06 dezembro 2024

010-Cristo e a promessa do Espirito - Cristologia Lição 10 []05dez2024

 LIÇÃO 10 

CRISTO E A PROMESSA DO ESPÍRITO 

TEXTO ÁUREO: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” (At 1.4-5) 

LEITURA BÍBLICA: ATOS 2.14-21 

INTRODUÇÃO Dentre as promessas feitas por nosso Senhor Jesus Cristo enquanto ministrou entre nós nos dias da Sua carne, muitas vêm se cumprindo na presente dispensação do evangelho da graça, enquanto outras se cumprirão por ocasião da Sua vinda gloriosa nas nuvens do céu. Mas é de especial interesse para a cristologia bíblica a promessa concernente ao Espírito Santo, porque o seu cumprimento, além de ter resultado nos privilégios e bênçãos espirituais abundantes de que a Igreja hoje desfruta, também se constitui na prova mais contundente de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. 

I – A PREVISÃO DO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO No contexto da profecia bíblica, a concessão do Espírito Santo ao povo de Deus é uma promessa repetida diversas vezes em conexão com o estabelecimento do reinado do Messias. Embora desde a instituição do primeiro concerto fosse manifesto o propósito de Deus de habitar no meio do Seu povo, a rebeldia continuada de Israel limitou em grande medida que o Espírito Santo descansasse na congregação, sendo entristecido e contrariado pelos pecados e pela apostasia do povo (Ne 9.20, 30). Os profetas passam a anunciar, então, um novo concerto, sob o qual seria concedida, não uma nova lei, mas um novo espírito – um espírito de obediência voluntária ao Senhor Deus, pelo qual a palavra de Deus, antes observada a partir de tábuas de pedra, agora estaria gravada no coração de um remanescente fiel que, depois de castigado no cativeiro, seria trazido de volta à terra, arrependido dos seus pecados e verdadeiramente convertido ao Senhor Deus (Is 59.19-21; Ez 36.24-27). É verdade que o Espírito de Deus nunca abandonou o Seu povo, e que todos aqueles que alcançaram testemunho de que agradaram a Deus no passado só o fizeram porque movidos pelo Espírito Santo; mas poucos foram aqueles que o receberam uma medida do Espírito mais próxima àquela que o Senhor realmente desejava conceder a todo o povo (cf. Nm 11.29). Assim, a previsão das Escrituras era de que o Espírito de Deus seria concedido numa medida tão abundante e liberal que o comparava a águas derramadas para saciedade do sedento e para fazer nascer um bosque em terra seca. Tão abundante seria a graça e o entendimento ou visão das coisas de Deus concedida aos fiéis, que até os mais humildes ou menores dentre o povo, naqueles últimos dias, poderiam ser comparados aos que, no passado, eram chamados com exclusividade de profetas (Is 44.3-4; Jl 2.28-19). Que esta promessa deveria se cumprir com a vinda do Messias fica evidente quando consideramos o ministério de João Batista que, como arauto enviado diante do Senhor para preparar o Seu caminho, através do batismo de arrependimento preparou o povo para a chegada daquele que os batizaria com o Espírito Santo (Jo 1.31-33). O Messias esperado era aquele que havia sido ungido com a plenitude do Espírito de Deus para, operando com justiça e verdade, implantar o reino dos céus entre o povo de tal modo que todos participassem dessa plenitude (Is 11.1- 2; cf. Mt 12.28). 

II – A PROMESSA CONFIRMADA POR CRISTO Confirmando as palavras dos profetas até João, o Senhor Jesus fortaleceu a esperança dos discípulos na promessa do Pai demonstrando, através dos muitos sinais e prodígios que operou pelo “dedo de Deus”, que Ele era aquele que havia sido ungido com a plenitude do Espírito, não apenas para curar os enfermos e socorrer os homens nas suas necessidades materiais, mas também para saciar suas próprias almas eternamente (Jo 4.13-14; 7.37-39). E, em vista da brevidade com que a promessa do Pai se cumpriria, pouco tempo após a glorificação de Cristo – isto é, após Sua crucificação, ressurreição e ascensão aos céus – o próprio Senhor tanto prefigurou o recebimento do Espírito por aqueles que creram como os exortou a aguardarem em Jerusalém, em oração e súplicas, até que a promessa se cumprisse de fato (Jo 20.21-23; At 1.4-8, 14). A necessidade de Cristo ser primeiro glorificado para que o Espírito Santo fosse derramado pode ser analisada sob diversas considerações bíblicas, dentre as quais destacamos a que consideramos a principal: o Espírito Santo, enquanto penhor da nossa eterna redenção, sendo derramado nos corações dos crentes para regenerá-los e purificá-los do pecado, só poderia ser concedido após Cristo de fato oferecer Sua vida em preço de redenção na cruz do Calvário (At 2.37-38; Ef 1.13-14). Em seguida, era necessário que, ressuscitado e triunfante sobre o pecado, Cristo subisse aos céus e ali, na presença do Pai, rogasse em nosso favor para que, pelo mérito do Seu sacrifício eficaz, o Espírito fosse concedido aos Seus para que estes, não mais podendo ser assistidos pela presença física do Salvador, pudessem contar com a Sua presença em espírito, como um outro Consolador (Jo 14.16-18; 16.7). 

III – O CUMPRIMENTO DA PROMESSA Tendo ordenado aos discípulos que permanecessem em Jerusalém, o Senhor Jesus voltou para o Pai e, lá do alto, cerca de dez dias depois – que, somados aos quarenta dias entre Sua ressurreição e ascensão, totalizam cinquenta dias, completando-se o período para a celebração do Pentecostes – enviou o Espírito Santo sobre a igreja nascente, cumprindo assim a promessa do Pai. Os discípulos foram então batizados com o Espírito Santo, ou seja, completamente revestidos e cheios da virtude do Espírito. Este fenômeno constituía-se em algo novo e diferente de todas as manifestações anteriores do Espírito Santo nas gerações passadas do povo de Deus. Primeiro, porque não foi um, dois, ou um pequeno grupo, mas todos os presentes foram cheios do Espírito – aproximadamente cento e vinte discípulos. Segundo, a manifestação visava cumprir um sinal especialmente designado para confundir os incrédulos dentre os judeus, anunciando as grandezas de Deus em línguas de povos estranhos, que não conheciam ao Senhor. Terceiro, o cumprimento desta profecia entre os discípulos de Jesus, pouco depois da Sua morte, ressurreição e ascensão aos céus, era prova de que, aprovado por Deus, Ele havia sido constituído Senhor e Cristo. E, por último, a promessa havia se cumprido de tal forma que se podia concluir que Deus chamava a todos os homens para receberem o dom do Espírito, aos de longe e aos de perto, mediante o arrependimento e a fé em Jesus Cristo (At 2.1-4, 12, 14-18, 39). 

CONCLUSÃO O dom do Espírito Santo é o bem mais precioso que a Igreja recebeu de Cristo Jesus, e que Ele mesmo conquistou entregando Sua própria vida na cruz. Tendo recebido e concedido este dom à Igreja primeiramente no dia de Pentecostes, Cristo assegura, pela Sua contínua intercessão junto ao Pai, que todos quantos forem chamados para a salvação possam também receber o Espírito Santo, na certeza de que nosso Pai celestial não o negará àqueles que o pedirem.

30 novembro 2024

009-A União de Cristo com a Igreja - Cristologia Lição -09[Pr Afonso Chaves]28nov2024

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LIÇÃO 9 

A UNIÃO DE CRISTO COM A IGREJA

TEXTO ÁUREO: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe gria, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” (Ap 19.7-8) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 45.1-11 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje, trataremos da relação de Cristo e de toda a Sua obra com a Igreja. Embora conhecida desde o princípio nas gerações daqueles que temiam ao Senhor Deus e aguardavam a manifestação da Sua salvação, a natureza e os privilégios da Igreja manifestaram-se plenamente através do Evangelho – isto é, com a vinda de Cristo a este mundo. Mais do que um grupo de pessoas que seguem a Cristo como Mestre, a Igreja é um organismo que participa da Sua própria vida e virtude por ter comunhão e formar com Ele uma unidade, de modo que, através dela, Cristo Jesus se faz tão, ou mais presente neste mundo atualmente do que nos dias da Sua carne. 

