31 dezembro 2020

001-Sabedoria de Deus para a vida - Tiago Lição 01[Pr Afonso Chaves]29dez2020

 
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 LIÇÃO 1 

SABEDORIA DE DEUS PARA A VIDA 

TEXTO ÁUREO: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.” (Tg 1.5).

LEITURA BÍBLICA: TIAGO 1.1-12 

INTRODUÇÃO Neste trimestre estudaremos a epístola de Tiago. Muito diferente das outras epístolas do Novo Testamento, a carta de Tiago trata da vida cristã no seu aspecto mais prático do que doutrinário, embora sem separar um do outro. O escritor se preocupa com a boa conduta, com um viver genuíno e em coerência com a sã doutrina do evangelho, com a aquisição da verdadeira sabedoria para a vida, a sabedoria de Deus. Assim, encontraremos aqui muitas orientações que nos farão lembrar as palavras de nosso Senhor Jesus no Sermão do Monte, ou as dos sábios registradas em Provérbios e Eclesiastes. 

I – TIAGO E OS FIÉIS EM PROVAÇÃO (VV. 1-4) Há pouca informação na epístola para determinarmos maiores detalhes sobre quem foi o seu autor e os seus destinatários originais. No Novo Testamento encontramos pelo menos três discípulos de Jesus chamados de Tiago: dois pertenciam ao grupo dos doze apóstolos e o outro era irmão do Senhor (Mt 10.2-3; Gl 1.19). Quanto a Tiago, filho de Zebedeu, irmão de João, foi morto a mando de Herodes num momento relativamente recente da pregação do evangelho, ao passo que a epístola foi escrita quando os fiéis já estavam “dispersos” (At 8.1; 12.1-2). Embora não possamos afirmar nada de certo a respeito do filho de Alfeu, o perfil do autor se encaixa mais com o de Tiago, irmão de Jesus, pois sabemos que este foi um líder de grande sabedoria e reputação na igreja, como se pode notar em seu discurso durante o concílio de Jerusalém e na orientação dada a Paulo quando da última visita deste àquela cidade (At 15.13-21; 21.18-25; cf. Gl 2.9). Tiago escreve às “doze tribos que andam dispersas” – que é uma referência à dispersão dos hebreus após a destruição das dez tribos do norte e do cativeiro das duas tribos do sul; e, mais recentemente, à dispersão dos judeus que haviam crido em Jesus após a morte de Estêvão. A dispersão representava para o judeu a triste condição sob a qual ele labutava como estrangeiro em terras estranhas, longe da sua pátria, longe da casa de Deus. Mas, uma vez que a igreja é o “Israel de Deus” (Gl 6.16), a designação é usada em alusão à sua peregrinação neste mundo, pois os crentes, quer sejam judeus ou gentios, estão longe da sua verdadeira pátria – a celestial – e sujeitos ao sofrimento, perseguição e dificuldades enquanto trilham nas terras estranhas neste mundo (cf. 1 Pe 1.1-2; 2.11). Portanto, é a um povo de Deus aflito e confrontado pelas adversidades desta vida que Tiago dirige suas palavras. Lembrando os ensinos de Cristo Jesus, o sábio servo de Deus aconselha: “Tende grande alegria quando várias tentações vos forem enviadas”. A palavra “tentação” aqui tem o sentido de provação, teste, como esclarece o verso seguinte: “a prova da vossa fé”. Enquanto o homem natural procura fugir de qualquer situação que lhe traga o senso de sua impotência e fragilidade, daquilo que o amor à própria vida considera ruim ou prejudicial, buscando a felicidade nos poucos, frágeis e temporários sucessos que alcança nesse sentido; a sabedoria divina nos ensina a chamar tais coisas de “provações” e vê-las como necessárias para a aquisição da verdadeira felicidade (cf. Mt 5.10-12). O homem natural tende a murmurar das aflições que não consegue evitar, ao passo que o fiel, mantendo tenazmente sua fé na bondade de Deus, extrai das dificuldades o aperfeiçoamento espiritual, que aqui Tiago resume na palavra paciência, e que redundam na aprovação da fé (compare com Rm 5.3-5; 8.24-28).  

II – A SABEDORIA DE DEUS (VV. 5-8) O homem natural não é capaz de compreender as coisas sob a ótica da sabedoria divina (cf. Mt 16.23; 1 Co 2.14-15); mas, muitas vezes, essa compreensão também escapa aos crentes, se não completamente, ao menos na medida necessária para lidar com circunstâncias que pareçam exceder os limites da sua disposição para resistir. Ao que Tiago responde lembrando a liberalidade e boa vontade de Deus em suprir essa falta a todos os que a pedirem – afinal, a sabedoria divina nada tem a ver com conhecimento intelectual, nem com experiência de vida, nem pode ser comprada com bens materiais, pois o seu valor é inestimável e ela só pode ser achada por aqueles que temem a Deus e desejam viver de acordo com os Seus mandamentos e assim experimentar a única felicidade permanente possível nesta vida (cf. Pv 1.7, 2.6-7, 3.13-18; 8.34-35). É interessante notar que muitos estão prontos a crer piamente e “determinar” o fim de uma dada adversidade, desprezando a oportunidade de crescer espiritualmente; e, por isso mesmo, têm dificuldade em valorizar e buscar com fé a sabedoria divina, tão preciosa para julgar tais situações, para perseverar, para se alegrar na esperança da aprovação, para discernir o escape oportuno vindo de Deus. Por isso somente aquele que pede sabedoria com fé a receberá – somente aquele que é sincero e não duvida da bondade divina, que ama verdadeiramente o Senhor e não se entrega ao “desânimo” e à desesperança ante a incerteza ou aparente gravidade da sua aflição (cf. Hb 11.6; 1 Co 13.4-7). 

III – A VERDADEIRA GLÓRIA DO FIEL (VV. 9-12) As palavras deste verso parecem refletir algo das provações que sobrevinham aos crentes da dispersão; muitos deles deviam padecer pobreza ou até miséria, agravada pelas injustiças, abusos e escárnios dos ricos (cf. Tg 2.6). Mas, como o sábio servo do Senhor havia exortado, que o fiel, pobre quanto às coisas deste mundo, julgue sua condição à luz da sabedoria do Senhor e se preocupe em abastecer seu coração com as riquezas do Seu conselho. Se entender que essa e outras condições aflitivas são para o seu aprimoramento espiritual e que a prova da sua fé terminará com o glorioso coroamento para a vida eterna, então sua condição não é de abatimento, mas de exaltação, sobre o que ele deveria se gloriar no Senhor (cf. 2 Co 4.16-18; 1 Pe 4.12-14). A sorte daquele que é rico quanto aos bens desta vida, mas não para com Deus, é exposta aqui mais como um alerta aos fieis do que para satisfazer qualquer senso de vingança ou desejo de que os impios sejam decepcionados pelo caminho que escolheram. A palavra é dirigida aos fieis para alertá-los de que não devem cobiçar o caminho do rico, cumulando-se de tesouros para evitar toda adversidade que possa lhes sobrevir. O apóstolo cita a comparação feita por Deus em Isaías para ilustrar que a esperança e os esforços do rico são tão inúteis como a flor de uma erva sob o sol: toda a pompa, poder e beleza facilmente se esvaecerão juntamente com aqueles que confiam nessas coisas (cf. Mt 6.19-24; Lc 6.24-25; 12.15-21; 1 Tm 6.17). 

CONCLUSÃO Nosso Senhor Jesus já nos preveniu, e volta e meia a experiência cotidiana nos lembra que neste mundo teremos aflições. Se não quisermos ser insensatos nem agir como crianças na fé que rejeitam a correção do Pai, busquemos a sabedoria divina e aprendamos a nos alegrar na esperança de coisas verdadeiras e eternas, que jamais serão tiradas de nós por nada nem ninguém nesta vida.

