28 junho 2024

013-Lições na família de Jacó - Família Lição 13[Pr Afonso Chaves]25jun2024

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LIÇÃO 13 

LIÇÕES NA FAMÍLIA DE JACÓ 

TEXTO ÁUREO: “Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.” (Romanos 9.8) 

LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 25.31-34 

INTRODUÇÃO Na presente lição, queremos falar a respeito de alguns acontecimentos relacionados à história de Jacó. Como as dos demais patriarcas, a maioria das experiências daquele que seria chamado Israel (o que luta com Deus) se dão num contexto fortemente familiar, envolvendo seu irmão Esaú, seus pais Isaque e Rebeca e os membros da família que ele próprio veio a estabelecer pela graça e misericórdia de Deus. E, naturalmente, podemos extrair importantes lições desses relacionamentos. 

I – UMA DISPUTA ESPIRITUAL ENTRE IRMÃOS Fala-se muito sobre o relacionamento conturbado entre Jacó e seu irmão gêmeo Esaú; no entanto, precisamos ter cuidado em nossos juízos sobre os episódios desse relacionamento, para não cometermos injustiça contra aquele de quem as Escrituras dá testemunho de ter agradado a Deus (Hb 11.9). Não significa que Jacó tenha sido perfeito em todos os seus caminhos, mas é preciso lembrar que o objetivo primário da história sagrada é mostrar como Deus escolheu Jacó, e não Esaú, para ser o depositário da promessa feita anteriormente a Abraão e Isaque. Essa eleição divina é de fundamental importância para compreendermos a atitude de Jacó em relação a seu irmão, e como as consequências da disputa e do relacionamento conturbado entre ambos resultaram providencialmente na realização do propósito divino (Gn 25.21-23; Ml 1.2-3; Rm 9.10-16). Sendo, pois, essa disputa entre irmãos sinalizada já no ventre de Rebeca, e depois quando do nascimento dos gêmeos – pelo fato de Jacó nascer agarrado ao calcanhar de seu irmão (daí seu nome Jacó, que significa “suplantador”, “o que toma o lugar do outro”); é no primeiro incidente envolvendo ambos, já crescidos, que se revelará a disposição de um pelas coisas terrenas e do outro pelas coisas espirituais. Jacó, tendo se tornado um homem simples, habitando em tendas, não tinha o mesmo interesse que seu irmão Esaú por grandes feitos e demonstrações de força e perícia física – o que era um indicativo do caráter de cada um. No caso de Jacó, era o mesmo tipo de simplicidade que havia feito de Abraão e Isaque peregrinos na terra, predispondo-os a evitar contendas por coisas materiais e a esperar nas promessas de Deus (Hb 11.13-16; Gn 13.7-9; 26.12-17). Esaú, por sua vez, na sua abordagem “prática” da vida, mostrou-se tão desinteressado e incapaz de mensurar a grandeza das promessas divinas – das quais deveria ser o herdeiro, por sua condição natural de primogênito – que preferiu trocálas para satisfazer um apetite carnal. Este episódio revela então que a disputa entre ambos não era natural, mas de ordem espiritual – enquanto um amava as coisas de Deus, a ponto de valorizá-las sobre qualquer bem ou esforço material; o outro as considerava inferiores às necessidades mais básicas do corpo – o que era o mesmo que desprezá-las (Gn 25.29-34). O episódio seguinte dessa disputa nos mostra a importância da participação dos pais no desenvolvimento espiritual dos filhos, bem como na percepção de conflitos desta natureza, orientandoos quanto à prioridade do reino dos céus sobre os cuidados desta vida. Não cabe a nós julgar o apreço que Isaque mantinha pelos talentos “mundanos” de Esaú, a ponto de o patriarca apenas tardiamente compreender que Deus havia escolhido Jacó para ser o primogênito; mas sem dúvida a importância que Rebeca dava à simplicidade e interesse de Jacó pelas promessas foram indispensáveis para que ele tivesse essa atitude de “lutar com Deus” para receber a benção que lhe estava destinada. E, como no caso anterior, é no desenlace dos acontecimentos que se seguiram que vemos se manifestar esse conflito entre irmãos não apenas na ordem familiar, mas em um plano espiritual. Esaú, ao invés de aprender a lição de que havia errado ao desprezar a primogenitura e de que agora era punido ao ter sua benção “tomada” por Jacó; passou a odiar seu irmão, mostrando com isto que era do maligno (Gn 27.30-34, 41; cf. Hb 12.16-17; 1 Jo 3.12). Por outro lado, notemos que mesmo Isaque reconhece a soberania divina em não ter escolhido segundo a carne, assim como a mão da providência divina em tudo o que havia acontecido, confirmando sua benção sobre Jacó e livrando-o das mãos do odioso Esaú (Gn 28.1- 4). 