I – PREVISÃO DA UNIÃO DE CRISTO COM A IGREJA Para compreendermos a relação especial entre Cristo e a Igreja, é necessário primeiro conhecer as origens do povo de Deus e o que as Escrituras preveem a seu respeito – onde veremos que tanto no primeiro como no segundo aspecto essa relação entre Cristo e a Igreja havia sido prefigurada de diferentes maneiras. O propósito de Deus de formar para Si uma igreja – isto é, uma congregação – remonta ao princípio, quando Ele formou o primeiro casal à Sua imagem e semelhança para que homem e mulher, multiplicando-se e enchendo a terra, constituíssem uma espécie única de seres piedosos (Gn 1.26-28; Ml 2.15; At 17.26-27). Mas é por ocasião da Queda que se manifesta uma primeira figura da relação entre Cristo e a Igreja, na medida em que, do pecado de um único indivíduo, Adão, resultou o juízo de morte para toda a espécie humana que dele procederia; do mesmo modo que, da justiça de um único indivíduo, Jesus Cristo, resultaria a graça da vida eterna para todos os que n’Ele cressem. Deste modo, enquanto em Adão a humanidade falhou, aqueles que pela fé são reunidos a Cristo constituem uma nova humanidade, uma geração santa, justa e piedosa (Gn 5.1-3; Rm 5.12-14, 15, 19; Ef 4.20-24). Consideremos ainda como a união de Cristo com a Igreja é prevista na promessa que Deus fez a Abraão de abençoar todas as famílias da terra nele e na sua semente – o que, conforme explicado por Paulo, diz respeito tanto à relação da Igreja com o patriarca por imitar a sua fé; como também à relação da Igreja com Cristo, que é o descendente a quem foi feita esta promessa, e da qual participamos porque, através dessa mesma fé, somos identificados com Ele e revestidos d’Ele, formando com Cristo Jesus um só corpo (Gn 12.1-3; Gl 3.6-9, 16, 26-29). E mesmo o povo de Israel, embora fosse descendência de Abraão e tenha sido consagrado como a igreja de Deus sob a dispensação da lei e do primeiro concerto, não escapou a esse princípio, pois nem todo israelita tinha de fato a fé de Abraão e, portanto, não era seu filho em verdade; de modo que a união plena de que falamos, com seus privilégios e bênçãos, só poderia ser alcançada em Cristo, quando o povo de Deus abandonaria o estágio rudimentar das sombras e figuras de uma identidade nacional para alcançar a plena maturidade de filhos pela fé (Rm 9.6-8; Gl 4.1-7). Aliás, o fracasso e a rebeldia contumaz de Israel tanto evidenciaram, ainda naqueles dias, a realidade de que apenas um remanescente seria salvo, como permitiram aos profetas vislumbrar a glória da comunhão com Deus à qual o Messias restauraria o Seu povo. Dentre as várias figuras empregadas para descrever o quanto os israelitas haviam sido infiéis, e o quanto Deus, não obstante os castigos necessários para corrigi-los, permaneceria fiel ao Seu bom propósito de introduzi-los nessa comunhão gloriosa; sem dúvida a mais conhecida é a do casamento entre Deus e o Seu povo. Apesar de Israel ter se comportado como uma mulher adúltera, dissipando com deuses estranhos todos os bens e privilégios que havia recebido de Deus, como um esposo que ainda ama a mulher de sua mocidade, Deus não apenas estava disposto a recebê-lo de volta, mas de fato o faria, depois de castigá-lo, expurgar do meio dele os impenitentes e converter o remanescente, confirmando e selando para sempre Sua comunhão com o povo eleito (Os 2.1-4, 13-17; Ez 16.58-63; Jr 3.1; Is 54.1-5). 

II – A CONSUMAÇÃO DA UNIÃO DE CRISTO COM A IGREJA Com a proclamação do Evangelho de que o reino dos céus havia chegado, a espera do povo de Deus por aqu’Ele que foi coroado para regê-lo – o Messias – chega ao fim e, conforme a profecia constante da leitura bíblica, a união entre ambos, tipificada na figura do casamento, pode se realizar. O reino dos céus é representado então como uma festa nupcial – um banquete celebrando a união do Rei com a Sua esposa real. E, embora a ausência de Cristo entre Sua ascensão ao céu e Sua vinda no último dia signifique que os convidados deverão se entristecer por um pouco de tempo, ou que as virgens deverão tosquenejar durante a noite, as bodas não mais se encerrarão. O convite continuará sendo feito a todos que ainda não entraram, e naquele dia as bodas atingirão o seu momento de maior júbilo e exultação, quando a igreja dos justos aperfeiçoados se apresentará qual esposa devidamente adornada, conservada de toda mancha, para celebrar sua união com Cristo por toda a eternidade (Jo 3.29; Mt 9.14-15; 22.1-14; 25.1-13; Ap 19.7-9; 22.17). Certamente foi através do Seu sacrifício na cruz que a união entre Cristo e a Igreja – ou, do casamento entre ambos – se consumou, pois foi ali que Ele demonstrou o Seu amor por ela, entregando Sua vida, derramando Seu sangue, para resgatá-la e assegurar que, naquele dia, ela possa se apresentar perante Ele pura e incontaminada – qual esposa gloriosa, sem ruga nem mácula. Notemos que, da consciência de que Cristo Jesus morreu por nossos pecados é que nos resulta a paz, a alegria e a entrada em plena comunhão com Deus – que constituem o verdadeiro banquete do reino dos céus (Ef 5.25-27; Jo 3.16; Rm 5.8-10, 11; Ef 2.13-16; cf. Rm 14.17). Vale lembrar também a analogia entre a Igreja e Sara – assim como esta era mulher legítima de Abraão, tendo dado ao patriarca um filho que herdaria as promessas; a Igreja também, como esposa de Cristo, gera filhos livres da servidão da lei e do pecado, aptos a herdarem, juntamente com Cristo, as promessas (Gl 4.26-31). 

III – CONSEQUÊNCIAS DA UNIÃO DE CRISTO COM A IGREJA Como todas as demais coisas, e excetuando-se o próprio Deus, a Igreja foi submetida ao senhorio de Cristo, ainda que essa submissão se opere em voluntariedade e amor, resultando daí a comunhão entre ambos, completando-se como um só corpo, do qual Cristo é a cabeça e a Igreja os membros (Ef 5.22-24; 1 Co 12.12-14). Isto significa que Cristo não apenas está presente com a Sua igreja neste mundo, mas, através da Sua igreja, Ele mesmo operando a Sua vontade através dos membros do Seu corpo, na medida em que estes se aperfeiçoam na unidade do Espírito (Ef 4.10-16; Jo 15.4-5; 1 Jo 5.14-15). Reciprocamente, por formar um corpo com o seu Salvador, a Igreja está presente com Cristo nas regiões celestiais, onde também está assentada e participando dos privilégios e de todas as bênçãos do reino, tendo todas as coisas sujeitas aos seus pés (Ef 1.22-23; 2.1-7; Cl 3.1-3; 1 Co 15.54-57). 

CONCLUSÃO Como povo escolhido desde a eternidade para testemunhar a graça de Deus e participar do Seu eterno e imutável propósito de resgatar os homens do pecado e dar-lhes a vida eterna, a Igreja é um fruto glorioso da obra de Cristo, um prêmio que Ele contemplou na eternidade e, amando-a com o mesmo amor com que o Pai a amou, entregou a Sua própria vida para salvá-la e conceder-lhe participar conSigo da Sua bem-aventurada glória por toda a eternidade.  

