30 março 2017

001-Por que Jesus falava em parábolas - As Parábolas de Jesus - Lição 01[Pr Afonso Chaves] 28mar2017


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LIÇÃO 1: 
POR QUE JESUS FALAVA EM PARÁBOLAS 

TEXTO ÁUREO: “Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado”. (Mt 13.11) 

LEITURA BÍBLICA: SALMO 78.1-8 

INTRODUÇÃO Estamos iniciando um novo trimestre de estudo das Sagradas Escrituras. Nessa oportunidade, abordaremos o tema: as PARÁBOLAS de Jesus. As parábolas tinham um lugar especial nos ensinos de Jesus; Ele usou de muitas ilustrações para nos falar sobre o reino de Deus. Nesta primeira lição, além dos conceitos iniciais necessários ao entendimento das demais lições, abordaremos o porquê de Jesus ensinar fazendo uso de parábolas. Com reverência e humildade, e inteiramente dependentes do Espírito, vamos lançar os olhos do entendimento sobre as parábolas do Mestre; temos muito a aprender delas e por elas. Quando examinarmos as parábolas do Senhor Jesus, descobriremos que são terrenas na forma e celestiais no espírito, de acordo com a característica da própria manifestação de Cristo – E o verbo se fez carne e habitou entre nós. 

I – CONCEITO E REFERÊNCIAS ANTERIORES 
O termo geralmente traduzido por “parábola” significa pôr lado a lado, transmitindo a ideia de comparação. A parábola é literalmente pôr ao lado ou comparar verdades terrenas com verdades celestiais, ou uma semelhança, ou ilustração entre um assunto e outro. As parábolas são narrativas, normalmente curtas, envolvendo elementos do cotidiano, da vida e do trabalho das pessoas, usadas para ilustrar uma verdade espiritual ainda desconhecida e que só pode ser alcançada com a cooperação do Espirito Santo para abrir o entendimento do que ouve. Quando Jesus fez uso de parábolas para ilustrar seus ensinos, não estava introduzindo algo novo. As parábolas são largamente usadas nas Sagradas Escrituras e na cultura judaica. Podemos citar, entre outros exemplos: Balaão (Nm 24.20-23), Jotão (Jz 9.7-15), o profeta Natã (2 Sm 12.1-5), o profeta Isaías (Is 5.1-7) e o profeta Ezequiel (Ez 17.3-10, 19.2-9 e 24.3-5). O que devemos destacar é que Jesus fez um uso diferente, de tal maneira que até os seus opositores reconheceram que Ele ensinava com autoridade, ou, nas palavras de alguns: “ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7.46). 

II – CUIDADOS PARA ENTENDERMOS AS PARÁBOLAS 
As parábolas de Jesus são ricas em ensinos, mas só desfrutaremos dessa riqueza se obtivermos delas o real entendimento originalmente dado pelo autor, o nosso Mestre. O primeiro requisito nessa jornada é reconhecermos que estamos pisando em terra santa e que devemos tirar as sandálias dos nossos pés. Toda ideia preconcebida deve ser lançada fora e a humildade deve ser a vestimenta daquele que quer alcançar o alvo – conhecer o que as Escrituras realmente dizem. Para isso, é imprescindível o auxílio do Espírito Santo. Ao analisarmos as parábolas, devemos levar em conta alguns princípios: a) Deve ser considerado o contexto para se descobrir por que a parábola foi contada; b) A busca deve ser pela verdade principal que a parábola ilustra; c) Pormenores não devem ser excessivamente destacados; d) Não se deve estabelecer uma posição doutrinária baseada somente em parábolas; e) Finalmente, é importante buscar uma aplicação pessoal de cada parábola. 

III – O PORQUÊ DO USO DE PARÁBOLAS 
Ao responder o questionamento dos discípulos quanto ao uso de parábolas, Jesus fala em cumprimento da profecia: “Abrirei a boca numa parábola, proporei enigmas da eternidade” (Mt 13.34- 35; Sl 78.2). O propósito das parábolas era revelar as verdades ocultas do reino de Deus, porém não a todos. Ao coração humilde, estas parábolas trariam mais luz, mas aos orgulhosos e rebeldes, elas criariam mais confusão (Mt 13.11-17). Esse é o significado da declaração de Jesus: “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado” (Mt 13.11). Isaías fala fortemente disso: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome de Santo: Em um alto e 2 santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15); “... mas eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra” (Is 66.2). E, quanto ao orgulhoso, Isaías diz que, na vinda do Messias, “os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a sua altivez será humilhada” (Is 2.11). A outra passagem que Jesus cita de Isaías fala da degradação espiritual dos israelitas, do orgulho e da teimosia de coração que tornaram impossível para eles continuar a ouvir e entender as palavras de Deus. Jesus diz simplesmente que era uma profecia que tinha sido literalmente cumprida em Seus próprios ouvintes. Toda a sabedoria que eles ouviram de Sua boca e todas as maravilhas que viram de Sua mão nada tinha significado, porque “o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com os ouvidos, e fechou os olhos para que não veja” (Is 6.9-10; At 28.24-27). As parábolas eram uma penetrante espada de dois gumes para determinar se o coração de Seus ouvintes era orgulhoso ou humilde, teimoso ou contrito (Hb 4:12). Esse é o significado de: “porque aquele que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado” (Mt 13:12). Aqueles que possuíam humildade estavam destinados a ter um entendimento rico e verdadeiro do reino do céu, mas aqueles que não tinham nada, ou pouco desse espírito, estavam destinados a perder até o pouco entendimento que tinham. O evangelho do reino está assim moldado para atrair e informar os humildes, enquanto afasta e confunde os orgulhosos. O mesmo sol que derrete a cera endurece a argila. 

