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LIÇÃO 4:
REPREENSÃO À IMORALIDADE
TEXTO ÁUREO: “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim
como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (1 Co 5.7).
LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 5.1-8
INTRODUÇÃO
No capítulo a ser estudado nesta lição, consideraremos outro pecado dos coríntios com que
Paulo teve de lidar: a vida imoral de um de seus membros, e a indiferença dos demais que, mais
preocupados com os seus partidarismos e vanglórias, não percebiam a gravidade da situação. Para
mostrar o grande mal que a igreja poderia sofrer com esse pecado, o apóstolo vai tratar o problema
usando a mais severa forma de disciplina que a sua autoridade lhe permitia.
I – A INDULGÊNCIA DOS CORÍNTIOS E O RIGOR DE PAULO (VV. 1-5)
De acordo com o que havia chegado ao conhecimento de Paulo, na igreja em Corinto havia um
caso notório de imoralidade, ou fornicação que, mesmo no ambiente depravado daquela cidade, seria
censurado pelos gentios. Tratava-se de um escandaloso incesto. E o pior era que os coríntios, embora se
vangloriassem na sua sabedoria e autossuficiência espiritual, não eram capazes de perceber a gravidade
do caso, tampouco de se entristecer e expulsar esse iníquo da comunhão da igreja.
Mas isto não impediu que Paulo tomasse a frente da situação – tal como convinha à sua
autoridade apostólica – e fizesse aquilo que a igreja deveria ter feito: aplicar a disciplina da excomunhão,
afastando o pecador da comunhão com os fiéis. Observemos, em primeiro lugar, que se trata de uma
determinação do apóstolo, sem dúvida da mesma natureza que a repreensão de Pedro a Ananias e Safira
(At 5.1-11), envolvendo um castigo físico: “seja entregue a Satanás para destruição da carne” (v. 5).
Outros exemplos desse tipo extremo de disciplina foram aplicados pelo mesmo Paulo, como no caso de
Himeneu e Alexandre (1 Tm 1.20), e de Alexandre, o latoeiro (2 Tm 4.14). Ao mesmo tempo, Paulo
invoca a concordância da igreja na aplicação dessa repreensão, pois envolvia a excomunhão de alguém
que eles consideravam irmão. A igreja precisava estar consciente da gravidade do pecado e da justiça da
disciplina, para que assim a decisão apostólica expressasse um acordo entre os fiéis que tivesse respaldo
no céu (Mt 18.15-18).
Mas, independentemente da natureza da repreensão, o apóstolo Paulo tem em vista dois
objetivos, que ainda devem ser considerados na aplicação da disciplina cristã: primeiro, a salvação da
alma: “para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus”. Por mais severa que fosse a repreensão,
devido à gravidade e escândalo do pecado, tal alma ainda poderia ser salva, arrependendo-se do seu
pecado e voltando-se verdadeiramente para Cristo, em algum momento de sua vida.
II – EXORTAÇÃO À PUREZA (VV. 6-8)
O segundo objetivo de Paulo ao aplicar a disciplina ao que havia pecado é explicado nos versos
em destaque: o mau exemplo de um certamente corromperia os demais. Ele usa de uma comparação,
onde o pecado de um só é como fermento que contamina toda a massa dos fiéis, pois no corpo da igreja
uns aos outros se influenciam, seja para bem, ou, neste caso, para mal. E, seguindo a mesma ilustração,
ele exorta os coríntios à pureza, através da remoção daquilo que os contaminava.
A ordem é: “Alimpai-vos do fermento velho” (v. 7). Isto se refere tanto ao pecador, ao “iníquo” (v.
13), como também ao pecado que ronda a vida, o coração de cada crente, particularmente a “maldade e a
malícia” (v. 8), contra as quais devemos estar sempre vigilantes, mortificando essas paixões e cultivando
a “sinceridade e verdade”. Nesse proceder de santificação, nos mantemos puros como pães ázimos –
como uma massa sem fermento.
Neste ponto, o apóstolo traz para dentro da comparação a simbologia da festa da Páscoa e dos
Ázimos, onde ele indica a razão pela qual devemos cultivar a pureza tal como a remoção de todo o
fermento da massa. Assim como após a tarde da Páscoa, em que o cordeiro era imolado, seguiam-se sete dias de festa em que os israelitas deviam comer pães ázimos; do mesmo modo Cristo, o cordeiro de
Deus, morreu por nós, para nos remir e nos salvar dos nossos pecados. Temos motivo, portanto, para
festejar nossa salvação, não mais vivendo no pecado, mas numa vida de santificação, justiça e verdade,
nos moldes da Palavra de Deus, que é o instrumento de Deus para a nossa santificação.
III – A SANTIDADE DA COMUNHÃO DOS CRENTES (VV. 9-13)
Paulo orienta agora como deviam proceder os coríntios, a partir da exortação feita nos versos
anteriores. Se a presença de um iníquo entre os fiéis põe em risco a pureza de toda a igreja, logo, o tal
deve ser evitado: “não vos associeis”, ou seja, não tenham qualquer relacionamento que teriam com um
irmão em Cristo, nem qualquer contato que faça parecer indiferença ou aprovação de suas práticas
pecaminosas. “Com o tal nem ainda comais” (v. 11). Mesmo João, com toda a sua terna expressão sobre o
amor de Deus, não é menos rigoroso nesta questão: “Não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis.
Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras” (2 Jo 10-11). Somente com esta atitude radical a
igreja pode evitar o contágio do pecado e a corrupção dos bons costumes.
Consideremos também que a separação não é apenas necessária em casos extremos como este –
em que alguém, dizendo-se irmão, trazia grande escândalo e vergonha à igreja com suas práticas
imorais. Mas mesmo quando se deve aplicar a disciplina a pecados menos escandalosos, a separação é
importante para levar os crentes sob correção ao arrependimento e à valorização da comunhão da igreja
(2 Ts 3.14-15). Lembremos que estar fora da comunhão é ser “entregue a Satanás” – o mundo é o
domínio do diabo, onde Deus não aplica sua boa e paternal disciplina, mas permite que os homens sejam
entregues à “destruição da carne”, e colham as mazelas das suas paixões pecaminosas.
O apóstolo ainda considera que a separação cristã não equivale a cortar todo tipo de
relacionamento com aqueles que não sejam fiéis. Seria impossível viver no mundo onde, desde os nossos
familiares até todas as esferas da vida social comum (vizinhança, escola, comércio, trabalho, etc.), temos
de lidar com pessoas que não confessam a fé em Cristo. O que nos aproxima dessas pessoas são os dias
comuns e a vida natural nesses aspectos seculares ou mundanos. Mas o problema está em comungar
com a suposta fé de alguém cuja conduta depõe contra essa fé.
CONCLUSÃO
Aqueles dentre nós que sejam surpreendidos em pecado devem ser repreendidos, e não tratados
com indiferença, como se o pecado fosse compatível com sua confissão de fé. O cristão não pode
participar de tamanha hipocrisia. A disciplina precisa ser aplicada, quando necessária. Mas não nos
esqueçamos de que o propósito de toda a correção é salvar, e não destruir, e que mesmo a separação do
pecador visa um dia trazê-lo de volta à comunhão, em condições de contribuir para a santificação da
igreja e para a glória de Deus.
PARA USO DO PROFESSOR
PARA USO DO PROFESSOR
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização