26 julho 2024

004-Celebrando ao Senhor no deserto - Lição 04[Pr Afonso Chaves]24jul2024

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LIÇÃO 4 

CELEBRANDO AO SENHOR NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “2 Que os filhos de Israel celebrem a Páscoa a seu tempo determinado. 3 No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos e segundo todos os seus ritos, a celebrareis.” (Números 9.2-3) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 9.1-14 

INTRODUÇÃO Enquanto se preparavam aprendendo acerca da sua vocação e da santidade do Deus que os havia tirado do Egito e os colocado a caminho da terra que manava leite e mel, o povo eleito não podia perder o senso da glória e grandeza do Senhor dos exércitos, e de que haviam sido trazidos ao deserto para servi-lo. Assim, nesta lição consideraremos o quanto os primeiros capítulos de Números nos apresentam acerca do culto divino e da celebração da glória de Deus pelo Seu povo. 

I – AS OFERTAS AO SENHOR O capítulo 7 faz menção a um evento anterior aos procedimentos e orientações divinas que já estudamos nos primeiros capítulos de Números. Trata-se de quando o tabernáculo foi erguido e montado por Moisés pela primeira vez no deserto e consagrado juntamente com Arão e seus filhos para o ofício sacerdotal; aqui, as Escrituras nos informam que, após a consagração do tabernáculo (e tendo já se iniciado a consagração do sacerdócio, que duraria cerca de sete dias), os líderes das casas de Israel (os mesmos que conduziram a numeração das suas respectivas tribos) haviam apresentado duas ofertas especiais ao Senhor (Nm 7.1-3, 10; cf. Ex 40.1-11; Lv 8.33). Conforme lemos, a primeira oferta seria destinada por Deus ao ministério dos levitas; a segunda, para dedicação ou consagração do altar. Em ambas podemos destacar o interesse e anseio do povo para que o culto divino acontecesse e que nada faltasse para que Deus fosse devidamente adorado e propiciado. Assim, representado por seus líderes, as tribos de Israel apresentaram sua oferta com grande riqueza e abundância (cf. Nm 7.84-88). Do mesmo modo, o capítulo anterior se encerra com a prescrição de como os sacerdotes deveriam abençoar os filhos de Israel e, embora anteceda a descrição das ofertas, corresponde na verdade ao contexto da consagração do tabernáculo e do sacerdócio, quando, apresentadas as ofertas ao Senhor, fogo desceu do céu e Arão e seus filhos saíram do interior da tenda da congregação para comunicar ao povo que Deus lhes era propício para ter misericórdia e dar paz a Israel, e assim conduzilos seguramente, protegidos pelo Seu nome, até a terra prometida (Nm 6.22-27; cf. Lv 9.22-24). Percebemos então como a caminhada pelo deserto requer, antes de tudo, a manutenção da nossa devoção e comunhão com Deus, cuja benção é indispensável para alcançarmos a paz e o repouso reservado para o fim da jornada. O fato de a benção divina ser comunicada pelos sacerdotes muito diz sobre como o devemos buscá-la: cultuando ao Senhor. E isto começa com o reconhecimento de que cada um de nós faz parte desse culto, na medida em que todos nós somos sacerdotes, e que nosso corpo, nossa própria vida, é a oferta que temos de apresentar a Deus, na certeza de que é aceita em Cristo Jesus (1 Pe 2.9; Rm 12.1; Hb 10.19-23). E, na medida em que somos um povo, podemos falar também a importância da comunhão, onde, através da mútua ministração de uns para com os outros, no perdão, na edificação, na consolação, na exortação, é assegurada a benção de Deus de que precisamos para perseverar até o fim (Hb 3.13-14; 10.24-25; Tg 5.16). 

II – O MINISTÉRIO LEVÍTICO A menção inicial deste capítulo às orientações sobre como Arão deveria acender o castiçal (ou candelabro) também remontam à ocasião em que o tabernáculo havia sido consagrado (Nm 8.1-4). Sabemos que o propósito desta peça do mobiliário sagrado era não apenas alumiar o interior da tenda da congregação para que os sacerdotes pudessem ministrar, mas também significar que onde Deus habita, onde há comunhão e favor de Deus, há luz. É também uma figura do próprio povo eleito, no meio do qual Deus habita e sobre o qual Ele faz o Seu rosto resplandecer; como os braços acesos de um candeeiro, assim também a igreja irradia a luz divina e, sob essa luz, presta o seu culto racional a Deus (Sl 18.28; 2 Co 6.14-18; 1 Jo 1.5-7). Depois de serem enumerados para o serviço do tabernáculo, agora vemos os levitas serem oficialmente consagrados para o seu ministério, assim como o foram os sacerdotes. Mais uma vez, destacamos que os levitas, apresentados para servirem ao Senhor em substituição a todo o Israel, eram um testemunho vivo da centralidade do culto divino para a nação (Nm 8.10-18). Notamos aqui também que a determinação da idade mínima de vinte e cinco anos e máxima de cinquenta para o exercício do seu ministério não representa conflito com a informação anterior dos primeiros capítulos, de que deveriam ser contados a partir dos trinta anos. Apenas quer dizer que, antes de assumirem a idade apropriada para militar no serviço mais pesado do tabernáculo – montar, desmontar e transportá-lo pelo deserto – os levitas já deveriam iniciados no ministério de acordo com a sua capacidade e maturidade, assim como aqueles que após os cinquenta anos eram dispensados dessa milícia em razão da sua limitação física permaneciam, não obstante, na guarda do tabernáculo, junto com os demais (Nm 4.3; 8.24-26). 

III – A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA Antes que se completasse um ano após a saída de Israel do Egito, o Senhor orienta Moisés a lembrar o povo de celebrar a Páscoa no seu tempo determinado e, consequentemente, durante todo o tempo da peregrinação pelo deserto, e não apenas quando chegassem em Canaã (cf. Ex 12.25; Js 5.10). Como sabemos, a Páscoa comemorava a libertação dos israelitas do Egito, com o livramento dos primogênitos, e precisava tanto ser recontada como uma história, como celebrada pelo povo segundo o rito divinamente ordenado (Nm 9.1-3). De modo semelhante, a igreja faz da sua redenção o tema da sua celebração e dos seus cultos ao Senhor como também possui uma ordenança própria para comemorar Cristo, a nossa Páscoa, da qual de modo algum podemos nos dispensar, se de fato vivemos por Ele (1 Co 11.23-26). Notemos agora o interesse e zelo daqueles israelitas que, estando contaminados, primeiro consideraram a santidade da Páscoa para reconhecerem que não podiam participar dela na ocasião; mas, ao invés de se dispensarem da sua celebração, levaram seu caso a Moisés, manifestando seu desejo de participar e de permanecerem com o povo de Deus: “por que seríamos privados de oferecer a oferta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel?” (Nm 9.6-8). O Senhor provê então a possibilidade de uma “segunda chamada”, por assim dizer, a ser realizada exatamente nos mesmos moldes da primeira, e em data correspondente do mês seguinte; e a partir daqui vemos o desejo de Deus de que todos nós participemos e celebremos sua salvação: “contudo, ainda celebrará a Páscoa ao Senhor” (Nm 9.10). Por outro lado, a rejeição à celebração do culto divino por aqueles que poderiam fazê-lo, não estando cerimonialmente impedidos, é considerado um ato de apostasia, e seria punido à altura: “tal alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta do Senhor a seu tempo determinado; tal homem levará o seu pecado” (Nm 9.13). 