CONCLUSÃO 
Vimos nessa lição introdutória a definição de parábola, algumas referências de seu uso, os cuidados ao analisarmos e por que Jesus utilizava parábolas. Cabe a nós nos dedicarmos incansavelmente ao estudo e aprendizado das Sagradas Escrituras e, quando somos confrontados com alguma declaração desafiadora da Escritura, não devemos sair em desespero e confusão, mas ficar ali pacientemente aos pés do Mestre para aprender mais. Nossa atitude revelará se nos é dado saber os mistérios do reino de Deus e o tipo de coração que temos. Seremos bem-aventurados se escolhermos a melhor parte, afinal, para onde iremos nós – só Ele tem palavras de vida eterna. 

QUESTIONÁRIO 
1. O que é uma parábola? 
2. Cite três parábolas no antigo testamento. 
3. Qual o primeiro requisito para entendermos as parábolas? 
4. Cite três princípios a serem seguidos no estudo das parábolas. 
5. Por que Jesus falava em parábolas?



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23 março 2017

013--A prática da Palavra de Deus -O Sermão do Monte Parte 13 [Pr Afonso Chaves] 21mar2017


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LIÇÃO 13: 
A PRÁTICA DA PALAVRA DE DEUS

TEXTO ÁUREO
 “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”. (Mt 7.21)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 7.13-27

INTRODUÇÃO
Chegamos à conclusão deste tão instrutivo Sermão proferido por nosso Senhor, no qual é desvendada a verdadeira essência de uma vida que glorifica a Deus por estar em harmonia com a Sua vontade e orientada para o Seu reino. E, após exortar os discípulos a uma total dependência da graça para que pudessem cumprir com as exigências da justiça e piedade divina, Jesus os incita à obediência sincera, constante e sem reservas da palavra de Deus, mostrando que de nada serve uma confissão de fé ou conhecimento que não se revele na prática; e, ainda que possam surgir aqueles que confessarão falsamente o Evangelho, só poderão ter a certeza de vida eterna e aprovação divina aqueles que estão resolvidos a seguir os passos do Mestre até ao fim e a todo o custo.

I – A PORTA ESTREITA E O CAMINHO APERTADO (Mt 7.13-14)
A exortação ilustrada nestes versos revela que todo o ensinamento transmitido por Cristo, particularmente neste Sermão, não é importante apenas por representar um padrão de justiça e piedade apropriado para os Seus discípulos, para aqueles que já foram salvos pela graça; é antes uma “porta” e
um “caminho” para a sua própria salvação e vida eterna. Isto se harmoniza com o fato de que Jesus veio salvar o Seu povo da condenação tanto através do Seu sacrifício na cruz, sendo Ele mesmo a porta e o caminho (Mt 20.28; Jo 10.7; 14.6). E, seguindo o método da graça e misericórdia divina, Ele insta com os Seus ouvintes para que não rejeitem essa provisão (cf. Dt. 30.19; Ez 18.23, 30-32; Jo 14.6). “Entrai” – ou, em um texto paralelo, “porfiai por entrar” (Lc 13.24) – implica que a vida eterna só pode ser alcançada através de um esforço – um grande esforço. É uma passagem que deve ser forçada (cf. Mt 11.12), porque a porta é “estreita” e o caminho, “apertado”, ou seja, o elevado padrão do reino dos céus aponta em uma direção contrária àquela que a natureza carnal e pecaminosa do homem o inclina, confrontando suas obras e perscrutando os sentimentos e motivações mais ocultas do seu coração e impondo uma atitude de renúncia a coisas e pessoas que ele ama, e inclusive ao seu próprio eu (Mt 10.34-39; 16.24-26; Lc 14.28-33). E quão difícil é para o homem se dobrar ao conselho de Deus – de fato, isto é impossível ao homem, mas não a Deus – por isso tão poucos encontram este caminho (Mt 19.24-26; Lc 13.23-24).
Por outro lado, a “porta” e o “caminho” que levam à destruição não requer nenhum esforço para ser encontrado e trilhado, pois todos os homens já nascem nele e, se não for pela intervenção da graça salvadora de Deus, só perceberão o seu fim destrutivo naquele dia (cf. Pv 14.12; Lc 13.25). O fato de ser “largo” e “espaçoso” significa que é fácil, ou seja, permite a satisfação de todos os desejos e vaidades do homem, não há confrontação com o caráter, e seus pensamentos ocultos podem ser facilmente acobertados sob a aparência de uma falsa confissão – é o curso deste mundo, da multidão, da maioria (cf.Ef 2.1-3)
.
II – OS FALSOS PROFETAS (MT 7.15-20)
Tendo definido claramente que só há duas opções possíveis – e a que representa a vida não é fácil, embora o seu fim justifique e faça valer todo o empenho e sofrimento – o Senhor alerta Seus discípulos contra aqueles que certamente se levantariam para tentar desvirtuá-los do caminho, trocando a severidade do Evangelho pelas facilidades da conformação com o mundo, dando-lhes a falsa esperança de que, mesmo assim, ainda poderiam esperar alcançar a vida. O falso profeta, neste contexto, é todo aquele que presume ser enviado por Deus e ter o que ensinar a outros, recomendando-se por uma falsa confissão e identidade com o povo de Deus (“vestido de ovelha”), mas que, tanto pela sua própria conduta como pelo efeito dos seus ensinamentos libertinos, revela seu verdadeiro caráter réprobo (cf. 2Pe 2.1-3, 18-22). Acerca dos tais, não somente o próprio Senhor Jesus, mas Seus apóstolos também deixaram várias advertências (cf. 1 Tm 4.1, 2; 2 Tm 3.1-5; 4.3-5).
A comparação com a árvore e seu fruto nos orienta sobre como podemos reconhecer esses lobos devoradores, destrutivos para o rebanho de Deus: considerando, em primeiro lugar, a sua própria conduta no Evangelho; pois Cristo não requer menos obediência daquele que se diz mestre do que daquele que é ensinado como discípulo – antes, requer ainda mais do mestre (cf. Mt 24.45-51; Lc 12.47-48). Depois, devemos considerar a qualidade de suas palavras – se inspiram temor, confiança e amor a Deus e amor ao próximo; ou se disseminam liberalismo e permissividade nos que os ouvem, levando-os à negligência da santidade. A sentença contra os tais já está dada – se não há tolerância para a hipocrisia naqueles que ouvem as palavras de Cristo, tampouco haverá para aqueles que a ensinam.

