30 julho 2021

005-A infidelidade de Israel - Ezequiel Lição 05[Pr Afonso Chaves]27jul2021

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LIÇÃO 5 

A INFIDELIDADE DE ISRAEL 

TEXTO ÁUREO: “E tornarei a terra em assolação, porquanto grandemente prevaricaram, diz o Senhor Jeová.” (Ez 15.8) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 15.1-8 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje estudaremos algumas parábolas apresentadas na sequência dos capítulos 15, 16, 17, e ainda no 19, que ilustram e destacam diversos aspectos da infidelidade do povo de Israel e do seu rei para com o Senhor Jeová. Em todas elas, veremos que, ao violar os termos do concerto divino, o povo havia quebrado um acordo que sabiam muito bem que havia resultado em bênçãos desde o primeiro momento em que fora selado, e que a sua fidelidade resultaria na sua prosperidade entre as nações. Contudo, ao prevaricar contra os termos desse concerto, eles não poderiam ignorar, muito menos escapar ao terrível e inevitável castigo que decorreria da sua infidelidade. 

I – ISRAEL É COMO UMA VIDEIRA INÚTIL (CAPÍTULO 15) Neste capítulo temos a representação de Israel como uma videira, a videira de Deus (cf. Sl 80.14- 16), pois, assim como o fruto da vide alegrava os homens, do mesmo modo o povo israelita deveria alegrar seu Criador com os frutos da obediência. Esta era a excelência singular deste povo, aquilo em que se tornava incomparável aos demais, assim como o que tornava a videira uma árvore importante para os homens era o seu fruto excelente. De outro modo, Israel não era superior a nenhuma outra nação (cf. Dt 7.7-8), assim como a videira e seus sarmentos (galhos) em nenhum outro aspecto se destacavam em relação a qualquer outro tipo de árvore. Assim podemos depreender, destas primeiras palavras da comparação, que a condição em que os israelitas se encontravam era a de que não estavam servindo ao propósito para o qual haviam sido criados, e, como uma videira que não dá frutos, ocupavam a terra inutilmente (cf. Lc 13.6-7). A parábola revela um aspecto do trato de Deus com os povos que será notado novamente em outras passagens deste profeta. O Senhor havia desalojado da terra que manava leite e mel os cananeus por terem se corrompido e a enchido com os seus pecados; e então a entregara aos israelitas, sob a condição de obedecerem à Sua voz. Tendo, porém, se rebelado contra os termos do concerto, eles seriam desalojados e justamente castigados pelos seus pecados (cf. Dt 28.15, 63-64). Como a videira inútil desarraigada e queimada pelo fogo, assim ficariam eles com a destruição de Jerusalém e sua dispersão por todas as nações: imprestáveis, humilhados e com a lição aprendida, a duras penas, de que o Senhor é Deus justo que não tem o culpado por inocente. 

II – ISRAEL É PIOR QUE UMA PROSTITUTA (CAPÍTULO 16) A parábola seguinte descreve a infidelidade de Israel de forma vívida e terrível, empregando uma linguagem que poderia chocar os ouvidos mais sensíveis, mas que não era nada mais do que o necessário para chamar a atenção de um povo que, de outro modo, havia permanecido indiferente à palavra dos profetas. Aqui, a história do povo de Deus é narrada de modo simbólico na figura de uma criança que foi desprezada ao nascer e abandonada para morrer, mas que foi poupada e preservada com vida para, depois de alcançar a maturidade, ser desposada pelo próprio Deus. Em consequência dessa união, a mulher enriqueceu e tornou-se uma rainha que não tinha falta de nada, mas a partir daí ela se ensoberbe, e da soberba passa à infidelidade, prostituindo-se com outros deuses. Há muitos detalhes na narrativa – que por si só é mais extensa do que nos é possível explicar, mas um deles repete o aspecto já destacado na comparação anterior: que Israel não possuía nenhuma dignidade ou excelência inerente que o tornasse melhor do que outros povos (vv. 3-5), sua grandeza devendo-se exclusivamente à sua relação com o Senhor Deus (v. 14). Outro aspecto digno de nota é que, ao mencionar as prostituições de Jerusalém com os filhos do Egito e da Assíria, e mesmo da Caldéia, aí temos uma alusão figurada à adoção dos seus ídolos pelos israelitas, em vista da aparente grandeza e poder que esses falsos deuses teriam dado a essas nações. Consideremos ainda que a situação de Israel é agravada mais do que a comparação permite vislumbrar, pois nem mesmo a imagem da prostituta é adequada para descrever as infidelidades desse povo: “A todas as meretrizes dão paga, mas tu dás presentes a todos os teus amantes; e lhes dás presentes, para que venham a ti de todas as partes, pelas tuas prostituições” (v. 33); e essa atitude não apenas tornava Jerusalém desprezível aos olhos dos seus amantes, mas também atrairia a fúria de cada um deles contra ela – o que de modo algum teria ocorrido a uma prostituta ordinária. Em outras palavras, bastaria que o Senhor entregasse a cidade à fúria dos povos com os quais os judeus haviam se misturado para que eles recebessem a paga das suas infidelidades (vv. 36-43). 

