23 fevereiro 2023

009-Os Salmos Imprecatórios - Salmos Lição 09 [Pr Denilson Lemes]22fev2023

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LIÇÃO 9 

OS SALMOS IMPRECATÓRIOS 

TEXTO ÁUREO: “Ó Senhor Deus, a quem a vingança pertence, ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente!” (Salmo 94.1) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 58.1-11 

INTRODUÇÃO Mais de vinte salmos do Saltério caracterizam-se por linguagem veemente e violenta contra os ímpios, o salmista rogando a Deus a ruína e destruição daqueles que quebrantam a Lei e perseguem os justos. Essas expressões de imprecação – ou maldição – podem parecer chocantes e até exageradas para nós, cristãos, que somos ensinados a orar pelos nossos inimigos, e a abençoar, e não amaldiçoá-los. Mas veremos que não apenas o contexto e o estilo próprio desses salmos como a própria natureza e propósito das imprecações bíblicas justificam a sua existência no repertório de orações e louvores cristãos, e de modo algum contradizem o espírito do Evangelho. 

I – OS ÍMPIOS SÃO INIMIGOS DE DEUS E SERÃO CASTIGADOS (SALMO 58) A primeira consideração que devemos fazer ao ler os salmos imprecatórios é a respeito de quem são aqueles contra os quais o salmista dirige suas imprecações. Especialmente nestes salmos, os ímpios – isto é, aqueles que não temem a Deus e não obedecem à Sua lei – são descritos em suas ações e palavras, bem como em seus pensamentos e motivações, como corrompidos desde o nascimento, e no mais profundo do seu ser: “no coração forjais iniqüidade”, “alienam-se os ímpios desde a madre” (Sl 58.1-4; 140.2- 3). Não se trata aqui de uma descrição da depravação geral que todo homem herda ao vir a este mundo (cf. Rm 3.10-19). O salmista está antes retratando homens impenitentes em sua incredulidade e desobediência – aqueles que as Escrituras denominam ímpios, isto é, aqueles cuja natureza pecaminosa não é mitigada por uma consciência para com Deus – são como serpentes surdas que não podem ser controladas pelo encantador (cf. Sl 58.5). Que a prosperidade dos ímpios é passageira e subitamente será visitada com ruína, não apenas os imprecativos, mas diversos outros salmos descrevem, de modo a alertar o fiel quanto à aparência deste mundo (cf. Sl 37.1-2, 7-10). Nestes salmos, porém, essa visitação é instada pelo salmista junto a Deus, para que o justo possa se consolar na justiça e infalibilidade do Seu juízo: “O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio”, e saber que há uma recompensa para aquele que obedece ao Senhor: “Então dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo” (Sl 58.10-11). Ambos os sentimentos são perfeitamente coerentes com o Evangelho, uma vez que a justiça é do caráter e essência do próprio Deus, de modo que os santos devem desejar e se alegrar na sua execução, tanto ao condenar como ao salvar (cf. Mt 5.6; Ap 6.10; 19.1-3). É verdade que, à luz de uma revelação escatológica mais plena, sabemos que essa justiça está reservada para se manifestar, na sua plenitude, no último dia, na vinda de Cristo (cf. 2 Tm 4.1; Ap 22.11-12), enquanto a petição do salmista é de que essa visitação ocorra ainda nesta vida. Neste caso, ele expressa sua certeza de que Deus, sendo juiz de toda a terra e reservando-se ao direito de visitar os pecadores como e quando desejar, fará aquilo que Ele já tem feito há muitas gerações, visitando o pecado tanto de indivíduos como de povos ainda nesta vida. 