II – BENÇÃOS EM MEIO A DIFICULDADES Fugindo da fúria de seu irmão Esaú, mas sob a benção de seu pai e com a certeza de que o Senhor o guardaria e prosperaria durante sua estadia em Harã, Jacó chega à casa de seu tio Labão, conhece sua prima Raquel e ali se dispõe a se estabelecer sob o acolhimento e proteção dos seus parentes. Contudo, Labão percebe no parentesco com Jacó algo a ser usado em proveito próprio e, com engano, procura manter não apenas Jacó trabalhando para si, mas também suas filhas e seus netos ao seu alcance. Mesmo amando apenas Raquel, Jacó sofre o dano a que fora induzido por seu tio, trabalhando sete anos por Leia e mais sete por Raquel, mantendo assim a sua palavra (Gn 29.18, 20- 30). Depois, pressionado pelos ciúmes de suas mulheres e pelo trabalho penoso no campo, Jacó ainda cumpre seus deveres maritais, e Deus o abençoa com os filhos que futuramente se tornarão os cabeças das doze tribos de Israel. Por fim, quando se vê livre para voltar à sua terra e trabalhar pela sua própria casa, ao invés de resistir à oferta de seu tio, aceita-a de boamente, trabalhando por um salário que Labão, por sua vez, irá mudar diversas vezes. O Senhor, porém, faz seu servo prosperar mesmo injustiçado, miraculosamente tirando de Labão todo o seu rebanho e entregando-o a Jacó nos próprios termos em que aquele ajustava com este (Gn 31.22-24). E, mesmo tendo de fugir às escondidas para sua terra, Jacó o faz sem nenhuma intenção de prejudicar Labão, no que o Senhor o abençoa e o guarda contra as más intenções do tio; de maneira que ambos acabam por se despedir em paz (Gn 31.43-52). 

III–UMA PRUDENTE RECONCILIAÇÃO O inevitável reencontro de Jacó e Esaú ensina uma importante lição sobre reconciliação, e sobre como devemos buscá-la mesmo quando a parte ofendida não se mostra totalmente aberta ao perdão, ou quando suas intenções não parecem sinceras. Embora Esaú representasse uma contrariedade no caminho de Jacó, que deveria ser superada para que o patriarca pudesse descansar na benção alcançada com muito esforço e sofrimento; sua luta afinal era com Deus, e não com seu irmão. Por isso consideramos o encontro com o anjo no vau de Jaboque o momento decisivo nesse episódio; após prevalecer com o Senhor, e assim ter seu nome mudado para Israel, o patriarca havia confirmado sua posição diante de Deus e podia ficar face a face com seu irmão. Sem perder a prudência e não se deixando iludir pela atitude receptiva de Esaú, Jacó viu naquele encontro mais do que uma oportunidade de reconciliação, mas um livramento de Deus, pelo que abriu mão de grande riqueza em favor de Esaú, como se este representasse o próprio Deus que o havia salvado (Gn 33.8-11). 

CONCLUSÃO Aprendemos com Jacó a ser pacientes diante das contrariedades que muitas vezes podem se levantar inclusive por parte de nossos familiares, em razão da nossa esperança em Deus e da nossa indisposição em usar de meios contenciosos para fazer valer nossas razões. Deus conhece melhor os corações, portanto, busquemos sempre o caminho da reconciliação, pois, se em algo formos prejudicados, é Ele quem nos justificará.

