30 agosto 2022

010-Jesus e o Espírito Santo - Ensinos de Jesus Lição 10[Pr Denilson Lemes]30ago2022

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 LIÇÃO 10 

JESUS E O ESPÍRITO SANTO 

TEXTO ÁUREO: “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11) 

LEITURA BÍBLICA: ATOS 1.1-8 

INTRODUÇÃO Um dos ensinos de Jesus constante em diversas passagens dos evangelhos diz respeito à promessa do Espírito, feita por Deus através dos Seus profetas. Esta promessa é tão importante no contexto da salvação que o Filho de Deus veio ao mundo para revelar e consolidar através da Sua obra que João, o precursor, anunciou o Cristo principalmente como “aquele que vos batizará com o Espírito Santo”. Do mesmo modo, ao encerrar Sua obra, o Senhor deixou os discípulos com a certeza de que esta promessa brevemente se cumpriria, pois somente na posse deste dom maravilhoso é que a igreja poderia exercer o Seu papel como o corpo daqu’Ele que foi “ungido com o Espírito Santo e com poder”. 

I – O ESPÍRITO SANTO SOBRE JESUS (LC 4.14-21) A primeira das muitas passagens que poderiam ser apresentadas como ponto de partida para um estudo sobre a relação do Espírito com Cristo é esta, onde, ao ler a passagem do profeta Isaías que diz respeito ao servo do Senhor, ungido com o Espírito para realizar a obra de Deus com autoridade divina (cf. Is 61.1-3), o Senhor Jesus afirma claramente que esta palavra havia se cumprido n’Ele. Na verdade, tendo já realizado vários milagres, a declaração de Cristo visava não apenas estabelecer um ponto inicial a ser provado, mas uma razão para as maravilhas já realizadas – maravilhas essas que Seus conterrâneos, embora não pudessem negar, viam com dúvida e até desprezo, em razão de conhecerem a “origem” e criação de Jesus. Não era porque o poder de Deus em Cristo fosse limitado, mas, devido à incredulidade do povo, manifestada primeiramente entre os nazarenos, estes haviam sido privados e outros, que estavam distantes, seriam contemplados com muitos sinais e maravilhas (cf. Mt 13.54-58). Voltando-nos para a palavra do profeta, a expressão: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu” é uma clara referência à unção com óleo ministrada aos sacerdotes e reis no passado, a qual simbolizava a investidura com poder e autoridade para realizarem a obra de Deus (cf. Ex 40.14-15; 1 Sm 16.13). Ora, o Messias, sendo aqu’Ele que restauraria todas as coisas, assegurando a salvação eterna do povo eleito, não poderia realizar uma obra de tão grande envergadura sem esta unção do Espírito. Mas, diferente de Arão, Davi, e outros que O “antecederam”, por assim dizer, na obra de Deus, Jesus, por ser o Filho, possui o Espírito na Sua plenitude desde a eternidade (cf. Cl 1.15, 19; 2.8; Hb 1.9); além disso, antes mesmo da fundação do mundo, Ele já havia sido designado, isto é, ungido por Deus para exercer o Seu reinado de salvação sobre os homens (cf. Pv 8.23; Sl 2.1-8; 1 Pe 1.20). No limiar dos tempos, ao vir a este mundo e iniciar Seu ministério por ocasião do batismo de João, esta unção foi anunciada por revelação ao precursor, o qual, por sua vez, testemunhou à multidão (cf. Mt 3.13-17; Jo 1.30-34; 3.34). 

II – O ESPÍRITO SANTO BLASFEMADO PELOS FARISEUS (MT 12.22-32) Neste episódio temos uma clara demonstração do poder da unção divina sobre Cristo, quando Ele expulsa um demônio de cegueira e mudez de uma pessoa, e de tal modo esta é curada que toda a multidão se maravilha com o sinal e exclama: “Não é este o Filho de Davi?” Ao ouvir isto, os fariseus, não podendo negar o milagre, atribuem-no ao “príncipe dos demônios”, implicando que Jesus estaria associado a Belzebu e, em outras palavras, Seus sinais não passariam de embustes para enganar o povo. Jesus repreende e expõe a malícia deles, explicando, primeiro, que Satanás jamais faria algo para dividir e enfraquecer o seu reino – ora, os milagres de Cristo devolviam a saúde física dos enfermos e libertavam os oprimidos do domínio do diabo, redundando tudo isto em louvor a Deus. Ademais, os filhos dos fariseus também expulsavam demônios (ou ao menos tentavam) e, se estes o faziam em nome de Deus, por que no caso de Jesus seria diferente? Tratava-se de um julgamento injusto da parte deles. A única conclusão possível era que Jesus operava pelo Espírito de Deus, e isto era um claro sinal de que o reino de Deus, que segundo as promessas traria grande libertação para o povo, havia chegado. Usando de uma comparação, o Senhor explica que não poderia ser de outra maneira, uma vez que Satanás, através do pecado, mantinha o povo de Deus sob dura tirania, e jamais entregaria voluntariamente o seu despojo. Por isso, vindo Jesus, com o poder e a autoridade conferida pela unção do Espírito, saqueou os tesouros “do diabo”, por assim dizer, e tomou para si as almas, que por direito de criação já Lhe pertenciam, mas pelas quais se dispôs a pagar o preço infinito da Sua própria vida, assim travando grande combate para nos salvar (cf. At 10.36-38; Cl 2.13-15; Lc 10.17-18; Hb 2.14-15). Mas, embora seja absurda a ideia de lutar contra o próprio reino, os escribas e fariseus, ao não darem apoio e testemunho aos milagres de Cristo, automaticamente estavam se posicionando como inimigos do reino de Deus, pelo qual tanto ansiavam e de que se consideravam herdeiros, e que deveriam ser os primeiros a identificar e acolher. E esta não era uma ofensa qualquer, pois, tendo testemunhado os sinais de que este reino havia chegado, e podendo determinar que Jesus operava pelo dedo de Deus (como os magos de faraó, no seu parco conhecimento de Deus, puderam testificar diante dos sinais de Moisés), eles voluntariamente (talvez por malícia, ou por inveja) ofenderam o Espírito. Jesus afirma que esse tipo de ofensa não pode ser perdoada, ao passo que qualquer outro tipo de pecado será perdoado aos homens (havendo arrependimento, naturalmente). Uma coisa seria proferir uma ofensa contra Jesus por conta de Sua aparência, ou conduta entre os homens – coisa que os fariseus já faziam – mas outra completamente diferente era desprezar ou rejeitar a graça apresentada claramente na doutrina, nas palavras e nos milagres de Jesus – que não eram d’Ele propriamente, mas do Pai (cf. Jo 14.11). É o que as Escrituras também chamam de pecar voluntariamente – é a rejeição à graça de Deus, quando esta já confrontou nosso coração de forma inequívoca (cf. Hb 10.26, 29). 

