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LIÇÃO 6
HERESIAS QUE AMEAÇAM A IGREJA
TEXTO ÁUREO:
“Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl 2.18).
LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 2.16-23
INTRODUÇÃO
Os versículos finais do capítulo 2 estão estreitamente ligados ao argumento desenvolvido no texto da lição anterior, sendo que agora o apóstolo cita de forma específica várias heresias que ele tinha em mente enquanto exortava os colossenses à perseverança em Cristo.
Como existe alguma dificuldade em entender o sentido de certas expressões usadas; devido ao caráter conclusivo destas palavras, encerrando a parte “doutrinária” da epístola; e por se tratar de heresias muito atuais e disseminadas no meio cristão contemporâneo; convém nos dedicarmos ao exame cuidadoso desta breve passagem.
I – PRÁTICAS RELIGIOSAS OBSOLETAS (VV. 16-17)
Paulo havia declarado, nos versos anteriores, que em Jesus Cristo temos a verdadeira circuncisão, e que tudo aquilo que nos era contrário nas ordenanças judaicas foi cancelado, ou riscado, graças à remissão dos nossos pecados na cruz.
Assim, considerando nossa isenção e liberdade em relação às ordenanças mosaicas, agora ele exorta os irmãos para que não se deixem intimidar por aqueles que quisessem julgá-los, como se não pudessem ser salvos, por não guardarem as restrições mosaicas quanto ao comer e beber, ou a observância dos dias de festas – sejam anuais, mensais (aqui chamados de luas novas) ou semanais (sábados).
Em outro contexto, o apóstolo dos gentios havia admitido a existência de cristãos de “consciência fraca” na igreja – particularmente judeus que tinham dificuldade em abandonar, de imediato, as tradições recebidas de seus antepassados. Estes deviam ser tratados com paciência e amor – como almas pelas quais Cristo também morreu e que hão de se salvar, apesar de ainda enredados na prática dessas observâncias, e não por causa delas (Rm 14.1-7).
Mas, no presente contexto, ele não admite que os colossenses se rendam a elas, pois, assim como os gálatas, eram majoritariamente gentios, não tendo nenhum vínculo passado com as leis e concertos do povo hebreu, seu direito à herança da vida eterna devendo-se exclusivamente à fé em Jesus.
Aderir, portanto, a tais práticas, seria cair da graça, abrir mão da liberdade cristã e insinuar a insuficiência da graça de Cristo para a salvação – o que subverteria completamente o evangelho (cf. Gl 5.1-4).
Aqui o apóstolo não repete argumentos como: “a comida não nos faz agradáveis a Deus”, ou: “nenhuma coisa é de si mesma imunda” (1 Co 8.8; Rm 14.14) para demonstrar a ineficácia de tais observâncias quanto ao nosso aperfeiçoamento espiritual; mas, tendo já demonstrado a plenitude de que desfrutamos em Cristo, como o Seu corpo, e o cumprimento do mistério que esteve oculto em Deus, ele reduz a heresia judaizante a meras preocupações com “sombras dos bens futuros” (cf. Hb 10.1).
Esta expressão quer dizer que a importância desses e muitos outros preceitos levíticos não se encontrava em sua obediência restrita e literal, tal como ocorria sob o antigo concerto; mas na instrução espiritual que encerravam, principalmente acerca da santidade divina e da necessidade de que o povo de Deus precisava entender a diferença entre o santo e profano para se santificar e assim ter comunhão com o seu Deus (cf. Lv 11.47).
Mas, em si mesmos, todos esses rituais eram ineficazes, e incapazes de santificá-los, pois isto só seria possível mediante o sangue de Jesus Cristo, que Ele derramou para santificar Sua igreja, não quanto à carne, mas quanto à consciência contaminada pelo pecado (Hb 10.1, 14; Ef 5.25- 27).
II – PRÁTICAS RELIGIOSAS FALSAS (VV. 18-19)
Os próximos exemplos citados por Paulo são igualmente, se não ainda mais perigosos, pois não encontravam precedentes nem mesmo nas instituições religiosas do passado. As palavras aqui expressas parecem sugerir que, além dos judaizantes, havia em Colossos falsos mestres que propagavam uma espécie de culto aos anjos.