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24 dezembro 2020

013-Judas. Um chamado a batalhar pela fé - Judas Lição 13 [Pr Afonso Chaves]22dez2020

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LIÇÃO 13 

JUDAS, UM CHAMADO A BATALHAR PELA FÉ 

TEXTO ÁUREO: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd 3). 

LEITURA BÍBLICA: JUDAS 1-7 

INTRODUÇÃO Na lição anterior, estudamos o último capítulo de Levítico, e assim encerramos o estudo deste livro com uma consciência mais esclarecida quanto à santidade de Deus e o seu alcance e implicação sobre todos os aspectos da nossa relação com Ele, ilustradas na precisão, solenidade e riqueza de significado do culto levítico. Na lição de hoje, estudaremos a Epístola de Judas – um texto breve que, embora distante no tempo daquela escritura mosaica, trata de um assunto muito pertinente à aplicação do que aprendemos sobre a santidade divina: como combater contra tudo o que possa nos levar ao abandono da fé e como preservar essa fé em um coração puro e incontaminado. 

I – A BATALHA DA FÉ (VV. 1-7) O escritor começa por apresentar-se como Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, o que nos permite identificá-lo, primeiro, como um apóstolo (cf. Tg 1.1; 2 Pe 1.1). Assim como Pedro e Tiago, que também eram oriundos do judaísmo, Judas dirige sua exortação primariamente a comunidades cristãs onde prevalecia o elemento judaico, haja vista que pressupõe de seus leitores o conhecimento prévio das passagens que cita do Antigo Testamento para fundamentar sua exortação, e até de alguns detalhes provavelmente conhecidos apenas por tradição. É provável que sua epístola esteja entre os escritos mais tardios daquela geração, pois cita os apóstolos como homens que já haviam passado por eles e cuja palavra acerca de futuros tempos difíceis começava a se cumprir (vv. 17-18). Não é por isso, contudo, que sua palavra escrita deixaria de ter igual autoridade e inspiração – assim como os apóstolos, ele também se via incumbido da responsabilidade de preservar e inculcar a doutrina da salvação comum nas igrejas sob os seus cuidados; e, se a necessidade do momento era de batalhar pela fé, era com igual autoridade que os exortaria a entrar nesse combate. A expressão “batalhar pela fé” denota um aspecto do viver cristão já conhecido em outros escritores sagrados (cf. 2 Tm 2.1-5) – o de que, embora a graça e o conhecimento de Cristo Jesus pelo Evangelho sejam um dom concedido e conservado em nossa posse por virtude do amor e misericórdia de Deus, a certeza de que temos verdadeiramente recebido esse dom se consolida na nossa consciência não sem um grande embate de forças onde o Espírito deve prevalecer, vencer a carne constantemente (cf. Gl 5.16-17; Rm 8.9-16). A fé é um bom e precioso depósito que não podemos conservar intacto e seguro simplesmente deixando-a estar por si mesma, mas é necessário diligência para não deixá-la ser “dilapidada”, por assim dizer, pelos seus inimigos; e, se despojados dela, estaremos derrotados e privados de toda esperança da vida eterna (1 Tm 1.18-19; 2 Tm 1.14; Ap 3.11). O apóstolo então se adianta, a propósito do assunto, destacando que é sobre um tipo de inimigos da fé que ele irá tratar – os falsos profetas que vinham se introduzindo no meio da igreja (v. 4). São citados três exemplos como testemunho de que a graça de Deus não deve ser tratada levianamente, mas pode ser corrompida e perdida pelo mau uso e negligência, até tal situação converterse em motivo de ruína para os que outrora haviam sido favorecidos pela misericórdia divina: os israelitas que foram resgatados do Egito e pereceram pela incredulidade; os anjos que receberam um principado e foram entregues a cadeias eternas e de escuridão por abandoná-lo; Sodoma e Gomorra que habitavam nas verdes e abundantes planícies do Jordão, mas foram destruídas pelo fogo por terem se entregado à imoralidade. 

II – O PERIGO DOS FALSOS PROFETAS (VV. 8-19) Tendo declarado que o perigo de perder a graça de Deus por negligência e abandono da “militância” pela fé que nos foi dada, o apóstolo se volta para um dos muitos perigos que se afiguram entre as hostes da maldade que procuram nos despojar: os falsos mestres. Que haveria falsos cristãos nas igrejas, e que desses alguns seriam falsos mestres, todos estavam e estão cientes – é um sinal do fim dos tempos e um meio pelo qual Deus prova os que são fiéis (2 Pe 2.1-3; 1 Jo 2.18-21). Mas aqui, Judas quer sublinhar o caráter perverso e terrível desses homens, e o quanto a sua influência pode ser perniciosa para a igreja. Em primeiro lugar, são indivíduos libertinos, que fazem da graça pretexto para o pecado, perdendo todo o senso da santidade da fé, pois contaminam a sua carne e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais, se corrompem (vv. 4, 8, 10). Abandonar a santidade é rejeitar a autoridade divina, que nos recomenda: “Sede santos, porque eu sou santo”, e a consequência disso é a indisposição em se submeter a qualquer outra forma de autoridade, mesmo quando justa e razoável; o contraste com a atitude do arcanjo Miguel ressalta ainda mais a tolice de tais homens – pois nem mesmo ele, com toda a sua autoridade nos escalões espirituais, não deixou de reconhecer que acima de todos está Deus, o qual somente Ele pode julgar com justiça os atos daqueles que fazem mal uso do poder que lhes foi confiado (cf. Rm 13.1-5). Lembrando que falsos profetas são, antes de tudo, falsos cristãos, o apóstolo ainda descreve, através de fortes comparações, a condição desses homens em meio à comunidade cristã: toda a semelhança e coincidência de atitude ou palavras com os irmãos não passa de mera aparência, aparência que mal pode disfarçar o seu verdadeiro caráter aos olhos dos fiéis. Mas essa aparência será finalmente removida e o seu fim tenebroso será público diante de todos. Cabe então lembrar que a existência de tais homens no meio do povo de Deus é um sinal do fim dos tempos – sinal esse predito desde os tempos mais remotos da raça humana, tais como os dias de Enoque; e, para maior confirmação, lembrar a palavra mais recente dos apóstolos, que disseram que “no último tempo, haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências”. 

III – AS ARMAS DA NOSSA BATALHA (VV. 20-25) O escritor sagrado conclui sua breve missiva exortando os fiéis a uma aplicação cuidadosa e constante no sentido de preservar a graça de Deus – atitude essa expressa nas palavras “edificando-vos”, “orando, “conservai-vos”, “esperando”. Trata-se de um combate, de uma batalha pela fé, como logo de início foi declarado; para combater, são necessárias armas – armas espirituais, para resistir e debelar as forças da maldade (cf. Fp 1.29-30; Ef 6.10-18; 2 Co 10.4-5). E, enquanto o comportamento dissoluto dos falsos cristãos representa perigo para os demais, manchando e contaminando suas festas de caridade; a atitude do cristão espiritualmente combativo sempre se reflete em benefício para o próximo, particularmente os que foram privados de forças em razão da dúvida (Hb 12.12-13). Faz parte da caridade cristã dispensar a estes os cuidados espirituais para que possam se levantar e voltar ao combate, mas nunca ignorando que o poder para levantar os caídos vem do mesmo Deus que sustenta os que ainda estão de pé, portanto, não há lugar para presunção e confiança em si mesmo ante os perigos que se afiguram à fé (cf. Gl 6.1-2; Tg 5.19-20; 1 Co 10.12). 

CONCLUSÃO Bem descreveu o apóstolo: a fé é santíssima. Para nós que não vivemos mais no tempo das sombras, mas que neste trimestre aprendemos tanta coisa sobre o cuidado dispensado às coisas santíssimas a Deus, que possamos nos propor uma atitude de maior zelo, devoção e interesse por tudo o que esteja relacionado a essa fé depositada em nossos corações e nos considerar consagrados por Deus para viver às portas desse verdadeiro santuário, prontos para atender a todos os serviços necessários para conservá-la sempre como o nosso mais puro e precioso tesouro.

