28 fevereiro 2020

009-As virtudes cristãs na vida doméstica - Aos Colossenses [Pr Afonso Chaves]26fev2020


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LIÇÃO 9
AS VIRTUDES CRISTÃS NA VIDA DOMÉSTICA

TEXTO ÁUREO:
E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Cl 3.23).

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 3.18-4.1

INTRODUÇÃO
Avançando em direção ao final da epístola aos Colossenses, na lição de hoje veremos uma aplicação muito prática e pertinente das virtudes da nossa nova vida em Cristo Jesus, a saber, nos relacionamentos familiares.
Nossa união com Cristo nos torna membros do Seu corpo, ou seja, da igreja, onde passamos a desenvolver um relacionamento de amor, paciência e perdão de uns para com os outros.
Mas isto não diminui nem desfaz nossos laços de parentesco segundo a carne; antes nos dá nova motivação e propósito para amarmos e nos aplicarmos de todo o coração aos deveres que nos cabem de acordo com a posição que ocupamos em nossas famílias.

I – NO RELACIONAMENTO CONJUGAL (VV. 18-19)
 A passagem que estudamos nesta lição é muito semelhante àquela da epístola aos Efésios (5.22- 6.9), embora bem mais concisa. Aos Efésios, o apóstolo exorta maridos e esposas a amarem seus cônjuges a partir do argumento de que isto reflete ou é um tipo do amor entre Cristo e a igreja.
Aqui, embora não faça referência a este aspecto doutrinário, ele destaca as mesmas obrigações práticas: a sujeição da mulher ao marido e o amor deste por ela.
Outra expressão que merece destaque é “como convém no Senhor”, que poderia se aplicar a qualquer outro nível de relacionamento familiar.
À luz do que já temos estudado nas lições anteriores, o cristão, morto para o pecado e tendo que despir-se dos feitos do velho homem, agora deve se espelhar num padrão moral moldado pelo entendimento das coisas que são de cima, e aplicar-se a andar de acordo com esse padrão, que é o único digno do Senhor Jesus. Esse padrão abrange todos os aspectos de sua vida neste mundo, e não apenas seus momentos de devoção pessoal ou de reunião com outros cristãos.
Como disse Paulo a Tito, o evangelho nos ensina a viver “neste presente século sóbria, justa e piamente” (Tt 2.12). E isto sem dúvida inclui nosso convívio familiar, onde muitas vezes nem todos conhecem ao Senhor, ou, mesmo quando todos confessam a Cristo, os laços familiares se mantêm e ditam uma forma de relacionamento distinta e ainda mais importante do que aquela que deve haver entre irmãos na fé (cf. 1 Tm 5.8).
Assim, a orientação de Paulo às mulheres é sujeição aos seus próprios maridos, pois é isto que Deus, pela lei da criação, estabeleceu para elas (Ef 5.22-24), o que não significa subserviência, mas apoio ao marido nos seus propósitos, tendo em vista o seu papel como cabeça da família; respeito a esta sua responsabilidade da qual terá de prestar contas a Deus, e toda a providência doméstica da mulher sábia, sem a qual o lar não poderia ser edificado (Tt 2.5; Pv 14.1).
Aos maridos, o apóstolo manda que amem suas mulheres, e não se irritem contra elas. Amor aqui é um afeto e apreço único para com a esposa, como parte de si mesmo, doando sua vida por ela e vendo no seu bem o seu próprio bem (cf. Ef 5.28-29).

II – NO RELACIONAMENTO PATERNO E FILIAL (VV. 20-21) 
Prosseguindo a exortação, aos filhos o apóstolo recomenda a obediência aos pais em tudo, ou seja, até em coisas que os filhos possam não compreender no momento ou se sentirem feridos em suas vontades (cf. Hb 12.9-11), e não apenas naquilo que lhes pareça conveniente ou lhes agrade.
A obediência é uma expressão de amor e agrada a Deus por ser a essência do que Ele requer de nós (Ex 20.12; Dt 10.12).
Naturalmente, obedecer em tudo não significa obedecer em coisas pecaminosas, pois mais importa obedecer a Deus do que aos homens (At 5.29); e, mesmo considerando que os pais nem sempre possam estar racionalmente corretos em uma determinação, como sempre visam o bem dos seus filhos, estes não podem desprezá-los nem desobedecê-los deliberadamente.
Aos pais, o apóstolo manda não irritarem seus filhos, o que equivale à palavra paralela em Efésios: “Não provoqueis à ira a vossos filhos”.
Ocupando uma posição de autoridade em relação aos filhos, se negligenciarem os princípios evangélicos para exercerem esse poder, os pais podem se tornar arbitrários ou mesmo arrogantes, nutrindo uma atitude carnal de provocação aos filhos, seus subordinados.
Cristo nos ensina que a autoridade deve ser exercida com sobriedade e paciência, mais na demonstração de amor e doação por aqueles que são amados do que imposição de poder (cf. Lc 22.26). Por isso a criação modelar dos filhos é aquela que o próprio Jesus usou em relação aos Seus apóstolos: através de doutrina e admoestação (Ef 6.4).

III – NO RELACIONAMENTO ENTRE SERVOS E SENHORES (VV. 22-25, 4.1)
O servos de que Paulo fala aqui tinham uma convivência muito mais próxima dos seus senhores do que os atuais patrões e empregados ou funcionários, pois a maioria trabalhava e residia nas próprias casas de seus senhores. Eram, naquele contexto, escravos e, como tais, considerados propriedade dos seus senhores, os quais podiam dispor deles da forma como desejassem.
É verdade que muitos acumulavam dinheiro suficiente para comprar sua alforria, mas outros preferiam passar o resto de sua vida nesta condição, que em geral não era necessariamente degradante ou sofrível. Por isso a recomendação do apóstolo aqui é obedecer em tudo, não apenas na aparência, mas com sinceridade, em simplicidade de coração.
Servir era aquilo para o que eles viviam, seja por imposição ou por escolha, e, como uma vocação para esta vida, definida de acordo com o eterno propósito de Deus, deveria ser cumprida com contentamento, sinceridade, sem aborrecimento ou simples medo de desagradar ao senhor e correr o risco de ser castigado (cf. 1 Pe 2.18-20).
O que Paulo ainda diz aos servos mais uma vez poderia se aplicar não apenas a qualquer outra vocação ou estilo de vida, mas a todas as outras formas de relacionamento familiar: “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens”, no entendimento de que seu trabalho, suas demais obrigações e relacionamentos representam aquilo que Deus quer que ele faça durante sua vida neste mundo.
E, como parte do propósito divino para sua vida, seu bom desempenho será devidamente recompensado na eternidade; assim como a negligência, o desprezo ou o agravo cometido em qualquer aspecto de nossa vida será colhido em forma de castigo (cf. Ef 6.5-8; 1 Tm 6.1-2; Tt 2.9-10).
Como um freio à arrogância e crueldade a que os senhores poderiam ser induzidos devido à sua autoridade e poder,
Paulo manda àqueles que conheciam a Cristo que fossem justos para com seus servos – o que não implicava em alforriá-los, mas em compreender seu senhorio como parte de uma mordomia ou administração divina, onde os servos não deviam ser vistos apenas como coisas, indiferentes a um tratamento arbitrário ou nocivo; mas como estando em uma condição que não diferia do próprio senhor em relação a Cristo – o que já indicava a igualdade de ambos diante de Deus (Gl 3.28; cf. Ef 6.9).

CONCLUSÃO 
Nesta lição pudemos vislumbrar a importância de valorizar nosso papel neste mundo.
Fomos chamados não para abandonar a posição que ocupamos entre os nossos semelhantes para viver exclusivamente em igreja ou em retiro religioso, mas para cumprir nossa vocação terrena com sucesso.
Nossa motivação é uma vocação ainda mais elevada – a vocação cristã para a eternidade – que dá sentido e direção ao que somos e ao que fazemos nesta vida.

