24 setembro 2019

013-Os sinais da Ressurreição - Evangelho do Apóstolo João - Lição 13[Pr Afonso Chaves]24set2019



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LIÇÃO 13 
OS SINAIS DA RESSURREIÇÃO 
TEXTO ÁUREO: 
“Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20.29) 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 20.1-18 

INTRODUÇÃO 
Passada a agonia da paixão de nosso Senhor Jesus, que culminou com Sua crucificação e morte no Calvário, chegamos à Sua ressurreição – o momento em que começa a se cumprir a grande alegria de que Ele havia falado aos discípulos, que o mundo jamais poderia lhes tirar. O quarto evangelho dedica seus últimos capítulos a alguns eventos ocorridos durante esse momento final do ministério de Cristo, nunca perdendo de vista o propósito principal de João – apresentar os sinais da glória do Filho de Deus. 

I – JESUS APARECE A MARIA (20.1-18) 
Antes de tudo, considerando que seus leitores já conhecem os eventos principais da narrativa evangélica, João apenas vai destacar certos particulares que, como sinais da ressurreição de Cristo, causaram grande impacto sobre a fé dos discípulos. E ele começa com Maria, Pedro e o próprio João. Embora, pela narrativa dos outros evangelhos, a impressão causada pelo relato das mulheres acerca da ressurreição do Mestre tenha sido recebida com descrédito, aqui ele destaca que ambos os discípulos foram até o sepulcro e, mesmo não entendendo ao que se devia a ausência do corpo, o “outro discípulo” (João), “viu, e creu”. É interessante notar que a primeira testemunha da ressurreição é Maria – a mesma que, junto de Marta e outros judeus, havia testemunhado a ressurreição de Lázaro, um dos maiores sinais operados por Jesus durante o Seu ministério. E as circunstâncias envolvendo o presente relato não são muito diferentes daquelas relacionadas à ressurreição de Lázaro. Maria amava a Jesus, mas, como os demais discípulos, não compreendia a Escritura acerca da ressurreição e só podia lamentar o “sumiço” do corpo do Mestre – mostrando o mesmo cuidado que a havia levado a ungi-lo poucos dias atrás. Mesmo a visão dos anjos e do próprio Jesus não a convence do que estava acontecendo e, somente quando reconhece a voz do Senhor chamando-a pelo nome é que, surpresa, ela se vê diante do amado Mestre: “Raboni!” As palavras de Jesus dirigidas à Sua discípula e amiga não contêm nenhum mistério, como se Ele não pudesse mais ser tocado ou se relacionar com as pessoas deste mundo, por estar em um corpo glorificado (cf. Lc 24.39-43). “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai” apenas significa que Ele precisava voltar para o Pai, pois a Sua obra neste mundo estava completa. O tempo da Sua glorificação já havia chegado, e, se ela havia começado na cruz, só se completaria quando o Filho estivesse novamente junto do Pai naquela glória que tinha com Ele antes de vir a este mundo – e, com isto, a alegria e glória dos próprios discípulos também se completaria, pois aqu’Ele para quem Jesus voltaria era, como disse: “meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (cf. Jo 14.28). 