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22 novembro 2024

008-O Reino e o Senhorio de Cristo - Cristologia Lição 08[Pr Afonso Chaves]21nov2024

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LIÇÃO 8

O REINO E O SENHORIO DE CRISTO 

TEXTO ÁUREO: “O SENHOR reina; está vestido de majestade; o SENHOR se revestiu e cingiu de fortaleza; o mundo também está firmado e não poderá vacilar.” (Salmo 93.1) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 2.1-12 

INTRODUÇÃO Nas últimas lições, estudamos como Cristo Jesus cumpriu a vontade de Deus ao se fazer homem e humilhar-se a si mesmo até a morte, e como por esta causa foi exaltado soberanamente acima de toda a criação. E, uma vez que já consideramos as implicações destes acontecimentos para o Seu exercício do ofício sacerdotal na presença de Deus, somos levados agora a refletir sobre o que significa a Sua entronização – isto é, o fato de Cristo ter assentado no trono de glória do reino de Deus. Veremos como o reinado de Cristo havia sido vislumbrado na profecia, como se manifestou, quais são suas implicações para o presente e como cumprirá todos os desígnios de Deus para esta criação. 

I – A PREVISÃO DO REINO DE CRISTO O reino de Deus é uma realidade presente desde o princípio da criação, uma vez que o Criador dos céus e da terra, e de tudo o que neles há, possui o direito de dispor de todas as coisas conforme Lhe apraz, e assim o fez ao longo de toda a história a fim de cumprir os Seus desígnios, e ninguém jamais pode se opor ou resistir à Sua vontade. Portanto, Ele é justamente celebrado como o Rei dos reis, cujo domínio se estende até os confins dos céus e da terra e dura de geração em geração, eternamente (Sl 47.7-8; 74.12; 145.13; 146.10). Mas, ao mesmo tempo, a revelação profética pouco a pouco vai desvendando o propósito de Deus, formulado antes da criação do mundo, de outorgar esse reino àquele que, tendo nascido de mulher, da descendência de Abraão e na tribo de Judá, foi escolhido e ungido para, através de um reinado de justiça e verdade, sujeitar e conquistar de volta para Deus todas as nações que haviam se separado d’Ele pela transgressão, e exercer a Sua ira contra aqueles que se resistissem à Sua autoridade real (Gn 22.16-18; 49.10; Nm 24.17-19; 1 Sm 2.10; Sl 2). Embora a instituição da monarquia em Israel tenha ocorrido em circunstâncias que revelavam mais a avidez do povo em ter um líder humano para governá-los assim como o tinham as demais nações, esquecendo-se eles de que o próprio Deus os governava; a eleição de Davi e as promessas firmadas por Deus em relação à sua linhagem confirmaram o caráter real da obra messiânica, na medida em que a descendência de Davi jamais seria privada do trono, mas reinaria eternamente sobre Israel (2 Sm 7.8-16; 23.3-5). E, por esta causa, os profetas não apenas anunciam o Messias como filho ou descendente de Davi, mas como o próprio Davi, o reinado do filho de Jessé prefigurando, em diversos aspectos, a prosperidade, paz, vitória e benção que acompanhariam ainda mais abundante e perpetuamente o reinado messiânico (Sl 89.3-4, 19-20; Ez 34.23-24). Notemos que mesmo o fato de nem todos os descendentes de Davi que se assentaram sobre o trono terem sido reis justos não ofuscou a promessa divina, mas antes serviu para privar os indignos da coroa e reservá-la para o tempo em que seria entregue àqu’Ele a quem pertence por direito (Is 7.14-16; Ez 21.25-27). Esse revés na casa de Davi também fortalecia a perspectiva de que a manifestação do reino messiânico traria em si um sinal de contradição para os incrédulos dentre os judeus: do mesmo modo que o próprio Davi fora conduzido ao trono humildemente, não por força nem por violência; assim também Cristo ascenderia ao trono a partir de um ramo da linhagem real que, embora legítimo, havia sido grandemente humilhado em razão do cativeiro babilônico, a ponto de cair no desprezo das gerações seguintes (Jr 52.31-34; Ag 2.23). E acrescentemos ainda que o reino do Messias seria também um sinal de contradição para os incrédulos dentre os gentios, pois, começando sem aparência nem relação com os reinos deste mundo – qual pedra rústica cortada sem ferramentas – tornar-se-ia cada vez mais poderoso, qual grande monte – de fato, o maior dos montes – até dominar toda a terra e destruir os reinos dos homens (Dn 2.34-35, 44-45; Is 2.1-4). 

II – A CHEGADA DO REINO DE DEUS EM CRISTO A maioria dos judeus esperava que a manifestação do reino de Deus inauguraria uma nova era tanto para eles como para os gentios, na qual Israel seria restaurado como reino e os demais povos seriam subjugados por um Messias guerreiro, político e glorioso. Muitos daqueles que interrogavam a Jesus esperavam o reino de Deus sob esse aspecto material, e mesmo os discípulos alimentaram por muito tempo a esperança de que Ele manifestaria a glória do Seu reino antes do fim (Mt 20.20-21; 24.1- 3; At 1.6-7). O reino de Deus havia realmente chegado, mas não com aparência exterior nem apelando aos sentidos físicos – para contradição das expectativas da maioria – e sim para a fé daqueles que ouviam a boa nova: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15; cf. Lc 17.20-21). Chegara inaugurando uma nova ordem de coisas, não na subversão da ordem política ou mesmo religiosa do seu tempo, mas subvertendo a forma como os homens entendiam sua relação com Deus, incutindo em seus corações a consciência do pecado frente à justiça e santidade divina, e a necessidade de arrependimento e conversão – isto é, o abandono do pecado e a prática da virtude, da obediência – para se entrar, não em um reino terreno, mas na própria vida eterna (Mt 3.1-10; 5.17-20; 6.33; 7.13-14). 

III – A MANIFESTAÇÃO DO REINO DE CRISTO Não obstante seu aspecto espiritual e eterno, bem como presente, o reino de Deus anunciado em Cristo Jesus também pode ser considerado sob o aspecto posterior da sua manifestação após a ressurreição e, depois, na consumação dos séculos. Já consideramos, na lição passada, a importância da ressurreição como solene declaração de Deus acerca do reinado de Cristo sobre as nações e que, tendo sido recebido no alto e se assentado em Seu trono de glória, ali aguardará até que todos os Seus inimigos sejam colocados debaixo de Seus pés. Isto significa que Cristo recebeu todo o poder e direito para reivindicar os reinos e nações da terra, tanto por constituírem herança do Pai como despojo de Sua vitória contra Satanás; e que o evangelho é a boa nova de que o jugo do reino das trevas foi quebrado de sobre os povos (Mt 12.28-29; 28.18-20; cf. 24.14; Ap 12.10-12). Por sua vez, não podemos negar que o reino de Deus ainda se reserva a uma manifestação futura em vista da qual Cristo exorta diversas vezes Seus ouvintes sobre as implicações eternas de suas ações ou atitudes no reino de Deus presente. Assim, embora o convite para entrar no reino seja feito a muitos hoje, e muitos até mesmo o aceitem e se considerem dentro dele, chegará o tempo em que o reino se manifestará na sua plenitude, revelando os corações daqueles que se fizeram indignos de permanecer nele, e então serão lançados fora para sempre (Mt 7.21-23; 8.11-12; 22.1-14; 24.45-51; 25.29-30). Deste modo, o acesso ao reino de Deus no presente proporciona ao homem uma oportunidade de preparação e de fazer-se como que digno do reino a se manifestar na eternidade, na vinda de Jesus e no dia do juizo (Mt 13.24-30, 36-43, 47-50; cf. 2 Tm 4.1-2). 

CONCLUSÃO Tão certo como Cristo é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e Seu domínio é para sempre, assim também nós, se permanecermos com Ele, venceremos este mundo e com Ele reinaremos eternamente em glória.

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16 novembro 2024

007-A Ressurreição de Cristo - Cristologia Lição 07[Pr Afonso Chaves]15nov2024

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LIÇÃO 7 

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO 

TEXTO ÁUREO: “Como também está escrito no Salmo segundo: Meu filho és tu; hoje te gerei. E que o ressuscitaria dos mortos, para nunca mais tornar à corrupção, disse-o assim: As santas e fiéis bênçãos de Davi vos darei. Pelo que também em outro Salmo diz: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção.” (Atos 13.33-35) 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 15.1-8 

INTRODUÇÃO Após termos estudado a morte de Cristo Jesus à luz do ensino bíblico, e considerarmos a previsão, as circunstâncias e consequências deste evento, faremos o mesmo em relação à Sua ressurreição. E isto não apenas porque ambos os eventos estão histórica e cronologicamente relacionados, mas porque a ressurreição de Cristo é a prova inconteste da Sua divindade, isto é, de que Ele é o Filho de Deus. E, representando Sua vitória sobre a morte, a ressurreição de Cristo é a garantia de que o Seu sacrifício permanecerá para sempre como uma oferta eficaz e suficiente para assegurar a nossa propiciação diante de Deus e, eventualmente, nossa própria ressurreição. 