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17 dezembro 2020

012-A Lei das coisas consagradas a Deus - Levítico Lição 12[Pr Afonso Chaves]15dez2020


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 LIÇÃO 12 

A LEI DAS COISAS CONSAGRADAS A DEUS 

TEXTO ÁUREO: “Pagarei os meus votos ao Senhor; que eu possa fazê-lo na presença de todo o meu povo.” (Sl 116.18). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 27.1-13 

INTRODUÇÃO Estudando o livro de Levítico, aprendemos que o Senhor tem grande interesse e apreço pelo culto que o Seu povo deseja Lhe prestar, mas que não podemos oferecer a Deus qualquer coisa de qualquer maneira; é Ele quem estabelece onde, quando e como deseja ser cultuado. Neste último capítulo, no entanto, encontramos uma abertura maior na adoração levítica, onde surge a possibilidade para aqueles cujo coração, movido para se expressar além da liturgia “comum”, desejasse oferecer ao Senhor algo mais íntimo ou particular daquilo que era seu. Do mesmo modo, aqui temos providências para eventuais “ponderações” e observações quanto a coisas que, por sua natureza ou por instituições anteriores, já haviam sido consagradas a Deus. 

I – A AVALIAÇÃO DAS COISAS CONSAGRADAS A DEUS (VV. 1-27) Não precisamos nos estender sobre as razões pelas quais qualquer pessoa que verdadeiramente conhece a Deus, seja o israelita no passado ou o cristão hoje, deveria se sentir impelida a dedicar a Deus, na forma de voto, algo que tenha para oferecer do que possui, inclusive sua própria vida; afinal, tudo o que somos e temos nos foi dado graciosamente por Ele, e jamais poderíamos Lhe retribuir à altura dos Seus benefícios (Sl 116.12). Por outro lado, mesmo todas as coisas sendo Suas, o Senhor ainda admite que Seus servos, no intento de alcançar alguma bênção particular, façam votos, envolvendo posses particulares, pessoas sob sua responsabilidade ou suas próprias vidas. Alguns casos apresentados nas Escrituras podem ser polêmicos, mas todos são situações amparadas nos princípios da relação de bondade e beneficência de Deus para com aqueles que buscam n’Ele a provisão de Suas maiores necessidades, ou socorro em momentos de angústia (cf. Gn 28.20-22; Jz 11.30-32; 1 Sm 1.11). Podemos dizer também que o voto é uma expressão legítima de amor e confiança em Deus, devendo partir da liberalidade e voluntariedade do coração daquele que O serve (Sl 50.14). O texto apresenta o que poderiam ser os objetos mais comuns sujeitos ao voto de um israelita: pessoas sob sua responsabilidade ou bens como animais, casas e campos. No primeiro caso, embora não haja muitos elementos no texto para definirmos em que consistia essa consagração, notemos que devia ser feita uma estimação do valor do indivíduo apresentado ao Senhor, e então esse dinheiro era entregue aos sacerdotes em lugar do indivíduo. Daí a ressalva de que a avaliação devia ser na proporção da capacidade financeira do israelita que fez o voto (v. 8). Observe-se ainda que o “valor do voto” era maior no caso de indivíduos dentro da faixa etária de vinte a sessenta anos – a idade ideal para o serviço (vv. 3-4; cf. Ex Nm 1.3; 4.3; 8.24). No caso de animais, casas e campos, entende-se que a avaliação do que era consagrado ao Senhor era o preço pelo qual deveria ser vendido e o valor entregue aos sacerdotes; havia possibilidade de aquele que fez o voto resgatar o bem do voto, mas à custa não apenas da estimativa feita pelo sacerdote, mas do acréscimo de um quinto – uma forma de preveni-los contra a precipitação ou leviandade ao realizar um voto ao Senhor (cf. Dt 23.21-22; Ec 5.4-5). Do contrário, se não fosse resgatado, o que era santificado pelo voto e vendido pela estimativa do sacerdote não poderia retornar ao seu antigo proprietário (v. 20), ficando assim selada a consagração do objeto do voto ao Senhor. 

II – A SANTIDADE DAS COISAS CONSAGRADAS A DEUS (VV. 28-29) Aqui as Escrituras tratam de uma forma diferente e mais grave de dedicação ao Senhor, perceptível no uso da palavra “consagrado”, em lugar de “santificado” ou simplesmente “ao Senhor”, como se diz dos objetos de voto nos versos anteriores; e cuja diferença também se nota pelo fato de que, enquanto as coisas consagradas pelo voto podiam ser vendidas ou resgatadas, aquelas que eram consagradas por essa dedicação eram consideradas coisas “santíssimas” a Deus – não podiam ser vendidas nem resgatadas. Poderíamos associar a esta forma de voto alguns casos citados nas Escrituras onde o povo de Deus dedicava ao Senhor cidades inimigas a serem conquistadas, com todos os seus pertences e habitantes, sob a designação de “anátema” (cf. Js 6.17; Nm 21.2). Entendamos que nosso relacionamento com Deus também envolve duas formas de dedicação: uma, voluntária, abrangendo aspectos da nossa vida onde é necessária maior comunhão e afinidade espiritual com o Senhor a fim de compreender precisamente a Sua vontade e alcançar graça para cumpri-la; e outra, peremptória ou inalienável, que diz respeito à própria posse que o Senhor tem sobre nós tanto por direito de criação como de aquisição por Cristo Jesus – sendo esta o fundamento do qual todos os demais votos e ofertas consacratórias da nossa vida dependem (cf. Rm 12.1-2; 2 Co 5.14-16). 

III – A SANTIDADE DOS DÍZIMOS (VV. 30-33) Finalmente, o Senhor declara alguns aspectos dos dízimos que estavam relacionados ao assunto aqui tratado. Como os israelitas ainda não haviam chegado a Canaã, a lei dos dízimos não havia ainda sido definida quanto ao tempo e ao modo da sua entrega, embora a prática fosse já conhecida do povo de Deus (cf. Gn 14.19-20; Dt 14.22-26; 26.12). Segue-se, então, que a entrega dos dízimos, em suas diversas formas, era prática que reconhecia a posse de Deus sobre o fruto da terra, que abundantemente ele fazia brotar para sustento dos filhos dos homens, e, portanto, não podia ser objeto de voto ou consagração particular. Como no caso dos objetos ou criaturas dedicadas pelo voto, deviam ser revertidos para fins santos; mas, por outro lado, não havia proibição quanto ao que havia sido dizimado, desde que se acrescentasse o valor monetário correspondente a um quinto da sua estimativa. 

CONCLUSÃO Não nos esqueçamos de que não somente parte, mas tudo o que temos – e, mais ainda, tudo o que somos – pertence ao Senhor, e que o uso que fazemos desses bens deve ser pautado por essa perspectiva de que nossa vida é uma “coisa santíssima”, que não pode ser destinada nem “resgatada” para fins que não sejam a honra e glória do Senhor.

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10 dezembro 2020

011-O Preço da Desobediência - Levítico Lição 11[Pr Afonso Chaves]08dez2020

 

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LIÇÃO 11 

O PREÇO DA DESOBEDIÊNCIA 

TEXTO ÁUREO: “Se, então, o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem por bem o castigo da sua iniquidade, também eu me lembrarei do meu concerto com Jacó, e também do meu concerto com Isaque, e também do meu concerto com Abraão me lembrarei, e da terra me lembrarei.” (Lv 26.41-42).

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 26.3-17 

INTRODUÇÃO Bem sabemos que a lei de Deus é boa, santa e justa; ninguém jamais se oporia a esta definição e a reconhecer o privilégio do povo escolhido para receber e preservar a sua revelação. Contudo, bem sabemos também qual é a inclinação da natureza humana, sua avidez por encontrar formas de burlar as imposições divinas ou, quando não as encontra, sua falta de limites para até mesmo rejeitá-las e desobedecê-las abertamente. Deus reservou o melhor para aqueles que O obedecem, mas, na Sua misericórdia para com o Seu povo, tudo fará para que até mesmo os desobedientes possam desfrutá-lo, ainda que tenha de trazê-los à obediência por um caminho doloroso que poderia ser evitado.