III – O ESPÍRITO SANTO SOBRE OS DISCÍPULOS (ATOS 1.1-8) Nesta passagem encontramos o Senhor Jesus instruindo Seus discípulos quanto à promessa feita por João e exortando-os a se prepararem para receberem em Si mesmos o Espírito Santo. Até então, era o próprio Jesus quem, estando presente com os discípulos, havia sido o Consolador, e a Verdade, apoiando-os e fortalecendo-os para que perseverassem ao Seu lado. Mas, tendo de voltar para o Pai, finalmente se cumpriria a promessa, e o Espírito encheria e habitaria os discípulos de tal modo que o Senhor estaria com eles para sempre (cf. Jo 14.16-18, 21, 23; At 5.32). A partir deste texto, podemos aprender duas lições importantes. Primeiro, que a promessa diz respeito a um derramar abundante – de fato, um batismo – do Espírito sobre todos os que crerem, completando ou selando a obra de salvação iniciada pela pregação do batismo de arrependimento com João (cf. At 2.38-40; Ef 1.13; Jo 7.38-39; At 10.45-48). E, em consequência dessa plenitude de virtude e graça do Espírito de Cristo em suas vidas, os fiéis são capacitados a produzir fruto, isto é, a viver segundo a vontade de Deus, e a dar testemunho do evangelho e, inclusive, realizar as mesmas obras que Jesus e os apóstolos realizaram, segundo os dons distribuídos pelo Espírito àqueles que forem úteis na igreja (cf. Gl 5.18, 22-25; Jo 15.4-7; 1 Co 12.7-11, 28; Ef 4.7-13). 

CONCLUSÃO Consideremos o quanto dependemos do Espírito Santo para em tudo agradarmos a Deus, e cuidemos para não aborrecê-lo nem rejeitar a graça deste dom que nos foi concedido em Cristo Jesus, e que é o penhor de que sempre viveremos com Ele, seja aqui ou na eternidade.

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23 agosto 2022

009-Jesus e a Sua Vinda - Ensinos de Jesus Lição 09[Pr Denilson Lemes]23ago2022

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 LIÇÃO 9 

JESUS E A SUA VINDA 

TEXTO ÁUREO: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.” (Mt 24.42) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 24.1-14 

INTRODUÇÃO Um evento aguardado por toda a nação de Israel, e mesmo pelos discípulos, ainda que andando na companhia de Jesus e testemunhando os sinais de que o reino de Deus já havia chegado, era a vinda ou manifestação do Messias em glória e poder. De fato, o próprio Senhor os orientou a aguardar essa manifestação, mas ao mesmo tempo os alertou de que eles enfrentariam muitas contrariedades a essa esperança, e por isso deveriam se preparar para que, quando finalmente Ele se manifestasse em glória, não fossem considerados indignos e assim excluídos eternamente do reino dos céus. 

