28 setembro 2021

001-A importância da Ética Cristã - Ética Cristã Lição 01[Pr Afonso Chaves]28set2021


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LIÇÃO 1 

A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA CRISTà

TEXTO ÁUREO: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem”. (Ec 12.13) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 5.17-20 

INTRODUÇÃO 

Neste trimestre nos voltaremos para um tema polêmico quando levantado para discussão, mas com o qual nos defrontamos o tempo todo em nossas vidas: Ética. Além disso, vivemos numa época cujo interesse pela ética se percebe na medida em que os debates nos meios de comunicação, as políticas implementadas pelas autoridades e até mesmo o comportamento em grupo e individual são delineados com vistas a se conformar a algum padrão do que seria o “certo”, o “bom”, e a se evitar o “errado”, o “mau”. Nesta lição, vamos definir a ética – ou, mais propriamente, a ética cristã, não apenas como uma área dos estudos bíblicos e teológicos, mas como uma ferramenta, um método para aprofundarmos nossa compreensão dos valores bíblicos – divinos e imutáveis – pelos quais devemos nos orientar nas coisas em que os homens alheios ao Deus vivo o fazem conforme as conveniências do momento. 

I – A ÉTICA DOS HOMENS E A ÉTICA CRISTà

1) Uma definição. Podemos definir ética como o estudo dos princípios e razões que devem nortear o comportamento humano em todos os níveis, permitindo identificar as ações como “certas” e “erradas”, “boas” e “más”. O ser humano é naturalmente inclinado a analisar seus próprios atos e os dos outros à luz da possibilidade de aprovação ou reprovação – seja da parte de Deus, de si mesmo, ou de outros. Há uma razão maior por trás de cada ato, que o ato e suas consequências não explicam por si mesmas. A ética procura elucidar essa questão – por que o homem se comporta desta ou daquela maneira, ou antes por que ele julga certo ou errado comportar-se desta ou daquela maneira. 2) A ética dos homens. Mesmo separado da vida divina em razão do pecado, o homem ainda traz dentro de si um senso comum do que é certo e errado e de que de alguma forma deverá prestar contas por agir contra ou ter se portado abaixo do que considerava ideal. Esse senso é chamado de “consciência” e, na verdade, é o mais forte testemunho que o homem natural possui de que é a Deus que ele terá de responder um dia por todos os seus atos (cf. Rm 2.12-16; Ec 12.13). Contudo, o pecado dominou-o de tal forma que muitas vezes prevalece e o leva a violar os ditames da sua própria consciência, até que, eventualmente, o que resta desse senso moral implantado por Deus é minado ou cauterizado, e o certo e errado passa a ser aquilo que convém à sua própria conveniência, ou a de outros (cf. Pv 14.12). Ou, pior ainda, depois de violar muitas vezes suas próprias consciências, e pressionados pelo peso da culpa, tudo o que alguns conseguem é hipocritamente imputar aos outros os seus próprios pecados, na esperança de que, corroborando com palavras a ética que não praticam, poderão escapar à condenação (cf. Rm 2.1-6). 3) A ética cristã. O testemunho de Deus na consciência pode não ser mais suficiente, em razão do pecado, de trazer ao homem plena consciência do seu dever para com o Criador, muito menos disposição e força para agir de acordo com esse dever. Mas resta a verdade de que a nossa conduta neste mundo interessa a Deus, pois Ele nos faz lembrar, pela natureza das coisas criadas, que somos obra de Suas mãos e, pela consciência, que podemos agradá-l’O ou aborrecê-l’O de acordo com a nossa conformidade ou desacordo com o propósito para o qual Ele nos criou (cf. Rm 1.20-21; At 17.24-27). Para o cristão, as Escrituras Sagradas são o testemunho mais evidente e inequívoco de que existem valores pelos quais devemos regrar nossa conduta, se desejarmos agradar a Deus e assim apaziguar nossas consciências (cf. Ex 19.5; 2 Co 5.5). E por isso é do interesse de todo crente não apenas indagar e definir quais são esses valores, mas sinceramente aplica-los primeiro em sua vida, para então – e somente então – ensinar a outros (cf. Ed 7.10). 

II – CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA CRISTà

1) A ética cristã é bíblica. O fundamento de uma investigação sobre os valores que integram a ética cristã é única e exclusivamente a Bíblia – as Escrituras Sagradas. Por “bíblica”, queremos dizer, em primeiro lugar, que a ética cristã é divina, porque Deus é bom, santo, justo e reto, e n’Ele não há nada de contrário a tudo isto (cf. 1 Jo 1.5; Hc 1.13). Logo, somente Deus pode definir o que é “certo” e “errado”, “bom” e “mau”, etc. Segundo, por “bíblica” queremos dizer que, como as Escrituras Sagradas são a revelação objetiva de Deus aos homens, é nelas que encontraremos os princípios e razões que definem a ética cristã (2 Tm 3.16; Tt 2.11-12). E, terceiro, por serem as Escrituras completas no que diz respeito à salvação, todos os princípios e valores necessários para estabelecer uma sólida e abrangente ética cristã podem ser deduzidos exclusivamente a partir da palavra de Deus. 2) A ética cristã é imutável. Deus não muda. Sua palavra aos homens também não muda, porque nossas necessidades mais profundas e vitais não mudam (cf. Mt 24.35). Costumes e cuidados da vida vêm e vão, mas as grandes questões morais permanecem as mesmas. Uma ética relativista, conciliatória, pragmática ou maleável como é a ética dos homens, na verdade apenas tranquiliza seu coração quanto às suas violações da lei divina e o impede de encarar as verdadeiras questões da vida. A ética cristã põe o homem diante da realidade suprema do Deus vivo, cujo poder é revelado na grandeza da criação, e cuja justiça e juízo verdadeiro são continuamente lembrados pela voz da consciência. 

III – O COMPROMISSO CRISTÃO COM A ÉTICA 

1) O compromisso cristão com a ética dos homens. Enquanto um reflexo pálido da lei divina estampada nos corações e deduzida a partir do senso comum e natural acessível a todos os homens, a “ética comum”, por assim dizer, é louvável (cf. At 10.1-4). Por ela Deus, na Sua providência e benignidade, tem preservado e prosperado sociedades, famílias, governos, mesmo sem o conhecimento salvífico do Evangelho. O cristão não está menos comprometido com essa ética natural do que com a ética propriamente bíblica; antes, é aqui que ele tem um ponto de contato para dar testemunho dos seus valores morais, onde os infiéis poderão reconhecer as suas boas obras e, glorificando a Deus, receber a revelação ética mais completa do Evangelho (cf. Mt 5.13-14; 1 Co 10.31-32). 2) O compromisso cristão com a ética de Deus. Por outro lado, a obrigação do cristão para com a ética esposada pelo homem natural termina onde esta se afasta dos valores, das razões e dos propósitos divinos – ou, pior ainda, quando é distorcida para se opor à ética bíblica. Desde as razões mais sutis e enganosas até o uso da força e da coação já foram usados em nome da ética. O cristão deve estar consciente de que os mesmos homens que podem ser impressionados pelo nosso testemunho também podem nos aborrecer precisamente por causa desse testemunho, pois, ao mesmo tempo que a ética cristã é tão consistente com o testemunho da consciência, merecendo o louvor até dos mais impenitentes; ela também expõe a negligência, mesmo a rebeldia, do coração incrédulo à lei de Deus, lembrando-o da terrível verdade de que terá de prestar contas dos seus atos, e provavelmente será achado em falta (cf. At 5.27-29; Jo 15.18-21; Mt 10.28; Tg 4.4). 