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20 fevereiro 2020

008-As virtudes da comunhão cristã - Aos Colossenses [Pr Afonso Chaves]18fev2020

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LIÇÃO 8 
AS VIRTUDES DA COMUNHÃO CRISTà

TEXTO ÁUREO: 
“E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 3.12-17 

INTRODUÇÃO 
Na lição anterior, o apóstolo Paulo havia tratado dos elementos fundamentais de uma verdadeira conversão a Deus, cujas evidências são uma mudança radical de pensamento, interesse e propósito para as coisas que são de cima; a mortificação dos membros do corpo, ou das paixões que antes dominavam nosso coração; e a renúncia ou despojamento de todos os atos exteriores que manifestavam a natureza carnal do velho homem. 
Para completar este quadro, até aqui mais negativo, ele vai agora descrever as virtudes positivas que caracterizam o novo homem – as disposições interiores e o comportamento que devem predominar entre aqueles que já morreram e ressuscitaram com Cristo. 

I – VIRTUDES GERADAS NO CORAÇÃO (V. 12) 
Paulo ainda tem em mente a metáfora acerca dos feitos do velho homem como sendo uma roupa velha que não convém mais ao cristão, pois este morreu para o mundo e, estando vivo para Deus, deve se despojar do velho homem e vestir-se do novo, o qual, assim como o primeiro, também tem os seus feitos ou atos exteriores que lhe convêm. 
Mas, assim como, em seu aspecto negativo, a mortificação começa no coração, daí resultando em um verdadeiro despojamento das obras da carne; do mesmo modo, a formação do novo homem começa no interior, na renovação de um entendimento que busca e cultiva as virtudes, o fruto do Espírito, e então se manifesta, inevitavelmente, em toda a nossa maneira de viver. 
Por isso o apóstolo começa esta seção exortando os colossenses a buscarem o revestimento das virtudes em si mesmas, para depois considerar as suas várias aplicações e manifestações exteriores. Jamais nos esqueçamos que tais virtudes provêm, primariamente, de uma obra da graça de Deus no coração, e não podem ser produzidas a partir de nossos próprios esforços; por isso são chamadas também de “fruto do Espírito” (Gl 5.22) e, em outro lugar, o mesmo apóstolo fala de uma delas – o amor – como tendo sido derramado em nossos corações (Rm 5.5). 
Portanto, são dons de Deus. Mas há também considerações nas Escrituras acerca do cultivo, do exercício e da confirmação de tais virtudes – que é o sentido em que Paulo aqui usa a expressão: “Revesti-vos”. Não se deve apenas esperar que essas virtudes serão automaticamente produzidas em nós, mas devem ser um tema de constante preocupação, interesse e busca por todo aquele que deseja andar como convém a “eleitos de Deus, santos e amados” (cf. 2 Pe 1.3-7). 
É importante também observar que as virtudes aqui citadas pelo apóstolo, embora não sejam as únicas, estão todas ligadas ao nosso relacionamento uns com os outros – que será o foco da sua exortação até o final da epístola. 
A referência a entranhas, relacionada a todas essas virtudes, é própria da língua hebraica (o idioma materno de Paulo), e significam que a misericórdia, benignidade, humildade, mansidão e longanimidade são algumas das disposições mais interiores e verdadeiras de um ser humano para com o seu próximo (cf. Gn 43.30; compare com 1 Jo 3.17). 

