31 maio 2022

010-Os males da tolice - Eclesiastes Lição 10[Pr Nilson Vital]31mai2022


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 LIÇÃO 10 

OS MALES DA TOLICE 

TEXTO ÁUREO: “E, até quando o tolo vai pelo caminho, lhe falta entendimento, e diz a todos que é tolo.” (Ec 10.3) 

LEITURA BÍBLICA: ECLESIASTES 10.1-15 

INTRODUÇÃO O capítulo que estudaremos nesta lição apresenta um conteúdo em estilo proverbial, reunindo diversos conselhos e ensinamentos sobre a sabedoria em áreas da vida onde, pelas suas atitudes, os homens geralmente demonstram ser guiados pela loucura e presunção. Ainda neste capítulo, o propósito do pregador é recomendar a sabedoria como a nossa melhor salvaguarda contra muitos males que há debaixo do sol. 

I – O SÁBIO REJEITA A TOLICE EM TODAS AS COISAS (VV. 1-7) Consideremos a reflexão sobre a diferença e valor incomparáveis da sabedoria em relação à loucura, tolice ou estultícia, expressa nestes primeiros versos: a sabedoria torna o que a possui honrado aos olhos de outros homens, como já consideramos na lição anterior, e aqui o escritor compara essa fama honrosa a um perfume. Por outro lado, o tolo é desprezado e desonrado pelos que o conhecem. Mas o sábio deve ter cuidado até com as menores atitudes e palavras, pois a natureza da tolice ou estultícia é tal que, como uma mosca minúscula que inutilizaria todo um frasco de ungüento ou perfume, assim também um pequeno ato leviano pode por a perder toda a sabedoria pela qual ele é conhecido (cf. 1 Ts 5.22). Além disso, enquanto o sábio pondera e pensa muito bem antes de agir, para que possa agir com força e poder, e da melhor forma (este é o sentido de ter o coração à sua direita), o tolo age sem pensar e pelo impulso do momento, por isso sua obra é instável e fraca – mas nem por isso é menos conhecido por sua tolice do que o sábio pela sabedoria. De fato, ao contrário do que ocorre com o sábio, nenhuma demonstração pontual de sabedoria mudará a fama do tolo, cujo coração e a boca estão sempre prontos para agir de acordo com a sua natureza incorrigível. Em seguida, Salomão faz uma recomendação geral à submissão às autoridades, mesmo quando estas agem de acordo com seus instintos e paixões, ou, sem causa justificada, se levantam contra nós; o caminho não é o súdito agir com igual insensatez e se revoltar, abandonando seus deveres, mas sim demonstrar a disposição em se submeter ao superior, possibilitando o diálogo e o acordo pelo qual o governante fique satisfeito e assim haja paz para o súdito (cf. Pv 15.1; 25.15). Estar em posição de autoridade não significa ser sábio, mas pelo contrário, dentre os males que há debaixo do sol, um deles é a inversão de mérito e valor muitas vezes praticada pelos governantes, dando honra aos que não a merecem. 

II – O SÁBIO ESCAPA DE MUITOS MALES (VV. 8-11) Segue-se uma série de provérbios aplicando, de forma figurada, a lição principal firmada nos versos anteriores, de que o sábio age com prudência e não por impulso ou malícia, que poderão resultar em prejuízo para si mesmo: cavar uma cova faz referência a perigos ou males que alguém procura causar contra o próximo, de tal forma que ele seja apanhado de surpresa, ou desprevenido; romper um muro é ultrapassar os próprios limites e imiscuir-se ou mesmo apropriar-se dos negócios alheios; acarretar pedras alude a remover de lugar aquilo que já está estabelecido, alterar a ordem, os acordos e as leis. Rachar lenha é perigoso tendo em vista o que o pregador diz no verso seguinte, que, se o ferro do machado estiver embotado e não afiado, o lenhador terá de aplicar mais forças, podendo se acidentar com a ferramenta. Isto vale para qualquer atividade, e aqui se percebe que o tolo é aquele que não se prepara para o que deseja fazer (não afia suas ferramentas), por isso está sujeito ao fracasso e às conseqüências de uma obra realizada precipitadamente e sem perícia nenhuma. O último provérbio desta nossa divisão do texto é muito interessante, pois, assim como os anteriores, faz uma alusão figurada a alguém que pode nos causar algum mal (como o governante cujo espírito se desperta contra o súdito), mas que ainda pode ser encantado; o sábio procurará fazer isso a tempo para que tenha como amenizar os efeitos da “picada” ou até mesmo não sofrer tudo o que o seu adversário estava disposto a fazer contra ele. 

