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LIÇÃO 5
A INFIDELIDADE DE ISRAEL
TEXTO ÁUREO: “E tornarei a terra em assolação, porquanto grandemente prevaricaram, diz o Senhor Jeová.” (Ez 15.8)
LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 15.1-8
INTRODUÇÃO Na lição de hoje estudaremos algumas parábolas apresentadas na sequência dos capítulos 15, 16, 17, e ainda no 19, que ilustram e destacam diversos aspectos da infidelidade do povo de Israel e do seu rei para com o Senhor Jeová. Em todas elas, veremos que, ao violar os termos do concerto divino, o povo havia quebrado um acordo que sabiam muito bem que havia resultado em bênçãos desde o primeiro momento em que fora selado, e que a sua fidelidade resultaria na sua prosperidade entre as nações. Contudo, ao prevaricar contra os termos desse concerto, eles não poderiam ignorar, muito menos escapar ao terrível e inevitável castigo que decorreria da sua infidelidade.
I – ISRAEL É COMO UMA VIDEIRA INÚTIL (CAPÍTULO 15) Neste capítulo temos a representação de Israel como uma videira, a videira de Deus (cf. Sl 80.14- 16), pois, assim como o fruto da vide alegrava os homens, do mesmo modo o povo israelita deveria alegrar seu Criador com os frutos da obediência. Esta era a excelência singular deste povo, aquilo em que se tornava incomparável aos demais, assim como o que tornava a videira uma árvore importante para os homens era o seu fruto excelente. De outro modo, Israel não era superior a nenhuma outra nação (cf. Dt 7.7-8), assim como a videira e seus sarmentos (galhos) em nenhum outro aspecto se destacavam em relação a qualquer outro tipo de árvore. Assim podemos depreender, destas primeiras palavras da comparação, que a condição em que os israelitas se encontravam era a de que não estavam servindo ao propósito para o qual haviam sido criados, e, como uma videira que não dá frutos, ocupavam a terra inutilmente (cf. Lc 13.6-7). A parábola revela um aspecto do trato de Deus com os povos que será notado novamente em outras passagens deste profeta. O Senhor havia desalojado da terra que manava leite e mel os cananeus por terem se corrompido e a enchido com os seus pecados; e então a entregara aos israelitas, sob a condição de obedecerem à Sua voz. Tendo, porém, se rebelado contra os termos do concerto, eles seriam desalojados e justamente castigados pelos seus pecados (cf. Dt 28.15, 63-64). Como a videira inútil desarraigada e queimada pelo fogo, assim ficariam eles com a destruição de Jerusalém e sua dispersão por todas as nações: imprestáveis, humilhados e com a lição aprendida, a duras penas, de que o Senhor é Deus justo que não tem o culpado por inocente.
II – ISRAEL É PIOR QUE UMA PROSTITUTA (CAPÍTULO 16) A parábola seguinte descreve a infidelidade de Israel de forma vívida e terrível, empregando uma linguagem que poderia chocar os ouvidos mais sensíveis, mas que não era nada mais do que o necessário para chamar a atenção de um povo que, de outro modo, havia permanecido indiferente à palavra dos profetas. Aqui, a história do povo de Deus é narrada de modo simbólico na figura de uma criança que foi desprezada ao nascer e abandonada para morrer, mas que foi poupada e preservada com vida para, depois de alcançar a maturidade, ser desposada pelo próprio Deus. Em consequência dessa união, a mulher enriqueceu e tornou-se uma rainha que não tinha falta de nada, mas a partir daí ela se ensoberbe, e da soberba passa à infidelidade, prostituindo-se com outros deuses. Há muitos detalhes na narrativa – que por si só é mais extensa do que nos é possível explicar, mas um deles repete o aspecto já destacado na comparação anterior: que Israel não possuía nenhuma dignidade ou excelência inerente que o tornasse melhor do que outros povos (vv. 3-5), sua grandeza devendo-se exclusivamente à sua relação com o Senhor Deus (v. 14). Outro aspecto digno de nota é que, ao mencionar as prostituições de Jerusalém com os filhos do Egito e da Assíria, e mesmo da Caldéia, aí temos uma alusão figurada à adoção dos seus ídolos pelos israelitas, em vista da aparente grandeza e poder que esses falsos deuses teriam dado a essas nações. Consideremos ainda que a situação de Israel é agravada mais do que a comparação permite vislumbrar, pois nem mesmo a imagem da prostituta é adequada para descrever as infidelidades desse povo: “A todas as meretrizes dão paga, mas tu dás presentes a todos os teus amantes; e lhes dás presentes, para que venham a ti de todas as partes, pelas tuas prostituições” (v. 33); e essa atitude não apenas tornava Jerusalém desprezível aos olhos dos seus amantes, mas também atrairia a fúria de cada um deles contra ela – o que de modo algum teria ocorrido a uma prostituta ordinária. Em outras palavras, bastaria que o Senhor entregasse a cidade à fúria dos povos com os quais os judeus haviam se misturado para que eles recebessem a paga das suas infidelidades (vv. 36-43).