I – A PREVISÃO DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO As previsões e prefigurações da ressurreição de Cristo podem ser encontradas em tantas passagens das Escrituras quantas são aquelas que apontam para a Sua morte. Isto porque, sendo a obra de Cristo salvar os homens não apenas dos seus pecados, mas da própria morte que sobre eles reinava, era necessário que tanto Ele morresse para expiar os pecados, como ressuscitasse para aniquilar a morte. Assim, na promessa de que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente podemos apontar a previsão implícita da vitória de Cristo sobre o diabo, tanto ao morrer na cruz, como também ao ressuscitar, pois aí demonstrou que a morte – e, portanto, o diabo – não tinha poder sobre ele (Sl 16.8-10; At 2.24-27, 30-31). Do mesmo modo o profeta Isaías, depois de anunciar os sofrimentos que sobreviriam ao Servo do Senhor, pelos quais derramaria a Sua alma na morte e assim seria cortado da terra dos viventes; acrescenta uma previsão da Sua ressurreição gloriosa, pela qual Ele contemplaria e se alegraria sobre as nações da terra cujos pecadores, perdoados e justificados, ser-lhe-iam entregues qual grande despojo a um rei triunfante em batalha (Is 53.10-12; Sl 2.6-8; cf. At 13.32-34). Consideremos ainda que, sob o aspecto da Sua glorificação como rei das nações, ou rei dos reis, seria através da ressurreição que o Cristo, tendo sido rejeitado pelo mundo e pelo Seu próprio povo, e entregue para ser morto, seria sumamente engrandecido e glorificado, sentando-se à destra de Deus, de onde contemplaria aqueles que O rejeitaram serem completamente destruídos (Sl 118.22-23; At 4.10-12). Já estudamos também que os sacrifícios que se ofereciam segundo a lei prefiguravam a morte de Cristo; agora, podemos completar a análise da representação profética e simbólica do culto levítico apontando como o sacerdócio prefigurava a Sua ressurreição. Ora, a ineficácia do sacerdócio araônico não se devia apenas à natureza e repetição dos sacrifícios de animais, mas também ao fato de os sacerdotes constituídos pela lei serem impedidos de permanecer para sempre por serem também pecadores, sujeitos à morte. Convinha-nos, portanto, além de um sacrifício perfeito e suficiente, um sacerdote que, pela virtude de uma vida incorruptível, permanecesse para sempre diante de Deus intercedendo em nosso favor. Somente Cristo poderia ser um sacerdote dessa ordem, tanto em razão da Sua natureza divina, excelsa, pura e perfeita, como em razão da promessa: “Tu és sacerdote eternamente” – o que só poderia se cumprir se, depois de oferecer Sua vida em sacrifício, Ele ressuscitasse dos mortos (Sl 110.1-10; Hb 7.23-28). 

II – CIRCUNSTÂNCIAS DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO Assim como a morte de Cristo foi acompanhada por diversos sinais, do mesmo modo Sua ressurreição ocorreu em circunstâncias testemunhadas por centenas de pessoas e que provam, de forma inequívoca, que o mesmo Jesus que havia padecido na cruz e sido sepultado verdadeiramente havia ressuscitado dentre os mortos. Consideremos as evidências da ressurreição testemunhadas no próprio local em que o Senhor havia sido sepultado: ali, os soldados romanos foram os primeiros a testemunhar a intervenção poderosa dos anjos que removeram a pedra da entrada do sepulcro de modo tão inequívoco que, assombrados, voltaram aos líderes dos judeus e relataram o que haviam visto, e só puderam ser calados por meio do suborno. Por sua vez, às mulheres que foram ao sepulcro pela manhã os mesmos anjos testificaram da ressurreição de Jesus, indicando o local, agora vazio, onde jazia o Seu corpo (Mt 28.1-8, 11-15; Lc 24.1-8). A este testemunho acrescenta-se o de Pedro e João que, informados pelas mulheres, correram até o sepulcro e também constataram que estava vazio (Lc 24.12; Jo 20.1-8). Ao que indicam os evangelhos, as mulheres também foram as primeiras a verem o Senhor Jesus ressuscitado e, em particular, Ele se apresentou a Maria Madalena (Mt 28.9-10; Jo 20.11-18); depois, aos discípulos no caminho de Emaús e, em seguida ou talvez um pouco antes, a Pedro; finalmente, apresentou-se também aos onze, cuja incredulidade diante dos relatos anteriores manteve-se mesmo quando O viram com os seus próprios olhos. Assim, foi necessário primeiro demonstrar, com muitas e infalíveis provas, que Jesus havia de fato ressuscitado, para poder então, no período de quarenta dias que se seguiu, tratar das coisas pertencentes ao reino dos céus (Mc 16.14; Lc 24.36-43). Depois disso, Ele ainda apareceu a muitos outros, não apenas dentre os apóstolos, mas dentre a multidão dos primeiros discípulos, seja antes de subir ao céu, seja depois – como no caso de Paulo (At 9.1-5). 

III – CONSEQÜÊNCIAS DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO Com a ressurreição, cumpre-se tudo aquilo que as Escrituras haviam predito a respeito de Cristo, no sentido de que aos Seus sofrimentos se seguiria Sua glorificação. A ressurreição era o princípio da Sua entrada na glória celestial, que se completou ao cabo de quarenta dias, quando o Senhor Jesus ascendeu aos céus perante os olhos dos discípulos e, pouco depois, como sinal de que havia assumido Seu lugar à destra do Pai, derramou o Espírito Santo, como havia prometido (Lc 24.44-49; Mc 16.19; At 1.4-8; 2.33-36). Estêvão O viu em pé na Sua glória (At 7.55-56) e todo o olho ainda O verá, quando na mesma glória vier, na consumação dos séculos, para julgar as nações (Mt 25.31, 34; Ap 1.7). A ressurreição de Cristo, portanto, é o fundamento para a pregação do evangelho a todas as nações, pois através dela Deus anunciou a toda a criação que constituiu seu Filho como Rei, entregando-Lhe todo o poder e domínio nos céus e na terra, e que todos devem a Ele se submeter, ou do contrário terão de sofrer a Sua ira, pois certamente todos os Seus inimigos serão colocados debaixo de Seus pés, inclusive a morte (Mt 28.16-20; At 3.19-23; cf. Sl 2.9-10; 1 Co 15.24-26). 

CONCLUSÃO Assim como a ressurreição de Cristo é prova de que Ele não foi vencido pela morte, mas antes a venceu na cruz; do mesmo modo podemos ter a certeza de que a morte também não terá domínio sobre nós, e que do mesmo modo ressuscitaremos, desde que morramos com Ele e como Ele todos os dias, enquanto vivermos esta vida.

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06 novembro 2024

006-A morte de Cristo - Cristologia Lição 06{Pr Afonso Chaves]06nov2024


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LIÇÃO 6 

A MORTE DE CRISTO 

TEXTO ÁUREO: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28) 

LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 53.1-12 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje, veremos como a morte de Cristo, tendo sido planejada por Deus na eternidade, foi anunciada e seu significado ilustrado de antemão nas Escrituras Sagradas. Veremos como o próprio Jesus advertiu Seus discípulos de que era necessário que Ele padecesse e como todas as circunstâncias da Sua morte se cumpriram em conformidade com a vontade de Deus. E, por fim, consideraremos os sinais que acompanharam a morte de Cristo, e como apontavam para as importantes e eternas consequências do seu sacrifício no tratar de Deus com o seu povo. 