II – OS ÍMPIOS SÃO INIMIGOS DO POVO DE DEUS (SALMOS 35, 59, 69, 83) Um dos aspectos que mais se destaca nos salmos imprecativos é o desejo do salmista de se ver vingado por Deus contra os seus inimigos, aqueles que o perseguem e o afligem: “Pleiteia, Senhor, com aqueles que pleiteiam comigo” (Sl 35.1). Contudo, ele não o faz por algum senso de superioridade ou mérito próprio, mas, reconhecendo-se também um pecador, clama pela justiça de Deus contra aqueles que buscam a sua vida injustamente: “Porque sem causa encobriram de mim a rede na cova, que sem razão cavaram para a minha alma”, “falsas testemunhas se levantaram”, “tornaram-me o mal pelo bem” (Sl 35.7, 11- 12; cf. Sl 69.4-5). Sem dúvida aqui ele representa todo aquele que teme a Deus e n’Ele espera, mas é afligido pelo ímpio em seu momento de fraqueza, ou em razão da sua piedade. Daí também ele clamar pela vingança divina contra aqueles que afligem o seu povo, o povo eleito: “Pois não falam de paz; antes projetam enganar os quietos da terra” (Sl 35.20); “tu, pois, ó Senhor, Deus dos Exércitos, Deus de Israel, desperta para visitares todas as nações” (Sl 59.5, 11). Assim, os ímpios se mostram inimigos de Deus não apenas pelos pecados que cometem diretamente contra o Criador, mas pelas injustiças praticadas contra aqueles que são de Deus: “Porque eis que teus inimigos se alvoroçam... astutamente formam conselho contra o teu povo, e conspiram contra os teus protegidos” (Sl 83.1-4). Alguns se sentem perplexos diante das palavras pelas quais o salmista expressa o seu amor e zelo pela santidade de Deus: “Não aborreço eu, ó Senhor, aqueles que te aborrecem?” e “aborreço-os com ódio completo; tenho-os por inimigos” (Sl 139.21-22). Não há, porém, nenhuma dificuldade aqui, se considerarmos que não existe separação entre o homem e os seus atos – isto é, entre o pecado e o pecador. Aborrecer o pecado é aborrecer aquele que o pratica. Se arrependido e inclinado pela graça de Deus à prática da justiça, o pecador redimido deve ser amado; se, porém, permanece na impenitência, ele deve ser aborrecido, pois é aborrecido pelo próprio Deus: “O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a violência” (Sl 11.5; cf. Pv 15.9). É verdade que Deus demonstrou o seu amor para conosco sendo nós ainda pecadores, como afirma o apóstolo, mas dentro de um propósito eterno que redundaria em nossa eterna redenção do pecado. Não foi porque éramos pecadores, e sim apesar de sermos pecadores, dignos da Sua ira e castigo, que Ele nos amou e, por isso, nos salvou (Rm 5.6-8). Quando Jesus nos ensina a amar nossos inimigos, orar pelos que nos perseguem, bendizer os que nos maldizem, obviamente não se trata de amá-los por serem pecadores, mas sim amá-los à maneira do próprio Deus, usando de abnegação, paciência e misericórdia para com eles, para que porventura se arrependam dos seus caminhos e evitem a condenação certa do pecado (Mt 5.39-48; Tg 5.19-20). 

III – A VINGANÇA PERTENCE A DEUS (SALMO 94) Concluímos chamando a atenção para o fato de que, em momento algum, o salmista fomenta o sentimento de vingança carnal, mas antes a mortifica dirigindo-se sempre a Deus, como aquele que conhece os corações e que é o único que pode fazer verdadeira justiça (Sl 94.1-2). O poeta sagrado nos inspira a paciência, pois sabe, assim como nós, que a retribuição humana, carnal, pode resultar desastrosa e aumentar ainda mais a iniquidade no mundo (cf. Tg 1.19-20). A vingança, sendo prerrogativa de Deus, é uma promessa sobre a qual podemos descansar e vencer os dias maus, nos quais o ímpio possa prevalecer, ao mesmo tempo em que, fazendo o bem, nos elevamos na prática da justiça e exercemos o amor pelo qual alguns, assim como nós mesmos, poderão evitar a terrível sentença: “Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (Sl 94.12-13, 22-23; cf. Rm 12.19-21; 1 Ts 4.9). 

CONCLUSÃO Os salmos imprecatórios revelam o aborrecimento do próprio Deus pelo pecado e a Sua paciência em relação aos que o praticam; de modo algum Ele tem o culpado por inocente, e o pecador impenitente certamente sofrerá as terríveis e eternas conseqüências do seu caminho. Que a mensagem destes salmos nos inspire a paciência para sofrermos os dias maus em que os ímpios prevalecem neste mundo, bem como o verdadeiro amor que nos encoraja a repreender o pecador e assim, porventura, trazê-lo ao arrependimento e ao caminho da salvação.