II – JESUS APARECE PELA PRIMEIRA VEZ AOS DISCÍPULOS (20.19-29) 
Deixando este maravilhoso encontro entre Cristo e Maria, o evangelista descreve como foi a primeira aparição do Senhor em meio aos Seus discípulos. Ao invés de apontar as dificuldades que eles tiveram para crer no testemunho das mulheres, nos sinais testemunhados por Pedro e João e no relato dos discípulos que estavam a caminho de Emaús, ele apenas relata a grande alegria de que foram tomados quando Jesus simplesmente se apresentou entre eles, identificando-se pelas marcas da Sua morte e saudando-os amigavelmente: “Paz seja convosco” – o que, diante do medo e da tristeza que os abatia, trouxe grande refrigério aos seus corações: “De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor”. Mas, como já havia dito a Maria, o Senhor não podia permanecer mais neste mundo. Sua missão estava cumprida e agora era a vez destes homens que Ele havia escolhido do mundo prosseguirem a Sua obra: “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. E isto eles fariam quando a promessa acerca do Espírito Santo se cumprisse, pois seriam investidos de autoridade para pregar o evangelho do reino – o que significava que “aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e aqueles a quem os retiverdes lhes são retidos”. Anunciar o evangelho é o mesmo que proclamar aos homens o perdão dos seus pecados na expiação e redenção que havia sido completada na obra de Cristo Jesus. Na medida em que fossem limitados em sua missão, ou fossem rejeitados pelos homens, os pecados de muitos estariam sendo retidos (Lc 24.46-48). João ainda relata a manifestação particular de Cristo a Tomé, que estava ausente na Sua primeira aparição. A atitude deste discípulo ilustra a dificuldade do coração humano em aceitar o simples testemunho dos sinais, mesmo sem tê-los visto. Mas o propósito de João é precisamente nos ensinar que, mesmo não tendo sido testemunhas oculares do Evangelho, devemos aceitar ou crer no testemunho daqueles que o foram. E, de fato, a genuína fé independe do que os olhos veem, mas daquilo que crê o coração: “Porque viste Tomé, creste. Bem-aventurados os que não viram e creram”. Ao mesmo tempo, esta palavra é uma confirmação da autoridade e poder que havia sido delegado aos apóstolos, como fiéis testemunhas de Cristo ao mundo, e sobre cuja palavra nós também podemos crer como eles (Jo 17.20; 1 Jo 1.1-4). 

III – JESUS APARECE OUTRA VEZ AOS DISCÍPULOS (21.1-19) 
O último capítulo do quarto evangelho representa um epílogo, e começa apresentando um quadro onde parece que os discípulos sentem a vida voltando à “normalidade”, não tendo mais o Mestre para acompanhar, e ainda sem saber como ou o que fazer quanto a tudo o que Jesus lhes havia dito sobre a promessa a ser aguardada e a obra que deveriam realizar. Diante dessa incerteza, Pedro resolve fazer algo que sabia fazer – pescar, e leva outros discípulos consigo. A cena se desenvolve com uma terceira manifestação de Jesus, depois da ressurreição, onde o milagre da pesca maravilhosa é repetido e, através deste sinal, os discípulos são lembrados de que haviam sido chamados para serem “pescadores de homens” por toda a vida. Não que tivessem se esquecido do Senhor ou de tudo o que Ele havia lhes ensinado, mas precisavam ser despertados para esse fato, e a ausência do Senhor Jesus não os dispensava do seu chamado. Como já havia dito na Sua primeira aparição, o Senhor havia confiado a eles a salvação e o cuidado das almas, o que é expresso nesta última ocasião pelas palavras dirigidas a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”. E, antecipando, Jesus lhe revela que sua perseverança e fidelidade ao chamado do Evangelho seria tal que o apóstolo disporia da própria vida por amor a Deus: “E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus” (cf. 2 Pe 1.12- 15). 

CONCLUSÃO 
Encerrando esta série de estudos no Evangelho segundo João, certamente aprendemos mais sobre o caráter sublime de nosso Senhor Jesus Cristo e a glória e graça abundante de Deus que fluem através das Suas palavras e obras. Que possamos nos deslumbrar, alegrar e ser revigorados em nossa fé através de uma compreensão mais profunda e satisfatória de nosso bendito e amado Salvador!

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17 setembro 2019

012-A oração sacerdotal de Jesus - Evangelho do Apóstolo João - Lição 12[Pr Afonso Chaves]17set2019


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LIÇÃO 12 
A ORAÇÃO SACERDOTAL DE JESUS 

TEXTO ÁUREO: 
“E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17.22)

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 17.1-8 

INTRODUÇÃO 
Aproximando-nos dos momentos cruciais relacionados à paixão de nosso Senhor Jesus, o quarto evangelho nos apresenta a oração feita por Cristo em favor dos Seus discípulos. 
As palavras desta oração, registradas somente no quarto evangelho, contêm revelações profundas a respeito do eterno propósito de Deus para a salvação do Seu povo e ensinamentos sobre os Seus interesses e cuidado pela segurança e unidade dos Seus discípulos em todo o tempo. 