CONCLUSÃO Celebrar ao Senhor pela nossa salvação faz parte da nossa chamada, tanto individualmente como povo eleito. Seja Israel no passado, seja a Igreja no presente, é celebrando ao Senhor que nos manteremos caminhando pelo deserto e chegaremos à terra prometida, pois a alegria do Senhor é a nossa força.

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19 julho 2024

003-Santificando a caminhada no deserto - Lição 03[Pr Afonso Chaves]17jul2024

 

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LIÇÃO 3 

SANTIFICANDO A CAMINHADA PELO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo.” (Levítico 11.45) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 5.1-10 

INTRODUÇÃO Nesta lição estudaremos orientações adicionais transmitidas ao povo de Israel no sentido de prepará-los para a travessia do deserto em direção à Terra Prometida. Depois de organizar o povo de Israel de acordo com as forças de cada tribo para a guerra, o seu lugar em relação ao santuário e o seu chamado para ser um povo santo, o Senhor Deus determina algumas formas práticas de lembrá-los sempre da sua vocação particular dentre todos os povos, e não permitir que a rotina da caminhada os impedisse de aperfeiçoarem sua consagração a Deus. 

I–NA SANTIDADE HÁ DIFERENTES RESPONSABILIDADES Já vimos como os levitas foram separados por Deus para auxiliarem diretamente à família de Arão, isto é, aos sacerdotes, nos serviços do santuário; e como esta separação era uma forma de compensar o serviço divino devido por toda a nação de Israel, cujos primogênitos haviam sido salvos do destruidor por ocasião da Páscoa no Egito. Depois de organizar o assentamento das três famílias levíticas – Coate, Gerson e Merari – em torno da tenda da congregação, agora, no capítulo 4, vemos ser novamente tomada a conta dos filhos de Levi, mas desta vez levando em consideração aqueles aptos a servir no seu ministério: “da idade de trinta anos para cima até aos cinquenta anos será todo aquele que entrar neste exército, para fazer obra na tenda da congregação” (Nm 4.3). O Senhor então designa a cada uma das famílias levíticas para transportar uma parte da tenda da congregação, quando desmontada para acompanhar as caminhadas do povo de Deus. Ao encargo dos filhos de Coate, em particular, foi incumbido o transporte do mobiliário mais representativo do culto divino: a arca do testemunho, a mesa da proposição, o castiçal, o altar do incenso e o altar do holocausto; enquanto a casa de Gerson deveria levar os diferentes tipos de véus e coberturas do santuário e do pátio; e os filhos de Merari, as colunas, bases, varais, tábuas e cordas – todos itens instrumentais para a montagem da tenda e do pátio (Nm 4.4-14, 24-26, 29-32). Notamos aí não apenas uma distinção de serviços, mas também de responsabilidades. Enquanto nos véus, coberturas e nas peças constituintes do santuário não encontramos uma restrição do seu manuseio por parte das famílias incumbidas do transporte, em relação ao mobiliário, nem mesmo os coatitas, seus carregadores oficiais, poderiam tocá-lo ou sequer visualizá-lo diretamente, sob pena de profanarem a santidade de Deus representada por esses itens: “os filhos de Coate virão para levá-lo; mas no santuário não tocarão para que não morram” (Nm 4.15). Para evitar que isto acontecesse, os sacerdotes deveriam providenciar a limpeza, cobertura e encaixe dos varais em cada peça do mobiliário, bem como o posicionamento de cada carregador junto aos móveis dentro do santuário, antes de qualquer outra etapa do desmonte da tenda da congregação. Aqui há uma importante lição sobre como Deus requer de todos a santidade no Seu serviço, mas para cada um, segundo o seu chamado particular, a santidade pode implicar em mais ou maiores responsabilidades, com maiores consequências para aqueles que as negligenciarem. O Senhor não requer de nós nada além daquilo que nos confiou, e não nos impõe responsabilidade maior do que aquela que não possamos cumprir; mas, se não vigiarmos e não formos zelosos na execução da Sua obra, podemos ser achados em falta, e certamente teremos de responder pela nossa negligência (Mt 25.14-19; Lc 12.42-26). Além disso, não estamos sozinhos em nossa batalha diária pela santificação; o Senhor nos ensina o que convém fazer, falar, pensar, do mesmo modo que os sacerdotes guiavam a cada família na execução do seu serviço sagrado (Nm 4.19; Rm 8.9, 14). 

II – NA SANTIDADE NÃO PODE HAVER IMPUREZA  A santidade requerida do povo, já amplamente regulamentada em Levítico, em grande parte dizia respeito aos relacionamentos pessoais, nos quais era necessário que soubessem distinguir o santo do profano e honrar a Deus com o modo santificado de agir cada um em relação ao seu próximo. No capítulo 5, dois aspectos importantes sobre a natureza dessa santidade são ilustrados. No primeiro caso, o Senhor apresenta duas situações que ensinam como o pecado é incompatível com a santidade divina: sejam as formas de contaminação física da lepra, dos fluxos e do contato com os mortos, que de uma ou outra forma apontavam para a morte; seja pela situação daquele que, tendo pecado contra o próximo, se fizesse culpado enquanto não expiasse pela sua culpa. Tanto a expulsão da congregação como a necessidade de resgate representavam um impedimento à comunhão com os santos que precisavam ser devidamente reparadas, se o israelita desejasse voltar a participar da santidade de Deus (Nm 5.1-7; Hb 12.12-15). No segundo caso, quando da suspeita de adultério, fazia-se necessário comprovar se a santidade de Deus havia sido profanada, para que a mulher culpada sofresse a maldição que a separaria do restante do povo; ou se era inocente e fosse então reparada, pelo próprio Deus, pela suspeita sofrida, sendo então abençoada com semente como recompensa pela sua fidelidade. Esta lei mostra como a santidade é incompatível com a hipocrisia e dissimulação – isto é, com um comportamento ou uma aparência de conduta que não sejam condizentes com o espírito de santificação (Nm 5.12-15, 28, 29-31; Ef 5.3-6; 1 Ts 5.22-23). 

III – A SANTIDADE PODE SER APERFEIÇOADA No capítulo 6, temos a lei do nazireado – isto é, a lei que regulamentava como o israelita poderia se separar para uma maior dedicação a Deus durante um determinado período. Notamos, em primeiro lugar, que, mesmo todo o povo de Israel sendo santo ao Senhor, e todos chamados a viver de acordo com as leis que definiam essa santidade, ainda havia oportunidade para a busca de um maior grau de santificação por parte de um israelita, desde que houvesse nele vontade ou desejo de se consagrar a Deus – em uma previsão de que muitos, no espírito da mesma graça que somente se derramaria abundantemente sob o Novo Concerto, anelariam por se dedicar a Deus mais do que lhes era requerido por obrigação legal e teriam no voto de nazireu essa oportunidade, ainda que para essa consagração fosse necessário viver de acordo com um rigor semelhante ao daquele imposto aos sacerdotes. (Nm 6.2- 8; Hb 8.8-11; Rm 12.1-2; 2 Tm 2.19-21). 

CONCLUSÃO Santidade é o que define a caminhada da Igreja neste mundo, não importa por quanto tempo cada geração e cada um de nós tenha para percorrer nesta jornada. Desde que busquemos sempre crescer na graça de Deus, a fim de cumprir melhor o nosso chamado e cultivar mais ricamente os talentos que Ele nos confiou, essa santidade se aperfeiçoará cada vez mais, até que finalmente veremos o Senhor.