Não sabemos quais as razões apresentadas pelos patrocinadores dessa heresia, mas, considerando uma prática semelhante perpetuada em meios ditos “cristãos”, talvez alegassem que orar ou cultuar diretamente a Deus e a Cristo fosse muito pretensioso, uma vez que havia escalões na hierarquia celeste pelas quais deveríamos “passar” primeiro. Se este era o caso, então seria uma espécie de mediação dos anjos que essa heresia afirmava.
De fato, sabemos pela história eclesiástica que, durante os primeiros séculos da Era Cristã, a igreja combateu duramente uma corrente filosófica conhecida como gnosticismo (de gnose, “conhecimento”) que contava, entre seus muitos e confusos ensinamentos, com idéias semelhantes a estas aqui referidas.
Não é por acaso, então, que Paulo vem destacando, desde o princípio da epístola, a superioridade de Cristo Jesus, e dos fiéis com Ele, sobre as autoridades e poderes espirituais (cf. Hb 1.1-6, 14; Ap 22.8-9). De qualquer forma, o apóstolo classifica esse tipo de doutrina como fruto de uma compreensão carnal, e a humildade pretendida por seus propagadores é falsa.
E, se talvez não precisemos hoje nos preocupar com a insinuação de culto aos anjos, o fato é que sempre haverá falsos mestres embasando sua autoridade em coisas que não viram, ou que simplesmente não entendem, exigindo dos fiéis uma humildade que, de fato, não é humildade, mas uma submissão servil que em nada contribui para o aumento do corpo. A igreja se aperfeiçoa através da sã doutrina, que une seus membros à Cabeça, que é Cristo; e não através das pretensões pessoais de falsos líderes que somente querem manter o rebanho sob o seu próprio jugo.
III – MORTOS PARA OS RUDIMENTOS DO MUNDO (VV. 20-23)
Retomando o princípio explicado um pouco antes neste capítulo, Paulo conclui que, se estamos mortos em Cristo para aquelas antigas formas de religiosidade exterior – os rudimentos do mundo – por que deveríamos buscar novas formas para substitui-las?
Na falta de entendimento quanto ao significado da obra de Cristo, e de uma genuína fé que traga ao coração confiança e descanso sobre a eficácia desta obra, muitos crentes buscavam (e buscam ainda hoje) se submeter a restrições quanto ao que tocar, provar, manusear, como se nossa aceitação para com Deus dependesse da conformidade a um padrão religioso exterior, baseado no que é visível e material.
Esse tipo de doutrina muda e perece pelo uso, como diz o apóstolo, pois é humana e versa sobre coisas que naturalmente mudam. Já o evangelho nunca muda, pois trata de coisas espirituais e eternas – não do que parece, mas do que é realmente pecado; não de prevenções exteriores que apenas fazem pesar ainda mais o jugo do pecador, mas de perdão e graça para mortificar o mal na sua raiz, que está no coração, no interior.
Para finalizar, notemos o que diz ainda o apóstolo, que o perigo desse tipo de religiosidade está na sua aparente sabedoria, devoção, humildade e disciplina do corpo, mas contribuem apenas a satisfação da carne, ou seja, para alimentar no coração do homem uma segurança, ou até mesmo presunção, de aceitação para com Deus pelo rigor da sua obediência; além do sentimento de superioridade sobre aqueles que não se conformam a esse padrão (cf. Lc 18.10-14).
CONCLUSÃO
Que possamos encontrar verdadeiro e completo descanso na obra espiritual de Cristo e na eficácia da Sua graça.
Estejamos contentes com o fardo de Jesus, que é suave e leve, e fujamos de todo jugo de homens, não tomando sobre nós um jugo de ordenanças sobre coisas terrenas, que em nada aperfeiçoariam nossa consciência, nem nos fariam crescer na comunhão com Deus.
