem como pelo poder e graça do reino dos céus, tanto em sua vida como na do seu próximo. Isto se dá a nível pessoal na medida em que crescemos no conhecimento da verdade e na prática da justiça e piedade (Mt 6.33); a nível congregacional, quando há edificação e aperfeiçoamento espiritual dos santos (Rm 14.16-17); a nível mundial, quando o Evangelho é pregado em 18 testemunho a todas as nações (Mt 13.31-34; 24.14). Mas, finalmente, chegará o dia em que todas as limitações e impedimentos à justiça perfeita e plena do reino serão removidos, e o reino de Deus se manifestará plenamente com Cristo e os santos em glória (Mt 13.43; 1 Pe 3.13). Na terceira petição relacionada aos interesses de Deus: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”, expressamos não apenas a nossa prontidão em nos submetermos humildemente aos desígnios e à vontade revelada de nosso Pai celestial, mas também o nosso desejo de que todas as Suas criaturas O obedeçam sem relutância, entregando as armas da Sua rebelião contra Deus e sujeitando-se ao Seu governo e autoridade, tal como ocorre nos céus, onde a vontade de Deus é recebida e cumprida prontamente (Sl 103.20). Na terra, a vontade de Deus é aceita e cumprida em harmonia com a expansão do reino dos céus, na medida em que os desobedientes e rebeldes são sujeitados por Cristo, pelo Evangelho, e assim feitos conforme a Sua vontade (2 Co 10.4-5). Mas isto também alcançará a sua plenitude no último dia, quando todos serão submetidos pela glória e poder da vinda de Cristo Jesus (Fp 2.10, 11; 2 Ts 1.8). 

III – A ORAÇÃO DO SENHOR: NECESSIDADES PARTICULARES (Mt 6.11-15) 
Uma vez considerados os interesses e a glória de Deus na oração, podemos passar às petições em favor de nossas legítimas necessidades, sejam espirituais ou materiais. E a primeira delas é: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. Não apenas o pão, como alimento, mas tudo o que diz respeito ao nosso sustento físico pode ser apresentado a Deus em oração, pois, em primeiro lugar, perdemos todo direito até às coisas mais simples necessárias ao sustento da nossa vida, em razão do pecado. Segundo, somente Deus pode supri-las novamente – dEle vem a ocasião, a sabedoria e a força para todos os empreendimentos pelos quais obtemos o nosso pão cotidiano (Dt 8.11-17). Terceiro, porque assim Ele nos ensina a não confiarmos em nós mesmos, mas a dependermos dEle e a sermos gratos pela nossa porção nesta terra, seja ela grande ou pequena (Fp 4.12). “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”. O pecado é uma dívida contraída com Deus, que precisa ser saldada, quitada para que sejamos novamente aceitos por Ele, e, como uma provisão espiritual fundamental, isto também depende da Sua graça e misericórdia (Sl 32.1, 2). Porém, aqui Jesus não ensina apenas a necessidade de pedirmos perdão a Deus, mas também nos mostra como esse perdão nos é assegurado – na medida em que perdoamos aos que pecaram contra nós. O fato é que Deus primeiro nos perdoa, e por esta razão perdoamos àqueles que nos ofenderem (cf. Mt 18.23-35). Tão importante é tal atitude que Jesus é a única petição que recebe explicação adicional (vv. 14, 15). Em um momento anterior do Sermão (Mt 5.23-26), vimos que o ofensor só pode ser aceito por Deus se buscar a reconciliação e o perdão daqueles que foram prejudicados por ele. Agora, o Senhor Jesus revela o dever da parte ofendida: aceitar e perdoar o ofensor arrependido (Mt 18.21-22; Lc 17.3, 4). Chegamos agora à petição final, não menos importante: “Não nos induzas à tentação, mas livranos do mal”. Não é das tentações em si mesmas que o Senhor nos ensina a pedir livramento, pois Ele mesmo foi tentado, e sem pecado (Hb 4.15); mas sim do mal das tentações, ou seja, de sucumbir à tentação, ou cair em pecado. Se, por um lado, somos exortados a vigiar para evitarmos esse mal (Mt 26.41), por outro, temos uma forte segurança da parte do próprio Senhor, que orou para que fossemos livrados do mal (Jo 17.15), e a fidelidade de Deus em atender a esta oração (1 Co 10.13). Finalmente, as palavras com que Cristo encerra esta oração modelo nos mostram que não devem faltar às nossas súplicas dirigidas a Deus expressões de louvor, exaltação e glória ao Seu santo nome – em outras palavras, adoração. Mas esta doxologia (palavra de louvor) final também é apresentada como uma razão, ou argumento, pelas nossas petições a Deus, e nos fazem lembrar que, respondendo à nossa oração, Deus visa primeiramente à Sua própria glória, que sempre será o objeto supremo das Suas obras. 