I – SINAIS DA VINDA DE JESUS (MT 24.1-14) Este longo discurso, que será a passagem estudada na lição de hoje, tem início com a pergunta dos discípulos feita a Jesus: “Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” Embora esperassem que o Cristo ainda se manifestaria ao mundo com grande glória, os discípulos ficaram intrigados com a profecia de que o templo seria destruído – um evento catastrófico para qualquer israelita – e isto os leva a pensar também no próprio fim do mundo (cf. Lc 21.7). Na resposta que Jesus lhes dá, serão considerados então esses três assuntos, embora, conforme ainda explicaremos, estejam intimamente relacionados. Nestes primeiros versos, o Mestre está falando de uma forma geral sobre os sinais indicando a proximidade desses acontecimentos. Notemos, em primeiro lugar, que, ao contrário do que os discípulos (e talvez muitos de nós hoje) poderiam esperar, a pregação do evangelho não produziria uma transformação no mundo tal que o tornaria melhor ou mais receptivo para uma manifestação gloriosa do reino de Deus. Pelo contrário, a mentira religiosa continuaria a lavrar através de falsos cristos e profetas, mantendo no erro os que rejeitaram a verdade em Cristo Jesus (cf. 2 Ts 2.9-12). A paz entre as nações continuaria a ser uma utopia, ou um pretexto para o mundo não se curvar ao Rei dos reis (cf. Dn 9.26; Sl 2.2; 1 Ts 5.3). A humanidade continuaria a experimentar os efeitos da corrupção e decadência introduzidos no mundo pela Queda, como doenças, fomes e desastres “naturais”. Tudo isto, porém, seria o princípio das dores, pois, para os seguidores de Cristo, a condição seria especialmente agravada, uma vez que o mundo se tornaria opositor e perseguidor, ora declarado, ora tácito, do reino de Deus (cf. Jo 16.33; 2 Tm 3.12). Assim vemos que, embora esperassem receber honra, autoridade e prestígio por serem seguidores de Cristo, os discípulos não contavam com a verdade paradoxal de que o caminho para essa glória no reino passaria pela sua rejeição e abatimento neste mundo (cf. 2 Tm 2.11-12; Tg 1.12; 1 Pe 4.12-13). Mas notemos também que Jesus ressalta que o reino dos céus, embora não tenha aparência exterior, no âmbito espiritual – isto é, no âmbito da eternidade – prosperaria grandemente, pois, de fato, almas dentre todos os povos seriam alcançadas pela pregação e agregadas à “pedra cortada sem mãos”, formando aquele grande monte da visão de Daniel que, eventualmente, dominaria o mundo todo – quando restará somente o reino de Deus e os justos que o herdarão por toda a eternidade (cf. Lc 17.20-21; Dn 2.44; Mt 13.41-43). 

II – A VINDA DE JESUS EM JUÍZO E GLÓRIA (MT 24.15-31) Na sequência, o Senhor descreve o evento da destruição do templo em conexão com a Sua vinda gloriosa, e isto não é difícil de entender. Para os primeiros discípulos, que pertenciam àquela geração que passaria pela transição do antigo para o novo concerto, do culto das sombras e figuras para o novo culto espiritual e verdadeiro, ou real; a destruição do templo em Jerusalém representava muito mais do que um evento histórico – era uma catástrofe que na verdade indicaria o fim de Israel como nação ou povo de Deus. Para os fiéis, seria um claro testemunho de que, tendo o Messias vindo e sido rejeitado pelo Seu povo, os judeus haviam se tornado indignos de manter o status de povo de Deus, sendo portando rejeitados como nação e nada mais tendo o que fazer com o aparato religioso que haviam recebido de Deus no passado – pelo logo até isto lhes seria tirado (cf. Hb 8.13; Mt 23.37-39; 1 Ts 2.14-16). O alerta de Jesus para os Seus discípulos é no intuito de que evitassem a aflição e destruição que se abateria sobre o povo hebreu nos dias do cerco da cidade de Jerusalém (cf. Lc 23.28-31). Na verdade, o evento da destruição de Jerusalém e da dispersão da nação judaica tem grande conexão com a vinda de Jesus, pois ilustra, em “pequena” escala, o que acontecerá com as nações naquele grande dia (cf. Lc 21.24; Rm 11.21). Ao contrário do que muitos dizem e esperam, a vinda de Jesus em grande glória não será para manifestá-lo como o Messias esperado pelos judeus, nem como Salvador do mundo, pois para isto Ele já veio, e por isto o evangelho é pregado hoje; para aqueles que creram aquele dia será de grande refrigério e alegria, de fato; mas, para os que hoje O rejeitam, será de grande lamento e desespero, pois verão que aqu’Ele que desprezaram é, na verdade, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (cf. Hb 9.28; Jo 14.1-3; At 2.17-21; 3.19-21; Ap 1.7). 

III – A NECESSIDADE DA VIGILÂNCIA (MT 24.36-42) Por fim, consideremos a preciosa lição que o Senhor nos ensina sobre a vigilância, ante a realidade dos sinais da Sua vinda e do grande terror que aquele dia será para os incrédulos e os que não forem achados dignos do reino de Deus. Não importa a nós saber o dia e a hora – tal conhecimento pertence apenas ao Pai; mas importa não nos conduzir como os incrédulos que, se não creram naqu’Ele que já veio para salvar e cujo evangelho é pregado ao mundo; tampouco crerão e se prepararão para uma vinda futura (cf. Lc 17.26-30; 2 Pe 3.1-7). Este será, de fato, o juízo de Deus sobre tais pessoas – permanecerem alheias aos sinais da vinda de Seu Filho, como o foram em relação ao evangelho; de tal modo que a vinda de Jesus será para elas um evento que causará grande surpresa, apanhando-os despreparados, como de um ladrão de noite, ou como o laço de uma armadilha (cf. 1 Ts 5.2; Lc 21.35). Deste modo, o Senhor Jesus nos orienta a vigiar, o que nada mais é que viver sempre considerando e lembrando que somos súditos, e cooperadores, e herdeiros do reino de Deus, e cuidar para que o nosso interesse neste reino e na sua justiça tenha sempre a primazia em nossos corações (cf. Mt 6.21, 33; Cl 3.1-2). É não deixar que as preocupações desta vida e as concupiscências pecaminosas nos dominem e entorpeçam nosso entendimento, tornando-nos indolentes com as coisas de Deus (cf. Mt 13.22; 1 Co 7.29-31). E, considerando a força com que as tribulações se abateriam sobre os Seus discípulos, e a sutileza dos engôdos deste mundo, e quão fraca é a nossa condição, o Senhor nos exorta a fazer uso de um instrumento indispensável ao cumprimento do dever da vigilância: a oração (cf. Mc 13.33; Mt 26.41; 1 Pe 4.7). 

