28 abril 2017

005-A parábola do trabalhador na vinha - As Parábolas de Jesus Lição 05[Pr Afonso Chaves] 25abr2017


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LIÇÃO 5: 
A PARÁBOLA DOS TRABALHADORES NA VINHA

TEXTO ÁUREO: “E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram”. (Mt 20.4)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 20.1-10

INTRODUÇÃO
Nesta parábola o Senhor Jesus conta a história de um pai de família que contrata trabalhadores para a sua vinha. Os trabalhadores são contratados em diversas horas do mesmo dia. Ao terminar o dia de trabalho, quando o senhor da vinha vai pagá-los, eles haviam trabalhado quantidades de tempo diferentes, no entanto, surpreendentemente, todos recebem um denário – valor referente a um dia de trabalho.
Diante da reclamação dos primeiros contratados, que achavam que receberiam mais do que os outros, o dono da vinha explica que não havia cometido injustiça com eles, pois havia pago exatamente o que combinara com eles. Se ele, por generosidade, deu o mesmo valor para os outros que trabalharam menos, isto não deveria parecer mau diante dos olhos deles.

I – O PORQUÊ DA PARÁBOLA
Diferentes são as interpretações que têm sido dadas a esta parábola, muitas delas totalmente estranhas, principalmente quando as pessoas buscam dar significado a cada elemento que ela contém. Vamos nos concentrar na mensagem principal, buscando no contexto o motivo de Jesus ter usado esta ilustração.
O assunto começa na entrevista de Jesus com o jovem rico. No capítulo dezenove nos é dito que o jovem se retirou triste, porque possuía muitas propriedades. Na sequência, o Senhor diz que é difícil a um rico entrar no reino de Deus e, diante do questionamento de Pedro sobre eles terem deixado tudo, Jesus responde que todo aquele que tiver renunciado algo de valor terá cem vezes mais nesta vida e, no porvir, a vida eterna; porém, muitos primeiros serão derradeiros e muitos derradeiros serão os primeiros. É para ilustrar esse “porém” que o Senhor conta a parábola dos trabalhadores na vinha. De muitas e variadas formas e de maneira incalculável, o Senhor recompensa os Seus por qualquer obra realizada, até mesmo por um copo de água, mas para o discípulo do Mestre a busca não deve ser da recompensa em si, não é buscar ser o primeiro, como que para ser merecedor da recompensa. O servo deve buscar agradar ao seu Senhor. Se o Senhor nos recompensasse segundo o mérito, a recompensa seria uma vez e não cem vezes mais.

II – UMA CHAMADA PARA O TRABALHO
Na parábola, o pai de família, que claramente representa Deus, assalaria trabalhadores para a sua vinha. A verdade aqui ilustrada é que a entrada para o reino de Deus é comparada a ser contratado pelo Senhor para a execução de um trabalho. Isto é totalmente diverso do entendimento de alguns que associam o reino a férias permanentes e a ausência de adversidades. O Senhor nos convida ao trabalho, a exemplo do próprio Mestre: homem de dores e experimentado nos trabalhos; e a exemplo de todos os fiéis servos e servas do passado, que nos inspiram a trabalhar, sofrer com Ele as aflições e fazer a obra para a qual fomos chamados (Is 53.3; Jo 5.17; 2 Tm 2.3-7).
Trabalho pressupõe esforço, dedicação, disciplina, renúncia e fadiga. Renunciamos o nosso tempo e nos dedicamos ao serviço do patrão que nos assalariou. O trabalho tira da ociosidade, livra da vergonha, da fome, troca a incerteza pela esperança e dá sentido à vida; tudo isso desfruta aquele que ingressa no reino de Deus. O trabalho também pressupõe recompensa – o salário. Embora o Senhor supra todas as nossas necessidades, inclusive as materiais; como o reino não é deste mundo, não dá para conceber que a nossa recompensa seja desta terra (Rm 14.17).

