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LIÇÃO 8:
O SACRIFÍCIO ETERNO E EFICAZ DE CRISTO
O SACRIFÍCIO ETERNO E EFICAZ DE CRISTO
TEXTO ÁUREO:
“Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb 9.11, 12).
LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 9.11-20
INTRODUÇÃO
Parece-nos repetitiva a exposição do autor, e sua ênfase na superioridade de Cristo; mas, em tempos de incertezas e apostasia, é preciso que os fiéis sejam verdadeiros ministros de Cristo. Paulo já dizia: “Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós”. Então, nesta aula vamos verificar que, a despeito de todo o esplendor e glória do tabernáculo e de seus rituais, a adoração segundo a ordem levítica era limitada. Os israelitas não podiam ter acesso diretamente a Deus; deviam vir através dos seus representantes, os sacerdotes. Mesmo assim, somente um deles podia entrar anualmente no Santo dos Santos. A via de acesso certamente não estava aberta, pois os sacrifícios eram imperfeitos. Mas a esperança de judeus e gentios é renovada pela manifestação de Cristo, que ofereceu um sacrifício eterno e eficaz.
I – A ADORAÇÃO NA ANTIGA ALIANÇA, ALEGORIA DO TEMPO PRESENTE (9.1-10) Sabemos que a Antiga Aliança consistia de “ordenanças de culto divino”, com procedimentos ordenados para a adoração (Ex 25.8, 9; 29.43-46), mas essa adoração era realizada em um “santuário terrestre”. O propósito do escritor ao descrever o tabernáculo e seus utensílios era mostrar a imperfeição e ineficácia dos seus serviços. Ele fica impressionado com a grandeza e boa ordem das disposições dentro do culto levítico e pretende apresentar este fato a fim de demonstrar a maior glória do novo. Ele recorda que o “primeiro” ambiente do tabernáculo era denominado “Santuário” ou “Lugar Santo”; era onde estava o “candeeiro, a mesa e os pães da proposição”. Além do “segundo véu”, encontrava-se o “Santo dos Santos” ou “lugar santíssimo”, que tinha o “incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto” (Ex 16.33; Nm 17.10; Dt 10.2- 5), e sobre a arca, “os querubins da glória que faziam sombra no propiciatório”. Na sequência, é destacado o serviço executado pelo sacerdote no Lugar Santo, que pela manhã e à tarde entrava nesse local a fim de preparar as lâmpadas no candelabro, oferecer incenso no altar do incenso e, aos sábados, renovava os pães da proposição (Ex 27.20, 21; 30.7, 8; Lv 24.5-9). Essa maneira de adoração apresentada no Lugar Santo indicava a insuficiência e a carência espiritual do antigo regime. Porém, além do véu, a ministração tinha um significado mais real e duradouro; mas aqui, só o sumo sacerdote, e em um único dia do ano – o “Dia da Expiação” (Lv 16.12-16) – com a aspersão de sangue, oferecia dons e sacrifícios por si mesmo e pelas culpas do povo. Em tudo isso, o autor compreende a imperfeição desse complexo sistema sacrificial, ao dizer: “dando nisso a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto” (v. 8). Porém, ele vê a atuação da providência divina apontando para o único sacrifício verdadeiro, o de Cristo. Compreende-se que o acesso a Deus não estava livre, pois os leigos não podiam absolutamente entrar no tabernáculo; o sacerdote só podia ter acesso ao primeiro compartimento; e o sumo sacerdote, mesmo quando entrava no Santo dos Santos, só podia fazê-lo uma vez por ano e apenas mediante o sangue. Por isso o autor enfatiza que o primeiro tabernáculo era apenas uma alegoria para o tempo presente, imposta até ao tempo da correção (vv. 9 e 10).