CONCLUSÃO A lição prática mais importante sobre o tema “a vinda de Jesus”, sem dúvida, é a vigilância; não há como aguardar apropriadamente a vinda de nosso Senhor, e sermos achados em condições de aprovação e louvor, sem a prática regular deste dever, fortalecida por constante oração.

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16 agosto 2022

008-Jesus e a Igreja -Ensinos de Jesus Lição 08[Pr Denilson Lemes]16ago2022

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LIÇÃO 8 

JESUS E A IGREJA 

TEXTO ÁUREO: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 16.13-18 

INTRODUÇÃO A palavra “igreja” é mencionada pouquíssimas vezes nos evangelhos, ao contrário do que ocorre em Atos e no restante do Novo Testamento. Contudo, isto não diminui o fato de que a realidade representada por esta palavra – qual seja, a congregação, assembléia, ajuntamento do povo de Deus, e o nosso relacionamento com aqueles que fazem parte dela – muitas vezes é o foco dos ensinamentos de Jesus. Na lição de hoje, consideraremos então algumas passagens onde o Senhor fala sobre a Sua igreja num aspecto mais geral e essencial, desvendando-nos sua origem, natureza e propósito. 

I – O FUNDAMENTO DA IGREJA (MT 16.13-18) O ensino desta passagem é ocasionado pela pergunta de Cristo aos Seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem” – pergunta esta que, depois de respondida com as diferentes opiniões entretidas pela multidão, é dirigida diretamente aos doze: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Tomando a frente dos demais, ou falando em nome deles também, Pedro expressa plena convicção numa confissão que, embora concisa, inclui tanto o reconhecimento da missão de Jesus, ao chamá-l’O de Cristo – isto é, o Ungido para salvar e reinar sobre o povo de Deus (cf. Is 61.1-3; Sl 2.6); como da Sua natureza essencial, no título Filho de Deus – isto é, igual e um com o Pai, que saiu de Deus e voltaria para Deus, ao Qual todos os seres nos céus e na terra devem honrar assim como honram ao Pai (cf. Jo 1.18; 5.18, 23). Mas, se por um lado podia-se esperar dos discípulos uma resposta mais próxima da verdade do que da multidão, o Senhor destaca que nem mesmo eles chegariam à convicção expressa por essa confissão se Deus não tivesse revelado a eles a verdade acerca de Cristo Jesus (cf. Jo 14.9-11; Mt 11.27; 13.11-16). Tão importante é essa revelação de Cristo feita pelo Pai que ela é aqui comparada a um fundamento do qual depende a salvação de todos os homens e através da qual estes seriam reunidos em uma igreja – isto é, uma congregação cujos membros pertenceriam a Cristo por toda a eternidade (cf. Jo 17.3, 24). E é por causa desta confissão que Simão, muito antes, por ocasião do seu chamado, havia recebido o nome de Cefas (que é a forma aramaica de Pedro, cf. Jo 1.42); pois o Senhor faria dele o modelo de muitos que seriam agraciados com a mesma revelação e encontrariam em Cristo Jesus a segurança e firmeza de uma salvação eterna, podendo também ser chamados de pedras e assim, unidos pela fé comum, constituir a igreja, qual um edifício. A declaração: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” implica que, num sentido estrito, Jesus é essa pedra, porque Ele é o “objeto” da confissão, o fundamento seguro e inabalável que gera nos eleitos, que n’Ele crêem, a confiança e firmeza que então permite que também sejam chamados de pedras vivas (cf. 1 Pe 2.4-8; At 4.11-12; Ef 2.19-22). Consideremos então o que mais Jesus diz a respeito desta igreja, a começar pela propriedade da expressão “minha igreja”. Embora o mundo todo tenha sido feito por Ele, e uma nação em particular tenha sido escolhida para servi-l’O, tanto o mundo como eventualmente os judeus tropeçaram nesta pedra; apenas um “pequeno rebanho”, uma congregação reunida dentre os povos, foi eleita para crer nela e não ser confundida (cf. Jo 1.10-13; Mt 21.42-43; Lc 12.32). Notemos ainda que é Cristo que edifica a igreja, e não os homens; e isto Ele fez dando a Sua vida para resgatar do mundo aqueles que, a seu tempo, viriam a fazer parte dela (cf. Jo 11.51-52; Ef 2.13-16; 5.23; At 2.47). E, depois, pela ressurreição, Ele ainda cumpriu a profecia sobre a pedra eleita, rejeitada pelos edificadores, mas preciosa aos olhos de Deus, tornando-se o Cabeça de um corpo – isto é, a igreja – que, como Ele, não será retido pela morte na sepultura. Observemos que a expressão futura: “as portas do inferno não prevalecerão” aludem à constante oposição e resistência que a igreja encontrará enquanto estiver neste mundo, e que culminará na morte, mas que será finalmente vencida – como o último inimigo que resta – por ocasião da ressurreição do último dia (cf. Jo 6.39-40; 1 Co 15.20-23; Rm 8.31-39). 