III – A GRAÇA COM JUSTIÇA E GENEROSIDADE
Sem dúvida alguma, a principal dificuldade do texto estudado é o fato dos trabalhadores receberem o mesmo valor, tendo trabalhado por períodos diferentes. 
Não seria injustiça? Seria um desestímulo ao empenho no trabalho? Assim, valeria a pena trabalhar? Tudo isso questiona quem não tem a visão do reino, quem está fora dele, quem se julga merecedor. A maior dificuldade é exatamente quando Deus manifesta a Sua graça com justiça e misericórdia (Sl 85.10; Mt 20.15). Jesus usa esta história para ilustrar a questão do mérito e da recompensa no reino de Deus; Ele foi claro ao expressarque o Seu reino não é deste mundo e que ele não vem com aparência exterior. Por não ser deste mundo, os conceitos e implicações do reino de Deus são totalmente estranhos e parecem errados às pessoas deste mundo. Somente poderemos ter um real entendimento e compreensão das coisas do reino se ele estiver dentro de nós e nós estivermos nele, ou seja, a verdadeira visão do reino só é dada àqueles que fazem parte dele.
Qual seria então a visão do reino? Aquele que já adentrou os portões do reino sabe que já recebeu muito mais de cem vezes, por alguma obra que tenha feito ou que venha a fazer; a única recompensa de que se acha digno é a morte, no entanto, já desfruta da vida eterna. Não lamenta estar trabalhando desde cedo, pois a sua maior alegria é fazer algo para o seu Mestre, cujos mandamentos não são pesados, e pelo qual se deixa gastar voluntária e alegremente. O estar assalariado desde cedo o tirou da ociosidade, da incerteza, e livrou-o da vergonha e da fome; enquanto outros continuam nessa situação por mais tempo (1 Jo 5.3; At 20.24; 2 Co 12.15)
A justiça e a generosidade estão em que Deus concede a exata medida do que cada um necessita. À semelhança do maná que, colhido em quantidades diferentes, era na verdade colhido tanto quanto podia ser comido; as bênçãos de Deus, embora sendo distribuídas em quantidades diferentes, são ilustradas como sendo iguais, pois supre o necessário de cada um dos seus filhos. Lembremos que o denário era a paga por um dia de trabalho; consequentemente, o necessário para suprir as necessidades de um dia.
Finalmente, o que tem a visão do reino de Deus jamais lamentará o benefício concedido a outros, em igual ou maior medida que a si mesmo. Ele aprendeu com o seu Mestre a se alegrar com os que se alegram (Rm 12.15).

CONCLUSÃO
Nesta parábola, Jesus ilustra sobre as recompensas que recebem os integrantes do Seu reino. Ele demonstra que a bondade de Deus ultrapassa os critérios humanos de mérito e retribuição, como se fosse um salário devido, sem, contudo, descambar na arbitrariedade, que não leva em conta a justiça.
Todos participam da bondade e misericórdia divinas, que superam tudo o que os homens consideram como justiça. No Reino não há lugar para o ciúme. Aqueles que julgam possuir mais méritos do que os outros devem aprender que o Reino é dom gratuito. Ao pagar o salário integral aos trabalhadores no final do dia, o senhor da vinha demonstrou uma bondade que vai além da justiça, mas sem ofendê-la


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20 abril 2017

004-A parábola do tesouro escondido, da pérola e da rede - As Parábolas de Jesus - Lição 04[Pr Afonso Chaves] 18abr2017


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LIÇÃO 4: 
A PARÁBOLA DO TESOURO ESCONDIDO, DA PÉROLA DE GRANDE VALOR E DA REDE LANÇADA AO MAR

TEXTO ÁUREO: “Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade e enriquecidos da plenitude da inteligência para conhecimento do mistério de Deus – Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”. (Cl 2.2, 3)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 13.44-50

INTRODUÇÃO
Dando continuidade aos Seus ensinos através de parábolas, Jesus conta mais três delas, em duas das quais fala do incomparável valor do reino de Deus – as parábolas do tesouro escondido e da pérola de grande valor. Na parábola seguinte, a da rede lançada ao mar, Ele fala da separação entre justos e injustos que haverá na consumação de tudo.Lembremos que o Mestre está falando de coisas espirituais. Isto é importante porque, da mesma forma que, na Sua manifestação, muitos esperavam a restauração material do reino do Messias, agora há os que os que esperavam desfrutar os benefícios do reino somente neste presente século. Jesus foi claro em ensinar que o Seu reino não é deste mundo. Vamos examinar cuidadosamente as Escrituras; elas contêm o “mapa” para encontrarmos o precioso tesouro e desfrutarmos todas as riquezas do Evangelho.