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14 fevereiro 2023

008-Os Salmos Sapienciais 2ª Parte - Salmos Lição 08[Pr Denilson Lemes]14fev2023

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LIÇÃO 8 

OS SALMOS SAPIENCIAIS (PARTE II) 

TEXTO ÁUREO: “Muita paz tem os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço” (Salmo 119.165) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 119.1-8 

INTRODUÇÃO Nesta lição concluiremos o estudo dos salmos sapienciais procurando explicar o propósito e as principais lições do Salmo 119 – o salmo e capítulo mais extenso de toda a Bíblia Sagrada, e o que trata mais ricamente da relação do fiel com a Palavra de Deus. Longe de tentar expor o texto versículo a versículo, nosso intuito é acompanhar o desenvolvimento das idéias do salmista, demonstrando que toda a composição trata de uma experiência particular do poeta sagrado que, à luz da sabedoria divina, é explicada de modo a servir de modelo para todos nós. 

I – A FIDELIDADE E ANELO PELA LEI (VV. 1-88) Uma primeira consideração com respeito ao Salmo 119 está relacionada à estrutura peculiar e muito bem elaborada deste salmo. Seus 176 versículos estão divididos em 22 seções de 8 versos cada, cada seção denominada de acordo com uma das 22 letras do alfabeto hebraico – assim, a primeira seção (vv. 1-8) é denominada “alefe”, a segunda (vv. 9-16), “bete”, etc. A razão disto é que a primeira palavra hebraica de cada um dos oito versos de uma determinada seção começa com a mesma letra – assim, a palavra inicial de cada verso da seção “álefe”, por exemplo, começa com esta letra. Naturalmente, esse acróstico, de muita beleza poética e grande valor para a memorização do texto, perdeu-se através da tradução, mas ainda é possível identificarmos as 22 seções e basear nossa leitura e interpretação do texto sobre essa antiga divisão. Conforme analisarmos esses grupos, notaremos que este salmo é uma oração, onde o compositor se identifica como um jovem fiel (vv. 9, 99-100), que ama a palavra de Deus, mas sofre em meio a uma geração corrompida e escarnecedora, que o persegue e oprime (vv. 61, 83, 109); e, contudo, ele encontra seu conforto na palavra de Deus, ao mesmo tempo em que anela por livramento. Na seção álefe (vv. 1-8), o salmista começa proclamando, de modo semelhante ao salmo 1, que a verdadeira felicidade está em obedecer à palavra de Deus, pois somente assim é possível agradá-l’O: “louvar-te-ei com retidão de coração”, como também obter consolo na aflição: “não me desampares totalmente”. Em seguida, na seção béte (vv. 9-16), declara que, para não se deixar levar pelas disposições contrárias e enganosas do coração, ele se aplicou à palavra de Deus e se esforçou para guardá-la, a fim de purificar o seu caminho – “para eu não pecar contra ti – e pede ao Senhor que o ajude neste propósito: “não me deixes desviar”, “ensina-me os teus estatutos”, pois sua intenção é sincera: “de todo o meu coração te busquei”, “escondi a tua palavra no meu coração”, “folgo mais com os teus testemunhos”. Na seção guímel (vv. 17-24), ele pede ao Senhor entendimento: “desvenda os meus olhos”, “não escondas de mim os teus mandamentos”, pois tem meditado na palavra mesmo sob o escárnio e desprezo dos ímpios, e correndo o risco de ser perseguido pelos poderosos. Na seção dálete (vv. 25-32), acrescenta que depende totalmente de Deus não apenas para obter entendimento, mas para ser vivificado e fortalecido para obedecer à palavra: “correrei pelo caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração”; e na seção seguinte, hê (vv. 33-40), expressa o desejo de perseverar até o fim, se tão somente o Senhor lhe der, além de entendimento, graça para rejeitar o pecado, que tanto teme cometer: “dá-me entendimento, e guardarei a tua lei”, “faze-me andar na verdade dos teus mandamentos”, “inclina o meu coração a teus testemunhos e não à cobiça”. Deste modo, na seção vav (vv. 41-48), ele promete confessar perante os homens a lei que tanto ama e na qual tanto se alegra: “terei que responder ao que me afronta”, “também falarei dos teus testemunhos perante os reis, e não me envergonharei”. Na seção záin (vv. 49-56), o salmista expressa sua esperança em Deus, pois, embora aflito e indignado com o desprezo dos ímpios pela lei, ele se lembra dos juízos passados e assim se consola e é vivificado para se manter fiel à palavra: “Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou”. Oprimido pelos ímpios, como cita na seção hête (vv. 57-64), ele confessa: “eu não me esqueci da tua lei”, e, ao invés de negociar sua fidelidade para agradar aos ímpios, ele afirma que preza apenas a companhia dos justos. Ele reconhece, na seção tête (vv. 65-72), que suas aflições têm servido a um bom propósito: “Antes de ser afligido, andava errado; mas agora guardo a tua palavra”, depois disso passando a desejar a lei de Deus mais do que o ouro e a prata. Mas, por outro lado, na seção iode (vv. 73-80) deseja alívio para suas aflições, e que aqueles que deram testemunho da sua perseverança em Deus debaixo da aflição também testemunhem a benignidade divina para com ele. De fato, este anelo irrompe na seção cafe (vv. 81-88) como uma súplica de alguém que suportou tempo demais sua aflição, mas ainda assim espera em Deus, sabendo que Ele não faltará com a promessa: “Quando me consolarás tu?”, “ajuda-me!”. 