CONCLUSÃO 

Enquanto a ética dos homens pode ser apenas um objeto de estudo por pessoas desinteressadas em comprometer-se com os princípios mais elementares do senso comum; a ética cristã se impõe ao fiel como um forte senso de dever para com o Criador, e conhecê-la através da sua fonte infalível – as Escrituras – é a melhor forma de se assegurar de que ele saberá o que tem de fazer, mesmo quando estiver diante das incertezas do relativismo moral dos homens; ou de que o fará ainda que pressionado a agir de modo contrário ao que sua consciência para com Deus afirma seguramente que deve fazer.

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21 setembro 2021

013-A Repartição e os limites da Nova Terra - Ezequiel Lição 13[Pr Afons...

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 LIÇÃO 13 

A REPARTIÇÃO E OS LIMITES DA NOVA TERRA 

TEXTO ÁUREO: “Quando, pois, repartirdes a terra por sortes em herança, oferecereis uma oferta ao Senhor, um lugar santo da terra; o comprimento será de vinte e cinco mil canas, e a largura, de dez mil; este será santo em todo o seu contorno ao redor.” (Ez 45.1) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 47.1-12 

INTRODUÇÃO Os capítulos finais de Ezequiel, que estudaremos nesta última lição do trimestre, completam a visão escatológica da restauração do povo eleito. Sob o simbolismo da nova cidade-templo foram representados diversos mistérios da comunhão e das bênçãos divinas desfrutadas sob o Novo Concerto. Agora veremos o impacto dessa restauração no seu aspecto mais amplo e final, quando toda a estrutura da criação, gradualmente aperfeiçoada pela realização dos propósitos divinos, cederá lugar aos novos céus e nova terra aguardados pelos fiéis, onde estes poderão desfrutar de plena glória e justiça eterna. 

I – A DEFINIÇÃO DA NOVA TERRA (CAPÍTULOS 45 E 46) O capítulo 45 começa descrevendo os limites da habitação do povo de Deus para além do santuário – uma nova terra onde não haveria mais injustiça, e nem sacerdotes e levitas, nem príncipes, nem o resto do povo, seriam de qualquer forma prejudicados ou receberiam menos do que o justo. Como aqui também se trata de coisas espirituais, consideremos que, em primeiro lugar, a palavra sugere que a restauração do povo eleito implica na criação de novos céus e nova terra, onde somente eles habitariam seguramente e nunca mais temeriam as vicissitudes da velha criação – verdade essa desvendada já em outros profetas, mas declarada abertamente no Novo Testamento (cf. Ap 21.1; Is 65.17). Sob um aspecto figurado, a repartição da terra pelos sacerdotes e levitas, pelo príncipe e pelo resto do povo de tal modo que não houvesse mais lugar para injustiças sugere exatamente isso. Todos teriam a sua sorte designada por Deus de tal modo que seria condizente com suas funções e sua posição na nova ordem das coisas. Lembremos que os príncipes nunca receberam uma parte especial da terra em função de sua responsabilidade sobre o povo, e muitos deles foram levados pela ganância a cometer grandes injustiças contra os seus súditos nesse particular (cf. 1 Rs 21.1-4). Do mesmo modo, os levitas e sacerdotes originalmente foram espalhados entre as tribos de Israel, uma vez que o santuário, na ocasião da conquista e distribuição da terra, não tinha lugar permanente (cf. Js 21.1-8). Jerusalém como local escolhido para a casa de Deus de certo modo representava um obstáculo para os filhos de Levi que moravam entre as tribos mais distantes, o que certamente se agravou com a divisão das tribos. Contudo, os fiéis habitariam numa nova terra, onde ninguém seria prejudicado pelo próximo, pois todos teriam a porção devida. Para que o culto divino não fosse afetado pelo afastamento dos seus ministros, todos eles – levitas e sacerdotes – teriam uma porção junto ao próprio santuário (vv. 4-5). O príncipe, recebendo também uma porção justa, não teria razão para cobiçar, muito menos lançar mão de meios escusos para obter as terras do povo. Ao invés de oprimi-los para aumentar suas próprias riquezas, ele haveria de ofertar da sua abundância ao Senhor Deus, e o povo concorreria de bom grado para tornar essa oferta grandiosa (v. 16). Notemos ainda um detalhe interessante: o príncipe assumiria um aspecto característico da função sacerdotal, que era o de assumir o lugar de todo o povo na apresentação de constantes ofertas ao Senhor: “E estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações, nas festas, e nas luas novas, e nos sábados, e em todas as solenidades da casa de Israel” (v. 17). Esta é uma função que condiz com a obra de Cristo Jesus que, sendo o verdadeiro descendente de Davi, que se assenta no seu trono e reina eternamente, também é o legítimo sacerdote na ordem de Melquisedeque constituído por Deus para interceder pelo Seu povo (cf. Lc 1.31-33; Hb 5.1-6). As Escrituras se voltam novamente para o santuário para retrarar que o culto divino nunca mais será abandonado. O padrão ainda é o mesmo instituído sob o Antigo Concerto, pois é nos termos dessa revelação que o povo no cativeiro compreenderia a mensagem divina. Por isso se fala nos dias de trabalho e no sábado como o dia próprio de culto; contudo, a idéia é de que o culto será seguido em sua ordem devida, de acordo com os sábados, e as solenidades e luas novas. É importante notar também um aspecto da revelação divina nesta passagem que é retomado em outros profetas e depois na revelação joanina: todos os habitantes da terra adorarão, de tal modo que mesmo os povos mais distantes virão até o santuário para se prostrar perante o Senhor (cf. Is 66.22-23; Zc 14.16; Ap 21.24-26). 