I – A OBEDIÊNCIA E SUA RECOMPENSA (VV. 1-13) Muitos são os estatutos, juízos e mandamentos que compunham a lei divina. Certamente nenhum israelita jamais cumpriria perfeitamente a lei, uma vez que não era esta a sua função e sim, antes, revelar o pecado e sua proliferação, demonstrando a indignidade e distanciamento de todos em relação à santidade e justiça de Deus; e, especialmente nos seus aspectos litúrgicos e civis, eram tantos os pormenores que facilmente alguém poderia descumpri-los por descuido ou negligência. Para tudo isto havia reparação diante de Deus, e oportunidade para o transgressor se arrepender; o que caracterizaria a desobediência, porém, seria o pecado não confessado, continuado – e isso o Senhor não toleraria (cf. Na 1.3a). Portanto, a obediência se caracteriza mais por uma vida que sincera e constantemente deseja e se aplica a obedecer à vontade de Deus com todas as suas forças, reconhecendo e confessando os seus desvios e pecados; do que uma vida perfeitamente justa – que, em nossa presente condição, só pode ser admitida por aqueles se justificam a si mesmos (cf. Lc 18.10-14). Por esta razão, os dois mandamentos destacados aqui são justamente aqueles cujo propósito era o de guardar o coração do israelita no amor e temor devidos exclusivamente a Deus. No primeiro mandamento, temos a proibição à idolatria, de substituir Deus por qualquer outro ser ou objeto, limitando o valor de todas as coisas desta criação; no outro mandamento, temos a ordenação ao culto e à devoção ao Criador, pelas quais o israelita aprenderia a valorizar a Deus e as coisas de Deus mais do que qualquer outra coisa. E notemos que foi precisamente quando tropeçaram nestes dois mandamentos, entregando-se à idolatria e abandonando o culto divino, que os israelitas se precipitaram em todos os demais pecados que levaram à sua destruição (cf. 2 Rs 17.35-39; Ez 22.8). Seguem-se então as bênçãos consequentes da obediência – bênçãos altamente atrativas para os israelitas que acabavam de sair de uma vida de servidão e entrariam na posse de sua própria terra, onde poderiam viver como livres. São bênçãos tanto de ordem material: alimento, proteção contra os inimigos e vitórias nas guerras, multiplicação da descendência, etc.; como também de ordem espiritual: confirmação do concerto com Deus e garantia da presença divina entre eles perpetuamente. Não se trata de uma troca, pois a obediência é devida a Deus como o resgatador do povo – Ele merece a obediência tanto por gratidão como por direito de compra (v. 13). Mas, mesmo assim, o Senhor propõe tais bênçãos em termos de incentivos à obediência ou frutos a serem colhidos dela, para que entendamos que este é o bom caminho que Ele quer que trilhemos (cf. Dt 30.15-16).

II – A DESOBEDIÊNCIA E O SEU PREÇO (VV. 14-38) Notemos que a obediência, ao mesmo tempo em que é uma atitude simples para com Deus, de obedecer à Sua voz e não buscar subterfúgios, sempre reconhecendo os próprios erros e voltando-se para o caminho reto, ela também produz um fruto simples, suficiente para trazer contentamento à vida do fiel. Daí a brevidade com que o assunto é tratado tanto aqui como em outra passagem conhecida (Dt 28). Por outro lado, a desobediência é um caminho progressivamente complexo, pois emaranha o coração numa pecaminosidade contínua que vicia e deixa o impenitente à mercê de desejos cada vez mais insaciáveis e poderosos, gerando consequências cada vez mais abrangentes e destruidoras, até a eventual morte (cf. Tg 1.14-15). O caminho da desobediência é triste e árduo, mas Deus tem os meios apropriados para tratá-lo naqueles que ainda encontram misericórdia diante da Sua face; meios dolorosos, sem dúvida, mas eficazes para restaurar o pecador à vida plena de bênçãos das quais somente os arrependidos e perdoados podem desfrutar. Não precisamos nos deter em explicar cada adversidade que o Senhor traria sobre o povo quando este pecasse e não se arrependesse; mas precisamos notar que a gravidade desses males torna-se maior na medida em que, repreendidos, os israelitas não reconhecessem o seu pecado e persistissem no erro (cf. vv. 14, 18, 21, 23, 27). E isto é sinal da misericórdia de Deus, pois Ele repreende e castiga aqueles que ama, não como um juiz ao malfeitor, dando-lhe a justa recompensa dos seus crimes, mas como um pai ao filho, que contém a medida do castigo na esperança de que a criança aprenderá a lição e não tornará a fazer o mal (Pv 3.12; cf. Sl 130.3-4). Consideremos ainda que, ao escolher trilhar esse caminho, Israel seguiu por gerações a fio sofrendo as consequências da desobediência, de forma lenta mas progressiva, em poucas ocasiões recobrando a consciência dos seus pecados para se voltar para Deus em busca de perdão. E que, finalmente, depois de muito corrigi-los e conter a Sua mão, e procurando, através dos profetas, abrir os olhos do povo para o seu caminho tortuoso, finalmente chegou o tempo de fazê-los experimentar as últimas consequências da sua desobediência (cf. 2 Rs 17.13-14, 23). 

III – DA DESOBEDIÊNCIA À OBEDIÊNCIA (VV. 39-46) Israel é um exemplo da eleição divina a ser profundamente estudado. No nosso contexto, queremos sublinhar apenas o aspecto de que Deus havia prometido e depois firmado um pacto para santificar e salvar esse povo, e Ele não revogaria a Sua palavra. E, ainda que a nação de um modo geral não cumprisse a Sua parte com a obediência, trazendo sobre si mesmos as consequências dos seus pecados, o Senhor havia estabelecido um meio de preservar um remanescente, um número de israelitas que, ao experimentar a amargura do castigo, finalmente se arrependeriam e alcançariam misericórdia para serem restaurados à sua posição diante de Deus (Rm 9.27). Embora seja verdadeiro que Deus ainda possa se valer de circunstâncias materiais ou físicas como meios de repreender Seus filhos por pecados não confessados (cf. Jo 5.14; Tg 5.14-15; Ap 2.21- 22), é certo que na dispensação do evangelho a palavra de Deus exerce poder de repreensão suficiente para convencer o homem do pecado e convertê-lo à obediência de Cristo, tendo em vista a expectativa, não de um castigo físico ou corporal, mas eterno e que encontra-se às portas de cada um (cf. Mt 3.2, 7- 10; At 2.38-40). 

CONCLUSÃO Ser levado da desobediência para a obediência sem dúvida é um caminho de Deus para salvar os Seus, mas certamente não deveríamos preferir este ao caminho de uma obediência sincera e constante, desviando-nos continuamente do mal e, com humildade, confessando nossas faltas ao nosso Deus, que é misericordioso e pronto para perdoar. Não esperemos a repreensão de Deus, mas o quanto antes ouçamos a Sua voz nos orientando a fazer a escolha da vida pela obediência, para que vivamos.

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02 dezembro 2020

010-O Ano Sabático e o Ano do Jubileu - Levítico Lição 10[Pr Afonso Chaves]01dez2020

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 LIÇÃO 10 

O ANO SABÁTICO E O ANO DO JUBILEU 

TEXTO ÁUREO: “Fazei os meus estatutos, e guardai os meus juízos, e fazei-os; assim, habitareis seguros na terra. E a terra dará o seu fruto, e comereis a fartar e nela habitareis seguros.” (Lv 25.18- 19). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 25.1-13 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje estudaremos a instituição de duas ocasiões especiais no calendário judaico: o ano sabático e o ano do jubileu. Veremos que, mais do que uma forma de dar à terra descanso e assegurar a liberdade e propriedade dos israelitas, eram formas de afirmar o direito do próprio Deus sobre a terra dada em possessão ao povo de Israel e de ensiná-los a confiar e depender de Jeová mesmo quando, depois de estabelecidos em Canaã, parecessem não mais estar em constante necessidade e perigo. 

