LIÇÃO 10
CHEGANDO AO FIM DO MINISTÉRIO
TEXTO ÁUREO: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7).
LEITURA BÍBLICA: 2 TIMÓTEO 4.1-8
INTRODUÇÃO Na lição de hoje meditaremos sobre as últimas palavras de Paulo a Timóteo. Estas também são, cronologicamente, as suas últimas palavras em relação a todas as demais epístolas. Veremos que, apesar de se encontrar em uma situação bastante adversa, o apóstolo nunca perdeu o senso de estar cumprindo a vontade do Senhor e agora, mais do que nunca, chegava ao fim do seu longo e abundante trabalho com a certeza da aprovação divina. Mas, antes de partir, ainda expressa o seu desejo de que aqueles que ficariam em seu lugar seguissem esse mesmo caminho com igual fidelidade e esperança de aprovação.
I – CUMPRINDO O MINISTÉRIO (VV. 1-5) Timóteo havia sido grandemente favorecido por Deus ao longo da sua vida, com a instrução que havia recebido ainda na infância acerca das Escrituras Sagradas e, na sua mocidade, com a fé que há em Cristo Jesus. Ao longo dos últimos anos, havia demonstrado seu compromisso sincero com o Senhor Jesus, dispondo-se a imitar o apóstolo Paulo tanto na “doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência” como também nas “perseguições e aflições”. Em outras palavras, havia manifestado os sinais de uma genuína eleição divina tanto para a vida eterna como para o ministério da palavra. Por isso Paulo o faz jurar “diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino”, como um pai que, antes de partir, tem uma última e mais importante vontade que deseja que seu filho a realize – com a diferença de que esta última vontade visa o bem exclusivo do próprio filho e que não é ao apóstolo, mas ao próprio Deus que Timóteo haverá prestar contas um dia. Como já temos considerado mais de uma vez ao longo do estudo da primeira e segunda epístola, a obra principal de um ministro do evangelho – seja ele um pastor, evangelista, doutor, profeta – é a administração da palavra de Deus. Pregar, instar, redarguir, repreender e exortar, como aqui diz o apóstolo, com longanimidade – ou seja, paciência e persistência para com todos – e doutrina, isto é, a genuína revelação divina, tal como a temos nas Escrituras, no Evangelho. Outras atividades, mesmo que auxiliares ou complementares à piedade do obreiro, não devem substituir a ministração da palavra de Deus (cf. At 6.2, 4). Retomando as considerações anteriormente feitas sobre os tempos difíceis que se aproximavam, Paulo reforça a necessidade de o obreiro perseverar na palavra porque somente desta maneira a multiplicação das heresias e dos falsos mestres que as propagariam poderia ser contida em seu esforço de desviar a muitos da verdade. O evangelho é uma mensagem espiritual, de renúncia ao pecado e submissão ao reino de Deus, mas, como esse apelo soa pouco agradável ao homem natural, muitos, desejando conciliar uma aparência de piedade com a liberdade para realizar os seus próprios desejos, debandariam para longe daqueles que pregam a verdade, em busca de falsos mestres que pregassem aquilo que essas pessoas gostariam de ouvir. De fato, podemos dizer que o próprio Deus permitiria que a atuação diabólica aumentaria nesse sentido, como um castigo pela rejeição da verdade (2 Ts 2.11-12).
