28 maio 2020

009-A visão do sacrifício contínuo - Daniel Lição 09 [Pr Afonso Chaves]26mai2020

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LIÇÃO 9 
A VISÃO DO SACRIFÍCIO CONTÍNUO 

TEXTO ÁUREO: 
“E a visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque só daqui a muitos dias se cumprirá” (Dn 8.26). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 8.1-14 

INTRODUÇÃO 
A visão de Daniel que estudaremos hoje pode ser referida por diversos nomes nos estudos escatológicos: “visão do carneiro e do bode”, “visão da abominação desoladora”, etc. 
Aqui usamos apenas um título pelo qual possamos distingui-la das demais na sequência das próximas lições, mas isto não quer dizer que essa visão trate apenas do sacrifício contínuo, ou que não inclua vários outros elementos importantes, inclusive pontos de ligação com as visões do capítulo 7 e seguintes. 

I – A VISÃO DO CARNEIRO, DO BODE E DO CHIFRE PEQUENO (VV. 1-14) 
Assim como no capítulo anterior, Daniel aqui também indica o tempo em que recebeu esta sua segunda visão: “no ano terceiro do rei Belsazar”, ou seja, enquanto o império babilônico ainda subsistia na figura do seu último rei e antes dos eventos narrados no capítulo 5. 
Ele acrescenta ainda o detalhe de que não se encontrava em Babilônia, mas “na cidadela de Susã, na província de Elão”, que ficava ao oriente da Mesopotâmia, mais próxima da Média e da Pérsia. 
A visão, contudo, se dá às margens do Ulai, que era um afluente do rio Eufrates (sobre o qual Babilônia estava fundada), pois é nesta parte do mundo que se cumpririam a maioria dos eventos figurados na presente revelação. 
De um modo semelhante à primeira visão, a mensagem de Deus se apresenta mais uma vez de forma simbólica, na figura de dois animais que, conforme ainda explanaremos, representam grandes poderes que se levantariam na terra: o primeiro, semelhante a um carneiro com dois chifres que “dava marradas” para o ocidente, o norte e o sul. 
Estando diante do rio, este animal prevalece sobre todos os outros. 
O segundo, semelhante a um bode com um chifre entre os olhos, vem do ocidente a toda velocidade e com grande força contra o carneiro e, ao confrontá-lo, derrota-o completamente. 
Mas a grandeza deste segundo animal dura pouco tempo, pois o chifre grande se quebra e, no seu lugar, surgem outros quatro chifres, cada um voltado para uma direção (ou “para os quatro ventos do céu”). 
Notemos que, assim como na primeira visão, chifres aqui também representam reis ou reinos, e, neste caso, do começo ao fim, a visão trata de reinos que entrarão em conflito ou que se sucederão, passando de um povo para outro. 
Num momento seguinte da visão ocorre que, dentre os quatro chifres nascidos do bode, surge um chifre muito pequeno, o qual se engrandece não somente contra as direções para as quais haviam se voltado os primeiros chifres, mas “até contra o exército do céu” – que é uma referência ao governo soberano de Deus, seja no céu ou na terra. 
E a visão prossegue descrevendo os feitos profanos e abomináveis do poder representado por esse chifre pequeno contra o reino de Deus: “a alguns do exército, e das estrelas, lançou por terra, e os pisou”, “se engrandeceu até contra o príncipe do exército”, “por ele foi tirado o sacrifício contínuo” e “o lugar do seu santuário foi lançado por terra”. 
Por último, Daniel ouve o tempo em que durariam essas aviltações contra o santuário e o exército do céu: “duas mil e trezentas tardes e manhãs”. 
Mas a visão não se encerra com a parte simbólica e, na sequência, o profeta, perplexo, recebe de um anjo, chamado Gabriel, a interpretação de tudo o que havia visto (este Gabriel aparecerá novamente nos próximos capítulos e, sem dúvida, é o mesmo anjo enviado à Judéia, cerca de 400 anos depois de Daniel, para anunciar o princípio do evangelho a Zacarias e a Maria). 