CONCLUSÃO 
A oração é um dos maiores privilégios e um claro testemunho do nosso relacionamento com o nosso Criador, não apenas como Suas criaturas, mas como Seus filhos amados. Pela oração aprendemos a ter o reino de Deus como o alvo de nossa vida, submetendo nossos interesses ao Seu supremo propósito e a reconhecer a Sua grande misericórdia como a razão de termos nossas súplicas atendidas. 

QUESTIONÁRIO 
1. Como devemos usar a Oração do Senhor em nossas orações a Deus? 
2. Qual deve ser nosso propósito principal e prioritário na oração? 
3. Como a segunda e terceira petição se relacionam com a primeira? 
4. Explique por que é lícito apresentar a Deus nossas necessidades materiais? 5. Por que perdoar aqueles que nos ofendem é importante em nossas orações?

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15 fevereiro 2017

008-A piedade perfeita do Reino dos Céus - O Sermão do Monte Lição 08[Pr Afonso Chaves] 14fev2017


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LIÇÃO 8:
 A PIEDADE PERFEITA DO REINO DOS CÉUS 

TEXTO ÁUREO: 
“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.24) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 6.1-8, 16-18 

INTRODUÇÃO 
Nas lições anteriores, aprendemos que, como “sal da terra” e “luz do mundo”, nossas obras devem corresponder à justiça perfeita revelada na Lei de Deus; e, para tanto, devem proceder de um coração regenerado, renovado pela Sua graça, assim revelando que somos do número dos “bem-aventurados”. Desta forma, nosso Pai celestial é glorificado diante dos homens, pois Suas perfeições são contempladas em Seus filhos no trato com seus semelhantes. Agora veremos que, no que tange à prática da piedade, ou da nossa devoção para com Deus, não pode ser diferente; mais uma vez, Jesus estabelece um nítido contraste entre os atos de piedade praticados por um súdito do reino dos céus, cujo coração está totalmente voltado para Deus; e os atos religiosos dos “hipócritas”, que visam apenas o aplauso dos homens, parecendo ser muito devotos quando, na realidade, pouco se importam com a glória de Deus. 

I – O DISCÍPULO DE CRISTO E AS ESMOLAS (MT 6.1-4) 
Nesta seção do Sermão do Monte, o Senhor Jesus passa a ensinar o que Ele demanda de Seus discípulos na sua devoção a Deus, aqui exemplificada em três atos considerados dos mais importantes, e nos quais os escribas e fariseus também haviam introduzido o seu fermento (Lc 12.1), fazendo-se necessário que Cristo desmascarasse a sua hipocrisia. Por sua ordem, o primeiro desses atos é o da caridade para com o próximo (ou “dar esmolas”), um dever tanto prescrito pela Lei (Dt 15.7, 8; Pv 14.21) como também confirmado sob a dispensação do Evangelho (Lc 3.11; At 4.34, 35; Rm 12.13; Gl 2.10), à luz do qual este ato torna-se nada menos que a expressão necessária da obediência ao segundo mandamento mais importante da lei: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39; cf. 1 Jo 3.16-18). Logo, o que Jesus condena nesta passagem não é o ato de dar esmolas em si, nem mesmo quando feito em público ou reconhecido pelos homens (cf. At 10.1-4; 11.29, 30); mas Ele nos alerta contra o pecado da hipocrisia, isto é: quando o homem usa um ato de piedade e devoção a Deus como pretexto para buscar, não a atenção do seu Criador, mas sim o reconhecimento dos homens e a exaltação pessoal (Lc 16.15). Trata-se de um erro sutil, pois se introduz até nos atos de maior espiritualidade; e é fácil de se cometer, pois procede da ambição do coração humano, e do seu orgulho e desejo por vanglórias (Jo 5.44; 12.42, 43). Contudo, tal atitude receberá severo castigo da parte de Deus (Mt 23.1-7, 12, 28, 33). A aprovação dos nossos atos de piedade para com Deus – no caso em questão, dar esmolas – depende não apenas do desinteresse pela atenção e louvor dos homens (“não faças tocar trombeta diante de ti”), mas também de uma renúncia e desapego a toda pretensão quanto ao valor e mérito de nossos atos (“não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”, cf. Mt 25.37-39). Nosso único e legítimo interesse no exercício da piedade deve ser a atenção e a glória de Deus: praticar esse e qualquer outro ato de natureza devocional porque Ele ordenou e porque isto O agrada, pelo amor de Deus derramado em nossos corações, e porque Ele promete recompensá-lo (Pv 19.17; 28.27; 2 Co 9.9). 

