30 maio 2018

010- O milênio - Escatologia Lição 10[Pr Afonso Chaves]29mai2018



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LIÇÃO 10: 
O MILÊNIO 

TEXTO ÁUREO: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8). 

LEITURA BÍBLICA: APOCALIPSE 20.1-6 

INTRODUÇÃO 
Dentro dos estudos escatológicos, o texto da leitura bíblica é frequentemente citado em alusão ao “Milênio”, um período de mil anos em que diversos acontecimentos devem se suceder, conforme mostrado a João. Embora seja referida por muitos a um tempo futuro, veremos que esta visão trata de eventos relacionados com o povo de Deus em todo o tempo, e que se encerrarão com a vinda de Cristo. 

I – O QUE É O MILÊNIO 
1. O CONTEXTO DA VISÃO. Por se tratar de uma visão do livro de Apocalipse, o texto em análise deve ser considerado à luz do contexto deste livro. O último livro da Bíblia trata de coisas que deveriam acontecer brevemente, e que foram mostradas a João para que ele as transmitisse aos seus irmãos, servos de Deus (Ap 1.1-3). 
Portanto, o conteúdo de Apocalipse é pertinente à Igreja, relacionando-se com coisas que devem se cumprir ainda nesta dispensação, antes da vinda de Cristo (Ap 22.6-7, 10). 2. 
O SENTIDO DA EXPRESSÃO “MILÊNIO”. Não encontramos literalmente a palavra “milênio”, mas “mil anos”. Considerando, porém, que o tempo de Deus não pode ser tomado ou contado à maneira dos homens, devemos nos resguardar no parecer de Pedro, de que para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. Em outras passagens de Apocalipse, encontramos diferentes contagens de tempo, todas elas simbólicas e complementares umas das outras. Não é diferente com esse período de mil anos: é um tempo definido por Deus, unicamente do Seu conhecimento, no qual muitos acontecimentos se dão. Contudo, há elementos suficientes no texto para entendermos a que tempo se refere, quando começou e quando acabará. 

II – ACONTECIMENTOS DURANTE O MILÊNIO 
1. A PRISÃO DE SATANÁS (VV. 1-3). O período de mil anos tem início com o aprisionamento do dragão, que é o diabo, Satanás, para que não mais engane as nações. Parece que o diabo está solto, considerando a sua influência sobre o mundo (2 Co 4.3-4; Ef 2.2). Mas, na realidade, ele atua apenas na sua esfera de escuridão e cegueira espiritual, em que se encontra aprisionado desde a sua queda da presença de Deus (Jd 6; 2 Pe 2.4). 
Deus é luz, e o diabo não discerne as coisas de Deus (1 Jo 1.7; Mt 16.23). Por outro lado, ele está restrito, não faz o que quer, mas só o que Deus permite, e por isso não toca o crente (1 Jo 5.18). Considere-se ainda que, com a morte, ressurreição e glorificação de Cristo Jesus, o diabo tem perdido o domínio sobre muitos povos, que pela pregação do evangelho têm sido libertos das trevas do engano (cf. Ap 12.7-9; Cl 2.13-15; Mt 12.28-29). 
2. OS QUE FORAM MORTOS PELA BESTA VIVEM E REINAM (V. 4). Temos explicado em outra lição que a besta é o aglomerado de reis ou reinos que, particularmente neste tempo final, seriam contrários a Cristo e fariam guerra contra os Seus santos e os venceriam (Ap 13.1-2, 5-7; 17.12-14; Dn 7.24-26). 
Mas, apesar de sucumbirem ante a perseguição da besta, aos olhos de Deus os fiéis estão vencendo pela fé (Hb 11.33), e provando fazer parte do Seu reino, que não é deste mundo, e que vem sendo levantado desde os dias do império caldeu (Dn 2.44).
Por isso, estes são representados como vivendo para Deus e reinando com Cristo, em suas gerações (Ap 1.6; 5.9-10; cf. Hb 12.28; Cl 1.13). Portanto, estes mil anos se referem a todo o tempo em que Deus vem recrutando os Seus eleitos, incluindo-os no reino dos céus e dando testemunho de que venceram pela fé, por perseverarem até ao fim sob as mais terríveis perseguições. 
3. O MORTOS QUE REVIVERAM E OS QUE NÃO REVIVERAM (V. 5-6). Nesses mil anos, o Evangelho está sendo pregado ao mundo, aos homens mortos em ofensas e pecados; todo aquele que crê passa da morte para a vida (Jo 5.24-25), sendo vivificado, ressuscitado, por Cristo (Ef 2.1, 5-6; Cl 2.13; 3.1-4). 
Mas os “mortos” que não vêm para Cristo, que não alcançam testemunho de Deus, não são trazidos para o Seu reino, não revivem, permanecendo espiritualmente mortos, até o fim dos mil anos – isto é, até o fim desta dispensação, com a vinda de Cristo (Jo 5.28-29). Observe-se ainda que os que vivem pelo Evangelho fazem parte da “primeira ressurreição”, não tendo sobre eles poder a segunda morte, a morte eterna (Ap 2.11; cf. Jo 6.47; 11.25-26). 