II – A ASCENSÃO DOS IMPÉRIOS PERSA E GREGO (VV. 17-22) 
De acordo com a interpretação de Gabriel, não restam dificuldades para entender que o carneiro representa o império medo-persa, os chifres menor e maior caracterizando, respectivamente, a Média e a Pérsia. 
Bem sabemos que os reis persas ampliaram o território anteriormente conquistado por Nabucodonosor, chegando até a Grécia, no ocidente. O bode, por sua vez, representa os próprios gregos que, afrontados e ameaçados pelos persas, revidaram e, comandados por Alexandre (o rei primeiro, simbolizado pelo chifre grande) avançaram até o coração do império persa e o subjugaram. A forma brusca como terminou o reinado de Alexandre (que morreu ainda jovem) também está retratada na visão, assim como a sua sucessão pelos seus quatro grandes generais, os quais dividiram todo o território conquistado em quatro reinos e fundaram dinastias que por vezes até entraram em conflito umas com as outras (como os seleucidas, no norte, e os ptolomeus, no sul) e que duraram até a ascensão dos romanos. 
Assim temos aqui maiores informações sobre a ascensão dos impérios medopersa e grego, que nos ajudam a entender melhor alguns detalhes já caracterizados na visão do capítulo anterior (Dn 7.5-6 em particular). 

III – O FIM DO SANTUÁRIO E DO SACRIFÍCIO CONTÍNUO (VV. 23-27) 
Quanto ao chifre pequeno e suas assolações contra o exército do céu, a princípio poderíamos também destacar semelhanças com o mesmo chifre pequeno que, na primeira visão, sobe dentre os dez chifres do quarto animal; este, apesar de pequeno por natureza, ostenta de forma feroz e audaciosa o poder que conquistou, a ponto de se ensoberbecer e combater contra o próprio Deus e o Seu povo, sem que ninguém consiga impedi-lo, até que se cumpra o seu tempo, quando então “sem mão, será quebrado”.
Por outro lado, notamos também que a ascensão desse rei ou reino parece se dar num momento muito anterior ao daquele representado pelo chifre pequeno da primeira visão (Dn 7). 
Enquanto aquele se levanta diante dos dez chifres, que representam o governo das nações; este se levanta no fim dos reinos gregos fundados pelos generais de Alexandre. Muitos associam esse chifre a Antíoco Epifâneo, um rei seleucida que, de acordo com a história, oprimiu terrivelmente o povo judeu em razão do seu concerto com Deus, chegando até a profanar o templo em Jerusalém; mas ele reinou enquanto os gregos ainda estavam no poder; e é importante notar que o chifre pequeno da visão se engrandeceu “até contra o príncipe do exército”, ou seja, contra o próprio Messias, que é Jesus, e, em conexão com isto, “por ele foi tirado o sacrifício contínuo, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra”. 
Aqui temos uma descrição bastante clara do que ocorreu nos dias em que os romanos dominavam o mundo, quando então nosso Salvador foi rejeitado e crucificado sob o poder do império, bem como teve início de grande tribulação para os fiéis, onde o Estado rapidamente se tornaria o maior patrocinador das perseguições e opressões contra os cristãos. 
Consideremos também que, pouco tempo depois da crucificação do próprio Jesus, foi o mesmo império romano que cercou Jerusalém e a destruiu juntamente com o templo, profanando-o e fazendo cessar os sacrifícios (cf. Mt 24.15). 
Assim, esta visão lança luz sobre um dos muitos períodos de assolação que o povo de Deus já sofreu, preparando-nos também para maiores detalhes que serão revelados tanto sobre esse período como sobre o último tempo do fim. 

CONCLUSÃO 
A visão deste capítulo apresenta maiores detalhes sobre os tempos sombrios pelos quais o povo de Deus muitas vezes precisa passar enquanto peregrina neste mundo. 
Sejamos pacientes e entendamos que todas estas coisas contribuem para o bom propósito de Deus para conosco, e que por fim Ele será glorificado e a nossa parte no seu reino jamais será tirada.

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21 maio 2020

008-Os quatro animais e o triunfo dos céus - Lição 08 [Pr Afonso Chaves]19mai2020


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LIÇÃO 8 
OS QUATROS ANIMAIS E O TRIUNFO DOS CÉUS 

TEXTO ÁUREO:
“E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão” (Dn 7.27).

