03 outubro 2024

001-A primazia de Cristo sobre a criação - Cristologia Lição 01[Pr Afonso Chaves]02out2024

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LIÇÃO 1 

A PRIMAZIA DE CRISTO SOBRE A CRIAÇÃO 

TEXTO ÁUREO: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.15-16) 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 1.1-5 

INTRODUÇÃO Esta é a primeira lição de um novo trimestre, cujo tema será “cristologia bíblica”. Ou seja, estudaremos os principais ensinamentos contidos nas Escrituras Sagradas a respeito daqu’Ele que é o tema e a figura central de toda a revelação bíblica: Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, nosso bendito Salvador e Senhor. E, a fim de estabelecer um ponto de partida para nossas reflexões sobre este que é o tema mais maravilhoso, glorioso e edificante da Palavra de Deus ao qual poderíamos nos dedicar, começaremos por considerar a primazia, isto é, a prioridade e a importância suprema de Cristo Jesus sobre todas as coisas, tanto nos céus como na terra. 

I – CRISTO É O CRIADOR DE TODAS AS COISAS No texto proposto para leitura bíblica em classe, o evangelista inicia seu testemunho identificando Jesus como o Verbo, isto é, a Palavra de Deus que, não podendo ser separada da divindade, e a divindade não podendo ser concebida sem ela, por necessidade estava com Deus desde o princípio e, portanto, não podia ser nenhum outro ser, senão o próprio Deus. Mas a importância deste ensino não está apenas em afirmar categoricamente a divindade de Cristo; o evangelista também está dizendo que, em relação a todas as coisas criadas, Cristo (o Filho) é aquele que revela, manifesta ou torna conhecido o Pai (Deus), do mesmo modo que a palavra exterioriza a mente. E por isso João ainda diz que, sendo Ele a palavra que sempre esteve com Deus, foi através de Cristo que a divindade manifestou Seus pensamentos e ações no princípio, ao criar todas as coisas que existem, pois “no princípio criou Deus os céus e a terra”, e isto Ele fez através da Sua palavra: “E disse Deus” (cf. Gn 1.1-3; Sl 33.6; 148.5). Portanto, tudo foi criado através desta palavra viva e vivificante, Cristo, que saiu de Deus para manifestar os desígnios do Pai e cumprir toda a Sua vontade (Is 55.11). Notemos também que o fato de Cristo ser o Verbo implica em uma subordinação de Cristo a Deus, razão pela qual Ele é apontado pelas Escrituras como o agente da criação; embora isto em nada diminua a glória que compartilha com o Pai de ser o Criador, pois é de Cristo que o salmista diz: “Tu, Senhor, no princípio, fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos” (Hb 1.1-3, 8-12). Essa subordinação significa que Cristo fez tudo em dependência e obediência estrita à vontade e aos conselhos de Deus, pois Ele não faz nada de Si mesmo, mas apenas as obras que aprendeu e recebeu do Pai para fazer. Lembremos que isto é muito bem ilustrado em Provérbios, na personificação da sabedoria, a qual sempre existiu em Deus como atributo da Sua pessoa infinita, perfeita e inefável, mas manifestou-se nas excelências e belezas das obras realizadas por Deus em conselho com o Seu discípulo, o Verbo, ao trazer à existência os céus e a terra através d’Ele (Pv 8.22-31; Gn 1.26). É importante ainda acrescentar que, além de ser a origem e o princípio da criação de Deus, o Verbo também é aquele que mantém essa criação, pois a vontade de Deus incluía não apenas trazer à existência as coisas que antes não existiam, mas também preservar e sustentar aquilo que passou a existir. Ora, a vida comunicada na criação deste mundo não era inerente ou própria aos seres viventes – o que o homem constataria tanto por si mesmo como para toda a criação posta sob o seu domínio, após a transgressão que levou à Queda, cuja sentença já havia sido prenunciada: “certamente morrerás”. Somente Deus é imortal, e assim também o Verbo (Gn 2.16-17; 3.19; Jo 5.25-29). Portanto, Cristo é o mantenedor da criação, trabalhando ativamente para que os seres viventes possam subsistir, não só em seu breve usufruto particular da vida natural, mas na comunicação dessa vida aos seus descendentes (Cl 1.16-17; Sl 104.29-30). 

II – CRISTO É A VIDA E A LUZ DOS HOMENS Posto que Cristo é a Palavra viva e vivificante, que estava junto do Pai, manifestada primeiramente na criação, o evangelista acrescenta ao seu testemunho que, aos homens, o Verbo comunica o dom da vida em um aspecto distinto e superior ao da mera existência natural – uma vida que é comparada à luz. Ora, luz refere-se a entendimento, conhecimento da verdade que permite ao homem praticar a justiça, e se opõe à escuridão, que simboliza a confusão e ignorância daquele que vive no pecado (Jo 3.19-21; 2 Jo 2.9-11). E essa vida que é luz, ao contrário da natural, permanece para sempre com aqueles que a alcançam – ou antes a recebem pela graça abundante de Deus manifestada ao enviar o Verbo a este mundo. Esta é, portanto, a verdadeira vida – a vida eterna (Jo 1.14; 8.12; 17.3; 1 Jo 1.1-3). Não por acaso, a primeira referência literal à palavra criadora de Deus no princípio é aquela pela qual a luz foi trazida à existência: “Haja luz”, numa alusão figurada à luz da vida que Deus desejava manifestar ao mundo na pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo (Gn 1.3; 2 Co 4.6). Não que os antigos não a tivessem contemplado, por Cristo ainda não ter se manifestado em carne; os santos da antiga aliança encontraram, na palavra de Deus revelada a eles, a mesma luz da vida que nós hoje encontramos no Evangelho, porque tanto neste como no testemunho da Lei e dos profetas é o Espírito de Cristo que fala a nós, como falou também a eles (Sl 119.105; cf. 1 Pe 1.10-12). Este é, portanto, o propósito último de Deus para a criação, e em especial para o homem: não apenas sustentá-lo, depois de criado, no âmbito da vida natural; mas comunicar-lhe a vida eterna, o que só é possível mediante o conhecimento e união com aqu’Ele a quem foi dado ter vida em si mesmo – Cristo Jesus. O Verbo veio a este mundo, fazendo-se carne como nós, para ser a Cabeça, o último Adão, representando uma nova humanidade, formada por aqueles que receberam da Sua graça (Cl 1.18; Jo 17.22-23; 1 Co 15.45-49). 

III – CRISTO É O HERDEIRO DE TODAS AS COISAS Vejamos ainda a implicação de o apóstolo chamar Cristo de primogênito de toda a criação. Longe de significar que Ele foi o primeiro ser criado (pois isto esvaziaria a glória que Cristo desfruta com o Pai na obra da criação), o contexto esclarece que todas as coisas foram criadas n’Ele, como a fonte, a causa primária, ou o princípio da criação (cf. Ap 3.14). Assim, Ele também é antes de todas as coisas porque já existia antes de a criação sequer começar. Do mesmo modo que um primogênito prenuncia a vinda de outros filhos, como que abrindo a madre, o Verbo se manifestando desde a glória eterna que tinha com o Pai significava que a vida seria abundantemente manifestada, tanto em seu aspecto natural na criação, como no aspecto espiritual da luz da vida eterna, que brilharia para os homens (cf. Is 66.7-9). Em segundo lugar, a palavra primogênito, aplicada a Cristo, aponta para o Seu direito inalienável de herdeiro da criação. Tudo foi criado por Ele e para Ele, o que significa que o propósito final de Deus em todas as coisas é o de exaltar Cristo sobre tudo e todos; primeiro, porque todas as coisas nos céus e na terra foram criadas n’Ele e, segundo, porque n’Ele toda a criação foi reconciliada com Deus. Assim, pertencem primeiramente a Cristo, e Ele tem a preeminência, sobre todas as glórias adquiridas para a criação em virtude da Sua própria justiça e mérito – e assim Deus fará todas as coisas se conformarem a essa primazia (Cl 1.18-20; cf. Fp 2.9-11; Ef 1.22-23; Ap 5.9). 

CONCLUSÃO Apesar da limitação de nossas palavras para descrever as grandezas de nosso Senhor Jesus, que possamos, ao longo deste trimestre, aprender a contemplá-las sempre em nossas meditações e orações, pois assim convém considerarmos o Filho de Deus.