II – A FONTE DAS ÁGUAS PURIFICADORAS (47.1-12) A cena seguinte mostra uma característica peculiar do novo templo e dos seus arredores: ao contrário do templo anterior edificado por Salomão, e de qualquer outro que seria erguido no futuro por mãos humanas, o templo da visão comporta uma nascente de águas que flui desde o seu interior em direção ao oriente e que o profeta é convidado a examinar de perto. Ao contrário de uma corrente de águas natural, sem ser alimentado por qualquer afluente, esse rio torna-se cada vez mais profundo e volumoso na medida em que suas águas se afastam do santuário. As águas têm um destino definido: “saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar”, provavelmente o mesmo que conhecemos hoje como “Mar Morto”, pois as águas correntes, “sendo levadas ao mar, sararão as águas” que, pelo seu alto teor salino, eram impróprias para a vida. Assim o mar se tornará abundante de vida, de tal modo que se tornará um novo local de trabalho para os pescadores (v. 10). Tendo o cuidado de lembrar que se trata de uma mensagem espiritual, não é difícil entender que aqui temos uma referência à vida e graça abundantes que Deus propõe derramar sobre Seu povo mediante a sua restauração, após se arrependerem dos seus pecados e invocarem a salvação do Senhor (cf. Jl 2.28-32; At 2.38; Sl 46.4). É a água da vida eterna, que sacia a sede da alma não apenas do fiel, mas, na forma do testemunho do evangelho, jorra e flui até outros, como que vivificando a terra para produzir árvores frutíferas e purificando águas paradas e estéreis para que sejam cheias de vida (cf. Jo 4.14; 7.37-39; Ap 22.1-2, 17). 

III – A HERANÇA DO NOVO ISRAEL (47.13 A 48.35) A visão termina tratando da repartição da terra entre todas as tribos de Israel, numa clara indicação de que, ao contrário das consequências físicas irreversíveis da destruição das tribos do norte, todo o Israel seria restaurado à sua terra, pois o concerto de Deus com o Seu povo permanece firme, e Ele conhece os que são Seus entre todas as tribos. Mas consideremos também que, desta vez, os gentios também entram na contagem do povo, recebendo herança assim como natural – e isto não poderia se cumprir de outro modo, senão na reconciliação selada em Cristo Jesus. É Ele quem estabeleceu a nossa paz, tanto com Deus como entre judeus e gentios, formando dos dois um só povo, uma só família de Deus e que, no âmbito do reino celestial, mantém sua perfeita identidade com as doze tribos de Israel (cf. Rm 11.1-7, 25-26; Ef 2.11-16; Ap 7.4; 21.12). 