III – OS VERDADEIROS DISCÍPULOS DE CRISTO (Mt 7.21-27)
Nestes versos fica ainda mais patente que o Senhor Jesus está tratando com a atitude de hipocrisia que muitos ouvintes da Sua Palavra poderiam ter, e isto Ele faz para mostrar o quanto é perigosa e destrutiva essa atitude. Se, por um lado, a confissão do nome de Cristo faz parte do nosso testemunho cristão (Mt 10.32-33), por outro, de nada valem os lábios que confessam o Senhor quando isto não é fruto de um coração sincero e fiel (Rm 10.8-10; Hb 13.15; cf. Mt 15.7-8), ou de uma vida pautada pela obediência ao Evangelho.
Neste caso, Jesus não faz uma comparação, mas nos dá um vislumbre de como realmente será aquele grande dia de juízo, quando muitos se decepcionarão com a confissão hipócrita que fizeram do Seu nome e com a aparente identidade que mantiveram com a Sua causa – a vida eterna sendo de uma excelência muito superior (Lc 10.17-20). Jesus só reconhecerá aqueles que de fato foram Seus discípulos, ou seja, aprendendo dEle e imitando-O, na obediência à vontade de Deus (Lc 6.46; Jo 15.21; 2 Tm 2.19-
21). Observemos ainda que toda a confissão aparente, feita para iludir e ocultar aos homens um coração infiel, será desfeita do mesmo modo diante dos homens, para que os segredos fiquem descobertos não somente para aquele que viveu hipocritamente, mas para os que foram enganados pela sua falsa identidade.
A parte conclusiva deste longo e rico discurso de Cristo traz, sob a forma de uma nova comparação, um alerta final, que chama a nossa atenção para um dia em que nossa vida será examinada e posta à prova e, de acordo com a qualidade de nossas ações, seremos aprovados ou reprovados. É uma exortação dirigida particularmente àqueles que ouvem a Cristo, e não aos homens em geral (“todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras”), onde vemos, em primeiro lugar, o rigor do escrutínio de Deus sobre a vida daqueles que são confrontados com a Sua Palavra, comparado às forças tempestivas e poderosas da natureza. Em segundo lugar, evidencia-se a eficácia da palavra de Cristo, uma vez aplicada ao nosso coração e posta por prática, pode firmar nossa alma e assegurá-la eternamente, a fim de que não pereçamos em juízo. E, por último, mais uma vez aparece nesta comparação a necessidade de um esforço para a obediência dos ensinos de nosso Senhor, assim como para construir uma casa firme contra as adversidades é necessário buscar o solo apropriado, cavar em busca da rocha firme que servirá de  fundamento para o edifício (cf. Lc 6.47, 48).

CONCLUSÃO
As palavras de Cristo não devem ser apenas ouvidas e admiradas, para depois serem esquecidas. Não é discípulo de Cristo aquele que o é apenas na aparência, e que negligencia e pouco se importa com a prática da justiça e da piedade. Que possamos nos confrontar diariamente com a transparência dos ensinos ministrados por nosso Senhor neste Sermão e, com humildade e resignação, nos submetermos ao bondoso e misericordioso governo que Cristo tem, por direito, sobre nossas vidas.

QUESTIONÁRIO
1. Qual é o propósito da exortação ilustrada no texto desta lição?
2. O que implica a palavra “entrai”, ou “porfiai por entrar”?
3. Como os falsos profetas podem ser identificados?
4. Por que fazer grandes obras no reino de Deus não é o mesmo que obedecer à Sua Palavra?
5. Quem representam o homem prudente e o insensato, na comparação dos versos 24 a 27?

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16 março 2017

012-A liberalidade da graça de Deus - O Sermão do Monte Lição 12[Pr Afonso Chaves] 14mar2017


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LIÇÃO 12: 
A LIBERALIDADE DA GRAÇA DE DEUS

TEXTO ÁUREO:
 “Porque aquele que pede recebe, e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre”. (Mt 7.8)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 7.7-12

INTRODUÇÃO
Desde o início do Sermão do Monte, temos considerado as características espirituais do reino de Deus que afetam profundamente o caráter e a conduta dos Seus súditos, revelando neles a diferença entre os verdadeiros seguidores de Cristo e aqueles que servem a Deus apenas na aparência. Então chegamos, na lição passada, ao ponto em que nosso Senhor nos confronta com a realidade do juízo de Deus, onde todos teremos que prestar contas dos nossos atos; portanto, cientes da nossa fraqueza e incapacidade para correspondermos ao elevado padrão do reino dos céus, não podemos nos dar à presunção de julgar e condenar o nosso próximo. Agora, ciente da nossa limitação e necessidade, o Senhor nos orienta a buscarmos de Deus a graça de que tanto precisamos para cumprir as demandas do reino, tendo a certeza de que Ele não a negará aos Seus. 