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20 junho 2024

012-Lições na vida familiar de Noemi e Rute - Família Lição 12[Pr Afonso Chaves]19jun2024

  

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LIÇÃO 12 

LIÇÕES NA VIDA FAMILIAR DE NOEMI E RUTE 

TEXTO ÁUREO: “Então, as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou, hoje, de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel. Ele te será recriador da alma e conservará a tua velhice, pois tua nora, que te ama, o teve, e ela te é melhor do que sete filhos.” (RUTE 4.14-15) 

LEITURA BÍBLICA: RUTE 1.1-17 

INTRODUÇÃO Nestas últimas lições, propomos estudar algumas famílias cujos relacionamentos entre seus membros são narrados e apresentados nas Escrituras Sagradas para nossa consideração e instrução. E, na aula de hoje, queremos extrair alguns ensinamentos, especialmente sobre a relação entre nora e sogra, a partir do caso exemplar de Noemi e Rute. Veremos como, ao valorizarem os laços familiares, ambas atraíram a misericórdia e bondade de Deus, que as abençoou grandemente, mesmo em um tempo onde grassavam os males consequentes da corrupção moral e da desobediência do povo aos mandamentos de Deus – de modo muito semelhante ao que ocorre em nossos dias. 

I – NOEMI PERDE SEU MARIDO E SEUS FILHOS, MAS GANHA UMA NORA A história da família de Noemi começa com uma grande aflição abatendo-se sobre sua casa, como sobre todas as casas de Judá. Parece inusitado que Elimeleque, um efrateu de Belém de Judá, tivesse deixado a terra que o Senhor Deus havia dado em herança ao seu povo para entrar em uma terra, Moabe, cujo povo havia recusado a Israel passagem para entrar em Canaã, enquanto este peregrinava pelo deserto. Eram os moabitas, portanto, um dos povos que haviam sido excluídos de entrar na congregação do Senhor (Dt 23.3-6; Jz 11.17). Contudo, percebe-se que o propósito de Elimeleque não era estabelecer-se por lá e abandonar sua terra, mas apenas peregrinar pelos campos de Moabe enquanto durasse a fome que se abatera sobre a terra de Judá – de modo muito semelhante ao que fizera antes Abraão e outros patriarcas, tendo em vista a salvação de suas famílias (Rt 1.1-2; cf. Gn 12.10). De qualquer modo, ao fato de a família de Efrata ter de abandonar sua própria terra para buscar a provisão de Deus em uma terra estranha, acrescenta-se que, logo, Elimeleque morreu e, ao cabo de alguns anos, seus filhos, que então haviam tomado para si mulheres das filhas dos moabitas, morreram também. Em outras palavras, Noemi com suas noras haviam ficado completamente desamparadas, pois agora eram três viúvas sem sustento que, naqueles tempos, cabia em grande parte ser provido pelos homens (Rt 1.3-5). Em grande aflição pelas suas perdas, ao receber notícia de que “o Senhor havia visitado seu povo, dando-lhe pão” (Rt 1.6), Noemi decide voltar para sua terra e despede suas duas noras, que ainda eram novas, para que voltassem para o seu povo, onde facilmente conseguiriam se casar. Notemos que sempre houve um relacionamento de beneficência entre ela e suas noras, enquanto seus filhos eram vivos, e o fato de os vínculos que as uniam diretamente à sua família terem se desfeito pela morte de Malom e Quiliom não diminuiu esse amor, mas antes Noemi roga a Deus que as recompense com um bom casamento e com tranquilidade em seus lares (Rt 1.7-13). Ambas amavam sinceramente sua sogra, mas, enquanto Orfa se resignou à situação e aceitou o conselho de Noemi, Rute se apegou a ela, decidindo renunciar os seus laços anteriores com o povo moabita – incluindo seus deuses – para acompanhar Noemi e participar, ou assisti-la, na sua aflição. Movida tanto pelo seu amor pela sogra como pela sua fé e confiança na providência do Deus de Israel, Rute volta com Noemi para a terra de Judá e ali prontamente se dispõe, como uma mulher desamparada, a colher as espigas do campo, na esperança de que o seu sustento e o de sua sogra (Rt 1.16-18; 2.2; cf. Dt 24.19-21).