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24 setembro 2024

013-Preparativos para a conquista da terra - Lição 13[Pr Afonso Chaves]24set2024


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LIÇÃO 13 

PREPARATIVOS PARA A CONQUISTA DA TERRA 

TEXTO ÁUREO: “Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra de Canaã, esta há de ser a terra que vos cairá em herança: a terra de Canaã, segundo os seus termos” (Nm 34.2) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 32.25-32 

INTRODUÇÃO Com o anúncio da morte de Moisés e vencida a última batalha travada ainda sob sua liderança, e escolhido Josué para sucedê-lo, os israelitas estavam prontos para atravessar o Jordão e dar início à conquista da terra prometida. Restava apenas orientá-los sobre como deveriam proceder, uma vez chegando do outro lado do rio, e prover o necessário para que todas as tribos dos filhos de Israel verdadeiramente recebessem a sua porção na terra que Deus havia prometido dar-lhes em herança. 

I – AS TRIBOS DE RUBEN E MANASSÉS PEDEM A TERRA DE GILEADE O capítulo 32 relata o pedido feito pelas tribos de Gade e Ruben a Moisés para que lhes fosse permitido se estabelecer na terra aquém do Jordão, onde o povo de Israel ainda se achava acampado. Lembremos que, após repelirem a agressão dos amorreus liderados por Seom e Ogue, e destruírem as suas cidades deste lado do Jordão, os israelitas já tinham diante de si uma grande faixa de terra pronta para ser tomada em possessão, antes mesmo de atravessarem o Jordão. Entendendo, corretamente, que o Senhor havia entregado os amorreus em suas mãos e lhes dado a vitória contra os seus adversários, e percebendo que aquela terra era boa para o gado, que Gade e Ruben possuíam em abundância, estas tribos expressam a Moisés seu desejo de tomar posse daquela terra e, estabelecendo-se contentes e satisfeitas ali, não acompanhar as demais tribos para além do Jordão (Nm 32.1-5). Moisés repreende-os por esse pedido, porque não apenas implicava em desobediência à ordem expressa de Deus, que certamente os castigaria, caso se acomodassem naquela terra e não passassem o rio com seus irmãos; mas com isto também desanimariam grandemente as demais tribos, pela ausência de seus irmãos gaditas e rubenitas para ajudá-los a conquistar suas respectivas heranças. E, neste particular, seu pecado seria tão grave quanto o dos espias que haviam infamado a terra e desanimado a geração de seus pais, fazendo as dificuldades a serem enfrentadas parecerem maiores do que a fidelidade das promessas de Deus (Nm 32.6-7, 14-15). Ao que as duas tribos reconsideram e reformulam o pedido, desta vez comprometendo-se não só a acompanhar, mas ir à frente de seus irmãos para lutar ao seu lado na conquista da terra de Canaã, até que todas as tribos tivessem recebido sua herança. E isto os rubenitas e gaditas fariam sem exigir qualquer compensação adicional, além da terra de Gileade (como passou a ser chamada toda aquela região que já haviam conquistado aos amorreus), onde deixariam apenas seus pertences, e gado, e famílias, retornando para elas apenas depois de completada a conquista de Canaã (Nm 32.16-22; cf. Js 22.1-6). 

II – A ORDEM PARA LANÇAR FORA OS CANANEUS Nesta ocasião Moisés ainda recapitula as jornadas dos israelitas assinalando suas saídas, isto é, suas partidas, ao longo da sua caminhada pelo deserto. Notemos que o evento que marca o princípio dessas jornadas é a Páscoa, que inaugura também a contagem dos anos, ou o calendário, do povo hebreu; e que o evento marcando o fim, ou a proximidade do fim das jornadas de Israel, é a morte de Arão, ocorrida no ano quadragésimo desde a saída do Egito. Em questão de meses, do monte Hor, onde Arão fora sepultado, Israel chegaria às campinas de Moabe, onde Moisés, por sua vez, pronunciaria seu último discurso antes de ser também recolhido por Deus (Nm 33.1-4, 38-39; cf. Dt 1.1-4). A orientação que se segue serve de alerta para os israelitas, precavendo-os contra os cananeus que habitavam aquelas terras às quais estavam prestes a passar. Como já vimos, estes eram povos que se haviam feito extremamente abomináveis aos olhos do Senhor, aos quais nenhuma concessão deveria ser feita, e sua cultura, costumes e religião torpes não podiam sobreviver em nenhum aspecto entre os israelitas. Para tanto, era necessário cumprir à risca a ordem de Deus: “lançareis fora todos os moradores da terra diante de vós” – o que, na maioria das vezes, significava destruí-los completamente (Nm 33.51-52; cf. Gn 15.16; Dt 18.9-14). Se, porém, por qualquer motivo, os israelitas permitissem que algum daqueles povos sobrevivesse e permanecesse na sua terra, isto significaria deixar que sobrevivessem as abominações pelas quais o Senhor havia entregado os cananeus nas mãos do Seu povo; e essas abominações, por sua vez, tornar-se-iam em causa de grande aflição para os israelitas, pois estes seriam tentados a servirem aos ídolos, caindo então do favor de Jeová, e aqueles povos, que antes haviam sido entregues em suas mãos para serem destruídos, se tornariam mais fortes do que eles e os oprimiriam (Nm 33.55-56; cf. Jz 2.1-3). 

III – PLANOS E ORIENTAÇÕES PARA A CONQUISTA E PARTILHA DA TERRA O livro de Números se encerra com diversas diretrizes relacionadas estritamente à conquista e divisão da terra, no propósito de assegurar que os filhos de Israel herdassem todos sua justa porção. Em primeiro lugar, temos Moisés indicando, em termos gerais, os limites da terra que restava ser conquistada – isto é, a terra além do Jordão, que seria repartida entre as nove tribos restantes e a meia tribo de Manassés; pois “a tribo dos filhos dos rubenitas, segundo a casa de seus pais, e a tribo dos filhos dos gaditas, segundo a casa de seus pais, já receberam; também a meia tribo de Manassés recebeu a sua herança” (Nm 34.14). Ao que se segue a indicação dos líderes de cada tribo que, juntamente com o sumo sacerdote Eleazar, formariam conselho para repartir a terra, após a conquista, segundo o conhecimento que cada um possuía a respeito dos números, famílias e cabeças de suas respectivas tribos (Nm 34.16-29). Embora já tenha declarado, por ocasião da segunda contagem do povo, que os levitas não possuiriam herança entre os filhos de Israel, o Senhor determina que sejam separadas, em cada tribo, cidades para sua habitação – ao todo, quarenta e oito cidades – inclusive com terras circunvizinhas que servissem ao plantio e pasto para os seus animais. Deste modo, era assegurada a subsistência dos levitas e dos sacerdotes que não estivessem assistindo diretamente no santuário, ao mesmo tempo em que, escolhidos para servirem integralmente ao Senhor em lugar de todo o Israel, estariam presente entre todas as tribos, para lembrá-las do chamado sacerdotal da nação (Nm 35.2-3; cf. Nm 3.12-13). Notemos ainda que, conforme prometido, o Senhor assinala o local de refúgio para o réu de homicídio culposo, determinando que algumas cidades dos levitas fossem separadas para esse fim (Nm 35.6; cf. Ex 21.13). O último capítulo encerra com uma indicação do grande número da tribo de Manassés, em razão do que herdou não apenas com as nove tribos além do Jordão, mas também com as tribos de Ruben e Gade do outro lado do rio – daí a referência que as Escrituras passam a fazer à meia tribo de Manassés, seja em alusão a uma ou outra parte (Nm 36.1-23; cf. Js 17.5-6, 14, 17-18). A questão particular aqui dizia respeito ao temor de que, casando as filhas de um israelita com filhos de outras tribos, sua herança seria adicionada à do esposo, o que eventualmente a removeria da tribo à qual havia sido dada por Deus. O caso trazido a Moisés serve para estabelecer um precedente, que será seguido pela posteridade e assegurará que a herança de nenhuma tribo seja diminuída (Nm 36.5-10). 