III – A TOLICE E OS SEUS MALES (VV. 12-20) O assunto destes últimos versos passa a ser os males representados pela tolice, a começar pelas palavras do tolo. Enquanto as palavras do sábio, mesmo sendo poucas, beneficiam os ouvintes com favor e graça, as do tolo são prejudiciais e destrutivas, e denunciam que ele é tolo do começo ao fim, pois “o princípio das palavras da sua boca é estultícia, e o fim ... um desvario péssimo”. Apesar de todo o barulho e superabundância de palavras, o tolo é imprevisível em seus propósitos e planos, e toda a sua obra parece desgastante e infrutífera para si mesmo, pois não faz nada usando de prudência e planejamento. Até as coisas mais fáceis e óbvias, como ir à cidade, o tolo torna em tarefas difíceis, se não impossíveis. Nos versos 16 e 17, a mesma aplicação é feita em relação aos que estão em posição de autoridade, pois, segundo a natureza do seu modo de governar, assim os seus súditos padecerão as conseqüências da sua tolice, tendo que arcar com os gastos desnecessários ou inúteis; ou serão felizes e se beneficiarão de um governo sábio, prudente, que trabalha pelos seus súditos. O pregador ainda expõe os males provocados pelo comportamento do tolo, cuja preguiça e negligência são evidenciadas pela decadência dos bens depositados aos seus cuidados (cf. Pv 24.3). O verso 19, por sua vez, parece um provérbio mais ou menos isolado em relação ao contexto imediato, mas ainda refletindo a percepção do homem comum, que vive para as vaidades que há debaixo do sol, e para o qual tudo se resume às reuniões sociais, à alegria passageira produzida por coisas tais como o vinho, e ao aparente poder de aquisição e resolução de todos os problemas do dinheiro. Sem dúvida, percebendo as coisas assim, o tolo tende a amaldiçoar o rei e os ricos por serem os únicos que desfrutariam plenamente dos bens desta vida. Mas aqui o pregador aconselha a não nutrirmos qualquer desejo de traição ou infidelidade contra tais pessoas, pois de formas imprevisíveis e surpreendentes, assim como de forma muito mais fácil do que possamos imaginar, um sentimento contra o próximo pode se tornar manifesto, e isto seria para nossa própria infelicidade. 

CONCLUSÃO Embora as conseqüências das atitudes do tolo sejam muito bem evidenciadas pelo sábio pregador, a verdade é que somos facilmente tentados a agir com estultícia e precipitação nas mesmas situações, levados pela aparência do mundo debaixo do sol. Lembremos sempre que a sabedoria recompensa aqueles que a nutrem em seu coração e andam nos seus caminhos, livrando-os de muitos males e sofrimentos e permitindo-lhes desfrutar dos bens desta vida com verdadeiro contentamento e alegria.

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24 maio 2022

009-A vantagem de ser sábio nesta vida - Eclesiastes Lição 09[Pr Nilson Vital]24mai2022


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 LIÇÃO 9 

A VANTAGEM DE SER SÁBIO NESTA VIDA 

TEXTO ÁUREO: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma.” (Ec 9.10) 

LEITURA BÍBLICA: ECLESIASTES 9.1-10 

INTRODUÇÃO O autor de Eclesiastes continua argumentando sobre a vaidade deste mundo e, no capítulo que estudaremos nesta lição, ele faz diversas observações a respeito da sorte comum de todos os homens, independente do seu caráter e obras, e que as expectativas e certezas que geralmente são deduzidas a partir da experiência comum muitas vezes são contrariadas por reviravoltas que não podem ser explicadas de outra forma senão pela providência soberana de Deus. Por fim, veremos que, mesmo quando desprezado, o sábio ainda prospera e por sua causa outros são beneficiados. 