II – A AUTORIDADE DA IGREJA (MT 18.15-20) Dentre os diversos aspectos que caracterizam a natureza da igreja, a passagem proposta nesta seção destaca a sua autoridade ou poder. Não entraremos na questão do perdão, por já ter sido estudada em lição anterior. Aqui chamamos a atenção para o poder de julgamento da igreja sobre questões envolvendo os seus membros – algo que é esquecido ou ignorado por muitos, que preferem acorrer aos tribunais deste mundo (cf. 1 Co 6.1). Ora, a igreja possui tal autoridade porque, quando se expressam ou agem em resultado de uma unanimidade, os fiéis estão mais alinhados com a vontade de Deus e de Cristo, que quer que sejamos um (cf. Jo 17.20-21); do que se cada um agisse por conta própria, confiando no seu próprio juízo ou desprezando os irmãos (cf. Rm 12.16). O atar e desatar, ou ligar e desligar se referem a essa autoridade, pois a igreja pode admitir ou rejeitar um indivíduo da sua comunhão – e, consequentemente, da comunhão com o próprio Senhor – em função do arrependimento ou do pecado não confessado, reiterado ou impenitente, deste membro, desde que ela esteja agindo em concordância e em nome de Cristo e do evangelho (cf. Tg 5.16; 1 Co 5.3-5, 15). Na passagem paralela em Mt 16.19, a autoridade da igreja é considerada mais em relação ao mundo. A igreja recebeu a chave do reino dos céus, isto é, a palavra, que fornece acesso ao reino dos céus para os que estão de fora – do que Pedro, mais uma vez, foi escolhido pelo Senhor para ser aquele que primeiro fez uso dessa autoridade (cf. At 10.1-6, 44-48; 15.7). Se, por um lado, fechar o reino dos céus pode resultar da negligência no ministério da palavra, como foi o caso dos fariseus (cf. Lc 11.52); por outro, devemos considerar que, mesmo pregando fielmente, sempre haverá aqueles que rejeitarão o evangelho, e para estes a mesma palavra será a causa de serem privados do reino dos céus (cf. 2 Co 2.16; Jo 12.48). 

III – A MISSÃO DA IGREJA (MT 28.16-20) A partir da autoridade recebida para ligar e desligar, tanto os que estão dentro como os que estão de fora, podemos considerar, ainda que em poucas palavras, a missão fundamental da igreja de Cristo. A passagem em epígrafe ilustra bem este tópico, pois nela temos tanto a razão como a natureza dessa missão confiada à igreja. Tendo sido ressuscitado e exaltado pelo Pai, o Senhor Jesus agora pode reivindicar formalmente todo o poder nos céus e na terra; e isto Ele faz através da Sua igreja, através da pregação do reino dos céus sendo levada a todos os povos, dos quais muitas almas são resgatadas do domínio do pecado e de Satanás e trazidas para a luz, assim expandindo o reino de Deus (cf. At 26.18; Cl 2.15; Ap 12.10). Na verdade, o tempo que resta até o fim dos tempos nada mais é que a proclamação da vitória de Cristo e o conclamar dos povos à sujeição ao Seu domínio universal, antes que Ele volte e julgue aqueles que não aceitam o Seu reinado (cf. Mt 24.14; 13.41). Eis então a missão da igreja: pregar o evangelho a todos, fazendo novos discípulos, agregando-os na comunhão dos fiéis pelo batismo, exortando-os à perseverança, repreendendo e corrigindo os faltosos, e combatendo tudo o que for nocivo à sã doutrina e prejudicial à unidade da fé e à paz entre os santos (cf. Mc 16.15; At 2.38-42; Hb 10.25; Cl 3.12-16). 

CONCLUSÃO Fazer parte da igreja de Cristo é um privilégio inestimável, que não alcançamos por mérito, mas graças à revelação de Cristo em nossos corações – revelação esta que, se conservarmos fielmente até o fim, será o nosso fundamento, a rocha da nossa eterna e segura salvação.

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09 agosto 2022

007-Jesus e a humildade - Ensinos de Jesus Lição 07[Pr Denilson Lemes]09ago2022

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  LIÇÃO 7 

JESUS E A HUMILDADE 

TEXTO ÁUREO: “Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Lc 14.11) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 11.25-30 

INTRODUÇÃO Uma das lições mais tremendas e desafiadoras de nosso Senhor Jesus, ministrada primeiramente através do Seu exemplo maravilhoso e depois inculcada nos Seus discípulos, é a da humildade. Embora já tenhamos considerado um aspecto desta virtude como demonstração de genuíno amor ao próximo, há muito o que se dizer em particular sobre a humildade, e suas aplicações em nosso relacionamento com o próximo e com Deus recebem especial atenção em mais de uma passagem dos evangelhos. 