II – VIRTUDES EXERCIDAS FRATERNALMENTE (VV. 13-15) Passando à aplicação das virtudes anteriormente citadas, encontramos duas recomendações práticas: suportar uns aos outros e perdoar uns aos outros. 
Isto implica que, mesmo fazendo parte de um mesmo corpo e sob o comando sábio e perfeito de nosso Senhor Jesus Cristo, estamos longe de ser iguais uns aos outros. 
Cada um busca sua conformação a Ele (quando busca) de acordo com os vícios e imperfeições próprias do seu caráter e viver anterior que precisam ser agora corrigidos e suplantados pelo fruto do Espírito; portanto, o andar de cada um com Deus não é igual ao do outro (cf. Rm 14.4, 10, 12). 
Essa disparidade poderia facilmente levar a conflitos como aqueles ilustrados por Paulo na palavra: “Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros” (Gl 5.15). 
Mas é no exercício da paciência (suportando) e do perdão que encontramos o caminho de Deus para o nosso relacionamento uns com os outros; e aqui temos mais um argumento contra os ditames da religião e daqueles que querem dominar os outros impondo uma conformação exterior ao seu próprio padrão de piedade. 
Há muito o que se dizer e meditar sobre o amor ao próximo, mas aqui a definição apostólica basta: o amor é “o vínculo da perfeição”. Como seremos perfeitos na prática da piedade cristã se nossa motivação maior não for o amor? Nenhum ajuntamento de pessoas pode se considerar igreja de Cristo, nem uma comunhão de crentes pode produzir fruto, se não entendem nem creem que, por serem gerados pelo mesmo Deus, devem se amar uns aos outros assim como foram amados por aquele que os gerou (1 Jo 4.10-12, 20-21). 
Paulo considera ainda a paz de Deus como um resultado, ou mesmo outra virtude a ser buscada e cuidadosamente preservada, em conexão com as demais virtudes fraternais. 
No primeiro sentido, ele exorta em outro lugar a guardarmos a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.1-4); de onde podemos entender que a comunhão cristã deve ser pacífica, não contenciosa, insuportável. Dentre outras recomendações que poderiam ter sido feitas – e que o foram em outras epístolas – ele ainda acrescenta: “Sede agradecidos”. 
Pode ser gratidão para com Deus, mas, à luz do contexto imediato e pelo fato de que este aspecto será considerado a seguir, podemos considerar aqui uma alusão à gratidão de uns para com os outros ou pelos outros também. Lembremos que, como corpo, todo o fruto espiritual que cada um de nós produzimos no exercício da comunhão (não necessariamente ou apenas aqueles relacionados ao culto) são motivo de gratidão a Deus e de grata consideração pelos irmãos. 

III – VIRTUDES APOIADAS NA PALAVRA DE CRISTO (VV. 16-17) 
Paulo recomenda agora aos irmãos a própria palavra de Cristo que, na verdade, é a fonte e ao mesmo tempo o objetivo de toda a sua exortação. 
Afinal, é através da palavra divina que se dá todo o processo da nossa morte e ressurreição com Cristo; é através da palavra que as virtudes das quais devemos nos revestir são conhecidas e exercidas. 
Para tanto, essa palavra precisa habitar em nós abundantemente – o que significa que ela deve ser o objeto de tudo o que fazemos em nossa comunhão, especialmente em nossa adoração, nos ensinos, admoestações, salmos, hinos e cânticos espirituais. Não há lugar para outros elementos – nem para a religião – apenas para a palavra de Cristo. 
Mas aqui também devemos considerar o aspecto mais amplo do nosso viver diário, ao qual a abundância da palavra recomendada pelo apóstolo deve se estender. De fato, nada há, em tudo o que fazemos, pensamos ou falamos, que deva ser feito sem consideração pela palavra de Deus, ou em honra, louvor e grata submissão à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo: “Tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus”. 
Esta é uma característica daquele que está bem ajustado a Cristo, de alguém verdadeiramente cheio do Espírito Santo (cf. Ef 5.18-20). 

CONCLUSÃO 
Pudemos aprender que as virtudes a serem exercidas na comunhão fraternal são evidências essenciais de um coração regenerado. 
Fomos chamados para fazer parte de um corpo, onde a palavra de Cristo deve nos motivar a nos revestir dessas virtudes e a nos interessar para que uns aos outros se incentivem a cultivá-las.

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12 fevereiro 2020

007-Evidências da nossa ressurreição com Cristo - Aos Colossenses [Pb Denilson Lemes]11fev2020


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LIÇÃO 7
EVIDÊNCIAS DA NOSSA RESSURREIÇÃO COM CRISTO

TEXTO ÁUREO:
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus” (Cl 3.1).