I – A DEPENDÊNCIA DA GRAÇA DE DEUS (Mt 7.7-8)
Enquanto no capítulo anterior o Senhor Jesus nos ensinou o que pedir em oração ao nosso Pai celestial, nestes versos Ele nos encoraja e incentiva à aplicação, orientando-nos a recorrer a Deus por aquilo que falta em nossas vidas. Os três imperativos: “pedi”, “buscai” e “batei” ilustram, em primeiro lugar, que o verdadeiro discípulo de Cristo precisa sentir a sua profunda necessidade espiritual (cf. Mt 5.3) e entender ser incapaz e desmerecedor de qualquer benefício da parte de Deus, pois só pede aquele que não tem, só busca aquele que perdeu, e só bate aquele para quem a porta está fechada.
Compreendendo a sua limitação para viver em harmonia com o reino dos céus, ele passa a ter o senso da dependência divina e a suplicar a Deus pela provisão da graça que lhe falta (cf. Lc 17.5).
A exortação de Cristo também revela, pela sua ênfase, que dependemos de Deus em coisas absolutamente necessárias e vitais, que devem ser buscadas com o maior interesse, com insistência, persistência e sinceridade. Ao mesmo tempo que o reino de Deus é uma graciosa dádiva feita a homens que não o mereciam, e o convite é estendido a todos, sua verdadeira posse não é para os que o desprezam, para os desinteressados e negligentes, mas para os que usam de todos os meios possíveis para alcançá-lo (cf. Mt 11.12; 13.44-46; 22.2-8, 9-12). Estas palavras ensinam a perseverança, pela qual aprendemos a depender de Deus sempre (Lc 18.1-8; 1 Ts 5.17), pois nossas necessidades, devido à nossa própria natureza variável e transitória, são sempre as mesmas, e nunca podem ser satisfeitas plenamente e de uma só vez nesta vida; e porque também, uma vez cofiantes de que não precisássemos de mais nada,
infalivelmente cairíamos no pecado da soberba e autossuficiência, abandonando todo senso de dependência divina. O Senhor sabe o quanto somos tendentes ao desânimo e ao desespêro, ante a percepção de uma grande necessidade e ao fato de que nem sempre a sua provisão é imediata, sendo necessário paciência e perseverança para receber resposta de Deus. Por isso a garantia que Ele dá aos Seus discípulos de que certamente serão ouvidos e atendidos pelo Pai celestial é dupla: “pedi, e dar-se-vos-á”, e: “porque aquele que pede recebe”. Este é um ensino que inspira grande confiança e segurança em Deus e na imutabilidade do Seu trato com os Seus servos, pois, se no passado Ele respondeu a tantos que clamaram em sua instante necessidade, por que não responderia a nós, que também somos Seus servos e filhos?

II – A PROVISÃO DA GRAÇA DE DEUS (Mt 7.9-11)
Para inspirar ainda mais confiança em Seus seguidores, Jesus traça um paralelo entre a liberalidade humana e a divina: se podemos esperar certa medida de generosidade até entre os homens, que são maus, por que esperar menos de Deus, que é a fonte de todo bem e de toda bondade? Mas a razão maior nesta comparação está em que, assim como ninguém negará o melhor do que tem aos seus filhos, porque são seus filhos, do mesmo modo Deus não nos negará bem algum, pois nós somos Seus filhos. Acrescente-se a isto que mesmo os homens maus podem ser dobrados pela insistência e impertinência de outros – quanto mais Deus está pronto a atender aqueles que insistem com Ele? (cf. Lc 11.5-8; 18.1-8). Aqui também vemos que perde uma grande oportunidade de desfrutar de maior comunhão e graça de Deus para o seu dia-a-dia aquele que não persevera em oração, apresentando a Deus suas reais necessidades (Tg 4.2, 3).22
Pelo contexto de toda esta passagem já deveria estar clara a natureza dos bens que nosso Senhor aqui nos orienta a buscarmos instantemente de Deus, e que certamente Ele nos dará mediante a nossa perseverança em oração: são bens espirituais, a saber, a graça e virtude necessárias para conformar nossas vidas à semelhança de Cristo, ou ainda, o próprio Espírito Santo (Lc 11.13), que é o bem maior e a garantia de que tudo o mais que venhamos a precisar será concedido por nosso Pai celestial (At 2.38-39; 2 Co 5.5; Rm 8.15-17).

III – A LIBERALIDADE DE DEUS E O PRÓXIMO (Mt 7.12)
O último verso da passagem proposta para esta lição apresenta-nos um argumento conclusivo, ou seja, em conexão com o que o Senhor acabou de ensinar sobre pedir com insistência a Deus. Na verdade, aqui está implícito o mesmo princípio já ilustrado em momentos anteriores, de que Deus está pronto para suprir nossas necessidades, desde que haja em nós a mesma disposição em suprir as necessidades alheias: seja em perdão, misericórdia ou qualquer outro bem – enfim, “tudo o que vós quereis” (Mt 6.14; 7.2; Lc 6.36). Se, como vimos na lição passada, não podemos dar as coisas santas aos cães, nem aos porcos as nossas pérolas, ao mesmo tempo não nos esqueçamos de que também temos a obrigação de compartilhar o bem que nos foi confiado, de graça, liberalmente, assim como de graça nos foi dado (Mt 10.7, 8). A referência aos homens na expressão: “tudo o que vós quereis que os homens vos façam” deve ser entendida em conexão com: “fazei-lho também vós”, como equivalente a: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). Ou seja, Jesus não está nos ensinando a esperar dos homens todo o bem de que precisamos, pois a nossa provisão vem de Deus; e porque nem sempre receberemos dos homens o bem que lhes fazemos (cf. Mt 5.10, 11; 1 Pe 3.13, 14). Mas o sentido desta expressão é de que, como filhos de Deus, devemos tratar nosso próximo do mesmo modo como somos tratados pelo próprio Deus (Mt 5.48; Ef 5.1). Além do que a recompensa por todo o bem que fazemos, seja quando correspondido ou não pelos homens, virá infalivelmente de Deus (Ef 6.8).
Finalmente, consideremos que Jesus aqui resume, em poucas palavras, todo o ensinamento da lei e dos profetas, explicadas ao longo deste Sermão. De fato, o amor ao próximo, em conexão com o amor a Deus, constitui a essência de toda a lei e os profetas – tudo o que foi escrito no passado visa conduzir o
homem à prática do amor, e nenhum mandamento particular pode ser cumprido satisfatoriamente aos olhos de Deus se não for orientado por esse espírito (Mt 22.35-40; Rm 13.8-10). Ao mesmo tempo, esse amor a Deus e ao próximo é ricamente ilustrado e pautado pelos princípios definidos nas Escrituras – isto é, não se trata de um amor indefinido e sentimental, nem separado da justiça divina, o que, na verdade, não é amor de Deus, e sim mundano (cf. 1 Jo 2.5, 15-17; 3.18).