CONCLUSÃO A visão final registrada em Ezequiel se assemelha em muitos aspectos àquela registrada nos capítulos finais de Apocalipse, e serviu tanto aos nossos irmãos no cativeiro como serve a nós mesmos. Sem dúvida, o propósito do Espírito de Deus era e é o de fortalecer a esperança e paciência dos fiéis para que suportem suas provações por um pouco de tempo, até que os novos céus e a nova terra pelos quais ansiamos sejam trazidos à luz, suplantando esta presente era de injustiças, e possamos desfrutar de verdadeira e permanente justiça, paz e alegria na presença de nosso Deus e Senhor.

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14 setembro 2021

012-A Glória do Novo Templo - Ezequiel Lição 12 [Pr Afonso Chaves]14set2021

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LIÇÃO 12 

A GLÓRIA DO NOVO TEMPLO 

TEXTO ÁUREO: “Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel esta casa, para que se envergonhe das suas maldades; sirva-lhe ela de modelo.” (Ez 43.10) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 43.1-10 

INTRODUÇÃO Depois de anunciar a restauração do povo de Israel em diferentes aspectos, e assegurar a vitória final contra os derradeiros inimigos do povo de Deus, a última sessão do livro de Ezequiel se dedica a descrever minuciosamente a glória de um novo templo edificado em Jerusalém, onde o culto a Deus é puro e verdadeiro, e as bênçãos derivadas da comunhão e presença divina no meio do seu povo são abundantes. Através desta visão, o Senhor descortina de forma simbólica e muito expressiva aspectos do verdadeiro templo que estava sendo reconstruído, não com pedras e por mãos humanas, mas com os sinceros e fiéis que Ele mesmo estava reunindo, para eventualmente revelar que o Seu povo é a Sua cidade eleita, e o Seu templo, e sacerdócio. 

I – JERUSALÉM E O TEMPLO SERÃO UM SÓ (CAPÍTULOS 40 A 42) De um modo muito semelhante à visão final de João registrada em Apocalipse, em Ezequiel também vemos que, após a derrota de Gogue e seu bando, o povo eleito estará livre de todos os temores e perigos para desfrutar da plenitude da salvação e da alegria celestial. Na revelação joanina, essa plenitude é representada por “um novo céu e uma nova terra”, e pela “a Santa Cidade, a nova Jerusalém”, que o apóstolo vê descer de Deus (cf. Ap 21.2, 3). Nosso profeta também é levado até “um monte muito alto”, onde ele vê “um como edifício de cidade para a banda do sul” (40.2, 3) – edifício esse que também será medido pelo anjo (cf. Ap 21.15). O propósito não é outro senão fornecer (seja no caso de Ezequiel, ou de João) uma descrição de grandiosidade, pureza e perfeição da obra divina frente à limitação humana e seus parcos recursos – uma descrição que certamente despertaria nos israelitas uma consciência da gravidade do seu pecado e sua indignidade de ter parte nesta cidade, ao mesmo tempo em que os compungiria ao arrependimento para que pudessem ser aceitos nela (cf. v. 4; 43.10-11; Ap 22.11-12, 14-15). Não há necessidade (nem espaço suficiente) para considerarmos as formas e as medidas tomadas a cada passo, de cada ângulo e de cada estrutura do edifício divino. Basta dizer que, para os israelitas que sempre conviveram com um templo que consideravam a glória do seu ornamento, a nova construção seria motivo de assombro e quebrantamento, elevando os corações dos fiéis a um senso maior da glória divina jamais imaginado. Existe até uma correlação e semelhança com o templo construído por Salomão, mas outros aspectos deste novo templo são diferentes. Um deles, por certo o mais notável, é que, em lugar de uma cidade e um templo, o que vemos é apenas um edifício, que por fora se assemelha a uma cidade, mas por dentro é um templo. Como representação da habitação de Deus com o Seu povo por toda a eternidade, Jerusalém não estará mais dividida entre “residências” comuns e o templo, pois todos os que ali entrarem serão sacerdotes e terão igual comunhão com o Senhor: “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22). 

