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LIÇÃO 5
JOSUÉ E A CONQUISTA DE JERICÓ
TEXTO ÁUREO: “Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias. Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias” (Hb 11.30)
LEITURA BÍBLICA: JOSUÉ 6.1-5, 16-25
INTRODUÇÃO Após Israel caminhar pelo deserto durante quarenta anos, Josué sucedeu a Moisés como líder e guiou o povo na conquista da terra de Canaã. E, mesmo que muita terra ainda restasse por conquistar ao término do seu ministério, sem dúvida a derrubada dos muros de Jericó foi um dos eventos mais notáveis na história da conquista relatada em seu livro. Estreitamente relacionado a este evento – que foi um testemunho da fé não apenas de Josué, mas de todo o povo de Israel por ele liderado – temos também o livramento de Raabe da destruição da cidade, ainda mais significativo por demonstrar que a fé é dom exclusivo da graça de Deus, e não fruto dos méritos ou justiça humana.
I – O TESTEMUNHO DE FÉ DE JOSUÉ Antes mesmo de ser designado por Deus para liderar Israel, foi ainda no deserto que Josué se destacou como um homem de fé. Ali, desde Cades Barnéia, Moisés havia despachado doze homens, um de cada tribo de Israel, para espiarem e reconhecerem a terra de Canaã, devendo estes voltar com informações que seriam úteis tanto de um ponto de vista militar como para fortalecer o coração do povo com a perspectiva da recompensa e do descanso que os aguardava ali. Lemos que Josué encontrava-se entre esses doze espias, sendo ele da tribo de Efraim (Nm 13.1, 6 e 8). Voltando de sua missão, os espias, tomados pela incredulidade, apresentaram impressões tão negativas sobre a terra de Canaã que o povo, abatido com o seu testemunho, murmurou contra o Senhor, a ponto de se rebelar contra a liderança de Moisés e propor voltar para o Egito (Nm 14.1-4). Foi então que Josué, juntamente com Calebe, se levantou para destacar que nem tudo do que viram naquela terra era ameaçador, mas havia coisas boas ali que justificavam o esforço e o risco a ser enfrentado; e, mais do que isso, para lembra seus conterrâneos de que, conforme a promessa, o Senhor Deus seria com eles, e desampararia os cananeus para que estes, mesmo sendo muitos e poderosos, pudessem ser vencidos por Israel. E negar esta promessa seria uma afrontosa demonstração de rebeldia e incredulidade, tanto mais porque o povo já havia testemunhado que Deus opera, não pela vista, mas pela obediência incondicional à Sua palavra (Nm 14.6-9). Tão perversa e contumaz foi aquela demonstração de incredulidade do povo de Israel que o Senhor selou o destino deles ali mesmo, condenando-os pela sua rebeldia e murmuração a peregrinarem pelo deserto até o último dia de suas vidas; ao passo que Josué, assim como Calebe, alcançaram testemunho de que haviam agradado a Deus por terem perseverado na obediência da fé, tanto contra aquilo que seus olhos haviam visto de temeroso em Canaã, como também contra a violência de seus próprios irmãos, os quais, não fosse a intervenção divina, teriam apedrejado a ambos ali mesmo (Nm 14.28-30; cf. Hb 3.7-11, 12-14, 17-19).