CONCLUSÃO
Deus espera ser buscado por Seus filhos constantemente, para provisão de todas as suas necessidades, principalmente espirituais. Ele é bom e generoso, e não negará coisa alguma que seja realmente necessária. E, quando não responde de imediato, ainda assim está agindo em favor dos que clamam a Ele, ensinando-os a depender d’Ele e não abandoná-lO, mesmo quando alcançam suas petições. Mas lembremos que Ele sempre nos tratará como filhos na medida em que, à semelhança de nosso Pai celestial, tratarmos o próximo com a mesma bondade e liberalidade.

QUESTIONÁRIO
1. Por que Jesus ilustra a necessidade de orar com três imperativos: pedi, buscai e batei?
2. Qual a certeza que podemos ter de que Deus responderá à oração perseverante?
3. O que a liberalidade humana nos ensina sobre a liberalidade de Deus?
4. Qual a natureza dos bens pelos quais devemos instar com Deus?
5. Como o nosso trato com o próximo será a medida pela qual Deus responderá nossa oração?

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09 março 2017

011-O juízo temerário e o discernimento espiritual - O Sermão do Monte Lição 11[Pastor Afonso Chaves]07mar2017

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LIÇÃO 11: 
O JUÍZO TEMERÁRIO E O DISCERNIMENTO ESPIRITUAL 

TEXTO ÁUREO:
 “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”. (Mt 7.2) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 7.1-6

INTRODUÇÃO 
Entrando na seção final do Sermão do Monte, nesta lição o Senhor Jesus passa a fazer diversas considerações acerca da excelência e severidade do reino dos céus, chamando nossa atenção para a imparcialidade de Deus, já revelada no elevado padrão de justiça exigida de Seus súditos, e a ser manifestada no último dia, quando cada uma de nossas obras, desde a sua motivação mais íntima, será provada e pesada na balança do Juiz de toda a terra. Considerando, então, a gravidade do nosso chamado para sermos cidadãos dos céus, e do quanto se exigirá de cada um de nós, o Senhor nos ensina, em primeiro lugar, que não devemos estar prontos para condenar as faltas de nossos companheiros de caminhada, mas antes olhar para nossa própria fragilidade, e assim aprender a ser misericordiosos com o próximo, ajudando-o a levar suas cargas. 

I – O DISCÍPULO DE CRISTO E O JUÍZO TEMERÁRIO (MT 7.1-2) 
A passagem que ora estudamos se inicia com uma proibição de nosso Senhor que, embora categórica, não deve ser entendida de forma absoluta. A palavra julgar é usada em vários sentidos nas Escrituras (1 Co 11.13; Lc 7.43; At 16.15, etc.), mas aqui se refere a condenar, dar sentença de reprovação contra alguém. Jesus não está proibindo o uso da razão iluminada pela verdade para discernir o bem e o mal (Hb 5.14) e condenar as más obras (Ef 5.11), e mesmo ter uma atitude de reprovação para com aqueles que as praticam (Rm 16.17; 1 Co 5.11; 2 Ts 3.6), pois à igreja foi dada tal autoridade, para exercício da disciplina (1 Co 5.4-5; Mt 18.15-18); assim como, no que diz respeito a questões seculares, o próprio Deus estabeleceu magistrados para julgar e condenar os homens pelos seus crimes (cf. Dt 16.18- 20; Rm 13.3, 4). Cristo está tratando aqui do juízo temerário, isto é, da tendência natural do ser humano de intrometer-se na esfera da individualidade do próximo com Deus, presumindo entender suas motivações e pensamentos, sem maiores investigações ou confirmação de simples suspeitas, e acabando por condená-lo injustamente pela aparência (Lc 12.57; Jo 7.24; cf. Pv 18.13). Para nos dissuadir desse tipo de julgamento precipitado e injusto contra o nosso próximo, o Senhor nos alerta que tal ato nos expõe, não ao juízo dos homens, mas ao do próprio Deus, perante um servo que condena temerariamente a outro servo não será justificado, mas condenado por presumir um poder que pertence exclusivamente a Deus (cf. Mt 12.37; Rm 14.4, 10-12; Tg 4.11-12) – e essa presunção é diabólica (cf. Jó 1.8-11; Ap 12.10). Esta palavra também revela a realidade do juízo final, do qual ninguém escapará, mas todos teremos de prestar contas de nossos atos diante de Deus (2 Co 5.10; Cl 3.23-25), inclusive dos nossos mais ocultos pensamentos e motivações (1 Co 4.5). Jesus apresenta ainda uma razão para que estejamos em alerta contra o juízo temerário, que é a regra áurea do nosso relacionamento com o próximo, como tivemos oportunidade de estudar em lições anteriores: seremos tratados pelo mesmo critério de que nos servimos para tratar os outros. Se nosso julgamento é rigoroso, severo em condenar a partir do entendimento que temos sobre a verdade, não devemos esperar ser julgados por Deus em um nível inferior (cf. Mc 4.24, 25; Lc 12.47, 48). Certamente esta é uma exortação à misericórdia, quando consideramos as faltas alheias, pois é pela misericórdia que nós mesmos seremos livrados da severidade do juízo de Deus (Lc 6.37-38; Tg 2.13; cf. Mt 5.7). 