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 7.1-14

INTRODUÇÃO A partir do presente capítulo de Daniel, começaremos a estudar as visões escatológicas recebidas pelo profeta.
Embora o sonho de Nabucodonosor, apresentado no capítulo 2, também seja uma revelação divina sobre os tempos futuros, a partir de agora é que o livro muda o seu estilo de história para profecia.
Como esta passagem já tem sido estudada em diferentes ocasiões e num contexto escatológico mais amplo, aqui propomos fazer uma análise mais limitada ao texto de Daniel.

I – A VISÃO PROPRIAMENTE (VV. 1-16)
Daniel usa as palavras “sonho” e “visões da cabeça” para descrever o que ele viu.
Não há nenhuma dificuldade aqui, se entendermos que uma revelação divina dada enquanto dormimos é uma visão de olhos fechados.
Ao contrário do sonho de Nabucodonosor, não sabemos se esta visão é uma resposta do céu a alguma indagação do profeta, mas é certo que ele logo entendeu tratar-se de uma revelação e, assim que despertou, procurou registrá-las para que não se esquecesse de nada.
E, como no sonho do rei, esta visão também apresenta vários elementos enigmáticos, que o próprio Daniel não compreendeu, até que um ser celestial, presente no mesmo sonho, lhe explicou todas essas coisas.
Em seu sonho, o profeta começa contemplando os ventos vindos de toda a parte (“os quatro ventos do céu”) e soprando sobre o mar grande (o Mediterrâneo?), num sinal de agitação e turbulência.
Então, ele vê subir do mar quatro animais grandes, “diferentes uns dos outros”, não ao mesmo tempo, mas numa ordem definida (“o primeiro... o segundo...”), tanto que esses animais são referidos por sua ordem até o final do capítulo.
Notemos, contudo, que esses animais têm apenas a semelhança de animais conhecidos, apresentando elementos estranhos à natureza em que foram criados, mas necessários ao simbolismo da visão: “o primeiro era como o leão, e tinha asas de águia”, “e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave”, etc.
O quarto, em particular, é completamente “diferente de todos os animais que apareceram antes dele”, de aparência e comportamento assustador, e a visão continua se desenrolando em torno de elementos e eventos associados a este animal.
O próprio Daniel expressa seu interesse em compreender o seu significado e, especialmente, o dos “dez chifres” e do “chifre pequeno” que surgem a partir desse quarto animal.
E acrescenta, na sua descrição do sonho, o detalhe intrigante de que, diante do chifre pequeno caíram três dos primeiros chifres, e que esse chifre pequeno apresentava “olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas” – que são sinais indicativos de poder e visão humana, bem como de arrogância e violência (“grandes coisas” equivale a palavras arrogantes e blasfêmias).
Assim como no sonho de Nabucodonosor, esta visão de Daniel apresenta uma segunda parte que introduz um elemento completamente distinto, mas que intervém e prevalece sobre os elementos da primeira parte. 
Não resta dúvida (e inclusive não há necessidade de explicação posterior) de que o profeta contempla agora a corte celestial, vendo o próprio Deus (“um ancião de dias”) ocupando o Seu trono juntamente com “milhares de milhares, e milhões de milhões” que O servem na Sua presença.
Mas não é apenas uma descrição genérica do trono de Deus; é uma caracterização do Seu tribunal se estabelecendo para julgamento: “assentou-se o juízo, e abriram-se os livros”.
O que se segue, então, é a sentença sendo proferida e executada contra os réus: o quarto animal “é morto, e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo”.
Quanto aos demais, “foi-lhes tirado o domínio”. E, por último, um outro elemento, “um como o filho do homem”, que também comparece ante o supremo juiz, não para ser julgado, mas para ser justificado e recompensado com o que lhe pertence por direito: “E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído”.

