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LIÇÃO 07:
AS SETENTA SEMANAS
TEXTO ÁUREO:
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua
santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade,
e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos”. (Dn 9.24)
LEITURA BÍBLICA: DANIEL 9.20-27
INTRODUÇÃO
A visão registrada por Daniel no texto em epígrafe é de grande importância para o estudo da
escatologia bíblica. Nesta passagem encontramos uma revelação feita por Deus ao profeta sobre um
tempo determinado para a realização de todos os Seus desígnios em relação ao Seu povo. Trata-se
de uma palavra abrangente, que começa a se cumprir ainda antes de Cristo, estende-se por toda a
era cristã e completa-se apenas na consumação deste mundo.
I – AS SETENTA SEMANAS E O SEU OBJETIVO (VV. 20-24)
1. CONTEXTO HISTÓRICO. Tudo começa quando Daniel entende, lendo e refletindo sobre
as Escrituras, que o tempo determinado por Deus para a duração do cativeiro do Seu povo na
Babilônia seria de setenta anos (Jr 25.11-12; 29.10).
Aquele era o primeiro ano de Dario, o medo. O
império babilônico já havia passado, e estava para se cumprir o tempo determinado por Deus
através de Jeremias. Isto levou o profeta Daniel a buscar ao Senhor “com oração, e rogos, e jejum, e
pano de saco, e cinza” (v. 3), ou seja, apoiado nas misericórdias e na fidelidade do próprio Deus,
para que Ele operasse, segundo a Sua palavra, a libertação e restauração do Seu povo.
2. Um NOVO PERÍODO DE TEMPO Determinado. Em resposta à oração do profeta, o
anjo Gabriel é enviado para instruir Daniel sobre um novo período de tempo, nunca antes citado –
não mais de setenta anos, mas setenta semanas. Literalmente, setenta vezes sete (uma semana
equivalendo a sete dias). E assim como os setenta anos, já passados, foram suficientes para a
realização do propósito de Deus quanto ao cativeiro de Israel na Babilônia (cf. 2 Cr 36.21), agora
esse tempo de setenta semanas seria absolutamente perfeito e suficiente para a realização de
propósitos divinos ainda mais elevados e abrangentes.
3. O PROPÓSITO das Setenta Semanas. Vários objetivos são propostos para esse novo
período de tempo determinado por Deus. Todos eles se relacionam com a redenção e felicidade
eterna dos santos, de modo que, no cumprimento de todo o propósito das setenta semanas, o povo
de Deus terá alcançado a plenitude de tudo quanto Deus havia prometido antes por boca de outros
profetas. Portanto, esta visão abrange um período de tempo muito mais amplo do que a contagem
literal de setenta semanas poderia sugerir, sendo um tempo do conhecimento exclusivo de Deus – a
expressão “setenta semanas” apenas indicando simbolicamente sua perfeição e completude para o
cumprimento dos desígnios divinos (cf. 2 Pe 3.8).
II – O PRIMEIRO PERÍODO, DE SESSENTA E NOVE SEMANAS (V. 25)
Embora se trate de um período cuja duração de tempo exata é do conhecimento exclusivo
de Deus, o avanço das setenta semanas é assinalado por eventos que são claramente identificáveis
nas Escrituras e na História.
Podemos analisar esses eventos, revelados na própria visão, em dois
períodos principais: o primeiro, nas primeiras “sessenta e nova semanas”, e o segundo, na última
“semana”.
1. O INÍCIO do primeiro período. O marco inicial das setenta semanas, e do seu
primeiro período, peculiarmente descrito como “sete semanas, e sessenta e duas semanas”, se dá
no reinado de Ciro, o persa, por volta de 445 a.C., quando foi dada a “ordem para restaurar e
reedificar Jerusalém” (2 Cr 36.22-23; Ed 1.1-3; cf. Is 44.24-28; 45.1, 13).
No período pós-cativeiro,
aconteceu a reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém, mas, como diz a profecia, em “dias
angustiosos”. Conforme registrado nos livros de Esdras e Neemias, a obra de restauração esteve
sob constante ameaça dos inimigos vizinhos, chegando até a ser interrompida por influência destes.
E os próprios israelitas viram-se novamente sujeitos às fraquezas e infidelidades de seus
antepassados, como nos revelam os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias.