III – ACONTECIMENTOS NO FIM DO MILÊNIO 
1. A BATALHA DO ARMAGEDOM. O término dos mil anos se dará com a vinda de Jesus. Nessa ocasião, os reinos deste mundo serão aniquilados (1 Co 15.22-25). De fato, à medida que o tempo se aproxima, os preparativos para este confronto – esta grande batalha – estão sendo realizados. A Besta, o Falso Profeta e o próprio Dragão conduzem enganosamente a humanidade em direção à sua própria destruição (Ap 16.12-16). 
A batalha se dará de forma rápida, e a besta e o falso profeta serão vencidos pelo Cordeiro de Deus. Os demais, que os seguiram, serão mortos pela justiça e verdade da espada que sai da Sua boca (Ap 19.19-21). 
2. SATANÁS É SOLTO DA SUA PRISÃO (VV. 7-10). Contudo, ao término dos mil anos, e destruídos os reinos e todo o sistema deste mundo, assim como todos os homens ímpios (2 Pe 3.7), Satanás será solto “por um pouco de tempo”. Mais uma vez, o seu propósito será levantar-se contra Deus e fazer o mal contra o “arraial dos santos”, a “cidade amada”, os céus. 
Não podendo mais contar com a besta e o falso profeta, pois já não existem, reunirá as incontáveis hostes de demônios, que no passado havia arrastado consigo na sua queda (Ap 12.4; cf. Ef 6.12) e tentará uma última investida contra os céus. Mas aí finalmente encontrarão o seu fim, pois o próprio Deus exercerá a Sua ira e juízo contra eles e os destruirá para sempre, entregando-os ao mesmo fim que tiveram os seus seguidores e mensageiros – o lago de fogo (v. 10; Mt 25.41). 

CONCLUSÃO 
Não é fácil compreender tudo, mas a partir desta lição podemos extrair a consoladora mensagem de que Deus considera os sofrimentos e perseguições do crente pelo mundo como sinal de aprovação e vitória. E, mesmo depois de mortos, Deus dá testemunho de que uma glória ainda maior os aguarda por toda a eternidade. 


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23 maio 2018

009-O anticristo, a apostasia e a grande tribulação - Escatologia Lição 09 [Pr Afonso Chaves]22mai2018


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LIÇÃO 09: 
O ANTICRISTO, A APOSTASIA E A GRANDE TRIBULAÇÃO 

TEXTO ÁUREO
“Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora” (1 Jo 2.18). 

LEITURA BÍBLICA: 2 TESSALONICENSES 2.1-12 

INTRODUÇÃO 
As Escrituras Sagradas, particularmente o Novo Testamento, mencionam três eventos relacionados com os últimos tempos: a atuação do anticristo, a apostasia da fé, por parte de muitos, e uma grande tribulação sobre os fiéis. 
Quanto mais nos aproximamos do fim, maior será a frequência e intensidade com que veremos a manifestação desse espírito de rebelião e inimizade contra Deus e Cristo, e contra os Seus santos, até que o próprio Senhor se manifeste na Sua vinda, para salvar o Seu povo e destruir toda a oposição. 

I – O ANTICRISTO E O MISTÉRIO DA INIQUIDADE 
1. QUEM É O ANTICRISTO. 
Considerando que o prefixo “anti” significa oposto; naturalmente, anticristo refere-se àquele que se opõe a Cristo. O texto da leitura bíblica caracteriza-o como “homem do pecado”, “filho da perdição”, “iníquo” (vv. 3, 8); por outro lado, João se refere a muitos que se têm feito anticristos, assim como a um “espírito do anticristo” (1 Jo 2.18; 4.3). 
O sentido de anticristo também pode ser o de colocar-se “em lugar de Cristo”, ou seja, de se apresentar como o verdadeiro Messias que haveria de vir (v. 4; cf. Mt 24.5, 23-24). Enfim, o anticristo não é um indivíduo particular, mas um espírito maligno que atua nos homens, nos filhos da ira, nos mais diversos campos de existência e ação desse mundo, que jaz no maligno (1 Jo 5.19). 

2. O TEMPO DA ATUAÇÃO DO ANTICRISTO
Partindo da visão das Setenta Semanas, vemos que o tempo da atuação do anticristo tem início exatamente na metade da última semana, ou seja, a partir da subida de Jesus ao céu (Dn 9.26, 27). É aí que Satanás, o dragão, vencido pelo testemunho, e o perdão e a justiça assegurados pelo sangue do Cordeiro, foi precipitado na terra com os seus anjos (Ap 12.1-5, 7-11; cf. Jo 14.30; Lc 10.18). 
Até o fim, o adversário agirá com grande ira contra os santos (Ap 12.12-13, 17). 
Paulo afirma, no texto da leitura bíblica, que o “mistério da injustiça” já está em operação (vv. 6-8), ou seja, o anticristo já estava atuando em seu tempo. 
O que resta apenas é que ele seja manifestado, na vinda de Cristo, para ser destruído. 