III – O REI É COMO UMA ÁRVORE QUE SERÁ DESARRAIGADA E UM LEÃOZINHO QUE SERÁ CAPTURADO (CAPÍTULOS 17 E 19) Apesar de não estarem em sequência imediata, consideraremos os capítulos indicados por tratarem ambos do castigo que Israel sofreria em razão da atitude desleal dos seus últimos reis – especialmente do último, Zedequias. No capítulo 17, a parábola ilustra como Nabucodonosor, rei de Babilônia (a águia grande e majestosa), depois de levar o rei Joiaquim cativo para Babilônia (o alto ramo do cedro do Líbano), deixou Zedequias em seu lugar, garantindo a continuidade e prosperidade de Judá sob a condição de permanecer subordinada ao rei de Babilônia (a semente da terra que é plantada junto a muitas águas e cresce para tornar-se uma videira excelente). Contudo, esse regente buscou socorro do Egito para se libertar dos caldeus (a outra águia grande), e tal ato de traição e deslealdade não seria perdoado, nem pelo rei babilônico, nem por Deus. Embora se tratasse de um pacto entre homens, sujeitar-se aos seus termos estava de acordo com o fato de que a providência divina havia confiado a Nabucodonosor o domínio de todos os reinos e criaturas debaixo dos céus, e nada escaparia às suas mãos (cf. Jr 27.6). Mas notemos também que, tendo punido a deslealdade do regente, o Senhor promete reabilitar o rei através da linhagem escolhida – o que se cumpre em Jesus (o topo do cedro, cf. vv. 22-24). Finalmente, a parábola do capítulo 19 retrata Israel (ou mais propriamente Judá) como uma leoa, cujos reis são como filhotes que quando cresceram (ascenderam ao trono) tornaram-se vorazes e cruéis a ponto de chamarem a atenção dos povos vizinhos. O primeiro deles aqui descrito é Joacaz, também chamado de Salum, o qual, após a morte de seu pai, Josias, foi estabelecido no trono de Jerusalém, mas pouco tempo depois levado por Faraó Neco para o Egito, e de lá nunca mais retornou (cf. 2 Rs 23.31-34; Jr 22.11-12). O segundo deles é mais uma vez Joiaquim, o qual foi o último rei constituído pelos seus conterrâneos – ao passo que o seu antecessor, Jeoiaquim, fora estabelecido pelo faraó egípcio, e o último, Zedequias, por Nabucodonosor. Embora igualmente voraz e cruel como seus irmãos leõezinhos, Joiaquim era, de fato, o último rei legítimo de Judá, e sua prisão e deportação para Babilônia (vv. 5-9) deixou uma lacuna que só poderia ser mal preenchida por membros da família real que não pertenciam à linhagem direta do rei e, por isso mesmo, sua ascensão ao trono causariam mais dano do que benefício ao reino (cf. vv. 11, 14).
CONCLUSÃO A infidelidade de Israel começava pelos seus governantes e se estendia até o povo. As parábolas que estudamos ilustram a gravidade dessa atitude e permite-nos compreender a justiça de um castigo tão inédito e terrível como aquele que se abateu sobre Israel, e nos ensina a reverenciar os termos do concerto pelo qual o Senhor se compromete a abençoar nossa obediência tão grandemente
PARA USO DO PROFESSOR