CONCLUSÃO Esperamos ter concluído o estudo do livro de Números com um maior conhecimento acerca de Deus e do Seu relacionamento com o Seu povo, do Seu cuidado e fidelidade para com os Seus, e também do Seu zelo justo e santo por aqueles que Ele salvou e pelos quais tudo fará para que não se percam. Tudo isto para que, depois de os ter guiado em segurança através do deserto, o Senhor faça o Seu povo entrar em um lugar de paz, descanso e perpétua comunhão e alegria em Sua presença.

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19 setembro 2024

012-Moisés conduz Israel até o fim da jornada - Lição 12 [Pr Afonso Chaves]18set2024

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LIÇÃO 12 

MOISÉS CONDUZ ISRAEL ATÉ O FIM DA JORNADA 

TEXTO ÁUREO: “Manda, pois, a Josué, e esforça-o, e conforta-o; porque ele passará adiante deste povo e o fará possuir a terra que apenas verás. Assim, ficamos neste vale defronte de Bete-Peor” (Dt 3.28-29) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 27.12-23 

INTRODUÇÃO Na medida em que nos aproximamos dos últimos capítulos de Números, poucos são os eventos que resta relatar antes de Moisés dar por encerrada a jornada de Israel pelo deserto e, após um último discurso, transmitir a liderança do povo a Josué, o qual os conduziria para além do Jordão, a fim de conquistarem a terra prometida. Na lição de hoje, trataremos destes últimos episódios esparsos em meio a diversas leis, as quais, por sua vez, reservaremos para estudo na próxima e última lição do trimestre. 

I – FINÉIAS FAZ PROPICIAÇÃO PELO PECADO DE ISRAEL COM AS MOABITAS Após serem abençoados por Deus, e terem sua vitória sobre os seus inimigos declarada por Balaão – ainda que a contragosto deste profeta que esperava encontrar oportunidade para amaldiçoá-los – os israelitas mantinham-se inabaláveis e seguros em seu acampamento no deserto, e o final do capítulo anterior parece indicar que, não havendo acordo entre o propósito de Deus e o desejo do profeta corrupto de agradar ao rei dos moabitas, estes dois se separaram pela frustração de seus planos (Nm 24.25). Contudo, não demora para lermos novamente a respeito dos moabitas que, embora preocupados e temerosos quanto aos israelitas, e desejando o seu mal, por sua vez não eram considerados com a mesma desconfiança, prevenidos como estavam os israelitas de incomodarem Moabe. Tanto que, ao deter-se em Sitim, afirma-nos o texto sagrado, sem rodeios, que os filhos de Jacó se envolveram com os moabitas a ponto de se deixarem seduzir para pecar contra o Senhor, curvando-se a Baal-Peor, sacrificando e prostituindo-se perante os falsos deuses de Moabe. Tamanho pecado provocou grandemente a ira de Deus, que se manifestou na forma de uma terrível praga que rapidamente ceifou a vida de milhares de israelitas e que produziria efeitos que se estenderiam por muito tempo mesmo depois de cessada a praga (Nm 25.1-3, 5-9; Sl 106.28-29; cf. Js 22.17). Era necessário apaziguar a ira de Deus, torná-lO novamente propício ao Seu povo, reparando-se a injustiça pela punição dos transgressores – daqueles que haviam passado para o território de Moabe para pecar; daí a determinação tanto para que Moisés enforcasse os maiorais que haviam pecado, como para os juízes, isto é, os maiorais que não haviam pecado, matarem aqueles que haviam pecado dentre os homens sob sua responsabilidade imediata (Nm 25.4-5). Eis que então se apresenta, no meio da congregação, um israelita e sua mulher midianita, unidos não porque esta se convertera ao Deus de Israel, mas porque aquele se rebelara contra o Senhor e se unira à midianita em idolatria e prostituição. Não está claro se eles se achavam ali na esperança de se abrigarem da execução ordenada contra os transgressores, ou para apelarem aos sentimentos da congregação para que os perdoasse e tivesse misericórdia do casal – como se fosse pouco trazer morte e luto para a nação, que pranteava perante o Senhor. Seja como for, a afronta não passa despercebida a um dos sacerdotes – Finéias, filho de Eleazar – o qual, tomando uma lança, vai até eles, na tenda, e os atravessa a ambos, matando-os ali mesmo (Nm 25.6-8). Notemos que, sendo sacerdote, Finéias não estava ordenado a matar os transgressores, mas devia, na verdade, interceder e se compadecer deles. O caso, porém, era de um transgressor que, mesmo depois de contemplar a desgraça que havia causado ao seu povo, em clara desaprovação divina, ao invés de se arrepender e buscar expiação, preferiu insistir no erro, mantendo a mulher midianita e trazendo-a para o meio da congregação. Ao que o sacerdote, movido por puro zelo divino, agiu de tal modo coerente com a justiça de Deus que, ao matar o israelita com a midianita, fez propiciação por todo o povo, cessando então a praga, e ainda obtendo paz com Deus para si e seus descendentes. Com efeito, foi a melhor coisa que, como um sacerdote que desejava a salvação do seu povo da destruição que lavrava no meio da congregação, deveria ter feito naquela ocasião. Por esta causa, Finéias recebe a promessa de Deus de que o sacerdócio se manteria perpetuamente sobre a sua posteridade (Nm 25.11- 13; Sl 106.30-31). 

II – A SEGUNDA CONTAGEM DO POVO E O ANÚNCIO DA MORTE DE MOISÉS O livro de Números se inicia com a contagem do povo de Israel no segundo ano da sua saída do Egito, quando ainda estavam aos pés do monte Sinai; e agora se encerra com a contagem de uma nova geração, porquanto os que haviam participado do primeiro censo já haviam perecido no deserto – com exceção de Calebe e Josué. Algumas linhagens também não mais existiam, em razão da contenda na qual Datã e Abirão, com suas famílias, haviam perecido (Nm 26.1-4, 9-11, 51; cf. Nm 14.29-30). Esta seria a geração que herdaria a terra prometida, e portanto o Senhor determina dois princípios a serem seguidos na repartição da terra: primeiro, que as tribos mais numerosas recebessem uma porção maior, e as menos numerosas, uma porção proporcionalmente menor; e, segundo, que a distribuição fosse feita por sortes – sistema esse que não só prevenia que disputas surgissem sobre a preferência e precedência de uma tribo sobre a outra, mas também permitia que a providência divina tivesse a palavra final sobre a sorte de cada tribo na terra (Nm 26.52-56, 64-65). Contudo, esta tarefa não seria realizada sob a liderança de Moisés, que, conforme Deus já havia dito, não entraria na terra em razão da desobediência dele e de Arão por ocasião da contenda sobre as águas de Meribá. Tendo sido negada sua petição para passar o Jordão e ver a terra prometida, nada mais restava a este homem, que no mais havia cumprido fielmente sua missão, com zelo de Deus pelos filhos de Israel, senão ser recolhido em paz pelo Senhor, que havia sido com ele em todo o tempo, e não o abandonaria na morte, nem descuidaria sequer do seu corpo (cf. Nm 27.12-14; cf. Dt 3.24-25; 34.5- 6). Mas aqui vemos que, mesmo tendo a perspectiva de que sua missão estava completa, o profeta não demonstra menos preocupação com o povo eleito, rogando a Deus que constituísse um líder em seu lugar. Ao que o Senhor o orienta a constituir Josué, que já se havia mostrado fiel, principalmente em conduzir os israelitas nas guerras – que seriam frequentes após atravessarem o Jordão (Nm 27.18-23). 

III – A VINGANÇA DE DEUS CONTRA OS MOABITAS Voltamos agora nossa atenção para o capítulo 31, onde se nos relata a vingança exercida, ainda sob a liderança de Moisés, contra os moabitas (aqui chamados também de midianitas), tanto pela malícia e sutileza que haviam usado contra os israelitas, lançando o tropeço da prostituição e idolatria em seu caminho e fazendo-os pecar e serem castigados por Deus; como também pela sua tentativa anterior frustrada de enfraquecê-los através de maldição. Não apenas os moabitas foram vencidos com um pequeno exército formado por mil homens de cada tribo (demonstrando que a força de Israel não estava no grande número dos seus exércitos), como também foram mortos alguns dos seus reis, e, para surpresa do leitor, menciona-se novamente Balaão que, ainda ávido pelo galardão da injustiça, parece ter voltado da sua terra com um novo plano para amaldiçoar os israelitas, sem precisar contrariar a palavra expressa de Deus (Nm 31.1-8; cf. Ap 2.14). Eis que este homem, tendo sido livrado uma vez da loucura do seu caminho por uma mula, desta vez a ninguém mais teve para impedi-lo de receber a justa paga da sua transgressão. 