II – O DISCÍPULO DE CRISTO E A ORAÇÃO (MT 6.5-8) 
O próximo exemplo de piedade prática considerado por Cristo é o da oração. E, uma vez mais, o que Jesus está aqui condenando não é a oração pública em si, como parte do culto a Deus prestado pelos fieis quando reunidos (At 1.14; 2.42; 1 Tm 2.8); mas sim a ostentação com que os escribas e fariseus cumpriam este dever, no desejo de serem reconhecidos como homens de grande piedade e comunhão com Deus. A oração deve ser uma expressão sincera do coração a Deus, por isso o Senhor nos orienta a buscarmos o isolamento e o refúgio das interferências mundanas (“entra no teu aposento”, “fecha a tua porta”, cf. Lc 12.39; At 10.9), o que se pode entender tanto literalmente, em nossas orações particulares, como também, quando necessário orar em público, fazê-lo com a mesma consciência, de que é a Deus que devemos nos dirigir, no recôndito do nosso coração, não nos importando com a atenção dos homens. Outro erro comum na prática da oração, e ainda mais grave que o primeiro, pois caracteriza a atitude religiosa de pessoas que ignoram o poder e a sabedoria de Deus (os “gentios”), é o uso de vãs repetições, ou seja, confiar no poder persuasivo de nossas palavras em oração, como se Deus pudesse ser convencido pela força, beleza e insistência de nossos argumentos (1 Rs 18.26; At 19.34). Em primeiro lugar, nenhum de nossos atos de devoção a Deus são meritórios, e nada do que façamos para Ele, mesmo que em obediência à Sua vontade, pode obriga-lO a nos abençoar. Esses atos são apenas meios pelos 16 quais Deus se propõe conceder a glória eterna, que é devida exclusivamente pelos méritos infinitos do sacrifício de Seu Filho Jesus (Jo 15.7, 8; 16.23). Em segundo lugar, Deus não precisa ser informado acerca do nosso estado, porque Ele sabe todas as coisas e, melhor do que nós, como e quando responder nossas súplicas com a provisão mais adequada. Por outro lado, Jesus não está condenando a perseverança e insistência em buscar ou pedir uma mesma coisa a Deus, até que alcancemos uma resposta (Mt 26.39-44; 2 Co 12.8), desde que isto seja uma sincera expressão da nossa dependência e confiança nEle. Tendo em vista nossas limitações para compreendermos o sábio conselho de Deus sobre todas as coisas, e mesmo a nossa incapacidade de nos dirigirmos ao nosso Pai celestial como convém (Ec 5.1, 2; Rm 8.26), o Senhor Jesus nos ensina a orar, fornecendo não apenas os princípios gerais, mas as próprias palavras que podemos empregar em nossas súplicas a Deus (cf. Lc 11.1, 2) para externar diante dEle os anseios do nosso coração. Mas, como cada frase desta oração apresenta grande riqueza de ensinamentos, e considerando que esta porção do texto representa um “parêntese” dentro do assunto geral abordado nesta seção, reservaremos o estudo da “Oração do Senhor” para a próxima lição. 

