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LIÇÃO 13
A BENIGNIDADE DE DEUS PARA COM O HOMEM
TEXTO ÁUREO: “E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos” (Tt 3.14).
LEITURA BÍBLICA: TITO 3.1-15
INTRODUÇÃO Chegamos ao último capítulo da Carta de Paulo a Tito e, com esta lição, encerraremos o estudo das Cartas Pastorais. Como se trata do encerramento de uma breve epístola, assuntos diferentes poderiam ser encontrados nestes últimos versos, mas procuraremos nos concentrar na doutrina da benignidade de Deus demonstrada para com o homem através da obra da salvação e na aplicação que o apóstolo faz desta doutrina ao recomendar-nos a prática das boas obras.
I – RECOMENDAÇÃO À BENIGNIDADE PARA COM TODOS (VV. 1-2) A divisão do texto em capítulos não deve nos impedir de perceber a continuidade da exposição de Paulo que, desde o capítulo 2, vem orientando alguns grupos dentro da igreja quanto a como deveriam ordenar sua conduta de acordo com a pureza da doutrina evangélica. E, após exortar a todos, de um modo geral, à santidade, pois este é o firme fundamento da nossa salvação, o apóstolo orienta Tito a fazer uma segunda admoestação à igreja – desta vez, para que se sujeitassem às autoridades humanas e fossem mansos para com todos os homens. Aqui temos duas coisas diferentes: primeiro, prontidão para obedecer aos superiores em tudo o que fosse bom e justo; segundo, prudência e paciência no trato com os incrédulos em geral. Num tempo em que confessar a Cristo podia significar a hostilidade da população e das autoridades constituídas, o apóstolo lembra aos irmãos que os seus verdadeiros inimigos não eram os homens (cf. Ef 6.12), e que nem tudo o que estes exigissem dos crentes deveria ser considerado essencialmente maligno ou injusto; antes, até mesmo os incrédulos poderiam ser surpreendidos pela prontidão, sinceridade e justiça da conduta cristã (Rm 13.3-4; 1 Pe 2.12-17). Por outro lado, mesmo quando prevalece a ignorância e a injustiça por parte dos homens, e estes resistem à verdade e se negam a enxergar a glória de Cristo no bom trato e testemunho dos Seus discípulos, nós não deveríamos reagir de forma indignada ou com espírito vingativo, infamando – isto é, desqualificando a imagem das pessoas – e sendo contenciosos – levando a nossa convicção de que deveríamos ser tratados de outro modo até o ponto de nos envolvermos em uma disputa carnal e infrutífera que só aumentará os rancores. A recomendação de Paulo aqui também a encontramos em outros dos seus escritos: retribuir o mal com o bem e demonstrar mansidão para com a insensatez dos ímpios (Rm 12.17-21). A razão maior disto ele explanará nos próximos versos.