III – O REI É COMO UMA ÁRVORE QUE SERÁ DESARRAIGADA E UM LEÃOZINHO QUE SERÁ CAPTURADO (CAPÍTULOS 17 E 19) Apesar de não estarem em sequência imediata, consideraremos os capítulos indicados por tratarem ambos do castigo que Israel sofreria em razão da atitude desleal dos seus últimos reis – especialmente do último, Zedequias. No capítulo 17, a parábola ilustra como Nabucodonosor, rei de Babilônia (a águia grande e majestosa), depois de levar o rei Joiaquim cativo para Babilônia (o alto ramo do cedro do Líbano), deixou Zedequias em seu lugar, garantindo a continuidade e prosperidade de Judá sob a condição de permanecer subordinada ao rei de Babilônia (a semente da terra que é plantada junto a muitas águas e cresce para tornar-se uma videira excelente). Contudo, esse regente buscou socorro do Egito para se libertar dos caldeus (a outra águia grande), e tal ato de traição e deslealdade não seria perdoado, nem pelo rei babilônico, nem por Deus. Embora se tratasse de um pacto entre homens, sujeitar-se aos seus termos estava de acordo com o fato de que a providência divina havia confiado a Nabucodonosor o domínio de todos os reinos e criaturas debaixo dos céus, e nada escaparia às suas mãos (cf. Jr 27.6). Mas notemos também que, tendo punido a deslealdade do regente, o Senhor promete reabilitar o rei através da linhagem escolhida – o que se cumpre em Jesus (o topo do cedro, cf. vv. 22-24). Finalmente, a parábola do capítulo 19 retrata Israel (ou mais propriamente Judá) como uma leoa, cujos reis são como filhotes que quando cresceram (ascenderam ao trono) tornaram-se vorazes e cruéis a ponto de chamarem a atenção dos povos vizinhos. O primeiro deles aqui descrito é Joacaz, também chamado de Salum, o qual, após a morte de seu pai, Josias, foi estabelecido no trono de Jerusalém, mas pouco tempo depois levado por Faraó Neco para o Egito, e de lá nunca mais retornou (cf. 2 Rs 23.31-34; Jr 22.11-12). O segundo deles é mais uma vez Joiaquim, o qual foi o último rei constituído pelos seus conterrâneos – ao passo que o seu antecessor, Jeoiaquim, fora estabelecido pelo faraó egípcio, e o último, Zedequias, por Nabucodonosor. Embora igualmente voraz e cruel como seus irmãos leõezinhos, Joiaquim era, de fato, o último rei legítimo de Judá, e sua prisão e deportação para Babilônia (vv. 5-9) deixou uma lacuna que só poderia ser mal preenchida por membros da família real que não pertenciam à linhagem direta do rei e, por isso mesmo, sua ascensão ao trono causariam mais dano do que benefício ao reino (cf. vv. 11, 14). 

CONCLUSÃO A infidelidade de Israel começava pelos seus governantes e se estendia até o povo. As parábolas que estudamos ilustram a gravidade dessa atitude e permite-nos compreender a justiça de um castigo tão inédito e terrível como aquele que se abateu sobre Israel, e nos ensina a reverenciar os termos do concerto pelo qual o Senhor se compromete a abençoar nossa obediência tão grandemente

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21 julho 2021

004-As ilusões da casa de Judá - Ezequiel Lição 04[Pr Afonso Chaves]20jul2021

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LIÇÃO 4 

AS ILUSÕES DA CASA DE JUDÁ 

TEXTO ÁUREO: “Visto que, sim, visto que andam enganando o meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; e um edifica a parede de lodo, e outros a rebocam de cal não adubada, dize aos que rebocam de cal não adubada que ela cairá. Haverá uma grande pancada de chuva, e vós, ó pedras grandes de saraiva, caireis, e um vento tempestuoso a fenderá.” (Ez 13.10-11) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 12.22-28 

INTRODUÇÃO O livro de Ezequiel pode ser dividido em dois momentos: profecias anteriores ao cerco e destruição de Jerusalém, e profecias posteriores a este evento. Na primeira parte, que vai até o capítulo 24, a apostasia da casa de Judá e o inevitável e iminente juízo que se abateria sobre os que haviam ficado em Jerusalém é um tema recorrente nas “representações proféticas” de Ezequiel, nas suas parábolas e palavras. Contudo, não há nada de repetitivo, pois a cada oportunidade o Senhor aborda um aspecto diferente desse tema principal, desvendando as muitas ilusões que o próprio povo que se chama pelo Seu nome é capaz de fomentar em seu coração quando resolve seguir o caminho da apostasia e ignorar os avisos de um Deus longânimo e bondoso, mas também zeloso e justo. 

