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LIÇÃO 9
ELIAS E O SEU TESTEMUNHO DE FÉ
TEXTO ÁUREO: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.” (Hb 11.32)
LEITURA BÍBLICA: 1 RS 17.1-6
INTRODUÇÃO De todos os profetas da antiga dispensação, Elias, o tisbita, pode ser considerado um dos mais icônicos do que é autoridade profética, tanto pela fé com que exerceu o seu ministério, realizando grandes prodígios que impactaram todo o povo e a terra de Israel; como pela coragem com que enfrentou os reis perversos e idólatras que governavam sobre Israel e os falsos profetas que desviavam o povo da adoração ao único e verdadeiro Deus, num tempo onde os fiéis – especialmente os profetas do Senhor – eram abertamente hostilizados e ameaçados com a morte.
I – ELIAS ANUNCIA A FOME SOBRE ISRAEL (1 RS 17) A história de Elias começa abruptamente, sem nos fornecer maiores detalhes sobre suas origens, exceto que era tisbita e dos moradores de Gileade; nem sobre o seu chamado divino, apresentando-o já como um profeta em plena comunhão com Deus e investido de grande autoridade e poder para anunciar o castigo divino contra a idolatria de Israel. Sem temer a ameaça representada por Acabe e sua mulher Jezabel, eis que surge o profeta e diz, na presença do rei: “Vive o Senhor , Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra”. Notemos que não se trata apenas de uma previsão, mas da determinação do juízo de Deus sobre o rei e o povo idólatras – determinação esta que está fundamentada na fé do profeta na justiça e santidade divina, e no zelo do Senhor pelo seu povo Israel. Israel achava-se desviado, apostatado do Senhor Deus através da idolatria introduzida em reinados anteriores, mas agravada a um nível até então jamais visto no reinado de Acabe: “Acabe fez muito mais para irritar ao Senhor, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele” (1 Rs 16.33). Como outros “sete mil”, Elias estava entre aqueles que não apenas não haviam se curvado a Baal, mas também zelavam pela glória do Senhor dos Exércitos e pelo Seu povo Israel. Daí podemos entender a afirmação de Tiago, de que Elias, “orando, pediu que não chovesse” (Tg 5.17-18) – o profeta era um homem que, graças a uma vida de oração, discernia o momento e a situação espiritual do povo e estava tão alinhado com a vontade e o tempo de Deus agir que somente falaria e pediria aquilo que estava certo que Deus realizaria. A seca seria longa e provocaria fome em toda a terra, pelo que o Senhor manda o profeta se esconder junto ao rio Querite, onde seria providencialmente sustentado – e isto podemos contar como um testemunho da fé de Elias também, na medida em que, não podendo sair a procurar alimento pela terra, este permaneceu ali tanto na dependência das águas do ribeiro, que aos poucos ia se secando, como também do alimento que era trazido pontualmente, a seu tempo, pelos corvos. A mesma fé se vê ainda mais claramente em como, depois de partir dali, a mando do Senhor, para ser hospedado e sustentado pela viúva de Sarepta, anunciou a provisão que haveria para todos – inclusive o profeta – a partir do pouco que restava àquela mulher (cf. vv. 8-15).
II – ELIAS CONFRONTA OS PROFETAS DE BAAL (1 RS 18) Passados três anos e meio desde o início do castigo da seca, o profeta é enviado de volta a Acabe para dar a sua palavra, pela qual haveria chuva novamente sobre a terra; mas não sem antes demonstrar a todo o Israel que aquela privação vinha de Deus, como castigo pela transigência do povo com os ídolos, e que somente o Senhor é o Deus vivo e verdadeiro. Mais uma vez, podemos notar a fé do profeta, na medida em que este propõe uma prova com os profetas de Baal aos olhos do povo. Estes preparariam um sacrifício a Baal e Elias, ao Senhor; aquele que respondesse com fogo, este seria o Deus verdadeiro. Sem demonstrar nenhum receio ou incerteza quanto à ineficácia das preces e flagelações dos seguidores de Baal, o profeta aguarda pacientemente até que o seu tempo para invocar o seu falso deus se cumprisse. Não havendo resposta, é a vez de Elias despertar o povo da frustração com Baal para uma fé renovada no Senhor Jeová. O fato de o altar ter sido reparado é emblemático, apelando para a apostasia e o abandono de Deus pela nação; mas agora era o tempo de se voltarem para o Senhor, que os receberia e responderia favoravelmente, aceitando a oferta de suas mãos. Vemos então que, mais uma vez, o profeta se volta ao Senhor em oração – uma breve, mas sincera e confiante oração, Elias estando cheio de fé na promessa de Deus feita a Israel, e certo de que era esta a vontade de Deus – desmascarar a falsidade dos profetas de Baal e libertar o povo do engano da falsa religião, bem como manifestar Sua boa vontade para recebê-los novamente para Si. A resposta de Deus é imediata, e fogo desce do céu para consumir completamente a oferta e o altar. Isto não apenas confirmou todas as palavras do profeta, como também renovou a fé dos israelitas, que clamaram: “Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!” E, num ímpeto de fervor, impulsionado ainda pela autoridade do profeta, o povo renuncia ao jugo de Baal, matando todos os seus falsos profetas. Demonstrada a justiça e o poder de Deus, e o erro de Israel em dar ouvidos aos profetas de Baal, reconhecido pelo povo na execução dos profetas de Baal, a ira de Deus estava abrandada, e o castigo da fome poderia ser removido. Voltando-se novamente para o Senhor em oração, o profeta aguarda um sinal de que a palavra sobre a chuva se cumpriria. E, tão logo um pequeno sinal surge no horizonte – “uma pequena nuvem, como a mão de um homem” – sua convicção de que aquele era o início de uma grande tempestade, há anos não mais vista em Israel, é expressa nas palavras: “Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva te não apanhe”.
III – ELIAS É ARREBATADO AO CÉU (2 RS 2) Sendo um homem sujeito às mesmas paixões que nós, Elias é o único, depois de Enoque, a encerrar seu ministério neste mundo de forma extraordinária. Não somente os filhos dos profetas, mas o próprio Elias sabia do seu arrebatamento que estava prestes a ocorrer e, como um homem que sabia ter completado a obra que o Senhor lhe havia confiado, passou pelas cidades como que visitando pela última vez os filhos dos profetas e recompensando a perseverança de seu discípulo, que era como um filho, Eliseu, com o legado da virtude do seu espírito, para que este fizesse tão grandes e numerosos sinais como seu pai havia feito. O arrebatamento de Elias sem dúvida pode também ser entendido como o de Enoque, isto é, como testemunho da fé de um profeta que, estando sempre na presença de Deus, finalmente não mais se viu, porquanto Deus para si o tomou (vv. 16-18).
CONCLUSÃO A história de Elias nos ensina como o poder de Deus se manifesta e é engrandecido em meio à fraqueza e limitações humanas, pois não depende do mérito e capacidade pessoal daquele por quem Deus opera, e sim da graça e virtude do Espírito, que opera através da fé.
PARA USO DO PROFESSOR