III – O DISCÍPULO DE CRISTO E O JEJUM (MT 6.16-18) 
Passando à correção dos erros e à exposição da verdade acerca da prática dos jejuns, o Senhor Jesus condena mais uma vez a atitude afetada e hipócrita daqueles que faziam de tudo para que o abatimento físico causado pelos seus jejuns fosse visto pelos homens, e assim fossem louvados como homens de grande renúncia e abnegação. Mas o verdadeiro jejum procede de um senso da nossa indignidade diante de Deus, e da nossa contrição e pesar por tê-lO ofendido, em sinal de arrependimento (Sl 35.13; Ed 8.21; Jl 1.13, 14). Quando não, o jejum é apenas um meio para uma dedicação maior à oração, por um propósito especial (Mt 4.1, 2; At 14.23). Nessa ocasião, abstendo-nos temporariamente de suprir uma necessidade básica do nosso corpo – a alimentação – temos maior oportunidade para nos dedicarmos exclusivamente aos interesses de Deus (Lc 2.37; At 13.3). Em ambos os casos, porém, a prática do jejum é incompatível com o desejo de vanglória do ser humano, e não tem nenhum valor quando realizado por alguém presunçoso de méritos ou ambicioso de glória mundana. A instrução aqui oferecida por nosso Senhor no que diz respeito ao jejum não é diferente dos demais casos: como as esmolas e a oração, o jejum visa a Deus, mesmo sendo apenas um meio para a oração, ou alguma outra forma de santificação; e por isso somente a Sua atenção deve ser desejada. Há de se considerar também que, embora seja um ato de contrição e abatimento para a carne, o verdadeiro discípulo de Cristo não negligencia seu corpo, entregando-se a sacrifícios que pouco beneficiam a alma (Cl 2.23), pois sabe que Deus prefere antes a humilhação e contrição sincera do coração a um corpo abatido em que não haja a devida correspondência no interior (Jl 2.13). 

CONCLUSÃO 
Nossa relação pessoal com Deus é tão importante quanto o nosso relacionamento com o próximo. Mas, assim como o pecado está pronto a se insinuar em cada ato e palavra dirigida aos nossos semelhantes, do mesmo modo nossas intenções e sentimentos mais sinceros para com Deus podem ser facilmente pervertidos, e nossa adoração pode ser completamente inutilizada pelo sutil pecado da hipocrisia. Que Deus nos dê graça para nos guardarmos do fermento dos fariseus, e desejarmos o “secreto” de um relacionamento sincero e exclusivo com nosso Pai celestial. 

QUESTIONÁRIO 
1. Por que a caridade (dar esmolas) é um dever para o cristão? 
2. O que significa a expressão: “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”? 
3. O que devemos fazer para evitar o pecado de orar como os hipócritas? 
4. O que significa: “vãs repetições”? 
5. Qual o significado e o propósito do jejum?

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09 fevereiro 2017

007-A justiça de Deus e a perfeição - O Sermão do Monte Lição 07 [Pr Afonso Chaves] 07fev2017


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LIÇÃO 7: 
A JUSTIÇA DE DEUS E A PERFEIÇÃO

TEXTO ÁUREO:
 “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.48)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 5.38-48

INTRODUÇÃO
Chegamos agora a um ponto crucial do Sermão do Monte, em que o Senhor Jesus encerra Suas considerações e aplicações cheias de sabedoria e verdade acerca dos mandamentos da Lei de Deus.
Pudemos observar, nas últimas lições, que as questões abordadas tratavam sempre do nosso relacionamento com o próximo, e do elevado padrão de justiça exigido por Deus para que não estejamos caiamos no pecado e no juízo da ira, do adultério e do perjúrio. E agora o Senhor traz à luz outra verdade encoberta pelo falso ensino dos escribas e fariseus, e que constitui a essência e o fundamento de todos os nossos relacionamentos humanos: a capacidade de sofrer o mal sem dar lugar à vingança e de vencer o mal com o bem, amando e fazendo o bem àqueles que nos prejudicam e nos odeiam. Nesta passagem do Sermão vamos aprender o que é ser realmente um “pacificador”, e o que é “sofrer por causa da justiça” (Mt 5.9-11).

