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LIÇÃO 6
BARAQUE, GIDEÃO E SANSÃO
TEXTO ÁUREO: “E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jeftá, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas.” (Hb 11.32)
LEITURA BÍBLICA: HB 11.32-34
INTRODUÇÃO Assim como o escritor aos Hebreus, concordamos que seria necessário muito tempo e espaço para rememorarmos todos os homens e mulheres de Deus mencionados nas Escrituras Sagradas e comentarmos os grandes atos de bravura e as proezas que realizaram pela fé. Mas, no caso de muitos deles, basta citarmos seus nomes para lembrarmos de ao menos um dos seus feitos, ou ao menos aquele que mais o caracteriza e pelo qual seu nome foi consignado à história sagrada. Assim, ao voltarmos nossa atenção para os juízes de Israel, nesta lição procuramos destacar aqueles cuja história é narrada de forma mais extensa e detalhada no respectivo livro.
I – BARAQUE, APOIADO POR DÉBORA, DERROTA OS CANANEUS (JZ 4.2-22) Depois de terem padecido por dezoito anos sob a opressão dos moabitas – e isto com justiça, em razão dos seus pecados – os israelitas clamaram ao Senhor, que misericordiosamente os ouviu e levantou a Eude, um homem da tribo de Benjamin que, com grande determinação e coragem inspiradas pela fé, astutamente conseguiu matar o rei dos moabitas e assim assegurou a vitória do seu povo sobre o exército dos invasores (Jz 3.15-30). Contudo, após oitenta anos de paz e liberdade, os israelitas tornaram a se desviar do Senhor, e por isso foram entregues a um novo e mais terrível opressor – os cananeus governados por Jabim, rei de Hazor – uma cidade ao norte de Israel. A história então se repete e Deus, atendendo ao clamor do Seu povo, levanta um novo libertador. Notemos porém que, ao contrário do que ocorre com outros juízes, neste caso vemos o Senhor levantando Débora, mulher de Lapidote, para julgar as causas dos israelitas e orientá-los pelo espírito de profecia, de modo que ela será, nesse período, a juíza de fato sobre Israel. Mas é através de um homem, Baraque, que o Senhor dará o livramento. Embora demonstrasse inicialmente uma insegurança para aceitar a missão divina, pedindo que a profetisa o acompanhasse, como que respaldando-o com a sua autoridade divina: “Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei”; por outro lado, Baraque obedeceu e, instado por Débora a lançar-se contra o inimigo, quando a batalha estava para ser travada, não titubeou mas, mesmo depois de desbaratar o exército dos cananeus, persistiu em perseguir Sísera. Certamente este foi o momento que veio à mente do escritor aos Hebreus, ao arrolar Baraque como um dos heróis da fé. Mesmo assim, não podemos deixar de ver uma repreensão à demora desse guerreiro israelita em obedecer à palavra da profetisa, quando esta, da parte do Senhor, depois de assegurar que o acompanharia, acrescentou a ressalva de que o troféu máximo daquela vitória – a cabeça de Sísera, general do exército dos cananeus, seria conquistada não pelos méritos de Baraque, mas pela astúcia de uma simples mulher. Não resta dúvida de que tal feito deve também ser atribuído à fé de Jael, mulher de Heder, rendendo-lhe um louvor ainda mais elevado que o do próprio Baraque (cf. Jz 5.6, 24-27).
II – GIDEÃO, COM 300 HOMENS, DERROTA OS MIDIANITAS (JZ 7.1-21) Passados quarenta anos, os israelitas tornaram a se desviar do Senhor e foram entregues aos midianitas. E, mais uma vez, em resposta ao clamor desesperado do Seu povo, Deus levanta um novo libertador – Gideão. Vemos uma hesitação inicial por parte deste homem em atender ao chamado de Deus, a qual foi gradualmente se desfazendo e Gideão tornando-se mais seguro de que o Senhor era realmente com ele para livrar Israel na medida em que recebeu várias confirmações de Deus. Consideremos ainda que tal modo de agir não implicava em incredulidade, mas sim em um senso da grandeza do chamado; tanto que, estando em seu alcance destruir o altar idolátrico de seu pai, ainda que com temor, ele o fez tão logo o Senhor lhe ordenou (cf. Jz 6.25-27). Passamos então ao feito de maior destaque na história deste juiz, e que podemos com maior clareza explicar à luz da fé, que foi a sua vitória contra os midianitas, que eram como uma multidão de gafanhotos e como a areia do mar. O Senhor instrui Gideão a reduzir suas fileiras de 32.000 para apenas 300 homens: “Muito é o povo que está contigo, para eu dar os midianitas em sua mão; a fim de que Israel se não glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou”. A fé deste juiz pode ser destacada tanto no fato de ele ter obedecido prontamente ao Senhor na prova dos seus soldados como também, depois de compreender e ter a certeza de que não seria pela força do braço nem da espada, mas pelo poder de Deus que Israel venceria os midianitas, propôs uma estratégia inusitada de combate, que ainda mais glorificaria a Deus do que se ele tivesse se lançado com seus homens, de espadas em punho, a lutar contra a multidão dos midianitas: “Olhai para mim e fazei como eu fizer; e eis que, chegando eu ao extremo do arraial, será que, como eu fizer, assim fareis vós. Tocando eu e todos os que comigo estiverem a buzina, então, também vós tocareis a buzina ao redor de todo o arraial e direis: Pelo Senhor e Gideão.”
III – SANSÃO, SOZINHO, DERROTA OS FILISTEUS (JZ 16.23-30) Chegamos então ao mais controverso dos juízes – não tanto pelas suas fraquezas, as quais, em menor ou maior medida, muitos (se não todos) os heróis da fé também demonstraram, de modo a serem perpetuadas nas páginas das Escrituras Sagradas. Mas, no caso particular de Sansão, ficamos perplexos ante a grandeza da graça de Deus operando neste homem, o qual foi concebido por um milagre e, desde o ventre de sua mãe até a sua morte, manteve-se consagrado (cf. Jz 13.3-7) para, através dele, o Senhor começar a livrar Israel da mão dos filisteus. Por mais questionáveis que sejam os seus métodos de aproximação dos filisteus, não podemos nos esquecer que isto vinha de Deus, que, pelo seu Espírito, impelia Sansão, ainda jovem, aos campos onde realizaria os seus maiores feitos de força e bravura (Jz 13.25; 14.1-4). Como nos casos já estudados, o escritor aos Hebreus não destaca qual acontecimento particular na vida de Sansão ele tinha em mente ao citá-lo pela sua fé; mas poderíamos considerar que, em todas as ocasiões onde o Espírito do Senhor se apoderou dele – desde o seu encontro com o leão até o seu último ato, quando invocou pela última vez ao Senhor que lhe devolvesse sua força para se vingar dos seus inimigos, Sansão agiu pela fé, certo de que toda a destruição que causava entre os inimigos do seu povo fazia parte do propósito divino de salvar Israel através de suas mãos (Jz 14.5-6, 18-20; 16.23-30).
CONCLUSÃO Os juízes de Israel são exemplos de heróis da fé que tiraram forças a partir da fraqueza de seu tempo e de suas circunstâncias, para enfrentar inimigos que seriam imbatíveis pela força carnal. Neles Deus confunde a sabedoria e o poder dos homens, bem como revela a virtude da verdadeira fé, que se aperfeiçoa na fraqueza daqueles a quem é concedida.
PARA USO DO PROFESSOR
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