CONCLUSÃO Assim concluímos a parte narrativa de Números, onde percebemos a excelência do ministério de Moisés, que foi fiel sobre toda a casa de Deus, assegurando-se de que Israel estava preparado para entrar na terra prometida, antes de finalmente poder subir ao monte, de onde seria recolhido em paz.

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12 setembro 2024

011-Deus impele a Balaão a abençoar Israel - Lição 11 [Pr Afonso Chaaves] 11set2024

 

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LIÇÃO 11 

DEUS IMPELE BALAÃO A ABENÇOAR ISRAEL 

TEXTO ÁUREO: “Povo meu, ora, lembra-te da consulta de Balaque, rei de Moabe, e do que lhe respondeu Balaão, filho de Beor, desde Sitim até Gilgal; para que conheças as justiças do Senhor” (Miquéias 6.5) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 24.1-9, 15-19 

INTRODUÇÃO Nos capítulos 22 a 24, temos a conhecida história de como Balaão, chamado por Balaque, rei dos moabitas, para amaldiçoar os israelitas, foi autorizado por Deus para atender a esse chamado, não para cumprir o seu propósito, mas o propósito de Deus, que era, não amaldiçoar o povo eleito, mas abençoá-lo – para desespero dos moabitas e de todos os adversários de Israel. Além dos vislumbres proféticos sobre o futuro do povo de Deus, esta história também perpetua a triste memória de um profeta que amou as riquezas deste mundo mais do que a Deus e que eventualmente colheu o salário da sua transgressão. 

I – O DESESPERO DOS MOABITAS E O CHAMADO DE BALAÃO Os israelitas haviam marchado seguindo o caminho dos espias e, após contornarem os termos de Moabe, pelo deserto, haviam chegado às campinas ao norte do território moabita, do lado oriental do rio Jordão, na altura de Jericó (Nm 22.1). Podemos supor que teriam já atravessado o rio e entrado em Canaã, não fosse a resistência oferecida por Seom, rei dos amorreus, que habitavam aquela terra; mas o que aconteceu veio de Deus, que deste modo desalojou um povo abominável daquela terra e legou a Israel parte do território ao oriente do Jordão. De qualquer modo, o fato dos israelitas ainda se acharem acampados ali não representava perigo para Moabe, uma vez que haviam sido proibidos de contender com esse povo ou de tomar suas terras (cf. Dt 2.8-9, 30-31). Porém, ignorando essa restrição divina, e pelo temor que a completa destruição dos amorreus havia suscitado em seus corações, Balaque, rei dos moabitas, prevê e convence tanto o seu povo como os midianitas, que habitavam o deserto nas imediações de Moabe, de que poderiam ser os próximos povos a serem destruídos por Israel (Nm 22.2- 4). É importante observar que Balaque, apesar de considerar a grandeza numérica do povo de Israel, atribui as vitórias dos israelitas à intervenção divina, de modo que sua esperança de vencê-los está em conseguir, primeiramente, que estes sejam amaldiçoados – perdendo assim o favor de Deus. Não que o rei dos moabitas conhecesse o Deus verdadeiro, mas, ao mandar buscar Balaão, em Petor, “junto ao rio” (isto é, o Eufrates), implicitamente Balaque admitia a derrota dos deuses dos cananeus e dos seus adivinhos frente ao Deus de Israel, mal sabendo que a eficácia das bênçãos e maldições de Balaão se devia ao fato de que este era profeta do mesmo Deus. De fato, a atitude inicial de Balaão reflete esse relacionamento, na dependência da palavra do Senhor para saber o que deveria fazer, e na prontidão (ao menos aparente) em proceder conforme ordenado, recusando-se a amaldiçoar o povo de Israel e a acompanhar os enviados dos moabitas (Nm 22.5-13). Contudo, rapidamente se revela o que havia no coração desse profeta, pois, a uma segunda e mais tentadora oferta apresentada pelos moabitas, Balaão, ao invés de se acomodar à palavra já declarada por Deus e agir de acordo com a sua aparente convicção: “Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do Senhor, meu Deus” (Nm 22.18); começa a dar sinais de que desejava a recompensa de Balaque e, por consequência, que a vontade de Deus fosse outra, e que, por alguma razão não declarada, ainda poderia ouvir uma palavra diferente da parte de Deus que lhe facilitasse alcançar o galardão, mesmo que isto implicasse em amaldiçoar aqueles que Deus havia abençoado (Nm 22.15-19). A permissão que ele recebe, portanto, para acompanhar os mensageiros de Balaque, nada mais é que o Senhor entregando o profeta aos desejos do seu próprio coração, mas não sem antes repreendê-lo pela sua teimosia através do conhecido episódio envolvendo a mula, à qual foi dada capacidade para falar e revelar como o profeta havia sido cegado pelo prêmio e para a injustiça que estava disposto a cometer, alertando-o do perigo de se opor aos desígnios de Deus (Nm 22.22-34; 2 Pe 2.15-16; Jd 11). 

II – OS ARRANJOS FRUSTRADOS PARA AMALDIÇOAR ISRAEL Assim que Balaque e Balaão se encontram, temos um diálogo interessante, onde o profeta previne o rei dos moabitas que, apesar de ter vindo até ele, não poderia assegurar que os israelitas seriam amaldiçoados: “poderei eu agora de alguma forma falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca, esta falarei” (Nm 22.38). Esta, porém, era a penosa admissão de um homem que não desejava contrariar abertamente ao Senhor e ao mesmo tempo esperava mudar o conselho de Deus, a fim de que pudesse receber a recompensa de Balaque – eis a razão de Balaão aceitar três vezes imprecar sobre Israel o que esperava poderia resultar em maldição, mas que o Senhor surpreendentemente converteu em ocasião para declarar ainda maior benção sobre o Seu povo (Nm 23.3, 11-12, 15, 25-26; cf. Dt 23.5). Nesse processo, enquanto Balaque parece entender que era apenas por um capricho de Deus que o profeta ainda não havia conseguido amaldiçoar Israel, daí procurando outros locais para construir o altar e oferecer sacrifícios que parecessem mais favoráveis à divindade; notamos que o próprio Balaão pouco a pouco se convence da imutabilidade do conselho do Todo-poderoso, e de que a bênção de Deus sobre Israel não era uma concessão pontual e temporária, mas um propósito eterno pelo qual não apenas esta nação havia se tornado poderosa e chegado até aquele local, mas pelo qual ela ainda conquistaria todos os seus inimigos: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o Senhor não detesta?”, “Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar” (Nm 23.8, 13, 19-20, 27). 

III – O FUTURO GLORIOSO DE ISRAEL Em uma terceira tentativa de propiciar a Deus e obter o que desejava, o rei dos moabitas edifica novo altar e oferece os sacrifícios segundo a orientação de Balaão, mas, desta vez, notamos que, ao invés de afastar-se para usar de encantamentos, o profeta adota uma postura de contemplação, convicto de que nenhum esforço seu resultaria em mudança no propósito de Deus de abençoar Israel. Assim, a partir desta contemplação, a palavra de Deus vem sobre Balaão tanto reafirmando as bênçãos anteriormente declaradas como revelando o futuro glorioso reservado a Israel e o terrível destino dos povos que se fizeram seus inimigos (Nm 24.1-2). Depois dessa tentativa de prejudicar Israel, os moabitas não apenas seriam proibidos de entrar na congregação do Senhor, mas seu destino como povo estaria selado para destruição, que começou a se cumprir sob o reinado de Davi e se completaria quando da restauração de Judá do cativeiro (Nm 24.17; cf. Dt 23.3-5; 2 Sm 8.2; Ez 25.8-11). A estrela que procederá de Jacó, o cetro que subirá de Israel sem dúvida é uma referência imediata a Davi, que, por sua vez, é tipo ou figura de Cristo, o Filho de Davi, o qual se assentou no trono para reinar eternamente, ao qual todos os reis da terra deverão se submeter, ou do contrário serão destruídos (cf. Sl 2; Lc 1.32-33, 1 Co 15.24). 