3. COMO O ANTICRISTO ATUA. 
O principal objetivo do anticristo é opor-se formal e sistematicamente ao Senhor Jesus. Ele faz isto de diversas maneiras. 
No domínio político, atua através da “besta que subiu do mar”, ou seja, o conglomerado das nações deste mundo que se reúnem em oposição ao Cordeiro e aos santos (Ap 13.1-4, 5-7). 
No âmbito religioso, manifesta-se como a “besta que subiu da terra”, também chamada de “falso profeta” (Ap 13.11-14), com todo o engano das falsas religiões, filosofias e ideologias, levando a humanidade a se colocar em dependência do sistema desse mundo e a não se sujeitar a Cristo Jesus, o Rei dos reis. 
Essa atuação inclusive é acompanhada de sinais, para que sejam enganados aqueles que fizeram rejeição à graça de Deus oferecida no evangelho (vv. 9-12; 2 Co 4.3-4). E é o próprio diabo, Satanás, que inspira todas as estruturas de poder e pensamento deste mundo em oposição a Deus (Ap 16.13-14), além de atuar diretamente, com os seus demônios, em regiões espirituais (cf. Ef 6.11-13, 16; 1 Pe 5.8-9). 

II – A APOSTASIA DOS ÚLTIMOS DIAS 
1. O QUE É APOSTASIA. 
O termo apostasia significa o abandono deliberado e consciente da fé cristã anteriormente confessada. Isto ocorre de forma progressiva, na medida em que a verdade, ou a doutrina bíblica, é negada, alterada e substituída por doutrinas de homens, finalmente levando ao afastamento completo de Deus, à cauterização da consciência e ao naufrágio da fé. Os apóstolos, em suas epístolas, falam de muitos que em seu tempo já haviam incorrido nesse caminho de perdição (2 Tm 2.16-19; 2 Pe 2.12-20; 1 Jo 2.19).

 2. O TEMPO DA APOSTASIA
Na visão das Setenta Semanas, na metade da última semana, o assolador viria “sobre a asa das abominações”, ou seja, sobre a multiplicação da iniquidade e do engano. Em outras palavras, o tempo da apostasia é o mesmo da vinda do anticristo, e tem início com a precipitação de Satanás na terra, e se estende até o fim. 
Paulo afirma, pelo Espírito de Deus, que isto ocorreria nos “últimos tempos”, em “tempos trabalhosos” (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1; 4.3); e Pedro declara que, assim como houve falsos profetas em Israel, no passado, a Igreja também seria incomodada por falsos mestres e heresias (2 Pe 3.1-4; cf. Jd 3-4, 17-19). 
João diz que já estamos na “última hora” seu próprio tempo como já sendo a “última hora”, em razão do abandono da verdade (1 Jo 2.18, 22; 4.1-3). 

3. SINAIS DA APOSTASIA
As provas de que a Igreja atravessa um momento claro de apostasia são muitos, incluindo: vida frívola de cristãos descomprometidos com a piedade, a oração, a santidade (Ap 2.4-5; 2 Tm 3.1-5); desprezo e indiferença pela Palavra de Deus, substituindo-a por tradições humanas (1 Tm 4.1-4; 2 Tm 4.3-4); o aumento da ganância de cristãos, inclusive pastores, por poder, dinheiro e fama (Tg 4.1-4; 1 Tm 6.9; 1 Pe 5.1-3); e muitas outras perversões, das quais as Epístolas estão repletas de exemplos, como coisas que já ocorriam no tempo dos apóstolos. 

III – A GRANDE TRIBULAÇÃO 
1. O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO
Um período de grande aflição e angústia para os servos de Deus está previsto nas Escrituras. Isto se deve à oposição do mundo, que odeia a Cristo e, portanto, odeia também aos que O seguem (Jo 15.18-21). 
A tribulação se manifesta nas perseguições, aborrecimentos, opressões, ofensas e até a morte por amor à verdade (Mt 5.11). 
Na verdade, é necessário que os cristãos passem por tribulações (At 14.22; 2 Tm 3.10-12). 

2. O TEMPO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
É nas visões que teve o profeta Daniel que encontraremos referência ao tempo em que se dá essa grande aflição do povo de Deus. Nas Setenta Semanas, estão determinadas assolações até o fim, particularmente após a vinda do assolador, o anticristo (Dn 9.26, 27). 
Na visão do capítulo 7 do mesmo profeta, encontramos que os santos serão entregues nas mãos do reino representado pelo chifre pequeno “por um tempo, e tempos e metade de um tempo”, para serem afligidos e mortos (Dn 7.21, 25). 
Com a precipitação do dragão, Satanás, na terra, este imediatamente se levantou com grande fúria contra a semente da mulher, a Igreja, e os combaterá até o fim (Ap 12.17). 
Começando com os apóstolos, a maioria – se não todos – foram martirizados por amor ao evangelho. Outros também tiveram de dar sua vida por amor ao evangelho (At 7.57-60; cf. Hb 10.32-34). 
E assim, até aos nossos dias, temos incontáveis testemunhos, de todas as partes do mundo, de cristãos passando por grande tribulação. Mesmo que em alguns lugares, em algum momento, haja relativa tranquilidade, e alguns cristãos não sejam diretamente confrontados pelo mundo, entendamos que, no sofrer de um só membro, toda a igreja deveria se compadecer, como se todos sofressem (1 Co 12.26; Tg 5.13; Rm 12.2). 