I – APRENDENDO A SER HUMILDE COMO JESUS (MT 11.25-30) Anteriormente, Jesus havia denunciado a incredulidade de cidades da Galiléia como Betsaida, Corazim e Cafarnaum, as quais haviam presenciado a maior parte dos Seus milagres, mas, mesmo assim, não haviam se arrependido para crer no evangelho. Para agravar a perversidade desses judeus, o Senhor os compara com os habitantes de Tiro e Sidom, bem como os de Sodoma e Gomorra, afirmando que, mesmo não tendo o conhecimento que aqueles tinham para identificar os sinais de que o reino dos céus havia chegado, nem sido privilegiados com tão abundante demonstração desses sinais como aqueles foram, esses gentios teriam se convertido ao testemunhar os milagres de Cristo. Assim, o que poderia ter sido uma grande bênção para essas cidades, elevando-as até os céus, como disse Jesus, se tornaria a causa de um juízo mais severo e uma condenação ainda mais terrível para elas (cf. Lc 12.48). Segue-se então a exultação do Senhor sobre a verdade ilustrada neste episódio, de que a salvação, isto é, a revelação de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, depende, não da capacidade humana, mas da soberana vontade do Pai; e que, ao invés de atentar para aqueles que são ou possuem alguma coisa neste mundo, Deus prefere rejeitar os tais e voltar-se para aqueles que não têm nem são coisa alguma de que se gloriar. Em outras palavras, Deus escolheu salvar os humildes. Isto não significa que os sábios, e ricos, e grandes em qualquer outro sentido mundano, sejam automaticamente excluídos da salvação; apenas que são poucos os que dentre eles que se salvam, pois, enquanto os homens apreciam essas grandezas mundanas, o Senhor as despreza, e para mostrar isto e incutir neles a necessidade de se fazerem humildes, renunciando a toda pretensão à vanglória, Ele salva principalmente os simples, e pobres, e pequenos deste mundo (cf. 1 Co 1.19-21, 26-29; Tg 2.5; Fp 3.4-9). Jesus então convida Seus ouvintes ao exercício dessa humildade sem a qual ninguém herdará o reino dos céus. Primeiro, porque, sendo Ele próprio um sinal de contradição diante de tudo aquilo em que os homens se vangloriam, é rejeitado e odiado pelo mundo, mas aceito por muitos que, não obstante – ou, mais de acordo com a sabedoria divina, justamente por sua condição miserável neste mundo, atenderam prontamente ao chamado do evangelho (cf. Mt 21.28-32; Jo 12.42-43; Is 53.1-4). Segundo, porque Jesus convida a Si e oferece descanso aos cansados e oprimidos – ou seja, àqueles que, afligidos e rejeitados pelos homens devido à sua condição neste mundo, são levados a refletir sobre sua real condição pecaminosa, e, humilhados, anseiam por livramento, perdão e paz com Deus (cf. Ef 2.14- 16; Rm 5.1). E, em terceiro lugar, porque é necessário não somente crer, mas fazer-se discípulo de Cristo, isto é, imitar o exemplo de um Mestre que é manso e humilde de coração, tendo revelado a perfeição desta virtude na obediência à vontade de Deus (cf. Fp 2.5-8; 1 Pe 2.21-24). Não por acaso, os exaltados e soberbos são também chamados nas Escrituras de homens de dura cerviz, pois são incapazes de se curvar e tomar o jugo da obediência a Deus (cf. Sl 75.4-5; Ne 9.16). 

II – HUMILDADE DIANTE DE DEUS (LC 18.9-14) Na presente passagem, temos uma aplicação do que já dissemos no tópico anterior sobre a humildade ser absolutamente indispensável para aquele que deseja entrar no reino dos céus. No caso da parábola, dois homens, um fariseu e um publicano, subiram ao templo com o mesmo intento de se apresentar diante de Deus, mas somente um foi justificado ou aceito por Deus. Notemos que o fariseu não voltou para casa sem justificação por causa de suas obras, que eram, todas elas, atos legítimos de piedade para com Deus. Tampouco por ter se gloriado delas como se fossem atos de sua própria realização, mas antes agradeceu a Deus por cada ato de piedade que praticava. O seu erro estava em confiar em tais obras, em se gloriar nelas, como uma garantia de aceitação diante de Deus; sua segurança não estava na misericórdia e graça divina, mas naquilo que ele era e fazia, e esta vanglória, exaltação ou soberba que, embora disfarçada sob o véu da piedade, é inaceitável aos olhos de Deus (cf. Sl 138.6). Ao fariseu faltou a consciência de sua própria miséria e indignidade diante da glória, santidade e justiça de Deus – consciência esta que o publicano, na ausência de qualquer boa obra que pudesse apresentar em seu próprio favor, mais facilmente (na verdade, pela graça de Deus) pode alcançar e assim admitir que nada o habilitava a ser ouvido, exceto a misericórdia divina: “Tem misericórdia de mim, pecador!” Em suma, humildade é indispensável ao homem que comparece diante de Deus e espera ser aceito em suas petições (cf. Dn 10.12). 