I – A VISÃO SE CUMPRIRIA EM BREVE (CAPÍTULO 12) Após narrar aos seus compatriotas no cativeiro o que o Senhor havia lhe revelado sobre as abominações cometidas no próprio templo em Jerusalém e o sobre o cenário de destruição e matança que se preparava contra a cidade e os seus moradores; o profeta é orientado por Deus a falar mais uma vez de forma enigmática sobre aquele terrível acontecimento, ilustrando particularmente a forma covarde e desorientada como Zedequias, o rei de Judá, tentaria escapar ao cerco; seu completo abandono diante dos seus captores caldeus; e, finalmente, como seria levado para a terra do cativeiro, mas não poderia contemplá-la (cf. 2 Rs 25.3-7). Aqui vemos também como o ministério de Ezequiel despertava a atenção do povo, ao mesmo tempo em que os intrigava (cf. vv. 8-9). Mas a inércia espiritual dos cativos – à semelhança da de seus conterrâneos em Jerusalém – inclinava-os a crer que as visões do profeta, se de fato eram verdadeiras, diziam respeito a um tempo distante no futuro e por isso, para todos os fins práticos, não deviam se preocupar com elas: “Prolongarse-ão os dias, e perecerá toda visão” (v. 22). Acostumados que estavam com a longanimidade de Deus, que havia retido a Sua mão e se arrependido de fazer o mal contra as gerações passadas, que haviam pecado assim como a geração atual, não era difícil para esses judeus se considerarem mais uma geração que “entraria para a lista” daquelas que passariam sem ver nada destas coisas acontecerem; quando deveriam usar dessa demonstração de longanimidade para se arrependerem e desta forma evitar o castigo (cf. 2 Pe 3.1-4, 8-9). 

II – PROFETAS QUE ENGANAVAM O POVO (CAPÍTULO 13) A palavra de Deus se dirige agora aos muitos profetas que havia em Judá, mas que só profetizavam o que via o seu coração – ou seja, ao invés de falarem a palavra do Senhor, falavam apenas aquilo que lhes convinha. Eram homens que, como raposas no deserto, visavam apenas o seu próprio bem estar, mesmo que às custas da miséria e ruína do povo. O Senhor os repreende tanto por usarem o Seu santo nome em vão como por incentivarem o povo a permanecer na sua conduta pecaminosa e indiferente em relação aos alertas dos profetas verdadeiramente enviados por Deus; e assim diziam que Jerusalém teria paz, “não havendo paz, diz o Senhor Jeová” (v. 16, cf. Jr 28.1-9). Na comparação que Deus estabelece para desmascarar a obra inútil e até mesmo nociva desses falsos profetas, notamos também a grande responsabilidade daqueles que falam em nome do Senhor, e o valor de um profeta verdadeiro. O povo precisa da profecia para entender sua condição diante de Deus e o que Deus requer dele, e o profeta (independente de como é chamado) é aquele que fala nesse sentido, como que edificando as paredes sólidas da verdade e obediência que resistirão ao impacto das tribulações; do mesmo modo que hoje cada cristão que atenta para a verdade e a obedece estabelece para si um firme fundamento que lhe permitirá triunfar sobre as tribulações (cf. Mt 7.24-27). Por outro lado, uma palavra que não coaduna com as reais necessidades espirituais do povo de Deus só cria uma ilusão que desaparecerá ante a primeira adversidade, deixando os que nela acreditaram expostos a dor, desengano e indignação: “Ora, eis que, caindo a parede, não vos dirão: Onde está o reboco de que a rebocastes?” (v. 12). E, com efeito, quando aquela grande tribulação se abatesse sobre Jerusalém, a palavra dos falsos profetas seria desmentida de uma vez por todas. Parece que quanto mais o povo precisa ser alertado para um perigo iminente, maiores são os esforços para desviar sua atenção do perigo. Notemos que, num tempo de grande pecaminosidade e rebeldia contra o Senhor como esse pelo qual os judeus passavam, abundavam os “profetas” no meio do povo. Não apenas homens, mas mulheres também profetizavam, se não publicamente, em consultas daqueles que vinham até elas e pagavam pelas suas orientações com alimentos. A prática exata que o texto descreve não está muito clara, mas a idéia é que essas falsas profetisas também confortavam o coração dos pecadores, incentivando-os a permanecer em sua conduta, ao mesmo tempo em que recriminavam aqueles que se mostravam temerosos quanto ao dia de amanhã e desejavam emendar seus caminhos (vv. 22, 23). O destino dessas almas ficava como que retido em suas mãos, impedidas de dar crédito aos avisos sobre o castigo vindouro ou de agir de acordo com a consciência do que é justo e verdadeiro aos olhos de Deus. 

III – O CASTIGO DOS FALSOS ADORADORES (CAPÍTULO 14) Nesta passagem nos deparamos com um dos pecados mais frequentemente cometidos entre aqueles que professam o nome do Senhor – o da hipocrisia. No caso, os israelitas louvavam e recomendavam dar atenção às palavras dos profetas, mas em seu coração desejavam permanecer nas suas práticas pecaminosas, mesmo quando o Senhor as condenasse pela boca dos Seus mensageiros (cf. Mt 15.8). A palavra de Deus era uma só: “Convertei-vos, e deixai os vossos ídolos, e desviai o vosso rosto de todas as vossas abominações” (v. 6). O que mais queriam ouvir? Se não estavam dispostos a receber essa palavra, por que ainda vinham buscar a palavra do Senhor? Sentar-se aos pés do profeta tornava-se um ato extremamente ofensivo a Deus, como se Ele não pudesse saber qual era a verdadeira intenção daqueles homens; ou talvez, pior ainda, sugeria uma declaração tácita de não obedecer à palavra do Senhor. Por isso, seus profetas nada falariam senão aquilo que os confirmaria na sua atitude rebelde e os impediria perceber e evitar o castigo iminente. Deus responderia, sim, mas por si mesmo (v. 7) – isto é, não mais através do profeta, repreendendo e chamando novamente ao arrependimento; mas executando diretamente o juízo contra tais homens. Eis porque o amor à mentira já traz em si mesmo o seu próprio castigo (cf. 2 Ts 2.11-12). Mas o capítulo se encerra com uma comparação que ressalta um aspecto ainda mais grave daquela circunstância – de que, se já não é mais tempo nem de ouvir à intercessão de homens como Noé, Daniel e Jó, os quais em seu tempo salvaram aqueles pelos quais intercederam; quanto mais o de indagar a Deus quanto à Sua vontade, já declarada tantas vezes pelos Seus profetas?