3. POR QUE A TRIBULAÇÃO É GRANDE
O que a torna a tribulação particularmente grande são os fatores já mencionados na lição: a atuação direta e em grande ira da parte do próprio diabo e de suas hostes infernais, que sabem que lhes resta pouco tempo; o propósito da besta – os reinos deste mundo – de se por em lugar de Deus, perseguindo e destruindo aqueles que não reconhecem o seu poder; o engano do falso profeta, ridicularizando o evangelho, obscurecendo a luz da verdade; e a humanidade sem Deus, que jaz prisioneira do pecado e ferrenhamente apegada ao amor deste mundo, e por isso odeia os que seguem a Cristo e os censura por não andarem no mesmo desenfreamento das paixões pecaminosas da carne. 

CONCLUSÃO 
A Igreja realmente se encontra nos últimos dias, no fim dos tempos. Não há nada mais que se esperar, senão a vinda de Cristo Jesus, nosso Salvador e Senhor, que porá fim a todo o sistema pecaminoso e corrupto deste mundo, vencendo os falsos reis da terra e os falsos profetas, assim como destruindo a todos os Seus adversários. Só então a Igreja será livrada de todas as suas aflições, e estará para sempre, em paz, com o Senhor.


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16 maio 2018

008-A sucessão dos reinos deste mundo Daniel 2 e 7 - Escatologia Lição 08 [Pr Afonso Chaves]15mai2018

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LIÇÃO 08: 
A SUCESSÃO DOS REINOS DESTE MUNDO 

TEXTO ÁUREO: “... seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos” (Dn 2.20-21). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 2.37-45 

INTRODUÇÃO Na lição passada, estudamos a visão das Setenta Semanas determinadas sobre o povo de Deus. Desta vez, examinaremos as visões dadas a Daniel nos capítulos 2 e 7, onde Deus revela os Seus desígnios quanto aos reinos ou impérios das nações que se sucederiam no mundo. Mais uma vez, a compreensão destas passagens é de grande importância para entendermos o momento em que nos encontramos no cumprimento dos acontecimentos determinados para o fim dos tempos. 

I – O SONHO DE NABUCODONOSOR (VV. 1-35) 
1. CONTEXTO HISTÓRICO. A revelação divina feita a Daniel com respeito à sucessão dos reinos se deve a um sonho que teve Nabucodonosor, rei dos caldeus, e à sua persistência em querer saber exatamente como havia sido esse sonho e qual seria a sua interpretação. Para isso, mandou chamar todos os sábios e entendidos de Babilônia sobre o assunto, mas não recebeu nenhuma resposta satisfatória. Indignado com a incapacidade dos seus conselheiros, o rei determina que todos sejam mortos. Nesse momento Daniel entra na história, quando ele e seus companheiros são buscados para também serem mortos. Daniel pede que se lhe dê uma chance de atender ao pedido do rei e, após os jovens hebreus buscarem instantemente ao Senhor, finalmente são revelados a Daniel o sonho e sua interpretação. 
2. O SONHO é revelado a DANIEL. Na verdade, o sonho era uma resposta de Deus a uma pergunta que Nabucodonosor havia feito quanto ao que seria após ele (v. 29). O sonho tratava, em linhas gerais, de uma estátua e uma pedra. A estátua, de grande altura e aspecto terrível, estava dividida em cinco partes, cada uma formada de um material diferente: a cabeça, de ouro; o peito e os braços, de prata; o ventre e as coxas, de cobre; as pernas, de ferro; e os pés, com os seus dedos, de ferro misturado com barro. Na segunda parte da visão, a pedra, cortada sem mão, feria a estátua nos pés de ferro e de barro, e os pulverizava. Ao mesmo tempo, eram pulverizadas todas as demais partes da estátua, e desapareciam levadas pelo vento. E então a pedra, que havia ferido a estátua, se fazia um grande monte, que enchia toda a terra.
II – A INTERPRETAÇÃO DO SONHO (VV. 37-45) 
1. As PARTES e os MATERIAIS da Estátua. Pela ordem do sonho, Daniel começa com a interpretação da estátua, em suas partes formadas de diferentes materiais. Primeiro, observamos, pelo uso das palavras “reis” e “reinos”, que cada parte da estátua simboliza um império deste mundo, um governo humano e terreno. Segundo, esses reinos se sucederiam ao longo da história, a começar com o império babilônico, durante o qual havia sido dada esta revelação. E notamos ainda que os diferentes materiais que formavam as diferentes partes da estátua indicam que a nobreza desses impérios seria cada vez menor, antes de serem completamente destruídos.

