28 janeiro 2020

005-O perigo das falsas doutrinas - Aos Colossenses [Pr Afonso Chaves]28jan2020

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LIÇÃO 5 
O PERIGO DAS FALSAS DOUTRINAS 

TEXTO ÁUREO: 
“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele” (Cl 2.6). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 2.4-15 

INTRODUÇÃO 
Na lição de hoje, começaremos a estudar a passagem da epístola onde o apóstolo confronta de modo mais direto os problemas que incomodavam a igreja em Colossos. 
Após discorrer extensamente sobre a primazia e suficiência do Senhor Jesus Cristo, que os colossenses já haviam recebido e conhecido através do evangelho que lhes fora pregado a princípio, agora eles são advertidos contra as doutrinas e filosofias que falsos mestres tentavam incutir em suas mentes. 
Aqui veremos como Paulo desmascara essas vãs especulações, sempre argumentando a partir da verdade perfeita do evangelho de Cristo. 

I – PERMANECENDO EM CRISTO JESUS (VV. 4-7) 
Nossa passagem continua a partir do ponto em que Paulo declara que Cristo é o mistério de Deus, e que nele “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”. 
Ele começa então a adverti-los contra palavras persuasivas, que poderiam ser doutrinas elaboradas e convincentes, mas, na realidade, não se derivavam da plenitude da verdade em Cristo, nem contribuíam para fortalecer os irmãos na sua dependência e submissão a Ele. 
Em outra passagem, o apóstolo já havia falado sobre a sabedoria e razão humanas, seu poder de persuasão e satisfação intelectual, mas, ao mesmo tempo, a ineficácia desses meios para produzir verdadeira fé no coração dos homens (cf. 1 Co 2.1-5). 
Paulo sabia que qualquer filosofia, doutrina ou argumento não baseado na revelação divina poderia alimentar neles uma busca vã e carnal por doutrinas e tradições humanas, diminuindo seu interesse pelo evangelho de Cristo. 
A preocupação de Paulo, como expresso em outras epístolas, é que os crentes permaneçam naquilo que haviam recebido através da pregação, pois isto era suficiente não só para salvá-los agora, mas para preservá-los até o fim (1 Co 15.1-2). 
Andar em Cristo Jesus significa permanecer, ou retê-l’O tal como O recebemos a princípio, desenvolvendo nossa compreensão e nosso viver sempre embasados nessa verdade. Tudo o que o homem tem a aprender depois de ouvir a palavra da verdade pela primeira vez – se de fato a tiver ouvido – não pode diminuir ou mudá-la, mas apenas aperfeiçoar seu entendimento. 
Por isso as palavras que o apóstolo usa nesse sentido parecem redundantes: arraigados, sobreedificados, confirmados, mas são necessárias para exortar os fiéis a se apegarem de todas as formas possíveis a Cristo, procurando tornar sua dependência, submissão e viver n’Ele cada vez mais sólido e inabalável. 

II – CRISTO E OS RUDIMENTOS DO MUNDO (VV. 8-10) 
O problema da sabedoria humana não é apenas que nos afasta de Cristo, no que diz respeito à compreensão da verdade espiritual – pois é sabedoria humana, não divina; mas também porque, quando enganosamente apresentada como doutrina, ela nos torna presas, escravos, dos homens, e não de nosso Senhor Jesus. 
De fato, houve um tempo em que nada sabíamos sobre Deus e sobre nós mesmos além de filosofias e vãs sutilezas, ensinadas por nossos pais, pela sociedade, pela religião. Mas agora, em comparação com a verdade do evangelho, essas coisas tornaram-se rudimentos, ou, como ele diz em outro lugar, “rudimentos fracos e pobres” (Gl 4.9), inúteis para a salvação e para o nosso aperfeiçoamento espiritual. 
Mesmo o judaísmo, com suas leis e tradições, muitas delas baseadas em uma revelação divina anterior, caem nesta categoria, tornando-se obsoletas à luz da graça e verdade reveladas em Cristo Jesus. 
Mas, como o apóstolo adverte, o perigo de voltarmos a esses rudimentos é real e sutil, pois sempre haverá na igreja aqueles que, não compreendendo o significado da graça, acharão insuficiente a plenitude que há em Cristo e farão passar tradições humanas por doutrinas divinas, como se necessárias para a salvação, ou para um viver mais espiritual. 
Tais ensinos, seja como forem chamados, “doutrina”, “tradição”, “costume”, são jugos que, como já frisamos, escravizam os homens, dando àqueles que os pregam como verdade divina meios de dominar os fiéis ao seu bel prazer (At 15.1, 10). 
Uma vez mais, Paulo quer tranquilizar os irmãos no entendimento de que eles não precisam de nada além do Senhor Jesus, pois “nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. 
O sentido aqui é tanto aquele que já consideramos em lição anterior, de que o propósito final de todas as coisas, especialmente da igreja, se cumpre na pessoa do Salvador; como também de que Ele é a expressão única e perfeita do Deus Eterno. Nenhum outro ser pode subsistir à parte d’Ele, pois Cristo “é a cabeça de todo o principado e potestade”, e, visto como os colossenses ainda estavam firmes n’Ele, pela fé, o apóstolo pode dizer que eles também estavam perfeitos n’Ele, pois em Cristo tinham tudo de que precisavam. 

III – CRISTO E AS ORDENANÇAS DA LEI (VV. 11-15) 
Paulo parece sugerir que, entre as filosofias e tradições humanas que procuravam ter lugar na igreja de Colossos, algumas eram de natureza judaizante, insistindo no aspecto de que os gentios, mesmo já crendo em Jesus, ainda eram incircuncisos segundo a lei de Moisés. Paulo explica que a circuncisão que realmente importa é a interior, do coração, onde o princípio pecaminoso, chamado aqui de corpo dos pecados da carne, é desfeito ou mortificado quando, pela graça de Deus, somos identificados com Cristo em Seu sacrifício na cruz (cf. Rm 6.6). 
Dessa identidade com a Sua morte, o batismo é um testemunho, selando-nos como em um sepultamento; ao que se segue nossa ressurreição, pela qual fomos exaltados e feitos participantes da glória de nosso Senhor. 
Entendendo que já ressuscitamos pela fé no poder de Deus, podemos dizer que estamos em uma posição espiritual superior inclusive a potestades e principados espirituais, visto que a igreja é o corpo de Cristo, aqu’Ele que tem todas as coisas sujeitas aos Seus pés (cf. Ef 1.19-23). 
Paulo parece repetir o pensamento na expressão: “e, quando estáveis mortos, vos vivificou”, mas notemos agora a ênfase é sobre os pecados e as ofensas, ou seja, tanto as transgressões à Lei de Deus como aquelas instituições das quais os gentios, por natureza, não eram participantes – uma delas, a circuncisão. 
Os colossenses precisavam entender que agora tanto a sua incircuncisão na carne, como qualquer outra tradição ou ordenança contrária pelo simples fato de serem gentios, Cristo também havia cravado na cruz, juntamente com os pecados dos quais haviam se arrependido, de maneira que tanto não podiam ser acusados como não podiam ser cobrados de coisa alguma pelos judeus. 
A graça havia se manifestado na cruz para perdoar toda a dívida, e não mais requerer deles um jugo que nem os próprios judeus conseguiram carregar (cf. Gl 2.15-16). O mesmo pode ser dito em relação às forças espirituais da maldade que antes dominavam os gentios; Cristo, expiando os nossos pecados, despojou principados e potestades do poder que tinham sobre nós graças ao pecado, e tomou-nos para Si como um conquistador ou o mais valente, de que fala o Senhor Jesus, que arrebata ao valente o seu despojo (cf. Mt 12.29). 

CONCLUSÃO 
Mais uma vez fica demonstrada a suficiência de Cristo Jesus para a nossa vida. Não nos precipitemos em seguir novidades, em aderir pensamentos ou práticas engenhosas, em busca de segurança para nossas almas. 
Andemos em Cristo, confiantes de que tudo de que precisamos Ele já nos deu, e de que tão somente devemos permanecer firmes e satisfeitos neste fundamento até o fim.

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


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