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11 julho 2024

002-A Preparação e organização do povo - Lição 02[Pr Afonso Chaves]11jul2024

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LIÇÃO 2 

A PREPARAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO POVO 

TEXTO ÁUREO: “E os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés; assim, assentaram o arraial segundo as suas bandeiras; e assim marcharam, cada qual segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais.” (Números 2.34) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 1.1-3, 47-50; 3.6-9 

INTRODUÇÃO O povo estava prestes a iniciar sua jornada até a terra prometida, mas antes era necessário que Israel entendesse sua vocação como povo eleito e a ordem que lhe convinha como nação santa e reino sacerdotal. Somente quando todos estivessem organizados, cada tribo ciente da sua posição e do seu papel na congregação, é que o povo de Deus estaria preparado para partir e enfrentar os obstáculos que encontraria no deserto. E isto certamente se reflete na configuração da Igreja de Cristo, com importantes lições para aplicação neste tempo presente. 

I – DEFININDO O POVO DE DEUS Em vista da viagem que o povo tinha à sua frente, o livro de Números se inicia relatando que o Senhor Deus ordenou a Moisés que realizasse um censo – uma contagem exata dos israelitas que haviam saído do Egito e chegado ali, aos pés do monte Sinai. Tratava-se, de fato, da contagem apenas dos homens de vinte anos para cima, considerados aptos para a guerra – cuja soma total foi de “seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta” (Nm 1.2-3, 45-46; cf. Ex 12.37). A primeira coisa que notamos na maneira deste alistamento determinado por Deus é que, para chegar a esse número foi necessário, primeiro contar os israelitas “segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais, conforme o número dos nomes de todo varão”, para o que toda a congregação foi reunida a fim de que cada tribo declarasse sua linhagem particular (Nm 1.18). O fato de agora a nação estar unida sob o senso de ser o povo eleito não “diluiu” as distinções tribais, mas antes uniu todas de tal modo que cada uma, cumprindo sua função particular, contribuiria para a realização do propósito divino (Gn 17.6; 49.28; cf. Ap 7.4-8, 9-10). Outro aspecto a se destacar é a caracterização do povo de Deus como um povo guerreiro, sua força medida pelo número daqueles que estavam “aptos para a guerra”. Não que os israelitas devessem confiar na força do braço, mas sim no Senhor, que é varão de guerra e combate, e vence as batalhas do Seu povo (Ex 14.13-14; 15.3). Isto, porém, não diminui o fato de que o povo de Deus vive neste mundo em confronto com inimigos, e Israel só poderia vencê-los com armas em mãos, a vitória sendo sempre garantida pelo Senhor (Ex 17.8-13; Gn 22.17; cf. Ef 6.11-13). Por fim, neste capítulo devemos considerar também o fato de Levi não ter sido contado nesta ocasião como as demais tribos, pois sua finalidade não era servir à guerra. Não que fossem incapazes de lutar ou pegar em armas para atender às demandas da justiça divina, mas aprouve ao Senhor designar a tribo para servir no Tabernáculo: “eles levarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; e eles o administrarão e assentarão o seu arraial ao redor do tabernáculo. E, quando o tabernáculo partir, os levitas o desarmarão; e, quando o tabernáculo assentar no arraial, os levitas o armarão” (Nm 1.50-51; cf. Ex 32.25-29). 

II – ORGANIZANDO O POVO DE DEUS Mais do que informar o número exato de israelitas disponíveis para a guerra, o recenseamento do povo segundo suas casas serviria também para organizar as tribos enquanto acampadas em torno da tenda da congregação, bem como para ordenar sua marcha durante a jornada pelo deserto. Designados para guardar o santuário, os levitas se acampariam entre as demais tribos e a tenda da congregação, a fim de guardá-la contra a profanação de intrusos ou curiosos (Nm 1.53). Cada tribo, por sua vez, ficaria acampada no entorno imediato do acampamento dos levitas, de acordo com a posição determinada por Deus e sob a clara identificação das bandeiras de suas casas (Nm 2.2). Estando três tribos assentadas ao oriente da tenda, três ao sul, três ao ocidente e três ao norte, quando necessário retomar a jornada, nesta mesma seqüência deveriam desmontar suas tendas e partir, enquanto os levitas tomariam seu lugar de marcha entre as tribos do sul e do norte – ou seja, ficando no meio das fileiras de Israel (Nm 2.16-17). Com isto, o povo de Israel não seria mais uma “multidão”, mas um exército organizado. Não seria mais um povo que não sabia para onde estava indo, perdido no deserto; mas uma nação ciente da sua identidade e cuja organização refletia sua preparação para as dificuldades a serem encontradas e a certeza quanto ao seu destino. Essa organização refletia, de fato, a sabedoria e providência de Deus, que faz todas as coisas com um propósito, e cujo povo deve, à sua semelhança, entender qual é a sábia vontade de Deus e ser previdente em sua caminhada neste mundo (Nm 2.34; cf. Lc 14.28-30, 31-32; Ef 5.15-17). 

III – SANTIFICANDO O POVO DE DEUS Tendo definido e organizado o povo de Israel conforme suas tribos, e separado Levi para o serviço do Tabernáculo, o Senhor Deus determina de forma mais clara e pontual as funções desta tribo. Lembremos que Arão e seus filhos já haviam sido chamados para a função sacerdotal; em vista disso, os levitas agora passariam a assisti-los no exercício das suas funções exclusivas. Ao mesmo tempo, podemos ver na separação dos levitas não apenas uma provisão material de auxiliares para os sacerdotes; mas uma forma de enfatizar que todo o Israel, e não apenas Arão e seus filhos (e agora os levitas) deveria ser santo ao Senhor. Toda a nação deveria ser de reis e sacerdotes, e isto é simbolizado pelo fato de os levitas serem dados agora como uma oferta por todos os filhos de Israel, especialmente em compensação pelos primogênitos salvos da morte no Egito (Nm 3.6-9, 12-13). Inclusive a contagem dos levitas que se dá nesta ocasião tem em vista essa necessidade, para o que o Senhor ordena que Moisés também conte os primogênitos de Israel e, em vista de estes somarem um número um pouco maior que o de levitas, determina que sejam resgatados por uma oferta em valor monetário (Nm 3.39, 40-43, 46-47). Isto nos lembra também o fato de que a tenda da congregação representava a habitação de Deus com o Seu povo – o lugar em que o Todo-poderoso se aproximava do povo, ainda que este era imediatamente representado pelos sacerdotes (Ex 25.8). Vimos que a tenda era erguida no meio das tribos acampadas, assim como era levada, quando desmontada pelos levitas para a viagem, no meio das tribos em marcha. Em razão dessa proximidade de Deus do Seu povo, não apenas os sacerdotes deveriam ser estritamente santos; não apenas os levitas; mas todos deveriam santificar o Senhor, segundo o seu pertencimento a uma das tribos de Israel (Lv 20.7; cf. 1 Pe 1.15-16). 

CONCLUSÃO Assim como Israel no passado, o povo de Deus hoje está em caminhada pelo deserto deste mundo, e para chegar ao seu destino final – a terra prometida onde terá descanso – deve sempre se lembrar de que essa jornada exige preparação e organização, sabendo o que se requer de nós e tendo certeza do que nos espera na eternidade.