I – A JUSTIÇA DE DEUS E A RETALIAÇÃO (MT 5.38-42)
Desta vez, Jesus se opõe ao que era ensinado pelos falsos mestres de Israel acerca de como entender e aplicar a “lei do talião”. Exarada em diversas passagens, esta lei em si era de total justiça e equidade, não permitindo que um crime ou pecado fosse punido de forma desproporcional à sua gravidade (Lv 24.19, 20). Além disso, era um princípio que refreava abusos dos fortes contra os fracos, aplicando-se igualmente a todos os israelitas (Ex 21.23-25; Dt 19.19, 20). Contudo, os escribas e fariseus faziam desta regra um pretexto para exercer livremente seus desejos carnais de retaliação (vingança), contra quaisquer injustiças ou prejuízos que sofressem. E a vingança, como tal, é fruto da ira humana, que jamais opera a justiça de Deus (Tg 1.20).
Por outro lado, a lei do talião não se tornou obsoleta, e tampouco Jesus se opõe à sua utilidade na aplicação da justiça através de juízes legitimamente constituídos. Deus constitui homens para exercer a justiça (Ex 21.22; Dt 19.18), e lhes dá meios para que executem o castigo, quando necessário, sem que isto seja considerado vingança pessoal (Rm 13.3-4; 2 Pe 2.13, 14; cf. Dt 32.35). Não há pecado em se recorrer à justiça humana constituída por Deus, particularmente quando está em jogo a verdade, a causa do Evangelho e a glória de Deus – como vemos nos exemplos de Paulo (At 16.35-37; 22.25; 25.11) e do próprio Senhor (Mc 14.48; Jo 18.22, 23). Mas, quando se trata de satisfazer à nossa disposição natural e carnal de recebermos reparação contra injustiças cometidas contra nossa pessoa, nossa honra ou nossos bens, ou ainda de sermos justificados perante os homens, aí devemos estar prontos a renunciar, a sofrer o dano, na consciência de que estamos sob o cuidado de um Deus que é justo e providente e que pode, somente Ele, exercer vingança (Rm 12.17-19; cf. 1 Pe 2.23).
Não somente isto, mas as situações ilustradas por Cristo na presente passagem apontam para uma atitude ainda mais elevada no verdadeiro cidadão do reino dos céus, de não apenas sofrer o mal real que lhe fazem, mas também de exceder a medida do mal recebido ao mostrar disposição em suportar ainda mais. Entendamos que os males aqui são oriundos de uma inimizade contra o Evangelho, contra Cristo, mesmo quando velada. São males injustificados. Nesse caso, o cristão entende que todas as coisas concorrem para o seu bem, e recebe a maior privação e injustiça cometida contra ele com a alegria e confiança na bondade de Deus (cf. Rm 8.35-39; Hb 10.32-34).

II – A JUSTIÇA DE DEUS E O AMOR AOS INIMIGOS (MT 5.43-45)
A seção seguinte do texto em análise está em íntima relação com a anterior; na verdade, é a continuação e conclusão lógica daquela, pois aqui o Senhor expõe o aspecto positivo do nosso relacionamento com aqueles que nos odeiam e prejudicam – ali, vimos que é nosso dever sofrer o mal; aqui, veremos que é nosso dever amar os que nos fazem mal. Os escribas e fariseus, pervertendo o mandamento: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18), limitavam o próximo apenas aos de sua própria nação, especialmente aqueles com os quais mantinham bom relacionamento. Jesus, porém, na ordem: “amai a vossos inimigos”, expõe a verdadeira extensão da palavra, já entrevista na própria Lei: o “próximo” era todo aquele com quem o israelita tivesse qualquer relacionamento, quer fosse bom ou ruim, inclusive com o estrangeiro (Lv 19.33, 34). A expressão: “odiarás o teu inimigo” simplesmente não era um mandamento divino, mas antes uma ímpia distorção do que diziam as Escrituras (cf. Ex 23.4,5; Pv 25.21).
Nossa atitude em relação ao mal é não apenas negativa, de sofrê-lo com resignação, e de não retribuir ao malfeitor na “mesma moeda”. Mas é necessário pagar o mal com o bem (Rm 12.20-21; Pv 25.21, 22). E esse amor não deve ser apenas aparente, nem formal, tampouco reservado a momentos em que o cristão possa ser notado por outros ou pelo próprio inimigo – como uma espécie de interesse em ter sua atitude reconhecida como superior à daquele que o aborrece. É expresso, sim, na manifestação exterior de bênçãos desejadas (“bendizei aos que vos maldizem”), bem como de benefícios realizados em seu favor (“fazei bem aos que vos odeiam”). Mas, ultrapassando essas oportunidades, é um amor que se revela sincero e de coração por ser expresso no relacionamento mais íntimo do cristão com Deus, na oração em favor do inimigo.
É característica e sinal de que somos filhos de Deus se temos e demonstramos esse amor desinteressado, que não espera ser reconhecido pelos homens, muito menos retribuído, pois assim é o amor de Deus em relação à grande massa da humanidade que O desconhece e O despreza – todos os benefícios físicos e materiais advindos ao homem, seja qual for o seu relacionamento com Deus, são expressões sinceras do Seu amor pela criação, e não são retirados nem diminuídos em função do quanto o ser humano possa reconhece-los ou retribuir a Deus por eles (cf. Lc 6.35).