II – A PERSPECTIVA DA APROVAÇÃO DIVINA (VV. 6-8) Em última análise, a obra do ministério é simples e fácil de descrever – como o próprio Paulo o fez nas poucas palavras acima – mas, ao mesmo tempo, difícil de cumprir. O compromisso que o Senhor Jesus requer dos Seus obreiros implica em aflições de todo tipo, como já estudamos também em outras oportunidades. Não é por acaso que o apóstolo insiste tanto com seu filho na fé e acaba deixando para as gerações seguintes estas escrituras tão cheias de exortações. Mas a força das palavras que ora consideramos é ainda maior que a de qualquer exortação, pois manifestam a perspectiva de aprovação alcançada por um obreiro fiel antes mesmo de encerrar sua carreira neste mundo. O tempo e esforço aplicados na obra do ministério não são de modo algum desperdiçados, mas antes definem um alvo que, quanto mais se aproxima do nosso alcance, maior certeza e satisfação temos de que nosso trabalho não foi em vão (cf. Fp 3.12-16). A coroa da justiça representa tanto o prêmio imerecido por nós, mas plenamente digno da fé preciosa que pela graça nos foi confiada (cf. Ef 2.8; 1 Pe 1.3-7); como também a recompensa de todo o trabalho envidado no servir ao Senhor Jesus, não de acordo com o que cada um poderia considerar ser merecedor, mas de acordo com a justa paga prometida a todos os que foram chamados a essa obra – seja Paulo, seja Timóteo, sejam todas as gerações que se seguiriam de fiéis ministros do evangelho, cujos nomes jamais conheceremos neste mundo (cf. Mt 20.1-16).
III – CONSIDERAÇÕES FINAIS (VV. 9-22) Passando então a considerações mais particulares e pessoais, o apóstolo insiste com Timóteo para que este venha até Roma, onde se encontrava preso, o mais depressa possível. Sem dúvida aqui há um desejo de ver novamente seu amado filho na fé (2 Tm 1.4), mas, mais do que isso, também revela a disposição de Paulo em continuar trabalhando na obra do ministério, mesmo com a perspectiva de já estar próximo ao fim e de ter agido até aqui sob a aprovação divina. Ele ainda precisa de cooperadores – não só de Timóteo, mas também de Marcos, “porque me é muito util para o ministério” (v. 11). Somente Lucas estava com ele, enquanto os demais haviam partido para outras regiões, seja por tê-lo abandonado – como Demas – seja em missões apostólicas – como Tíquico – ou outras por razões que desconhecemos. Ele também precisa de materiais escritos para continuar o seu trabalho – livros, “principalmente os pergaminhos”, que poderiam ser as Escrituras do “Antigo Testamento”, até então redigidas em longos rolos de peles de animais. Notemos também que as adversidades que ele menciona aqui não têm o intuito de expressar ressentimento ou pesar, mas apenas para despertar em Timóteo a devida consideração sobre circunstâncias que qualquer obreiro de Cristo poderia enfrentar, inclusive nos seus últimos momentos, depois de uma vida de trabalho pela causa do evangelho – quando muitos tendem a esperar reconhecimento e apoio, mas podem acabar sendo ignorados e desamparados. Paulo analisa essas situações sob a luz da providência e graça divinas que lhe bastavam, como o próprio Senhor Jesus já lhe havia recomendado. Um certo Alexandre, o latoeiro, havia lhe causado muitos males; pois que o Senhor lhe pague segundo as suas obras, e que os fiéis tenham cuidado com ele. Ninguém o assistiu na sua primeira defesa; pois que isto lhes não seja imputado e, além disso, o Senhor o assistiu e o fortaleceu. Ademais, mesmo não vislumbrando prolongar seus dias depois que comparecesse segunda vez diante do imperador romano, o apóstolo tem plena certeza de que a vontade de Deus se cumprirá, e que esta vontade sempre visa o bem dos Seus escolhidos. A perspectiva de livramento de toda má obra, então, diz respeito não à pena capital a que Paulo, segundo consta, foi submetido após esse julgamento; mas às tentações que tal circunstância poderia ter representado para a sua fé. Ele enfrentaria a terrível sentença dos homens com a segurança de que estava sendo, através dela, guardado por Deus para o Seu reino celestial.
CONCLUSÃO Continuemos a trabalhar para o Senhor sem desanimar nem desacreditar das Suas promessas. Ele é justo e fiel, e jamais deixaria de recompensar cada um segundo as suas obras. E, além disso, é certo que Ele recompensará abundantemente mais do que qualquer esforço e aflição a que nos submetermos nesta vida por amor à Sua obra poderiam merecer.
PARA USO DO PROFESSOR
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