I – A PREVISÃO DA MORTE DE CRISTO Encontramos a primeira indicação da morte de Cristo na palavra de Deus declarada logo após a Queda, de que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente – o que, conforme estudamos em lição anterior, significa que o Salvador dos homens se faria carne como eles e, nesta condição, os resgataria do poder do pecado e da morte, assim vencendo Satanás para sempre (Hb 2.14-15). Contudo, esta vitória viria a um preço: a serpente teria sua cabeça esmagada, mas picaria o calcanhar da semente da mulher – o que pode ser considerado insignificante, tendo em vista que, através da morte de Cristo, se manifestaria o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (1 Co 1.18). Mas, por outro lado, denota também que, embora ordenada pelo sábio e eterno conselho de Deus, a morte de Cristo constitui, do ponto de vista moral e histórico, uma injustiça perpetrada contra o justo e santo Filho de Deus, tendo como causa imediata a decisão e obra dos homens ímpios e pecadores em cujas mãos Cristo foi entregue – esses homens, por sua vez, sendo instigados por Satanás (At 2.22-23; 3.14-15; cf. Lc 22.52-53; Jo 8.39-44; 14.30). A esta primeira referência podemos acrescentar que a morte de Cristo também foi prefigurada nos sacrifícios realizados sob a antiga dispensação. De fato, essas ofertas de sangue subiam como cheiro suave diante de Deus porque através delas o ofertante tanto reconhecia que o pecado só podia ser reparado por meio da morte – em outras palavras, expiado com sangue; como também apelava à misericórdia de Deus para que aceitasse uma vítima inocente em seu lugar (Ez 18.4; Lv 17.11; cf. Gn 4.4). Contudo, a repetição desses sacrifícios sob a antiga dispensação era um testemunho da sua ineficácia, bem como da necessidade de um melhor sacrifício, para o qual homem algum poderia prover o cordeiro, senão o próprio Deus (Gn 22.7-8, 13-14; Jo 1.29). Cristo, portanto, ao unir Sua excelência divina à carne humana, cumpriu a vontade de Deus, desde o princípio revelada, antes da fundação do mundo definida, de que Ele fosse a vítima perfeita para que, do Seu sacrifício resultasse a eterna redenção dos homens (Jo 6.51; Hb 9.11-15; 10.1-10; cf. Is 53.4-8; 1 Pe 1.17-21; Ap 13.8). Assim que, plenamente consciente de que havia vindo a este mundo para morrer pelos pecadores, o próprio Jesus sempre expressou Sua expectativa em relação a esta hora e, embora se angustiasse com a sua proximidade, venceu aquilo que temia pela perspectiva de que esta era a vontade do Pai e que, consumada a obra, Ele seria sumamente glorificado (Mt 20.27-28; 26.38-39; cf. Jo 12.23-28; Hb 12.1-3). E, mesmo sabendo que eram incapazes de compreender como o Rei de Israel poderia padecer sob os Seus opositores, o Mestre advertiu Seus discípulos de antemão e com maior freqüência na medida em que chegava a Sua hora, para que, quando tudo isso acontecesse, não perdessem a fé naqu’Ele que era a esperança de Israel (Mt 16.21-23; Lc 18.31-34; 24.13-27, 44-45). 

II – CIRCUNSTÂNCIAS DA MORTE DE CRISTO Dentre as circunstâncias envolvendo a morte de Cristo, queremos chamar a atenção novamente para os autores ou agentes imediatos deste que, do ponto de vista moral ou histórico, foi o maior ato de injustiça cometido pelos homens, mas como isto também aconteceu para que se cumprisse a Escritura. Porque o Espírito havia previsto que os judeus, depois de rejeitarem a palavra de Deus falada pelos profetas, rejeitariam o próprio Messias, ainda que sem causa e em flagrante contradição com a sua esperança (Sl 118.22-23; Is 28.16; cf. Mt 22.42-44; 23.34-39; 27.24-25; Jo 15.18, 25). E, entregando-O aos gentios, estes, por sua vez, tratariam o Messias com ainda maior crueldade, zombando de Suas prerrogativas reais, infligindo-Lhe terríveis e dolorosos castigos e, por fim, a morte ignominiosa de um malfeitor (Mt 20.17-19; Mc 15.15-28; cf. Sl 22.1, 6-8, 12-18). E assim, depois de ser cruelmente castigado, o Senhor Jesus levou o próprio madeiro onde, chegando ao Gólgota, foi crucificado e onde, depois de erguido, foi deixado para padecer uma morte lenta e dolorosa, sob a zombaria dos soldados romanos e o desprezo dos judeus. Longe, porém, de repreender ou desejar a condenação de Seus algozes, Cristo manteve-se calado, resignado com a mesma inocência e simplicidade da ovelha muda perante os seus tosquiadores (cf. 1 Pe 2.22-24). Suas últimas palavras, pelo contrário, expressam Sua plena convicção de que tudo estava transcorrendo conforme as Escrituras, de maneira que, ao entender que todas as coisas haviam se cumprido, nada mais restava senão Ele mesmo entregar a Deus aquilo que ninguém mais poderia Lhe tirar – Sua própria vida (Jo 19.28-30; Lc 23.46; cf. Jo 10.18). E assim, ao decidirem quebrar as pernas dos que haviam sido crucificados a fim de adiantar suas mortes, os romanos se surpreenderam ao constatar que Jesus já se achava morto – o que foi confirmado quando um dos soldados transpassou o Seu lado com uma lança e do ferimento saiu sangue e água (Jo 19.31-37; Mc 15.42-44). 

III – CONSEQUÊNCIAS DA MORTE DE CRISTO A morte de Cristo foi acompanhada de diversos sinais visíveis que causaram grande assombro e pesar na multidão que assistia àquele “espetáculo”, pela percepção de que Jesus havia sido condenado à morte injustamente (Lc 23.47-48; cf. At 3.17). Além de confirmarem a palavra dos profetas, esses sinais também testificavam das consequências espirituais e eternas da morte de Cristo. Senão vejamos: houve sinais tanto nos céus – o sol se escurecendo e a terra permanecendo em trevas da hora sexta até a hora nona; como na terra – um grande tremor fendendo pedras e abrindo sepulcros em Jerusalém; ao mesmo tempo em que, na casa de Deus, o véu que separava o lugar santíssimo rasgou-se de alto a baixo, literalmente expondo e deixando livre o acesso à presença de Deus, ali representada pela arca da aliança e o propiciatório entalhado com os querubins da glória (Mt 27.45-53; Mc 15.33-38; Lc 23.44-45). Considerados no seu conjunto, esses sinais indicam claramente uma mudança extraordinária na ordem das coisas espirituais e no tratar de Deus com o seu povo; uma mudança que já havia sido experimentada quando da instituição do primeiro concerto, quando então Deus se dirigiu a Israel desde o monte Sinai, com grande comoção na terra. Mas, desta vez, toda a ordem da criação (os céus e a terra) foram abalados, pois, através da morte de Cristo, Deus trouxe não apenas Israel, mas todas as nações, até a sua presença, entregando-lhes o reino dos céus e assim enchendo toda a sua casa de glória (Ag 2.6-9; Hb 12.18-29). 

CONCLUSÃO A morte de Cristo sem dúvida foi o acontecimento mais importante de toda a história do universo, para ela convergindo todas as profecias do passado, e dela testificando Deus tanto nos céus como na terra, pois através dela foi determinado o destino eterno dos homens e de toda a criação.

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01 novembro 2024

005-O Ministério terreno de Cristo- Cristologia Lição 05[Pr Afonso Chaves]29out2024

 

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LIÇÃO 5 

O MINISTÉRIO TERRENO DE CRISTO 

TEXTO ÁUREO: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.” (Atos 10.38) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 4.12-25 

INTRODUÇÃO Quando se fala no ministério terreno de Cristo, geralmente o que se tem em mente é aquilo que Jesus disse e operou publicamente, no período compreendido entre o Seu batismo e a Sua prisão. É verdade que esse período não inclui o Seu sacrifício em resgate de muitos – isto é, a consumação da obra que devia realizar na carne. Mas é na pregação, no ensino e nos milagres de Jesus que encontraremos o cumprimento de muitas profecias messiânicas e os sinais de que Ele havia sido ungido por Deus para salvar o Seu povo dos seus pecados. 