I – A PRECIOSIDADE DO REINO DE DEUS
Jesus usa a parábola do tesouro escondido e a da pérola para falar do grande valor do reino de Deus. Na primeira, o homem encontra o tesouro quando, aparentemente, não o estava procurando; no segundo caso, o comerciante busca boas pérolas e encontra uma de grande valor. Ambos reconheceram que a grandeza do que foi encontrado justificava a venda de tudo o que possuíam para adquiri-lo.O Senhor fala de pessoas não religiosas que, a exemplo dos gentios, não buscam a Deus (Rm 10.20; Is 65.1); e de alguns que, como o apóstolo Paulo, têm a sua religiosidade e buscam ansiosamente. Nos dois casos Deus pode abrir os olhos para as insondáveis riquezas de Cristo Jesus. O maior destaque das duas histórias é a preciosidade do reino de Deus. Aquele que o encontra e reconhece o seu valor é capaz de se desfazer de tudo o que possui para tê-lo. O valor do reino está na pessoa do próprio Cristo, é nEle que estão “escondidos todos os tesouros”, e quem o tem desfruta de todas as bênçãos (Ef 1.3) e considera todas as outras coisas como perda, a exemplo de Paulo (Fp 3.7, 8; 2Co 4.18).
Se Cristo é o nosso Tesouro Permanente, então é nEle que nós temos que colocar o nosso coração. Dizer que Cristo é o nosso Tesouro e, no entanto, vivermos ansiosamente, correndo e “brigando” pela aquisição de outros tesouros, então, quer nos parecer que a posse de Cristo não bastou para preencher o desejo de possuir algo de valor. Para aquele que tem Jesus como seu Tesouro, todos os demais tesouros serão considerados como secundários, sendo que neles não estará o coração do homem, conforme o Senhor Jesus ensinou: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu. Onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração” (Mt 6.19-21). As riquezas desta vida são efêmeras e perecíveis e não nos acompanham por toda a vida. Porém, Jesus, o nosso Tesouro inigualável, permanecerá conosco por toda a eternidade.

II – A NECESSIDADE DE RENÚNCIA
Ambos os personagens das duas parábolas venderam tudo quanto tinham para a aquisição do que haviam achado. É claro que o Senhor não está falando em se “pagar o preço” pela salvação – ela vem pela graça de Deus mediante a fé em Cristo (Ef 2.8). Jesus fala da renúncia que deve praticar aquele que ingressa no reino – tudo o que é da vida anterior deve ser lançado fora, abandonado, “vendido”. Se alguém deseja o reino de Deus e não renuncia a tudo quanto tem, não é digno dele. Jesus diz que aquele que vem após Ele e não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser Seu discípulo (Lc 14.33). O Senhor coloca como condição essencial deixar tudo o que temos e o que somos para “adquirir” o reino de Deus. Isto inclui deixar o “eu”, o orgulho, vaidades e tudo o que é próprio da velha natureza. Inclui também bens materiais (Mc 10.17-24) e até pessoas – se maior interesse e afeição forem dedicados a elas do que ao verdadeiro tesouro que é Cristo Jesus (Mt 10.37; Hb 11.24-26; 1 Co 9.23-27).

III – A DISTINÇÃO FINAL ENTRE JUSTOS E INJUSTOS
Na última parábola deste conjunto de três, Jesus, mais uma vez, fala da distinção final entre justos e injustos, mesmo tema da parábola do trigo e do joio. O Senhor compara o reino de Deus a uma rede que é lançada ao mar e depois é retirada com toda espécie de peixes; na praia é que são separados os peixes bons dos maus. Entre os discípulos havia pescadores por profissão, e mesmo os discípulos que não eram pescadores estavam completamente familiarizados com a prática descrita por Jesus nessa parábola. Portanto, os discípulos foram capazes de compreender prontamente cada detalhe da narração de Jesus, pois o Mestre havia se referido ao modo de vida que muitos deles levavam antes de largar tudo para seguir a Cristo.
Como vimos acima, a rede apanhava tanto peixes próprios para o consumo quanto impróprios, ou seja, peixes bons e maus. Devemos nos lembrar também de que muitas espécies eram consideradas impuras de acordo com as tradições judaicas (Lv 11.12). Os peixes comestíveis e comerciáveis eram separados em cestos, enquanto os demais eram descartados. Essa ideia de seleção deve ser mantida em mente para entendermos o ensino principal dessa parábola que claramente focaliza o dia do juízo final. Usando elementos do cotidiano de Seus discípulos, Jesus conseguiu ensinar e comunicar uma verdade espiritual de que devemos nos ocupar com a tarefa que nos foi confiada, pescando homens com a pregação do Evangelho de salvação, convidando todos ao arrependimento e apontando a forte realidade de que o grande dia do juízo virá, quando, então, o ímpio e o justo serão separados (Mt 25.32,33; 1 Pd 1.3-7). Nesta parábola vemos, mais uma vez, retratado o papel dos anjos quando da volta de Cristo: eles serão os encarregados da separação do joio e do trigo, dos peixes maus e dos bons. 