I – O ANO SABÁTICO (VV. 1-7) Como bem sabemos, o quarto mandamento havia sido estabelecido com o propósito de levar o homem a cessar de seus trabalhos e deixar seus interesses particulares no sétimo dia e voltar-se para Deus a fim de entrar no Seu descanso e reconhecer que não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Para inculcar ainda mais esta preciosa lição na mente dos israelitas, tudo aquilo que pertencesse ao homem ou sobre o que ele exercia o seu domínio – inclusive seus animais – deveriam participar desse sábado. E agora, numa provisão especial e adequada à natureza do objeto tratado, o Senhor institui um sábado para a própria terra de Canaã, onde os israelitas ainda seriam introduzidos e de onde derivariam o seu sustento. Conforme descrito nos versos em epígrafe, durante seis anos poderiam trabalhar normalmente, semeando e colhendo o fruto da terra; mas, durante o sétimo ano, não poderiam semear, nem podar, nem colher, dependendo exclusivamente daquilo que a terra produzisse por si só no seu sábado, sem trabalho humano (vv. 5-6). Notemos que a provisão divina seria abundante para lembrar ao povo o poder de Deus para sustentá-los e para estimular a caridade dos israelitas para com os os mais pobres e os estrangeiros (vv. 6), pois, ao prosperar materialmente Seu povo, Deus queria (e ainda quer), não que cada um acumule tesouros para si mesmo e “cerre suas entranhas” para com o próximo, mas que reparta com o que tiver necessidade (cf. 1 Jo 3.16-18; Ef 4.28). Consideremos ainda que certamente Deus também tinha em vista o cuidado devido com a terra, preservando através do repouso sua capacidade de continuar respondendo à semeadura e assim permitir que os israelitas permanecessem naquela terra “para sempre”. A lição particular que extraímos deste preceito, além daquela pertinente ao sábado, é que a terra é do Senhor e Ele a dá àqueles que n’Ele confiam, não aos mais fortes e soberbos que com violência e injustiça procuram assegurar sua existência nela. Quando estamos conscientes de que dependemos de Deus mesmo na abastança e quando tudo parece ir bem, não somos cegados pela vaidade dos bens materiais e, diante das imprevisíveis reviravoltas da vida, sabemos que a falta de tais coisas não pode abalar a firme posição em que Deus nos estabeleceu, conforme prometeu – nossa perpétua herança da terra, por assim dizer (Sl 24.1; 37.3; Mt 5.5). 

II – O ANO DO JUBILEU (VV. 8-22) O ano do jubileu seria celebrado de cinquenta em cinquenta anos, a começar no Dia da Expiação; à semelhança do ano sabático, nele os israelitas não poderiam semear nem trabalhar a terra, dependendo daquilo que ela por si mesma produzisse (vv. 11-12) e de uma bênção sobre a colheita do sexto ano que seria suficiente para prover alimento até o oitavo ano, quando os israelitas poderiam semear novamente (cf. vv. 20-22). Mas, além disso, no primeiro dia desse ano, anunciado pelo toque da trombeta, seria proclamada liberdade a todos os moradores da terra. Esse era um evento extraordinário, onde cada um receberia de volta quaisquer propriedades que tivesse vendido ao seu próximo (v. 13), e todos os que haviam se tornado como que “escravos” deveriam ser postos em liberdade para voltarem às suas famílias (v. 10). Mais uma vez, através desse evento Deus proclama Seu direito tanto sobre a terra, os israelitas sendo meros mordomos ou inquilinos nela, não podendo dispor da sua herança perpetuamente (cf. v. 23), como também sobre o Seu povo, que Ele resgatou do Egito para serem perpetuamente Seus servos, e não de outros (cf. v. 55). Alguém poderia questionar a situação desvantajosa daquele que comprasse uma propriedade ao seu próximo em Israel; mas, além de tornar a herança um bem de que o proprietário poderia negociar, em caso de última necessidade, não há injustiça para o comprador, que já conheceria esta lei de antemão, e porque o próprio Deus estabelece uma regra de proporção para definir o valor da propriedade que variava de acordo com o número de anos que o comprador teria para desfrutar dela até o próximo jubileu, ficando os israelitas proibidos de aplicar preços desproporcionais a esse período de posse (cf. vv. 14-18). A mensagem principal do ano do jubileu é a de um tempo de liberdade para recomeçar, um novo começo para a vida, quitada dos seus antigos débitos e de volta em seu lar e em sua terra; e consideremos que isto coincidia com a purificação geral dos pecados comemorada no Dia da Expiação. Daí ser este um ano de jubileu – de alegria e triunfo. Sem dúvida, aqui encontramos uma referência figurada ao tempo proclamado por Cristo Jesus, no evangelho, como o “ano aceitável do Senhor” – o tempo em que é anunciada a salvação, a liberdade aos cativos e oprimidos pelo pecado e a entrada na posse do reino dos céus e na família de Deus (cf. Is 61.1-4; Lc 4.18-19; 2 Co 5.17, 6.2). 

III – A LEI DO RESGATE E OUTRAS PRESCRIÇÕES (VV. 24-55) Dentre as circunstâncias definidas nesta passagem, queremos destacar o cuidado de Deus pelo bem estar dos seus filhos, ilustrado especialmente na lei do resgate. Tendo permitido que o israelita vendesse sua terra, caso tivesse necessidade, e determinado que ele a recebesse de volta no ano do jubileu, o Senhor ainda estabelece que os parentes do vendedor deveriam resgatá-la e devolve-la ao mesmo, caso a tivesse vendido como último recurso à pobreza. E, se não houvesse parente que pudesse resgatá-la, o próprio vendedor poderia comprá-la de volta, antes do jubileu, se eventualmente dispusesse do valor correspondente à terra. Um exemplo ilustre dessa situação temos em Rute e o simbolismo, tanto da lei aqui definida como do caso envolvendo Rute e Boaz, é o da obra de Cristo Jesus, que se fez carne para ser nosso parente e, com o preço inestimável da Sua própria vida, exercer o Seu direito de resgatar-nos da total ruína e perdição em que nossos pecados haviam nos afundado – por isso Sua obra é propriamente chamada de redenção, resgate (Sl 49.7-8; Mc 10.45; Cl 1.11-14; 2.13-14).

CONCLUSÃO Deus é o nosso provedor em todas as circunstâncias e aqu’Ele que nos preserva seguros em todas as calamidades, tanto do corpo como do espírito. Desfrutemos com gratidão e santidade das bênçãos com que Ele nos sustenta na bonança e aguardemos o Seu socorro e livramento quando em aflição, pois para aqueles que n’Ele confiam sempre haverá um ano de jubileu mais à frente.

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26 novembro 2020

009-As Lâmpadas e os pães da proposição - Levítico Lição 09[Pr Afonso Chaves]24nov2020

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LIÇÃO 9 

AS LÂMPADAS E OS PÃES DA PROPOSIÇÃO 

TEXTO ÁUREO: “Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário.” (Hb 9.2). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 24.1-9 

INTRODUÇÃO O conteúdo do capítulo 24 de Levítico parece tratar de dois assuntos distintos: a liturgia do culto no tabernáculo envolvendo o candelabro e suas sete lâmpadas, bem como a mesa e os pães da proposição; e o juízo determinado por Deus sobre um homem que havia blasfemado. Em nosso estudo desta porção das Escrituras, vamos nos deter principalmente no primeiro assunto, procurando destacar a importância e o significado dessas importantes peças do santuário naquela dispensação de sombras e figuras. 