2. A INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA da visão. Embora a sucessão dos reinos seja descrita claramente na interpretação dada por Daniel, precisamos recorrer à história bíblica posterior e à história secular para identificarmos exatamente de que reinos a visão está tratando. O primeiro (a cabeça de ouro), é o próprio império dos caldeus (ou babilônico), tendo como seu maior e mais poderoso rei, Nabucodonosor (v. 37-38; cf. Jr 27.6-7). Como nos informa o próprio livro de Daniel, o povo seguinte a que passou o domínio (o peito e os braços de prata) foi o persa (ou medo-persa). Isto se deu na noite em que Belsazar profanou os vasos da casa de Deus (Dn 5.25-31). Os persas foram sucedidos pelos gregos (o ventre e coxas de cobre), comandados por Alexandre o macedônio (ou o Grande). Sua vitória sobre os persas, a rápida conquista e o domínio de toda a terra (v. 39),   bem como sua morte prematura e a divisão do seu império entre seus generais, foram reveladas ao mesmo Daniel (cf. Dn 8.20-22). O quarto império (as pernas de ferro) foi o romano, notório pelo seu poderio militar e pela severidade com que reprimia toda rebelião contra suas leis (v. 40). Era o império que governava nos tempos de Cristo (cf. Lc 2.1). 
3. O ÚLTIMO IMPÉRIO deste Mundo. Chamamos a atenção para o império representado pelos pés com os dedos de ferro e de barro, que é o último na sucessão dos reinos deste mundo e, portanto, existirá até o fim. Sabe-se que, após a queda do Império Romano (no Ocidente, em 475 d.C. e, no Oriente, em 1453 d.C.), jamais se levantou outro império que dominasse o mundo conhecido de forma indisputada. Ao invés disso, diversos povos ou nações procuraram estabelecer o seu próprio domínio, de acordo com suas identidades étnicas e culturais, dando origem a uma multiplicidade de reinos, que atualmente denominamos de Estados-Nações. Existe algo de forte nesses pequenos reinos, porque ainda têm o poder das armas, da violência, da coerção, das leis. Mas, por outro lado, estão grandemente enfraquecidos por se basearem em acordos humanos que podem ser facilmente alterados pelas mais diversas circunstâncias políticas e históricas.
4. A PEDRA e a sua interpretação. A pedra, por sua vez, também representa um reino, mas, em contraste com os reinos terrestres e humanos, esse reino jamais será destruído, e não passará a outro povo. Não entra na sucessão dos reinos representados pela estátua, mas se estabelece de forma independente “nos dias desses reis”, ou seja, no tempo em que estes governos estão se sucedendo na terra. A glória desse reino começa pequena e de forma simples como uma pedra, mas no fim se torna como um monte que enche toda a terra. É o reino de Deus que, embora presente entre os homens, não é deste mundo e nada tem de terreno (Mt 4.17; Jo 18.36). Nele só entram os que são trazidos por Deus (Cl 1.13; Ap 1.6, 9). Embora sem aparência exterior (Lc 17.20- 21), é um reino cuja grandeza e glória aumentarão mais e mais até a sua plena manifestação na vinda de Cristo e na destruição final dos reinos deste mundo (1 Co 15.24-28). A base deste reino é a pessoa do seu próprio Rei, Cristo Jesus, identificado como a pedra eleita por Deus (1 Pe 2.4-6). 
 



III – A VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS, DO CHIFRE PEQUENO E DO JUÍZO (DANIEL 7)
1. OS QUATRO ANIMAIS (vv. 3-7). Pode-se ver exatamente a mesma sequência de impérios, descrita no capítulo 2, aqui representada pelos quatro animais e os dez chifres do quarto animal (v. 17). Desta vez, o leão representa o império babilônico, o urso o medo-persa, o leopardo o grego, o animal terrível e espantoso o romano. Os dez chifres resumem o quinto reino, apontando para a multiplicidade de povos ou nações que dominariam ao mesmo tempo, até o fim (v. 24a). 
2. O CHIFRE PEQUENO (v. 8). Um aspecto novo nesta visão é o chifre pequeno que surge após os dez, abate três e se exalta terrivelmente contra os santos, e isso por um período de “tempo, tempos e metade de um tempo” (vv. 21-22, 25). Trata-se do mesmo reino representado pelos dez chifres – a multiplicidade de estados menores, soberanias e nações; mas agora coligadas em um sistema final de governo, sob a égide de uma pretensa “união”, com propósitos hostis e contrários ao reino dos céus e aos santos de Deus (vv. 21, 25). Estes reinos são os que compõem a besta mostrada a João, em Apocalipse (cf. 13.1-8; 17.12-14). 
3. O JUÍZO Estabelecido e o REINO entregue aos SANTOS. Neste ponto, a visão é ainda mais clara quanto ao estabelecimento do reino de Deus e sua vitória contra os reinos deste mundo. Primeiro, o tribunal de Deus estabelecido para julgar e condenar os reinos (vv. 9-12) – o que vem se realizando na medida em que um reino após o outro passa e nunca mais volta ao poder, ainda que algo daquilo que construíram permaneça como legado aos povos seguintes. Esse juízo se cumprirá totalmente na destruição final dos reinos deste mundo, coligados conforme a figura do “chifre pequeno” (v. 26). A visão ainda mostra o reino de Deus sendo entregue aos santos, na pessoa do Seu próprio Rei e cabeça, o Filho do homem – Cristo Jesus (vv. 13-14, 18, 27). 

CONCLUSÃO 
Oportunamente, estudaremos a destruição final da besta, aqui já apresentada na visão da estátua e dos animais. A certeza sempre confirmada é a da vitória de Cristo Jesus – o Rei dos reis.

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09 maio 2018

007-As Setenta Semanas Daniel - Escatologia Lição 07[Pr Afonso Chaves] 08mai2018.