II – RAABE CRÊ NA PROMESSA DE DEUS FEITA A ISRAEL (JS 2.1, 8-14) Consideremos então, antes do evento destacado pelo escritor aos Hebreus, aquele que, por ordem cronológica, ocorreu primeiro: o testemunho de Raabe. Esta mulher, a despeito da impressão negativa que naturalmente somos levados a nutrir em relação ao seu status naquela sociedade depravada, deve ser analisada à luz de como a graça de Deus operou naquele coração, numa verdadeira prefiguração de quão grandes coisas os gentios haveriam de alcançar pela mesma fé que esta mulher cananeia. Pois foi pela fé que Raabe não apenas foi livrada de uma destruição da qual de nenhum outro modo poderia ter escapado; como também foi pela fé que ela e sua casa passaram a habitar em Israel, alcançando um lugar entre o povo de Deus que pela lei jamais seria possível; e, finalmente, ela está entre aquelas mulheres a partir das quais a linhagem da promessa foi suscitada e teve continuidade, portanto, é contada na linhagem do próprio Messias (cf. Js 6.25; Mt 1.5). Tanto na epístola aos Hebreus como na de Tiago, Raabe agiu por verdadeira fé – por uma fé justificada por obras – ao acolher os espias, escondê-los do seu rei e despedi-los em segurança por outro caminho (cf. Tg 2.25). Assim como os demais cananeus, o coração de Raabe também havia desmaiado e ela estava apavorada com a presença dos israelitas nas proximidades de Jericó, mas, ao invés de permanecer apática a esta constatação, temendo pelo pior, ela “viu o invisível”, como podemos perceber nestas suas palavras: “Bem sei que o Senhor vos deu esta terra”, “porque o Senhor, vosso Deus, é deus em cima nos céus e embaixo na terra”. E, fortalecida pela fé, não temeu esconder aqueles que eram considerados inimigos do seu povo; inteligentemente, propôs um acordo com os espias, sabendo que estes não violariam um juramento em nome do Senhor, obtendo a garantia de que não somente ela, mas toda a sua casa seria poupada da destruição. E a tudo isto ainda acrescentamos sua confiança no sinal do acordo ajustado pelos espias, atando o cordão escarlate à janela de sua casa, e que seria a garantia do seu livramento, da sua redenção da morte e destruição (Js 2.17-19).
III – JERICÓ É CONQUISTADA E RAABE É SALVA (JS 6.1-5, 16-25) O escritor aos Hebreus afirma que as muralhas de Jericó caíram pela fé – no caso, tanto a fé de Josué, que recebeu de Deus a ordem sobre o que deveria ser feito para que a cidade fosse conquistada, como a do povo, que obedeceu e procedeu conforme ordenado. Notemos como, depois de assegurar que a cidade, seu povo e seu rei já estavam entregues a Josué e Israel – o que deveria ser suficiente para fomentar a fé em seus corações – o Senhor acrescenta o elemento que colocaria a fé deles à prova, assim como havia feito na celebração da Páscoa e na passagem pelo Mar Vermelho. Deus não manda o povo conduzir o cerco nos moldes de uma guerra normal, mas determina um procedimento inusitado: “Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando a cidade uma vez; assim fareis por seis dias”. Assim o povo foi mantido como que em suspense, um dia após o outro rodeando a cidade, sem dizer uma palavra, mas sem ver qualquer sinal adicional de que os muros inexpugnáveis da cidade cairiam. Então, tendo perseverado até o sétimo dia, ao receberem a ordem de Josué, gritaram e, conforme o Senhor havia prometido, os muros de Jericó vieram abaixo: “Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade.” Raabe, por sua vez, recebeu o testemunho público da sua fé quando Josué, lembrando do juramento feito a esta mulher, mandou que primeiramente ela fosse tirada com sua família da cidade, e depois que a cidade fosse destruída. Ademais, notemos como, em razão de serem eles cananeus, Raabe e sua família a princípio foram mantidos fora do arraial de Israel – possivelmente para fins de purificação dos costumes vãos e das contaminações dos gentios – e depois recebidos no meio dos israelitas, onde encontraram lugar de habitação e até mesmo se misturaram como se fossem do mesmo povo, conforme já indicamos no tópico anterior.
CONCLUSÃO Considerando o livro de Josué, olhamos para este líder como um grande herói da fé; contudo, lembremos que as Escrituras põem ao seu lado Raabe, uma mulher que, tendo tudo para ser menosprezada pelo povo de Israel, foi escolhida para ter seu coração purificado pela fé e encontrar um lugar de honra entre o povo eleito, na geração de um dos antepassados do Messias e Salvador, Jesus.
PARA USO DO PROFESSOR
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