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 3.1-11

INTRODUÇÃO
A partir desta lição, passamos a estudar a segunda parte da epístola, onde o apóstolo faz uma aplicação mais prática dos ensinos desenvolvidos na seção anterior. 
É verdade que, desde a primeira lição, temos chamado a atenção para aspectos da doutrina então apresentada muito pertinentes a um viver mais espiritual e em harmonia com a verdade do evangelho; mas agora a vida cristã parece ser o foco principal, e a doutrina anteriormente estabelecida passa a ser o sólido fundamento sobre o qual o escritor inspirado assenta suas exortações e recomendações aos irmãos de Colossos.

I – RESSUSCITADOS COM CRISTO (VV. 1-4)
Paulo chega a duas conclusões a partir da verdade desenvolvida anteriormente, de que pela fé em Cristo Jesus somos feitos participantes da Sua morte e ressurreição. 
A primeira, estudada na lição anterior, é negativa, pois, mortos para a lei e para o mundo, não podemos ser julgados quanto às observâncias instituídas sob o primeiro pacto, tampouco buscar ou nos deixar subjugar por qualquer outra forma de rudimento religioso. 
A segunda, positiva, é de que, ressuscitados com Cristo, devemos buscar e pensar “nas coisas que são de cima”. 
E aqui temos a definição do que é a verdadeira vida espiritual para a qual todo o cristão foi chamado: não para buscar satisfação emocional nos paliativos oferecidos em práticas e formas religiosas exteriores (que Paulo já disse servirem apenas à satisfação da carne), nem para divagar ou esgotar sua mente em filosofias intricadas. 
Todas estas coisas podem ter o seu valor em algum contexto terreno, mas não como evidências de espiritualidade, de uma genuína união com Cristo. 
Buscar e pensar nas coisas que são de cima é uma exortação que nos faz lembrar de que, se podemos descansar sobre o fato de que tudo quanto nos era necessário para sermos aceitos por Deus já foi cumprido e aplicado a nós pela Sua graça, e nada há que possamos fazer para acrescentar a esta obra perfeita e eterna; ainda é necessário compreendê-la e viver, ou andar (como o apóstolo também já disse) de acordo com a excelência e verdade dessa obra – e isto requer o esforço da reflexão, do exercício e prática que aqui o apóstolo chama de buscar e pensar. 
Consideremos também que isto não significa deixar de pensar ou buscar coisas desta vida em absoluto. 
A melhor explicação das palavras de Paulo são as de nosso Senhor, que disse: “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Significam, então, priorizar o reino de Deus, as coisas que foram dadas somente a nós, os que cremos, conhecer e fazer, pois são elas que nos dão o sentido e nos levam ao propósito final de nossa existência e, portanto, tudo o mais deve ser submetido a elas – inclusive as coisas terrenas. 
Certamente, pensar nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra também implica em uma renúncia, pois o homem natural acumula tesouros na terra e se preocupa com o dia de amanhã; “mas vós não sereis assim”, disse Jesus. Aquele que nasceu de novo, do alto, entende a transitoriedade e precariedade das coisas desta vida, e que por isso seus maiores esforços devem se voltar para lá, buscando, não realização e felicidade nesta terra, mas nas riquezas de glória pelas quais ele vive agora e que se manifestarão naquele dia, na vinda de Cristo.