I – A MORTE ATINGE OS BONS E OS MAUS (VV. 1-10) Após refletir e muito buscar compreender a obra de Deus, conforme relata no final do capítulo anterior, Salomão, embora não chegue a uma solução satisfatória para sua indagação, ainda assim alcança o entendimento de coisas que ele expressa agora. E uma delas é que a bondade e a maldade, ou a justiça e a injustiça não são fatores determinantes da sorte do homem neste mundo, isto é, debaixo do sol, mas ambos estão igualmente sujeitos aos desígnios do Deus Todo-poderoso, e esses desígnios não apenas são insondáveis, mas também não podem ser julgados à luz da ordem e das relações terrenas. O fato é que o homem não conhece nem o amor nem o ódio – isto é, ele não é capaz de avaliar a natureza de tudo o que lhe sucede, nem estabelecer as verdadeiras razões para cada evento de sua vida, pois sua compreensão é parcial e limitada, e nenhuma experiência debaixo do sol é duradoura: “tudo passa perante a sua face”. Assim, aos nossos olhos, tudo sucede igualmente a justos e injustos, sem que possamos explicar ou entender as razões do que sucede a cada um; mas, por outro lado, entendendo que tudo provém de Deus, o sábio é amparado pela certeza de que tudo o que o Criador faz é bom e serve a um propósito sábio e, perante o eventual infortúnio do justo e a prosperidade do ímpio, se resigna com paciência e confiança na justiça e controle de Deus sobre todas as coisas (cf. Jó 1.20-22). Embora a diferença entre o justo e o ímpio no campo moral e espiritual seja abismal, não podendo ser negada pelo sábio, são poucas ou quase nenhuma a diferença entre ambos nas condições em que se encontram neste mundo, e isto leva o pregador a expressar sua perplexidade: “Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol”, e que sem dúvida é a perplexidade de muitos. E que, mesmo quando o homem vive na maldade e no desvario de suas obras durante toda sua existência, finalmente ele apenas se irá aos mortos, isto é, morrerá como morrem todos os homens. Assim, do ponto de vista terreno, que importaria ser justo ou ímpio? Importa mais estar vivo, mesmo que ímpio (o cão vivo) e não morto, apesar de justo (o leão morto). Notemos que, antes, Salomão havia dito que o dia da morte é melhor que o do nascimento, tendo em conta as tristezas e aflições que os vivos têm de enfrentar, e das quais os mortos já se livraram; mas, por outro lado, os vivos sabem que hão de morrer, ao passo que os mortos nada sabem (sequer que estão mortos). Mesmo tudo sendo vaidade, ainda há alegrias e prazeres nesta vida que os vivos podem desfrutar, e, como o próprio escritor sagrado disse, para estes há esperança: esperança de mudança, esperança de justiça, enfim, esperança em Deus (cf. Is 38.19). Assim, o pregador reforça o conselho já registrado neste livro, de que devemos fazer o melhor uso dos bens que Deus nos distribui na Sua bondade e misericórdia, sem nos inquietarmos com o fato de que tanto justos como ímpios descerão igualmente à sepultura. Se tememos a Deus e andamos nos Seus caminhos, já Ele se agrada de nossas obras, e os Seus dons podem ser desfrutados com alegria e contentamento – simbolizadas nas vestes alvas e na cabeça ungida (cf. Mt 6.17). Notemos ainda como o sábio louva o amor conjugal como um dos grandes dons que Deus repartiu aos homens para alegria em meio às aflições e frustrações da vida debaixo do sol (cf. Pv 5.18). E, por fim, ele faz uma recomendação confirmada até pela sabedoria terrena, ao nos incitar à atividade e tomada de iniciativa diante das oportunidades que se oferecem a cada instante, não relegando para um futuro incerto. 

II – CONTRADIÇÕES E INCERTEZAS DESTE MUNDO (VV. 11-12) Nestes versos, Salomão considera outro aspecto de como todas as coisas estão nas mãos de Deus, e não cabe a nós inquirir ou tentar entender o nexo entre cada uma delas, pois mesmo as relações de causa e efeito que aprendemos pelo senso comum e pela sabedoria terrena muitas vezes são contraditadas por fatos. Como já havia demonstrado em capítulos anteriores, o pregador repete aqui que há coisas que sobrevêm aos filhos dos homens independentemente e sem relação com as suas ações, e que ninguém pode prever sua sorte e contar apenas com o bem, ou apenas com o mal. Não existem pessoas “sortudas” e “azaradas”, por assim dizer, mas cada um tem a sua porção de ambas as coisas debaixo do sol – porção esta que não é repartida irracionalmente, como quer a crença popular, mas conforme a sabedoria inescrutável de Deus. Esta consideração não deve nos fazer acuar antes as oportunidades que surgem em nossa vida, das quais ele acabou de falar; mas antes nos levar à consideração de que, depois de havermos feito tudo, o sucesso ou fracasso dependem do propósito de Deus para toda e qualquer obra. 

III – A SABEDORIA É BOA, MAS PODE SER DESPREZADA (VV. 13-18) Apesar das reflexões anteriores, o objetivo do rei Salomão não é ofuscar a importância e valor da sabedoria, mas realçar que, muito embora a sorte do sábio neste mundo possa ser a mesma do tolo, senão pior, a sabedoria nunca deixará de ser intrinsecamente boa e proveitosa para aquele que a possui, e mesmo aqueles que a reconhecem no que a possui. E ele prova seu argumento contando uma história, envolvendo um sábio que, apesar de suas condições precárias (era pobre), e de seu desprezo posterior pelos próprios concidadãos, com a sua sabedoria conseguiu livrar a cidade em que habitava de uma destruição que de nenhum outro modo teria sido possível. Notemos que ele destaca, inclusive, que a cidade havia sido cercada por um grande rei, sutilmente sugerindo que o sábio encontra-se em posição de vantagem e poder inclusive em relação àqueles que desfrutam de grande privilégio e autoridade neste mundo. E assim, Salomão conclui que é para a sabedoria que devemos atentar ao ouvir outras pessoas, mais do que qualquer posição de destaque ou privilégio, que podem ocultar a tolice daquele que os possui; e que, por outro lado, ainda pior do que não ser sábio é ser um tolo (ou pecador), cujas obras são causa de grande destruição e prejuízo tanto para o tal como para aqueles que dele dependem. 