II – OS QUATRO ANIMAIS, OS DEZ CHIFRES E O CHIFRE PEQUENO (VV. 17-25)
O restante do capítulo se desenvolve em torno da interpretação dos elementos principais do sonho, e o acréscimo de mais alguns detalhes acerca do que Daniel pode ver.
Como as partes da estátua no sonho do rei, o sentido dos quatros animais é o mesmo: “estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra”.
E do mesmo modo podemos dizer que se tratam dos reis, ou melhor, reinos (compare com o v. 24) que se sucederam a partir do babilônico, quais sejam: o medo-persa, o grego e o romano.
Mas, antes mesmo de acrescentar maiores detalhes, o anjo contrapõe a esses reinos transitórios o fato mais importante apresentado na segunda parte da visão, de que “os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade”. 
É a mesma verdade revelada no sonho de Nabucodonosor, de que “o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Dn 2.44).
Quanto aos dez chifres do quarto animal, encontramos a mesma correspondência nos dedos dos pés da estátua, em parte de ferro e em parte de barro, uma vez que o próprio anjo explica: “quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez reis”; e, assim como no capítulo 2, entendamos dez como referência a muitos, e o fato de serem muitos reinando ao mesmo tempo como sendo na verdade um único reino, embora dividido (compare com Dn 2.41), e correspondendo ao tempo das nações modernas.
Somente o chifre pequeno representa um elemento novo em relação ao sonho do rei, e aqui Daniel acrescenta o detalhe de que: “eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles”.
Segundo a interpretação dada pelo anjo, este chifre caracteriza um “desenvolvimento” final do governo desse quinto reino dos chifres, um governo que “será diferente dos primeiros, e abaterá três reis” e cujo aspecto mais singular será o de se opor contra Deus e os Seus santos: “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei”.

III – O JUÍZO ESTABELECIDO E O FILHO DO HOMEM (VV. 26-28)
O governo tirânico e profano representado pelo chifre pequeno é descrito como o último estágio da sucessão dos reinos deste mundo.
Na interpretação, o anjo acrescenta que está determinado um tempo para esse governo prevalecer em seus intentos: “eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo”. Mas, finalmente, chegará a hora do juízo e Deus o entregará para ser destruído, juntamente com os demais reinos que, embora já privados do seu poder, ainda estariam subsistindo sob alguma outra forma.
Cumprir-se-á então o propósito revelado no sonho de Nabucodonosor, onde a pedra torna-se um grande monte que enche toda a terra; no caso, aqui o reino é dado, na pessoa do próprio Senhor Jesus, o Filho do homem, aos santos do Altíssimo e os reinos deste mundo deixam de existir.

CONCLUSÃO
Embora semelhante ao sonho do rei Nabucodonosor, a visão de Daniel acrescenta o detalhe importante de que a sucessão dos reinos neste mundo, em seu momento final, representa um futuro sombrio para o povo de Deus; mas, ao mesmo tempo, que este povo receberá grande livramento, pois seus inimigos serão aniquilados e o reino dos céus nunca lhes poderá ser tirado.

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13 maio 2020

007-Deus salva Daniel na cova dos leões - Lição 07 [Pr Afonso Chaves]12mai2020

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LIÇÃO 7 
DEUS SALVA DANIEL NA COVA DOS LEÕES 

TEXTO ÁUREO: 
“O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum” (Dn 6.22). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 6.1-10 

INTRODUÇÃO O capítulo que estudaremos hoje apresenta outra grande lição de integridade moral e confiança em Deus a partir do exemplo do profeta Daniel. 
Como um episódio ocorrido já na velhice do profeta, veremos que a firmeza e retidão de caráter deste homem permaneceu a mesma desde a sua juventude, e que ele nunca se deixou seduzir por grandezas e louvores, nem se abalou diante de ameaças e perigos. 
E, mais uma vez, veremos que Deus preserva os fiéis na tribulação e reserva o castigo para aqueles que os oprimem sem causa. 

