MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 12
ZOROBABEL, ESDRAS E NEEMIAS – HERÓIS DA RESTAURAÇÃO
TEXTO ÁUREO: “E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” (Ne 6.3)
LEITURA BÍBLICA: NEEMIAS 1.1-11
INTRODUÇÃO Com a destruição do reino das tribos do norte e o cativeiro dos filhos de Judá em Babilônia, um período da história do povo de Deus havia se encerrado, e o tempo agora era de sofrer as consequências da apostasia. Contudo, o cativeiro serviu ao propósito de levar este povo a humilhar-se e buscar ao Senhor Deus, que então os ouviria e os restauraria. Na lição de hoje, estudaremos este período de restauração, que foi propício ao testemunho de fé daqueles que abraçaram o chamado de Deus para despertar o Seu povo da sua posição de abatimento e tristeza para conduzi-lo de volta à terra prometida e, mais do que isso, à presença do Senhor Deus, que os havia perdoado.
I – ZOROBABEL LIDERA O POVO NA RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO A restauração do povo de Judá começa quando o rei persa Ciro decreta que os judeus cativos nas terras para onde haviam sido deportados voltassem para Judá a fim de reconstruírem a casa de Deus em Jerusalém. Sobre isto haviam profetizado, muitos anos atrás, primeiro, Isaías; depois, Jeremias (Is 44.28; Ed 1.1-4). Notemos que a forma do próprio decreto era um sinal de que sua libertação era devida ao Senhor, pois tinha o propósito expresso de que voltassem a Judá para reconstruírem o templo em Jerusalém. Em complemento a este decreto, o rei Ciro manda que os tesouros da casa de Deus, que haviam sido saqueados por Nabucodonosor, cerca de setenta anos atrás, e introduzidos na casa dos deuses de Babilônia, fossem entregues aos cuidados de Sesbazar, um dos principais de Judá, para que os trouxesse a Jerusalém, além das ofertas que os judeus haviam recebido em outras partes do império persa e trariam sob a liderança dos seus principais (Ed 1.7-11; 2.1-2). Mas é Zorobabel quem desejamos destacar, por ter sido ele quem esteve à frente da reconstrução da casa de Deus. Pertencendo à linhagem real, cuja memória do último membro coroado, Jeconias, ainda era relativamente recente, o Senhor Deus confirmou a liderança do Seu povo nas mãos de Zorobabel, despertando-o a trabalhar na obra de reconstrução do templo, e fazendo dele um tipo do próprio Messias (Zc 4.7-10; Ag 2.4). É então nesta obra de reconstrução do templo que vamos encontrar a fé de Zorobabel mais se destacando. Assim, ele esteve à frente da edificação do altar, para que o povo não tardasse em oferecer sacrifícios e celebrar as solenidades ao Senhor; e, passado aproximadamente um ano, inicia os preparativos para a reconstrução do templo propriamente, cuja pedra de esquina, a primeira pedra do alicerce, foi lançada por Zorobabel (Ed 3.2-6, 10-13). Logo depois vemos que, quando os “adversários de Judá e Benjamin” tentaram se juntar aos judeus na reconstrução do templo, sob a alegação de que serviam ao mesmo Deus, Zorobabel rejeitou unir-se ao grupo que, na verdade, seguia espécie de mistura dos seus costumes idolátricos com as leis de Moisés. Resistindo a todas as tentativas de frustrarem a obra de Deus, até que o rei persa Dario proibiu a sua continuação (Ed 4.1-6, 24), Zorobabel, a princípio, cedeu à força da lei recém imposta; mas, tão logo o Senhor lhe falou, despertando-o a retomar a obra, pois faria grandes coisas naquele lugar, o líder não se deixou impedir nem pelo fato de ainda não ter uma manifestação favorável da parte do rei, e retomou a reconstrução do templo, até que fosse finalizado. Diferente, porém, de um ato temerário, Zorobabel agiu pela fé, certo da veracidade e justiça da obra que estavam realizando, e do amparo tanto em Deus como na pessoa do maior rei que os persas jamais tiveram (Ed 5.1-5; 6.1-3, 6-8).