CONCLUSÃO Embora aos olhos humanos a sabedoria em nada nos diferencie no que diz respeito à sorte geral de todos os homens – sucessos e fracassos, vida e morte – é através dela que aprendemos a fazer melhor uso de tudo o que nos sobrevém enquanto vivemos debaixo do sol, de modo a não termos de nos lamentar, no final, de termos perdido oportunidades únicas ou de ter vivido de forma inútil ou sem propósito.

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17 maio 2022

OO8-A Esperança daquele que teme a Deus - Eclesiastes Lição 08[Pr Nilson Vital]17mai2022

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LIÇÃO 8 

A ESPERANÇA DAQUELE QUE TEME A DEUS 

TEXTO ÁUREO: “Ainda que o pecador faça mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem diante dele.” (Ec 8.12) 

LEITURA BÍBLICA: ECLESIASTES 8.1-17 

INTRODUÇÃO No presente capítulo de Eclesiastes, veremos como Salomão mais uma vez louva a Sabedoria, recomendando-a àquele que é tentado a seguir o caminho dos ímpios e a se iludir com a aparente prosperidade destes e os infortúnios que muitas vezes sobrevêm indiscriminada e imerecidamente aos justos na vida debaixo do sol. Ser sábio é considerar a vaidade de toda esta ordem de coisas, e esperar com fé e paciência em Deus, que não deixará escapar nenhuma injustiça, mas a seu tempo punirá os ímpios e recompensará os que O temem. 

I – SUBMISSÃO À AUTORIDADE (VV. 1-7) Renovando o louvor à sabedoria já registrado no capítulo anterior, o pregador resume em poucas palavras a sua preciosidade e raridade entre os homens (“quem é como o sábio”), ao mesmo tempo em que ela representa o bem mais precioso que se pode obter debaixo do sol. O homem sábio é capaz de discernir e entender os tempos e o modo das coisas, e isto o torna mais agradável, útil e desejável por aqueles que o cercam; assim como, apesar de estar sujeito às mesmas privações, frustrações e vicissitudes que o tolo, somente o sábio é capaz de manter-se de tal modo que a dureza da vida terrena não faça o seu rosto (isto é, o seu modo de agir) igualmente duro e rude. Segue-se então uma recomendação à sujeição à autoridade humana, aqui representada pelo rei, como uma demonstração de sabedoria por parte daqueles sobre os quais a Providência Divina o constituiu. As leis estabelecidas pelos governos humanos devem ser obedecidas não apenas porque aqueles que estão no poder têm de fato meios de fazê-las serem cumpridas, mas também porque, se visam à ordem e à promoção do bem, da justiça e da paz entre os homens, e punem o mal e a injustiça, elas agem de acordo com a vontade de Deus, e nossa consciência para com Ele deveria nos constranger a cooperar com os Seus ministros (cf. Rm 13.1-5, 6-7). Por sua vez, o sábio não apenas se submete às autoridades como também sabe quando e como reivindicar algum direito Seu ou se posicionar pelos ditames da sua consciência – enfim, como cumprir seus deveres para com os homens – de tal modo que não enfrentará os males consequentes da desobediência ou oposição à autoridade (cf. Mt 17.24-27). E, como já vimos em lição anterior, saber o tempo e o modo de todas as coisas é uma das chaves para viver com contentamento e paz nesta terra, pois, do contrário, o homem será sempre surpreendido pelo futuro imprevisível debaixo do sol, que em grande medida traz males e angústias sobre si. 

II – A INJUSTIÇA DESTE MUNDO É PASSAGEIRA (VV. 8-14) Salomão não ignora que mesmo entre aqueles que estão em posição de autoridade ocorrem injustiças e abuso de poder, para prejuízo daqueles que nada fizeram de mal. Contudo, como também já havia considerado em capítulos anteriores, a natureza do poder é a mesma de tudo o mais que se faz debaixo do sol: ele é passageiro. Ainda que governantes possam controlar e oprimir a vida de seus súditos, eventualmente esse poder será limitado pela morte, que não pode ser resistida, e que leva tanto súditos como reis e príncipes, mesmo os mais cruéis e tirânicos (cf. Sl 89.48; 146.3-4). Sob esta consideração, o pregador passa a alistar os males relacionados ao governo dos homens, a começar com o fato de que um governante pode ocupar sua posição de autoridade e, ao invés de ser ministro de Deus para o bem dos seus súditos, servir de desgraça para os mesmos. Ocorre também que muitas vezes o ímpio não apenas é acobertado em suas injustiças e assim a justiça é sufocada, mas seus feitos também são exaltados e, depois de morto, ele ainda é lembrado; enquanto as obras do justo e daquele que teme a Deus – “os que fizeram bem e saíam do lugar santo” (isto é, do templo) – são desprezadas e, depois de morto, ele é esquecido pela sociedade. Salomão volta a refletir que a demora em se fazer justiça por parte dos governos humanos, o que aparentemente leva o ímpio a desfrutar de impunidade, quando não a escapar completamente do castigo dos seus crimes nesta vida, representa uma tentação para os homens, inclinando-os mais facilmente ao mal. Contudo, o pregador retoma o tema do seu escrito, que é apontar a vaidade de todas estas coisas, e que a aparente prosperidade dos ímpios não é exceção; e então afirma sua convicção de que não somente o ímpio terá um fim assim como o justo, mas seu fim será mau, ao passo que o do justo será bom, porquanto Deus contempla a ambos e considera aqueles que O temem. Aqui Salomão já adianta a mensagem conclusiva do livro, de que, no fim de tudo, o que realmente contará é se o homem andou em temor diante de Deus. Quanto às contrariedades do mundo em relação à justiça, e até mesmo à inversão de valores, onde o justo é tratado como ímpio e o ímpio, como justo, podemos descansar sobre a verdade firmemente estabelecida nesta Escritura de que isso também é vaidade e um dia passará, e a diferença entre o justo e o ímpio, e se tornará patente o incomparável ganho daquele que temeu ao Senhor em comparação àquele que por sua impiedade perderá até o que parecia ter (cf. Is 3.10-11; Ml 3.14-18; Sl 37.1-2, 9-11). 