II – A BENIGNIDADE DE DEUS PARA CONOSCO (VV. 3-11) Assim como a prática da santificação encontra um argumento irrefutável no princípio mais elementar da doutrina da salvação, não é diferente em relação à benigidade aqui recomendada pelo apóstolo aos crentes. Devemos ser mansos, tolerantes e pacientes para com todos os homens porque “também nós éramos, noutro tempo”, como eles – ou seja, “insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros”. E notemos que isto não somente em nossa relação uns com os outros, mas em relação ao próprio Deus (2 Tm 3.4; Cl 1.21). Em outras palavras, o apóstolo lembra aqui que o princípio da nossa salvação jaz no fato de que, assim como os incrédulos contra os quais muitos de nós poderiam justamente se indignar, todos nós também nos encontrávamos em semelhante condição, digna da justa indignação de Deus e que, se não fosse a disposição do Todo-poderoso em abrir mão do Seu pleno direito de nos tratar conforme a Sua ira – ou antes, de prover um meio para atender às demandas da Sua justiça e assim extinguir a causa desta santa ira – teríamos sido irremediavelmente condenados e destruídos. Então entra em cena, mais uma vez, a manifestação de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, como o sinal mais claro e perfeito da benignidade e amor de Deus para conosco. O apóstolo aqui quer destacar que a nossa salvação foi realizada por um ato divino que só se explica pelo caráter daqu’Ele que o executou, e não por causas exteriores: “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia”. Ao afirmar que Deus fez isto abundantemente, Paulo quer dizer que Deus mostrou Sua sincera e boa vontade de não nos tratar segundo nossos pecados, provendo-nos tudo aquilo de que precisávamos para que, justificados pela sua graça, fôssemos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna (Rm 5.8-11). Notemos ainda, apenas a título de esclarecimento, que o apóstolo aqui se refere à salvação como uma lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, pois ao homem natural é impossível ser outra coisa senão inimigo de Deus e, portanto, filho da ira (Ef 2.1-2); de modo que, para tornar-se amigo e filho de Deus, é necessário que tal natureza seja implantada em seu coração como um princípio de vida espiritual completamente novo, gerado pelo Espírito Santo. Isto engrandece ainda mais a benignidade de Deus para conosco, que demonstrou paciência com criaturas que, por si mesmas, jamais deixariam de se fazer suas inimigas, até que Ele mesmo proveu o único meio de resgatá-las dessa condição. Assim, este é o argumento do apóstolo para que Tito ensine os que creem em Deus a procurarem se aplicar às boas obras. Boas obras aqui é nada menos do que a benignidade explicada nos primeiros versos do capítulo; é o esforço do cristão em imitar o Pai celestial, demonstrando bondade para com todos, até os maus e ingratos (Mt 5.44-48). Mais uma vez notamos que a doutrina não é mero conhecimento que alimenta o intelecto, mas a grande diferença em relação a outras fontes de conhecimento e reflexão é que ela também nutre e desperta o coração daqueles que a ouvem a exercitá-la, por isso Paulo diz: “estas coisas são boas e proveitosas aos homens”, e, ao mesmo tempo, relembra os alertas quanto aos falsos discursos, sobre os quais já comentamos mais de uma vez ao longo deste trimestre: “não entres em questões loucas, genealogias e contendas e nos debates acerca da lei”. Convém apenas acrescentar a explicação de que, o “homem herege” de que ele fala aqui é aquele que não apenas foi enganado pelo erro das falsas doutrinas, mas que voluntariamente as abraçou de tal modo que, mesmo depois “de uma e outra admoestação”, prefere manter-se no erro. Como estudamos nas epístolas a Timóteo, esse tipo de pessoa lamentavelmente está labutando sob um laço que pode ser forte indício de uma irremediável apostasia da verdade (2 Tm 2.25-26; 2 Ts 2.11-12).
III – CONSIDERAÇÕES FINAIS (VV. 12-15) A carta se encerra com referências a alguns cooperadores de Paulo e à movimentação desses obreiros pelas regiões onde o evangelho estava sendo pregado. Entre estes, lemos sobre Ártemas ou Tíquico sendo enviados até Creta para substituir Tito na sua missão apostólica. O fato de o apóstolo planejar encontrar-se com Tito em Nicópolis indica que ele ainda estava livre – o que faz esta carta anteceder cronologicamente as duas a Timóteo. Notemos também que Tito não estava sozinho em Creta – havia ali cooperadores de destaque, como Zenas e Apolo (cf. At 18.24-28).
CONCLUSÃO Ao longo deste trimestre, aprendemos muito sobre o chamado ministerial e suas responsabilidades, mas também sobre como o evangelho é uma obra que envolve a todos os que são chamados para a esperança da vida eterna, seja qual for sua vocação nesta vida. Guardemos conosco o ensino de que a igreja é a casa de Deus e que todos nesta casa serão vasos para honra se forem sinceros e puros no seu compromisso com nosso Senhor Jesus Cristo.
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