I – O BATISMO E O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE CRISTO Os primeiros sinais de que JESUS é o Cristo podem ser identificados já na Sua concepção miraculosa no ventre da virgem, que tanto foi anunciada pelo anjo a Maria, como depois revelada a José, Isabel e Zacarias. Em seguida, no Seu nascimento, proclamado pelos anjos aos pastores de Belém, sinalizado aos magos do Oriente, e revelado também a Simeão e Ana. Mesmo o perverso rei Herodes chegou ao conhecimento do fato e, pelo temor de perder o seu trono para o Rei dos judeus que havia nascido, ordenou a matança das crianças de Belém – o que levou à fuga do menino Jesus com Seus pais para o Egito, e somente com a morte do déspota pode Ele voltar à terra de Israel. Todos esses sinais, contudo, parecem não ter causado grande impacto sobre os judeus, de maneira que, voltando Jesus para Nazaré e ali vivendo até os dias da Sua manifestação pública a Israel, ninguém O conhecia por Sua relação com aqueles eventos. Sem dúvida, ficaram guardados no coração de Maria para depois serem transmitidos aos evangelistas, assim como qualquer outra indicação que Jesus havia dado, na Sua infância ou juventude, de que Ele era o Cristo (Mt 2.19-23; 13.54-58; cf. Lc 3.39-52). Na verdade, para que pudesse se manifestar a Israel, o Messias precisava ser precedido por um precursor – um arauto que reuniria o povo pela sua pregação, convertendo-o e preparando-o para que, quando Ele se manifestasse, pudesse apontá-lo para todos (Is 40.3-9; Ml 3.1; 4.5-6; Lc 1.16-17, 76-69). Por esta causa João batizava com água, como um sinal de arrependimento e, ao mesmo tempo, de esperança para aqueles que criam na sua mensagem, de que seriam batizados por Cristo com o Espírito Santo. Em outras palavras, muitos judeus foram preparados por João para crer, através dele, que Jesus é o Cristo. E, embora soubesse claramente que ele mesmo não era o Cristo, e não O conhecesse até que o próprio Deus o revelou no momento em que Jesus veio até ele para ser batizado; desde então o Batista foi inequívoco em seu testemunho, direcionando a multidão dos que criam para Cristo (Mt 3.1-3, 11- 12; Jo 1.6-8, 19-27, 29-34; 3.28-30). Ao ser batizado, Jesus demonstrou Sua submissão voluntária à vontade de Deus, pois, ao ser objetado por João – e com razão – de que era Ele quem deveria batizar, e não ser batizado, Cristo respondeu: “Deixa por agora, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”. Com estas palavras, Jesus queria dizer que, de fato, não precisava ser batizado (pois não tinha pecados de que se arrepender); mas, ao mesmo tempo, Ele veio ao mundo para “aprender a obediência” – isto é, obedecer a Deus na carne, o que implicava em atender a tudo aquilo que a justiça divina demandava dos homens nascidos sob a Lei (Gl 4.4-5; cf. Lc 7.28-30). E, provando assim o Seu amor pela justiça de Deus na submissão ao batismo, Jesus recebe um testemunho público da parte do Pai, de que era aquele que havia sido ungido (o Cristo) com o Espírito de Deus, mais do que qualquer profeta, sacerdote ou rei do passado, para operar a salvação do Seu povo (Mt 3.13-17; Hb 1.9; Jo 3.31-34; cf. Lc 4.16-21; Is 42.1-4).

II – A PREGAÇÃO E O ENSINO DE CRISTO Como relata o texto da leitura bíblica, desde o início do Seu ministério, Jesus fazia uso constante da palavra para pregar: “Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus”. A mensagem era a mesma anunciada por João, inclusive acompanhada pelo batismo em águas daqueles que cressem; isto porque a boa nova a ser proclamada ao povo era uma só desde os dias do Batista: havia chegado a plenitude dos tempos, o tempo de entrar no reino de Deus, mas ficariam de fora aqueles que não renunciassem ao pecado, a si mesmos – em outras palavras, que não se esforçassem para se apropriar da salvação (Jo 3.22-24; Lc 16.16; 17.20-21, 33). A diferença em relação ao ministério de Cristo não está propriamente no conteúdo da mensagem pregada, mas sim no impacto muito maior que causou nos ouvintes, pois, enquanto João fora apenas uma testemunha do reino dos céus, Cristo era aqu’Ele em quem o reino se fazia presente, graças aos sinais que operava (Jo 5.33-36; 10.41-42). Seja nas sinagogas, nas casas ou ao ar livre, a pequenos e a grandes grupos, à multidão que O acompanhava ou aos que se faziam propriamente Seus discípulos, Cristo também ensinava. A mensagem concisa e objetiva da pregação comportava realidades espirituais profundas que Jesus se comprazia em desvendar àqueles que ouvissem de bom grado, especialmente aos Seus discípulos, aos quais também revelava como tudo aquilo que fazia e dizia era cumprimento das Escrituras (Mt 5.17; 16.21; Lc 24.26- 27). Aos que se mostravam incrédulos também ensinava, mas ocultando-lhes o verdadeiro significado da doutrina através de parábolas (Mt 13.10-16; Jo 8.43). Assim, não apenas por conhecer as sagradas letras e seu significado sem tê-las aprendido formalmente, mas através da autoridade incomparável e da verdade inquestionável da Sua doutrina, em perfeita harmonia com a Lei e os Profetas, Jesus demonstrou ter sido enviado pelo Pai, e causou tanto surpresa e admiração como silenciosa indignação daqueles que eram incapazes de contradizê-l’O (Mt 7.28-29; 22.46; Jo 7.15-17). 

III – OS MILAGRES DE CRISTO Cristo realizou durante o Seu ministério inúmeras obras extraordinárias, sobrenaturais – milagres que somente Deus poderia operar e que testificavam, portanto, que o reino dos céus havia chegado. Destas obras resultavam benefícios tão maravilhosos e de outro modo inalcançáveis por aqueles que eram agraciados que, de fato, através dos milagres, Cristo salvou a muitos. Seja curando os enfermos, libertando os oprimidos do diabo, ressuscitando os mortos, provendo necessidades materiais, livrando de perigos, Jesus provou ser o Cristo, pois aquele que pode salvar o homem do pecado e da morte eterna também se interessa e pode prover o seu bem estar físico ou material (Mt 8.16-17; 9.1-8; Jo 20.30-31; 21.25). Através dos milagres, muitos passaram a crer n’Ele, enquanto outros, mesmo crendo sem terem visto milagres, foram corroborados na fé ao testemunharem o poder de Deus (Mt 8.5-13; 15.21-28). Por outro lado, aqueles que se mantiveram incrédulos mesmo vendo os sinais que Cristo fazia, ou se entregaram a criticar ou injuriar Seus milagres, fizeram-se pecadores irremediáveis, que não escaparão à condenação eterna (Mt 11.20-24; 12.22-32; Jo 15.22-25). 

CONCLUSÃO O ministério de Cristo consistia em pregação, ensino e milagres porque esses três aspectos se complementam perfeitamente, formando um testemunho claro, consistente e poderoso de que Deus verdadeiramente veio até nós para nos salvar. E cabe à igreja continuar o ministério de Cristo nesses aspectos, pois, tendo consumado a obra que o Pai lhe confiara, o Senhor Jesus nos deixou a missão de pregar, ensinar, fazer discípulos e esperar que os sinais sigam àqueles que crerem. 

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25 outubro 2024

004-A Humanidade de Cristo - Cristologia Lição 04[Pr Afonso Chaves]24out2024

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LIÇÃO 4 

A HUMANIDADE DE CRISTO 

TEXTO ÁUREO: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”. (João 1.14) 

LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 2.1-18 

INTRODUÇÃO Enquanto na lição anterior aprendemos que a divindade de Cristo é um elemento fundamental da doutrina evangélica, desta vez entenderemos como a sua humanidade é igualmente importante, ambas estas verdades sendo ensinadas pelas Escrituras Sagradas para que tenhamos uma correta compreensão acerca da pessoa e obra de nosso Senhor e Salvador Jesus. Tão certo como é o Filho de Deus, Cristo também é o Filho do homem, pois, sendo igual a Deus, humilhou-se e se fez semelhante a nós, a fim de nos resgatar e nos levar de volta à divindade. 