III – CONTENTAMENTO E CONFIANÇA NA FIDELIDADE DE DEUS (VV. 15-17) A conclusão a que o sábio pregador chega nestes últimos versos em relação às suas últimas reflexões não parece ser diferente do que havia expressado em outras passagens já estudadas; mas aqui as razões para desfrutar do bem, da alegria proporcionada pelo fruto do seu trabalho, segundo a dispensação divina, recebem o argumento adicional de que “isso o acompanhará nos dias da sua vida”. Não importa se, como justo, ele foi tratado injustamente; nenhuma adversidade privará aquele que for sábio de sua porção de alegria debaixo do sol. Consciente de que tudo isto foi dado por Deus, a alegria a que Salomão se refere aqui certamente inclui gratidão pela bondade e contentamento pela certeza do cuidado de Deus, que não se esquece dos Seus quando estes são esquecidos ou rejeitados pela sociedade. Como em outra ocasião, aqui ele repete ter investigado as razões por trás da aparente prosperidade do ímpio, na tentativa de tranqüilizar sua mente ao descobrir a justiça de Deus na presente situação debaixo do sol. Contudo, ele não obteve as respostas que desejava, e tampouco aquele que depois dele se lançasse a esse empreendimento deveria esperar obtê-las nesta vida. Sim, Deus é justo e não admite a impiedade, nem deixará de puni-la; mas nossa confiança na Sua fidelidade deve nos fortalecer para aguardarmos esse dia, e, nas palavras do apóstolo, a presente era, ainda que breve em vista da eternidade, é o tempo que Deus propôs para exercer Sua longanimidade, a fim de alguns sejam salvos (cf. 2 Pe 3.9). 

CONCLUSÃO No capítulo que ora estudamos, vimos como o sábio rei de Israel estabelece o temor a Deus como o fator decisivo em lidar com a grande vaidade que é esta vida e tudo o que nela há. Sem o senso da justiça e bondade perfeitas do Criador, é impossível não chegar à mesma conclusão que muitos, frustrados e decepcionados com a vida, chegam, de que nada faz sentido. Mas a vida debaixo do sol faz sentido, quando contemplada à luz do governo soberano de Deus, e de um juízo, e de um desígnio sábio elaborado por aqu’Ele que tem pensamentos de paz a respeito dos que O temem.

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10 maio 2022

OO7-Lidando com a adversidade e o pecado - Eclesiastes Lição 07[Pr Nilson Vital]10mai2022

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LIÇÃO 7 

LIDANDO COM A ADVERSIDADE E O PECADO 

TEXTO ÁUREO: “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor.” (Ec 7.12) 

LEITURA BÍBLICA: ECLESIASTES 7.1-15 

INTRODUÇÃO Salomão prossegue seu discurso num estilo mais proverbial e categórico, que pudemos perceber que ele iniciou no capítulo 6, embora não perca de vista o tema principal nem abandone a questão que vem desenvolvendo a respeito de como lidar com os problemas e males que há debaixo do sol. Ao mesmo tempo, ele se mantém firme no propósito de orientar os seus leitores a buscarem em Deus a verdadeira felicidade, que a maioria dos homens busca inutilmente nas vaidades desta vida. 