III – HUMILDADE PARA COM O PRÓXIMO (LC 14.7-14) Neste último texto da lição, Jesus desmascara a soberba e exaltação que os fariseus emulavam entre si, um procurando se destacar e receber mais aplausos que o outro; essa ambição decorre da falta de humildade para com o próximo. O fato é que, assim como em relação ao amor, a soberba para com o próximo não é muito diferente da soberba diante de Deus. E, mesmo sob o pretexto de agradar a Deus, o soberbo busca, na verdade, o aplauso e a exaltação sobre o próximo; por isso Jesus disse que a recompensa dos tais já está na glória deste mundo – e por isso não receberão nada da parte de Deus (cf. Mt 6.1-2, 5, 16). Nesta passagem, o Senhor não está condenando as distinções sociais e honrarias que possam ser conferidas entre os homens, mas a atitude daqueles que deveriam se preocupar mais com a glória de Deus e o louvor que vem d’Ele, praticando Seus deveres de piedade com um coração sincero e humilde para com Ele, ao invés de se gloriarem sobre sua religiosidade sobre outros. Naquele grande dia, essa ambição se revelará, e se tornará motivo de grande desonra e humilhação para eles. Assim como no caso da oração, do jejum e das esmolas, o exemplo aqui apresentado por Cristo ilustra a verdadeira atitude daquele que não busca a glória deste mundo, mas humildemente espera e deseja a recompensa que vem de Deus: “Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos”. Em suma, devemos nos conduzir em humildade com o próximo porque nosso Mestre Jesus assim se conduzir em relação a nós, não se exaltando sobre ninguém (cf. Mt 12.16-20), mas antes vindo a este mundo para servir com a Sua própria vida, e assim deixando-nos a lição de que, no reino dos céus, aquele que deseja ser considerado grande deve se fazer servo dos demais (cf. Mt 20.25-28). 

CONCLUSÃO Somos apenas criaturas, que nada temos de realmente grandioso e duradouro para nos gloriar nesta vida, e cuja existência está inteiramente nas mãos de Deus que, embora todo-poderoso e tão grandioso que nem os céus dos céus podem conter, ainda assim atenta para aqueles que são humildes de coração.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
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02 agosto 2022

006-Jesus e o Ministério - Ensinos de Jesus Lição 06[Pr Denilson Lemes]02ago2022

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LIÇÃO 6 

JESUS E O MINISTÉRIO 

TEXTO ÁUREO: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19) 

LEITURA BÍBLICA: LUCAS 5.1-11 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje estudaremos episódios relacionados ao tema proposto, a saber, o ministério da palavra de Deus. Embora muitas vezes apresentado nos ensinos de Jesus em conexão com o chamado mais geral da própria salvação, é importante ressaltar as suas particularidades e implicações para a vida do cristão, seja aquele que cumpre o “ide”, testemunhando de Cristo às almas, seja aquele que possui um chamado específico para pregar, ensinar e dispensar aos seus conservos a boa palavra de Deus. 

I – O CHAMADO PARA O MINISTÉRIO (LC 5.1-11) Dentre as três versões deste episódio (cf. Mt 4.18-25; Mc 1.16-20), a de Lucas é a única que relata o milagre associado ao chamamento de Pedro, Tiago, João e André pelo Senhor Jesus. Cristo já vinha ministrando aos habitantes da Galiléia e era bem conhecido, inclusive destes que se tornariam Seus primeiros discípulos; notemos essa familiaridade no fato de Jesus servir-se do barco de Simão para ministrar naquele dia, e de este chamá-lo reverentemente de “Mestre”. E, quando são mandados a voltar ao mar alto e lançar as redes, notemos que há uma pronta obediência por parte deles à palavra de Jesus, mesmo ainda não conhecendo que Ele era o Cristo e, portanto, não esperando um milagre – o que Pedro ressalta na observação: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede”. E, para surpresa deles, o milagre acontece. Aqueles quatro homens, especialmente Pedro, tanto se alegram como se espantam com o milagre e Pedro, em particular, convencido de que Jesus era muito mais do que um mestre ou profeta, sente sua própria indignidade ante a divindade e santidade do Mestre – à semelhança do que ocorreu com muitos profetas no passado, quando do seu chamamento por Deus e pouco antes de receberem a incumbência para anunciar a palavra divina (cf. Is 6.1-7). Sem a convicção de que era o próprio Deus que os chamava para uma obra de natureza e importância muito superior ao ofício que até então exerciam, eles não teriam atendido tão prontamente à ordem de Jesus para deixar tudo e segui-l’O, e tornarem-se Seus obreiros (cf. Mt 4.22); pois, sem essa convicção, tendemos a deixar que os cuidados desta vida facilmente ofusquem a grandeza e dignidade da obra de Deus (cf. Lc 9.57-62; Jo 21.1-3). As palavras de Cristo: “Vinde após mim, e vos farei pescadores de homens”, ou, como são dirigidas a Pedro: “Não temas; de agora em diante, serás pescador de homens”, implicam, mais do que um chamado para ser discípulo, um chamado para ser também obreiro de Cristo. Notemos que ambas as coisas estão incluídas num mesmo chamamento, de modo que aquele que verdadeiramente é ministro de Deus possui uma incumbência particular no serviço do Mestre, a qual, se não cuidar para cumpri-la fielmente, ele não apenas será reprovado como obreiro, mas como discípulo de Cristo (cf. 1 Co 9.16; Lc 17.7-10). Por outro lado, o episódio que consideramos aqui ilustra, através do milagre da pesca maravilhosa, quão mais sublime e importante, e certa de sucesso, é a obra do ministério do que qualquer outro empreendimento humano: se antes o seu ofício era o de saciar a fome do corpo, pescando peixes, agora, como pescadores de homens, os apóstolos (assim como todos os que são igualmente chamados) saciariam a fome espiritual das almas, sua necessidade de salvação eterna, puxando-as das trevas deste mundo com a “rede da salvação” do evangelho, e trazendo-as à terra firme do reino dos céus (cf. Mt 13.47-50). E, se aqueles que lançaram suas redes sob a palavra de Cristo tiveram um sucesso tão maravilhoso e inesperado, quão mais abundante será o fruto daqueles que, como nos ensinou o Senhor, trabalham num campo onde há muito para se fazer, mas poucos para atender à demanda espiritual (cf. Jo 4.35-38; Mt 9.36-38). 