II – O DISCÍPULO DE CRISTO E O JUÍZO PRÓPRIO (MT 7.3-5) 
Longe de proibir toda forma de discriminação quanto ao que é certo e errado, e de censura ou disciplina sobre aqueles que laboram em erro, vimos que nesta passagem o Senhor Jesus está condenando tão somente o juízo temerário, que procede de uma presunção de superioridade em relação ao próximo, e que se baseia em um rigor que exclui toda misericórdia. Cristo aponta agora outro aspecto do espírito maligno que leva a esse tipo de julgamento: a hipocrisia. É uma tendência natural do homem decaído investigar a vida do próximo em busca de faltas, quando ele mesmo anda em erro, particularmente em erros piores do que aqueles que julga no outro, e dos quais ele mesmo tem consciência (Rm 2.1-3). Essa era a atitude dos fariseus (Mt 12.1-2, 7-8; 23.34), que buscavam em coisas indiferentes razões para condenar os outros. Através de uma comparação, Jesus mostra a parcialidade e desproporção com que age o hipócrita ao julgar o seu próximo, pois um cisco tanto é difícil de ser percebido – precisa ser cuidadosamente procurado – como pouco atrapalha a sua visão; ao passo que a trave é facilmente percebida e bloqueia quase que totalmente a visão. 22 Pela recomendação feita por nosso Senhor, fica evidente que não é errado corrigir a um irmão faltoso, em pecado, desde que primeiro tratemos dos nossos próprios pecados. Não quer dizer que sempre estaremos em maior falta que o próximo, ou que, quando percebemos a falha em outrem, certamente é porque incorremos em falha maior. Interessar-se pelo bem do próximo é um dever já prescrito na Lei (Lv 19.17). Mas pelo exercício da sinceridade para com Deus, em permitirmos que Ele nos sonde com a Sua verdade e em confessarmos os nossos pecados a Ele (Sl 51.3, 12-13), e da humildade para com o próximo, considerando-nos sujeitos às mesmas fraquezas (1 Co 10.12), aprendemos a tratar o irmão que tenha pecado com amor, misericórdia e temor (Gl 6.1; Jd 22, 23; Tg 5.19, 20); e não com o espírito de hipocrisia que em si é pior do que o pecado que pretendemos condenar, pois caracteriza uma obstinação em relação ao nosso próprio pecado (cf. Rm 2.1, 3, 5-6). 

III – O DISCÍPULO DE CRISTO E O DISCERNIMENTO ESPIRITUAL (MT 7.6) 
A comparação feita por Cristo no presente verso está em nítida relação com o ensinamento anterior, e através dela nosso Senhor contrapõe, à proibição de julgar temerariamente, a necessidade de um discernimento quanto às coisas pertinentes ao reino dos céus, separando o precioso do vil (Jr 15.19; cf. Lv 10.10), e cuidando para que não sejam tratadas com desprezo por aqueles que não reconhecem o seu valor e excelência. Jesus ensinou, antes, que os hipócritas se preocupam com as faltas de seu próximo, ignorando ou rejeitando tratar dos seus próprios pecados. Aqui vemos que há pessoas, em tais condições, que recusarão qualquer forma de cuidado demonstrado para com a sua própria condição, desprezando a verdade e até mesmo usando de violência para com aqueles que demonstrarem interesse pelo seu próprio bem (Pv 9.8). Em primeiro lugar, aprendemos qual é a natureza do reino dos céus e de tudo aquilo que nos foi dado pela graça de Deus: são coisas santas e preciosas (pérolas). Depois, entendemos que essa riqueza não pertence apenas a nós, mas somos incumbidos de compartilhá-las com outros – pois, se Ele proíbe de dá-las a alguns, é porque é possível e necessário dá-las a outros, em tempo oportuno (cf. Mt 13.52; 28.20). Por último, somos ensinados acerca da natureza de certos homens que, mediante a oferta de um bem tão grandioso e glorioso, se sentirão ofendidos em sua miséria e desprezo, e incitados à atitude insana de rejeitar a verdade e se levantar contra os que a pregam. Tanto o cão como o porco são animais impuros segundo a Lei e, no contexto do mundo antigo, caracterizados por hábitos impuros (cf. 2 Pe 2.22); particularmente o cão era considerado um animal indigno, desprezível (cf. 1 Sm 17.43; 2 Rs 8.13). Por um lado, é verdade que todos nós éramos inimigos de Deus (Cl 1.21), não sendo melhores do que outros na recepção do Evangelho, pois fomos reconciliados pela Sua graça estando ainda neste estado de rebeldia (Rm 5.8-10) – logo, não éramos melhores do que os cães e porcos de que Jesus trata aqui. Por isso também o Evangelho deve ser pregado a toda a criatura (Mc 16.15). Mas é justamente porque alguns crêem e outros não que devemos discernir a operação da graça de Deus no coração daqueles que ouvem, bem como perceber os sinais que caracterizam uma rejeição obstinada à palavra pregada (Mt 10.11-15). Observamos que o próprio Jesus falava em parábolas com a multidão, mas aos Seus discípulos, que dEle se aproximavam em busca de entendimento, tudo falava claramente (Mt 13.10- 13; Mc 4.34); aos que fechavam seu coração e rejeitavam o testemunho de Suas obras e palavras, Ele recusava multiplicar os sinais, quando não os abandonava (Mt 12.38-39; 13.58; 15.14); e as maiores demonstrações de Seu poder e glória foram feitas em presença dos Seus discípulos amados (Mt 17.1-2; Jo 14.19 – cf. 1 Co 15.5-8), não da multidão. 