I – APRENDIZADO E PACIÊNCIA NA ADVERSIDADE (VV. 1-15) A essa altura do seu discurso, depois de muito argumentar sobre a vaidade de se acumular riquezas e não poder desfrutar do bem, e que é melhor o contentamento com pouco do que a inquietação com muito; o pregador dá um passo além e sentencia que nenhum prazer ou agrado debaixo do sol é melhor e mais valioso do que a virtude pela qual um homem vem a ser conhecido por outros: “Melhor é a boa fama do que o melhor unguento”. E, visto que na morte a integridade dessa fama é posta à prova, na medida em que a memória do homem de virtude permanece entre os vivos, a Escritura arremata que “o dia da morte” é melhor “do que o dia do nascimento de alguém”. Em comparação com as incertezas e sofrimentos que aguardam aquele que vem ao mundo, o que deixa esta existência, por outro lado, pode fazê-lo com a certeza do que fez e de quem foi, e um senso de segurança quanto ao que o aguarda na eternidade. Mas a consideração da morte não é útil apenas para aquele que está para partir, mas também para os que “assistem” à partida de outrem: como diz o sábio, na casa do luto – isto é, na contemplação e consideração da morte, vemos “o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração”. Muitos entretenimentos e contentamentos de que desfrutamos nesta vida podem não ser pecaminosos, mas, numa atitude tola, podemos facilmente esquecer de que é tudo vaidade, e quanto mais permanecemos na casa onde há banquete, na casa da alegria, mais nos iludimos e imaginamos que essas coisas permanecerão, e maior é a surpresa quando a adversidade bate à nossa porta (cf. Jó 21.7, 12-14). E qualquer que de algum modo nos incite a não nos acomodarmos ao nosso gosto natural por tais prazeres, seja nos repreendendo ou exortando, deveria ser apreciado pelo favor e benefício que nos está fazendo (cf. Pv 27.6; Lc 6.21, 25). Contudo, o pregador também sabe quão terrível é a tentação que aquele que deseja ser sábio sofre ao constatar o mal que prevalece neste mundo. A perspectiva da injustiça que nunca é vencida e o poder corruptor de presentes e favores oferecidos em troca da injustiça, são capazes de desviar até o sábio. Mas o caminho que este deve seguir é o da paciência, ou melhor, da longanimidade, perante os homens, fugindo à tentação de irar-se e querer fazer justiça com as próprias mãos, pois tudo um dia vai acabar – a injustiça também é vaidade (cf. Ef 4.26, 27; Rm 12.19). É necessário também ser humilde diante de Deus, reconhecendo que Ele fará justiça no Seu tempo, e que não se deve lutar contra a natureza das coisas que Deus dispôs desta ou daquela forma, por mais que não agrade nosso senso de justiça. Notemos como Salomão valoriza aqui a sabedoria como o bem mais importante daquele que deseja vencer todas as coisas debaixo do sol – não aquela que nos primeiros capítulos ele havia apresentado como uma inquirição acerca de do fundamento e da razão de todas as coisas; mas a sabedoria que, a partir de uma constatação de que tudo é vaidade, o homem trilha seus caminhos debaixo do sol no temor de Deus. É com esta sabedoria que ele nos recomenda desfrutar da prosperidade e ao mesmo tempo considerar a adversidade – isto é, considerar o lugar desta na providência divina e, portanto, que ela nos sobrevém não como um mal, mas como um bem, para lembrarmos quem somos, onde estamos e o que deve realmente importar para nós. 

II – MODERAÇÃO NUM MUNDO INJUSTO (VV. 16-22) Salomão ainda considera o caso da injustiça prevalecendo ou sendo confundida com a justiça, e aqui lembra o que ele mesmo chegou a ver em seus dias. É uma constatação comum, de fato, mas isto não deveria nos levar a conclusões precipitadas, porque, como já demonstrado, Deus trará tudo a juízo, e endireitará todas as coisas. O que ocorre é que “não há homem justo sobre a terra, que faça bem e nunca peque”. Debaixo do sol, não há justiça perfeita, e ainda que houvesse, tampouco seria devidamente reconhecida pelos homens; mas, ao mesmo tempo, como ainda existe entre os homens um senso comum do que é certo e errado, o pregador recomenda aqui aos seus leitores a moderação entre uma e outra. Não ser demasiadamente justo certamente não pode significar admitir alguma medida de injustiça em si mesmo, mas sim em relação ao comportamento de outros. Aquele que deseja ser juiz do próximo e se imiscuir em questões alheias, ou mesmo gabar-se de sua própria justiça perante outros, não estará seguro contra impiedade de outros: “por que te destruirias a ti mesmo?” Já não ser demasiadamente ímpio é um freio à tendência de o tolo considerar que a impunidade de uma injustiça ou pecado seu significa que ele pode dar um passo além e agravar o seu erro. Há crimes e pecados tão graves que mesmo os homens mais indiferentes à moral e às coisas de Deus reagiriam com indignação e clamariam por punição. Aquele, porém, que pauta seus caminhos segundo o temor a Deus estará seguro contra esses dois extremos (cf. Sl 37.23-24). 