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LIÇÃO 07: 
AS SETENTA SEMANAS 

TEXTO ÁUREO: 
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos”. (Dn 9.24) 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 9.20-27 

INTRODUÇÃO 
A visão registrada por Daniel no texto em epígrafe é de grande importância para o estudo da escatologia bíblica. Nesta passagem encontramos uma revelação feita por Deus ao profeta sobre um tempo determinado para a realização de todos os Seus desígnios em relação ao Seu povo. Trata-se de uma palavra abrangente, que começa a se cumprir ainda antes de Cristo, estende-se por toda a era cristã e completa-se apenas na consumação deste mundo. 

I – AS SETENTA SEMANAS E O SEU OBJETIVO (VV. 20-24) 
1. CONTEXTO HISTÓRICO. Tudo começa quando Daniel entende, lendo e refletindo sobre as Escrituras, que o tempo determinado por Deus para a duração do cativeiro do Seu povo na Babilônia seria de setenta anos (Jr 25.11-12; 29.10). 
Aquele era o primeiro ano de Dario, o medo. O império babilônico já havia passado, e estava para se cumprir o tempo determinado por Deus através de Jeremias. Isto levou o profeta Daniel a buscar ao Senhor “com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza” (v. 3), ou seja, apoiado nas misericórdias e na fidelidade do próprio Deus, para que Ele operasse, segundo a Sua palavra, a libertação e restauração do Seu povo. 
2. Um NOVO PERÍODO DE TEMPO Determinado. Em resposta à oração do profeta, o anjo Gabriel é enviado para instruir Daniel sobre um novo período de tempo, nunca antes citado – não mais de setenta anos, mas setenta semanas. Literalmente, setenta vezes sete (uma semana equivalendo a sete dias). E assim como os setenta anos, já passados, foram suficientes para a realização do propósito de Deus quanto ao cativeiro de Israel na Babilônia (cf. 2 Cr 36.21), agora esse tempo de setenta semanas seria absolutamente perfeito e suficiente para a realização de propósitos divinos ainda mais elevados e abrangentes. 
3. O PROPÓSITO das Setenta Semanas. Vários objetivos são propostos para esse novo período de tempo determinado por Deus. Todos eles se relacionam com a redenção e felicidade eterna dos santos, de modo que, no cumprimento de todo o propósito das setenta semanas, o povo de Deus terá alcançado a plenitude de tudo quanto Deus havia prometido antes por boca de outros profetas. Portanto, esta visão abrange um período de tempo muito mais amplo do que a contagem literal de setenta semanas poderia sugerir, sendo um tempo do conhecimento exclusivo de Deus – a expressão “setenta semanas” apenas indicando simbolicamente sua perfeição e completude para o cumprimento dos desígnios divinos (cf. 2 Pe 3.8). 

II – O PRIMEIRO PERÍODO, DE SESSENTA E NOVE SEMANAS (V. 25) 
Embora se trate de um período cuja duração de tempo exata é do conhecimento exclusivo de Deus, o avanço das setenta semanas é assinalado por eventos que são claramente identificáveis nas Escrituras e na História. 
Podemos analisar esses eventos, revelados na própria visão, em dois períodos principais: o primeiro, nas primeiras “sessenta e nova semanas”, e o segundo, na última “semana”. 
1. O INÍCIO do primeiro período. O marco inicial das setenta semanas, e do seu primeiro período, peculiarmente descrito como “sete semanas, e sessenta e duas semanas”, se dá no reinado de Ciro, o persa, por volta de 445 a.C., quando foi dada a “ordem para restaurar e reedificar Jerusalém” (2 Cr 36.22-23; Ed 1.1-3; cf. Is 44.24-28; 45.1, 13). 
No período pós-cativeiro, aconteceu a reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém, mas, como diz a profecia, em “dias angustiosos”. Conforme registrado nos livros de Esdras e Neemias, a obra de restauração esteve sob constante ameaça dos inimigos vizinhos, chegando até a ser interrompida por influência destes. 
E os próprios israelitas viram-se novamente sujeitos às fraquezas e infidelidades de seus antepassados, como nos revelam os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. 
2. O TÉRMINO do primeiro período. Esse período se estende até a chegada do Messias, o Príncipe – isto é, Jesus Cristo. Neste ponto da história, o tempo avançou sessenta e nove semanas no “relógio” divino, restando tão somente uma semana para a conclusão dos desígnios de Deus para o Seu povo na terra. 
Quer dizer que, desde a manifestação do Senhor Jesus em carne, há aproximadamente 2000 anos, até o fim, transcorre apenas uma semana na visão de Deus. 