I – A INTEGRIDADE DE DANIEL NA CORTE DE DARIO (VV. 1-10) 
Estamos agora no princípio de um novo império; um novo povo está no poder. O último rei dos babilônios, Belssazar, foi abatido pelo justo juízo de Deus e os medos tomaram a célebre capital do grande império caldeu. 
Dario, o medo, ocupa o trono e um dos seus feitos, conforme registrado nestes versos, é dividir o imenso território legado pelos babilônios em cento e vinte satrapias (ou províncias) e constituir seus respectivos governantes. 
Além disso, ele estabelece três “presidentes” – na verdade, uma espécie de fiscais e representantes do rei para com esses governantes, entre os quais estava Daniel. 
Notamos então que o nosso profeta, embora aparentemente ausente ou distante dos negócios da corte no tempo de Belssazar, ainda retinha sua notoriedade como homem sábio e de espírito excelente, além dos serviços anteriormente prestados aos governantes babilônicos. 
E essa notoriedade teria chegado aos ouvidos de Dario, o medo. Uma diferença entre o episódio que ora estudamos e aquele narrado no capítulo 3, envolvendo os jovens companheiros de Daniel, é que a motivação do decreto que levará este servo de Deus a ser punido injustamente não é devida a alguma excentricidade do rei, mas à inveja e malícia daqueles que conviviam com o profeta e desejavam a sua queda. 
Não podendo encontrar nenhum dolo nas suas ações e no seu serviço ao rei medo, aqueles homens resolveram se valer do fato de que Daniel era um estrangeiro naquela terra, e servia a um Deus estranho tanto aos conquistados babilônios como aos próprios persas. 
O fato é que seu temor e piedade para com o Altíssimo em nada o impedia de servir bem àqueles que haviam sido constituídos como seus superiores (cf. Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13-16); só quando “César”, ou aqueles que o assistem, procuram se imiscuir nas coisas que pertencem a Deus e exigir aquilo que não lhes é devido, é que o povo de Deus se vê confrontado e obrigado a responder: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29). 
É difícil entender como Dario assinou tão facilmente o decreto proposto pelos seus subordinados, mas sem dúvida houve má fé por parte destes, e o rei não considerou todas as consequências do seu ato. 
Mas é mais interessante observar como Daniel, ao invés de protestar de antemão por sua conduta ilibada, ou valer-se da sua posição para alertar o rei da malícia dos seus conservos e da armadilha que aquele decreto representava para o próprio rei, certamente considerando que aquele era mais um momento de prova e uma oportunidade de testemunhar sua fé no Altíssimo, resignou-se e manteve sua atitude diária de devoção – que era a única coisa que realmente estava em jogo naquele momento.

II – O DECRETO REAL É EXECUTADO CONTRA DANIEL (VV. 11-18) 
Tão logo Daniel cumpre seu dever para com Deus, seus inimigos o descobrem e se dirigem ao rei Dario, praticamente exigindo dele e o obrigando a cumprir a punição do decreto contra o seu servo, que ele mesmo tanto estimava. 
“Ouvindo então o rei essas palavras, ficou muito penalizado” (v. 14), pois nem sempre o abuso da autoridade por aqueles que a detêm se dá por malícia, engano ou propósito iníquo, mas por ignorância, irreflexão ou, no caso em pauta, por indução de maus conselheiros; por isso devemos orar pelos nossos governantes, para que sejam bem assistidos em suas decisões e, em consequência, possamos desfrutar de maior paz e tranquilidade em nossos dias neste mundo (cf. Jr 29.7; 1 Tm 2.1-2). 
Compelido pela natureza das coisas na tradição dos medos e persas, o rei devia se curvar à sua própria autoridade e fazer cumprir o decreto contra Daniel. 
Com muito pesar, ele faz com que um inocente seja lançado na cova dos leões e ali mantido. Pelas palavras do rei, podemos ver que não apenas a sua retidão nos negócios reais, mas a piedade de Daniel era notória: “O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará”. 
E, angustiado pela dúvida e incerteza do homem natural, ele volta para seus aposentos, ansiando pelo dia seguinte. 

III – DEUS APROVA A FIDELIDADE DE DANIEL (VV. 19-28) 
No dia seguinte, o rei, sem esperança de que seu servo pudesse ter sido salvo da fome e ferocidade dos leões, volta à cova e pergunta por Daniel. 
E, para sua surpresa e grande alegria, o profeta lhe responde e dá testemunho do poder de Deus e da sua justiça em todo o seu serviço para com o rei. 
A expressão de Daniel: “e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum” prova que Deus não considera como desobediência a recusa dos Seus servos em não se sujeitar a decretos injustos e usurpadores daquilo que pertence exclusivamente a Deus. 
E o próprio rei parece ter entendido isto, pois agora ele manda que aqueles que haviam urdido esse plano tão vil, usando a sua autoridade e poder, sejam punidos por isso. 
O capítulo se encerra de um modo já conhecido e característico de Daniel – com uma carta aberta do soberano medo a todos os povos sob o seu domínio. Nesse escrito, Dario reconhece com serenidade que o Altíssimo é “o Deus vivo e que permanece para sempre, e o seu reino não se pode destruir, e o seu domínio durará até o fim. 
Ele salva, livra e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele salvou e livrou Daniel do poder dos leões”. E aqui temos um rei poderoso curvando-se voluntariamente (sem precisar de lições mais duras que as de Nabucodonosor) à majestade e soberania de Deus, com consequências benéficas para o resto da vida do já idoso profeta hebreu: “Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa”. 