II – CRISTO, MEDIADOR DE UMA NOVA E MELHOR ALIANÇA (9.11-28)
A partir das ideias principais da Antiga Aliança – o tabernáculo e a expiação – o autor demonstra em termos espirituais as verdades dessas representações. Desta maneira, esses modelos apontavam para uma realidade mais excelente por detrás da sombra, e essa verdade está em Cristo, “o sumo sacerdote dos bens futuros”. Em contraste com o antigo pacto, o autor destaca a superioridade da obra de Cristo e Sua excelência como sumo sacerdote, demonstrada pelos seguintes aspectos: é uma oferta feita por Cristo entrando através de “um maior e mais perfeito tabernáculo”; foi uma oferta que Cristo fez com “Seu próprio sangue”, não por meio de sangue de bodes e de bezerros; trata-se de uma oferta eficaz, pois assegurou uma “eterna redenção”, e não apenas anual; e 17 é uma oferta perfeita, pois foi realizada somente “uma vez”. Por fim, o autor salienta que os sacrifícios na Antiga Aliança possuíam um aspecto meramente externo, isto é, cerimonial. Na verdade, esses muitos sacrifícios apenas “cobriam” provisoriamente os pecados, mas eram incapazes de removê-los. Por outro lado, o sacrifício de Cristo trata com o problema do pecado em sua raiz; Seu sangue purifica e limpa a consciência tornando-a apta para a adoração a Deus (v. 14). Nos versos 15-22, o autor apresenta Jesus como o “Mediador de um novo testamento”, pois ele proveu uma eterna redenção, por meio de Seu auto-sacrifício na cruz, e o resultado de Sua morte foi a “remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento”, para que “os chamados recebam a promessa da herança eterna”. A morte de Cristo (o testador) não está em contradição com a Sua posição de Mediador de uma nova aliança; pelo contrário, é através de Sua morte que os participantes da vocação celestial adquirem a herança da salvação. Além disso nos é rememorado um conceito incontestável, de que os pecados só podem ser perdoados quando da morte de uma vítima substituta, e “sem derramamento de sangue não há remissão”. Nos versos 23-28 veremos novamente que a morte de Jesus tem eficácia eterna. Assim como os homens na terra só podiam aproximar-se de Deus depois da oferta de sangue, Deus está agora acessível aos homens pecadores por causa do sacrifício de Cristo. O pensamento é praticamente o mesmo apresentado no versículo 24, de que Cristo entrou “no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus”. Por fim, o autor afirma que, tendo aniquilado o pecado por um único sacrifício de si mesmo, tudo o que resta agora é que Cristo apareça “segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (vv. 26-28).
III – A EFICÁCIA DO SACRIFÍCIO DE CRISTO (10.1-18)
Nestes versos, o autor reúne suas principais idéias sobre o significado da morte de Cristo e acrescenta que o sacrifício de Cristo foi uma expressão livre e de Sua vontade de acordo com a vontade de Deus. O autor refere-se à imperfeição da Lei, afirmando que ela tem “sombra dos bens vindouros, não a imagem exata das coisas” (v. 1). Neste contexto, esses bens referem-se às bênçãos conquistadas pela morte de Cristo, tais como o sacrifício perfeito e eficaz, a purificação e o perdão dos pecados, uma viva esperança, a eterna redenção e a garantia de uma herança eterna. Esses benefícios expressam a supremacia da religião cristã em contraposição à religião judaica, ou qualquer outra crença. Pelo fato da Lei ser apenas uma sombra, o autor diz que “nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam”. Isso mostra a ineficácia dos sacrifícios levíticos, pois eles não purificavam, nem aperfeiçoavam ninguém e, ao invés de remir, tudo o que os sacrifícios de animais faziam era lembrá-los de que ainda continuavam pecadores, ou seja, levavam a uma “comemoração de pecados”. Neste aspecto, a antiga aliança se demonstrava inferior à nova, pois somente Cristo garante o pleno perdão dos pecados. A incapacidade inerente ao velho ritual exigia um novo sacrifício, o auto-sacrifício voluntário e proposital de Jesus. Por isso Cristo, entrando no mundo, disse: “Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste; holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram. Então, disse: Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade”. Atentemos, ainda, para o acordado de que deveria ser tirado o primeiro (concerto) para estabelecer o novo concerto. O concerto da lei tinha envelhecido e agora estava acabado (v. 9). Afinal, o autor mostra que Cristo ofereceu um “único sacrifício pelos pecados”, e agora Aquele que se humilhou na terra está exaltado nos céus como sacerdote-rei, “assentado para sempre à destra de Deus, esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés”. Por um único ato de oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados, confirmado ainda pelo testemunho do Espírito Santo que diz: “Este é o concerto que farei com eles ... jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades” (vv. 15-17).
CONCLUSÃO
A redenção da humanidade decorre da graça, misericórdia, e amor de Deus. A mente humana, limitada e falível, jamais poderá aquilatar o valor da salvação em Cristo. Jesus, por Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, e efetuou uma eterna redenção.
QUESTIONÁRIO
1. Qual era o propósito do escritor ao descrever o tabernáculo e seus utensílios?
2. Por que Cristo é o sumo sacerdote dos bens futuros?
3. Por que o sacrifício de Cristo é eterno e eficaz?
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.