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04 julho 2024

001-Peregrinação do Povo de Deus no deserto - Lição 01[Pr Afonso Chaves]02jul2024

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LIÇÃO 1 

PEREGRINAÇÃO DO POVO DE DEUS NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” (1 Coríntios 10.11) 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 10.1-13 

INTRODUÇÃO Dando início a um novo trimestre, propomos estudar a jornada do povo de Israel através do deserto rumo à terra de Canaã. Vamos nos dedicar especialmente à análise dos acontecimentos narrados no livro de Números, mas não dispensaremos destaques importantes em Êxodo, Levítico e Deuteronômio; ao mesmo tempo em que procuraremos não perder de vista o significado e atualidade desses acontecimentos para o povo de Deus na atualidade. E, nesta primeira lição, falaremos sobre aspectos gerais dessa história e da sua mensagem. 

I – NÚMEROS E O DESERTO Apesar do título pelo qual é denominado em nossas bíblias, o livro de Números trata de muito mais coisas do que apenas recenseamentos do povo de Israel. Não que essas listagens não tenham a sua importância para estabelecer o contexto e o significado de outros acontecimentos narrados neste livro; mas é necessário chamar a atenção para o fato de que se trata de um livro também conhecido simplesmente pelo título “no deserto” (Nm 1.1), pois nele encontramos, ainda que não exclusivamente, a narrativa dos acontecimentos que sobrevieram a Israel durante sua longa peregrinação pelo deserto em direção à terra de Canaã. O apóstolo Paulo, ao rememorar importantes episódios dessa jornada (1 Co 10.1-13), faz referência primeiramente a Êxodo, pois a partida do povo é narrada neste livro; mas segue exemplificando as transgressões e as repreensões no deserto citando inequivocamente Números. A palavra “deserto”, que aparece mais vezes também neste livro do que em qualquer outro da Bíblia, evoca, em primeiro lugar, o fato de que Israel ali se encontrava por ter sido libertado do cativeiro na terra do Egito – fato este lembrado logo no primeiro verso já referido: “no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra do Egito”. O deserto representa então um marco na realização das promessas de Deus, no sentido de que não apenas o povo havia sido finalmente libertado da escravidão no Egito, mas havia se encontrado com o seu Deus a fim de conhecer e servir àqu’Ele que lhes daria em herança a terra da promissão (Ex 3.7-8, 12, 16-18). O povo chegara aos pés do Sinai no terceiro mês após a sua saída da terra do Egito, e ali permaneceu por quase um ano (Ex 19.1; Nm 10.11). Durante este período, o Concerto foi firmado e a Lei proclamada, o Tabernáculo foi edificado e a família de Arão consagrada para o sacerdócio. Como preparação para o prosseguimento da jornada pelo deserto, o texto de Números começa descrevendo a organização estabelecida por Deus para a viagem, seja enquanto acompanhassem a coluna de nuvem e de fogo, seja enquanto estivessem acampados em torno da tenda da congregação (Nm 2.34; 9.15-23; 10.33-36). Assim, o livro de Números relata a maior parte da caminhada de Israel pelo deserto, destacando os principais eventos desde que partiram do Sinai (ou Horebe) até chegarem às planícies de Moabe, no decurso de quarenta anos – dos quais trinta e oito passaram em castigo, rodeando o monte Seir, de maneira que, da geração que saiu do Egito, chegaram ao fim da jornada apenas Josué e Calebe, e Moisés, o qual, não obstante, após anunciar suas últimas palavras ao povo, foi recolhido por Deus sem poder entrar na terra prometida (Nm 26.63-65; 27.12-14; cf. Dt 1.1-2, 46; 2.1-3, 14). 

II – LIVRAMENTO E PROVISÃO NO DESERTO É verdade que a travessia pelo deserto para chegar à terra prometida poderia ter sido evitada em troca de um caminho mais curto, mas aprouve a Deus fazer dessa jornada uma etapa necessária para cumprir a sua promessa de dar repouso ao povo. O confronto com os belicosos filisteus logo no início da sua jornada poderia facilmente ter desanimado os israelitas, ao passo que as dificuldades encontradas no deserto e as provisões da graça de Deus para vencê-las os preparariam e os ensinariam a confiar no Senhor, e não em si mesmos (Ex 13.17-18; Dt 8.2-5). Várias eram as dificuldades apresentadas pelos diferentes desertos atravessados por Israel – o terreno acidentado, o clima árido, os animais peçonhentos e a falta de recursos mínimos para alimentar a multidão, entre a qual havia muitas crianças e idosos, além dos rebanhos. Mas já nos primeiros dias após a saída do Egito, o Senhor proveu as necessidades essenciais do povo – pão na forma do maná que choveria durante quarenta anos no deserto, até que entrassem finalmente em Canaã e pudessem colher os primeiros frutos da terra; e água brotando da rocha (Ex 16.1-4, 13-16, 35; 17.1, 5-6). Ora, o apóstolo Paulo considera essas demonstrações da provisão de Deus em favor de Israel uma figura da graça manifestada em Cristo Jesus, primeiramente, comparando o livramento do povo e sua passagem pela nuvem e pelo mar, sob a condução de Moisés, ao batismo, pelo qual todos os que cremos, hoje, somos identificados com o corpo de Cristo, isto é, a igreja. Depois, ao chamar o manjar e a água que manava da pedra de comida e bebida espiritual, Paulo quer dizer que do mesmo modo hoje somos supridos em Cristo Jesus abundante e suficientemente em nossas necessidades espirituais para que possamos vencer as tentações, assim como Israel venceu as dificuldades do deserto. Deste modo, o deserto de Israel equivale ao mundo onde a igreja peregrina, as tentações constituindo em provas da nossa confiança e amor a Deus que só venceremos se vigiarmos e lembrarmos que, com a tentação, o Senhor provê o escape e graça suficiente (Tg 1.2-5; Hb 4.14-16; 1 Pe 5.6-9; cf. Jo 17.15-17). 

III – PROVAÇÃO, REPREENSÃO E JUÍZO NO DESERTO Outro aspecto a se considerar quanto ao propósito da caminhada de Israel pelo deserto é indicado no texto já citado: “para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não”. A jornada pelo deserto revelou a dureza do coração dos israelitas que haviam sido libertados do Egito; revelou que não foram as dificuldades exteriores que o fizeram cair – porquanto Deus suprira todas elas – mas sim a maldade do seu coração, isto é, a indisposição em obedecer ao Senhor. Um propósito havia sido dado, uma promessa havia sido feita, a qual seria suficiente para não se desesperarem do deserto e para prosseguirem a jornada; mas facilmente eles buscaram em aparentes dificuldades pretextos para expressarem seus desejos mais vis; pelo que foram reprovados, castigados e julgados no deserto, onde a maioria pereceu (Os 11.1-4; Sl 78.40; Hb 3.17-19). O fato de terem entrado em Canaã somente dois, Josué e Calebe, de uma geração inteira que havia participado da mesma graça para vencer os desafios do deserto, serve então de alerta para nós que hoje também temos ouvido a voz do Espírito Santo e nos tornado participantes da graça de Deus pelo evangelho. A promessa de Deus é generosa: “resta ainda um repouso para o povo de Deus”, e o convite de Deus é positivo: “procuremos, pois, entrar naquele repouso”; mas o aviso para que vigiemos, tendo cuidado para não ofender essa graça pela nossa negligência ou desobediência, é igualmente expresso: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia” (cf. Hb 3.7-14; 4.1-11). 

CONCLUSÃO Que possamos, ao longo deste trimestre, reconhecer nossas falhas na nossa obediência e sinceridade para com Deus, a fim de atentarmos mais prontamente à voz do Espírito Santo e assim fazer cada vez mais firme e segura nossa perseverança na fé, até que entremos naquele repouso.