I – JESUS ROGA PELA GLÓRIA DO PAI (VV. 1-8) 
Jesus está encerrando Suas orientações finais aos discípulos acerca de como devem se preocupar em obedecer aos Seus mandamentos, amando uns aos outros, para que, mesmo depois da Sua partida, eles pudessem continuar sendo Seus discípulos e permanecer na comunhão e no agrado tanto do Filho como do Pai. 
Agora, tendo completado todas as coisas, nada mais restando senão seguir o caminho que já estava traçado nos Seus sofrimentos e na Sua morte na cruz, o Senhor Jesus se dirige ao próprio Pai, o autor e consumador de todas as coisas, aqu’Ele para quem tudo e todos existiam, rogando para que o Seu eterno e sábio propósito se cumprisse. 
Em primeiro lugar, Jesus se apresenta diante do Pai como aquele que havia realizado toda a Sua vontade: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer”. Esta vontade, como todo o teor do quarto evangelho se propôs revelar, era a salvação, ou a concessão da vida eterna a todos aqueles que o Pai havia escolhido desde a fundação do mundo e confiado aos cuidados de Seu Filho: “Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste” (Jo 6.39-40; Hb 10.9-10). 
Para isto, Jesus veio ao mundo e revelou a graça e glória de Deus através da Sua palavra, recebida e crida por todos esses homens e mulheres: “Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste”. 
Ao mesmo tempo, o Senhor roga ao Pai para que, considerando a perfeita obediência de Seu Filho, atentasse para Sua presente condição, o Seu afastamento do lar e da glória celestial, onde Ele desfrutava da gloriosa e suficiente comunhão com Deus. “Glorifica a teu Filho” é uma referência tanto à crucificação, pela qual Ele seria removido deste mundo, como também à Sua ressurreição e exaltação, pela qual seria arrebatado para o trono do Pai, onde seria glorificado, como Ele mesmo disse: “com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”. 

II – JESUS ROGA PELA SEGURANÇA DOS SEUS DISCÍPULOS (VV. 9-17) 
Como havia amado os Seus até o fim, esta oração não poderia conter apenas uma petição pessoal de Cristo, mas seria também uma expressão do Seu cuidado e interesse pelo bem estar dos fieis em todos os tempos, para que pudessem se beneficiar plenamente do que Ele havia conquistado com a Sua obediência perfeita. 
E assim como a vontade de Deus havia sido realizada quando Cristo manifestou o nome de Seu Pai aos homens e mulheres que creram, do mesmo modo a glória do próprio Salvador, que era aquilo pelo que ele havia rogado no início desta oração, se realizaria plenamente se os fieis fossem preservados em segurança e unidade até o fim: “neles sou glorificado” (cf. 2 Ts 1.10-12). 
Enquanto esteve com os discípulos, Jesus era o seu Consolador e aquele que os preservava; de fato, a perseverança deles na palavra de Cristo era o sinal evidente de que haviam sido escolhidos do mundo e confiados aos cuidados do Salvador, que não permitiu que nenhum deles se perdesse, “senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse”. 
Contudo, tendo de voltar para o Pai, o Senhor não poderia mais cuidar deles do mesmo modo, e por isso, como vimos na lição anterior, haveria de rogar diretamente junto a Deus para que enviasse “outro Consolador” para estar com eles para sempre. 
Embora as Escrituras não expliquem como se deu ou quais foram as palavras que Jesus usou quando entrou na presença do Pai e rogou pela promessa do Espírito, podemos dizer que, sem dúvida, a oração que estamos estudando contém os argumentos dessa intercessão, pois o Consolador foi enviado justamente para confirmar a obra de Cristo nos corações dos crentes, tornando eficaz a graça de Deus em suas vidas, para que sejam guardados do mal e perseverem até o fim (Ef 1.13-14). Notemos ainda que a razão de Jesus interceder pela segurança dos Seus discípulos é que: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo”, o que aponta para o discurso anterior, onde Cristo os avisa de que seriam perseguidos e odiados como Ele foi, pois haviam recebido a palavra de Deus – que é como luz que manifesta e se opõe às trevas da ignorância e do pecado do mundo (Jo 15.18-22). 
Sabiamente, portanto, o Senhor Jesus roga para que sejam preservados enquanto estão no mundo, pela mesma palavra que os havia santificado a princípio: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. 
Eles não deveriam partir agora como o Mestre, pois as obras de Deus ainda deviam ser realizadas, e muitos havia no mundo que por meio deles seriam também alcançados pela verdade. 