2. O TÉRMINO do primeiro período. Esse período se estende até a chegada do Messias,
o Príncipe – isto é, Jesus Cristo. Neste ponto da história, o tempo avançou sessenta e nove semanas
no “relógio” divino, restando tão somente uma semana para a conclusão dos desígnios de Deus
para o Seu povo na terra.
Quer dizer que, desde a manifestação do Senhor Jesus em carne, há
aproximadamente 2000 anos, até o fim, transcorre apenas uma semana na visão de Deus.
III – O SEGUNDO PERÍODO, DE UMA ÚLTIMA SEMANA (VV. 26-27)
O período final é de apenas uma semana. Mas, atenção, pois aqui ocorre uma repartição na
septuagésima e última semana em dois novos períodos de meia semana cada.
Os versos em relevo
destacam os eventos que devem suceder tanto na primeira como na segunda metade desta última
semana.
1. O MESSIAS REJEITADO e o Seu CONCERTO com Muitos. Em primeiro lugar, é dito no
verso 26 que o Messias “será tirado, e não será mais”. Isto se refere a Jesus sendo rejeitado e morto
pelos judeus (Is 53.8; Jo 1.10) e, pela Sua ressurreição e ascensão, deixando este mundo e voltando
para o Pai (Lc 9.22; Jo 14.19).
O verso 27 afirma também, ainda em relação ao Messias, que Ele
“firmará um concerto com muitos” – uma clara referência ao Concerto da salvação eterna (“por
uma semana” – sete tempos), selada no Seu sangue para a remissão dos pecados de muitos – do
Seu povo (Mt 1.21; 20.28; 26.26-28).
2. A DESTRUIÇÃO DA CIDADE E DO SANTUÁRIO. Voltando ao verso 26, ali é dito, na
sequência da rejeição do Messias, que “o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o
santuário”.
O povo aqui citado é o romano que, no ano 70 d.C., liderado pelo general Tito, cercou
Jerusalém com seus exércitos e arrasou a cidade e o Templo, não deixando pedra sobre pedra (cf.
Mt 24.2; Lc 21.20-24).
O verso 27 volta a este acontecimento, pela citação de que, no meio da
semana, o Messias faria “cessar o sacrifício e a oferta de manjares”.
Isto se cumpre, primeiro,
quando Cristo, pelo sacrifício único e perfeito de Si mesmo, tornava inúteis e obsoletos os
sacrifícios e ofertas determinadas pela Lei (Hb 9.11-12; 10.1, 8-12).
Mas, para que cessasse de fato
toda religiosidade judaica, o Templo foi destruído, e nunca mais os judeus puderam realizar tais
sacrifícios.
A partir desse acontecimento, transcorre a segunda metade da última semana.
3. A CHEGADA DO ASSOLADOR e as AFLIÇÕES determinadas.
Com o fim de toda a
ordem mosaica baseada no Templo e na missão de Israel como povo de Deus – fim esse assinalado
pela destruição de Jerusalém e do Templo, entramos no período final das setenta semanas.
No
verso 26, lemos que “até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações” – que é uma
referência aos acontecimentos catastróficos e aflitivos que se abateriam sobre as nações até o fim
do mundo, como Jesus avisaria os Seus discípulos (Mt 24.6-7).
Observemos ainda, pelo verso 27,
que esse é o tempo em que o Assolador, isto é, o espírito do anticristo, se faz presente no mundo
(Jo 14.30; 1 Jo 2.18; 4.3; 2 Ts 2.1-5), manifestando-se na multiplicação do engano e da iniquidade
(Mt 24.9-12; 1 Tm 4.1-2; 2 Tm 3.1-4; 2 Ts 2.7, 9-12). Contudo, esse período também inclui o
derramar da ira de Deus sobre todo o sistema e poder das trevas, com a destruição do próprio
Assolador (cf. 2 Ts 2.7-8; Ap 20.10).
CONCLUSÃO
A visão das Setenta Semanas é um dos muitos argumentos da veracidade e inspiração divina
das Escrituras Sagradas, pois descreve, com séculos de antecedência, acontecimentos que se
realizaram na ordem e do modo exato como foram revelados.
Sempre houve citações na Bíblia
sobre tempos determinados para propósitos definidos por Deus, o que nos mostra Seu controle
total e absoluto sobre o mundo, e que nenhum dos Seus desígnios poderá ser frustrado.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
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