CONCLUSÃO O desejo de permanecer no pecado levaria a casa de Judá a se iludir de diversas formas quanto à sua condição espiritual até o último momento da sua rebelião, e somente o castigo de Deus seria poderoso o suficiente para por fim a cada uma dessas ilusões. 

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15 julho 2021

003-As abominações da casa de Judá - Ezequiel Lição 03[Pr Afonso Chaves]13jul2021

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LIÇÃO 3 

AS ABOMINAÇÕES DA CASA DE JUDÁ 

TEXTO ÁUREO: “Viste, filho do homem? Há coisa mais leviana para a casa de Judá do que essas abominações, que fazem aqui? ... Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade; ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei” (Ez 8.17-18) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 9.1-11 

INTRODUÇÃO Embora habitasse entre os cativos em Babilônia, o profeta Ezequiel estava bem a par do que acontecia em Jerusalém, uma vez que o Senhor Deus lhe revelava não apenas o que acontecia na cidade, mas até mesmo o que seus habitantes diziam e faziam nos recessos de seus lares. Nos capítulos 8 a 11, temos uma amostra disso. O profeta é levado em visão até a cidade amada e, ali, contempla os pecados que o povo, a começar com os seus próprios líderes, estavam cometendo no próprio templo, e como a glória de Deus, em consequência dessa profanação, estava abandonando a cidade e assim abrindo caminho para a terrível destruição que se seguiria, e da qual ninguém escaparia. 

I – AS ABOMINAÇÕES COMETIDAS NO TEMPLO (CAPÍTULO 8) Ezequiel ainda estava no começo do seu ministério quando da presente visão. Até agora, ele havia apontado alguns pecados mais graves que haviam sido cometidos pelo povo e que trariam a ira divina sobre a terra de Israel, mas, ao que parece, isso não havia sido específico o suficiente para despertar entre os deportados a gravidade da situação. Então, o Senhor leva o profeta em espírito, num arrebatamento dos sentidos – “em visões de Deus”, como diz o texto – até Jerusalém, até o templo, para mostrar que a causa da desgraça de Israel começa exatamente onde deveria ser ministrada a graça de Deus, de onde deveriam proceder as bênçãos sobre todo o povo. Não era apenas o povo que havia pecado, mas antes os próprios líderes – anciãos, príncipes, sacerdotes – haviam usado de sua condição privilegiada para perverter a lei e o culto e assim servir de tropeço e escândalo para toda a nação. O templo havia sido profanado. Praticamente não havia um canto que não tivesse sido redesignado para servir a um propósito ofensivo ao Deus de Israel. À porta norte que dava acesso ao pátio, haviam erguido um ídolo, a imagem de um falso deus – aparentemente o mesmo pelo qual também as filhas de Israel se reuniam no local para chorar. Ainda na porta do pátio – pelo que se depreende, nas paredes internas da passagem de acesso ao pátio – uma sala secreta, longe da vista do povo, havia sido reservada para adoração particular a toda forma de criaturas imagináveis representadas em pinturas nas paredes. E, como se isso não bastasse, dentro do próprio pátio do templo, “entre o pórtico e o altar”, os homens tinham o costume de dar as costas ao templo e virar para o oriente em adoração ao sol. Nesta primeira parte da visão, o Senhor revela que Israel havia pecado tão gravemente que merecia o terrível castigo da destruição. E, se queimar incenso nos altos parecia ser pouca coisa (porque a corrupção humana tende a aliviar a gravidade de pecados que se tornam comuns pela prática prolongada), a profanação que estava em curso no templo deveria parecer abominável a qualquer israelita com algum senso do concerto divino e do quanto havia sido expressamente proibido sobre o uso de imagens de escultura ou qualquer representação visível do Deus de Israel; não apenas porque tais práticas comparavam o Deus incorruptível e todo-poderoso a criaturas corruptíveis e fracas, mas porque, na verdade, acabavam por substituir o único Deus verdadeiro por falsos deuses, produtos da imaginação humana (cf. Dt 4.15-19; Rm 1.23). Bem pode ser que o santuário ainda estivesse inviolado, e o culto ali fosse executado perfeitamente de acordo com a instituição divina; mas isto apenas evidencia a sutileza do erro de fomentar fidelidade a falsos deuses sem excluir totalmente o Deus verdadeiro – uma sutileza para a qual o próprio Deus havia alertado (cf. Ex 20.3, 23).  