III – JESUS ROGA PELA UNIDADE DOS SEUS DISCÍPULOS (VV. 20-26) 
Não menos importante que a preservação dos discípulos em santidade era a missão que haveriam de realizar enquanto estivessem no mundo. 
Já estudamos também na lição anterior que através deles o Senhor continuaria operando de forma ainda mais gloriosa; aqui é enunciado o objetivo dessa obra: “aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim”. 
Jesus tinha em vista, nesta oração, não apenas aqueles crentes que estavam presentes ali com Ele, mas todos os fiéis que ainda haveriam de se converter e ser alcançados através da palavra. Aqui o Salvador pede ao Pai para que todos os crentes possam se identificar com Ele através da obediência a esta mesma palavra, cuja essência é “amarmos uns aos outros como Ele nos amou”. 
Somente assim seriam vistos como galhos verdadeiramente unidos e vivendo pela videira, que é Cristo (Jo 15.1-5). 
 É importante também considerar que essa unidade pela obediência à palavra, na prática do amor fraternal, serviria de testemunho perante o mundo: “Para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim” e que isto se cumpriu já nos primeiros dias após a ascensão de Jesus, quando “todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum” e “perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo” (At 2.46-47). 

CONCLUSÃO 
Mesmo no momento mais crítico do Seu ministério, quando haveria de enfrentar tanto sofrimento e até a morte sozinho, desamparado pelos que haviam estado com Ele desde o princípio, em uma oportunidade solene de se dirigir ao Pai, o Senhor não se esqueceu de nós, mas empregou junto ao Pai o Seu mérito conquistado pela obediência para interceder por nós e assegurar a nossa verdadeira alegria e o nosso eterno bem estar. 

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11 setembro 2019

011-A promessa do Consolador - Evangelho do Apóstolo João - Lição 11[Pr Afonso Chaves]10set2019


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LIÇÃO 11 
A PROMESSA DO CONSOLADOR 

TEXTO ÁUREO: 
“Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.15-16) 

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 14.1-11 

INTRODUÇÃO 
Prosseguindo no estudo das últimas palavras de Jesus dirigidas aos Seus discípulos, antes de ser entregue aos Seus algozes, consideraremos a explicação que o Senhor lhes faz a respeito da necessidade da Sua partida, para que a promessa acerca do Espírito Santo, o Consolador, pudesse se cumprir e a alegria dos discípulos fosse ainda maior. 
Veremos também que estas palavras servem de grande conforto, segurança e orientação para os fiéis em todos os tempos, pois falam de coisas que começariam a se cumprir naquela geração, mas se estenderiam até o fim dos tempos. 

I – JESUS CONSOLA OS DISCÍPULOS SOBRE A SUA PARTIDA (VV. 1-11) 
Percebendo a tristeza que havia tomado conta dos corações dos Seus discípulos por terem ouvido falar sobre a Sua partida, Jesus passa a confortá-los, no sentido de esclarecê-los que Ele não iria para algum lugar estranho ou desconhecido, onde eles jamais O pudessem acompanhar, mas voltaria para o Seu próprio lar, de onde havia saído – para junto de Seu Pai.
E isto deveria ser motivo de alegria, não de tristeza, uma vez que a casa do Pai (a glória celestial) era um lugar onde certamente eles poderiam ir e assim estariam mais uma vez com o seu Mestre. E o próprio Jesus asseguraria que, no momento oportuno, eles estivessem novamente com Ele: “E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (cf. 1 Ts 4.16-17). 
O caminho para aceder à casa do Pai eles já conheciam, pois haviam estado com Jesus e contemplado a Sua glória, recebendo essa revelação da graça e da verdade pela fé e confessando Jesus como o Cristo, o Filho Unigênito de Deus. E em Cristo Jesus o homem tem tudo de que precisa para conhecer a Deus nesta vida, pois Ele é “o caminho, e a verdade, e a vida”, como também para ter a certeza de que, um dia, o mesmo Jesus o levará ao encontro do Pai em Seu lar celestial. 
Esta é, portanto, uma palavra de segurança tanto para esta vida como para a vida futura. Talvez compreendendo que a partida de Jesus implicaria em voltar para junto do Pai, e que um dia eles também seguiriam o mesmo caminho, os discípulos pedem, como que por antecipação, o favor ou graça de contemplar o Pai naquele momento: “Mostra-nos o Pai, o que nos basta”. 
Cristo responde então que esse privilégio já lhes havia sido dado, pois tudo quanto o Senhor falava ou operava, como Ele mesmo já havia explicado em várias ocasiões, não era ninguém menos que o próprio Pai falando e operando por meio de Seu Filho: “As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras”. 
Esse é o verdadeiro e único conhecimento possível acerca de Deus, na expressão viva do Seu caráter e atributos, que aprouve ao Pai manifestar plenamente em Cristo Jesus. 

