LIÇÃO 5
A CONFIANÇA EM DEUS NA ANGÚSTIA
TEXTO ÁUREO: “Portanto, assim diz o Senhor Jeová : Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse.” (Isaías 28.16)
LEITURA BÍBLICA: ISAÍAS 25.1-9
INTRODUÇÃO Depois de anunciar o juízo contra todas as nações, começando com Judá e Jerusalém, não sem ter despontado com a esperança de uma futura restauração, o profeta, movido pelo Espírito de Deus, se volta para a graça de que já desfrutavam aqueles que, desde logo, haviam perseverado em confiar no Senhor. Mesmo com a expectativa de um castigo terrível, mas justo, determinado sobre a nação, os fiéis ainda poderiam não apenas esperar que o castigo produziria o arrependimento e a humilhação que redundariam na sua restauração, mas poderiam encontrar paz e segurança para enfrentar aquele terrível momento que ainda haveriam de enfrentar.
I – LIVRAMENTO E AÇÃO DE GRAÇAS (CC. 25-26) Nestes capítulos, o profeta celebra a fidelidade de Deus ao Seu eterno propósito de salvação, graças ao qual as aflições de Judá seriam passageiras, mas o Seu livramento redundaria em louvores e reconhecimento daqu’Ele que os havia salvado. De fato, o Senhor não abandonaria os fiéis mesmo no momento de maior aflição do Seu povo: “Porque foste a fortaleza do pobre e a fortaleza do necessitado na sua angústia”, mas chegaria a hora em que os livraria de todos os seus inimigos, fazendo cessar Sua ira (“a mão do Senhor descansará neste monte”, v. 10), e convertendo todos os povos, que antes andavam como que sob a cobertura de um véu e eram estranhos e inimigos dos filhos da promessa, trazendo-os ao monte do Senhor, para participarem junto de Judá do banquete da salvação (“E o Senhor dos exércitos dará, neste monte, a todos os povos, um banquete”, vv. 6-7, cf. Lc 1.68-75). Consideremos ainda que este livramento implica a destruição da morte, por ocasião da ressurreição – quando então o último inimigo do povo de Deus será aniquilado, seguindo-se a consolação de que fala o profeta (cf. 1 Co 15.24-26). No capítulo seguinte, o profeta exorta os fiéis a confiarem no Senhor, mesmo em meio às turbulências e inseguranças do momento em que viviam, e ante a expectativa do terrível juízo que estava preparado para a nação, pois Deus, sendo uma rocha eterna, não faz nada por capricho nem muda os Seus caminhos, mas é imutável em Seu caráter, e certamente dará paz e livramento ao que n’Ele confia. A exortação segue lembrando que, apesar de o ímpio e poderoso parecerem prevalecer, estes certamente seriam abatidos e os humildes, que confiam em Deus, exaltados (vv. 3-5; Sl 37.1-4, 9-11). Notemos como o profeta faz essa mesma consideração nos versos seguintes, exortando seus irmãos e discípulos a esperar no Senhor “até no caminho dos Seus juízos” (v. 8). Embora muitos pudessem aprender justiça com os juízos de Deus (v. 9), ele ainda expressa que o ímpio não é capaz de fazê-lo, permanecendo indiferente ao castigo – e isto para que o Senhor possa vingar o Seu povo contra eles (vv. 10-11). O capítulo 26 se encerra refletindo sobre a dispersão do cativeiro, cuja agonia e tristeza produziriam quebrantamento no povo, reconhecimento dos seus pecados, e despertamento para que buscassem e orassem ao Senhor. Contudo, o momento ainda seria de aflição, de modo que os fiéis são exortados à paciência e a esperar mesmo além da morte – exercida a vingança de Deus contra as nações, chegaria o tempo em que aqueles que dormiram sem receber a promessa seriam trazidos de suas sepulturas – seus “quartos” – de volta à vida, para recebê-la na eternidade (vv. 19-21; cf. Ap 6.9-11; Dn 12.1-3).