I – O CANDELABRO E SUAS LÂMPADAS (VV. 1-4) Enquanto o livro de Êxodo apresenta-nos o tabernáculo de um ponto de vista mais estrutural, desde a revelação do seu modelo, passando pela sua construção e finalmente sua edificação ou “montagem” no deserto do Sinai; em Levítico é que encontramos a definição da sua funcionalidade no culto divino. Aprendemos, no estudo da lei das ofertas, das purificações e das solenidades, que o altar de bronze e a pia de bronze eram de uma utilidade constante, tanto para os sacerdotes como para o povo; que o altar de ouro era acessado especialmente no Dia da Expiação – de tal modo que, talvez por isso, o escritor aos Hebreus se refere a esta peça como estando presente no lugar santíssimo, levando em conta mais o seu uso no Dia da Expiação, em preparação para a entrada do sumo sacerdote além do véu, do que a sua posição “ordinária”, por assim dizer, antes do véu. Resta-nos agora considerar o candelabro e a mesa, duas peças cuja funcionalidade e significado têm muito a nos ensinar. O texto começa repetindo a ordem de Deus para que o povo trouxesse azeite puro, para alimentar a luz do candelabro que devia arder continuamente (cf. Ex 25.6; 27.20, 21). Conforme já estudamos em Êxodo, o candelabro consistia de uma única peça de ouro batido com sete lâmpadas (Ex 25.37, 39) e ficava posicionado “ao lado do tabernáculo, para o sul” (Ex 40.24), isto é, à mão esquerda do sacerdote que entrava no lugar santo. O procedimento a ser adotado para o uso desta peça era simples: todos os dias, o sacerdote devia acender as lâmpadas do candelabro ao cair da tarde e cuidar para que permanecessem acesas até a manhã do dia seguinte: “desde a tarde até à manhã” (v. 3; cf. Ex 30.8). E isto é muito significativo, mesmo no seu aspecto ou contexto mais imediato: durante o dia, embora a entrada de luz exterior no santuário fosse vedada pelas grossas camadas de peles e tecidos que cobriam o tabernáculo, a entrada e saída constante dos sacerdotes na realização dos seus serviços provia iluminação, ainda que provisória e precária, para o local de culto; mas, durante a noite, quando nenhum serviço era ministrado, todos estando ausentes e silenciados pelo sono, a luz do candelabro era tanto um testemunho de que Israel não havia abandonado ao Senhor, mas continuavam velando diante da Sua face através desse memorial; como também um sinal de que o santuário não estava em trevas, mas o Senhor ainda estava ali, zelando pelo Seu povo. A simbologia do candelabro como memorial do zelo do povo de Deus para com o Senhor é retomada posteriormente nas Escrituras – e, de modo especialmente notável em Apocalipse (cf. Ap 1.9- 13, 20), onde não um, mas sete castiçais de ouro representam a plenitude das igrejas de Cristo e, numa expressão posterior, os sete espíritos de Deus – isto é, a plenitude do Espírito da graça e da verdade (Ap 4.5), que infunde as igrejas para que, qual lâmpadas acesas, possam, pelo seu testemunho, vigilância e oração, ser luz no mundo e ao mesmo tempo alvo da atenção, memória e cuidado do Senhor (cf. Mt 25.1-13; Lc 12.35). Consideremos ainda que, assim como o sumo sacerdote em relação ao candelabro, aqu’Ele que provê o Espírito – o azeite – para que as igrejas, os cristãos – o candelabro – possa prover luz é Cristo Jesus (cf. Jo 8.12; 12.46; 1 Jo 1.5-7). 

II – A MESA E OS PÃES DA PROPOSIÇÃO (VV. 5-9) O texto trata mais acerca dos pães que deveriam ser preparados e dispostos sobre a mesa do que da mesa propriamente – como no caso anterior, onde se fala mais do azeite e da sua disposição nas lâmpadas do candelabro para que permanecessem acesas. Apenas para fins de recordação, a mesa havia sido fabricada de madeira de acácia e banhada em ouro (cf. Ex 25.23-24) e estava posicionada “ao lado do tabernáculo para o norte” (Ex 40.22), em oposição ao candelabro. O Senhor orienta então a que se preparassem, todos os sábados, doze pães a partir da farinha de trigo, os quais seriam dispostos em duas fileiras sobre a mesa e acompanhados de incenso. Ao que se depreende da brevidade do texto, esse incenso era oferecido como oferta queimada em lugar dos pães que, ao serem substituídos por novos pães no sábado, eram comidos pelos sacerdotes. A referência imediata que encontramos nos pães é a provisão de Deus para o sustento da vida – provisão essa que os israelitas aprenderiam ao longo da sua jornada no deserto (cf. Dt 8.3). Mas aqui há algo que relaciona os pães com o próprio Israel, tanto devido à alusão ao número das doze tribos como também ao fato de que eram oferecidos ao Senhor – por isso eram também chamados de pães da proposição (Ex 25.30). Podemos destacar o aspecto de que, como Jesus é o pão de Deus que dá a vida pelo mundo, o povo de Deus – seja Israel no passado ou a Igreja no presente – participa dessa virtude e condição, tendo sido oferecido a Deus, ainda que substitutivamente no sacrifício de nosso Senhor, tornando-se também como uma oferta de alimento puro e consagrada exclusivamente para uso de Deus Em analogia, assim como somos a luz do mundo, somos também pão para o mundo, a quem devemos alimentar com a Palavra que temos recebido (cf. 1 Co 10.17; 2 Co 5.14; Rm 12.1). 

III – UM CASO DE BLASFÊMIA (VV. 10-23) A parte final e mais extensa do capítulo trata de um caso particular de blasfêmia sobre o qual Moisés aguardou uma decisão direta do Senhor para resolvê-lo; nessa oportunidade, outros casos específicos de transgressões passíveis de punição também são apresentados e normatizados por Deus. Tratava-se do filho de um casamento mestiço entre uma israelita e um egípcio – de fato, havia grande multidão de pessoas estranhas no meio dos israelitas que inclusive os havia acompanhado na saída do Egito (Ex 12.38) e que mais tarde contribuiriam para levar o povo à murmuração e outras formas de rebelião contra o Senhor (Nm 11.4). O texto não explica que tipo de blasfêmia o jovem proferiu, mas parece ter sido em consequência da discussão que havia tido com o israelita. Princípios claros para considerar tal caso digno de uma dura sentença, Moisés e Israel já tinham – seja pelo mandamento de não tomar o nome do Senhor em vão, seja pela jurisprudência em que o crime de amaldiçoar pai e mãe devia ser punido com a morte (Ex 20.7; 21.17). Contudo, como ainda não havia orientação sobre se este caso deveria ser punido pelas mãos do povo ou se o Deus tomaria a causa em Suas próprias mãos, Moisés não permitiu que os ânimos se exaltassem e, com sabedoria, preferiu aguardar a palavra do único e verdadeiro Juiz. Por fim, Deus expressou a Sua vontade, que se tornaria em estatuto para todos os demais casos semelhantes (v. 16, 23). 

CONCLUSÃO A lição de hoje pareceu ser fragmentária em seus assuntos, mas certamente pudemos perceber um fio percorrendo todos os três tópicos: o lugar de destaque e consagração a Deus que a igreja ocupa em Sua presença, simbolizado nas lâmpadas do candelabro e nos pães da proposição, e o Seu zelo em vingar toda e qualquer ofensa que procure diminuir a solenidade dessa consagração ou escandalizar aqueles que procuram viver de acordo com as Suas santas leis.


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19 novembro 2020

008-As Solenidades do Senhor - Levítico Lição 08[Pr Afonso Chaves]17nov2020

 

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 LIÇÃO 8 

AS SOLENIDADES DO SENHOR 

TEXTO ÁUREO: “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As solenidades do Senhor, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades” (Lv 23.2). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 23.1-8 

INTRODUÇÃO Desde a sua saída da terra do Egito – momento representativo da sua libertação e aquisição para o Deus de seus pais – os israelitas aprenderam a considerar os poderosos feitos de Jeová através de solenidades comemorativas como a Páscoa, a Festa dos Asmos e o Sábado – conforme destacado na leitura bíblica. Chegava então o momento oportuno de desvendar outros aspectos do caráter e da obra de Deus na terra em favor de Seu povo, através da instituição de solenidades cujo verdadeiro significado espiritual só pode ser compreendido pela igreja hoje, graças à plena luz do evangelho de Cristo Jesus. 