II –MORTIFICADOS PARA O PECADO (VV. 5-7)
Aquele que ressuscitou com Cristo antes de tudo morreu para este mundo. Contudo, resta que sua existência, nos membros que estão sobre esta terra, seja conformada a essa realidade espiritual. 
E a evidência desta conformação é a mortificação da carne, ou das obras da carne (Rm 8.12, 13). 
Como Paulo acabou de refutar a idéia de uma santificação exterior, baseada em restrições quanto ao comer, beber, tocar, manusear, ele não poderia estar prescrevendo aqui nenhum tipo de prática nociva ao corpo humano, como mutilações ou formas carnais de restringir as ações do corpo. O problema não é a carne em si, mas o pecado, que procede do interior e instrumentaliza a carne para a sua realização (Mt 15.18-20; Tg 1.14, 15). 
Portanto, é no coração que ele tem que ser mortificado, resistindo-se e vencendo os seus avanços e tentativas de controlar a vontade, pela fé na morte de Cristo pelo pecado, para que este cessasse seu poder e domínio sobre nós (Rm 6.6-11; 1 Pe 4.1-2). 
Não quer dizer que não possamos mais ser tentados pelo mal, mas devemos confiar no senhorio de Cristo sobre nossas vidas, de modo que o poder do pecado jamais virá a ser maior do que a graça e o socorro de Deus em nosso favor (1 Co 10.13; Hb 4.15, 16). 
Se pecarmos, certamente será por negligência à constante exortação das Escrituras: “Vigiai e orai”, mas, mesmo assim, podemos contar com “um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 Jo 2.1), pelo qual alcançamos graça para arrependimento e perdão, e assim não permanecer no pecado. 
Nas considerações seguintes, destacamos uma razão adicional para a mortificação da carne – Cristo nos salvou de um viver em que esses pecados, que operavam pelos membros de nosso corpo, dominavam sobre nós, tornando-nos filhos da desobediência, com as mais terríveis consequências para nossas vidas, pois por essas coisas vem a ira de Deus. 
Assim, aquele que já ressuscitou com Cristo prontamente reconhece a misericórdia de Deus demonstrada para consigo em salvá-lo desse caminho de condenação eterna e zelosamente combate contra o pecado, mortificando-o em seu coração.

III – VIVOS PARA DEUS (VV. 8-11)
Tendo mencionado o pecado nas diversas formas que assume ainda no coração (fornicação, impureza, afeição desordenada, vil concupiscência, avareza), quando já deve ser mortificado, o apóstolo passa aos atos que o exteriorizam: ira, cólera, malícia, maledicência, palavras torpes e mentira. 
Na linguagem que adota nestes versos, as obras pecaminosas são como uma roupa, que convém ao homem natural, pois manifestam o pecado que predomina em seu coração (cf. Mt 6.22; 12.34; Gl 5.19-21). 
Mas não convêm àquele que está em Cristo, pois n’Ele somos despidos da roupagem do velho homem, quando morremos para o mundo, e vestidos da roupagem do novo, quando ressuscitamos para Deus; e a roupa que caracteriza o novo homem consiste primariamente no entendimento renovado pela compreensão das coisas que são de cima (Rm 12.1-2), o que, por sua vez, leva à prática de feitos condizentes com a vontade de Deus, ou por um andar que, como diz o apóstolo em outro lugar, é “segundo o Espírito” (Gl 5.25). Encerramos esta lição considerando o último verso, onde Paulo enfatiza, mais uma vez, que esse despojamento do velho homem e revestimento do novo é uma obra espiritual, para a qual nada contribui a origem natural ou a adesão a este ou aquele rito, esta ou aquela cultura; pois tudo o que importa é Cristo, que agora é “tudo em todos” (cf. Gl 4.27-28).

CONCLUSÃO
A obra da nossa salvação e santificação é devida inteiramente à graça de Deus, mas isto não significa que nada temos a fazer; há evidências muito claras tanto de que morremos para o mundo como de que ressuscitamos com Cristo para uma vida de glória e exaltação espiritual, e pela ausência ou presença dessas evidências deveríamos sempre medir o nosso andar com Deus e questionar se nossa confissão é verdadeira ou não.