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28 junho 2024

013-Lições na família de Jacó - Família Lição 13[Pr Afonso Chaves]25jun2024

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LIÇÃO 13 

LIÇÕES NA FAMÍLIA DE JACÓ 

TEXTO ÁUREO: “Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.” (Romanos 9.8) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 25.31-34 

INTRODUÇÃO Na presente lição, queremos falar a respeito de alguns acontecimentos relacionados à história de Jacó. Como as dos demais patriarcas, a maioria das experiências daquele que seria chamado Israel (o que luta com Deus) se dão num contexto fortemente familiar, envolvendo seu irmão Esaú, seus pais Isaque e Rebeca e os membros da família que ele próprio veio a estabelecer pela graça e misericórdia de Deus. E, naturalmente, podemos extrair importantes lições desses relacionamentos. 

I – UMA DISPUTA ESPIRITUAL ENTRE IRMÃOS Fala-se muito sobre o relacionamento conturbado entre Jacó e seu irmão gêmeo Esaú; no entanto, precisamos ter cuidado em nossos juízos sobre os episódios desse relacionamento, para não cometermos injustiça contra aquele de quem as Escrituras dá testemunho de ter agradado a Deus (Hb 11.9). Não significa que Jacó tenha sido perfeito em todos os seus caminhos, mas é preciso lembrar que o objetivo primário da história sagrada é mostrar como Deus escolheu Jacó, e não Esaú, para ser o depositário da promessa feita anteriormente a Abraão e Isaque. Essa eleição divina é de fundamental importância para compreendermos a atitude de Jacó em relação a seu irmão, e como as consequências da disputa e do relacionamento conturbado entre ambos resultaram providencialmente na realização do propósito divino (Gn 25.21-23; Ml 1.2-3; Rm 9.10-16). Sendo, pois, essa disputa entre irmãos sinalizada já no ventre de Rebeca, e depois quando do nascimento dos gêmeos – pelo fato de Jacó nascer agarrado ao calcanhar de seu irmão (daí seu nome Jacó, que significa “suplantador”, “o que toma o lugar do outro”); é no primeiro incidente envolvendo ambos, já crescidos, que se revelará a disposição de um pelas coisas terrenas e do outro pelas coisas espirituais. Jacó, tendo se tornado um homem simples, habitando em tendas, não tinha o mesmo interesse que seu irmão Esaú por grandes feitos e demonstrações de força e perícia física – o que era um indicativo do caráter de cada um. No caso de Jacó, era o mesmo tipo de simplicidade que havia feito de Abraão e Isaque peregrinos na terra, predispondo-os a evitar contendas por coisas materiais e a esperar nas promessas de Deus (Hb 11.13-16; Gn 13.7-9; 26.12-17). Esaú, por sua vez, na sua abordagem “prática” da vida, mostrou-se tão desinteressado e incapaz de mensurar a grandeza das promessas divinas – das quais deveria ser o herdeiro, por sua condição natural de primogênito – que preferiu trocálas para satisfazer um apetite carnal. Este episódio revela então que a disputa entre ambos não era natural, mas de ordem espiritual – enquanto um amava as coisas de Deus, a ponto de valorizá-las sobre qualquer bem ou esforço material; o outro as considerava inferiores às necessidades mais básicas do corpo – o que era o mesmo que desprezá-las (Gn 25.29-34). O episódio seguinte dessa disputa nos mostra a importância da participação dos pais no desenvolvimento espiritual dos filhos, bem como na percepção de conflitos desta natureza, orientandoos quanto à prioridade do reino dos céus sobre os cuidados desta vida. Não cabe a nós julgar o apreço que Isaque mantinha pelos talentos “mundanos” de Esaú, a ponto de o patriarca apenas tardiamente compreender que Deus havia escolhido Jacó para ser o primogênito; mas sem dúvida a importância que Rebeca dava à simplicidade e interesse de Jacó pelas promessas foram indispensáveis para que ele tivesse essa atitude de “lutar com Deus” para receber a benção que lhe estava destinada. E, como no caso anterior, é no desenlace dos acontecimentos que se seguiram que vemos se manifestar esse conflito entre irmãos não apenas na ordem familiar, mas em um plano espiritual. Esaú, ao invés de aprender a lição de que havia errado ao desprezar a primogenitura e de que agora era punido ao ter sua benção “tomada” por Jacó; passou a odiar seu irmão, mostrando com isto que era do maligno (Gn 27.30-34, 41; cf. Hb 12.16-17; 1 Jo 3.12). Por outro lado, notemos que mesmo Isaque reconhece a soberania divina em não ter escolhido segundo a carne, assim como a mão da providência divina em tudo o que havia acontecido, confirmando sua benção sobre Jacó e livrando-o das mãos do odioso Esaú (Gn 28.1- 4). 

II – BENÇÃOS EM MEIO A DIFICULDADES Fugindo da fúria de seu irmão Esaú, mas sob a benção de seu pai e com a certeza de que o Senhor o guardaria e prosperaria durante sua estadia em Harã, Jacó chega à casa de seu tio Labão, conhece sua prima Raquel e ali se dispõe a se estabelecer sob o acolhimento e proteção dos seus parentes. Contudo, Labão percebe no parentesco com Jacó algo a ser usado em proveito próprio e, com engano, procura manter não apenas Jacó trabalhando para si, mas também suas filhas e seus netos ao seu alcance. Mesmo amando apenas Raquel, Jacó sofre o dano a que fora induzido por seu tio, trabalhando sete anos por Leia e mais sete por Raquel, mantendo assim a sua palavra (Gn 29.18, 20- 30). Depois, pressionado pelos ciúmes de suas mulheres e pelo trabalho penoso no campo, Jacó ainda cumpre seus deveres maritais, e Deus o abençoa com os filhos que futuramente se tornarão os cabeças das doze tribos de Israel. Por fim, quando se vê livre para voltar à sua terra e trabalhar pela sua própria casa, ao invés de resistir à oferta de seu tio, aceita-a de boamente, trabalhando por um salário que Labão, por sua vez, irá mudar diversas vezes. O Senhor, porém, faz seu servo prosperar mesmo injustiçado, miraculosamente tirando de Labão todo o seu rebanho e entregando-o a Jacó nos próprios termos em que aquele ajustava com este (Gn 31.22-24). E, mesmo tendo de fugir às escondidas para sua terra, Jacó o faz sem nenhuma intenção de prejudicar Labão, no que o Senhor o abençoa e o guarda contra as más intenções do tio; de maneira que ambos acabam por se despedir em paz (Gn 31.43-52). 

III–UMA PRUDENTE RECONCILIAÇÃO O inevitável reencontro de Jacó e Esaú ensina uma importante lição sobre reconciliação, e sobre como devemos buscá-la mesmo quando a parte ofendida não se mostra totalmente aberta ao perdão, ou quando suas intenções não parecem sinceras. Embora Esaú representasse uma contrariedade no caminho de Jacó, que deveria ser superada para que o patriarca pudesse descansar na benção alcançada com muito esforço e sofrimento; sua luta afinal era com Deus, e não com seu irmão. Por isso consideramos o encontro com o anjo no vau de Jaboque o momento decisivo nesse episódio; após prevalecer com o Senhor, e assim ter seu nome mudado para Israel, o patriarca havia confirmado sua posição diante de Deus e podia ficar face a face com seu irmão. Sem perder a prudência e não se deixando iludir pela atitude receptiva de Esaú, Jacó viu naquele encontro mais do que uma oportunidade de reconciliação, mas um livramento de Deus, pelo que abriu mão de grande riqueza em favor de Esaú, como se este representasse o próprio Deus que o havia salvado (Gn 33.8-11). 

