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LIÇÃO 1
JOSUÉ, O SUCESSOR DE MOISÉS
TEXTO ÁUREO: “E Josué, filho de Num, foi cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés tinha posto sobre ele as mãos; assim, os filhos de Israel lhe deram ouvidos e fizeram como o Senhor ordenara a Moisés.” (Dt 34.9)
LEITURA BÍBLICA: JOSUÉ 1.1-6
INTRODUÇÃO Neste trimestre o nosso estudo é a respeito do Livro de Josué, que narra a história da conquista das promessas de Deus. Nesta primeira lição será apresentado um esboço do livro, assim como uma visão geral do seu conteúdo, importante para a compreensão do todo, e também os antecedentes da chamada de Josué que, após a morte de Moisés, tornou-se o novo líder do povo de Israel.
I – O TEMA DO LIVRO O Livro de Josué é o primeiro dos seis livros que integram a série dos livros históricos. Na narrativa, o protagonista não é Josué, mas sim o cenário onde têm lugar os novos acontecimentos da história do povo de Israel: Canaã, a qual o povo invade quarenta anos depois de ter sido libertado do seu cativeiro no Egito. Canaã é o ponto final daquela inacabável peregrinação. Na conquista da terra, o povo vê o cumprimento das promessas de Deus a Abraão, Isaque e Jacó de dar a terra aos seus descendentes para sempre (Gn 13.14-17; 15.13-16; 26.3-5; 28.13, 14). Eles, pois, herdeiros das promessas divinas, tomaram posse de Canaã e “palavra alguma falhou de todas as boas palavras que o senhor falara à casa de Israel: tudo se cumpriu” (Js 21.45). Canaã é o sinal de fidelidade de Deus à sua Palavra, de uma lealdade cuja contrapartida tinha de ser a conduta fiel do povo eleito. Porque, se bem que na possessão daquela terra contemplava-se o dom de Deus, o permanecer nela dependia da fidelidade e retidão com que os israelitas observariam a Lei transmitida por Moisés. Logo eles haveriam de compreendê-lo ao verem que, empenhados em ações de guerra, os seus triunfos ou derrotas dependeriam de serem fiéis ao Senhor (Js 7.1-5). Isso eles já tinham visto quando os amalequitas e os cananeus “os feriram, derrotando-os em Horma” (Nm 14.20-23, 40, 45). Uma primeira leitura do livro pode dar a entender que a conquista da terra consistiria num rápido movimento estratégico onde os israelitas, dirigidos por Josué, penetrariam com facilidade no país, e em pouco tempo se apoderariam por completo do território. Na realidade, não foi bem assim que aconteceu, pois nem eles conseguiram conquistar rapidamente os territórios cananeus, nem os habitantes anteriores do lugar foram completamente exterminados como Deus ordenara. De fato, muitos deles se mantiveram firmes nas suas posições (Js 15.63; 17.12,13) e, inclusive, às vezes fizeram alianças com os invasores, e então tiveram de aprender a conviver com eles (Js 9.3-5, 14-18, 27; 16.10). A conquista de Canaã foi, portanto, um avanço lento e sustentado em meio a não poucas dificuldades.
II – O CONTEÚDO DO LIVRO O livro se divide em duas grandes seções, formadas respectivamente pelos capítulos 1-12 e 13-22, e uma menor, que inclui os capítulos 23-24 em forma de conclusão. Após a morte de Moisés, Josué assume o comando do povo (Js 1.10-11; cf. Dt 31.7,8), cuja entrada e assentamento em Canaã são relatados na primeira seção do livro. Os israelitas, que se encontravam reunidos nas planícies de Moabe, atravessam o Jordão e acampam na margem ocidental, com os pés já postos em Canaã. A partir daquele momento, Josué organiza diversas campanhas militares destinadas a tomar posse de todo o território. Primeiro ataca localidades do centro da Palestina e, mais tarde, estende-se até os territórios do Norte e Sul. Essas ações aparecem no livro precedidas de um discurso introdutório do próprio Josué, que situa a narração histórica no seu contexto teológico: “todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés” (Js 1.3). Essa manifestação ratifica a ideia de que o estabelecimento em Canaã não é uma mera conquista humana, mas um dom que Israel recebe do Senhor. A seção conclui em 12.24, com a relação dos reis que foram vencidos em batalhas em ambos os lados do Jordão. A segunda seção (caps. 13-22) se ocupa dos vários incidentes relacionados à distribuição de terras às tribos de Israel. A leitura desses capítulos, com as suas estatísticas e as suas longas listas de cidades importantes e de pequenos povoados, demonstram a atenção que os israelitas prestaram à justiça distributiva, a fim de que cada uma das tribos dispusesse de um espaço para estabelecer-se: “deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar a seus pais; e a possuíram e habitaram nelas” (Js 21.43). Também a tribo sacerdotal de Levi – à qual não havia sido designada propriedade territorial (Js 13.14) havia de contar com cidades de residência cedidas pelas diversas tribos. Os dois últimos capítulos do livro (23-24) contêm o discurso de despedida de Josué (cap. 23), a renovação do concerto e, finalmente, a morte e sepultamento deste fiel servo de Deus que soube proteger o povo, depois de Moisés, e guiá-lo até o seu desejado destino (Js 24.29, 30).
III – O CHAMADO DE JOSUÉ Após a morte de Moisés, Josué, filho de Num, foi cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés tinha posto sobre ele as mãos; dessa forma os filhos de Israel passaram a lhe obedecer e o aceitaram como o novo líder, levantado por Deus como o fora Moisés. E o Senhor então fala com Josué para que este se levantasse e colocasse o povo em jornada para atravessar o Jordão. Tem início, portanto, o chamado de Josué para liderar do povo de Deus. Todos os líderes que Deus levanta no meio do Seu povo são antes preparados – não é diferente com Josué. Vários fatores já apontavam antes para a sua liderança: era descendente da família de José, tão prestigiada em Israel, seu avô Elisama tendo sido orientador da tribo de Efraim através do deserto; o contato que teve com a civilização e cultura egípcia (já que no Egito nascera e tomara parte no êxodo – cf. Nm 32.11s.) preparou-o, como também Moisés, para a grande missão de dar a estrutura e a independência a uma nova nação. Como auxiliar principal e adjunto de Moisés, em íntimo contato com ele no cargo de orientador do povo, Josué era naturalmente indicado como sucessor daquele de quem tanto recebera e com quem tanto aprendera na dura travessia do deserto. É bem verdade que, se não fosse a marca da presença de Deus em seu chamado, nenhuma dessas qualidades serviriam. Foi a partir do chamado de Deus que brotaram as poderosas energias com que haveria de conduzir Israel à sua soberania. Enfim, eis um grande soldado que se revestiu da completa armadura de Deus para cumprimento de sua missão.
CONCLUSÃO Que o presente trimestre venha trazer para cada um de nós ricas lições a respeito das conquistas do povo de Deus. Com certeza serão reforçadas as promessas de Deus e também a Sua fidelidade no seu cumprimento. Contudo, o quanto vamos conquistar depende totalmente de nós e essas lições nos serão passadas por meio deste livro, que está muito longe de ser apenas histórias registradas.
PARA USO DO PROFESSOR