III – A PERFEIÇÃO DA VIDA CRISTÃ (MT 5.46-48)
Nos versos em apreço, Jesus propõe uma nova razão pela qual devemos amar nossos inimigos, e não apenas aqueles que nos amam e nos fazem o bem, os quais nosso interesse particular nos levaria a amar mais facilmente. Tão natural e sem mérito é esse tipo de amor que não era difícil de ser encontrado até mesmo entre os publicanos, aqui tomados para ilustrar uma classe de pessoas desprezadas pelo povo, não apenas por cobrarem impostos de seus concidadãos em nome do Império Romano, mas também por recorrerem à extorsão e a métodos escusos para encherem seus próprios bolsos (cf. Lc 3.12, 13; Mt 9.11).
Os escribas e fariseus definiam a prática do amor exigida na Lei de um modo conveniente e cômodo ao seu caráter corrupto e perverso, limitando-o a um amor egoísta que em nada se assemelhava ao amor de Deus. Como no princípio dessa seção do Sermão do Monte, onde vimos que a nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus, se havemos de entrar no reino dos céus (Mt 5.20), agora também o Senhor volta a estabelecer um contraste entre os súditos do Seu reino e os demais homens, sejam quais forem seus distintivos e classes. Dos Seus discípulos, Cristo exige mais, tanto no amor como em todos os demais aspectos de sua conduta – se agimos como qualquer outro homem agiria, “que fazemos de mais?” Tal atitude não corresponde à excelência e relevância (nas figuras do sal da terra e da luz do mundo) que se espera de nós. Elevando ainda mais o padrão da justiça divina, Jesus afirma que o que se espera de nós é que sejamos perfeitos, como é o próprio Deus, no exercício do amor e de Seus atributos divinos. Mas, entendamos também esta cobrança à luz da obra da graça e da regeneração do Espírito Santo, e da nova criação em Cristo, em quem somos misericordiosamente aceitos em nossa limitação, ao mesmo tempo em que capacitados poderosamente nEle para todas as coisas (Fp 4.13). Tanto assim que não podemos nos gloriar de nossos sucessos na caminhada cristã, pois, mesmo quando tivermos feito tudo o que Ele requer de nós, só teremos o direito de dizer: “Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer” (Lc 17.7-10).

CONCLUSÃO
A caminhada cristã exige constante renúncia: aos nossos pecados, aos nossos padrões de conduta relativos, egoístas e inconstantes – enfim, ao nosso “eu” na sua totalidade. Este é o primeiro passo para entendermos a profundidade e excelência da justiça e santidade de Deus, e para alcançarmos graça para nos conformarmos a esse elevado padrão, e assim começarmos a viver e a provar a verdadeira alegria, o pleno contentamento e a firme certeza de que somos filhos de Deus.

QUESTIONÁRIO

1. Qual a importância da “lei do talião”?
2. Por que não podemos essa lei não foi dada para orientar nossos relacionamentos pessoais?
3. O que o Senhor nos ensina quando diz, por exemplo: “Se qualquer te bater na tua face direita, oferece-lhe também a outra”?
4. Quem é o nosso próximo?
5. Se amamos apenas aos que nos amam, qual é o mérito de tal atitude?