III – O SEGUNDO PERÍODO, DE UMA ÚLTIMA SEMANA (VV. 26-27) 
O período final é de apenas uma semana. Mas, atenção, pois aqui ocorre uma repartição na septuagésima e última semana em dois novos períodos de meia semana cada. 
Os versos em relevo destacam os eventos que devem suceder tanto na primeira como na segunda metade desta última semana. 
1. O MESSIAS REJEITADO e o Seu CONCERTO com Muitos. Em primeiro lugar, é dito no verso 26 que o Messias “será tirado, e não será mais”. Isto se refere a Jesus sendo rejeitado e morto pelos judeus (Is 53.8; Jo 1.10) e, pela Sua ressurreição e ascensão, deixando este mundo e voltando para o Pai (Lc 9.22; Jo 14.19). 
O verso 27 afirma também, ainda em relação ao Messias, que Ele “firmará um concerto com muitos” – uma clara referência ao Concerto da salvação eterna (“por uma semana” – sete tempos), selada no Seu sangue para a remissão dos pecados de muitos – do Seu povo (Mt 1.21; 20.28; 26.26-28). 
2. A DESTRUIÇÃO DA CIDADE E DO SANTUÁRIO. Voltando ao verso 26, ali é dito, na sequência da rejeição do Messias, que “o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário”. 
O povo aqui citado é o romano que, no ano 70 d.C., liderado pelo general Tito, cercou Jerusalém com seus exércitos e arrasou a cidade e o Templo, não deixando pedra sobre pedra (cf. Mt 24.2; Lc 21.20-24). 
O verso 27 volta a este acontecimento, pela citação de que, no meio da semana, o Messias faria “cessar o sacrifício e a oferta de manjares”. 
Isto se cumpre, primeiro, quando Cristo, pelo sacrifício único e perfeito de Si mesmo, tornava inúteis e obsoletos os sacrifícios e ofertas determinadas pela Lei (Hb 9.11-12; 10.1, 8-12). 
Mas, para que cessasse de fato toda religiosidade judaica, o Templo foi destruído, e nunca mais os judeus puderam realizar tais sacrifícios. 
A partir desse acontecimento, transcorre a segunda metade da última semana. 
3. A CHEGADA DO ASSOLADOR e as AFLIÇÕES determinadas. 
Com o fim de toda a ordem mosaica baseada no Templo e na missão de Israel como povo de Deus – fim esse assinalado pela destruição de Jerusalém e do Templo, entramos no período final das setenta semanas. 
No verso 26, lemos que “até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações” – que é uma referência aos acontecimentos catastróficos e aflitivos que se abateriam sobre as nações até o fim do mundo, como Jesus avisaria os Seus discípulos (Mt 24.6-7). 
Observemos ainda, pelo verso 27, que esse é o tempo em que o Assolador, isto é, o espírito do anticristo, se faz presente no mundo (Jo 14.30; 1 Jo 2.18; 4.3; 2 Ts 2.1-5), manifestando-se na multiplicação do engano e da iniquidade (Mt 24.9-12; 1 Tm 4.1-2; 2 Tm 3.1-4; 2 Ts 2.7, 9-12). Contudo, esse período também inclui o derramar da ira de Deus sobre todo o sistema e poder das trevas, com a destruição do próprio Assolador (cf. 2 Ts 2.7-8; Ap 20.10). 

CONCLUSÃO 
A visão das Setenta Semanas é um dos muitos argumentos da veracidade e inspiração divina das Escrituras Sagradas, pois descreve, com séculos de antecedência, acontecimentos que se realizaram na ordem e do modo exato como foram revelados. 
Sempre houve citações na Bíblia sobre tempos determinados para propósitos definidos por Deus, o que nos mostra Seu controle total e absoluto sobre o mundo, e que nenhum dos Seus desígnios poderá ser frustrado. 

PARA USO DO PROFESSOR



AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


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02 maio 2018

006-A vinda de Jesus e o Arrebatamento da Igreja - Escatologia Lição 06[Pr Afonso Chaves]01mai2018


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LIÇÃO 06: 
A VINDA DE JESUS E O ARREBATAMENTO DA IGREJA 

TEXTO ÁUREO: “... virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (Jo 14.3) 

LEITURA BÍBLICA: 1 TESSALONICENSES 4.13-18 

INTRODUÇÃO 
No passado, os profetas anunciaram a vinda de um libertador, um ungido que operaria a salvação e a glória do Israel de Deus – era o Cristo, ou Messias. Esses testemunhos se cumpriram quando Deus enviou ao mundo seu Filho Jesus. Contudo, estando ainda entre nós, o próprio Cristo não apenas ensinou que era necessário que Ele voltasse para o Pai – o que se cumpriu na Sua morte e ressurreição – mas que Ele viria ainda uma última vez, com o objetivo de levar os Seus discípulos para estarem com Ele na eternidade – é o arrebatamento da Igreja. Assim, como a vinda de Jesus e o arrebatamento da Igreja geralmente aparecem relacionados na Bíblia, trataremos de ambos os assuntos nesta lição. 