II – A GLÓRIA DE DEUS RETORNARÁ (CAPÍTULO 43) Tendo pontuado todos os contornos externos e internos da nova cidade-templo, o Senhor abre os olhos de Ezequiel para outro aspecto da restauração da cidade que, desde a visão sobre a destruição de Jerusalém (capítulos 8 a 11), havia sido indicado tacitamente: a glória de Deus abandonando o templo, depois a cidade, e finalmente sumindo no horizonte, como que deixando o povo entregue à própria sorte dos seus pecados. Mas agora, começando com a restauração do cativeiro e, num sentido mais amplo, estendendo-se ao longo das gerações de fiéis que têm sido agregados ao reino de Deus pela fé em Cristo Jesus, a glória de Deus voltou ao seu santuário, ao seu povo, e não mais o abandonará, mas antes se revelará em esplendor na nova Jerusalém (cf. Ap 21.2, 10-11; Cl 3.4). Consideremos ainda que o Senhor reinará sobre a plenitude do Seu povo neste lugar – um reino onde não haverá mais desobediência nem contaminações, pois a cidade-templo é santa, e nenhuma abominação poderá entrar nela (vv. 7, 12; Ap 21.27, 22.3, 15). Embora ainda se fale em reis, o fato é que somente o Senhor governará eternamente sobre o Seu povo, e a imagem imperfeita de um governo teocrático que havia assinalado grande parte da existência de Israel é apenas uma acomodação à compreensão do povo (assim como em Apocalipse, cf. 21.26). 

III – O NOVO SACERDÓCIO (CAPÍTULO 44) O grande pecado que havia atraído um castigo tão terrível contra Judá foi o da profanação das coisas santas de Deus, particularmente pelos seus sacerdotes. O Senhor assegura que a Sua glória, que havia entrado pela porta oriental, nunca mais abandonaria o Seu povo: “Esta porta estará fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, estará fechada”. Mas, para isto, seria necessária uma nova ordem de sacerdócio, que nunca mais comprometesse a santidade do culto divino pela desobediência, negligência e profanação. Com efeito, se alguma distinção ainda haveria no reino de Deus, não seria aquela que depende do julgamento da aparência, e sim aquela que se deriva da verdade e da justiça: os incircuncisos, isto é, os impuros e completamente alheios ao concerto do Senhor, jamais alcançarão lugar no santuário; mas aqueles que, como os levitas, foram incumbidos de responsabilidades no reino de Deus, contudo negligenciaram os seus deveres e escandalizaram aos demais, serão humilhados e considerados os menores – de fato, serão privados até da dignidade que pareciam ter (cf. Mt 5.18-20; 24.45-51). Por outro lado, os fiéis exercerão um sacerdócio legítimo e digno diante de Deus – aquele que, como anunciado através de Moisés, era o que havia sido proposto desde o início, mas o povo havia se considerado indigno (cf. Ex 19.4-6). Agora, graças à redenção alcançada em nosso favor por nosso Senhor Jesus Cristo, fomos feitos participantes desse sacerdócio – um sacerdócio não de sombras e imperfeição, mas de luz e verdade, onde nossa oferta é e sempre será aceita como cheiro agradável diante de Deus (cf. Ap 5.9-10; 1 Pe 2.4-5, 9). 

CONCLUSÃO Ezequiel teve um vislumbre da mesma Jerusalém celestial que foi revelada a João, embora com maiores detalhes relacionados à sua aparente estrutura “física”, uma vez que o seu tempo era o das sombras e da infância do povo. É verdade que o apóstolo também viu a habitação de Deus com o seu povo sob figuras, mas desta vez o propósito era ressaltar as glórias indescritíveis e incomparáveis da eternidade, a fim de animar os fiéis a perseverarem por um galardão certo e que recompensará todo e qualquer esforço que fizermos nesta vida para nos tornarmos dignos da santa cidade. 