I – A NECESSIDADE DA HUMANIDADE DE CRISTO Uma das características do Messias mais presentes nas profecias a Seu respeito é a sua humanidade. Nunca afirmada com o objetivo de limitar ou excluir Sua divindade, a linhagem (isto é, a ancestralidade ou origem) humana do Salvador faz parte da primeira promessa deixada ao homem após a Queda; e a esta primeira indicação se seguiriam outras, ao longo dos tempos, de que este descendente da mulher seria mais precisamente descendente de Abraão, e depois de Judá, e depois ainda de Davi. E, embora a divindade do Salvador fosse motivo de controvérsia e escândalo para muitos judeus, nenhum deles duvidava de que somente um homem cuja genealogia pudesse ser reconstituída através de Davi, Judá, Abraão e Adão, é que poderia ser verdadeiramente o Messias esperado. Eis por que Mateus e Lucas apresentam a genealogia de Jesus como prova de que Ele é o Cristo; e por que muitos judeus dos tempos de Jesus, incapazes de determinar Sua procedência devido a pormenores da profecia que ignoravam, duvidavam de que Ele fosse o Cristo (cf. Mt 1.1-17; Lc 1.26-27; 3.23-38; cf. Mt 2.4-6; Jo 7.41-42). A humanidade do Salvador não se deve a nenhum “capricho” da divindade; Deus poderia, de fato, ter enviado Cristo a este mundo como enviou diversas vezes os anjos para ministrarem em favor dos escolhidos. Mas não o fez, e isto por um propósito que, tendo se mantido oculto em mistério no passado, agora foi revelado pelo Espírito aos apóstolos e profetas da nova aliança: assim como todas as coisas saíram de Deus por intermédio de Cristo, e por Ele são sustentadas, mas pelo pecado ficaram sujeitas à morte e corrupção; do mesmo modo todas as coisas devem voltar novamente para Deus por intermédio de Cristo, para que Deus seja tudo em todos. No texto da leitura bíblica, o escritor inspirado explica isto à luz do salmo: embora feito um pouco menor do que os anjos, o homem está destinado a uma glória que ainda não se realizou. Cristo, contudo, já está coroado de glória, e isto depois de ter sido feito também menor do que os anjos – o que significa que esta profecia se cumpriu primeiramente n’Ele para depois se cumprir em nós. Aqui vemos a verdade já ressaltada em lições anteriores – de que Cristo deveria se fazer homem por nossa causa, para tornar-se a cabeça de um corpo formado por aqueles que n’Ele creem, para reconduzi-los de volta para Deus (Cl 1.18-20; Ef 1.22-23; 4.4-6; 1 Co 15.24-28). Notemos ainda que, embora Deus tenha se revelado aos homens desde o princípio, mesmo aqueles que eram agraciados com uma comunhão tal que podiam ser chamados amigos de Deus estavam cientes de que a divindade permanecia envolta em um mistério que nem mesmo eles podiam sondar, porquanto nenhuma carne poderia ver Deus face a face e sobreviver. Somente Cristo Jesus removeria este véu, pois, sendo Ele a expressa imagem de Deus, ao se fazer carne tornou-se a habitação corpórea da divindade, revelando-a de um modo tal que muitos não apenas viram com seus próprios olhos, mas também ouviram com os seus próprios ouvidos, e tocaram com suas próprias mãos na vida, graça, verdade e outras excelências de Deus que poucos no passado tiveram o privilégio de contemplar de longe (Nm 12.6-8; Ex 33.18-23; 34.5-7; Jo 1.1, 14, 18; Cl 2.9).

II – A REALIDADE DA HUMANIDADE DE CRISTO Ao afirmar a humanidade de Cristo, a Escritura quer dizer basicamente duas coisas: que o Verbo verdadeiramente se fez carne, e não apenas assumiu uma aparência de humanidade; e que essa carne não era um aspecto temporário, passageiro da divindade, mas o homem Jesus é inseparável de Cristo. Negar ambas estas verdades é o mesmo que negar o Filho e, portanto, o próprio Pai; é obra do anticristo (cf. 1 Jo 2.22-23; 4.2-3). Basta uma leitura franca e sem preconceitos do relato evangélico para perceber que todos os passos da vida terrena de Cristo – seja Sua concepção e nascimento, Sua infância, Seu contato com as multidões, Suas idas e vindas pela Judeia, Samaria e Galiléia, Suas emoções e sensações, Sua prisão e sofrimentos, Sua morte e sepultamento, Sua ressurreição e ascensão – todos são eventos cuja importância está na sua materialidade, ou seja, no fato de que realmente aconteceram e foram testemunhados por muitos; e não em uma aparência ou visão simbólica que somente uns poucos discerniram (Jo 19.34-35; Lc 24.36-43, 48). Somente quando admitimos que Cristo verdadeiramente se fez homem é que podemos entender a Sua humilhação. Primeiro, porque para o Filho de Deus adotar a natureza humana significou despojar-se de Si mesmo – isto é, das prerrogativas da Sua divindade. Ele não deixou de ser Filho de Deus ao vir ao mundo como homem; mas fora privado de receber do mundo, que havia criado, a honra devida ao Filho. E, mesmo se fazendo homem, não foi para sequer ser honrado como homem, mas para se fazer servo de todos, e ser humilhado pelos homens, até a morte (Fp 2.5-8; cf. Is 53.1-3; Jo 1.9-11; Hb 5.8). 

III – A HUMANIDADE DE CRISTO E SUAS IMPLICAÇÕES Não é necessário nos embrenharmos nas muitas discussões que ao longo dos séculos foram suscitadas pela Cristandade a respeito das naturezas, das vontades e aspectos ainda mais sutis da relação entre o humano e o divino na pessoa bendita do Salvador. Mas, nesse sentido, podemos deduzir algumas verdades a partir das Escrituras. A humanidade de Cristo não significa que Ele só passou a existir, ou mesmo a se distinguir do Pai, como Filho, a partir da encarnação. Ele já existia como Deus, que é Espírito; então se fez carne, assumindo forma corpórea para assim entrar neste mundo do mesmo modo que todos os homens (Gl 4.4; cf. Hb 10.5). O fato de Cristo ter sido concebido no ventre da virgem corrobora a realidade da Sua humanidade, que precisou ser gerada ou concebida, não por vontade ou concorrência humana, mas por obra do Espírito Santo. Assim, Ele era tanto o Filho de Deus como também Filho do homem, ou a semente da mulher (Mt 1.18-20; Lc 1.34-35). A concepção virginal de Cristo nos leva a refletir sobre outra característica singular da Sua humanidade: não tendo sido concebido por concorrência humana, Jesus Cristo não herdou a corrupção moral, ou a natureza pecaminosa, que passou naturalmente a todos os filhos de Adão. Isto significa que Jesus foi tentado não porque pudesse ser atraído e enganado por uma concupiscência (ou desejo pelo mal) que jamais habitou em Seu coração puro; mas porque a isto se submeteu, sem cometer pecado, a fim de participar de nossas dores – das quais a maior seria a morte – e assim nos salvar de todas elas (Hb 2.18; 4.15-16; 1 Pe 2.22; cf. Tg 1.13-15). 

CONCLUSÃO Se, por um lado, a divindade de Cristo nos faz lembrar da incomparável e excelente grandeza daqu’Ele que esteve entre nós; por outro lado, Sua humanidade nos lembra que Ele quis nos dar as glórias e riquezas dessa grandeza, para que ficássemos participantes da Sua divindade.

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18 outubro 2024

003-A Divindade de Cristo - Cristologia Lição 03[Pr Afonso Chaves]16out2024

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 LIÇÃO 3 

A DIVINDADE DE CRISTO

TEXTO ÁUREO: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. (Cl 2.9)

LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 1.1-8 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje nos dedicaremos a estudar um dos aspectos mais fundamentais e exclusivos da cristologia bíblica e, por conseguinte, de todo o edifício da doutrina e fé cristã. Não é possível confessar, crer ou anunciar o verdadeiro Cristo sem reconhecer que os méritos infinitos de Sua obra, as excelências incomparáveis da Sua pessoa e a honra, glória e louvor rendidas eternamente ao Seu santo nome são devidas precisamente ao fato de Ele ser uma Pessoa Divina – em outras palavras, o Filho Unigênito de Deus. 