II – SABEDORIA, ENTENDIMENTO, PRUDÊNCIA E CERTEZA DO JUÍZO (VV. 89-144) O salmista celebra a fidelidade e poder de Deus manifesto através da palavra, e a grande alegria que encontrava na profundidade inescrutável do seu entendimento: “o teu mandamento é amplíssimo” – isto na seção lâmede (vv. 89-96). Na seção mêm (vv. 97-104), fala do seu amor pela palavra, pois através dela ele se tornou sábio e entendido, “mais sábio que meus inimigos”, “mais entendido do que todos os meus mestres”, “mais prudente do que os velhos”. Mesmo em meio a sua atual aflição, ele não poderia se apartar do testemunho de Deus, pois a palavra é a lâmpada para os pés e a luz para o caminho, como testifica na seção nun (vv. 105-112). Ao contrário daqueles que se retiram de Deus pela sua duplicidade, na seção sâmeque (vv. 113-120) o salmista reafirma sua esperança e segurança no Senhor, na Sua palavra, certo de que Ele não faltará e não o envergonhará; e relembra o juízo que aguarda os apóstatas: “Tu desprezas a todos os que se desviam dos teus estatutos”, “tu tiraste da terra, como escórias, a todos os ímpios”. Na seção ain (vv. 121-128), suplica que Deus não permita ser ele entregue nas mãos de seus inimigos, e que não tarde em fazer justiça ao Seu servo e visitar a infidelidade dos maus; na seção pê (vv. 129-136), acrescenta o quanto tem sido zeloso pela lei, angustiando-se com a desobediência dos homens, a ponto de ser consumido pelo seu zelo, como afirma na seção seguinte, tsadê (vv. 137-144). 

III – SÚPLICA E ESPERANÇA NA CERTEZA DO SOCORRO DIVINO (VV. 145-176) Aproximando-se do fim de sua oração sapiencial, o salmista mantém-se firme em sua petição e lembra, na seção cofe (vv. 145-152), como tem clamado ao Senhor e sido confortado pela certeza da Sua proximidade, na medida em que O busca na palavra: “esperei na tua palavra”, “tu estás perto, ó Senhor”. Na seção seguinte, rexe (vv. 153-160), embora afligido pela quantidade e força dos seus perseguidores, o que o levou a expressar sua ansiedade pelo livramento, ele não se desespera, pois sabe quantas são as misericórdias e os juízos do Senhor. Na seção chim (vv. 161-168), reafirma seu aborrecimento pela transgressão e seu amor pela lei, bem como a alegria e paz que colhia dessa sincera devoção à palavra de Deus; e finalmente, na seção tau (vv. 169-176), conclui exprimindo seu desejo de que sua súplica seja ouvida e atendida brevemente pelo Senhor; o salmista promete anunciar a palavra e louvar a Deus pela salvação de sua vida, a qual compara, pela gravidade da sua aflição, à ovelha desgarrada que é buscada e resgatada pelo pastor: “Desgarrei-me como a ovelha perdida; busca o teu servo”. 