CONCLUSÃO
Nestas três parábolas vimos os ensinos do Senhor Jesus sobre a preciosidade do reino de Deus, que traz também a grande responsabilidade daqueles que o encontram de renunciarem, com alegria, a tudo quanto possuem pelo gozo de o terem alcançado. Vimos também a solene verdade do juízo de Deus que será executado na consumação de tudo, com a separação de justos e injustos e o destino final que será dado a cada um.

QUESTIONÁRIO
1. O que a parábola do tesouro escondido e da pérola de grande valor ensinam quanto ao reino de Deus?
2. O que essas duas parábolas também ensinam sobre a atitude daquele que compreende a riqueza do reino de Deus?
3. Por que é necessário renunciar tudo pelo reino de Deus?
4. O que representa a pesca de peixes bons e maus na parábola da rede lançada ao mar?
5. De acordo com essa última parábola, quando se dará a separação entre os justos e os ímpios?



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14 abril 2017

003-A parábola do trigo e do joio - As Parábolas de Jesus - Lição 03[Pr Abiratan Lopes]11abr2017


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LIÇÃO 3: 
A PARÁBOLA DO TRIGO E DO JOIO 

TEXTO ÁUREO: “Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro”. (Mt 13.30) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 13.24-30, 36-43 

INTRODUÇÃO 
Mais uma vez Jesus usa uma história sobre os acontecimentos do dia a dia para ilustrar verdades espirituais, e mais uma vez o contexto é a vida agrária comum àqueles que O estão ouvindo. Nesta parábola, há fatos e situações semelhantes à anterior, porém, com sentidos diferentes. A ilustração retrata a coexistência, neste presente mundo, dos filhos de Deus, comparados à boa semente, e os filhos do maligno, retratados pelo joio. Da mesma forma que na parábola do semeador, Jesus não fornece a interpretação para a multidão, mas, depois que Ele se retira (v. 36), e diante do pedido de seus discípulos, a explicação é dada. Bem fizeram os discípulos em não “arriscarem” uma interpretação baseada no próprio conhecimento ou na experiência anterior – do Senhor é a Palavra e o verdadeiro sentido também vem dEle (Gn 41.16; Dn 2.28). 

I – A DUPLA SEMEADURA 
Jesus compara o reino dos céus a um homem que semeia boa semente no seu campo. Na interpretação, o semeador é o Filho do Homem, o próprio Jesus, e a boa semente são os filhos do reino, os crentes de todas as épocas, gerados pela Sua semeadura. Podemos entender a existência do reino de Deus e a operação de Cristo desde o princípio de tudo – Ele é o dono do campo (Jo 1.1). Ao comparar os filhos do reino ao trigo, Jesus enobrece seus filhos. O trigo era a principal fonte de alimento da época, responsável pelo sustento e manutenção da vida. Aqui vemos a grande tarefa e responsabilidade da Igreja: alimentar o mundo. A parábola diz que, dormindo os homens, veio o inimigo e semeou o joio no meio do trigo. Em razão do joio, nos seus primeiros estágios, ser muito parecido com o trigo, ele só é notado depois de crescer. Jesus explica que o joio são os filhos do maligno e o inimigo que o semeou é o Diabo, o adversário. As expressões “dormindo os homens” e “retirou-se” falam que a operação do inimigo normalmente não é notada. 

II – TEMPO DE TOLERÂNCIA 
Embora para muitos seja desejável uma situação de completa separação entre o bem e o mal, não é este o propósito de Deus para esta época. Diante da surpresa dos servos – “não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem então joio?” – a resposta do dono do campo, que tudo sabe, é simples: um inimigo é que fez isso. Para Ele não é surpresa alguma que tenha joio no meio do trigo. Diante da proposta dos servos de arrancar o joio (v. 28), a decisão é de mantê-lo até a época da colheita, para não danificar o trigo. Para o Senhor da seara, não cabe aos servos fazer separação entre o trigo e o joio; esta decisão é do dono do campo, e ele o fará na ocasião oportuna. Mesmo se fosse dado a nós a perfeita distinção dos que são filhos do reino e dos que são filhos do maligno, não nos seria dado permissão para “arrancá-los”; afinal, o dono do campo tem poder para transformar joio em trigo, e estaríamos eliminando qualquer oportunidade que eles teriam para a salvação. Isto deixa totalmente sem sentido as tais “cruzadas da fé” e a inquisição empreendidas no passado. Na verdade, a convivência com os maus cria dificuldade e tribulações, mas Deus tem um propósito – nessa coexistência são manifestos os que são verdadeiros filhos do reino (1 Co 11.19), e é também a oportunidade de exercitarmos a longanimidade que o Senhor tanto usou e usa para conosco (Rm 2.4; 2 Pe 3.15). Lembremos também que, ao sair do Egito, Israel carregou junto uma “mistura de gente” (Ex 12.38). A separação que o Senhor exige do Seu povo não é física ou geográfica; é, antes de tudo, de atitude, de interesses e de comportamento. 