II – O SENHOR RETRIBUI A BENEFICÊNCIA DE RUTE O fato de Noemi se denominar “a amargurada” (Mara) não significa que ela se queixasse ou murmurasse contra sua sorte; apenas admitia que era afligida, e que isto vinha de Deus, e o fato de não saber a razão do seu sofrimento não significa que Deus fosse injusto (Rt 1.20-21). Sua resignação aos propósitos ocultos de Deus seria, porém, recompensada. Rute acaba indo colher espigas no campo de Boaz, um homem “valente e poderoso”, parente próximo do marido de Noemi, diante do qual a moabita acha graça em razão da beneficência prestada à sua sogra, do que todos já davam testemunho (Rt 2.3-13, 3.11). Notemos como Noemi reconhece, no desenvolvimento dessa aproximação entre Boaz e Rute, o favor de Deus em lembrar-se da casa de Elimeleque (Rt 2.19-20), provendo as duas viúvas com abundante sustento material, assim como, sendo Boaz um parente próximo, poderia cumprir o papel de remidor – isto é, aquele que devia desposar a viúva do falecido sem filhos a fim de lhe suscitar descendência e, assim, poder adquirir também a sua herança; e como também ela buscou o melhor para sua nora, orientando-a a solicitar, segundo os costumes do tempo, que Boaz cumprisse seu papel de remidor (Rt 3.1-9). Boaz louvou a atitude de Rute, em procurá-lo por causa de sua sogra ao invés de buscar outro marido mais jovem, o que ela poderia ter feito, e promete remir a herança de seu falecido marido, casando-se com ela, desde que um impedimento – o fato de haver outro parente mais chegado a elas do que Boaz – fosse superado. Ouvindo sobre isto, Noemi tranquiliza sua nora, o que indica sua confiança na providência divina: “Sossega, minha filha, até que saibas como irá o caso, porque aquele homem não descansará até que conclua hoje este negócio” (Rt 3.10-18). E, com efeito, todas as coisas contribuíram em favor desta família, pois aquele que tinha prioridade para cumprir o papel de remidor recusou-se a tomar Rute como mulher, liberando Boaz para que este alegremente cumprisse o que havia prometido, com as bençãos do povo da cidade (Rt 4.1-6, 9-12). 

III – A MISERICÓRDIA DO SENHOR SOBRE A CASA DE NOEMI Tão grande foi a misericórdia de Deus para com a casa de Noemi que não apenas restaurou a descendência de seu marido Elimeleque, abençoando Rute, que concebeu; mas este mesmo filho, Obede, foi entregue a Noemi para que fosse sua ama, o que lhe causou grande alegria, como demonstração do amor que Rute continuou lhe tendo (Rt 4.13-16). Como se isto não bastante, através desta benção de Deus sobre a vida da jovem moabita é que esta acabou por fazer parte da genealogia do rei Davi e, eventualmente, do Messias (Rt 4.17; Mt 1.5). Finalizamos apontando que toda esta beneficência de Deus se manifestou através de um relacionamento sadio e de amor entre nora e sogra, o qual Deus aprecia – assim como todos os relacionamentos na família. 

CONCLUSÃO Ao contrário da sociedade sem Deus, que, como consequência de relativizar os valores familiares e depreciar o caráter sagrado do casamento, representa o relacionamento entre nora ou genro e sogra como conturbado – inclusive tornando-o objeto de piadas; podemos afirmar que Deus com certeza aborrece todo tipo de ressentimento e desunião nesse relacionamento, e deseja que usemos de compreensão, paciência e perdão para resolver qualquer conflito e diferença. 

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12 junho 2024

011-A Família e a sexualidade - Família Lição 11[Pr Afonso Chaves]11jun2024

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LIÇÃO 11 

A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE 

TEXTO ÁUREO: “Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1 Ts 4.4) 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 6.12-20 

INTRODUÇÃO Um dos mais graves problemas que ameaçam destruir as bases da família sem dúvida é o da falta de entendimento, recato e seriedade com que a sexualidade é tratada na sociedade atual. A permissividade e obscenidade de comportamentos que afetam todas as faixas etárias e modificam e degradam as relações familiares refletem a depravação moral deste mundo, mas como cristãos devemos nos precaver contra os meios que Satanás tem empregado para insuflar esse veneno até mesmo nas famílias cristãs, e adotar todas as medidas possíveis para salvaguardar nossas famílias da corrupção. 