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07 setembro 2021

011-A Destruição de Gogue e Magogue - Ezequiel Lição 11 [Pr Afonso ChaveS]07set2021

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 LIÇÃO 11 

A DESTRUIÇÃO DE GOGUE E MAGOGUE 

TEXTO ÁUREO: “E enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o Senhor. E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo de Israel e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.” (Ez 39.6-7) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 39.1-8 

INTRODUÇÃO Os capítulos 38 e 39 apresentam uma profecia que, à primeira vista, parece fora de contexto, pois nesta passagem Ezequiel fala de nações que, apesar de inimigas do povo de Israel, não haviam sido citadas antes, nem por ele, nem por outros profetas. Outro fator que nos causa estranheza é que o assunto da profecia no momento é a restauração do povo cativo, quando os inimigos da obra de Deus já deveriam ter sido julgados e os israelitas poderiam voltar seguros para sua terra. Mas nesta lição veremos que até o fim o povo eleito estará sob a ameaça de adversários, nem sempre declarados e visíveis, mas não menos terríveis em seus propósitos contrários ao povo de Deus. E a verdadeira e duradoura restauração só virá quando todos esses inimigos forem revelados e aniquilados pelo Senhor. 

I – UM INIMIGO ANTIGO, MAS QUE AINDA HÁ DE SE LEVANTAR (CAPÍTULO 38) Ezequiel havia declarado que a restauração de Israel seria obra de um verdadeiro milagre de Deus, representado seja na visão dos ossos secos trazidos de volta à vida, seja nos dois pedaços de madeira que foram unidos para formar um só. Contra todas as expectativas das nações vizinhas e as desilusões dos próprios judeus, eles voltariam sim a habitar os montes de Israel em verdadeira paz e segurança na obediência ao Senhor Deus e ao Seu Cristo, e isto num sentido mais glorioso e pleno do que a geração de Ezequiel poderia conceber. Antes, porém, de descortinar as glórias e bênçãos do reinado messiânico na eternidade, a visão profética revela a existência de uma ameaça antiga ao povo de Deus, que por muito tempo permaneceu velada, mas que, num futuro distante, haverá de se levantar. O texto fala de Gogue, príncipe e chefe de povos etnicamente relacionados a Jafé e geograficamente estabelecidos nas terras do norte: Magogue, Meseque, Tubal, Gomer, Togarma (cf. Gn 10.2-3). Além destes, ele reúne também povos mais conhecidos na história bíblica, como os persas, etíopes e os de Pute (líbios). Em outras palavras, não se trata mais da Assíria, Babilônia ou Egito, tampouco das nações vizinhas a Israel, pois todas estas já foram julgadas por Deus a seu tempo; mas aqui temos um líder do norte que futuramente reunirá nações dos quatro cantos da terra para um assalto final contra o povo de Deus. Por esta causa, o Senhor já havia declarado esse desígnio de Gogue, bem como o juízo que recairia sobre ele, desde tempos antigos (cf. vv. 10-12, 17). Notemos, contudo, que já não é mais um adversário que o Senhor levantará como instrumento para castigar a rebeldia do Seu povo; de fato, não há mais rebeldia a esta altura, antes o povo, tendo verdadeiramente se convertido, retirou-se da espada, veio dentre muitos povos, e todos eles habitam seguramente (v. 8). Ainda é o próprio Deus quem desperta Gogue e o seu povo contra Israel, mas com o propósito de destruir a última ameaça que restava para a segurança de Seu povo e ao mesmo tempo ser engrandecido na vitória final contra todos os inimigos (v. 4). Seria impossível compreender do que o texto está realmente tratando se a profecia não fosse novamente citada na conclusão de toda a revelação divina, em Apocalipse (Ap 20.7-10). À luz desta passagem, podemos entender que, através de Ezequiel, o Senhor advertiu acerca de um evento de proporções escatológicas a realizar-se no fim dos tempos, quando não haverá mais nações humanas, visto que todas terão sido julgadas e aniquiladas por Cristo Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e a igreja, sendo a nova Jerusalém, estará na posição gloriosa e segura dos verdadeiros montes de Israel. Ali, as hostes espirituais da maldade, que desde o princípio foram os verdadeiros inimigos do povo santo (cf. Ef 6.11-12), serão arregimentadas por Satanás, solto por um pouco de tempo de sua prisão a fim de intentar exatamente esse propósito, e se insurgirão contra as próprias moradas celestiais a fim de arrebatar a igreja de sua posição junto a Deus. 