PARA USO DO PROFESSOR
HERESIAS QUE AMEAÇAM A IGREJA
TEXTO ÁUREO:
“Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl 2.18).
LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 2.16-23
INTRODUÇÃO
Os versículos finais do capítulo 2 estão estreitamente ligados ao argumento desenvolvido no texto da lição anterior, sendo que agora o apóstolo cita de forma específica várias heresias que ele tinha em mente enquanto exortava os colossenses à perseverança em Cristo.
Como existe alguma dificuldade em entender o sentido de certas expressões usadas; devido ao caráter conclusivo destas palavras, encerrando a parte “doutrinária” da epístola; e por se tratar de heresias muito atuais e disseminadas no meio cristão contemporâneo; convém nos dedicarmos ao exame cuidadoso desta breve passagem.
I – PRÁTICAS RELIGIOSAS OBSOLETAS (VV. 16-17)
Paulo havia declarado, nos versos anteriores, que em Jesus Cristo temos a verdadeira circuncisão, e que tudo aquilo que nos era contrário nas ordenanças judaicas foi cancelado, ou riscado, graças à remissão dos nossos pecados na cruz.
Assim, considerando nossa isenção e liberdade em relação às ordenanças mosaicas, agora ele exorta os irmãos para que não se deixem intimidar por aqueles que quisessem julgá-los, como se não pudessem ser salvos, por não guardarem as restrições mosaicas quanto ao comer e beber, ou a observância dos dias de festas – sejam anuais, mensais (aqui chamados de luas novas) ou semanais (sábados).
Em outro contexto, o apóstolo dos gentios havia admitido a existência de cristãos de “consciência fraca” na igreja – particularmente judeus que tinham dificuldade em abandonar, de imediato, as tradições recebidas de seus antepassados. Estes deviam ser tratados com paciência e amor – como almas pelas quais Cristo também morreu e que hão de se salvar, apesar de ainda enredados na prática dessas observâncias, e não por causa delas (Rm 14.1-7).
Mas, no presente contexto, ele não admite que os colossenses se rendam a elas, pois, assim como os gálatas, eram majoritariamente gentios, não tendo nenhum vínculo passado com as leis e concertos do povo hebreu, seu direito à herança da vida eterna devendo-se exclusivamente à fé em Jesus.
Aderir, portanto, a tais práticas, seria cair da graça, abrir mão da liberdade cristã e insinuar a insuficiência da graça de Cristo para a salvação – o que subverteria completamente o evangelho (cf. Gl 5.1-4).
Aqui o apóstolo não repete argumentos como: “a comida não nos faz agradáveis a Deus”, ou: “nenhuma coisa é de si mesma imunda” (1 Co 8.8; Rm 14.14) para demonstrar a ineficácia de tais observâncias quanto ao nosso aperfeiçoamento espiritual; mas, tendo já demonstrado a plenitude de que desfrutamos em Cristo, como o Seu corpo, e o cumprimento do mistério que esteve oculto em Deus, ele reduz a heresia judaizante a meras preocupações com “sombras dos bens futuros” (cf. Hb 10.1).
Esta expressão quer dizer que a importância desses e muitos outros preceitos levíticos não se encontrava em sua obediência restrita e literal, tal como ocorria sob o antigo concerto; mas na instrução espiritual que encerravam, principalmente acerca da santidade divina e da necessidade de que o povo de Deus precisava entender a diferença entre o santo e profano para se santificar e assim ter comunhão com o seu Deus (cf. Lv 11.47).
Mas, em si mesmos, todos esses rituais eram ineficazes, e incapazes de santificá-los, pois isto só seria possível mediante o sangue de Jesus Cristo, que Ele derramou para santificar Sua igreja, não quanto à carne, mas quanto à consciência contaminada pelo pecado (Hb 10.1, 14; Ef 5.25- 27).
II – PRÁTICAS RELIGIOSAS FALSAS (VV. 18-19)
Os próximos exemplos citados por Paulo são igualmente, se não ainda mais perigosos, pois não encontravam precedentes nem mesmo nas instituições religiosas do passado. As palavras aqui expressas parecem sugerir que, além dos judaizantes, havia em Colossos falsos mestres que propagavam uma espécie de culto aos anjos.
Não sabemos quais as razões apresentadas pelos patrocinadores dessa heresia, mas, considerando uma prática semelhante perpetuada em meios ditos “cristãos”, talvez alegassem que orar ou cultuar diretamente a Deus e a Cristo fosse muito pretensioso, uma vez que havia escalões na hierarquia celeste pelas quais deveríamos “passar” primeiro. Se este era o caso, então seria uma espécie de mediação dos anjos que essa heresia afirmava.
De fato, sabemos pela história eclesiástica que, durante os primeiros séculos da Era Cristã, a igreja combateu duramente uma corrente filosófica conhecida como gnosticismo (de gnose, “conhecimento”) que contava, entre seus muitos e confusos ensinamentos, com idéias semelhantes a estas aqui referidas.
Não é por acaso, então, que Paulo vem destacando, desde o princípio da epístola, a superioridade de Cristo Jesus, e dos fiéis com Ele, sobre as autoridades e poderes espirituais (cf. Hb 1.1-6, 14; Ap 22.8-9). De qualquer forma, o apóstolo classifica esse tipo de doutrina como fruto de uma compreensão carnal, e a humildade pretendida por seus propagadores é falsa.
E, se talvez não precisemos hoje nos preocupar com a insinuação de culto aos anjos, o fato é que sempre haverá falsos mestres embasando sua autoridade em coisas que não viram, ou que simplesmente não entendem, exigindo dos fiéis uma humildade que, de fato, não é humildade, mas uma submissão servil que em nada contribui para o aumento do corpo. A igreja se aperfeiçoa através da sã doutrina, que une seus membros à Cabeça, que é Cristo; e não através das pretensões pessoais de falsos líderes que somente querem manter o rebanho sob o seu próprio jugo.
III – MORTOS PARA OS RUDIMENTOS DO MUNDO (VV. 20-23)
Retomando o princípio explicado um pouco antes neste capítulo, Paulo conclui que, se estamos mortos em Cristo para aquelas antigas formas de religiosidade exterior – os rudimentos do mundo – por que deveríamos buscar novas formas para substitui-las?
Na falta de entendimento quanto ao significado da obra de Cristo, e de uma genuína fé que traga ao coração confiança e descanso sobre a eficácia desta obra, muitos crentes buscavam (e buscam ainda hoje) se submeter a restrições quanto ao que tocar, provar, manusear, como se nossa aceitação para com Deus dependesse da conformidade a um padrão religioso exterior, baseado no que é visível e material.
Esse tipo de doutrina muda e perece pelo uso, como diz o apóstolo, pois é humana e versa sobre coisas que naturalmente mudam. Já o evangelho nunca muda, pois trata de coisas espirituais e eternas – não do que parece, mas do que é realmente pecado; não de prevenções exteriores que apenas fazem pesar ainda mais o jugo do pecador, mas de perdão e graça para mortificar o mal na sua raiz, que está no coração, no interior.
Para finalizar, notemos o que diz ainda o apóstolo, que o perigo desse tipo de religiosidade está na sua aparente sabedoria, devoção, humildade e disciplina do corpo, mas contribuem apenas a satisfação da carne, ou seja, para alimentar no coração do homem uma segurança, ou até mesmo presunção, de aceitação para com Deus pelo rigor da sua obediência; além do sentimento de superioridade sobre aqueles que não se conformam a esse padrão (cf. Lc 18.10-14).
CONCLUSÃO
Que possamos encontrar verdadeiro e completo descanso na obra espiritual de Cristo e na eficácia da Sua graça.
Estejamos contentes com o fardo de Jesus, que é suave e leve, e fujamos de todo jugo de homens, não tomando sobre nós um jugo de ordenanças sobre coisas terrenas, que em nada aperfeiçoariam nossa consciência, nem nos fariam crescer na comunhão com Deus.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
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