CONCLUSÃO Apesar de sua extensão, o Salmo 119 apresenta uma linha de pensamento muito clara e instrutiva, orientando-nos a buscar ao Senhor na Sua palavra, pois, em meio à aflição, é na palavra que encontraremos instrução, consolação e a certeza de que Deus está conosco independentemente das circunstâncias exteriores, e que não nos faltará, mas cumprirá tudo o que prometeu em Sua palavra, segundo o Seu bom propósito para conosco.

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11 fevereiro 2023

007-Os Salmos Sapienciais 1ª Parte - Salmos Lição 07[Pr Denilson Lemes]07fev2023

 

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LIÇÃO 7 

OS SALMOS SAPIENCIAIS (PARTE I) 

TEXTO ÁUREO: “A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.” (Salmo 19.7) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 1.1-6 

INTRODUÇÃO Relacionados com outros salmos de caráter sapiencial, os salmos 1, 19 e 119 se destacam por tratarem da lei do Senhor, isto é, da Palavra de Deus não apenas em seu aspecto legal ou mosaico, mas no seu aspecto mais amplo de revelação da vontade de Deus para o Seu povo e, portanto, como a única fonte da verdadeira sabedoria. No primeiro salmo, fala-se sobre a meditação na lei como o distintivo do fiel; no de número 19, a lei é louvada pela sua perfeição; e no 119, o mais extenso de todos os salmos, o salmista reflete sobre os mais diversos aspectos da relação ou atitude do fiel para com a lei do Senhor. 

I – A VERDADEIRA FELICIDADE ESTÁ NA LEI DO SENHOR (SALMO 1) Neste primeiro salmo, o poeta sagrado nos ensina a não nos deixarmos enganar pela aparência daqueles que vivem alienados do Senhor, pois, embora seu modo de vida pareça tranquilo e “convidativo” ao coração do homem natural, eles são nada menos que ímpios (não amam a Deus), pecadores (desobedecem a Deus) e escarnecedores (zombam de Deus). Como poderia o homem ser bemaventurado (feliz) seguindo conselhos onde não há sabedoria, caminhos onde não há obediência e atividades sociais onde não há lembrança ou consideração daqu’Ele que criou todas as coisas, e dispensa, segundo a Sua providência e misericórdia, tanto aquilo que é necessário para o sustento de nossas vidas, como o excedente que nos proporciona abundância, e nos permite nos alegrarmos nesta vida debaixo do sol? Não é feliz aquele que se deixa enganar pela aparência de felicidade do mundo, que não conhece a Deus; mas é verdadeiramente feliz aquele que busca conselho, que segue o caminho e que se entretém na lei do Senhor: “Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (v. 2; cf. 1 Jo 2.15-17). Em outras palavras, é como se o salmista dissesse que tudo aquilo que poderíamos, enganados, buscar em homens que não conhecem a Deus, encontramos verdadeira e unicamente no Senhor, que nos proveu uma lei – isto é, um conselho a ser seguido, um caminho a ser trilhado e uma roda na qual devemos nos demorar assentados (meditando de dia e de noite) a fim de compreendermos o seu sentido profundo e suas aplicações em todos os aspectos de nossa vida. Segue-se então uma comparação entre a aparente alegria do ímpio (no sentido geral e que inclui as demais usadas no primeiro verso) e a verdadeira felicidade do justo. A ilustração é muito vívida e evocativa: “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas...” (v. 3); o justo é feliz porque na lei do Senhor ele encontra tudo de que precisa para prosperar em seus caminhos e, obedecendo à vontade de Deus, ele estará vivendo de acordo com o verdadeiro propósito da sua existência – esta felicidade de modo algum poderá ser tirada dele, se perseverar neste caminho até o fim. O ímpio, por sua vez, é comparado à moinha, ou seja, à casca dos grãos debulhados na eira que é levada pelo vento; a felicidade dos ímpios pode ser aparente e de início até mais “atrativa”, ao passo que a do justo se deriva da obediência, perseverança e paciência – que são contrárias à natureza humana decaída. Mas tal felicidade rapidamente se esvai, trocando de foco, porque está baseada em coisas que passam e se acabam, e não no que é eterno – isto é, na lei do Senhor. O ímpio não se apercebe da transitoriedade das suas alegrias, e descobrirá, para sua desgraça, que até o que parece ter um dia lhe será tirado de uma vez por todas, porque “os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos” e “o caminho dos ímpios perecerá” (vv. 5, 6; cf. Sl 37.9-11; 35-36). 