II – A NECESSIDADE DA PARTIDA DE JESUS (VV. 12-21) 
Contudo, o Senhor chama a atenção dos discípulos para o presente momento, em que eles ainda não estavam prontos para seguir ao seu Mestre na Sua partida, mas ficariam neste mundo, sem a Sua presença física. 
Ele queria que os discípulos descansassem na certeza de que não ficariam sozinhos nem desamparados por Deus, por isso lhes diz que as obras do Pai continuariam a ser realizadas, mas desta vez por eles mesmos, no Seu nome, e em uma medida ou grandeza ainda maior, pois, embora fosse o mesmo Jesus quem as realizaria, desta vez seria a partir da Sua posição exaltada junto ao Pai, como aqu’Ele a quem foram entregues todas as coisas. 
Tão somente deveriam se lembrar de tudo o que Ele lhes havia mandado, permanecendo no Seu amor e sendo obedientes, como haviam sido até então: “se me amais, guardai os meus mandamentos”. Para maior certeza de que não seriam abandonados, o Salvador agora explica que a Sua partida seria ocasião para que o Pai demonstrasse um cuidado ainda maior para com os Seus: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. 
Jesus havia sido o consolador dos discípulos até aquele momento, amparando-os em suas fraquezas e provendo tudo de que precisavam para que cumprissem o seu chamado. Mas, como não poderia permanecer fisicamente com os Seus, Ele providenciaria para que, através do Espírito enviado pelo Pai em Seu nome, o mesmo Jesus pudesse voltar para os Seus; por isso diz: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”. 
Quando esta promessa se cumprisse, com o derramamento do Espírito, os cristãos teriam não apenas a certeza de que o mesmo Jesus havia voltado e estava junto deles todos os dias, por toda a demonstração de graça, verdade e consolação no meio da igreja e no coração de cada fiel; mas também saberiam que, tendo Ele sido exaltado até a destra de Deus e sendo ouvido naquilo que prometeu rogar em nosso favor, agora a sua comunhão era com o Pai e o Filho (1 Jo 1.3; At 2.33). 

III – JESUS VOLTARÁ PARA OS QUE O AMAM (VV. 22-29) 
Estas últimas palavras deveriam reanimar os discípulos, pois certamente o Senhor Jesus voltaria para eles e poderiam continuar desfrutando da Sua presença tão satisfatória, em uma medida ainda mais abundante. Mas, desta vez, com uma diferença em relação ao mundo: “Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis”. 
Sua presença entre os discípulos não seria mais física, mas espiritual, nem mais apenas junto deles, mas dentro deles: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. 
Por isso também Ele os advertirá, nessa ocasião, acerca da rejeição que sofreriam pelo mundo, assim como Ele fora rejeitado. Notemos mais uma vez que a promessa do Espírito é feita apenas aos discípulos de Cristo, àqueles que, mesmo na ausência física do Mestre, permaneceriam no Seu amor, guardando os Seus mandamentos. 
Assim como era através da obediência que poderiam provar serem verdadeiros discípulos e experimentar a virtude libertadora da palavra de Cristo (Jo 8.31-32), do mesmo modo agora, na Sua ausência, seria através da obediência aos Seus mandamentos que poderiam provar que O amavam e, amando-O, seriam amados por Ele e pelo Pai e receberiam o dom supremo desse amor – a presença e morada de Deus no coração, em Espírito (At 5.32). 