II – OS PRIVILÉGIOS DO MINISTÉRIO (MT 10.1-8) Nesta segunda passagem encontramos diversas orientações de Jesus aos Seus discípulos, por ocasião em que estes foram capacitados e enviados para cumprir seu ministério. E a primeira coisa que gostaríamos de destacar aqui é a autoridade e o poder que o Senhor concedeu, não apenas aos apóstolos, mas a todos quantos foram incumbidos do ministério da palavra (vv. 1-8; cf. Lc 10.1-2, 19-20; At 1.8). Esta autoridade e poder significam que, sendo o ministério uma obra divina, e que encontra forte oposição por parte, não apenas de inimigos carnais e visíveis, mas também espirituais; nenhum sucesso teríamos se contássemos apenas com nossas próprias forças e a nossa limitada compreensão do mundo espiritual (cf. At 19.13-16; 2 Co 10.4). Mas, pela nossa instrumentalidade, Deus opera a salvação das almas, concedendo eficácia à palavra da nossa pregação, e até mesmo realizando milagres de ordem material em confirmação a essa palavra, se assim Lhe aprouver (cf. Jo 9.1-3; Mc 16.17-20). Consideremos ainda a providência divina em favor daqueles que atendem ao chamado do ministério (vv. 9-11). Se Deus orienta Seu povo a suprir as necessidades materiais daqueles que servem especial e integralmente nas coisas de Deus (cf. 1 Co 9.7-11, 13-14); quanto mais Ele mesmo proverá o necessário para que aqueles que servem nos interesses do reino dos céus possam fazê-lo sem inquietações. Por outro lado, as palavras consideradas aqui representam também um apelo à confiança no Senhor, que, no pouco ou no muito, nunca nos faltará (cf. Mt 6.33; Lc 22.35; Fp 4.12-13). Por último, queremos destacar, não como um fardo, mas como um privilégio, a oposição que o ministério da palavra “naturalmente” despertará, suscitando perseguições, ameaças e até mesmo riscos à nossa integridade física e material (vv. 16-18, 22, 25, 28). O pecado torna os homens sutis e maliciosos contra aqueles que apregoam o evangelho, levando-os a procurar algo de que acusar e condená-los, tal como fizeram com o próprio Senhor Jesus (cf. Jo 15.18-21); ou a intimidá-los, tal como tentaram fazer com os apóstolos (cf. At 5.17-29, 40-42). A própria morte pelo evangelho pode tornar-se um risco real em diversas situações, como sucedeu a muitos no passado e no presente (cf. At 12.1-2; Hb 11.35-38). Mas este é, de fato, mais um sinal da aprovação do nosso ministério, o qual deveríamos receber com alegria por ter sido julgados dignos de participar da mesma sorte que nosso Mestre (cf. Fp 1.29-30). 

III – A RESPONSABILIDADE DO MINISTÉRIO (MT 24.45-51) Embora esta passagem esteja inserida numa orientação geral acerca da vigilância, em conexão com uma parábola que se aplica indistintamente a todos os que desejam ser aprovados na vinda de Cristo; a pergunta de Pedro feita na ocasião: “Senhor, dizes essa parábola a nós ou também a todos?” (cf. Lc 12.41) leva o Senhor Jesus a explicar que, se os servos – isto é, os discípulos – devem ser achados cumprindo fielmente seus deveres até que o senhor volte, quanto mais o mordomo – isto é, os apóstolos e, por conseguinte, os obreiros em geral – cujos deveres implicam tanto em honra como responsabilidade para com os demais conservos, administrando os bens da casa e orientando as tarefas dos demais. No reino dos céus, a deslealdade ou negligência de um ministro repercute não apenas em sua própria vida particular diante de Deus, mas também naqueles que espiritualmente estão ligados ao seu ministério. Ora, se o servo mau e negligente será castigado pelo prejuízo que causou ao seu senhor naquilo que lhe foi particularmente confiado, quanto maior castigo receberá o servo cuja negligência afetou não apenas o seu serviço, mas também o dos seus semelhantes? (cf. Lc 12.47-48; Tg 3.1). 

CONCLUSÃO Consideremos quão grande é a misericórdia e graça de Deus que, como se fosse pouco nos dignar com o chamado de sermos discípulos de Seu Filho Jesus, ainda nos concede a honra de estender esse chamado a outros, e de influenciarmos uns aos outros no exercício deste chamado através do ministério da palavra.

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Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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