CONCLUSÃO Embora este episódio tenha transcorrido à margem do que se passava no acampamento de Israel, a figura mais destacada na narrativa sendo um profeta de uma terra distante, nele vemos que nenhum esforço dos inimigos pode fazer a mão de Deus se encolher para abençoar o Seu povo, e que nos conservaremos sob Sua bênção se tão somente nos mantivermos em harmonia com o Seu propósito através de uma sincera obediência. 

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05 setembro 2024

010-Preparação para a conquista da terra - Lição 10 [Pr Afonso Chaves]04set2024

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LIÇÃO 10 

PREPARAÇÃO PARA A CONQUISTA DA TERRA 

TEXTO ÁUREO: “Neste dia, começarei a pôr um terror e um temor de ti diante dos povos que estão debaixo de todo o céu; os que ouvirem a tua fama tremerão diante de ti e se angustiarão” (Deuteronômio 2.25) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 21.1-3, 21-25 

INTRODUÇÃO Após a inóspita recepção dos edomitas, que proibiram a passagem pelas suas terras, e a lamentada perda de Arão, o povo de Israel prossegue sua jornada, ainda sob a liderança de Moisés, em direção à terra de Canaã, e trava seus primeiros embates com os seus habitantes – providencialmente começando a cumprir a determinação de Deus de exterminar e desalojar os cananeus e outros povos que haviam se tornado abomináveis e indignos de permanecer naquela terra. 

I – UMA VITÓRIA ANTECIPADA CONTRA OS CANANEUS Tendo sido impedidos pelos edomitas de prosseguirem viagem através de sua terra, os israelitas desviaram sua rota margeando pelos limites de Edom, passando primeiramente pelo monte Hor e seguindo o mesmo caminho que os espias, quase quarenta anos antes, haviam percorrido para espiar a terra de Canaã. Mas, ao passo que os espias conseguiram passar despercebidos pela terra, ou talvez somente tardiamente se descobriu que os israelitas haviam passado por ali; a marcha de todo o povo de Israel não podia deixar de ser notada. Como bem sabemos, os cananeus temiam Israel pelos feitos que Deus havia operado em seu favor no Egito – e, na medida em que aquele povo se aproximasse de Canaã e começasse a destruir os seus reis, mais os cananeus se inquietariam (Ex 15.15-16; Js 2.8-11). Assim, ao receber notícias da aproximação dos israelitas, o rei de Arade – uma cidade próxima ao monte Hor, ao sul, já na terra de Canaã – resolve se antecipar e vai ao encontro de Israel para combatê-lo, provavelmente apanhando-os de surpresa, de maneira que alguns israelitas são feitos prisioneiros e levados pelos cananeus (Nm 21.1). Este ocorrido poderia ter causado grande comoção e até mesmo murmuração por parte do povo, pois parecia um revés diante da perspectiva da entrada iminente na terra prometida e da vitória sobre os cananeus que os aguardava. Os israelitas ainda não haviam enfrentado nenhum daqueles povos, sabiam que teriam de combatê-los, mas talvez não esperassem que sua primeira batalha ocorresse fora do território dos cananeus. Mesmo assim, lemos que, ao invés de frustração, essa adversidade despertou a confiança dos israelitas no poder de Deus para cumprir a Sua promessa, levando-os a votar: “Se totalmente entregares este povo na minha mão, destruirei totalmente as suas cidades”. Embora a determinação divina de destruir os cananeus já tivesse sido declarada antes, agora eles compreendiam e desejavam cumpri-la sem reservas – e esta disposição agradou ao Senhor que, a seu tempo, entregaria todos aqueles povos nas mãos de Israel para que suas cidades fossem aniquiladas – o que eles cumpriram em grande parte, especialmente sob a liderança de Josué (Nm 21.2-3; cf. Js 12.7-24). 

II – AS SERPENTES ARDENTES A uma grande demonstração de ânimo e confiança em Deus diante da adversidade segue-se um revés na fé dos israelitas. Tendo partido do monte Hor, e seguindo pelo caminho dos espias, a marcha do povo começou a parecer particularmente angustiante, e mais uma vez se mostraram fracos e suscetíveis às dificuldades naturais do deserto, não obstante a providência divina que os sustentava e nada lhes deixava faltar de essencial à sua sobrevivência. De fato, aquela geração também precisava aprender que “o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor”, mas só assimilariam esta lição a duras penas: após murmurarem contra Deus, alegando que não tinham pão  nem água e, deste modo, injuriando o maná – e, indiretamente, a água da rocha que os seguia – o Senhor os castiga permitindo que serpentes ardentes se infiltrassem no arraial dos israelitas e os picassem mortalmente. Assim perceberiam que jamais o Senhor deixou não apenas de prover o essencial – pão e água – mas também de protegê-los miraculosamente contra os perigos mais comuns e frequentes do deserto (Nm 21.4-6; cf. Dt 8.15). Contudo, rapidamente o povo reconhece o seu pecado e se dirigem, arrependidos, a Moisés, suplicando pela misericórdia de Deus, para que os livrasse das serpentes; ao que o Senhor responde com uma provisão maravilhosa e rica em simbologia e significado espiritual. Notemos que, ao invés de retirar as serpentes dentre os israelitas, o Senhor as mantém – por quanto tempo, o texto não o diz – e providencia um remédio, uma salvação eficaz contra a peçonha mortal: a serpente de bronze, erguida numa haste, para a qual todo aquele que fosse picado deveria olhar para que fosse curado e não perecesse (Nm 21.7-9). Tratava-se, evidentemente, de um ato que exigia do israelita fé, não na serpente de bronze, mas em Deus que, por esse sinal visível, demonstrava que estava removendo o pecado do meio do Seu povo, levantando-o no patíbulo para morrer, resultando daí em cura, em salvação para todo aquele que, em obediência ao chamado divino, contemplasse o símbolo. Em segundo lugar, e não menos importante, este episódio aponta para a futura crucificação do Redentor, nosso Senhor Jesus Cristo, que de modo igualmente único seria levantado da terra, para levar em Seu próprio corpo o pecado do mundo, aniquilando-o no madeiro, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.14-16; 1 Pe 2.24; Hb 9.26). 

III – VITÓRIA SOBRE OS AMORREUS Na medida em que avançam pelo sul, os israelitas se aproximam da terra dos moabitas, situada entre o Mar Morto e o deserto. Como o Senhor lhes havia ordenado que não incomodassem Moabe e Amom – pois, assim como Edom, eram povos cujas terras haviam sido recebidas em herança da parte do Senhor – o povo de Israel precisou rodear a terra de Moabe pelo deserto até alcançar o rio Arnom, que demarcava o limite norte do território moabita com a terra dos amorreus, do lado oriental do rio Jordão (Nm 21.10-13; Dt 2.17-19). Dali, avançaram até “o vale que está no campo de Moabe, no cume de Pisga, à vista do deserto”, que seria a parada final do povo de Israel em sua jornada, antes de marcharem em direção ao Jordão para atravessá-lo e adentrar a terra prometida; e também o local de onde Moisés, após proferir suas últimas palavras ao povo, seria recolhido por Deus no cume do monte (Dt 3.27). Segue-se então o relato da batalha travada contra Seom, rei dos amorreus, e Ogue, rei de Basã – cujas terras situavam-se ambas do lado oriental do Jordão e, respectivamente, ao norte de Moabe (onde Israel encontrava-se acampado) e ao norte de Amom. Notemos que, mesmo sendo o propósito de Deus destruir os amorreus em razão das suas abominações, que os havia tornado indignos de permanecerem na terra, o Senhor ainda propôs condições pelas quais esse povo poderia ter subsistido; mas os amorreus rejeitaram uma passagem pacífica de Israel pelas suas terras, preferindo sair ao seu encontro de forma ainda mais violenta que Edom – o que ensejou a destruição de Seom e seu povo (Gn 15.16; Nm 21.21- 25; cf. Dt 2.24-37). De modo semelhante, os amorreus que habitavam em Basã, e que tinham por rei um gigante, não foram menos inóspitos, saindo ao encontro de Israel para combatê-lo, apenas para encontrarem sua total derrota e aniquilação do seu povo (Nm 21.33-35; Dt 3.1-11). 