II – NINGUÉM ESCAPA AO JUÍZO (CAPÍTULO 9) Em suma, os israelitas haviam irritado ao Senhor, e seus líderes fizeram ainda mais para irritá-lo. Mas agora a visão torna-se menos literal, embora não menos real – o que acontecia em Jerusalém naquele momento passa a ficar em segundo plano diante da realidade espiritual que começa a se desvendar aos olhos do profeta, com implicações para o futuro próximo. Notemos também que a glória do Senhor está presente desde o princípio da visão, mas gradativamente se retirará para Babilônia, onde está o remanescente do povo, depois que o juízo se cumprir no cerco e na destruição da cidade. Em outras palavras, Deus está presente com os cativos em Babilônia e também com os que ficaram em Jerusalém; ali, para despertá-los e depois consolá-los; mas aqui para castigar e julgar os rebeldes. A visão passa a descrever a destruição da cidade em termos de uma execução sumária, que começaria pelo santuário, isto é, pelos líderes do povo. É interessante atentar para o detalhe de que os seis executores com suas armas destruidoras vêm do norte, assim como os príncipes caldeus que lideraram a invasão à cidade quando esta caiu (não por acaso seis também); e que ao sétimo, um escriba, é dado o poder para designar quem deveria ser poupado ou condenado, assim como o foi a Nebuzaradã, capitão da guarda de Nabucodonosor (cf. Jr 39.1-3, 9-10). De qualquer forma, a destruição é absoluta, salvo apenas Ezequiel – um triste sinal de que, se as abominações cometidas no templo podiam arrancar o espanto e a consternação do profeta, nenhum efeito produziram nos moradores da cidade. O Senhor está sempre pronto a perdoar, mas a indiferença e conformidade no pecado fecha as portas à misericórdia (vv. 8-10). 

III – A CIDADE É ENTREGUE À DESTRUIÇÃO (CAPÍTULOS 10 E 11) Executado o juízo contra os moradores de Jerusalém, é a vez da própria cidade e do templo serem destruídos, desfazendo assim qualquer falsa esperança que os cativos pudessem nutrir em relação àquela geração reprovada por Deus e seus símbolos exteriores. A visão do capítulo 1 parece repetir-se, mas agora com o detalhe esclarecedor de que se trata de uma visão de juízo, pois é de entre as rodas e os querubins que é tomado o fogo que destruirá a cidade (v. 2) – o que literalmente se cumpriria sob as ordens de Nebuzaradã (2 Rs 25.8-9). A visão se encerra com uma palavra do Senhor que esclarece as condições psicológicas e espirituais dos líderes do povo ante a iminência do cerco. Notemos que, mesmo convencidos (se não por Ezequiel, talvez por Jeremias ou algum outro profeta) de que seriam castigados pelos seus pecados – mas nem por isso inclinados ao arrependimento – aqueles homens ainda eram capazes de presumir alguma forma de alívio, ou mesmo de se gloriar em sua terrível condição. Parece que acreditavam que a cidade poderia resistir a um longo cerco e que eventualmente morreriam lá dentro; mas não – Deus os tiraria vivos de lá, os levaria até diante do próprio rei de Babilônia e ali sofreriam o fim que mais temiam – seriam mortos ao fio da espada (cf. 2 Rs 25.18-21; Jr 39.6). Só depois disso que os cativos, os quais esses mesmos líderes desprezavam como se tivessem abandonado ao próprio Deus, começariam a perceber a misericórdia que se lhes havia sido reservada, quando então voltariam à terra para reconstruí-la porque, antes de tudo, Deus haveria de restaurar os seus próprios corações. 

CONCLUSÃO O povo de Deus havia pecado além de toda medida, ofendendo não apenas em oculto mas abertamente ao Senhor Deus. O castigo certamente seria terrível e incomparável ao de qualquer outro povo, mas não menos justo e na medida necessária para servir ao propósito de preservar a santidade do nome de Deus e compungir os corações dos cativos ao verdadeiro arrependimento e conversão.

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07 julho 2021

002-O Juízo é anunciado - Ezequiel Lição 02[Pr Afonso Chaves]06jul2021

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 LIÇÃO 2 

O JUÍZO É ANUNCIADO 

TEXTO ÁUREO: “Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra!” (Ez 7.2) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 6.1-10 

INTRODUÇÃO Durante os primeiros anos do seu ministério, Ezequiel profetizou principalmente acerca do juízo de Deus que se derramaria sobre os judeus que haviam ficado em Jerusalém. Durante esse período, a mensagem do profeta enfoca o terror do cerco, da destruição da cidade e do templo, e do fim do reino de Judá; bem como a gravidade dos pecados cometidos pelo povo e a justiça de um castigo tão severo. Na lição de hoje, veremos a persistência do profeta (ou melhor, do próprio Deus) em incutir essa mensagem de diferentes maneiras e em diferentes ocasiões na mente do povo, a fim de que ninguém se desse por desavisado quando todas estas coisas se cumprissem. 