III – A COLHEITA FINAL 
Vivemos num tempo em que os filhos do reino e os filhos do maligno convivem no mesmo “campo” e, muitas das vezes, pela simulação dos maus, eles se tornam até semelhantes; não significa que sejam iguais, sempre haverá distinção entre justos e injustos (Ml 3.18). A longanimidade de Deus suporta os injustos, aguardando o arrependimento, mas, no final, toda transgressão recebe a justa repreensão (Hb 2.2). Jesus compara a colheita ao fim do mundo, quando dará ordem aos Seus anjos para fazerem a ceifa; haverá então completa distinção entre o joio, que será queimado, e o trigo, que será recolhido ao celeiro (vv. 39-43). Ele destaca que será a consumação do mundo, revelando que na Sua vinda será o juízo final e a consumação de todas as coisas, conforme Mateus, capítulos 24 e 25. Ao justo cabe exercitara fé e suportar os maus e suas injustiças, descansando na promessa: ele resplandecerá como o sol, no reino do seu Pai (v. 43, cf. Hb 11.32-38). 

CONCLUSÃO 
Na parábola do trigo e do joio, Jesus nos ensina a tolerância com os que não comungam a mesma fé; eles estão coabitando o mesmo mundo físico que nós, e devem ser suportados com paciência, longanimidade e fé. A distinção e separação entre justos e injusto somente pode ser realizada pelo Senhor, e Ele o fará, permanentemente, no fim dos tempos, quando dará destinos diferentes ao joio e ao trigo. 

QUESTIONÁRIO 

1. Na parábola o que significa o trigo e o joio? 
2. Qual o sentido de o inimigo semear o joio enquanto os homens estão dormindo e depois se retirar? 
3. Por que os maus não devem ser “eliminados” nesta presente era? 
4. Às vezes não vemos diferença entre justos e injustos; será sempre assim? 
5. Segundo a parábola, qual o consolo dos justos? 



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07 abril 2017

002-A parábola do semeador - As Parábolas de Jesus - Lição 02[Pr Afonso Chaves] 04abr2017


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LIÇÃO 2:
A PARÁBOLA DO SEMEADOR

TEXTO ÁUREO: “Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro, sessenta, e outro, trinta”. (Mt 13.23)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 13.1-9

INTRODUÇÃO
Iniciamos o nosso estudo das parábolas na lição anterior, na qual vimos os motivos do Mestre falar em parábolas. Ficou claro que o véu sobre os mistérios de Deus é retirado ou colocado conforme a disposição do coração daquele que ouve. Ao quebrantado e contrito é dado conhecer os mistérios de
Deus, enquanto àquele que ouve de mau grado eles são encobertos. Seguiremos agora no estudo das diversas parábolas proferidas pelo Mestre, começando pela parábola do semeador. Jesus contou frequentemente, por parábolas, histórias sobre os acontecimentos do dia-a-dia, que ele usava para ilustrar verdades espirituais. Uma das mais importantes destas parábolas é aquela registrada em Mateus 13.1-23, Marcos 4.1-20 e Lucas 8.4-15. Esta história fala de um lavrador que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo do solo. A importância desta parábola é salientada por Jesus em Marcos 4.13: “Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas?” Jesus está dizendo que esta parábola é fundamental para o entendimento das outras. É também uma das únicas que Jesus explicou especificamente. Precisamos meditar cuidadosamente nesta história.