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03 fevereiro 2017

006-A justiça de Deus e o juramento - O Sermão do Monte Lição 06 [Pr Afonso Chaves] 31jan2017


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LIÇÃO 6: 
A JUSTIÇA DE DEUS E OS JURAMENTOS

TEXTO ÁUREO:
"Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” (Mt 5.37)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 5.33-37 

INTRODUÇÃO 
Em continuidade à exposição que o Senhor vem fazendo acerca da Lei de Deus, explicando o seu verdadeiro sentido e alcance sobre a vida daqueles que cuidam fazer parte do reino dos céus, chegamos agora à consideração de outro aspecto de grande importância para a vida cristã, que diz respeito às palavras que saem da nossa boca, e à necessidade de que sejam a expressão de um caráter veraz e sincero. O discípulo de Cristo sempre honra a Deus em tudo aquilo que diz, seja quando faz menção ao Seu santo nome, seja quando, na sua conversação cotidiana, fala e mantém sua palavra segundo aquilo que realmente está em seu coração e, ainda que com dano seu, não muda (Sl 15.1-4). 

I – A JUSTIÇA DE DEUS E O PERJÚRIO (Mt 5.33) 
Em primeiro lugar, lembremos que o Senhor Jesus não está de modo algum se opondo à Lei de Deus, mas sim à interpretação tortuosa e à falsa aplicação dos mandamentos feitas pelos escribas e fariseus, a pretexto de assim ter sido ensinado aos antigos. A expressão do verso em apreço deve ser entendida como um resumo, ou a essência do que os líderes do povo de Israel consideravam mais importante quanto ao uso de juramentos nas conversações: que não se devia jurar falsamente pelo nome do Senhor (“não perjurarás”, cf. Lv 19.12), e o que fosse jurado (ou votado) expressamente no nome do Senhor devia ser cumprido (“cumprirás os teus juramentos ao Senhor”, cf. Nm 30.2). Em ambos os casos, aqui entendemos que não se trata do juramento ou voto voluntário feito perante o Senhor, tendo em vista um propósito santo e piedoso (Dt 23.21-23); mas em conversação com o próximo, com o objetivo de confirmar a veracidade do que alguém afirmava ou negava. Porém, o ensino dos escribas e fariseus não apenas limitava muito o que Deus realmente dizia sobre essa questão, mas levava o povo a fazer uso equivocado e pecaminoso de juramentos, como forma de fazer acreditar suas declarações acerca de coisas triviais, tratadas na conversação cotidiana. Assim, mesmo que a questão sob juramento fosse verdadeira, não incorrendo em perjúrio, o ato do juramento em si perdia toda a sua solenidade, e o nome sagrado de Deus era profanado pelo seu uso em questões de pouca importância, o que constituía violação do princípio fundamental expresso pelo terceiro mandamento: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Ex 20.7). Esse hábito condenável de tudo o que fosse declarado ser aceito apenas à base de juramentos refletia, como nas demais situações exemplificadas por Cristo ao longo deste sermão, que a mentira, a falsidade, o uso de palavras fingidas e a desonestidade no trato com o próximo haviam proliferado entre o povo de Israel, de tal modo que não se podia mais confiar na simples declaração de alguém a respeito de qualquer coisa. Ao mesmo tempo, isto revelava um problema ainda mais grave e pernicioso, e que, como no caso de outros pecados, também tinha sua origem no interior do homem – esse tipo de linguagem simplesmente revelava o caráter inconstante e o coração dobre, insincero, daquele povo. 