I – REPRESENTAÇÕES SIMBÓLICAS DO CERCO (CAPÍTULOS 4 E 5) Parte do mistério atribuído ao livro de Ezequiel se deve não apenas ao rico e complexo simbolismo da sua linguagem, mas também ao fato de o profeta muitas vezes participar ativamente da mensagem de Deus, “encenando” de forma enigmática aquilo que estava para acontecer. Era, na verdade, uma forma de chamar a atenção de um povo endurecido que já havia escutado a muitos profetas com indiferença; e, mesmo no caso de Ezequiel, seu ministério peculiar apenas fez dele um profeta agradável de se ouvir e interessante de se observar entre os exilados (cf. Ez 12.6; 33.32). Temos então uma primeira mensagem no capítulo 4, onde o nosso profeta encena o cerco de Jerusalém e as agruras que os seus moradores passariam durante aqueles dias, confinados dentro das muralhas da cidade e sujeitos à escassez de víveres, às doenças e à morte. Notamos, em primeiro lugar, que, de um modo semelhante ao castigo aplicado aos israelitas que murmuraram e tiveram de peregrinar durante quarenta anos no deserto; assim também Deus prolongaria os dias de sofrimento do povo durante o cerco na proporção dos anos em que tanto Judá como Israel haviam pecado (Ez 4.4-6). O profeta aqui assume o lugar dos seus conterrâneos dentro da cidade cercada – praticamente paralisados, impedidos de realizar qualquer coisa enquanto os exércitos caldeus estivessem à volta dos muros de Jerusalém, e sujeitos a um duro racionamento de água e comida – o que, ao invés de arrependimento e clamor a Deus, só produziria desgoto e espanto naqueles corações endurecidos pelo pecado, na expectativa de que algo pior ainda estava por acontecer (versos 16 a 17). No capítulo seguinte, o Senhor continua falando sobre o terrível juízo determinado, mas agora o profeta deve representar o extermínio da própria população, onde parte morreria em consequência da fome e das doenças que assolariam a cidade durante o cerco; outra parte seria morta na tomada e destruição da cidade; e outra, mesmo que sobrevivesse a esses males, não estaria segura, pois, conforme disse o Senhor: “desembainharei a espada atrás deles” (Ez 5.2). De fato, independente da sorte que alcançassem naqueles dias, ninguém poderia se considerar a salvo (cf. verso 4). É interessante notar que há uma importância no fato de Ezequiel encenar esta terrível mensagem raspando seus cabelos e sua barba, assim se expondo diante do povo com uma aparência constrangedora. Ora, Israel havia sido colocado “no meio das nações” (verso 5) – ou seja, para ser notado e engrandecido no seu testemunho de obediência ao Senhor Deus; contudo, a desobediência do povo virou essa posição em seu desfavor, de modo que agora não apenas seriam castigados pelo seu Deus, mas castigados publicamente, e assim humilhados diante de todas as nações. Se não foram capazes de ensinar aos gentios pelo exemplo da obediência, ao menos o fariam pelo castigo da sua desobediência (versos 14 e 15). 

II – AS ABOMINAÇÕES COMETIDAS NOS MONTES DE ISRAEL (CAPÍTULO 6) Israel havia pecado gravemente, em muitas coisas e mais até do que as nações ao seu redor (Ez 5.7); e agora o Senhor destaca uma espécie de pecado particularmente escandaloso, que na verdade acompanhou o povo desde que saíram do Egito e nunca os abandonou – qual seja, o culto público aos falsos deuses (cf. Am 5.25-26). Esse tipo de idolatria arraigou-se de tal forma em Israel que somente um ou outro rei de Judá conseguiu removê-la temporariamente; mas, no final, a prática de sacrificar e queimar incenso nos lugares altos prevaleceu por toda a terra e tornou-se a causa do juízo de que o Senhor fala neste capítulo. A palavra é dirigida aos montes de Israel, aos seus outeiros, ribeiros e vales, porque o povo não era mais capaz de ouvir e atender ao apelo divino – mas a terra ainda poderia servir de testemunha (cf. Dt 4.26). A idolatria de que Deus fala aqui não acontecia secretamente, no recesso dos lares, mas nos lugares mais visíveis da terra, aos olhos de todos. O cerco e toda a matança e destruição que se seguiriam seriam o meio justo e ideal para expor em público a inutilidade dos ídolos – que nada fariam para salvar os judeus quando caíssem ali mesmo, aos pés dos altos e dos bosques, mortos e traspassados pela espada dos caldeus – e ao mesmo tempo para por um fim à prática abominável. Deste modo, se os israelitas não derribaram seus altos enquanto puderam fazê-lo em vida, ao menos, com sua morte, seus ossos profanariam aqueles “santuários”, indiretamente proclamando a indignidade dos falsos deuses que ali habitavam, e assim justificando o Deus de Israel (Ez 6.5-7). 