CONCLUSÃO 
Se os discípulos naquela ocasião precisavam de consolação e amparo para suas almas, em razão da iminente partida do amado Mestre, quanto mais nós que, depois deles, também passamos por um período de tempo como que ausentes do Senhor no corpo. 
Contudo, resta para nós, assim como para eles, a preciosa graça e presença do Espírito Santo, não mais como uma promessa cujo cumprimento deva ser aguardado, mas como um dom já concedido e abundantemente derramado em nossos corações através da fé que nos foi dada em Cristo Jesus.

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04 setembro 2019

010-Um novo Mandamento - Evangelho do Apóstolo João - Lição 10[Pr Afonso Chaves]03set2019


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LIÇÃO 10
UM NOVO MANDAMENTO

TEXTO ÁUREO: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo 13.34).

LEITURA BÍBLICA: JOÃO 13.1-17 

INTRODUÇÃO
A partir do presente capítulo do Evangelho segundo João, entramos no relato da paixão de nosso Senhor Jesus Cristo.
E, conhecendo o estilo característico desse evangelista, não devemos esperar encontrar aqui muitas diferenças na narração dos eventos, mas sim nos discursos que nosso Salvador teve com os Seus discípulos naqueles últimos momentos.
E, abrindo esta série de últimas e preciosas lições, a primeira coisa de que o Senhor trata é também a mais importante de todas as que Ele ensinou ao longo do Seu ministério – o amor que Deus tem por nós e que nós devemos ter uns pelos outros.

I – UMA LIÇÃO PRÁTICA DO AMOR DE DEUS (VV. 1-17) 
Esta seção se inicia com a solene declaração de que Jesus, “como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim”, e que é uma explicação clara e simples sobre tudo o mais que Ele dirá e fará até o final do quarto evangelho.
Quer dizer que Ele se manteve firme no Seu amor por aqueles que lhe haviam sido confiados pelo Pai, mesmo sabendo que esse amor deveria ser demonstrado, em breve, da forma mais angustiante e terrível.
Mas também sabia que, em consequência da Sua inabalável determinação em cumprir a vontade de Deus, Ele voltaria para junto daqu’Ele que o tinha enviado, à glória que tinha em comunhão com o Pai antes que o mundo existisse.
Assim, enquanto ainda estavam reunidos por ocasião daquela última ceia, Jesus se levanta para dar uma lição prática do amor com que havia amado os Seus.
O ato de lavar os pés estava relacionado à cultura daquele tempo como uma das formas em que o senhor de uma casa demonstrava hospitalidade aos seus visitantes ou convidados (Lc 7.44).
De imediato, isso traz à mente dos discípulos a ideia de uma submissão e serviço do seu Mestre que eles não admitiam, o que explica o assombro de Pedro: “Senhor, tu lavas-me os pés a mim?”
Ao que o Senhor explica que ele ainda não podia entender o significado daquela atitude, mas o importante era saber que aceitar aquele serviço do Mestre em seu favor era necessário se o discípulo quisesse realmente ter parte com Ele.
De fato, este episódio possui uma mensagem profunda, com várias implicações.
Podemos dizer, em primeiro lugar, que o ato de lavar os pés aos discípulos, como uma expressão de submissão e serviço, fala da natureza da própria obra de Cristo, que culminaria com o Seu sacrifício na cruz: “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45).
Esse ato também significava que, embora a Sua obra ainda não estivesse consumada, a eficácia da salvação e vida eterna resultantes da morte sacrificial de Cristo era um fato – aqueles por quem Cristo morreria já estavam assegurados e disto precisavam apenas ser lembrados pelo lavar dos pés: “Ora, vós estais limpos”.
Mas o aspecto mais importante desta lição se encontra no exemplo que o Salvador deixou aos discípulos: “Vós deveis também lavar os pés uns dos outros ... Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também”.
E este lavar os pés uns aos outros consiste na prática do amor, amor que nos leve a servir e nos sacrificarmos pelo nosso irmão (Jo 15.12-14; 1 Jo 4.10-12, 19-21).