I – A SEXUALIDADE SEGUNDO AS ESCRITURAS Apesar de existir certa dificuldade entre os cristãos para falar sobre o assunto, consideramos que isto se deve justamente ao fato de a sociedade ter vulgarizado e deturpado a sexualidade, transformando-a em sinônimo de erotização e sensualidade. Por isso, a alternativa que alguns encontram é a de se abster de falar sobre o assunto, tratando o sexo como um tabu, ou um “mal necessário”. Mas isto apenas mantém a sexualidade cativa às idéias corrompidas deste mundo, expondo ao desprezo ou deboche aquilo que é, na verdade, um dom de Deus, e cujo correto tratamento só podem dar aqueles que amam e conhecem a Deus através da Sua palavra. Ora, como já estudamos em lições anteriores, o sexo faz parte da instituição sagrada do casamento para a consumação plena do amor conjugal em “uma só carne”, tendo em vista também, mas não exclusivamente, a fecundação e procriação (Gn 1.27-28; 2.24; Ef 5.31). É, portanto, um ato de amor puro e verdadeiro, e não de erotismo e sensualidade, como o vê o mundo; um ato que Deus estabeleceu para trazer ao mundo nova vida, e não a morte que o mundo colhe ao fazer do sexo objeto de concupiscência e pecado. Embora seja uma das suas finalidades, a sexualidade, tal como instituída e aprovada por Deus, não contempla apenas a fecundação e procriação da espécie. Ou seja, o sexo não é um mal necessário, porque tudo o que Deus criou ou resulta naturalmente do que Deus criou é bom. Assim, encontramos nas Escrituras exortações e louvores ao casal que desfruta, tem prazer e se alegra no amor conjugal, cuja realização mais sublime se dá na intimidade entre ambos (Pv 5.15-19; Ct 3.1; 4.10-16). E, quando lembramos que o Apóstolo também trata da sexualidade como uma questão de dever entre os casados, está implícito não só o reconhecimento de que um cônjuge pertence ao outro, mas também o desejo de proporcionar prazer primeiramente ao outro, e não a si mesmo, é que faz desse ato algo santo, agradável e essencial ao casamento, a abstinência ou a recusa do outro constituindo pecado (1 Co 7.4-5). Enfim, o prazer proporcionado pela união íntima do casal é especialmente agradável aos olhos de Deus quando os fiéis reconhecem-no como um dom e sobre ele rendem ações de graças (1 Tm 4.3-5). 

II – O CASAMENTO E A SEXUALIDADE Em uma lição anterior já falamos sobre a fidelidade dos cônjuges como base para um relacionamento saudável e estável, e esta fidelidade, acrescentamos, está especialmente relacionada à sexualidade, daí a severa condenação da palavra de Deus contra o adultério – precavendo os casados a estarem alertas às insinuações daqueles que, representados pela proverbial “mulher adúltera”, usam de engodo para “enlaçar” não apenas o corpo, mas a alma dos incautos (Pv 6.25-26, 32). Não se enganem os casados quanto aos relacionamentos com pessoas do sexo oposto, especialmente no mundo; nenhuma dificuldade no relacionamento com o cônjuge justifica uma aproximação maior com outra pessoa, no anseio de satisfazer uma carência (mesmo que não sexual) que deveria ser atendida no exercício do amor conjugal. O caminho de Deus é o do perdão e reconciliação, como também já vimos em outra lição, e vigiar contra situações que possam servir de brechas para a tentação ao pecado – mesmo que isto traga incompreensão, escárnio e mesmo falsas acusações por parte dos infiéis (cf. Gn 39.7-21; 2 Sm 11.2-4; 1 Pe 4.3-4). É necessário também chamar a atenção dos casais para o que tem se tornado tema de relativização ou indecisão por parte de muitos dentre nós em razão do alto nível de sensualidade e erotização que a sociedade vinculou à sexualidade. Através da pornografia, muitas práticas e “formas” de sexualidade têm se banalizado através dos meios de comunicação e das conversações de tal forma que o mundo as considera normais, e como se fosse legítimo ao casal buscá-las. Ora, o objetivo dessas “modalidades de sexo” não é o de consumar o amor conjugal, mas o de obter prazer carnal como um fim em si mesmo, sendo que muitas degradam, humilham e colocam o outro em inferioridade, e não em igualdade, como um só corpo, além de violar a natureza e função que Deus deu ao nosso corpo e a cada parte dele; portanto, tais práticas que não se conformam ou fogem aos propósitos da sexualidade no casamento corrompem esse dom de Deus do mesmo modo que a sua prática fora do casamento, contaminando o leito conjugal (1 Ts 4.3-8; Hb 13.4; Ef 5.11-12). 