III – O FIM DA NAÇÃO SE APROXIMA (CAPÍTULO 7) Neste ponto, a mensagem de juízo ganha um tom de urgência e inevitabilidade. Resta pouco tempo para se cumprirem os dias do cerco, está tudo pronto – ou melhor, o mal já está a caminho. E Deus não voltará atrás, como fez em outras ocasiões; tampouco se apiedará enquanto o juízo estiver sendo executado no meio do Seu povo. Como as mensagens de juízo eram recebidas por eles com indiferença, ou, no máximo, como algo a se cumprir num futuro distante, que talvez aquela geração nem sequer presenciaria (cf. Ez 12.27-28); o Senhor está prevenindo aqui contra essa atitude, e aqueles que haviam escapado do cativeiro, os “moradores da terra”, não deviam se gloriar ou derivar qualquer senso de segurança a partir disso. A vida rotineira do israelita que, em outras circunstâncias, ele podia enxergar como aquela felicidade a ser desfrutada debaixo do sol, havia se tornado vazia, e o povo não conseguiria se alegrar com mais nada – seja comprar, vender, trabalhar, casar – uma vez que as calamidades que se abateriam sobre a nação interromperiam todas as atividades ordinárias, pondo um fim à tranquilidade e paz dos israelitas. E, mesmo que estivessem dispostos a lutar por aquilo que amavam, eles não conseguiriam extrair da desobediência a coragem necessária para enfrentar a terrível realidade do exército inimigo: “Todas as mãos se enfraquecerão, e todos os joelhos destilarão águas” (verso 17). Mais assustador ainda é perceber que, naquela hora, nem mesmo a lembrança de Deus serviria para aliviar o sofrimento dos judeus desobedientes, pois o templo, que eles mesmos já haviam profanado com seus ídolos, logo veriam ser profanado pelas mãos de estranhos – sinal até para os mais ímpios dentre o povo de que o Senhor os havia abandonado. E, acerca dessas contaminações do templo, o Senhor também forneceria a Ezequiel uma revelação ainda mais contundente. 

CONCLUSÃO O ministério de Ezequiel começa com a dura mensagem de um castigo terrível e inexorável, onde tudo o que era mais precioso para os israelitas seria retirado e, por muito pouco, alguns escapariam com suas próprias vidas. Israel havia pecado gravemente e não se arrependera; somente através do sofrimento do cerco e do cativeiro é que descobririam a vaidade dos seus caminhos e que o Senhor é o único Deus, incomparável a qualquer outro ser e mui digno de nossa total e sincera obediência.

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01 julho 2021

001-A Chamada de Ezequiel - Ezequiel Lição 01[Pr Afonso Chaves]29jun2021

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LIÇÃO 1 

A CHAMADA DE EZEQUIEL 

TEXTO ÁUREO: “E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava”. (Ez 2.1-2) 

LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 1.1-3, 2.2-5, 3.7-9 

INTRODUÇÃO Os três primeiros capítulos do livro de Ezequiel tratam do seu chamado para o ministério profético, incluindo sua visão assombrosa da glória de Deus, sua comissão para falar aos israelitas que estavam no cativeiro e a prevenção de que estes não seriam receptivos à sua mensagem. O objetivo desta primeira lição é estabelecer os fundamentos históricos e espirituais para a compreensão da profecia de Ezequiel. 

I – O CONTEXTO DE EZEQUIEL (CAPÍTULO 1) Ezequiel é um profeta cujo ministério se deu nos primeiros anos do cativeiro de Judá. À semelhança de Jeremias, seu contemporâneo, ele profetizou aos filhos de Israel (representados então pelos descendentes das tribos que formavam o reino do sul e os remanescentes das dez tribos do norte que haviam migrado para lá). Mas, enquanto o filho de Hilquias ministrou entre o povo que havia permanecido em Jerusalém e experimentaria todas as agruras do cerco, e contemplaria a destruição da cidade e do templo, até finalmente debandarem para o Egito; o filho de Buzi foi o porta-voz do Senhor Deus para falar àqueles que, antes de tudo isso acontecer, já haviam sido levados cativos para Babilônia. Isto porque o cativeiro se deu em mais de uma etapa, começando nos tempos do rei Jeoiaquim, quando parte das riquezas do templo e um grupo de jovens da nobreza foram levados para Babilônia. Três meses depois, é a vez do próprio rei – agora Jeoaquim – “como também todos os príncipes, e todos os homens valoroso, dez mil presos, e todos os carpinteiros e ferreiros”, serem levados para se unir aos que já estavam na capital do império caldeu. E somente onze anos depois, sob o reinado de Zedequias, é que Jerusalém e o templo seriam destruídos e o cativeiro se completaria com a última leva de judeus, sobreviventes ao cerco (cf. 2 Cr 36.6-7; Dn 1.1-3; 2 Rs 24.10-16; 25.1-2, 8-11). Ezequiel está entre aqueles que foram levados para o cativeiro no tempo de Jeoaquim, e é justamente naquela circunstância de maior adversidade e desespêro que a palavra do Senhor vem ao sacerdote para enviá-lo aos seus companheiros de aflição. É a primeira mensagem que notamos na visão terrível e gloriosa que se descortina aos olhos do profeta, ali, junto ao rio Quebar: que Deus não era rei apenas em Jerusalém, onde podiam ver a Sua casa e o Seu ungido; mas, onde quer que o Seu povo estivesse, eles sempre O veriam assentado sobre o Seu trono e exercendo a Sua vontade. A visão em si apresenta detalhes difíceis de figurarmos em nossa mente, e que sem dúvida estão cheios de significado; mas, numa palavra, trata-se de uma visão da glória de Deus (cf. verso 28; Ez 8.4). Considerando apenas os elementos mais destacados da visão, o aspecto dos seres viventes – identificados posteriormente como querubins – nos faz pensar no fato de que Deus tem ao Seu dispor os servidores mais poderosos, eficientes e sábios em toda a criação para fazer cumprir os Seus propósitos (Ez 10.20; cf. 2 Sm 22.11; Ap 4.6-8). Quanto às rodas, não há nada claro nesta ou em outras passagens, mas elas reforçam a idéia de “movimento” e “vida” já expressa na menção do espírito animando todas as coisas, e podem também ser referidas à providência divina universal. Nenhum acontecimento neste mundo pode frustrar a vontade de Deus, antes tudo se dá em perfeita harmonia com os Seus propósitos – em outras palavras, o trono da soberania divina como que se move sem dificuldade, e ao mesmo tempo de forma terrível e assombrosa, sobre toda a terra. Mas é a descrição da absoluta excelência, pureza e  magnanimidade do próprio Todo-poderoso que arremata a visão de uma forma tão impressionante que o profeta cai prostrado e pasmo, incapaz de continuar olhando. 