CONCLUSÃO 
O reino dos céus nos introduz em uma realidade espiritual, onde somos agraciados com muitos privilégios, mas também incumbidos de grandes responsabilidades que apontam para um dia de juízo em que seremos individualmente julgados por Deus e receberemos de acordo com o teor das nossas obras e do nosso coração. Por isso devemos considerar uns aos outros como cooperadores na caminhada em direção ao mesmo alvo, compadecendo-nos e prontos para ajudarmos nas fraquezas alheias, bem como sermos ajudados em nossas próprias fraquezas (cf. Tg 5.16). 

QUESTIONÁRIO 
1. Que tipo de julgamento o Senhor Jesus está proibindo nesta passagem? 
2. O que significa ser julgados com a mesma medida que julgarmos? 
3. Quando poderei realmente me preocupar com o pecado de meu irmão? 
4. Como devo tratar meu irmão, quando este pecar? 
5. Que tipo de discernimento devemos ter ao apresentar as riquezas do Evangelho aos homens?

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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03 março 2017

010-A piedade perfeita e os bens materiais - O Sermão do Monte Lição 10[Pr Afonso Chaves] 01mar2017


MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 10: 
A PIEDADE PERFEITA E OS BENS MATERIAIS 

TEXTO ÁUREO: 
“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 6.19-34 

INTRODUÇÃO 
Estamos ainda na seção do Sermão do Monte em que o Senhor Jesus ensina como devemos nos relacionar com nosso Pai celestial, ao mesmo tempo em que Ele condena diversas atitudes carnais que pervertem a verdadeira piedade para com Deus. Assim, tendo chamado a nossa atenção para o perigo da ostentação quando nos aplicamos de atos como as esmolas, a oração e o jejum, nosso Mestre vai tratar agora de como devemos lidar com os bens materiais e evitar um mal igualmente grave que, uma vez brotando no coração, corrompe nosso andar com Deus, desviando-nos do reino dos céus e impedindo-nos de desfrutar de comunhão plena com Ele e de confiar na Sua bondosa providência. 

I – O DISCÍPULO DE CRISTO E AS RIQUEZAS (MT 6.19-24)
Para tratar do nosso relacionamento com os bens materiais, o Senhor começa fazendo uma dupla exortação: “Não ajunteis tesouros na terra”, e: “Ajuntai tesouros nos céus”, nas quais o Seu propósito não é condenar as riquezas em si, desde que estas sejam fruto do nosso trabalho (cf. Ec 3.13); mas sim o amor às riquezas que leva o homem a fazer delas um fim em si mesmo, ansiando por obtê-las e confiando na abundância delas. Jesus revela que tal atitude é tola e inútil, pois os bens materiais estão sujeitos a muitas vicissitudes (a traça, a ferrugem, os ladrões), pelas quais podemos perdê-los facilmente; e enreda o homem em uma busca sem fim e desesperadora que o levará à condenação (Ec 5.10-14; Pv 23.4, 5; 1 Tm 6.9-10; Lc 12.15-20; Tg 1.9-11). Por outro lado, devemos ansiar e lançar mão de todos os esforços para enriquecermos para com Deus (Mt 6.33; 11.12; Jo 6.27), inclusive usando de nossos bens materiais (Mt 16.21; Lc 12.33; 16.1-9; 1 Tm 6.17-19); pois somente as riquezas acumuladas no reino de Deus são incorruptíveis e permanecem seguramente em depósito para o nosso proveito nos céus (Mt 25.34; 1 Pe 1.3-5). Mais importante ainda é o fato de que o coração está intimamente ligado ao tesouro que escolhermos ajuntar, pois nossos pensamentos, intenções e afeições sempre se voltarão para aquilo que consideramos digno de valor e estima, e que nos esforçarmos por obter e acumular para o nosso desfrute. O amor às riquezas, portanto, é uma paixão carnal e insidiosa, que precisa ser mortificada a todo o tempo enquanto estivermos na terra (cf. Cl 3.5). A ilustração proposta nos versos 22 e 23 revela uma realidade ainda mais profunda na escolha do nosso tesouro. Os olhos são a “luz” ou “candeia” (cf. Lc 12.35, 36) do corpo, porque dependemos da visão para realizarmos qualquer obra através do corpo – se nossa visão é boa, nossos atos serão bem orientados, e seguiremos o caminho correto; se for ruim, nossas ações serão equivocadas, e nos desviaremos rapidamente do caminho. Do mesmo modo, só é possível almejar as coisas celestiais e orientar nossa vida para elas se houver em nós um entendimento iluminado pela verdade, renovado pela graça de Deus (Jo 3.3; Mt 11.25-27); do contrário, o entendimento mundano não consegue ver a excelência do reino dos céus, e só leva à cobiça e avareza (1 Co 2.14; Ef 4.17-19). Mas, se aqueles que confessam seguir a Cristo, supostamente tendo os olhos iluminados, se deixam enganar pelas riquezas deste mundo, quanto pior é o seu estado e inútil a sua confissão! (cf. 2 Pe 2.20). O desenvolvimento dessa verdade chega ao seu ponto mais grave com a declaração seguinte, de que ajuntar tesouros na terra não é nada menos que servir às riquezas como um outro deus – em outras palavras, é dividir com a criatura a lealdade do nosso coração, que é devida exclusivamente a Deus (Mt 22.37; 1 Co 5.11; Tg 4.1-4), implicando em terríveis consequências para a eternidade (Lc 16.13-14, 19-31). 