III – OS FILHOS E A SEXUALIDADE É horrível ver como a sociedade atual expõe as crianças à sexualidade cada vez mais cedo, seja indiretamente através da mídia e do contato com filhos de incrédulos nos agrupamentos sociais que freqüentam (escolas, creches, por exemplo); seja através de uma campanha direta de erotização da infância, movida por organizações e mesmo políticas de “educação sexual” cujo resultado é apenas despertá-las precocemente para uma função para a qual o corpo não está preparado – com graves conseqüências psicológicas, físicas e espirituais. Mas o fato é que, cedo ou tarde, os filhos chegam a uma idade de maior consciência sobre a sexualidade, e o importante é que os pais não deixem de orientá-los sobre o que as Escrituras dizem a respeito. Muitos pais se intimidam ou se sentem constrangidos para falar sobre sexualidade com os filhos, mas o que é realmente indispensável que os filhos saibam é o conselho de Deus quanto à importância de se preservar a pureza sexual, fugindo da fornicação em todas as suas formas e insinuações, a fim de se preservarem puros tanto para o Senhor como para eventual casamento (Ef 5.3-14; 1 Co 6.15-18; 7.1-2, 8-9). Enquanto o mundo apregoa o “sexo livre”, ao qual convida os jovens, cada vez mais cedo, a se entregarem; devemos ensinar nossos filhos (como também a nós mesmos) a fugir da fornicação, em todas as suas formas, como um pecado particularmente detestável, pois viola tanto a alma como o corpo. E isto significa evitar aquilo que possa conduzi-los à sua consumação, sejam as más conversações, sejam as coisas que visualizam, sejam as coisas em que exercitam seus pensamentos (Sl 101.3; Mt 6.22-23; Cl 3.1-3; 1 Co 15.33-34). 

CONCLUSÃO Embora o mundo esteja perdido na busca insaciável pelos prazeres da carne, corrompendo a sexualidade tal como concedida por Deus; lembremos sempre que é um dom santo e digno da criação divina. Que os casados desfrutem dele em santificação e gratidão a Deus; e que os solteiros se alegrem na pureza e paz de uma vida vitoriosa sobre os falsos anseios e vis desejos que este mundo tenta incutir em suas mentes.

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04 junho 2024

010-A Igreja e o Mundo - Família Lição 10[Pr Afonso Chaves]04jun2024

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LIÇÃO 10 

A IGREJA E O MUNDO 

TEXTO ÁUREO: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” . (João 17.15-17) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 5.13-16 

INTRODUÇÃO Nesta lição, estudaremos á luz das Escrituras como deve ser a conduta e o procedimento das famílias cristãs em seus relacionamentos com os incrédulos, ou seja, o que a família deve buscar e os cuidados que se deve ter no alcance de coisas terrenas como educação, trabalho, carreira profissional e outras áreas, de maneira que os relacionamentos e escolhas não sejam tropeço e tragam desvios do propósito de Deus para suas vidas ao ponto de interferir na comunhão com Deus. 

I – A LUZ RESPLANDECE NAS TREVAS No sermão do monte, Jesus mostrou aos seus discípulos a realidade espiritual da Igreja no mundo - ser “o sal da terra” e “a luz do mundo”. O sal simboliza a vida moderada e equilibrada do cristão, de modo que traz também a ideia da sua influência benéfica sobre a cultura e os valores de uma sociedade, enquanto a luz que é boa manifesta o testemunho e a vida plena e eterna que o salvo goza ao estar com Cristo Jesus. Portanto, aqueles que foram alcançados pelo poder do Evangelho, agora, pertencentes ao reino de Deus, têm a graça para influenciar os incrédulos, aqueles que ainda andam em trevas, com o testemunho das boas novas da salvação, por isso, que Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16; Fp 2.15; 1 Ts 5.4-11). Desse modo, as atitudes e comportamento do cristão devem ser condizentes com a Palavra de Deus, isto é, ele deve portar-se dignamente conforme o evangelho de Cristo, que inclui o viver honesto entre os gentios, ter conduta irrepreensível num mundo hostil, ser submisso a todo tipo de autoridade e instituição humana (aos governos humanos, na família, na igreja, no trabalho e mutuamente entre os irmãos), além de ser responsável em sua conduta e ações, honrar a palavra empenhada nos negócios e compromissos, enfim, ser o exemplo para os fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé e na pureza, para que em todas essas coisas – “as vossas boas obras”, o nome do Senhor seja glorificado e não blasfemado entre os gentios pelo mau testemunho (1 Pe 2.11,12; Jo 3.19-21; Cl 1.10-14; Pv 4.18,19). Em todo o tempo, a intenção do reino das trevas é desviar o cristão do propósito divino e, portanto, lançar tropeço no caminho do servo de Deus e tentá-lo a negar a sua fé por meio de infidelidade e das transgressões dos mandamentos causados pelos desejos pecaminosos do coração do homem. Ao tentar Jesus e mostrar os reinos do mundo, e a glória deles, o tentador insistiu com o Mestre - “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”, mas com a autoridade da palavra, Jesus disse: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.9-10; Jo 12.35, 36; 1 Jo 2.15-17). 