I – A DIVINDADE DE CRISTO NA LEI E NOS PROFETAS São inúmeras as passagens do Antigo Testamento – particularmente dos profetas – que anunciam que a natureza e o caráter do Messias seriam tais que Ele não poderia ser apenas um homem perfeito, mas uma pessoa divina. Assim é que Jesus e os apóstolos retomam muitas dessas passagens tanto para comprovar que as promessas messiânicas haviam se cumprido, como também para elucidar muitos aspectos da natureza e obra do Cristo – dentre eles, a Sua divindade. Na verdade, antes mesmo dos profetas, encontramos nos primeiros registros bíblicos importantes indicações neste sentido, das quais destacamos, por exemplo, o fato de Deus ter deliberado sobre a criação do homem juntamente com “alguém” que não poderia ser uma criatura, mas uma pessoa igualmente poderosa para criar como também perfeita para expressar a imagem de Deus, cuja semelhança foi impressa no homem. Esse “alguém” não era outro senão o Verbo, que estava com Deus no princípio, que era Deus, e que criou todas as coisas – isto é, Cristo Jesus (Gn 1.26-27; Jo 1.1-3; Cl 1.15-16; Hb 1.3). Quando nos voltamos para as profecias de caráter messiânico e sua interpretação, chama-nos a atenção o fato de que um dos argumentos comprobatórios mais contundentes acerca da divindade de Cristo está na afirmação de que Ele seria o Filho de Deus. Não foi a Davi, nem aos anjos, que Deus disse: “Tu és meu Filho”, mas àqu’Ele que provou, pela Sua ressurreição, ser este filho ao qual Deus constituiu Rei sobre toda a criação, e ao qual, portanto, todos devem beijar (isto é, curvar-se em adoração), ou do contrário sofrerão a Sua ira (Sl 2.6-12; At 13.32-33). Sendo todas estas prerrogativas divinas, o Cristo também é chamado propriamente de Deus e Senhor (Sl 110.1; Mt 22.41-45; Hb 1.8-9). E o fato de a Escritura prever que Ele nasceria de mulher, e seria descendente de Davi de modo algum obscurece a Sua filiação divina, nem permite afirmar que o Cristo seria apenas um homem; mas antes nos mostra a maravilha do propósito de Deus, que escolheu manifestar-se pessoalmente a este mundo, de tal modo que a glória da Sua divindade não passaria despercebida aos homens (Is 7.14; 9.6; 40.9; Mt 1.18-23; Lc 1.30-35; Jo 1.14). Consideremos ainda que as Escrituras descrevem a redenção do povo de Deus operada pelo Messias como uma tarefa de proporções que nenhum ser humano jamais seria capaz de realizar. Nenhum homem pode resgatar o seu próximo, primeiro porque cada um deve responder pelos seus próprios pecados; segundo porque, como todas as almas pertencem a Deus, somente Ele tem o direito de resgatá-las (Sl 49.6-8; Ez 18.4, 20; Is 43.3; 54.5). Assim, para operar a redenção do povo de Deus, o Messias deveria não apenas ser puro e inocente, nada devendo à lei, mas também deveria ter o direito de propriedade sobre os homens, para que pudesse como que “comprá-los de volta” do pecado. E ambas as condições são preenchidas por Cristo na medida em que Ele seria uma pessoa divina, para que assim esta obra de redenção – e seus frutos de justiça, consolação e paz – pudessem ser atribuídos à operação do próprio Deus (Is 51.3-5, 9-16; 63.1-6; Ez 34.11, 23).  

II – A DIVINDADE DE CRISTO NOS EVANGELHOS Os evangelistas deixam ainda mais claro aquilo que nos profetas já era uma verdade inequívoca – que o Messias é divino, ou o Filho de Deus. E isso eles fazem de diversas maneiras: seja no relato dos acontecimentos da vida de Jesus, ou nos testemunhos colhidos daqueles que viram e creram nos Seus sinais. Mas é quando analisamos o teor das palavras do próprio Cristo que encontramos os maiores testemunhos da Sua divindade. Primeiro, porque Ele sempre fala do Seu relacionamento com Deus como o de um Filho com o seu Pai, compartilhando de tão profunda comunhão e concordância de vontade que tudo o que Cristo faz ou diz não considera ser propriamente Seu, mas de Deus, de quem havia recebido, e com quem havia aprendido. Assim, ao afirmar ser o Filho de Deus, Jesus queria dizer que era essencialmente igual a Deus, de maneira que somente Um conhecia perfeitamente o Outro, e conhecer a Cristo era o mesmo que conhecer a Deus (Jo 5.16-19; 10.27-30; 14.6-11; cf. Mt 11.25-27). E, embora por um momento tivesse deixado a glória pré-existente dessa comunhão que desfrutava com o Pai, bem sabia Ele que a ela retornaria em breve (Jo 3.12-13; 6.61-62; 16.7, 26-28; 17.4-5). Esta é a razão pela qual Jesus se apresentou ao mundo não apenas como um grande mestre ou profeta, para que outros creiam em Deus através d’Ele; mas antes exortava Seus ouvintes a vir ou crer n’Ele mesmo, porquanto somente n’Ele encontrariam o quanto buscavam e esperavam de Deus para eterna satisfação de suas almas (Jo 5.22-23; 6.35, 39-40; 14.1-3, 20-23; 17.20-23). Dos muitos testemunhos encontrados nos evangelhos, citamos o do próprio Deus, que testificou do Seu amor e propósito de glorificar o Filho (Mt 3.16-17; 17.1-5; Jo 12.28-30); o de João Batista, que testificou da divindade de Cristo ao declarar a precedência e superioridade daqu’Ele que viria após si (Jo 1.6-8, 15, 29-34); dos discípulos que, por sua vez, confessaram ser Jesus o Cristo, o Filho de Deus, Rei de Israel e Senhor, porquanto viram n’Ele a glória divina de uma pessoa cheia de graça e de verdade (Mt 16.13-17; Lc 5.4-8; Jo 1.45-49; 6.68-69; 20.26-29). E, se muitos não viram essa beleza e formosura divina, foi por causa da dureza de seus corações e do seu amor pela glória deste mundo (Jo 1.14; 2.23-25; 12.37-43; cf. Mt 26.63-66). 

III – A DIVINDADE DE CRISTO E SUAS IMPLICAÇÕES Como afirmamos na introdução, não é possível entender a importância de qualquer aspecto da obra de Cristo Jesus apresentado nas Escrituras sem reconhecer a Sua divindade. A essência do Evangelho está no fato de que o próprio Deus, invisível e jamais visto por homem algum, manifestou-se ou foi revelado ao mundo através de Seu Filho, que é a Sua imagem perfeita, não no corpo ou aparência física, mas na forma como a graça, verdade, justiça e vida se expressaram abundantemente através das palavras e obras de Cristo (Cl 1.15; Jo 1.18; cf. 1 Tm 3.16). A pretensão de conhecer ou se achegar a Deus sem Cristo constitui-se, portanto, em idolatria, pois é impossível conceber corretamente o Pai sem a Sua imagem da Sua pessoa expressa no Filho (1 Jo 5.11-13). Isto significa então que a Cristo foram concedidas todas as prerrogativas divinas sobre a criação, como, por exemplo, poder e autoridade nos céus e na terra, para que todos os seres viventes O adorem e confessem o Seu senhorio (Fp 2.9-11; Ap 5.9-14); a exaltação do Seu nome acima de todo o nome, para salvação de todo aquele que o invocar (At 2.16-21, 36 e 38; 4.12); o Seu reinado sobre a criação até que todas as coisas sejam reconciliadas com Deus através d’Ele, e todos os inimigos submetidos aos Seus pés – quando então Cristo entregará o reino ao Pai, para que Deus seja tudo em todos (1 Co 15.24-28). 

CONCLUSÃO As Escrituras são claras em demonstrar a divindade de nosso Senhor e Salvador Jesus, e esta verdade recebemos com grande alegria e satisfação, pois a partir dela temos a certeza de que, tendo o Filho em nossos corações, temos também o amor do Pai, que O enviou e ama aqueles que O amam.

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