CONCLUSÃO Aprendemos com Jacó a ser pacientes diante das contrariedades que muitas vezes podem se levantar inclusive por parte de nossos familiares, em razão da nossa esperança em Deus e da nossa indisposição em usar de meios contenciosos para fazer valer nossas razões. Deus conhece melhor os corações, portanto, busquemos sempre o caminho da reconciliação, pois, se em algo formos prejudicados, é Ele quem nos justificará.

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20 junho 2024

012-Lições na vida familiar de Noemi e Rute - Família Lição 12[Pr Afonso Chaves]19jun2024

  

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LIÇÃO 12 

LIÇÕES NA VIDA FAMILIAR DE NOEMI E RUTE 

TEXTO ÁUREO: “Então, as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou, hoje, de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel. Ele te será recriador da alma e conservará a tua velhice, pois tua nora, que te ama, o teve, e ela te é melhor do que sete filhos.” (RUTE 4.14-15) 

LEITURA BÍBLICA: RUTE 1.1-17 

INTRODUÇÃO Nestas últimas lições, propomos estudar algumas famílias cujos relacionamentos entre seus membros são narrados e apresentados nas Escrituras Sagradas para nossa consideração e instrução. E, na aula de hoje, queremos extrair alguns ensinamentos, especialmente sobre a relação entre nora e sogra, a partir do caso exemplar de Noemi e Rute. Veremos como, ao valorizarem os laços familiares, ambas atraíram a misericórdia e bondade de Deus, que as abençoou grandemente, mesmo em um tempo onde grassavam os males consequentes da corrupção moral e da desobediência do povo aos mandamentos de Deus – de modo muito semelhante ao que ocorre em nossos dias. 

I – NOEMI PERDE SEU MARIDO E SEUS FILHOS, MAS GANHA UMA NORA A história da família de Noemi começa com uma grande aflição abatendo-se sobre sua casa, como sobre todas as casas de Judá. Parece inusitado que Elimeleque, um efrateu de Belém de Judá, tivesse deixado a terra que o Senhor Deus havia dado em herança ao seu povo para entrar em uma terra, Moabe, cujo povo havia recusado a Israel passagem para entrar em Canaã, enquanto este peregrinava pelo deserto. Eram os moabitas, portanto, um dos povos que haviam sido excluídos de entrar na congregação do Senhor (Dt 23.3-6; Jz 11.17). Contudo, percebe-se que o propósito de Elimeleque não era estabelecer-se por lá e abandonar sua terra, mas apenas peregrinar pelos campos de Moabe enquanto durasse a fome que se abatera sobre a terra de Judá – de modo muito semelhante ao que fizera antes Abraão e outros patriarcas, tendo em vista a salvação de suas famílias (Rt 1.1-2; cf. Gn 12.10). De qualquer modo, ao fato de a família de Efrata ter de abandonar sua própria terra para buscar a provisão de Deus em uma terra estranha, acrescenta-se que, logo, Elimeleque morreu e, ao cabo de alguns anos, seus filhos, que então haviam tomado para si mulheres das filhas dos moabitas, morreram também. Em outras palavras, Noemi com suas noras haviam ficado completamente desamparadas, pois agora eram três viúvas sem sustento que, naqueles tempos, cabia em grande parte ser provido pelos homens (Rt 1.3-5). Em grande aflição pelas suas perdas, ao receber notícia de que “o Senhor havia visitado seu povo, dando-lhe pão” (Rt 1.6), Noemi decide voltar para sua terra e despede suas duas noras, que ainda eram novas, para que voltassem para o seu povo, onde facilmente conseguiriam se casar. Notemos que sempre houve um relacionamento de beneficência entre ela e suas noras, enquanto seus filhos eram vivos, e o fato de os vínculos que as uniam diretamente à sua família terem se desfeito pela morte de Malom e Quiliom não diminuiu esse amor, mas antes Noemi roga a Deus que as recompense com um bom casamento e com tranquilidade em seus lares (Rt 1.7-13). Ambas amavam sinceramente sua sogra, mas, enquanto Orfa se resignou à situação e aceitou o conselho de Noemi, Rute se apegou a ela, decidindo renunciar os seus laços anteriores com o povo moabita – incluindo seus deuses – para acompanhar Noemi e participar, ou assisti-la, na sua aflição. Movida tanto pelo seu amor pela sogra como pela sua fé e confiança na providência do Deus de Israel, Rute volta com Noemi para a terra de Judá e ali prontamente se dispõe, como uma mulher desamparada, a colher as espigas do campo, na esperança de que o seu sustento e o de sua sogra (Rt 1.16-18; 2.2; cf. Dt 24.19-21).

II – O SENHOR RETRIBUI A BENEFICÊNCIA DE RUTE O fato de Noemi se denominar “a amargurada” (Mara) não significa que ela se queixasse ou murmurasse contra sua sorte; apenas admitia que era afligida, e que isto vinha de Deus, e o fato de não saber a razão do seu sofrimento não significa que Deus fosse injusto (Rt 1.20-21). Sua resignação aos propósitos ocultos de Deus seria, porém, recompensada. Rute acaba indo colher espigas no campo de Boaz, um homem “valente e poderoso”, parente próximo do marido de Noemi, diante do qual a moabita acha graça em razão da beneficência prestada à sua sogra, do que todos já davam testemunho (Rt 2.3-13, 3.11). Notemos como Noemi reconhece, no desenvolvimento dessa aproximação entre Boaz e Rute, o favor de Deus em lembrar-se da casa de Elimeleque (Rt 2.19-20), provendo as duas viúvas com abundante sustento material, assim como, sendo Boaz um parente próximo, poderia cumprir o papel de remidor – isto é, aquele que devia desposar a viúva do falecido sem filhos a fim de lhe suscitar descendência e, assim, poder adquirir também a sua herança; e como também ela buscou o melhor para sua nora, orientando-a a solicitar, segundo os costumes do tempo, que Boaz cumprisse seu papel de remidor (Rt 3.1-9). Boaz louvou a atitude de Rute, em procurá-lo por causa de sua sogra ao invés de buscar outro marido mais jovem, o que ela poderia ter feito, e promete remir a herança de seu falecido marido, casando-se com ela, desde que um impedimento – o fato de haver outro parente mais chegado a elas do que Boaz – fosse superado. Ouvindo sobre isto, Noemi tranquiliza sua nora, o que indica sua confiança na providência divina: “Sossega, minha filha, até que saibas como irá o caso, porque aquele homem não descansará até que conclua hoje este negócio” (Rt 3.10-18). E, com efeito, todas as coisas contribuíram em favor desta família, pois aquele que tinha prioridade para cumprir o papel de remidor recusou-se a tomar Rute como mulher, liberando Boaz para que este alegremente cumprisse o que havia prometido, com as bençãos do povo da cidade (Rt 4.1-6, 9-12). 

III – A MISERICÓRDIA DO SENHOR SOBRE A CASA DE NOEMI Tão grande foi a misericórdia de Deus para com a casa de Noemi que não apenas restaurou a descendência de seu marido Elimeleque, abençoando Rute, que concebeu; mas este mesmo filho, Obede, foi entregue a Noemi para que fosse sua ama, o que lhe causou grande alegria, como demonstração do amor que Rute continuou lhe tendo (Rt 4.13-16). Como se isto não bastante, através desta benção de Deus sobre a vida da jovem moabita é que esta acabou por fazer parte da genealogia do rei Davi e, eventualmente, do Messias (Rt 4.17; Mt 1.5). Finalizamos apontando que toda esta beneficência de Deus se manifestou através de um relacionamento sadio e de amor entre nora e sogra, o qual Deus aprecia – assim como todos os relacionamentos na família. 