I – JESUS VIRÁ AINDA UMA SÓ VEZ 
1. CARÁTER GERAL da vinda de Jesus. É evidente que as Escrituras falam da vinda de Cristo não apenas em relação à Sua manifestação em carne “para tirar os pecados de muitos”, mas também de uma segunda vinda, “sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hb 9.28). O objetivo desta última manifestação do Senhor é o de pôr um fim neste mundo mau e inaugurar o estado eterno de felicidade e descanso para os santos nos céus (1 Co 15.24-28; 2 Ts 1.6-10). 
2. Esta afirmação é do próprio JESUS. A primeira vinda de Cristo já manifesta o caráter final e eterno do reino de Deus, na pregação do evangelho. Mas, estando ainda entre os Seus discípulos, o Senhor Jesus apontava para um tempo futuro, chamado “aquele dia” (Mt 7.22), em que o Filho do homem viria (Lc 18.8), ou se manifestaria em Sua glória (Mt 25.31). Ilustrou o aspecto futuro deste evento através de parábolas (Mt 25.1-13, 14-30 e 31-46). Falou disto abertamente, seja para consolar Seus discípulos (Jo 14.1-3) ou exortá-los à vigilância (Mt 24.44). 
3. Sua volta foi pregada e esperada pelos APÓSTOLOS. Os discípulos de Jesus não só conservaram para si mesmos a esperança da vinda de Cristo (2 Tm 4.7-8; Ap 22.20), mas também ensinaram a igreja a aguardar ansiosamente e a se preparar em santificação para este único e último dia (Tt 2.11-13; Tg 5.7-8; 2 Pe 3.3-9; 1 Jo 2.28; 3.2; Jd 14-15). 

II – O ARREBATAMENTO E SEUS PARTICIPANTES 
Arrebatamento relaciona-se com “tomar”, “raptar”, “levar embora”. Será o cumprimento da promessa de Cristo, de que Ele voltaria e levaria o Seu povo para estar com Ele. Consideremos os participantes desse glorioso evento: 
1. O próprio SENHOR JESUS. Diz a Escritura que “o mesmo Senhor descerá do céu” (1 Ts 4.16a). É o mesmo Jesus que deixou Seus discípulos e foi recebido encima no céu (At 1.9-11; Mc 16.19), onde também espera por esse dia (Hb 10.12-13). Cf. At 3.19-21; 1 Tm 6.14-16. 
2. Os ANJOS. Diz a Palavra de Deus que o Senhor Jesus virá acompanhado pelos Seus santos anjos, os quais enviará para recolher os Seus fiéis de todos os cantos da terra (Mt 13.39, 49; 24.31). 
3. Os CRENTES em Cristo. Naquele dia, os mortos em Cristo serão os primeiros a responder à voz do chamamento da trombeta de Deus e, num abrir e fechar de olhos, os santos ressuscitarão incorruptíveis. O mesmo poder transformador atuará nos crentes que estiverem vivos naquele dia. “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados”, “e nós seremos transformados” (1 Ts 4.15-17; 1 Co 15.51-52). Quase simultaneamente à ressurreição dos mortos em Cristo, também os vivos ouvirão a voz do arcanjo e, num tempo incontável, serão transformados e arrebatados, juntamente com os mortos ressuscitados, ao encontro do Senhor nos ares. Será o poder do Espírito atuando sobre a matéria, vencendo a morte e corrupção nos corpos abatidos dos fiéis (1 Co 15.53-54; Fp 3.20-21; 2 Co 5.1-5). 

III – ELEMENTOS ESPECIAIS 
1. QUANDO ocorrerá. As Escrituras destacam o elemento surpresa. Jesus disse que viria sobre o mundo como um “laço”, a uma hora inesperada, como ladrão; e que por isso deveríamos estar preparados para não sermos surpreendidos por ele (Lc 21.34-36; 1 Ts 5.1-4; Mt 24.42-44; 25.13). Este dia e hora é desconhecido pelo homem; “nem os anjos” o sabem (Mt 24.36-37). Sabemos que será o último acontecimento da história, pois será no “último dia”, no “fim do mundo” (Jo 6.40; 11.24; cf. 1 Co 15.23-24). O momento preciso é citado por Paulo nas expressões: “ante a última trombeta”, “à voz do arcanjo” (1 Co 15.52; 1 Ts 4.16; cf. Ap 14.14-15). 
2. ONDE ocorrerá. A vinda de Jesus e o arrebatamento da Igreja não será um evento local, secreto, que poucos perceberão. Antes, será simultâneo em todos os pontos da Terra, como o relâmpago que se mostra do oriente ao ocidente (Mt 24.26-27). Todos O verão (Mt 24.30; Ap 1.7), e onde estiver um servo do Senhor, ali ele será recolhido (Mt 13.36-39, 48-50; Mt 24.28, 31). 
3. COMO ocorrerá. Diferentemente da Sua primeira vinda, quando se manifestou em carne com grande simplicidade, padecendo desprezos e graves humilhações, Sua próxima vinda será poderosa e gloriosa, com grande estrondo e abalo sobre o mundo (Mt 26.63-64; 2 Pe 3.10-13; Ap 6.15-17). Precisamos estar atentos para o fato de que não haverá segunda oportunidade (Mt 25.11); será como nos dias de Noé e de Ló – quem estava na condição de ser salvo o foi, mas os demais pereceram (Mt 24.37-39; Lc 17.28-30). Para o justo, será a entrada no gozo da vida eterna no reino de Deus; para o ímpio, haverá eterna perdição (Mt 25.46). 

CONCLUSÃO 
Em vista do que as Escrituras nos revelam, consideremos que a nossa prioridade deve ser viver na expectativa de tão grandioso evento – a volta de Jesus. Procuremos viver – e morrer – de tal forma que, nesse dia, ouçamos do Senhor as palavras: “Vinde, benditos”, ou “servo bom e fiel”; e não: “Apartai-vos de mim, malditos”, ou “mau e negligente servo”. 


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