II – A PERFEIÇÃO DA LEI DO SENHOR (SALMO 19) Neste salmo, o propósito de Davi é exaltar as perfeições de Deus tanto na criação, que revela a Sua glória, como na lei, que revela a Sua justiça, bondade e graça para com aqueles que O temem. Na primeira parte (vv. 1-6), o salmista nos convida a contemplar, deslumbrados, o firmamento e o seu exército, que, no seu conjunto, refletem, ainda que em miniatura, a glória do Criador. A ordem e constância dos fenômenos estelares que se sucedem no céu, seja o nascer e o por do sol, seja o “movimento” das estrelas e constelações, testemunham, sem palavras, que todos foram criados com sabedoria, ordem, e propósito; os benefícios que os seres viventes derivam da influência desses astros – como o calor do sol aqui citado – por sua vez, ilustram a bondade e misericórdia de Deus para com a criação na terra, especialmente o homem (cf. At 14.15-17; Rm 1.18-21; Sl 8.1-4). A partir do testemunho da criação, o salmista facilmente passa à contemplação da glória e bondade de Deus manifestas na Sua Lei (vv. 7-11). Embora possa ser conhecido, em Seu poder, providência e divindade, através das coisas que estão criadas; aprouve a Deus conceder ao homem uma revelação de Si mesmo através da palavra escrita, e esta revelação, ao contrário do testemunho da criação, é perfeita, pois, se a primeira foi corrompida pela queda, no sentido de que o homem perdeu sua capacidade de discernir e instruir-se através do testemunho “natural”; a lei de Deus é eficaz para refrigerar a alma, isto é, para convertê-la, e fiel para que até os mais simples e ignorantes sobre tudo o mais aprendam e vivam em obediência à Sua vontade, tornando-se verdadeiramente sábios. Ao contrário dos caminhos sinuosos e incertos daquele que segue sua própria vontade, a lei de Deus é reta, porque nela temos revelada tanto a vontade do Criador como as consequências de se obedecê-la, e daí podemos derivar verdadeira alegria, na medida em que podemos viver de tal modo a ter uma consciência tranquila diante do Criador. Por outro lado, ao contrário da religiosidade humana, o temor do Senhor é puro e Seus juízos, verdadeiros e justos. E assim o salmista conclui exaltando a lei como devendo ser de valor inestimável para aqueles que amam a Deus, tal como o ouro fino; e fonte de prazer e satisfação inesgotável, tal com o mel e o licor dos favos (cf. Sl 12.6). 

III – AS RIQUEZAS DA LEI DO SENHOR (SALMO 119) Devido à extensão e variedade de temas relacionados à observância da lei de Deus implicados neste salmo, propomos estuda-lo textualmente na próxima lição. No presente tópico, queremos apenas ressaltar a importância que esta composição, por ser a mais extensa e mais elaborada de todo o Saltério, dá à Palavra de Deus. A começar pelo fato de que aqui ela é denotada sob vários nomes: lei, testemunhos, preceitos, caminho, juízos, mandamentos, estatutos, justiça e palavra propriamente – o que indica a abrangência e os desdobramentos da revelação divina sobre diversos aspectos da vida. Ao mesmo tempo em que é um salmo que exorta os fiéis, de todas as idades e sob as mais diversas circunstâncias, a acudirem para a palavra em busca da satisfação das necessidades de suas almas; também é uma composição pessoal, onde o salmista expressa sua mais profunda e sincera afeição pela palavra, como pelo próprio Deus – de fato, a palavra aqui é exaltada, amada, buscada e adorada como o próprio Deus (cf. Sl 138.2).,

CONCLUSÃO Os salmos 1, 19 e 119 são os mais representativos dos salmos sapienciais, pois exaltam a lei de Deus e a estabelecem como o fundamento e a fonte mesma daquela sabedoria que orienta nossos pensamentos e nossas ações a um viver de acordo com a vontade divina.

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