II – O USO LEGÍTIMO DOS JURAMENTOS (Mt 5.34-36)
A legitimidade do uso de um juramento não depende apenas da veracidade de uma declaração – não basta ser verdade o que se diz sob juramento – mas depende também de uma necessidade. As Escrituras demonstram que, desde o princípio, os juramentos eram feitos sob a circunstância especial de uma questão ou compromisso entre os homens que não podia ser resolvido pela simples declaração dos fatos, mas exigia a solene invocação de Alguém superior, como testemunha e fiador da verdade, capaz tanto de sondar a sinceridade do coração das partes como também de punir aqueles que porventura usassem de engano (cf. Hb 6.16). Dentre os muitos exemplos que poderiam ser citados, eis que fizeram uso apropriado de juramentos: homens piedosos, como os patriarcas (Gn 21.23; 24.8, 9; 31.53; 47.31), o apóstolo Paulo (Rm 9.1; 2 Co 1.23; Gl 1.20); os anjos (Ap 10.4-6); e até mesmo Deus (Gn 22.16; Hb 6.17- 18). Portanto, a proibição do Senhor: “de maneira nenhuma jureis” (v. 34) deve-se entender em sua relação com o contexto imediato, considerando-se que o povo usava levianamente de juramentos para validar suas palavras sobre as questões mais corriqueiras – e é a isto que o Senhor se opõe. Mas o juramento feito em uma ocasião apropriada e solene, pelo contrário, é um ato que tanto glorifica a Deus, 12 por exaltar o Seu poder de único e justo Juiz, que faz valer a verdade e vinga a mentira; como também é exigido por Ele como aquilo que Lhe é devido pelo Seu povo, e que precisa ser feito exclusivamente em Seu nome (Dt 6.13; Is 45.23; 65.16; Jr 4.2). Assim também, na sequência imediata dessas palavras, percebe-se uma referência a outra prática perniciosa que os escribas e fariseus ensinavam ao povo como formas de se evitar cair em transgressão: eles podiam fazer uso de juramentos indiretos, envolvendo o céu, a terra, a cidade de Jerusalém, ou a própria cabeça, para não incorrerem em profanação ao nome de Deus, ou em perjúrio. Cristo condenou severamente essas sutilezas, afirmando que tudo aquilo pelo que juravam estava de alguma forma ligado a Deus, o Criador e Sustentador de todas as coisas e, se eles faziam isto com o propósito de dar crédito a uma declaração falsa, incorriam em perjúrio do mesmo modo que se jurassem diretamente pelo nome santo de Deus (cf. Mt 23.16-22). 

III – A PALAVRA DO DISCÍPULO DE CRISTO (Mt 5.37) 
Em contraposição ao uso imoderado e profano dos juramentos, o Senhor Jesus propõe, ou antes revela, o caráter do verdadeiro súdito do reino dos céus, expresso na sua linguagem cotidiana, particularmente naquilo que afirma ou nega. O discípulo do reino dos céus tanto é comprometido com a justiça como também com a verdade e sinceridade, amando-as, e aborrecendo a mentira e falsidade em todas as suas formas (Ex 20.16; Ef 4.25). É incompatível com a transparência da justiça divina o uso de palavras dúbias, que encobrem ou falsificam as intenções e pensamentos do coração, ao invés de serem sua fiel expressão; em outras palavras, tal atitude é condenada como hipocrisia e leviandade (cf. Mt 12.33-37). Portanto, a palavra do cristão deve não apenas corresponder à verdade exterior dos fatos que afirma ou nega, mas também ser a expressão exata do que pensa e pretende dizer – se é sim, que seja sim; se é não, que seja não (cf. 2 Co 1.18). E, para isto, é necessário temperança, reflexão e sabedoria divina (Tg 3.10-13). A propensão em jurar sobre qualquer palavra, inclusive invocando-se o nome de Deus, procede da inclinação maligna de um coração não regenerado, de um caráter leviano e inconstante, e que o Senhor não terá por inocente, mas sujeitará a juízo (Tg 1.8; 5.12). 

CONCLUSÃO 
Nossa palavra é um testemunho do que há em nosso coração. Enquanto os homens não confiam na palavra uns dos outros, nem na sua própria palavra, recorrendo a muitas formalidades para se aceitarem em suas declarações, em razão da falsidade e mentira que predomina em todos os seus relacionamentos; como discípulos de Cristo, temos compromisso com a verdade, devemos saber que nossas palavras correspondem a essa verdade em nosso coração, e nada, exceto a glória de Deus, pode nos constranger a qualquer outro termo ou expressão de confirmação do que dizemos, além do nosso sim ou não. 

QUESTIONÁRIO 
1. Como os escribas e fariseus limitavam a proibição divina quanto ao uso de juramentos? 
2. Com que frequência os judeus usavam de juramentos? 
3. Qual a situação apropriada e legítima para o uso de juramentos? 
4. O que o uso imoderado de juramentos reflete quanto ao caráter ou coração humano? 
5. Por que em nossa conversação cotidiana o sim ou o não devem bastar como expressão do que realmente queremos dizer? 

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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