I – O SÁBADO, A PÁSCOA E A FESTA DOS ASMOS (VV. 3-8) As festas solenes e comemorativas estabelecidas ou confirmadas por Deus neste capítulo têm um lugar vital dentro do propósito didático das instituições levíticas. Sempre foi comum entre os povos comemorar grandes feitos e acontecimentos significativos para a sua história em datas definidas, por meio de ritos ou cerimônias que reencenam, por assim dizer, o passado, mantendo-o vivo na memória dos antigos e incutindo-o nas mentes dos mais jovens. E o Senhor Deus também faz uso desse recurso didático, instituindo “festas” para comemorar eventos ou aspectos de grande importância na realização da redenção do Seu povo – aspectos esses ora visíveis nos próprios fatos históricos, ora aguardando seu pleno cumprimento quando da consumação da salvação eterna. Assim, começamos por considerar, ainda que brevemente, as festas já conhecidas do povo por essa ocasião, a começar pelo sábado. Embora haja evidência da guarda formal do sétimo dia antes mesmo da instituição do mandamento, visto que foi um dia criado para o homem desfrutar nele o descanso em Deus, somente sob o concerto do Sinai foi declarado uma solenidade oficial para todo o povo (cf. Gn 2.1-3; Mc 2.27; Ex 16.23; 20.8-11). O propósito da separação de um dia para Deus era impedir que os israelitas se consumissem numa busca desgastante e vã dos seus próprios interesses todos os dias, e propiciar o encontro da verdadeira felicidade e realização espiritual – ou seja, repouso das fadigas e desventuras da existência terrena na comunhão com Deus. À parte das discussões acerca da necessidade de se observar ou não um dia literal com essa finalidade, consideremos que em Cristo Jesus não apenas já temos encontrado repouso do fardo das nossas vaidades e pecados, mas podemos esperar ter entrada no repouso eterno reservado para os santos – quando somente então desfrutaremos da plenitude de um Sábado que nunca findará (cf. Mt 11.28-30; Mq 2.10; 2 Ts 1.3-7; Hb 4.9-11). Estreitamente interligadas, a páscoa e os asmos eram duas festas que se sucediam no calendário levítico, uma levando à outra. A primeira ocorria “aos catorze do mês, pela tarde” e comemorava a passagem do anjo da morte e o livramento dos primogênitos dos israelitas, graças ao sangue do cordeiro sacrificado. A segunda, começando “aos quinze dias” e estendendo-se por sete dias seguidos, comemorava a libertação do Egito, não mais dependendo do fermento, para uma vida de peregrinação no deserto, sendo o povo sustentado pelo pão asmo, representando a palavra de Deus (cf. Dt 8.1-4). O texto em si não apresenta mais nenhum detalhe, porquanto essas solenidades já haviam sido instituídas (cf. Ex 12), mas acrescenta um elemento importante – que tanto a páscoa como os asmos deveriam ter o mesmo caráter de dias consagrados a Deus que o sábado: “no primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis” e “ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis”. Daí a Escritura fazer referência não apenas ao sábado, mas aos sábados, incluindo sob esta palavra todas as santas convocações, que Israel deveria convocar no seu tempo determinado. Convém notar uma vez mais que é em Cristo Jesus que temos o cumprimento da verdadeira páscoa, aquela em que o Cordeiro de Deus foi sacrificado por nós e agora, livres da corrupção do pecado, vivemos o tempo da nossa peregrinação em direção ao céu na dependência da palavra de Deus, o verdadeiro e puro alimento das nossas almas (1 Co 5.6-13). 

II – AS PRIMÍCIAS, O PENTECOSTES E A FESTA DAS TROMBETAS (VV. 10-25) As próximas solenidades são novas em sua instituição, sendo que as das primícias e do pentecostes começariam a ser observadas somente depois que o povo entrasse na terra de Canaã (v. 10), pois estavam ligadas ao ciclo da semeadura e colheita. Primícias refere-se à primeira parte, ao princípio da colheita, da qual ninguém poderia desfrutar sem antes expressar sua gratidão ao Deus Todo-poderoso que abençoa o trabalho do lavrador e lhe dá o seu sustento (cf. v. 14). A palavra pentecostes significa “cinquenta” em grego e, embora não apareça aqui, nós a encontramos no Novo Testamento (cf. At 2.1) para designar esta solenidade que se comemorava exatamente cinquenta dias após as primícias, quando a colheita já devia estar encerrada. Nessa ocasião, apresentava-se nova oferta ao Senhor, comemorando a superabundância da bênção divina sobre o fruto da terra, para saciar tanto as famílias dos que nela trabalharam como aqueles que não podiam trabalhar pelo seu próprio sustento (cf. v. 22). A partir da celebração e reconhecimento da provisão divina para sustento das almas, um sentido mais pleno se desvendou quando da manifestação do Senhor Jesus Cristo, que veio ao mundo no tempo oportuno da salvação – da colheita das almas – oferecendo-se a Si mesmo, em Sua obra perfeita, como as primícias dos filhos de Deus e depois, concomitante à celebração de Pentecostes, derramou do Seu Espírito sobre a igreja, selando a salvação dos fiéis e através destes propagando a Sua palavra por todo o mundo, até que todo o Seu povo, como uma abundante colheita de trigo, seja recolhido no celeiro de Deus (cf. Jo 4.34-38; At 2.17-21, 32-33, 38-39). Nossas bíblias traduzem como memória de jubilação o que também pode ter o sentido de toque de trombetas, daí a variação na forma como esta solenidade é designada nos estudos bíblicos. Devido a poucas informações, é difícil determinar o seu propósito, embora possa ter sido parecido com o do jubileu (que estudaremos na próxima lição), assinalando o término de uma etapa e o início de uma nova – a crer no calendário judaico atual, o início de um novo ano. Em termos evangélicos, poderia muito bem prefigurar o tempo da graça, onde todos os povos são convocados, como que ao toque de trombetas, a receber o reino de Deus e a sua salvação (compare com Is 27.13; cf. Lc 4.16-21). 

III – O DIA DA EXPIAÇÃO E A FESTA DOS TABERNÁCULOS (VV. 26-44) Já estudamos o rito e o propósito do dia da expiação, mas aqui notamos que o Senhor não esperava que o povo atendesse a esta (e outras comemorações) apenas com sua mera presença física, mas com o coração devidamente preparado para refletir e buscá-l’O em consonância com o motivo da solenidade: “Porque toda alma que, naquele mesmo dia, não se afligir, será extirpada do seu povo”. Não por acaso, o capítulo conclui com a instituição da festa dos tabernáculos, que rememorava por sete dias a peregrinação do povo no deserto – sofrida quando vivenciada por aquela geração, mas que seria recordada de forma alegre e suave, sob a sombra das árvores frondosas da Terra Prometida, em que agora habitavam. Há um sentido profético aqui, pois, em sua habitação final nos céus, o povo de Deus também lembrará do tempo da sua peregrinação neste mundo, mas sob o refrigério das consolações do Cordeiro de Deus – o que lhes permitirá se rejubilarem e entender que todas as aflições desta vida foram compensadas pela glória da eternidade (cf. Zc 14.16-21; Ap 7.9-17; 2 Co 4.17-18). 

CONCLUSÃO Seguindo o exemplo das Escrituras, façamos da nossa salvação e de cada passo da obra de Deus em nos encaminhar para a eternidade gloriosa no céu os motivos das nossas maiores comemorações, principalmente quando reunidos em igreja para celebrar e cultuar nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.

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12 novembro 2020

007-A Santidade do culto levítico - Levítico Lição 07[Pr Afonso Chaves]10nov2020

  

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 LIÇÃO 7 

A SANTIDADE DO CULTO LEVÍTICO 

TEXTO ÁUREO: “Santos serão a seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do Senhor, o pão do seu Deus; portanto serão santos” (Lv 21.6). 