II – A ROCHA DE SALVAÇÃO DOS FIÉIS (CC. 27-28) A palavra continua fazendo referência ao tempo do juízo de Deus, quando o Senhor vingaria o Seu povo oprimido e castigado pelas nações, mas que agora o Senhor os preservaria e deles cuidaria como de uma vinha, pela abundância de fruto que ela produzirá (vv. 2-3). Apesar da dor e gravidade do castigo, uma vez esgotada, a ira do Senhor não se acenderia mais contra o Seu povo; a iniquidade teria sido expiada, e o povo reunido das terras distantes por onde andava disperso (vv. 9, 13). Em seguida, no capítulo 28, o profeta volta a fazer referência ao juízo a ser derramado sobre aquela geração, primeiro em Efraim – isto é, o reino do norte – que teria sua soberba abatida por um homem valente e poderoso – referência ao rei da Assíria. E, enquanto a coroa de soberba destes seria tirada, os de Judá poderiam ter no Senhor uma coroa de verdadeira glória se n’Ele confiassem; contudo, estes também não queriam se deixar admoestar. Na verdade, os restantes de Judá haviam sido admoestados e ensinados tão meticulosamente pelo Senhor, através dos profetas, que nenhum deles poderia ser considerado ignorante quanto à Lei de Deus, e o profeta como que se queixa sobre a quem mais deveria ensinar, tendo já o feito tão pontualmente: “Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento e mais mandamento; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali” (vv. 9-12). O texto volta a se referir à rocha ou pedra de salvação para os fiéis e na qual podiam descansar em meio às turbulências do castigo, mas aqui temos uma referência messiânica mais direta, uma vez que é Deus quem assentaria esta pedra em Sião – numa alusão figurada à manifestação do Salvador entre o Seu povo (v. 16; cf. Mt 21.42-44; At 4.10-12).
III – O ERRO DE NÃO SE CONFIAR EM DEUS NA ANGÚSTIA (CC. 29-30) Nos capítulos que propomos para este último tópico da lição, destacaremos dois erros cometidos por Judá e Jerusalém, em razão dos quais seu castigo tornou-se inevitável. O primeiro, no capítulo 29, pode ser encontrado no fato de que Jerusalém – aqui chamada de Ariel (“meu altar é Deus”, vv. 1-4) – se gloriava no fato de o templo do Senhor estar entre eles, a ponto de acreditar que seus pecados seriam tratados com benevolência ou mesmo não poderiam ser castigados por Deus, em razão da presença do templo e de toda a religiosidade conduzida ali – como se Deus pudesse ser “iludido” ou “obrigado”, por assim dizer, por uma devoção hipócrita. Mas, pelo contrário, sondando o que há no coração, o Senhor percebia a nítida oposição entre o que confessavam com suas bocas e o que seus corações maquinavam: “Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim” (vv. 13-16; cf. Mt 15.3-9). O segundo erro, no capítulo seguinte, está na confiança equivocada do povo no Egito, tanto nos dias em que os assírios se tornavam um poderoso império, como nos dias do domínio caldeu. O Senhor acusa Seus filhos de se precipitarem e, ao invés de se preocuparem com o conselho e a segurança da parte de Deus, preferiam confiar na força carnal do Egito, que era vã e faltaria no momento em que mais precisassem (vv. 1-3). Por terem esperado socorro de homens, e não em Deus – que encontrariam se tão somente se convertessem e n’Ele descansassem (v. 15) – não apenas o socorro que esperavam lhes faltaria, mas eles mesmos cairiam vergonhosamente ante o inimigo (v. 12-14).
CONCLUSÃO Seja no tempo da angústia ou da restauração, o Senhor está perto e deseja ser buscado e invocado pelo Seu povo. Confiemos n’Ele perpetuamente, seja quanto ao futuro de glória que Ele reservou a todos os que forem fiéis até o fim; seja quanto ao presente quando, aflitos ou angustiados por alguma adversidade, podemos encontrar n’Ele consolação e proteção, na certeza de que Ele faz todas as coisas segundo o Seu bom propósito para conosco.
PARA USO DO PROFESSOR