II – A COMISSÃO E A CAPACITAÇÃO DE EZEQUIEL (CAPÍTULO 2) Há uma importante relação das palavras: “Então, entrou em mim o Espírito” com a visão do capítulo anterior, pois, a partir daquele momento, Ezequiel passaria a fazer parte da visão e, assim como os querubins e as rodas, para onde o Espírito fosse, ele iria, e quando o Espírito quisesse falar, ele falaria. Deveria ser motivo de alegria e esperança para os cativos poderem desfrutar da palavra de um profeta de Deus em terra estranha – de fato, um sinal de que não haviam sido abandonados por Deus. Mais ainda, considerando o que o Senhor havia dito sobre eles através de Jeremias, os cativos estavam em melhor situação do que os judeus que haviam ficado em Jerusalém, pois aqueles eventualmente se converteriam e desfrutariam das bênçãos de Deus (cf. Jr 24). Conforme ainda estudaremos, os judeus que haviam ficado na cidade podiam até se considerar privilegiados e menosprezar os que haviam sido levados para Babilônia, mas isto não passava de um orgulho carnal que, juntamente com suas idolatrias, traria sobre eles um juízo retumbante que serviria de importante lição para os cativos. No momento, porém, o Senhor diz que os filhos de Israel – aqueles mesmos que estão no cativeiro – são “as nações rebeldes que se rebelaram contra mim”; são filhos, mas “de semblante duro e obstinados de coração”. Muitos continuavam fomentando sua rebeldia contra o Senhor e não atinavam com o significado de toda aquela desgraça que havia se abatido sobre eles; muitos tinham esperança de um retorno rápido do cativeiro e não imaginavam que algo pior pudesse acontecer – e algo pior, muito pior, ainda aconteceria. Não é de admirar, portanto, que eles ouviriam Ezequiel de mau grado e até com indignação, enquanto não se cumprissem as suas palavras no cerco, e na destruição da cidade e do templo; então, e só então, saberiam que esteve no meio deles um profeta, e este seria o primeiro passo no caminho do arrependimento e da conversão do remanescente que estava no cativeiro. 

III – A MENSAGEM DE EZEQUIEL (CAPÍTULO 3) O que o profeta vê na sequência sugere um ministério extenso e marcado por mensagens de juízo e castigo: “um rolo de livro... e ele estava escrito por dentro e por fora, e nele se achavam escritas lamentações, e suspiros, e ais” (Ez 2.10). Com efeito, a ira de Deus não havia se esgotado no cativeiro de parte da população de Jerusalém; a própria visão inicial sugere que Deus traria juízo e destruição desde o norte (era pelo norte que os caldeus adentravam a terra de Israel; cf. Jr 1.14-16; Ez 10.1-2; 43.3). Tal mensagem poderia soar extremamente afrontosa para um povo que se gloriava em ter a casa de Deus no seu meio (cf. Jr 7.4), daí a necessidade de o profeta ser espiritualmente fortalecido para não se abalar com qualquer intimidação da parte do povo. O próprio Ezequiel, como sacerdote que era, havia sido educado para ser compassivo e misericordioso com os fracos e pecadores, e por isso se sente pesaroso com a dura mensagem que precisa entregar. Então Deus abre os olhos do profeta para que ele entenda sua missão não como a de alguém que entrega uma mensagem, indiferente à sorte dos seus ouvintes; mas como a de um atalaia, que não apenas deseja ou zela pela segurança daqueles que dependem da sua atenção no alto da torre de vigia, mas que há de responder com sua própria vida por aqueles que se perderem caso seja negligente em cumprir o seu chamado. 

CONCLUSÃO Ezequiel foi comissionado e capacitado por Deus para falar aos seus conterrâneos num período de grande adversidade. O profeta devia anunciar que Israel sofria em razão dos seus pecados e avisá-los de que o castigo não havia terminado. E, com grande pesar, ele sabia que teria de ver todas estas terríveis coisas se cumprindo primeiro para que aquele povo rebelde se arrependesse e, convertendo-se ao seu Deus, pudesse desfrutar das bênçãos de uma restauração gloriosa

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