II – UMA GUERRA JAMAIS VISTA (CAPÍTULO 39.1-22) O capítulo anterior resume o propósito desse último assalto das forças do mal contra o povo de Deus e o completo controle divino sobre o desenrolar do evento. No capítulo 39, maiores detalhes são apresentados, a fim de ilustrar a magnitude de uma guerra que envolve forças jamais reunidas e trazidas a um confronto dessa proporção. Embora o líder das tropas do norte, sabidamente Satanás, tenha sido já denunciado e aprisionado pela sua iniquidade, além de ter sido abatido dos céus graças à vitória de Cristo na cruz e na ressurreição; e contra a expectativa de receber de Deus o juízo para o qual esteve encarcerado durante milênios (cf. 2 Pe 2.4; Jd 6), ainda tentará desesperadamente tomar pela força o que perdeu ao escolher o caminho da rebelião. Por isso, seguirá o caminho do pecado até o fim, ainda que suas consequências sejam evidentemente terríveis. O Senhor responderá a este assalto aberto de Satanás e dos demônios de forma dura e definitiva: “enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas” (v. 6). Mais esclarecedora ainda, a palavra em Apocalipse descreve a resposta divina como fogo que descerá do céu e devorará tanto as tropas de Gogue (isto é, as hostes demoníacas) como o próprio Satanás (cf. Ap 20.10). A figura do banquete para o qual são convocadas todas as aves de rapina e animais do campo nos dá a idéia de que, assim como as multidões deste mundo que se opõem a Deus e ao Seu povo, as forças espirituais que desde o princípio maquinam contra o propósito divino são imensuráveis, mas somente naquele dia teremos uma idéia do que são hostes da maldade. Já os corpos espalhados pelos montes, o grande despojo e as armas dos exércitos derrotados sendo reunidas em quantidade suficiente para queimar por muito tempo, apontam para o aspecto de que o propósito de Deus neste evento é ser sumamente glorificado no livramento final de Seu povo, de tal modo que fique para memória e celebração por toda a eternidade (cf. vv. 13-15). 

III – UMA VITÓRIA GLORIOSA (39.23-29) A vitória sobre todas as forças inimigas e o engrandecimento da glória de Deus diante de todos estando reservados para aquele último dia, o profeta é inspirado então a voltar à presente circunstância que mantinha o povo de Deus em aflição no cativeiro. Parte da restauração de Israel envolvia o reconhecimento de que haviam pecado e que conforme a sua imundícia e prevaricações é que o Senhor havia escondido deles a Sua face. Com o castigo de Israel, as nações guardariam a derrota sofrida pelos judeus no cerco e destruição da cidade como um testemunho de que eles eram um povo fraco – e essa memória não só afetará a relação dos outros povos com Israel, como também reflete a mesma impressão que Satanás e seus anjos têm a respeito da igreja de Deus, fomentando neles a vã esperança de um dia, quando aparentemente em maior força, puderem sobrepujar o povo santo. 

CONCLUSÃO Deus destinou o Seu povo à salvação e, mesmo quando precisa castigá-los duramente pelos Seus pecados, jamais se esquece desse grandioso propósito. Os inimigos farão mal juízo das vicissitudes a que o povo de Deus é submetido e as tomarão como incentivo para se arvorarem contra os santos até o fim; mas, para sua terrível surpresa, descobrirão, tarde demais, que o Senhor nunca mais abandonará o Seu povo.

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