III – O HOMEM É O ÚNICO CULPADO DE SUA AFLIÇÃO (VV. 23-29) O sábio que foi rei em Jerusalém recorre agora à sua própria experiência para expressar uma grande decepção com as limitações da capacidade humana. De certo modo repetindo o que já havia dito no primeiro capítulo, Salomão fala sobre suas inquirições acerca da sabedoria, em seu desejo sincero de compreender e distinguir a razão e os desvarios, a fim de servir a Deus e ao próximo como convinha; mas aqui não apenas diz quão pequenos foram seus avanços em direção a uma solução para os problemas filosóficos que propôs a si mesmo, mas acrescenta que obteve uma resposta pela experiência – uma triste e amarga resposta, ao constatar o terrível prejuízo que uma mulher “cujo coração são redes e laços e cujas mãos são ataduras” pode causar a um homem que cair em seus engodos. Esta pode ser considerada uma reflexão bastante pessoal, mas que, no contexto do capítulo, é citada para exemplificar como o homem pode ser sutilmente desviado da retidão e perder-se por completo, a menos que Deus seja misericordioso para livrá-lo (cf. 1 Rs 11.1). Naturalmente, o pregador não se refere às mulheres de modo geral, mas sim àquelas com quem conviveu quando começou a desposar as filhas das nações vizinhas e estas o fizeram erguer altares aos falsos deuses. Sem dúvida recuperado pela graça de Deus dessa terrível experiência, o sábio expressa quão verdadeira é a constatação de que os males existem por culpa nossa, por não darmos ouvidos à voz da sabedoria – e dar ouvidos à mulher perversa é apenas um desses erros. Daí a sua conclusão: “Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções” (cf. Pv 5.7-9). 

CONCLUSÃO Na lição de hoje consideramos diversas aplicações da sabedoria divina, e que o caminho de Deus para nós em meio às injustiças e desvarios dos homens é o da paciência e humildade, bem como da moderação, pois sabemos que todas as coisas debaixo do sol vão passar, e que somente Deus pode implantar uma justiça perfeita, e é na esperança desse fim que se estenderá por toda a eternidade que aguardamos o dia em que seremos redimidos de todas as nossas debilidades e imperfeições que ainda de alguma afligem nossa existência.

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03 maio 2022

006-A incerteza das riquezas e da condição humana - Eclesiastes Lição 06[Pr Nilson Vital]03mai2022


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LIÇÃO 6 

A INCERTEZA DAS RIQUEZAS E DA CONDIÇÃO HUMANA 

TEXTO ÁUREO: “Seja qualquer o que for já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem e que não pode contender com o que é mais forte do que ele.” (Ec 6.10). 

LEITURA BÍBLICA: ECLESIASTES 6.1-12 

INTRODUÇÃO Salomão continua a falar sobre a pobreza e a riqueza, provando a vaidade dessas condições frente à limitação do dinheiro, tanto naquilo que o homem é capaz de obter com ele como na incerteza da sua posse, e neste capítulo encerrará sua reflexão sobre a vaidade do dinheiro e dos bens materiais, considerando que a condição do homem permanece a mesma independente de qualquer mudança na sua sorte material, já que ele nada pode fazer para mudar sua condição intrínseca neste mundo. 

I – O USUFRUTO DA RIQUEZA (VV. 1-6) Os diversos males e frustrações trazidos pela busca das riquezas, em contraste com o sossego daquele que se acomoda à porção que obtém como fruto do seu trabalho, sem nada cobiçar, mas contentando-se com as alegrias proporcionadas pelo que tem, já foram tema do discurso do pregador em capítulos anteriores. As riquezas são instáveis e aquele que as possui está particularmente sujeito a desventuras tais como juntá-las para que um estranho possa gastá-las, ou vê-las se perderem por algum evento imprevisível. Tudo isto é causa de desconforto e inquietação para os que se dedicam a acumular riquezas. Salomão reflete que não há, portanto, outro benefício nos bens materiais além de ser capaz de desfrutá-los, quer sejam poucos, ou muitos, e para isto não é necessário ser rico nem pobre, mas apenas contar com a bondade de Deus que concede tal desfrutamento como um dom. Pois agora o pregador considera a mesma questão sob o aspecto de que, mesmo quando as riquezas são alcançadas de forma lícita, segundo a provisão divina para com o homem, isto não significa necessariamente que com elas venha a capacidade de desfrutá-las. E o caso daquele que não pode se alegrar com o que possui é de uma grande infelicidade. Ter poder para usufruir das riquezas, da honra e de qualquer outra "comodidade" ou "benefício" debaixo do sol também é dom de Deus, mas geralmente aqueles que possuem tais coisas incorrem no erro de ocupar suas mentes com a ambição de ampliar ou aumentar aquilo que já possuem, e isso os leva a não disporem de tempo, nem verem oportunidade para se contentar com a sua porção, que já é grande. Por isso ressaltamos novamente a importância da gratidão e de uma mente voltada para Deus na consideração de tudo aquilo que possuímos, e a falta desse reconhecimento é propriamente castigada com permanente descontentamento e incapacidade de enxergar a possibilidade de se alegrar com o que já se possui (cf. 1 Tm 6.6, 17-19). Salomão compara então a infelicidade da sorte daqueles cujas vidas foram despendidas na busca das riquezas ou em ampliar o seu poder, e não puderam se satisfazer com o bem, como sendo pior que a de um aborto, isto é, de um nascimento prematuro que não resistiu para ver a luz do sol. Notemos que ele não está negando o valor e a importância da vida, apenas dizendo que a condição de alguém que nunca veio ao mundo ainda é melhor que a de alguém que veio e não "aproveitou", por assim dizer, as verdadeiras oportunidades da vida. Um abortivo não conheceu essas felicidades, mas também não experimentou as frustrações que sobrevêm repentinamente para encerrá-las, tampouco deixa de experimentá-las pela falta de sabedoria demonstrada pelos que não desfrutaram do bem quando podiam. De um ponto de vista daquele que vê seu limite debaixo do sol, até mesmo na morte o primeiro leva vantagem sobre aquele que veio ao mundo, pois este o deixa do mesmo modo, mas sob uma infelicidade que o abortivo jamais terá experimentado.