CONCLUSÃO Aquela nova geração estava começando a testemunhar o cumprimento da grandiosa promessa de Deus que seus pais não puderam alcançar, e mesmo estando sujeitos a fraquejar pelo desânimo e incredulidade, a boa palavra de Deus prevaleceria, e ao menos Israel saberia que, enquanto fossem fiéis e confiassem no Senhor, nenhuma ameaça ou dificuldade teriam a temer, pois caminhariam sempre de vitória em vitória.

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29 agosto 2024

009-Contenda nas águas de Meribá - Lição 09[Pr Afonso Chaves]28ago2024

 

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LIÇÃO 9 

CONTENDA NAS ÁGUAS DE MERIBÁ 

TEXTO ÁUREO: “E o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Porquanto não me crestes a mim, para me santificar diante dos filhos de Israel, por isso não metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado” (Números 20.12) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 20.1-13 

INTRODUÇÃO O escritor sagrado pouco fala a respeito do que sucedeu nos quarenta anos de peregrinação do povo no deserto, pois a partir do capítulo 20 nos encontramos já no final desse período, e os eventos narrados em continuidade dizem respeito a uma nova geração de israelitas que tem um breve caminho para seguir até Canaã. Contudo, o livro de Números nada tem de monótono ou previsível para nos contar ainda, na medida em que o descanso ainda não foi alcançado, e o povo caminha em meio ao deserto e uma terra estranha, com não poucos obstáculos e inimigos, sendo que os mais perigosos se encontram entre eles mesmos, em seus próprios corações – mesmo dos homens mais insuspeitos. 

I – LEIS SOBRE O SACERDÓCIO E A PURIFICAÇÃO Após o sinal miraculoso confirmando aqueles que realmente haviam sido escolhidos para exercer o sacerdócio, e o terrível juízo infligido contra os que ousaram se aproximar do santuário para oferecer incenso sob a pretensão de não precisarem ser especialmente chamados por Deus para isto; o Senhor declara, no capítulo 18, que Arão e seus filhos, uma vez confirmados na sua responsabilidade em relação ao sacerdócio, responderiam por qualquer violação ao seu ministério, bem como ao santuário, devendo, portanto, zelar pela exclusividade do seu chamado: “levareis sobre vós a iniquidade do santuário” e “a iniquidade do vosso sacerdócio”. Do mesmo modo, a função dos levitas é delimitada e confirmada quanto ao dever de guardarem o santuário e o sacerdócio contra a aproximação de qualquer estranho: “eles farão a tua guarda, a guarda de toda a tenda”. O capítulo prossegue descrevendo as provisões feitas por Deus em favor tanto dos sacerdotes como dos levitas, uma vez que ambos haviam sido chamados para um ministério voltado não para o seu interesse particular, mas para o interesse de todo o Israel; logo, ao designar o sustento dos sacerdotes através das ofertas, e dos levitas através dos dízimos, ambos trazidos pelo povo ao tabernáculo, o Senhor indica a honra inerente a estas funções e estabelece o princípio que será sempre válido em relação a todo aquele que ministra nas coisas de Deus: “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Co 9.11-14; 1 Tm 5.17- 18; Lc 10.7). Em vista da exclamação de terror do povo: “Todo aquele que se aproximar do tabernáculo do Senhor, morrerá; seremos, pois, todos consumidos?” (Nm 17.13) e da matança que havia resultado da contradição de Coré, Datã e Abirão; no capítulo 19, o Senhor os instrui sobre como deveriam se lembrar da santidade do santuário, que estava no meio deles, e como deveriam cuidar para que não fossem achados impuros e assim o profanassem, especialmente pelo contato com os mortos (Nm 19.11, 14-16). Notemos que esse tipo de impureza era mais grave que aquela contraída pelo contato com a carcaça de um animal, pois não apenas durava sete dias, como também todos os envolvidos no processo de preparação da água com as cinzas da bezerra oferecida em expiação ficavam contaminados (Nm 19.2-7, 17-19). Portanto, visto sua natureza altamente contagiosa, e sua imprevisibilidade – podendo a qualquer momento, e inadvertidamente, um israelita entrar em contato com um morto – a água da purificação representava a necessidade de purificação, mais do que de pecados particulares, da própria condição ou natureza decaída do homem, para que este possa comparecer e ser aceito diante de Deus (Hb 9.11-14; 10.19-23).  

II – A CONTENDA EM MERIBÁ O capítulo 20 se inicia registrando brevemente a ocasião da morte de Miriam, com o que podemos observar que Israel já se encontrava no final daqueles quarenta anos a que fora sentenciado a peregrinar no deserto – dos quais a maior parte eles haviam passado acampados em Cades, no deserto de Zim (cf. Dt 1.46; 2.1-3). E, antes de partirem, neste local ainda se dá um novo episódio de contenda do povo, no qual o próprio Moisés, em razão de um ato precipitado, será repreendido por Deus. Lembremos que, quando saíram do Egito, antes de chegarem ao monte Sinai, os israelitas já haviam murmurado pela falta de água, e ali o Senhor havia feito água brotar da rocha para matar a sede do povo. Embora também tenha recebido o nome de Meribá (que significa “contenda”), aqui estamos diante de um local diferente e de uma segunda vez em que o povo reclama da falta de água, como se o Senhor não pudesse suprir suas necessidades (cf. Nm 20.2-6; cf. Ex 17.1-7). Ao que o Senhor aparece a Moisés e Arão, desta vez não para castigar os murmuradores, pois já não se tratava, ao menos em grande parte, da mesma geração que havia saído do Egito; embora fosse tão perversa e inclinada à incredulidade e murmuração quanto a anterior. Desta vez, o Senhor manda Moisés falar à rocha, e não feri-la, como havia feito na primeira ocasião aos olhos dos anciãos de Israel; e isto para que o milagre fosse ainda mais evidente aos olhos daquele povo. Mas, ao invés de fazer como Deus havia ordenado, Moisés falou ao povo e feriu a rocha, e isto, como o próprio Deus o diz, foi motivado por incredulidade – o que provocou tamanha indignação contra ele e seu irmão Arão que ambos foram privados da honra de entrar e fazer o povo herdar a terra de Canaã. Mesmo o fato de que essa atitude precipitada foi impulsionada pela rebeldia do povo e mesmo a súplica posterior deste profeta tão chegado a Deus não mudariam o seu veredito (Nm 20.12; Dt 1.37; 3.26; cf. Sl 106.32-33). A grande lição deste capítulo sem dúvida é a da importância de conservar a fé no Senhor Jesus até o fim, e não permitir que a incredulidade de outros arrefeça o nosso espírito, ou nos induza a tomar atitudes motivadas por sentimentos carnais (Hb 3.12-14; Tg 1.19-20). 

III – EDOM NEGA PASSAGEM A ISRAEL O capítulo se encerra com dois episódios distintos. O primeiro relata como os israelitas, já a caminho de Canaã, tiveram negada sua passagem pelas terras de Edom. De fato, estes saíram ao encontro de Israel, como havia feito antes seu patriarca em relação a Jacó, quando este voltava de PadãHarã com sua família, prontos a resistir-lhes com violência (Nm 20.20-21). Este seria apenas um dos episódios de vingança e ressentimento que este povo guardaria contra seus irmãos até o dia em que pudessem exercê-la friamente; quando então o Senhor os visitaria e exerceria seu juízo (cf. Ez 25.12-14). O segundo episódio diz respeito à morte de Arão, onde destacamos como o Senhor havia usado de misericórdia para com este homem, perdoando-o no caso do bezerro de ouro, bem como na murmuração contra Moisés; mas, assim como seu irmão, não poderia entrar em Canaã em razão da contenda de Meribá, onde deveria ter perseverado na palavra do Senhor (Nm 20.24). Notemos também que, por outro lado, Arão era muito querido pelo povo, sendo lamentado e certamente lembrado pelas tantas ocasiões em que havia intercedido por Israel e perseverado fielmente em seu ministério sacerdotal. Assim, nos aproximamos do fim daquela geração que havia saído do Egito, restando apenas Moisés, Josué e Calebe – dos quais apenas estes últimos, eventualmente, entrariam em Canaã. 