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 21.1-8 

INTRODUÇÃO Na última lição aprendemos o zelo de Deus com a Sua santidade, as terríveis consequências de profaná-la e o cuidado que Ele requer daqueles que foram chamados para serem dela participantes. O culto levítico proclamava essa santidade de diversas maneiras, e nos capítulos 21 e 22 estudaremos mais um aspecto da didática divina na forma como inculcava essa preciosa lição em Israel através da estrita conduta dos sacerdotes – cuja responsabilidade era não apenas atuarem como mediadores entre Deus e os homens, mas também como arautos das virtudes do Altíssimo, seja por suas palavras ou ações. 

I – A SANTIDADE DO SACERDÓCIO (LV 21) Como já temos estudado, uma das funções dos sacerdotes era a de representar Israel diante do Senhor, intermediando na apresentação das ofertas e ministrando a benção divina ao povo. Além disso, incumbia-lhes ensinar aos israelitas que Deus é santo e que eles deviam reverenciar e guardar essa santidade fazendo distinção entre o santo e o profano em seu dia a dia e abstendo-se dos costumes abomináveis das nações. Restava então orientá-los a demonstrar que eles mesmos estavam, de forma inequívoca, comprometidos em zelar pela santidade divina, conforme o princípio de que aquele que instrui deve fazê-lo não apenas por palavra, mas por obra (vv. 6, 12; cf. 1 Tm 4.12). Sabemos que diversas circunstâncias que implicavam em impureza ritual eram inevitáveis, e em algum momento todo israelita fazia-se impuro. Uma dessas circunstâncias era o contato com o corpo de um morto, mesmo no caso de familiares – caso tocasse, ou mesmo se entrasse numa tenda onde houvesse um morto, o israelita tornava-se impuro por sete dias e não podia entrar em contato com as coisas de Deus até que fosse purificado e expiado (cf. Nm 19.11-12, 14). Esta condição significava algo de mais grave para o sacerdote, porque sua posição social e estima no meio do povo bem poderia acabar constrangendo-o a comparecer o tempo todo a velórios, ficando não apenas sete dias, mas constantemente impedido de cumprir seu ministério no tabernáculo. Daí a proibição de se contaminar pelos mortos, exceto pelos familiares mais chegados (vv. 2, 3) – e, mesmo assim, guardando-se de qualquer demonstração excessiva do seu luto (v. 5). No caso do sumo sacerdote, essa restrição era ainda maior: “Não se chegará a cadáver algum, nem por causa de seu pai, nem por sua mãe, se contaminará” (v. 11). Do mesmo modo, no casamento os sacerdotes deviam se ater ao padrão da moralidade imutável definida por Deus no princípio, e não seguir as normas da conveniência ou permissividade de um coração endurecido: “Não tomarão mulher prostituta ou infame, nem tomarão mulher repudiada de seu marido” (v. 7; cf. vv. 13-15). E, mesmo no que diz respeito à aparência exterior, requeria-se deles nada menos que perfeita conformidade aos padrões da normalidade física. Não se trata de menor consideração da parte de Deus pelos que apresentassem algum “defeito” ou “anomalia”, mas de fazer do sacerdócio uma representação do mediador perfeito necessário, representação essa da qual o aspecto físico era o mais aparente aos israelitas, mas não o único nem o mais importante (cf. Hb 7.26; 1 Sm 16.7). 

II – A SANTIDADE DAS OFERTAS AO SENHOR (LV 22) As ordenanças prescritas neste capítulo ainda dizem respeito especialmente aos sacerdotes, mas estão relacionadas ao trato das coisas santas, a saber, qualquer oferta apresentada pelos filhos de Israel ao Senhor. Devido à sua constante participação nos sacrifícios oferecidos pelo povo e por receberem uma porção de determinados sacrifícios para sustento de suas famílias, os sacerdotes tinham contato direto e constante com as coisas consagradas a Deus e deviam estar ainda mais atentos às leis de purificação do que o israelita comum. Se eles ou seus familiares contraíssem qualquer forma de impureza, deviam se abster dos alimentos oriundos do altar, sob pena de exclusão do meio do povo de Deus; mas podiam comer qualquer alimento de origem comum (vv. 3, 11). Seguem-se então orientações detalhadas sobre os próprios sacrifícios e qualquer sorte de ofertas a serem apresentadas no altar de Deus. O Senhor não aceitaria nada que não fosse sem defeito (v. 20), pois Ele é santo e perfeito, Sua glória e majestade sendo imensuráveis por qualquer medida ou padrão conhecido; seria uma ofensa imaginar que o Criador de todas as coisas, que de nada tem falta e dispõe de tudo e de todos segundo a Sua soberana vontade, se dignaria aceitar uma oferta que não representasse o melhor do que a criatura pudesse oferecer, ao invés daquilo que ela dispensaria de outro modo (cf. Sl 50.10-12; cf. Ml 1.6-9). Em particular no que diz respeito aos animais oferecidos em sacrifício, não podiam apresentar defeito físico, nem mancha na coloração da sua pelagem, o que entendemos significar que o acesso a Deus só podia ser alcançado através de uma oferta perfeita, sem falta nem impureza – tal como aquela que Cristo Jesus ofereceu através de Sua própria vida santa e perfeita (cf. Is 59.2; 1 Pe 1.18-19). 

III – A SANTIDADE DA IGREJA DE CRISTO O que aprendemos com estes capítulos parece sublinhar diferentes aspectos de uma mesma e constante lição que permeia todo o livro de Levítico: Deus é santo e não podemos viver indiferentes a isto – com efeito, a indiferença em relação à santidade de Deus significa rejeitá-la ou, pior ainda, profaná-la, uma vez que, se somos filhos e povo de Deus, sabemos que o Seu apelo a nós é um só: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.13-16). Todos os castigos e bênçãos que alcançaram Israel decorrem da violação ou conformidade a esse apelo, respectivamente; porque o nosso próprio destino eterno não dependeria também da nossa atitude em relação a essa vontade de Deus, de diversas formas tão claramente expressa nas Escrituras? (Mt 5.8; Hb 12.14; 2 Co 6.14-7.1; 1 Ts 4.7, 8). Os sacerdotes haviam sido separados para ocupar uma posição privilegiada no culto divino que o restante de Israel simplesmente não estava preparado para ocupar, pois aquele ainda era o tempo da infância espiritual. O fato é que a igreja hoje é chamada de reino sacerdotal, todos sendo chamados a desfrutar dos altos privilégios do reino dos céus e, ao mesmo tempo, considerar a responsabilidade ainda maior que pesa sobre os ombros ainda do menor membro desse reino (cf. Mt 5.17-20). Por outro lado, embora não sejam sacerdotes em nenhum sentido distintivo dos demais membros da igreja, aqueles que são chamados ao ministério da palavra estão sob uma incumbência de grande responsabilidade – muito lhes foi dado no reino de Deus, portanto, muito lhes será requerido (Mt 25.14-30; Lc 12.48); assim como os filhos de Arão, eles devem zelar pela santidade de Deus não apenas em suas palavras, mas também em suas ações e testemunho, em tudo propondo em si mesmos um padrão que possa ser imitado ou louvado para a glória de Deus (cf. 1 Tm 3.7; 3 Jo 3, 12; At 6.3). 

CONCLUSÃO A santidade pode requerer de muitos uma sofrida renúncia; de outros, uma simples mudança de atitude, ou apenas de pensamento. Mas, como já temos dito mais de uma vez, ela não é mais fruto da conformação a ordenanças exteriores; hoje, é o Senhor Jesus que, pelo Seu Espírito, nos ensina a amar a Deus e tudo o que diz respeito a Ele, especialmente a Sua santidade; e, com muito ou pouco esforço de nossa parte, é a Sua graça que inclina a nos conformar a essa tão clara vontade de Deus para conosco.

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