II – UMA DEMONSTRAÇÃO DE QUE O AMOR NÃO É DE TODOS (VV. 18-30)
Na sequência destas palavras, Jesus chama a atenção para o fato de que a lição transmitida no lavar os pés aos discípulos não dizia respeito a todos, pois um deles não estava limpo no demais, para que a lavagem dos pés pudesse significar alguma coisa.
Judas, aquele que trairia o Mestre, estava com o coração irremediavelmente contaminado pelo mal e destinado a demonstrar a mais cruel perversidade, correspondendo ao amor de Cristo com traição. Contudo, para que os discípulos não se escandalizassem, Jesus os previne de que isto fazia parte daquilo que havia sido determinado nos conselhos de Deus: “O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar”, e os assegura de que tamanho escândalo não diminuiria a autoridade e a importância da obra dos verdadeiros discípulos: “Se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou”.
Observemos ainda que é com pesar que Jesus anuncia a traição de um dos Seus discípulos, embora já tivesse advertido os demais de que isto certamente aconteceria (Jo 6.70, 71).
E, mesmo assim, ao responder à pergunta feita por João em nome dos demais, não o faz de forma direta, mas com tanta discrição que nenhum deles se dá conta de que o momento da traição estava próximo.
Vendo a resolução e impenitência de Judas, agora insuflada pelo próprio diabo, Jesus simplesmente o despede para que fizesse o que tinha que fazer, já que nada mais poderia demovê-lo do seu plano: “O que fazes, faze-o depressa”.

III – UM NOVO MANDAMENTO AOS QUE SÃO AMADOS POR DEUS (VV. 31-38) 
A saída de Judas do aposento abre a oportunidade para que o Senhor Jesus possa se dirigir mais diretamente aos Seus discípulos eleitos e queridos, encorajando-os com muitas promessas e palavras de consolação.
O momento vai se tornando cada vez mais tenso, com os discípulos percebendo que algo estava para acontecer com o seu amado Mestre.
Chegava o tempo de Jesus ser glorificado, mas esta glorificação, para espanto deles, implicaria em uma dolorosa separação: “Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco.
Vós me buscareis, mas, como tenho dito aos judeus: Para onde eu vou não podeis vós ir; eu vo-lo digo também agora”.
Ainda sem entender como isto se daria, parece que imaginam diversas coisas, inclusive cogitando acompanhar o Senhor, como diz Pedro: “Por que não posso seguir-te agora?” Cristo sabe a dificuldade dos Seus discípulos amados compreenderem os conselhos de Deus, mas tal situação era necessária para que eles mesmos pudessem conhecer a graça de Deus demonstrada para com eles, mesmo após suas reações de confusão, fraqueza e desespero.
A partir de agora, o que realmente importa é compreender a lição transmitida a princípio e para a qual Jesus chama a atenção com as palavras: “Um novo mandamento vos dou”.
Esta é uma declaração solene, como um testamento ou vontade final deixada por Cristo aos seus herdeiros.
O que estava para acontecer naquelas próximas horas (e, na verdade, até o fim dos tempos) escaparia completamente do controle deles; por isso, o que devia preocupa-los é que, na ausência física do Mestre, só poderiam preservar seu vínculo com Ele e sua identidade como discípulos de Cristo se fossem Seus imitadores no mundo: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.
E, para incitá-los ainda mais à prática desse amor, Ele ainda falaria sobre o Espírito que os capacitaria a cumprir esse mandamento, provando Seu amor por Cristo, e o impacto desse testemunho sobre o mundo.

CONCLUSÃO 
Sobre tudo o que temos aprendido, não há dúvida de que o amor é a coisa mais importante; tudo o que Jesus fez e o que Ele nos manda fazer encontra sua explicação essencial no amor com que Cristo nos amou e que, se amamos a Ele, devemos também ter amor, uns pelos outros.

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