CONCLUSÃO Nenhum momento da jornada serve ao desânimo; seja no começo, no meio ou próximo ao fim, o dever de perseverar é o mesmo, perigos e tentações sempre haverá, mas aquele que guardar sua confiança e esperança verá muitas coisas se cumprindo nesta vida, e alcançará, na eternidade, entrada no descanso de Deus.

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22 agosto 2024

008-A Contradição de Coré, Datã e Abirão - Lição 08{Pr Afonso Chaves]20ago2024

 

 

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LIÇÃO 8 

A CONTRADIÇÃO DE CORÉ, DATÃ E ABIRÃO 

TEXTO ÁUREO: “E tomou-o Arão, como Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia começado entre o povo; e deitou incenso nele e fez expiação pelo povo. E estava em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga” (Números 16.47-48) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 17.1-13 

INTRODUÇÃO Dentre todas as ocasiões em que os filhos de Israel tentaram ao Senhor no deserto, a que estudaremos hoje ilustra a que nível de insolência o ser humano pode chegar na sua rejeição à soberania e ao domínio de Deus. Frustrados pelas consequências dos seus próprios pecados, os israelitas pareciam não compreender que somente eles eram prejudicados quando se revoltavam contra o Senhor, que permanecia inabalável na Sua santidade, justiça e poder, e que, mesmo depois de castigá-los, ainda se interessava, mais do que eles próprios, na sua felicidade e salvação. 

I – CORÉ, DATÃ E ABIRÃO QUESTIONAM A AUTORIDADE DE MOISÉS E ARÃO Não sabemos quanto tempo havia se passado desde a última murmuração e, sem dúvida, a mais atroz, cometida pelos israelitas, com graves consequências para aquela geração. O certo é que nenhuma punição até agora, e mesmo muitas outras depois dessa, seriam suficientes para converter ou mesmo refrear os israelitas de continuarem seguindo seu coração rebelde. Não por acaso, as leis registradas no capítulo 15, além do modo como os israelitas deveriam apresentar suas ofertas ao Senhor quando entrassem na terra prometida, também determinam como deveriam ser tratados futuros casos de rebelião – isto é, de pecados cometidos não apenas por erro, mas “à mão levantada”, por injúria ou em desprezo ao mandamento do Senhor: “Mas a alma que fizer alguma coisa à mão levantada, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor; e tal alma será extirpada do meio do seu povo” (cf. Nm 15.22- 31) – o que significava ser apedrejado pela congregação até a morte. Com efeito, essa determinação havia sido feita justamente após um israelita ter sido apanhado em flagrante transgressão à guarda do sábado – isto depois das diversas repetições deste mandamento, e do zelo de Deus pela Sua guarda manifesto, por exemplo, no modo como o maná era enviado e como devia ser colhido pelo povo (Ex 16.25-26; 31.13-16; 35.3; Lv 19.30). Mas agora nos encontramos diante de um novo episódio da recorrente rebelião do povo de Israel; desta vez, encabeçada por Coré, um levita da tribo de Coate, e dirigida diretamente contra a autoridade de Moisés e Arão, que eram seus parentes próximos. Reunindo-se a ele Datã, Abirão, Om e Pelete, todos estes maiorais da tribo de Ruben, e mais duzentos e cinquenta maiorais dos israelitas – notemos, portanto, que todos eram líderes – o grupo apresenta sua “queixa” contra Moisés e Arão alegando que estes lideravam Israel por presumirem ser mais santos que o restante do povo. A insolência desses homens parece inacreditável, mas chega ao ponto de insinuarem que ainda não haviam entrado na terra prometida, não por causa das suas próprias murmurações, mas porque Moisés os teria levado até o deserto para ali se assenhorear deles. Mas, como o próprio servo do Senhor declara, essa era uma queixa não contra os dois líderes, mas contra o próprio Senhor, que havia escolhido tanto Moisés para liderar Israel como Arão para ministrar o sacerdócio (Nm 16.1-11; Hb 5.1-4). Mais uma vez notamos a mansidão e condescendência de Moisés, pois, embora indignado com a falsa acusação de ter cobiçado ou prejudicado o seu povo em qualquer coisa, tudo o que faz, além de reivindicar sua inocência perante o Senhor, é pedir que a oferta de Coate não fosse aceita por Deus na prova que Moisés havia proposto para o dia seguinte – como se Coate e os seus, de um lado, e Arão, do outro, estivessem, na questão do sacerdócio, em pé de igualdade para apresentar suas ofertas, e como se o Senhor pudesse rejeitar um e escolher o outro! (Nm 16.12-19).

II – OS REBELDES SÃO SEVERAMENTE PUNIDOS O Senhor então se manifesta, não para provar a Coré e seu grupo quem Ele havia escolhido para o sacerdócio, mas para que soubessem que eles haviam provocado ao Senhor, e não aos homens, e que haviam se queixado contra a soberania divina ao questionar a escolha de Arão para o sacerdócio. Mais uma vez, não fosse a intercessão de Moisés, que sabiamente apelou para a justiça do próprio Deus, toda a congregação teria perecido naquele dia (Nm 16.20-22). Embora conhecesse o coração perverso daquele povo, Deus jamais os puniria por um ato de rebelião que, desta vez, não havia sido cometido por todos. Isto, porém, não diminui a gravidade e o risco que o pecado de rebelião representa para toda a congregação do Senhor, de maneira que este caso é emblemático de como os rebeldes ao domínio divino devem ser evitados: “Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes ímpios homens e não toqueis nada do que é seu, para que, porventura, não pereçais em todos os seus pecados.” (Nm 16.23-26; cf. Dt 13). Era necessário que algo novo acontecesse – nem o fogo consumidor, nem as pragas já infligidas contra os rebeldes em ocasiões anteriores pareciam suficientes para convencer o povo de que Deus estava entre eles e fora Ele quem havia operado todos os sinais desde a saída da terra do Egito, e não Moisés. Assim, a forma como Coré, Datã e Abirão são castigados, sendo engolidos vivos pela terra, foi algo de completamente novo e inusitado, aterrorizando a toda a congregação. Quanto aos outros duzentos e cinqüenta maiorais, foram consumidos na presença do Senhor pelo mesmo fogo que não poupara nem mesmo aqueles filhos de Arão que, embora legitimamente constituídos, também haviam profanado a santidade do sacerdócio (Nm 16.31-34, 35; cf. Lv 10.1-2). O que nos surpreende ainda mais é que, mesmo após tudo isso, a congregação volta a se rebelar e murmurar sobre o juízo de Deus: “Vós matastes o povo do Senhor”. Desta vez, à ordem para saírem do meio da congregação, os dois servos de Deus não têm como argumentar novamente que inocentes seriam punidos junto com pecadores, como na contenda anterior, e rapidamente o juízo começa a ser executado. Contudo, o profeta e líder de Israel é movido pelo entendimento da eficácia da propiciação dos pecados realizada pelas mãos daquele que Deus constituiu como sacerdote – isto é, da eficácia e do triunfo da misericórdia de Deus sobre o juízo, quando arguida sobre o fundamento da expiação; de maneira que, embora terrível e devastadora, a praga cessa imediatamente tão logo Arão se apresenta no meio do povo pecador e realiza a expiação pelo seu pecado (Nm 16.44-48). 

III – O SENHOR CONFIRMA A ELEIÇÃO DE ARÃO PARA O SACERDÓCIO Cumprida a justiça de Deus no castigo contra os contendores e rebeldes, e demonstrada a Sua misericórdia através da intercessão de Arão em favor dos israelitas, o Senhor mesmo propõe dirimir toda e qualquer dúvida ou murmuração persistente com um último sinal, que deveria ser considerado como a resposta definitiva de Deus quanto a quem Ele havia eleito para o sacerdócio. O florescer e frutificar miraculoso de apenas uma das varas ou galhos – aquela que representava a tribo de Levi e, mais especificamente, a casa de Arão – era um sinal claro de que somente aquele cujo nome havia sido entalhado na vara prosperaria diante de Deus no serviço do tabernáculo (Nm 17.1-8). Guardando-a perante o Testemunho – isto é, no lugar santíssimo – o profeta asseguraria que as gerações seguintes jamais questionassem novamente a autoridade sacerdotal, ou disputassem o direito à sua investidura, pois ali estaria um memorial de todo o episódio que resultou em terrível castigo para os rebeldes e aqueles que duvidaram da soberania e autoridade divina. 