II – O ANSEIO INSACIÁVEL DO HOMEM (VV. 7-9) Outra forma de considerar a inutilidade da busca das riquezas, e como isto representa a vaidade de tudo aquilo que se faz debaixo do sol e em que o homem insensatamente se aplica todos os dias da sua vida; o sábio pregador reflete que o desejo de riquezas existe em razão das necessidades mais básicas de sobrevivência: "Todo trabalho do homem é para sua boca". É essencialmente por esta razão que o trabalha (Gn 3.19), mas é uma necessidade para a qual não apenas o rico pode suprir com sua fortuna. Assim como o rico, o pobre também é capaz de obter saciedade e se alegrar com o fruto do seu trabalho; contudo, por simples vaidade e falta de reflexão, o homem é impulsionado a buscar sempre mais e além do que já possui, como se fosse capaz de fazer algo mais com o fruto dos seus esforços do que simplesmente suprir suas necessidades mais básicas (Mt 6.27), mas nunca mudar sua verdadeira condição. E que isto todos sabem, e vivem de acordo, de modo que o sábio nada acrescenta à sua condição em relação ao tolo – conforme já explicado, um morre assim como o outro, e todos vão para o mesmo lugar. Portanto, conclui o pregador, é melhor desfrutar daquilo que se possui no presente – “melhor é a vista dos olhos” – do que se perder numa busca sem fim, num vaguear motivado pela cobiça que nunca permitirá ao homem desfrutar daquilo que possui no presente, mas sempre adiará o momento do seu contentamento para um futuro que ele jamais alcançará. 

III – O IMPASSE DA EXISTÊNCIA DEBAIXO DO SOL (VV. 9-12) As considerações finais de Salomão para este capítulo parecem bastante negativas, ou de um completo desprezo pela condição humana debaixo do sol. Seu propósito, porém, não pode ser o de nos abandonar ante uma perspectiva desesperada, mas, sabiamente, através de suas indagações ele quer nos incentivar a elevar nossos olhos para além desse quadro e nos fazer perceber que o homem se encontra em um impasse, do qual só sairá quando se voltar para o seu Criador. Assim, independente do que for o homem nesta existência – rico ou pobre, sábio ou tolo, solitário ou não, de muitos ou poucos anos de vida – ele deve saber que sua sorte já foi determinada: “já o seu nome foi nomeado”; não por uma “fatalidade do destino”, mas por Deus, que também designa o tempo de todas as coisas – como já explicado no capítulo 3. É uma atitude vã descontentar-se com a própria condição, pois isto é opor-se a Deus, que é sábio e determina todas as coisas no seu tempo, e sustenta a todos independente do que são ou possuem. Contender contra isto é contender contra o próprio Criador, que dispõe todas as coisas tais como são. Além disso, o fato é que a condição humana é intrinsecamente algo de que poderíamos facilmente nos descontentar, independente do que fizermos para “melhorá-la”, pois muitas são as vicissitudes que nos fazem lembrar de que somos homens e as coisas consideradas bens e ideais para muitos poderiam ter o seu valor questionado por aqueles que as alcançaram apenas para descobrir que suas frustrações apenas mudaram de razões e objetos. A vida debaixo do sol é algo incerto e do qual não podemos ter nenhuma certeza – ninguém é capaz de a declarar, ou seja, de garantir para nós o que haverá de ser. 

CONCLUSÃO As lições do pregador neste capítulo devem nos levar a uma reflexão mais profunda sobre a fragilidade da vida e a incerteza de qualquer condição em que possamos nos considerar satisfeitos e contentes, e a considerar as desventuras de outros, bem como as nossas, como sinais deixados por Deus para que não nos esqueçamos da vaidade que há debaixo do sol. 

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