CONCLUSÃO 
Deus se agrada tanto da retidão nos compromissos para com o próximo e os superiores, como na fidelidade para com Ele. 
Procuremos ter uma consciência íntegra nestas duas coisas e o Senhor nunca nos abandonará nos momentos de prova, mas de alguma forma provará nossa integridade e será glorificado em nós.

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08 maio 2020

006-A queda do Império Babilônico - Lição 06 [Pr Afonso Chaves]05mai2020

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LIÇÃO 6 

A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO 

TEXTO ÁUREO: 
“E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos à tua presença os vasos da casa dele, e tu, os teus senhores, as tuas mulheres e as tuas concubinas, bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não glorificaste” (Dn 5.23). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 5.1-12 

INTRODUÇÃO 
Ainda não chegamos na metade do livro de Daniel e já nos deparamos com a informação de que um poderoso império humano, que há pouco na figura de seu rei, Nabucodonosor, contava tantas glórias e sucessos, chegou ao seu fim. 
Na lição de hoje, veremos que, conforme já revelado, os reinos dos homens passam e as suas obras são pesadas e julgadas com justiça pelo Deus Altíssimo. 

I – O BANQUETE PROFANO DE BELSSAZAR (VV. 1-12) 
Depois do ocorrido com Nabucodonosor, registrado no capítulo 4, onde a soberba do rei foi abatida por Deus e ele foi levantado como um novo homem, agora reconhecendo que o poder e o reino pertencem ao Altíssimo, e que toda a grandeza do seu império era devida a Ele; o livro de Daniel não relata mais nenhum outro evento relacionado a este rei. 
Sabemos que Belssazar, o último governante de Babilônia, não foi o sucessor imediato daquele rei, pois antes veio Evil-Merodaque, o qual é citado nas Escrituras por ter aliviado o sofrimento do rei Jeoiaquim no ano trinta e sete do seu cativeiro (2 Rs 25.27-30).
Muitos anos se passaram, então, até chegarmos ao acontecimento narrado aqui. O império poderia até parecer o mesmo desde os dias de Nabucodonosor, mas o tempo de Deus se aproximava e as forças humanas necessárias para trazer um fim ao reino da cabeça de ouro começavam a se organizar nas fronteiras orientais do império.
O ato de tremenda insensatez do rei Belssazar apenas mostra a decadência moral do império cujos governantes anteriores, embora cruéis e calculistas, ainda foram capazes de mostrar bom senso e reverência pelas coisas divinas.
Além disso, o comportamento desse último rei de Babilônia revela não ignorância, mas desprezo pelo Deus Altíssimo, cujas obras poderosas haviam impactado tão profundamente o reinado do seu antepassado.
Pois o propósito de Belssazar em mandar trazer os vasos sagrados de Jerusalém, conservados até então nos tesouros da casa real, era expressamente o de profaná-los, usando-os para beber vinho com suas mulheres e concubinas e louvar aos seus ídolos de ouro e prata.
Notemos também que tal atitude, incitada pelo vinho, foi apenas uma forma de revelar o ódio que ele devia nutrir em seu coração por não entender como o seu antepassado havia sido capaz de celebrar e engrandecer um Deus de um povo que havia sido vencido e levado cativo, cujo templo havia sido queimado e cujos utensílios sagrados haviam sido confiscados pelo maior império do mundo (e, no seu entendimento, todos esses atos provariam a superioridade dos deuses babilônicos sobre o dos hebreus).
A resposta de Deus é imediata e, mesmo sem entender o que havia sido escrito pela mão misteriosa, o rei sente propriamente o teor nada agradável do decreto divino: “Mudou-se então o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro”.
Belssazar sabia que havia afrontado ao Altíssimo, e que Ele havia visto e respondido a essa afronta.
O banquete acabou ali e, não fosse a rainha lembrar-se de Daniel, o rei e seus generais passariam o resto daquela noite perplexos até se confrontarem com a sua derrocada e morte, que já estava às portas.