CONCLUSÃO A contradição de Coré, Datã e Abirão tipifica a mais abjeta rebelião do homem contra o domínio de Deus, quando, cegado pelo desejo torpe de fazer a sua própria vontade, toda e qualquer expressão da vontade divina será rejeitada sob o pretexto de insubmissão a líderes humanos, a palavras de homens e a um falso sentimento de piedade.

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15 agosto 2024

007-Prolonga-se a caminhada no deserto- Lição 07[Pr Afonso Chaves]14GO2024

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LIÇÃO 7 

PROLONGA-SE A CAMINHADA NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas obras.” (Hebreus 3.7-9) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 14.26-38 

INTRODUÇÃO Chegamos a um dos episódios mais terríveis narrados no livro de Números, onde o destino de toda uma geração do povo de Deus foi determinado a partir de um único, mas terrível, ato de incredulidade e rebeldia, cujo castigo repercute nas Escrituras Sagradas como figura da apostasia e alerta contra o perigo da incredulidade. Na lição de hoje estudaremos como aqueles israelitas chegaram a essa manifestação atroz de rebeldia contra o Senhor, e as lições importantes que podemos extrair desse acontecimento e de seus desdobramentos para nossa instrução. 

I – OS ESPIAS SÃO ENVIADOS À TERRA Poderíamos começar uma análise deste fatídico episódio investigando a razão da própria “ordem de Deus” de espiar a terra de Canaã. Os israelitas achavam-se acampados no deserto de Parã, mais precisamente em Cades-Barneia, nos termos da terra à qual estavam prestes a entrar para possuir em herança. Ora, depois de ter libertado o Seu povo do Egito sob a promessa de levá-los até uma terra que mana leite e mel, e depois de ter oferecido todas as garantias de que os acompanharia ao longo da viagem até fazê-los herdar a terra prometida, por que o Senhor ordenaria que espias fossem enviados à frente do povo – e da própria nuvem que os guiava e os protegia – a ver “que terra é”, se o povo que nela habitava era “forte ou fraco, se pouco ou muito”, e até mesmo se a terra era “boa ou má”?! Pelo contrário, o que o Senhor havia ordenado, nesta ocasião, era que Israel subisse a conquistar, sem medo, a terra que se achava diante de si; mas, ao invés de confiar na palavra Deus, o povo pediu que espias fossem enviados – ao que o Senhor apenas assentiu, determinando que fosse enviado um maioral de cada tribo (Nm 13.1-3, 17-20; cf. Dt 1.19-23). Moisés certamente não tinha nenhuma dúvida sobre a qualidade da terra, nem preocupação com o número e a força do povo que nela habitava, mas a proposta do povo lhe pareceu boa, talvez por considerar que um relato feito por aqueles que viram com seus próprios olhos a terra poderia animar os israelitas, cuja visão espiritual – os olhos da fé – era tão limitada, de maneira que o líder incentiva os espias a examinarem toda a terra, certo de que trariam informações encorajadoras para o povo, inclusive um sinal visível da boa promessa de Deus: “esforçai-vos e tomai do fruto da terra”. E assim, no decurso de quarenta dias, os espias percorrem toda a terra, desde o deserto de Zim, no extremo sul da terra, até Hamate, ao norte (Nm 13.21-25; 34.2-9). Notemos que, de fato, como esperado por Moisés, os espias voltam da sua missão com um relato objetivamente positivo da terra: “Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel, e este é o fruto”; o tamanho e o peso do cacho de uvas do ramo que trouxeram como amostra da abundância da terra causaram tamanha impressão que deram o nome de Escol (isto é, “cacho”) ao vale de onde o cortaram. Contudo, a maioria dos espias via no número e nas cidades fortes dos povos que habitavam aquela terra, e especialmente nos gigantes, filhos de Anaque, não uma dificuldade com chances de ser superada, mas um obstáculo invencível, que nada das coisas boas que os aguardava ali parecia fazer valer a pena enfrentar, a ponto de, quando contrariados por Calebe, que os incita a confiarem no Senhor e na Sua promessa, esses espias não medirem suas palavras diante do povo e externarem sua incredulidade e rebeldia em obedecer à palavra do Senhor, influenciando negativamente toda aquela geração, com as terríveis consequências que se seguiriam (Nm 13.27-33; Dt 1.25-26). 

II – O POVO SE REBELA CONTRA O SENHOR A murmuração e rebelião que haviam começado entre aqueles maiorais logo contaminaram o restante do povo, que deu vazão à incredulidade, latente em seus corações, para aflorar os mesmos pecados. Desta vez, não apenas dirigiram sua revolta contra Moisés e Arão, como se evitassem afrontar diretamente o Senhor; mas não se refrearam de imputar ao próprio Deus o seu “infortúnio”, preferindo voltar à servidão do Egito: “E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa?” (Nm 14.1-4; cf. Ne 9.17). Moisés e Arão lançam-se prostrados, certamente perturbados com as terríveis consequências que resultariam de tamanha afronta, que se mostrava ainda mais do que a murmuração anterior. Mas nem mesmo Calebe e Josué, rasgando suas vestes em sinal de indignação e contrição diante de tamanha insensatez por parte de seus irmãos, e procurando animá-los com a certeza da promessa, conseguiram qualquer coisa, senão incitar seu ódio, instigado pelos maiorais rebeldes, contra os homens de Deus – enchendo assim a medida dos seus pecados e resultando na intervenção e sentença divina que se seguiria (Nm 14.5-10). 

III – O CASTIGO DE DEUS CONTRA OS INCRÉDULOS Mais uma vez, o povo de Israel só não foi totalmente consumido pela ira de Deus em razão da intercessão do profeta, que apela para a glória do nome do Senhor, que seria maior se, ao invés de destruir o Seu povo por causa dos seus pecados, o Senhor o perdoasse e os fizesse entrar na terra prometida (Nm 14.11-20). Contudo, aqueles israelitas, ao demonstrarem tamanha incredulidade na promessa, haviam rejeitado sinais evidentes da graça e misericórdia divina – em outras palavras, haviam se endurecido à voz do Espírito Santo, depois de a terem ouvido diversas vezes. E daqui podemos extrair a importante lição de que só damos realmente ouvidos à voz do Espírito quando perseveramos na obediência, exortando-nos uns aos outros, e não cedendo ao pecado, pelo qual o coração se endurece e se afasta do Deus vivo, e da comunhão com os fiéis (Sl 95.7-9; Is 63.10-11; Hb 3.7-14; 12.15). Assim, embora tivesse perdoado Seu povo para não destruí-los, o Senhor mostraria a diferença entre perseverar em segui-lo e abandoná-lo por incredulidade, tornando uma viagem que poderia ter sido breve em extensa, não porque necessários quarenta anos para conhecerem melhor ao Senhor, mas para que fossem justamente punidos. Aquela geração que, consciente e voluntariamente, infamara a terra prometida e se prontificara a abandonar o Senhor, tombaria no deserto, sem jamais ver a terra prometida; enquanto seus filhos entrariam, não sem terem aprendido, pelos quarenta anos que peregrinariam no deserto, as conseqüências da rebelião, ao mesmo tempo em que conheceriam o Senhor, na providência que os preservaria durante a viagem pelo deserto (Nm 14.28-37; cf. Dt 8.1-4). Ao mesmo tempo, Calebe e Josué são postos como exemplo de perseverança, pela qual se tornaram os únicos daquela geração que entrariam na terra prometida, porquanto creram no Senhor (Nm 14.38; cf. Hb 4.1-9). 

CONCLUSÃO Nossa peregrinação neste mundo é necessária, mas pode ser menos dura, sofrida e extenuante, se não abandonarmos a confiança no Senhor que nos guia pelo deserto e a glória do que nos está reservado, e se estivermos sempre atentos à voz do Espírito de Deus, e não nos endurecermos para dar lugar à desobediência, que pode nos paralisar no deserto, se não nos prostrar definitivamente.

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