II – O DISCÍPULO DE CRISTO E A ANSIEDADE (MT 6.25-32) 
Na sequência deste ensinamento, o Senhor Jesus passa à consideração de outro mal de natureza semelhante ao da cobiça e avareza, e igualmente presente no coração do homem natural: a ansiedade ou preocupação pela provisão das nossas necessidades materiais futuras (“o que haveis de comer”, “o que haveis de beber”, “o que haveis de vestir”). O fato é que Jesus está cuidando agora de um problema que constitui a raiz do amor às riquezas, e que também é pecaminoso e precisamos estar alertas para os seus primeiros sinais de manifestação. É o cuidado excessivo pelas coisas desta vida, no temor de que possam vir a faltar, e a subsistência ser prejudicada, que tem lançado o homem à busca desenfreada e ao acúmulo excessivo delas, criando assim a falsa segurança de que, na sua abundância, estará precavido contra todos os infortúnios no dia de amanhã. 20 O remédio para a ansiedade, como veremos nas razões apresentadas por Cristo, está em Deus, no conhecimento da Sua bondade, poder, sabedoria e providência. Assim, o primeiro argumento é que Ele nos deu a vida, nossa existência depende dEle (At 17.28). A vida é mais excelente que as coisas necessárias para a sua manutenção, logo, por que Ele não nos daria também essas coisas? Depois, devemos considerar como Deus trata Sua criação não humana, provendo não apenas a vida mas sustentando cada criatura de forma maravilhosa, diariamente, com abundância e o que, humanamente falando, poderia ser considerado grande luxo e pompa (Sl 104.27-30). E daí perguntamos: Por que Ele não faria o mesmo por nós, que trabalhamos pelo nosso pão e que, pela graça da adoção, somos considerados por Ele como filhos, muito mais valiosos e dignos do Seu cuidado? E, por último, somos relembrados do quanto é limitado o nosso esforço em prover nossas próprias necessidades – por maiores que sejam nossos cuidados, e por mais que trabalhemos, nada disto mudará nossa constituição e condição natural. Embora seja uma atitude muito comum para o homem natural, a ansiedade pelos bens materiais equivale a uma incredulidade e falta de confiança em Deus. Não é característico do discípulo de Cristo, daquele que recebeu entendimento para buscar as coisas que são cima, deixar-se envolver pelas preocupações que ocupam os corações daqueles que não conhecem a Deus (os gentios, cf. Mt 13.22). Mediante os argumentos ora apresentados por nosso Mestre, podemos descansar na certeza de que Ele sabe do que precisamos (cf. Mt 6.8), e trabalhar com sossego e confiança na Sua boa providência (Sl 127.1, 2; 103.13; Hb 13.5). 

III – O DISCÍPULO DE CRISTO E A PRIORIDADE DO REINO (MT 6.33-34) 
Tendo lidado com os males da cobiça, da avareza e da ansiedade proveniente da falta de confiança na providência de Deus, o Senhor contrapõe agora, ao objeto da preocupação dos gentios, aquilo que deve ser o foco de todos os nossos anseios e esforços: o reino dos céus e a sua justiça. Daquele que segue a Cristo é exigido que não apenas confie em Deus para provisão de suas necessidades, mas que renuncie a todo pensamento de que tais necessidades sejam essenciais, relegando-as a segundo plano (são as “demais coisas”), diante da excelência do seu chamado para participar das realidades eternas do reino (Cl 3.1). No mesmo sentido em que priorizamos a vinda do reino de Deus em nossa oração (Mt 6.10), também devemos buscar o seu poder e graça, ou a sua justiça, como nosso verdadeiro alimento, e bebida, e vestimenta. O Senhor Jesus finaliza esta exortação à confiança em Deus e ao cuidado com a ansiedade lembrando-nos que o dia de amanhã, que tanto preocupa o homem, está fora do nosso alcance, e tudo o possa sobrevir nesse amanhã só poderá ser conhecido e tratado quando o amanhã chegar (cf. Tg 4.13-16). Quando entendemos que fomos chamados para viver em função do reino dos céus, e que todas as coisas estão no controle de Deus, servindo e contribuindo para o nosso bem, podemos lidar com o mal de cada dia como um teste da nossa confiança e dependência de nosso Pai celestial (Rm 8.28, 36) e viver satisfeitos com a nossa porção cotidiana (Fp 4.12, 13; 1 Tm 6.6-8). 

CONCLUSÃO 
Não há virtude em ser rico, nem em ser pobre; mas sim em ser capaz de apreciar as coisas que realmente têm valor – as coisas celestiais e eternas – e viver em função delas. Mas, para isto, o coração precisa ser iluminado pelo Evangelho da graça de Cristo. Muitos que outrora confessavam ser cristãos deixaram-se enlaçar pelos cuidados desta vida, esquecendo-se da bondade de nosso Pai celestial, e naufragando na fé por causa do amor às riquezas. Que possamos dar mais atenção e valor aos bens eternos e entender que nossa vida tem um propósito superior, mais excelente, e que Deus tudo fará para que o alcancemos com sucesso, inclusive provendo as “demais coisas” necessárias. 

QUESTIONÁRIO 
1. Por que é uma atitude tola e inútil ajuntar tesouros na terra? 
2. Explique o que significa “a candeia do corpo são os olhos”. 
3. Por que é impossível servir a Deus e às riquezas? 
4. Por que a ansiedade pelas necessidades materiais é pecaminosa? 
5. Como essa ansiedade pode ser vencida?

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