II – O TESTEMUNHO DO CRISTÃO DIANTE DO MUNDO Nesta vida, os crentes são considerados forasteiros e peregrinos, portanto, não pertencem mais ao mundo, conforme Jesus disse em João 17.16, por isso, não devem se conformar aos padrões imorais mundanos, mas transformá-los, pois em todo o tempo, terão que fazer escolhas que envolvem sofrer por obedecer à vontade de Deus ou desfrutar dos prazeres momentâneos do pecado (Rm 12.1,2; Hb 11.24-27). Em uma sociedade corrompida pelo pecado, o poder do Evangelho transforma também as relações de trabalho, que no passado, estavam desequilibradas, em razão das injustiças tanto da parte de muitos senhores quanto de muitos servos. A partir do novo nascimento, o homem se transforma em “servo de Cristo”, portanto, tudo o que faz tem por objetivo a glorificação de Deus – “servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens”. Embora o trabalho seja prestado a um senhor na terra, o cristão tem a consciência que este é um serviço, primeiramente, oferecido ao Criador e sustentador da vida, por isto, deve estar caracterizado pela sinceridade e a lealdade no serviço prestado e sem qualquer intenção de causar danos ou prejuízos ao empregador; do mesmo modo, os senhores deveriam agir com justiça, equidade e respeito no trato com seus servos, sabendo que ambos estão debaixo do senhorio de Cristo (Ef 6.5-9; Cl 3.22-4.1; Dt 24.14,15; Tg 5.4,5). 

III – CUIDADO COM AS ALIANÇAS COM OS INFIÉIS Em relação à escolha de uma companhia para toda a vida, temos estudado em lições anteriores, que aqueles que são solteiros e viúvos e desejam constituir uma família, devem saber que o casamento provém de Deus (Gn 2.22,23; Pv 18.22; 19.14; 1 Co 7.39). A instrução bíblica para estes que buscam casar-se, é que sejam prudentes para não se unir a um jugo desigual com os infiéis. Da mesma maneira, o crente deve evitar ter comunhão e amizades íntimas com incrédulos, pois tais relacionamentos certamente corrompem sua comunhão com Cristo. Neste contexto, estão o namoro e casamento com incrédulos, as sociedades nos negócios, a participação em ordens secretas ou empreendimentos de qualquer natureza com os infiéis. A associação entre o cristão e o incrédulo deve ser o mínimo necessário à convivência social ou econômica, ou com o intuito de testemunhar ao incrédulo o caminho da salvação (2 Co 6.14-18; Gn 24.3-4; Ef 5.8-16; 1 Co 15.33; Tg 4.4,5). Por último, de maneira sucinta, abordaremos os cuidados que o cristão deve ter com o uso da tecnologia e os meios de comunicação. É importante lembrar que as redes sociais podem ser um instrumento de bênção ou de maldição, vai depender de como cada pessoa faz uso delas. Como cristãos precisamos ficar atentos, porque o inimigo das nossas almas conhece o nosso ponto de vulnerabilidade e certamente vai investir toda a sua sagacidade para nos derrubar, portanto, é necessário vigilância e o exercício do domínio próprio, pois os olhos do Senhor estão sobre os fiéis da terra (1 Co 10.12; Pv 27.20; Mt 6.22,23; Sl 101.1-5). 

CONCLUSÃO Na lição estudada, aprendemos que em todas essas relações com os incrédulos, não podemos seguir os seus padrões e juízos, mas os do reino de Deus e entendemos que todas as coisas "lícitas" que o homem natural busca devem ser santificadas pelo conhecimento de Deus.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
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Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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