CONCLUSÃO Ao contrário da sociedade sem Deus, que, como consequência de relativizar os valores familiares e depreciar o caráter sagrado do casamento, representa o relacionamento entre nora ou genro e sogra como conturbado – inclusive tornando-o objeto de piadas; podemos afirmar que Deus com certeza aborrece todo tipo de ressentimento e desunião nesse relacionamento, e deseja que usemos de compreensão, paciência e perdão para resolver qualquer conflito e diferença. 

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12 junho 2024

011-A Família e a sexualidade - Família Lição 11[Pr Afonso Chaves]11jun2024

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LIÇÃO 11 

A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE 

TEXTO ÁUREO: “Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1 Ts 4.4) 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 6.12-20 

INTRODUÇÃO Um dos mais graves problemas que ameaçam destruir as bases da família sem dúvida é o da falta de entendimento, recato e seriedade com que a sexualidade é tratada na sociedade atual. A permissividade e obscenidade de comportamentos que afetam todas as faixas etárias e modificam e degradam as relações familiares refletem a depravação moral deste mundo, mas como cristãos devemos nos precaver contra os meios que Satanás tem empregado para insuflar esse veneno até mesmo nas famílias cristãs, e adotar todas as medidas possíveis para salvaguardar nossas famílias da corrupção. 

I – A SEXUALIDADE SEGUNDO AS ESCRITURAS Apesar de existir certa dificuldade entre os cristãos para falar sobre o assunto, consideramos que isto se deve justamente ao fato de a sociedade ter vulgarizado e deturpado a sexualidade, transformando-a em sinônimo de erotização e sensualidade. Por isso, a alternativa que alguns encontram é a de se abster de falar sobre o assunto, tratando o sexo como um tabu, ou um “mal necessário”. Mas isto apenas mantém a sexualidade cativa às idéias corrompidas deste mundo, expondo ao desprezo ou deboche aquilo que é, na verdade, um dom de Deus, e cujo correto tratamento só podem dar aqueles que amam e conhecem a Deus através da Sua palavra. Ora, como já estudamos em lições anteriores, o sexo faz parte da instituição sagrada do casamento para a consumação plena do amor conjugal em “uma só carne”, tendo em vista também, mas não exclusivamente, a fecundação e procriação (Gn 1.27-28; 2.24; Ef 5.31). É, portanto, um ato de amor puro e verdadeiro, e não de erotismo e sensualidade, como o vê o mundo; um ato que Deus estabeleceu para trazer ao mundo nova vida, e não a morte que o mundo colhe ao fazer do sexo objeto de concupiscência e pecado. Embora seja uma das suas finalidades, a sexualidade, tal como instituída e aprovada por Deus, não contempla apenas a fecundação e procriação da espécie. Ou seja, o sexo não é um mal necessário, porque tudo o que Deus criou ou resulta naturalmente do que Deus criou é bom. Assim, encontramos nas Escrituras exortações e louvores ao casal que desfruta, tem prazer e se alegra no amor conjugal, cuja realização mais sublime se dá na intimidade entre ambos (Pv 5.15-19; Ct 3.1; 4.10-16). E, quando lembramos que o Apóstolo também trata da sexualidade como uma questão de dever entre os casados, está implícito não só o reconhecimento de que um cônjuge pertence ao outro, mas também o desejo de proporcionar prazer primeiramente ao outro, e não a si mesmo, é que faz desse ato algo santo, agradável e essencial ao casamento, a abstinência ou a recusa do outro constituindo pecado (1 Co 7.4-5). Enfim, o prazer proporcionado pela união íntima do casal é especialmente agradável aos olhos de Deus quando os fiéis reconhecem-no como um dom e sobre ele rendem ações de graças (1 Tm 4.3-5). 

II – O CASAMENTO E A SEXUALIDADE Em uma lição anterior já falamos sobre a fidelidade dos cônjuges como base para um relacionamento saudável e estável, e esta fidelidade, acrescentamos, está especialmente relacionada à sexualidade, daí a severa condenação da palavra de Deus contra o adultério – precavendo os casados a estarem alertas às insinuações daqueles que, representados pela proverbial “mulher adúltera”, usam de engodo para “enlaçar” não apenas o corpo, mas a alma dos incautos (Pv 6.25-26, 32). Não se enganem os casados quanto aos relacionamentos com pessoas do sexo oposto, especialmente no mundo; nenhuma dificuldade no relacionamento com o cônjuge justifica uma aproximação maior com outra pessoa, no anseio de satisfazer uma carência (mesmo que não sexual) que deveria ser atendida no exercício do amor conjugal. O caminho de Deus é o do perdão e reconciliação, como também já vimos em outra lição, e vigiar contra situações que possam servir de brechas para a tentação ao pecado – mesmo que isto traga incompreensão, escárnio e mesmo falsas acusações por parte dos infiéis (cf. Gn 39.7-21; 2 Sm 11.2-4; 1 Pe 4.3-4). É necessário também chamar a atenção dos casais para o que tem se tornado tema de relativização ou indecisão por parte de muitos dentre nós em razão do alto nível de sensualidade e erotização que a sociedade vinculou à sexualidade. Através da pornografia, muitas práticas e “formas” de sexualidade têm se banalizado através dos meios de comunicação e das conversações de tal forma que o mundo as considera normais, e como se fosse legítimo ao casal buscá-las. Ora, o objetivo dessas “modalidades de sexo” não é o de consumar o amor conjugal, mas o de obter prazer carnal como um fim em si mesmo, sendo que muitas degradam, humilham e colocam o outro em inferioridade, e não em igualdade, como um só corpo, além de violar a natureza e função que Deus deu ao nosso corpo e a cada parte dele; portanto, tais práticas que não se conformam ou fogem aos propósitos da sexualidade no casamento corrompem esse dom de Deus do mesmo modo que a sua prática fora do casamento, contaminando o leito conjugal (1 Ts 4.3-8; Hb 13.4; Ef 5.11-12). 

III – OS FILHOS E A SEXUALIDADE É horrível ver como a sociedade atual expõe as crianças à sexualidade cada vez mais cedo, seja indiretamente através da mídia e do contato com filhos de incrédulos nos agrupamentos sociais que freqüentam (escolas, creches, por exemplo); seja através de uma campanha direta de erotização da infância, movida por organizações e mesmo políticas de “educação sexual” cujo resultado é apenas despertá-las precocemente para uma função para a qual o corpo não está preparado – com graves conseqüências psicológicas, físicas e espirituais. Mas o fato é que, cedo ou tarde, os filhos chegam a uma idade de maior consciência sobre a sexualidade, e o importante é que os pais não deixem de orientá-los sobre o que as Escrituras dizem a respeito. Muitos pais se intimidam ou se sentem constrangidos para falar sobre sexualidade com os filhos, mas o que é realmente indispensável que os filhos saibam é o conselho de Deus quanto à importância de se preservar a pureza sexual, fugindo da fornicação em todas as suas formas e insinuações, a fim de se preservarem puros tanto para o Senhor como para eventual casamento (Ef 5.3-14; 1 Co 6.15-18; 7.1-2, 8-9). Enquanto o mundo apregoa o “sexo livre”, ao qual convida os jovens, cada vez mais cedo, a se entregarem; devemos ensinar nossos filhos (como também a nós mesmos) a fugir da fornicação, em todas as suas formas, como um pecado particularmente detestável, pois viola tanto a alma como o corpo. E isto significa evitar aquilo que possa conduzi-los à sua consumação, sejam as más conversações, sejam as coisas que visualizam, sejam as coisas em que exercitam seus pensamentos (Sl 101.3; Mt 6.22-23; Cl 3.1-3; 1 Co 15.33-34). 