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05 fevereiro 2020

006-Heresias que ameaçam a Igreja - Aos Colossenses [Pr Afonso Chaves]04fev2020


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LIÇÃO 6 
HERESIAS QUE AMEAÇAM A IGREJA 

TEXTO ÁUREO: 
“Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl 2.18). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 2.16-23 

INTRODUÇÃO 
Os versículos finais do capítulo 2 estão estreitamente ligados ao argumento desenvolvido no texto da lição anterior, sendo que agora o apóstolo cita de forma específica várias heresias que ele tinha em mente enquanto exortava os colossenses à perseverança em Cristo. 
Como existe alguma dificuldade em entender o sentido de certas expressões usadas; devido ao caráter conclusivo destas palavras, encerrando a parte “doutrinária” da epístola; e por se tratar de heresias muito atuais e disseminadas no meio cristão contemporâneo; convém nos dedicarmos ao exame cuidadoso desta breve passagem. 

I – PRÁTICAS RELIGIOSAS OBSOLETAS (VV. 16-17) 
Paulo havia declarado, nos versos anteriores, que em Jesus Cristo temos a verdadeira circuncisão, e que tudo aquilo que nos era contrário nas ordenanças judaicas foi cancelado, ou riscado, graças à remissão dos nossos pecados na cruz. 
Assim, considerando nossa isenção e liberdade em relação às ordenanças mosaicas, agora ele exorta os irmãos para que não se deixem intimidar por aqueles que quisessem julgá-los, como se não pudessem ser salvos, por não guardarem as restrições mosaicas quanto ao comer e beber, ou a observância dos dias de festas – sejam anuais, mensais (aqui chamados de luas novas) ou semanais (sábados). 
Em outro contexto, o apóstolo dos gentios havia admitido a existência de cristãos de “consciência fraca” na igreja – particularmente judeus que tinham dificuldade em abandonar, de imediato, as tradições recebidas de seus antepassados. Estes deviam ser tratados com paciência e amor – como almas pelas quais Cristo também morreu e que hão de se salvar, apesar de ainda enredados na prática dessas observâncias, e não por causa delas (Rm 14.1-7). 
Mas, no presente contexto, ele não admite que os colossenses se rendam a elas, pois, assim como os gálatas, eram majoritariamente gentios, não tendo nenhum vínculo passado com as leis e concertos do povo hebreu, seu direito à herança da vida eterna devendo-se exclusivamente à fé em Jesus. 
Aderir, portanto, a tais práticas, seria cair da graça, abrir mão da liberdade cristã e insinuar a insuficiência da graça de Cristo para a salvação – o que subverteria completamente o evangelho (cf. Gl 5.1-4). 
Aqui o apóstolo não repete argumentos como: “a comida não nos faz agradáveis a Deus”, ou: “nenhuma coisa é de si mesma imunda” (1 Co 8.8; Rm 14.14) para demonstrar a ineficácia de tais observâncias quanto ao nosso aperfeiçoamento espiritual; mas, tendo já demonstrado a plenitude de que desfrutamos em Cristo, como o Seu corpo, e o cumprimento do mistério que esteve oculto em Deus, ele reduz a heresia judaizante a meras preocupações com “sombras dos bens futuros” (cf. Hb 10.1). 
Esta expressão quer dizer que a importância desses e muitos outros preceitos levíticos não se encontrava em sua obediência restrita e literal, tal como ocorria sob o antigo concerto; mas na instrução espiritual que encerravam, principalmente acerca da santidade divina e da necessidade de que o povo de Deus precisava entender a diferença entre o santo e profano para se santificar e assim ter comunhão com o seu Deus (cf. Lv 11.47). 
Mas, em si mesmos, todos esses rituais eram ineficazes, e incapazes de santificá-los, pois isto só seria possível mediante o sangue de Jesus Cristo, que Ele derramou para santificar Sua igreja, não quanto à carne, mas quanto à consciência contaminada pelo pecado (Hb 10.1, 14; Ef 5.25- 27). 