II – DANIEL REPREENDE O REI (VV. 13-24) 
Logo que é informado acerca de Daniel, Belssazar manda trazê-lo à sua presença e questiona sua capacidade de lidar com mistérios como aquele que tinha diante de si, oferecendo-lhe riqueza e poder. O profeta, que quando jovem já não buscava tais grandezas, tampouco agora se deixa impressionar e faz o que ele sabia que estava ali para fazer: anunciar o juízo divino sobre o rei de Babilônia e o seu império.
O escrito enigmático era apenas um resumo em palavras chaves do que Deus havia determinado; Daniel devia fazer entender o propósito, a sabedoria e a justiça divina por trás daquelas palavras. Assim o profeta começa lembrando Belssazar do reinado do seu pai, do seu grande poder, da sua exaltação, seu abatimento pela mão de Deus e, por fim, a lição aprendida com tudo isso: Nabucodonosor “conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele”.
Contudo, o atual rei preferiu desprezar esse testemunho do seu antepassado e não glorificar o Deus dos hebreus; e, mais ainda, afrontar o próprio Altíssimo.
Belssazar, portanto, era inescusável; ele poderia reconhecer o Altíssimo como o Deus dos deuses e Senhor dos reis, e prosperar no seu reinado (talvez adiando a queda do império babilônico); mas preferiu agir contra toda a razão e atrair a fúria daquele em cuja mão estava a sua própria vida.

III – A INTERPRETAÇÃO DA VISÃO E O SEU CUMPRIMENTO (VV. 25-31)
Daniel passa a interpretar a síntese da sentença divina contra o rei.
A mão misteriosa havia escrito sinais indecifráveis e que certamente não correspondiam à escrita de qualquer idioma conhecido.
O que o profeta faz, sob a iluminação divina, é dar o sentido desses sinais em aramaico, que era a língua comum do império babilônico.
As palavras que em nossas bíblias foram transliteradas tal qual se pronunciam em aramaico bem poderiam ser traduzidas como: “contado” (MENE), “pesado” (TEQUEL), e “e dividido” (U-FARSIM). 
O sentido é que Deus havia definido um termo para o reino de Belssazar – seu reino não duraria para sempre, como não durou o de Nabucodonosor.
A repetição da palavra “contado” talvez seja uma alusão aos vários tempos definidos por Deus na vida de uma pessoa, de um povo e do mundo; no caso, o reinado de Belssazar já havia esgotado todos os tempos de Deus e ele já havia feito tudo o que devia ter feito, por isso chegava ao fim.
Em consequência disso, já podia também ser “pesado” – julgado em todas as suas obras, para receber uma sentença de aprovação ou reprovação.
E a sentença era “dividido”, ou seja, seu reino seria quebrado e diminuído em sua glória, além de tirado do seu povo para ser entregue “aos medos e aos persas”.
Começava a se cumprir o juízo do reino de Deus, representado na pedra, sobre os reinos deste mundo, representados na estátua (Dn 2).
O capítulo termina com uma breve e indiferente declaração de como em uma noite caiu o maior império que o mundo já conheceu e em seu lugar se levantaram os medos e persas, vindos dos planaltos iranianos, para ocupar o seu lugar, ainda que também transitório, na sucessão dos grandes impérios do mundo.
Enquanto Belssazar encontrou o seu fim naquela mesma noite, Dario assume o trono para exercer um papel mais semelhante ao de Nabucodonosor, pois também será agraciado com a oportunidade de conhecer e celebrar a grandeza do Deus Altíssimo.

CONCLUSÃO
A exaltação e a queda do império babilônico nos ensinam preciosas lições sobre como devemos ser humildes e agradecidos a Deus, e não usar dos bens que Ele nos concede para fomentar atitudes contrárias à Sua glória.
Deus é bom e misericordioso para com todos, e de diferentes formas Ele revela a Sua glória aos homens, cobrando no devido tempo e de forma justa toda indiferença, desprezo e afronta.

PARA USO DO PROFESSOR


AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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