CONCLUSÃO Embora o mundo esteja perdido na busca insaciável pelos prazeres da carne, corrompendo a sexualidade tal como concedida por Deus; lembremos sempre que é um dom santo e digno da criação divina. Que os casados desfrutem dele em santificação e gratidão a Deus; e que os solteiros se alegrem na pureza e paz de uma vida vitoriosa sobre os falsos anseios e vis desejos que este mundo tenta incutir em suas mentes.

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04 junho 2024

010-A Igreja e o Mundo - Família Lição 10[Pr Afonso Chaves]04jun2024

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LIÇÃO 10 

A IGREJA E O MUNDO 

TEXTO ÁUREO: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” . (João 17.15-17) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 5.13-16 

INTRODUÇÃO Nesta lição, estudaremos á luz das Escrituras como deve ser a conduta e o procedimento das famílias cristãs em seus relacionamentos com os incrédulos, ou seja, o que a família deve buscar e os cuidados que se deve ter no alcance de coisas terrenas como educação, trabalho, carreira profissional e outras áreas, de maneira que os relacionamentos e escolhas não sejam tropeço e tragam desvios do propósito de Deus para suas vidas ao ponto de interferir na comunhão com Deus. 

I – A LUZ RESPLANDECE NAS TREVAS No sermão do monte, Jesus mostrou aos seus discípulos a realidade espiritual da Igreja no mundo - ser “o sal da terra” e “a luz do mundo”. O sal simboliza a vida moderada e equilibrada do cristão, de modo que traz também a ideia da sua influência benéfica sobre a cultura e os valores de uma sociedade, enquanto a luz que é boa manifesta o testemunho e a vida plena e eterna que o salvo goza ao estar com Cristo Jesus. Portanto, aqueles que foram alcançados pelo poder do Evangelho, agora, pertencentes ao reino de Deus, têm a graça para influenciar os incrédulos, aqueles que ainda andam em trevas, com o testemunho das boas novas da salvação, por isso, que Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16; Fp 2.15; 1 Ts 5.4-11). Desse modo, as atitudes e comportamento do cristão devem ser condizentes com a Palavra de Deus, isto é, ele deve portar-se dignamente conforme o evangelho de Cristo, que inclui o viver honesto entre os gentios, ter conduta irrepreensível num mundo hostil, ser submisso a todo tipo de autoridade e instituição humana (aos governos humanos, na família, na igreja, no trabalho e mutuamente entre os irmãos), além de ser responsável em sua conduta e ações, honrar a palavra empenhada nos negócios e compromissos, enfim, ser o exemplo para os fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé e na pureza, para que em todas essas coisas – “as vossas boas obras”, o nome do Senhor seja glorificado e não blasfemado entre os gentios pelo mau testemunho (1 Pe 2.11,12; Jo 3.19-21; Cl 1.10-14; Pv 4.18,19). Em todo o tempo, a intenção do reino das trevas é desviar o cristão do propósito divino e, portanto, lançar tropeço no caminho do servo de Deus e tentá-lo a negar a sua fé por meio de infidelidade e das transgressões dos mandamentos causados pelos desejos pecaminosos do coração do homem. Ao tentar Jesus e mostrar os reinos do mundo, e a glória deles, o tentador insistiu com o Mestre - “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”, mas com a autoridade da palavra, Jesus disse: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.9-10; Jo 12.35, 36; 1 Jo 2.15-17). 

II – O TESTEMUNHO DO CRISTÃO DIANTE DO MUNDO Nesta vida, os crentes são considerados forasteiros e peregrinos, portanto, não pertencem mais ao mundo, conforme Jesus disse em João 17.16, por isso, não devem se conformar aos padrões imorais mundanos, mas transformá-los, pois em todo o tempo, terão que fazer escolhas que envolvem sofrer por obedecer à vontade de Deus ou desfrutar dos prazeres momentâneos do pecado (Rm 12.1,2; Hb 11.24-27). Em uma sociedade corrompida pelo pecado, o poder do Evangelho transforma também as relações de trabalho, que no passado, estavam desequilibradas, em razão das injustiças tanto da parte de muitos senhores quanto de muitos servos. A partir do novo nascimento, o homem se transforma em “servo de Cristo”, portanto, tudo o que faz tem por objetivo a glorificação de Deus – “servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens”. Embora o trabalho seja prestado a um senhor na terra, o cristão tem a consciência que este é um serviço, primeiramente, oferecido ao Criador e sustentador da vida, por isto, deve estar caracterizado pela sinceridade e a lealdade no serviço prestado e sem qualquer intenção de causar danos ou prejuízos ao empregador; do mesmo modo, os senhores deveriam agir com justiça, equidade e respeito no trato com seus servos, sabendo que ambos estão debaixo do senhorio de Cristo (Ef 6.5-9; Cl 3.22-4.1; Dt 24.14,15; Tg 5.4,5). 

III – CUIDADO COM AS ALIANÇAS COM OS INFIÉIS Em relação à escolha de uma companhia para toda a vida, temos estudado em lições anteriores, que aqueles que são solteiros e viúvos e desejam constituir uma família, devem saber que o casamento provém de Deus (Gn 2.22,23; Pv 18.22; 19.14; 1 Co 7.39). A instrução bíblica para estes que buscam casar-se, é que sejam prudentes para não se unir a um jugo desigual com os infiéis. Da mesma maneira, o crente deve evitar ter comunhão e amizades íntimas com incrédulos, pois tais relacionamentos certamente corrompem sua comunhão com Cristo. Neste contexto, estão o namoro e casamento com incrédulos, as sociedades nos negócios, a participação em ordens secretas ou empreendimentos de qualquer natureza com os infiéis. A associação entre o cristão e o incrédulo deve ser o mínimo necessário à convivência social ou econômica, ou com o intuito de testemunhar ao incrédulo o caminho da salvação (2 Co 6.14-18; Gn 24.3-4; Ef 5.8-16; 1 Co 15.33; Tg 4.4,5). Por último, de maneira sucinta, abordaremos os cuidados que o cristão deve ter com o uso da tecnologia e os meios de comunicação. É importante lembrar que as redes sociais podem ser um instrumento de bênção ou de maldição, vai depender de como cada pessoa faz uso delas. Como cristãos precisamos ficar atentos, porque o inimigo das nossas almas conhece o nosso ponto de vulnerabilidade e certamente vai investir toda a sua sagacidade para nos derrubar, portanto, é necessário vigilância e o exercício do domínio próprio, pois os olhos do Senhor estão sobre os fiéis da terra (1 Co 10.12; Pv 27.20; Mt 6.22,23; Sl 101.1-5). 

CONCLUSÃO Na lição estudada, aprendemos que em todas essas relações com os incrédulos, não podemos seguir os seus padrões e juízos, mas os do reino de Deus e entendemos que todas as coisas "lícitas" que o homem natural busca devem ser santificadas pelo conhecimento de Deus.

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