II – PRÁTICAS RELIGIOSAS FALSAS (VV. 18-19) 
Os próximos exemplos citados por Paulo são igualmente, se não ainda mais perigosos, pois não encontravam precedentes nem mesmo nas instituições religiosas do passado. As palavras aqui expressas parecem sugerir que, além dos judaizantes, havia em Colossos falsos mestres que propagavam uma espécie de culto aos anjos. 
Não sabemos quais as razões apresentadas pelos patrocinadores dessa heresia, mas, considerando uma prática semelhante perpetuada em meios ditos “cristãos”, talvez alegassem que orar ou cultuar diretamente a Deus e a Cristo fosse muito pretensioso, uma vez que havia escalões na hierarquia celeste pelas quais deveríamos “passar” primeiro. Se este era o caso, então seria uma espécie de mediação dos anjos que essa heresia afirmava. 
De fato, sabemos pela história eclesiástica que, durante os primeiros séculos da Era Cristã, a igreja combateu duramente uma corrente filosófica conhecida como gnosticismo (de gnose, “conhecimento”) que contava, entre seus muitos e confusos ensinamentos, com idéias semelhantes a estas aqui referidas. 
Não é por acaso, então, que Paulo vem destacando, desde o princípio da epístola, a superioridade de Cristo Jesus, e dos fiéis com Ele, sobre as autoridades e poderes espirituais (cf. Hb 1.1-6, 14; Ap 22.8-9). De qualquer forma, o apóstolo classifica esse tipo de doutrina como fruto de uma compreensão carnal, e a humildade pretendida por seus propagadores é falsa. 
E, se talvez não precisemos hoje nos preocupar com a insinuação de culto aos anjos, o fato é que sempre haverá falsos mestres embasando sua autoridade em coisas que não viram, ou que simplesmente não entendem, exigindo dos fiéis uma humildade que, de fato, não é humildade, mas uma submissão servil que em nada contribui para o aumento do corpo. A igreja se aperfeiçoa através da sã doutrina, que une seus membros à Cabeça, que é Cristo; e não através das pretensões pessoais de falsos líderes que somente querem manter o rebanho sob o seu próprio jugo. 

III – MORTOS PARA OS RUDIMENTOS DO MUNDO (VV. 20-23) 
Retomando o princípio explicado um pouco antes neste capítulo, Paulo conclui que, se estamos mortos em Cristo para aquelas antigas formas de religiosidade exterior – os rudimentos do mundo – por que deveríamos buscar novas formas para substitui-las? 
Na falta de entendimento quanto ao significado da obra de Cristo, e de uma genuína fé que traga ao coração confiança e descanso sobre a eficácia desta obra, muitos crentes buscavam (e buscam ainda hoje) se submeter a restrições quanto ao que tocar, provar, manusear, como se nossa aceitação para com Deus dependesse da conformidade a um padrão religioso exterior, baseado no que é visível e material. 
Esse tipo de doutrina muda e perece pelo uso, como diz o apóstolo, pois é humana e versa sobre coisas que naturalmente mudam. Já o evangelho nunca muda, pois trata de coisas espirituais e eternas – não do que parece, mas do que é realmente pecado; não de prevenções exteriores que apenas fazem pesar ainda mais o jugo do pecador, mas de perdão e graça para mortificar o mal na sua raiz, que está no coração, no interior. 
Para finalizar, notemos o que diz ainda o apóstolo, que o perigo desse tipo de religiosidade está na sua aparente sabedoria, devoção, humildade e disciplina do corpo, mas contribuem apenas a satisfação da carne, ou seja, para alimentar no coração do homem uma segurança, ou até mesmo presunção, de aceitação para com Deus pelo rigor da sua obediência; além do sentimento de superioridade sobre aqueles que não se conformam a esse padrão (cf. Lc 18.10-14). 

CONCLUSÃO 
Que possamos encontrar verdadeiro e completo descanso na obra espiritual de Cristo e na eficácia da Sua graça. 
Estejamos contentes com o fardo de Jesus, que é suave e leve, e fujamos de todo jugo de homens, não tomando sobre nós um jugo de ordenanças sobre coisas terrenas, que em nada aperfeiçoariam nossa consciência, nem nos fariam crescer na comunhão com Deus.

PARA USO DO PROFESSOR



AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
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