I – O SEMEADOR E A SEMENTE
Nas palavras de Cristo: “Eis que o semeador saiu a semear”, está retratada a função do semeador; cabe a Ele lançar a semente na terra. Sendo a semente a palavra de Deus, podemos entender que o semeador tipifica os discípulos de Cristo, aos quais não cabe escolher o tipo de terra para plantar; eles não sabem onde a semente frutificará, por isso devem plantar em todo tempo e em todo tipo de solo (Ec 11.1-6). Ao semeador não é dado destaque, nem seu nome é citado; apesar de estar fazendo uma tarefa muito importante, não é ele que deve aparecer (1 Co 3.6-7). A semente é a Palavra de Deus – disse Jesus. Esta semente é de tal natureza que, embora às vezes não produza fruto, sendo como a chuva que cai do céu, sempre produzirá efeito (Is 55.10-11). Não importa quão duros são os corações daqueles que ouvem a Palavra; uma vez que foi enviada por Deus, ela prosperará. Sempre será manifesto o bom cheiro de Cristo; para alguns, na salvação, e para outros, será na condenação (2 Co 2.14-17).

II – A SEMENTE À BEIRA DO CAMINHO E NOS PEDREGAIS
Na parábola, o primeiro lugar em que a semente cai é à beira do caminho. Jesus diz que vieram as aves e comeram-na. Isso representa as pessoas que ouvem a Palavra, mas não entendem e por isso o maligno arrebata o que foi semeado. Segundo o contexto da lição anterior, não entendem a Palavra as pessoas que ouvem de mau grado cujos corações estão endurecidos e, por estarem seus corações endurecidos, não examinam, ou examinam superficialmente o que ouvem. Em contraposição, podemos citar os habitantes de Bereia, que examinavam e comparavam as Escrituras, e também uma característica do animal puro citada na lei – aquele que rumina. O segundo tipo de terreno em que a semente é lançada é entre os pedregais, que nasce logo, mas, por não ter raiz, é secada e queimada pelo sol. Jesus explica que são as pessoas que recebem a Palavra com alegria, mas são de pouca duração e logo se ofendem por causa da perseguição (Mt 13.20-21).
Caracteriza o tipo de pessoa que ingressa na fé com grande entusiasmo, mas não se dedica a crescer na fé, não deseja ardentemente o “leite” capaz de produzir o crescimento, não se compromete; não cria raízes, não se dedica ao estudo da Palavra, à oração e a comunhão dos santos; por isso, é presa fácil para todo tipo de doutrina (Ef 4.14).

III – A SEMENTE ENTRE ESPINHOS E EM BOA TERRA
Jesus explica que a semente que cai entre os espinhos e é sufocada são aqueles que ouvem a Palavra, mas os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam, ficando infrutífera. Aqui estão representados os de coração dobre, que querem servir a Deus e ao mesmo tempo desfrutar de tudo que o mundo oferece. Conhecem de Deus o suficiente para desejar o céu, mas não o suficiente para abandonar o mundo, querem servir a Deus e Mamom, o que é impossível. O amor às riquezas tem levado muitos a cair em diversas armadilhas e ao suicídio na fé (1 Tm 6.10).Por último, diz Jesus que a semente caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta. A explicação fala daquele que ouve e compreende a Palavra, e dá fruto. Vemos que o primeiro requisito é que a Palavra seja ouvida e compreendida, o que só é concedido a corações quebrantados, que ouvem de bom grado.
Devemos tomar cuidado com a expressão “boa terra”, para não atribuirmos mérito àquele que é alcançado pela Palavra. O poder da vida está na semente, e não na terra. Não desfrutamos de bênção alguma por obra nossa, tudo é pela graça de Deus (Ef 2.8-10). Finalmente, vemos que o Senhor Jesus coloca três quantidades que a terra boa produz: cem, sessenta e trinta. Com isso, vemos que há diferenças no frutificar, nem todos produzem na mesma quantidade, mas todos os que são alcançados pela Palavra consequentemente darão frutos. Certamente a árvore boa dá bons frutos, e pelos frutos serão reconhecidos aqueles que são do Senhor.

CONCLUSÃO
Na parábola do semeador vimos as diferentes operações da Palavra de Deus quando ela é semeada. Sabemos que ela sempre produzirá efeito; cabe agora a nós nos dedicarmos e pormos o conhecimento em prática. Uma boa medida para começarmos é nos questionarmos sinceramente: Que tipo de solo temos sido ao recebermos a Palavra de Deus? Quais frutos temos produzido?

QUESTIONÁRIO
1. Por que o semeador representa os discípulos de Cristo?
2. Por que a palavra de Deus é como semente?
3. Quem é representado pela semente que caiu à beira do caminho?
4. Que tipo de ouvintes da palavra são representados pela semente que caiu nos pedregais e entre espinhos?
5. Por que aquele que ouve e compreende a palavra é comparado à boa terra?



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