II – ESDRAS ENSINA AO POVO A LEI DO SENHOR Assim como Zorobabel, Esdras era um sacerdote oriundo dos cativos em Babilônia, e que havia subido a Jerusalém num momento posterior ao primeiro retorno dos exilados, a saber, ao término da construção do templo. Além de sacerdote, era “escriba hábil na lei de Moisés, dada pelo Senhor, Deus de Israel”, e havia sido incumbido pelo próprio rei persa, desta feita Artaxerxes, de encabeçar uma nova leva de judeus, principalmente levitas e sacerdotes, de volta a Judá. Notamos que Esdras pode ter, assim como depois Neemias, proposto que o rei lhe permitisse ir a Jerusalém com o propósito de fazer cumprir a lei de Deus entre o seu povo; ao que Artaxerxes não apenas consentiu, mas, à semelhança de seu antecessor, Ciro, acrescentou que se oferecessem sacrifícios e ofertas em seu favor, a fim de propiciar o Deus do céu. A fim de cumprir fielmente esta missão, lemos que “Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos” (Ed 7.10), entendendo que o ato real era sinal de que a mão do Senhor lhe era favorável (vv. 27-28). Chegando a Jerusalém, e tendo cumprindo o seu mandato (cf. Ne 8), o sacerdote também registra sua justa indignação ao descobrir que muitos dentre o povo, inclusive sacerdotes e levitas, estavam contaminados com as filhas dos povos vizinhos. Além de expressar sua tristeza com a indiferença do povo em relação a um pecado que havia sido uma das maiores causas da sua corrupção no passado, o sacerdote assume fiel e zelosamente seu papel intercessor, confessando ao Senhor o pecado do seu povo. A sinceridade de sua oração, bem como seu testemunho de fé, são suficientes para comover o próprio povo que havia pecado a propor que todos os que haviam se contaminado com mulheres estranhas não apenas confessariam também o seu pecado mas, como reparação pela culpa, despediriam suas mulheres com seus filhos – o que podemos considerar um ato de fé instigado pela graça de Deus operando na intercessão de Esdras (Ed 10.10-14).
III – NEEMIAS RESTAURA OS MUROS DE JERUSALÉM Dentre os vários episódios narrados no livro de Neemias relacionado a este que também foi um líder espiritual do povo de Deus, podemos destacar como, ocupando uma posição de destaque junto ao rei da Pérsia, sua fidelidade a Deus e zelo pelo Seu povo manifestou-se quando seu coração se comoveu por saber que Jerusalém, mesmo depois da primeira restauração do cativeiro, ainda encontrava-se em estado lamentável, suas muralhas ainda sendo testemunho da ruína que se havia abatido sobre o povo em consequência dos seus pecados passados, e já perdoados; como sua fé alcançou testemunho de Deus na graça encontrada diante do rei, que não apenas permitiu, como confiou-lhe tudo de que precisava para realizar a obra da restauração dos muros e da cidade (Ne 1.1-5, 11; 2.1-8, 17-18). Pela fé também liderou, com os chefes das famílias de Jerusalém, a reconstrução dos muros da cidade, rejeitou a ajuda de Sambalate, Tobias e Gesem, e depois não temeu suas ameaças, mas antes preparou o povo para enfrenta-los, caso tentassem combate-los enquanto trabalhavam nos muros (Ne 2.19-20; 4.12-27).
CONCLUSÃO Em um tempo onde as maiores dificuldades encontradas pelo povo de Deus estavam naqueles que se opunham à restauração, Zorobabel, Esdras e Neemias destacaram-se entre aqueles que enlevaram os olhos espirituais do povo para o Senhor, que lhes era favorável e cujos pensamentos para com eles eram bons e de paz, e não de guerra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário