28 janeiro 2020

005-O perigo das falsas doutrinas - Aos Colossenses [Pr Afonso Chaves]28jan2020

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LIÇÃO 5 
O PERIGO DAS FALSAS DOUTRINAS 

TEXTO ÁUREO: 
“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele” (Cl 2.6). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 2.4-15 

INTRODUÇÃO 
Na lição de hoje, começaremos a estudar a passagem da epístola onde o apóstolo confronta de modo mais direto os problemas que incomodavam a igreja em Colossos. 
Após discorrer extensamente sobre a primazia e suficiência do Senhor Jesus Cristo, que os colossenses já haviam recebido e conhecido através do evangelho que lhes fora pregado a princípio, agora eles são advertidos contra as doutrinas e filosofias que falsos mestres tentavam incutir em suas mentes. 
Aqui veremos como Paulo desmascara essas vãs especulações, sempre argumentando a partir da verdade perfeita do evangelho de Cristo. 

I – PERMANECENDO EM CRISTO JESUS (VV. 4-7) 
Nossa passagem continua a partir do ponto em que Paulo declara que Cristo é o mistério de Deus, e que nele “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”. 
Ele começa então a adverti-los contra palavras persuasivas, que poderiam ser doutrinas elaboradas e convincentes, mas, na realidade, não se derivavam da plenitude da verdade em Cristo, nem contribuíam para fortalecer os irmãos na sua dependência e submissão a Ele. 
Em outra passagem, o apóstolo já havia falado sobre a sabedoria e razão humanas, seu poder de persuasão e satisfação intelectual, mas, ao mesmo tempo, a ineficácia desses meios para produzir verdadeira fé no coração dos homens (cf. 1 Co 2.1-5). 
Paulo sabia que qualquer filosofia, doutrina ou argumento não baseado na revelação divina poderia alimentar neles uma busca vã e carnal por doutrinas e tradições humanas, diminuindo seu interesse pelo evangelho de Cristo. 
A preocupação de Paulo, como expresso em outras epístolas, é que os crentes permaneçam naquilo que haviam recebido através da pregação, pois isto era suficiente não só para salvá-los agora, mas para preservá-los até o fim (1 Co 15.1-2). 
Andar em Cristo Jesus significa permanecer, ou retê-l’O tal como O recebemos a princípio, desenvolvendo nossa compreensão e nosso viver sempre embasados nessa verdade. Tudo o que o homem tem a aprender depois de ouvir a palavra da verdade pela primeira vez – se de fato a tiver ouvido – não pode diminuir ou mudá-la, mas apenas aperfeiçoar seu entendimento. 
Por isso as palavras que o apóstolo usa nesse sentido parecem redundantes: arraigados, sobreedificados, confirmados, mas são necessárias para exortar os fiéis a se apegarem de todas as formas possíveis a Cristo, procurando tornar sua dependência, submissão e viver n’Ele cada vez mais sólido e inabalável. 

II – CRISTO E OS RUDIMENTOS DO MUNDO (VV. 8-10) 
O problema da sabedoria humana não é apenas que nos afasta de Cristo, no que diz respeito à compreensão da verdade espiritual – pois é sabedoria humana, não divina; mas também porque, quando enganosamente apresentada como doutrina, ela nos torna presas, escravos, dos homens, e não de nosso Senhor Jesus. 
De fato, houve um tempo em que nada sabíamos sobre Deus e sobre nós mesmos além de filosofias e vãs sutilezas, ensinadas por nossos pais, pela sociedade, pela religião. Mas agora, em comparação com a verdade do evangelho, essas coisas tornaram-se rudimentos, ou, como ele diz em outro lugar, “rudimentos fracos e pobres” (Gl 4.9), inúteis para a salvação e para o nosso aperfeiçoamento espiritual. 
Mesmo o judaísmo, com suas leis e tradições, muitas delas baseadas em uma revelação divina anterior, caem nesta categoria, tornando-se obsoletas à luz da graça e verdade reveladas em Cristo Jesus. 
Mas, como o apóstolo adverte, o perigo de voltarmos a esses rudimentos é real e sutil, pois sempre haverá na igreja aqueles que, não compreendendo o significado da graça, acharão insuficiente a plenitude que há em Cristo e farão passar tradições humanas por doutrinas divinas, como se necessárias para a salvação, ou para um viver mais espiritual. 
Tais ensinos, seja como forem chamados, “doutrina”, “tradição”, “costume”, são jugos que, como já frisamos, escravizam os homens, dando àqueles que os pregam como verdade divina meios de dominar os fiéis ao seu bel prazer (At 15.1, 10). 
Uma vez mais, Paulo quer tranquilizar os irmãos no entendimento de que eles não precisam de nada além do Senhor Jesus, pois “nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. 
O sentido aqui é tanto aquele que já consideramos em lição anterior, de que o propósito final de todas as coisas, especialmente da igreja, se cumpre na pessoa do Salvador; como também de que Ele é a expressão única e perfeita do Deus Eterno. Nenhum outro ser pode subsistir à parte d’Ele, pois Cristo “é a cabeça de todo o principado e potestade”, e, visto como os colossenses ainda estavam firmes n’Ele, pela fé, o apóstolo pode dizer que eles também estavam perfeitos n’Ele, pois em Cristo tinham tudo de que precisavam. 

III – CRISTO E AS ORDENANÇAS DA LEI (VV. 11-15) 
Paulo parece sugerir que, entre as filosofias e tradições humanas que procuravam ter lugar na igreja de Colossos, algumas eram de natureza judaizante, insistindo no aspecto de que os gentios, mesmo já crendo em Jesus, ainda eram incircuncisos segundo a lei de Moisés. Paulo explica que a circuncisão que realmente importa é a interior, do coração, onde o princípio pecaminoso, chamado aqui de corpo dos pecados da carne, é desfeito ou mortificado quando, pela graça de Deus, somos identificados com Cristo em Seu sacrifício na cruz (cf. Rm 6.6). 
Dessa identidade com a Sua morte, o batismo é um testemunho, selando-nos como em um sepultamento; ao que se segue nossa ressurreição, pela qual fomos exaltados e feitos participantes da glória de nosso Senhor. 
Entendendo que já ressuscitamos pela fé no poder de Deus, podemos dizer que estamos em uma posição espiritual superior inclusive a potestades e principados espirituais, visto que a igreja é o corpo de Cristo, aqu’Ele que tem todas as coisas sujeitas aos Seus pés (cf. Ef 1.19-23). 
Paulo parece repetir o pensamento na expressão: “e, quando estáveis mortos, vos vivificou”, mas notemos agora a ênfase é sobre os pecados e as ofensas, ou seja, tanto as transgressões à Lei de Deus como aquelas instituições das quais os gentios, por natureza, não eram participantes – uma delas, a circuncisão. 
Os colossenses precisavam entender que agora tanto a sua incircuncisão na carne, como qualquer outra tradição ou ordenança contrária pelo simples fato de serem gentios, Cristo também havia cravado na cruz, juntamente com os pecados dos quais haviam se arrependido, de maneira que tanto não podiam ser acusados como não podiam ser cobrados de coisa alguma pelos judeus. 
A graça havia se manifestado na cruz para perdoar toda a dívida, e não mais requerer deles um jugo que nem os próprios judeus conseguiram carregar (cf. Gl 2.15-16). O mesmo pode ser dito em relação às forças espirituais da maldade que antes dominavam os gentios; Cristo, expiando os nossos pecados, despojou principados e potestades do poder que tinham sobre nós graças ao pecado, e tomou-nos para Si como um conquistador ou o mais valente, de que fala o Senhor Jesus, que arrebata ao valente o seu despojo (cf. Mt 12.29). 

CONCLUSÃO 
Mais uma vez fica demonstrada a suficiência de Cristo Jesus para a nossa vida. Não nos precipitemos em seguir novidades, em aderir pensamentos ou práticas engenhosas, em busca de segurança para nossas almas. 
Andemos em Cristo, confiantes de que tudo de que precisamos Ele já nos deu, e de que tão somente devemos permanecer firmes e satisfeitos neste fundamento até o fim.

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22 janeiro 2020

004-O Mistério do Evangelho - Aos Colossenses [Pr Afonso Chaves]21jan2020

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LIÇÃO 4 
O MISTÉRIO DO EVANGELHO 

TEXTO ÁUREO: “Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1.27). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 1.24-2.3 

INTRODUÇÃO Na seção proposta para o estudo desta lição, consideraremos o que Paulo nos diz sobre o seu compromisso sincero com os cristãos colossenses, em razão de pertencerem ao corpo de Cristo. Aqui ele expressa a sua disposição de sofrer e lutar de todas as formas para que eles permanecessem firmes no seu chamado e conservassem as riquezas espirituais que haviam recebido de Deus. Veremos também o que ele nos diz sobre a natureza do evangelho e a grandeza incomparável de Cristo Jesus. 

I – A GLÓRIA DE SOFRER PELO EVANGELHO (1.24-25) 
As considerações do apóstolo nestes versículos revelam algo do seu chamado particular, e são ocasionadas pela menção de que os colossenses haviam sido feitos participantes da mesma fé e esperança cristãs, graças à pregação do evangelho, do qual Paulo havia sido constituído ministro para com todas as criaturas debaixo do céu, inclusive eles. Esta é a primeira vez em que o apóstolo se refere a si mesmo usando este termo, porque, em primeiro lugar, eles deviam ter a certeza de que Epafras, aquele de quem haviam ouvido o evangelho, era um fiel ministro (1.7); agora, precisavam saber que esse evangelho era uma mensagem para o mundo inteiro e que havia sido confiada a Paulo, particularmente no que diz respeito aos gentios, entre os quais se encontravam os próprios colossenses (cf. Gl 2.7). Lembremos que o apóstolo se encontrava na prisão enquanto escrevia esta epístola, e bem sabemos que tal circunstância representava grande aflição e tristeza para os fiéis, e oportunidade de calúnias e imposturas por parte dos falsos obreiros. Mas, vendo as coisas à luz da sabedoria de Deus, ele apresenta essa situação como um argumento não somente para incitar os cristãos colossenses a permanecerem firmes na palavra anunciada por ele (ou por seus enviados), a fim de que seu sofrimento pelo evangelho, ou por eles mesmos, não fosse em vão; mas também para provar que ele era um verdadeiro ministro do evangelho, pois que havia sido escolhido para padecer “o resto das aflições de Cristo”. Ou seja, como o próprio Senhor Jesus padeceu pela igreja e para fazer a vontade de Deus, assim o apóstolo estava padecendo pelo nome e pela causa de Cristo (cf. At 9.16). Aqui chamamos a atenção para o fato de que ele começa falando sobre o seu ministério de sofrimento pela causa do evangelho e para assegurar a integridade da fé do povo de Deus, referindo-se a tudo isto como motivo de alegria, não de tristeza ou de aflição. “Regozijo-me, agora, no que padeço por vós”, justamente pelas razões consideradas nos parágrafos anteriores. Ele compreendia que o ministério da palavra exige tanto sacrifícios como também expõe ao vitupério; mas em tudo isto o obreiro é feito mais semelhante e mais digno do seu Senhor (cf. Fp 1.29; At 5.41; Mt 5.10-12; Hb 11.26). 

II – O EVANGELHO E O MISTÉRIO DE DEUS (1.26-27) Cumprindo o resto das aflições de Cristo, o apóstolo estava então cumprindo a palavra de Deus, um propósito definido por Deus na eternidade. Anteriormente vimos o seu louvor a Cristo como a plenitude de todas as coisas, especialmente da igreja, onde Ele é a cabeça e os remidos, os membros. Agora, essa obra é declarada como um “mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações”, pois, embora prenunciados por profecias, sombras e tipos, e até mesmo desejados por aqueles Lições da Escola Bíblica Dominical Colossenses e Filemom 8 que eram iluminados pelo Espírito de Deus, Cristo Jesus só se manifestou na plenitude dos tempos (Gl 4.3- 5) e a igreja, em sua forma universal, agregando judeus e gentios, como consequência da obra consumada no Calvário. Pela palavra mistério, o apóstolo se refere não apenas a algo que esteve oculto e não podia ser compreendido senão quando revelado pelo Espírito aos santos, como ele aqui diz; mas também porque, como já estudamos, a união entre os remidos e o Senhor Jesus é a expressão mais elevada, agora, do propósito de Deus de ser tudo em todos, e alcançará o seu ápice na eternidade (cf. Ef 5.32; 1 Co 15.28). Paulo acrescenta que, revelando esse mistério aos gentios, Deus os enriqueceu, porque, primeiro, tornou conhecida, pelo evangelho, a glória da vida eterna, entre aqueles que eram completamente alheios e ignorantes quanto às promessas, aos concertos, aos pais, como diz o apóstolo em outro lugar (cf. Ef 2.12); e então lhes deu a esperança de alcançarem esta glória, pois o evangelho é a boa nova de paz, de reconciliação com aqueles que estavam longe e privados da glória de Deus, trazendo-os para perto e dando-lhes direito à mesma herança, através da graça que há em Cristo Jesus (Ef 3.4-6). 

III – SER PERFEITO EM CRISTO JESUS (1.28-2.3) Nos versos em apreço Paulo volta a falar sobre a suficiência de Cristo em tudo o que diz respeito à salvação e a vida com Deus. De modo semelhante ao início da epístola, ele ressalta que Cristo Jesus, a esperança da glória, é o que ele tem pregado e anunciado, satisfazendo-se com a sabedoria que n’Ele há. E, assim como ele achava plena suficiência na pessoa do Salvador, também procurava que os seus ouvintes buscassem somente em Cristo Jesus sua perfeição: “para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo”. Consideremos esta expressão à luz do quanto já foi dito sobre plenitude divina, e veremos o quanto é necessário o ministério da palavra, pois é através da pregação e do ensino que os cristãos poderão compreender cada vez melhor como submeter todos os aspectos de sua vida ao senhorio de Cristo Jesus. O apóstolo aqui se expressa em termos semelhantes à sua petição inicial pelos colossenses; quer que, além de consolados e unidos em amor, sejam enriquecidos da plenitude da inteligência; que conheçam o mistério de Deus Pai e de Cristo, ou de Deus Pai, Cristo. O foco desta expressão é Cristo, pois n’Ele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. Como já havia explicado, o evangelho é um mistério que foi revelado nestes últimos tempos. Mas o fato de ter sido desvendado não significa que possa ser compreendido de pronto na sua totalidade. Seja em seus termos mais simples e básicos, seja nas suas definições mais complexas, o evangelho é sabedoria e ciência de Deus, que só pode ser entendida, aceita e crida no coração pela iluminação do Espírito Santo. Contudo, muitos séculos antes de Paulo, o sábio Salomão já havia falado, com respeito a essa mesma sabedoria, agora “encarnada” na pessoa do Filho de Deus, que ela deve ser buscada como tesouro, comprada e não vendida, e buscada de madrugada (Pv 2.4; 23.23; 1 Co 1.24), o que implica nossa sincera e assídua dedicação a esse propósito. 

CONCLUSÃO Ser participante do evangelho é um grande privilégio, pois é o próprio Filho de Deus que nos uniu a Si mesmo para fazermos parte do Seu corpo e herdeiros da Sua glória. Procuremos conhecer melhor nosso Senhor, em tudo quanto Ele nos revelou a Seu respeito, para que assim sejamos sábios e inteligentes e possamos sempre agrada-l’O e, então, desfrutar de verdadeira paz e felicidade. 


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16 janeiro 2020

003-A plenitude de todas as coisas em Cristo Jesus - Aos Colossenses Lição 03[Pr Afonso Chaves]14jan2020


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LIÇÃO 3 
A PLENITUDE DE TODAS AS COISAS EM CRISTO JESUS 

TEXTO ÁUREO: “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Cl 1.19).

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 1.14-23

INTRODUÇÃO
Chegamos a um dos momentos de maior enlevação da epístola aos Colossenses. Na verdade, esta Escritura já começou de uma forma bastante devocional, com a demonstração de afeto do apóstolo pela igreja em Colossos e pela sua petição-exortação para que os fiéis alcançassem a plenitude de Deus em suas vidas. Tendo então mencionado o Filho do amor de Deus, o apóstolo passa a demonstrar que essa plenitude de vida só pode ser alcançada n’Ele; mais ainda, que a plenitude de todas as coisas, nos céus e na terra, espirituais e materiais, também se encontra na sua relação com Cristo Jesus.

I – CRISTO JESUS E A PLENITUDE DA CRIAÇÃO (VV. 14-17)
Como vimos na lição passada, em sua petição, Paulo desejava que os irmãos colossenses compreendessem como deveriam ser gratos ao Pai por tê-los tirado da potestade das trevas e transportado para o Filho do seu amor. Esta é uma obra espiritual, onde Cristo quebrou o jugo do pecado, pelo qual os poderes da maldade nos mantinham cativos e cegos para a verdade, e então nos estabeleceu, como livres, em uma posição superior e triunfante sobre essas forças da maldade. O apóstolo discorrerá mais sobre este assunto, mas, por enquanto, basta entender que essa libertação ou redenção foi comprada pelo sangue de Cristo derramado na cruz – sangue pelo qual obtemos a remissão dos pecados (cf. Hb 2.14-15). Embora a redenção do povo de Deus seja o aspecto mais profetizado e explicado nas Escrituras com relação à obra de Cristo, não é esta a única razão pela qual o Filho de Deus se fez carne e morreu na cruz. O sacrifício do Calvário representa o fundamento para a realização de um propósito amplíssimo, sábio, soberano e perfeito da parte de Deus para com todas as coisas, por toda a eternidade. Assim, quando expressa que Cristo é “a imagem do Deus invisível”, o apóstolo quer dizer que Ele é a forma visível, compreensível do Pai; e, mesmo que essa forma divina pudesse ser reconhecida apenas espiritualmente, nem por isso deixou de assumir a própria carne e entrar em contato com o mundo que o rejeitou (cf. Jo 1.10, 11). Já a denominação “primogênito” não significa que Ele tenha sido o primeiro a ser criado, mas, como se explica no verso seguinte, é porque “nele foram criadas todas as coisas” e “tudo foi criado por ele e para ele”. Portanto, significa que Cristo é o herdeiro da criação; tudo o que Deus propôs na eternidade trazer à existência Ele o fez através de Seu Filho e por causa de Seu Filho, de modo que tudo pertence ao Filho. Isto também implica que nenhuma potência e autoridade, seja material ou terrena, espiritual ou celestial, subsiste nem pode ser impingida à consciência dos homens sob pretexto de sujeição a Deus, à parte da sujeição absoluta ao próprio Cristo (cf. At 5.29; Hb 1.6, 14; Ap 22.9).

II – CRISTO JESUS E A PLENITUDE DA IGREJA (VV. 18-20) Mas é na relação entre Cristo e a igreja que essa plenitude divina, proposta como a razão de ser de todas as coisas, encontra a sua mais perceptível expressão, aqui representada no simbolismo da cabeça e do corpo. Pois a igreja é formada por aqueles que, alcançados pela graça e virtude do sacrifício de Jesus Cristo, são reconciliados com Deus e feitos voluntariamente submissos ao Seu senhorio (Ef 5.22-24). Estes são aqueles que, como o apóstolo havia orado, precisam entender que a plenitude de Deus para suas vidas foi alcançada quando Cristo nasceu em seus corações, e agora precisam se conservar nela.
Mas, além da criação e da igreja, há outro campo em que o senhorio do Filho de Deus deve ser considerado: os mortos. Não é porque não fazem mais parte da presente existência material ou espiritual, que esses não têm nenhuma relação com Cristo. O propósito divino também lhes reservou uma parte na plenitude que há em Cristo, afinal, Jesus é também a ressurreição, tendo Ele mesmo ressuscitado, e um dia, ao Seu comando, “todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz” (Jo 5.28). Assim Ele será juiz dos vivos e dos mortos, decidindo o destino eterno de todos (2 Tm 4.1; Ap 20.11, 12). O argumento da plenitude de todas as coisas em Cristo chega ao ápice nos versos 19 e 20, onde o apóstolo explica que “foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse”. Uma expressão semelhante ocorre mais a frente nesta epístola, mas aqui plenitude se refere ao propósito ou a razão de ser de todas as coisas. Deus quis que todas as coisas convergissem em torno e sob o domínio de seu Filho amado, de maneira que nada possa subsistir fora d’Ele. Por isso dissemos que o sacrifício da cruz não visava apenas a reconciliação do povo de Deus, pois Deus queria reconciliar todas as coisas, tanto nos céus como na terra. Não que outros seres além do homem precisassem do perdão de pecados – animais não podem pecar, pois seguem uma lei fixada por Deus, que chamamos de “instintos”; e os anjos que pecaram já foram eternamente julgados, não podendo ser objetos da graça divina (2 Pe 2.4). Devemos considerar esta expressão à luz do lugar ocupado pelo homem no princípio, como regente ou mordomo de toda a criação. Assim como o pecado de Adão trouxe vitupério e corrupção sobre todos os seres sob a sua responsabilidade, do mesmo modo sua reconciliação trará a restauração de todas as coisas (Rm 8.20- 22). De fato, os fiéis são considerados a nova criação de Deus (cf. 2 Co 5.17-18; Tg 1.18).

III – APELO AOS COLOSSENSES (VV. 21-23) Depois de explanar o escopo muito mais amplo da plenitude divina, que os colossenses deveriam almejar em sua vida cristã, Paulo se volta novamente para eles para lembra-los de que eles estavam incluídos neste grandioso propósito de Deus, de fazer todas as coisas convergir em Cristo Jesus. “A vós também... agora, contudo, vos reconciliou”. Notemos que há um destaque sobre a necessidade da reconciliação, pelo fato de que o homem, pelo pecado, se fez estranho e inimigo no entendimento, e que essa reconciliação se deu através da morte do Filho amado de Deus (cf. Ef 2.11-13). E ainda que este sacrifício é eficaz para suprir todas as suas necessidades espirituais, até aquele dia: “para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis”. A partir dessa plenitude que eles já haviam alcançado na pessoa e obra de Cristo Jesus, o apóstolo faz então um apelo aos colossenses, no sentido de que não deveriam se deixar afastar do que já haviam ouvido pelo evangelho, ou, em outras palavras, de que deveriam permanecer fundados e firmes na fé. Esta era uma forma de exortá-los a recusarem qualquer novidade doutrinária que estivesse se insinuando entre eles, tentando desviar o seu foco da suficiência da pessoa e obra de Cristo, ou separálos de tantos outros em todo o mundo que também haviam crido, ou ainda invalidar todo o empenho e esforço apostólico para levar até eles o verdadeiro evangelho.

CONCLUSÃO A razão última de todas as coisas é Cristo Jesus. Isto quer dizer que, assim como tudo teve origem n’Ele, tudo finalmente convergirá n’Ele, seja para destruição ou para vida eterna. Como membros da Sua igreja, do Seu corpo, consideremos o grandioso privilégio que temos recebido, de compreender nossa relação com o Filho de Deus e saber que n’Ele encontramos a plenitude e a razão de tudo o que somos e fazemos, seja na vida presente, seja na eternidade futura.

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08 janeiro 2020

002-Vida plena pelo evangelho - Aos Colossenses Lição 02 [Pr Afonso Chaves]07jan2020


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LIÇÃO 2 
VIDA PLENA PELO EVANGELHO 

TEXTO ÁUREO: “... que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” (Cl 1.9). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 1.9-13 

INTRODUÇÃO 
Na lição anterior, consideramos as palavras iniciais de Colossenses, onde o apóstolo Paulo faz menção à conversão desses irmãos e louva a graça de Deus que havia operado entre eles através da pregação de um evangelho puro e perfeito. 
Estudaremos, na sequência, a petição do apóstolo em favor deles e a atualidade do que nela se expressa. 
Em poucos versos, ele resume os aspectos principais do que deve ser a vida cristã – uma vida plena de conhecimento, de boas obras, de poder e de contentamento e agradecimento a Deus. 

I – PLENITUDE DO CONHECIMENTO DA VONTADE DE DEUS (V. 9) 
Como estudamos na lição anterior, Paulo havia sido inteirado da conversão dos colossenses através de seu cooperador, Epafras. 
Esta notícia não apenas alegrou o apóstolo, mas despertou nele um desejo de participar, de alguma forma, dessa genuína obra do Espírito. 
Por se encontrar preso, tudo o que ele podia fazer era incluir esses irmãos em suas orações a Deus, como o fazia em favor de muitos outros: “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós”. 
Contudo, Paulo não se limita a dizer apenas que orava por eles, mas se estende nos versos seguintes explicando que tipo de oração fazia. 
Isto mostra que suas orações não eram vagas, mas tinham propósitos bem definidos; também podem ser vistas como uma forma de exortar os seus leitores e orientá-los quanto àquilo que eles mesmos deveriam buscar de Deus. 
A petição principal de Paulo em favor dos colossenses era que eles fossem “cheios do conhecimento da sua vontade”, isto é, da vontade de Deus. Podemos dizer que esse é o propósito supremo de Deus para o homem – conhecer o seu Criador e o que Ele requer das Suas criaturas. 
O princípio deste conhecimento está contido no evangelho, pois nele se descobre tanto a justiça de Deus e o Seu juízo contra o pecado, como também a graça abundante manifestada em Cristo Jesus e que opera pela fé, para salvação do pecador. 
Mas, tendo aprendido e experimentado os rudimentos, aquele que já creu ainda precisa ser cheio do conhecimento dessa vontade santa, boa e perfeita, entendendo que o evangelho se aplica a todos os aspectos do seu viver (cf. Rm 12.1-2). 
Também é importante destacar a natureza desse conhecimento e como deveria ser obtido: “em toda a sabedoria e inteligência espiritual”. Aqui há uma sutil rejeição às fontes de conhecimento deste mundo – rejeição esta que será enfatizada mais adiante na epístola. 
Não é pela filosofia e especulação racional, nem por preceitos ou definições religiosas que conhecemos a vontade de Deus. 
Esse conhecimento é espiritual em sua natureza, e só pode ser alcançado por uma comunicação do Espírito ao entendimento humano, de modo que este possa verdadeiramente compreender, crer e curvar-se à vontade de Deus (compare com a expressão paralela em Ef 1:18, “tendo iluminados os olhos do vosso entendimento”, e com 1 Co 2.10-14). 

II – PLENITUDE DE OBEDIÊNCIA E BOAS OBRAS (VV. 10) 
A importância da petição de Paulo em favor dos colossenses agora se explica pelo fato de que o conhecimento da vontade de Deus é necessário para que o homem saiba como andar diante do Senhor, e andar dignamente.
Isto significa que, a partir do momento em que somos alcançados pela graça de Deus, nossas vidas não pertencem mais a nós mesmos, nem ao mundo, mas ao Senhor Jesus Cristo, e tudo o que fazemos ou deixamos de fazer é para Ele (Rm 14.6-9). 
Como já foi enunciado no tópico anterior, a vontade de Deus abrange todos os aspectos da nossa vida, e somente quando cumprimos a Sua vontade, fazemos jus à dignidade do Senhor e O agradamos em tudo (Jo 14.21). 
A boa obra de que o apóstolo fala neste verso relaciona-se com o que já foi dito sobre o andar diante do Senhor, agradando-O em tudo, porque toda a obediência referida neste verso não provém do esforço carnal, de uma mente religiosa não regenerada, mas é resultado ou fruto da salvação (Ef 2.10). 
Mas, à luz de outros contextos, também pode incluir as oportunidades de exercer a obra cristã, particularmente o amor para com os santos (cf. Fp 1.3-7; Hb 10.24). 
Notemos ainda que, ao usar a expressão: “crescendo no conhecimento de Deus”, Paulo não está sendo redundante quanto ao que já foi dito no verso anterior. 
Primeiro ele fala de conhecer a vontade de Deus; depois, de praticar a vontade de Deus; e agora, de conhecer a Deus. 
Quanto mais nos aplicamos a conhecer e praticar a vontade de Deus, mais crescemos no nosso conhecimento daqu’Ele cuja vontade estamos obedecendo. 
Por outro lado, não conhece verdadeiramente a Deus aquele que, sabendo a Sua vontade, não a cumpre (1 Jo 2.3-4). 

III – PLENITUDE DE PODER E CONTENTAMENTO (VV. 11-13) 
A expressão “corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória” requer mais atenção, pois encerra um argumento mais complexo. 
Paulo deseja que os colossenses alcancem maior confiança, segurança e certeza da fé baseados em poder, ou melhor, em todo o poder. Ele deseja que os colossenses se apoiem em um argumento da parte de Deus – um argumento absolutamente poderoso e irrefutável da veracidade do evangelho. Essa “prova” é o poder, ou a força da glória de Cristo, manifestada, como bem sabemos, na Sua ressurreição (cf. Ef 1.19-20). 
O que ocorre é que, quando compreendemos a vontade de Deus e a obedecemos plenamente, somos confirmados na certeza de que tudo o que temos recebido e ainda haveremos de receber – inclusive nossa obediência – constituem uma obra poderosa de Deus, tão gloriosa quanto a ressurreição do próprio Senhor Jesus. 
Assim podemos ser pacientes e longânimos ante as circunstâncias adversas desta vida, e mesmo nos regozijarmos com a perspectiva de um futuro glorioso. O que Paulo disse nestes últimos versos representa o fundamento de uma vida de contentamento em Cristo Jesus. 
Mas a isto podemos também acrescentar a ação de graças, com a qual o apóstolo arremata sua petição. É necessário reconhecer a grandeza do que Deus fez por nós; primeiro, Ele “nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz” – a nós que éramos alheios aos concertos e ao povo que primeiramente Ele havia chamado para ser santo (cf. Ef 2.11-12). 
Outra forma de considerar esta obra da graça de Deus é que Ele “nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”. Ou seja, fomos tirados de um império, de um domínio de pecado – portanto, estávamos debaixo da ira de Deus – e levados para o reino do Seu Filho amado, para agora sermos amados juntamente com Ele e por causa d’Ele. 
Neste ponto, o apóstolo passa sutilmente da oração para a exposição doutrinária, e começa a expor o seu tema: o Filho de Deus, de quem todos nós dependemos, e em quem todas as coisas se cumprem. 

CONCLUSÃO 
Esta oração trata de assuntos simples, mas muitas vezes esquecidos. Fala-se hoje em vida plena, em plenitude, mas focada em tantos aspectos da vida pessoal, social, familiar, exceto em conhecer a vontade de Deus e praticá-la. 
Esta é a única e duradoura fonte de contentamento para o cristão. Deus deseja que todos os seus filhos sejam felizes, e todos os que buscarem sua felicidade nisto certamente a encontrarão

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04 janeiro 2020

001-A Igreja de Cristo em Colossos - Aos Colossenses Lição 01[Pr Afonso Chaves]02jan2020

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LIÇÃO 1 
A IGREJA DE CRISTO EM COLOSSOS 

TEXTO ÁUREO: “Porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e da caridade que tendes para com todos os santos” (Cl 1.4). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 1.1-8 

INTRODUÇÃO 
Iniciamos um novo trimestre e um novo ciclo de estudos da Escola Bíblica Dominical. Desta vez, apreciaremos o conteúdo das Epístolas aos Colossenses e a Filemom. 
Entre outras características singulares, encontramos em Colossenses uma argumentação muito incisiva sobre a primazia e suficiência de Cristo Jesus para a salvação e uma verdadeira vida espiritual. 
Ao mesmo tempo, o apóstolo rechaça falsas filosofias e religiosidades que em todo tempo estão se introduzindo na Igreja, o que faz do estudo desta breve carta algo sempre importante para a compreensão do verdadeiro evangelho de Cristo. 

I – O EVANGELHO EM COLOSSOS 
Colossos era uma cidade da província romana chamada “Ásia” (localizada na Ásia Menor – atualmente, Turquia), vizinha às cidades de Éfeso, Laodicéia e as outras cinco cidades onde se encontravam as igrejas da Ásia, citadas em Apocalipse. 
Fundada há alguns séculos antes de Cristo, era uma cidade predominantemente grega, mas, pelo estudo da carta, parece que ali também havia uma comunidade judaica. 
Acrescente-se ainda que Colossos se encontrava em uma região historicamente conhecida por ser um ponto de encontro entre a filosofia grega, com o seu apelo ao intelecto e à razão, e as religiões orientais, com suas formas de devoção exterior e experiências místicas. 
Ao que tudo indica, parece que o Evangelho chegou a esta cidade durante a segunda viagem missionária de Paulo, quando este permaneceu de dois a três anos em Éfeso pregando a palavra de Cristo: “e durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos” (At 19.10; 20.31). 
Contudo, parece que o apóstolo dos gentios não pregou pessoalmente na cidade, mas teria enviado um dos seus cooperadores, Epafras (que era colossense), para pregar tanto aos seus conterrâneos como ao povo das cidades vizinhas (Cl 4.12, 13). 
Paulo já se encontrava em sua prisão domiciliar, em Roma, quando escreveu esta carta (Cl 4.18) e, até então, não havia tido oportunidade de conhecer pessoalmente as igrejas de Colossos e de outras cidades vizinhas (Cl 2.1). 
Contudo, o apóstolo demonstra grande interesse e cuidado por esses irmãos e, entre os seus cooperadores tinha, além de Epafras, Filemom e seu escravo Onésimo – este agora voltando a Colossos juntamente com Tíquico, para ser recebido pelo seu senhor como irmão e por aquela igreja como portador da presente epístola (Cl 4.7-9; Fm 1.1, 10-11). 

II – O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA 
Colossenses apresenta muitos elementos comuns às outras epístolas de Paulo: oração de agradecimento e petição a Deus em favor dos irmãos, exposição doutrinária, aplicação prática e exortações particulares. 
Aqui o apóstolo também faz considerações sobre o seu ministério, seus sofrimentos pelo evangelho e seus cuidados pelas igrejas. 
Alguns consideram Colossenses particularmente semelhante a Efésios, em razão de certos termos que ocorrem apenas nestas duas cartas e da ordenação dos assuntos em ambas. Contudo, nota-se que Colossenses apresenta um tom mais argumentativo do que Efésios, e parece ter em vista perigos reais que rondavam aquela igreja. 
De modo semelhante a Gálatas, aqui o apóstolo exorta os irmãos a permanecerem naquilo que haviam recebido, e não se deixarem enganar por falsos mestres: “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele” (Cl 2.6). 
Qual a natureza exata das falsas doutrinas e práticas que Paulo está combatendo, é difícil determinar. Mas podemos entender que o seu argumento principal gira em torno da pessoa do próprio Cristo e da Sua obra perfeita para salvar e santificar os homens, tendo em vista que o apóstolo enfatiza a primazia do Senhor Jesus sobre todas as coisas (Cl 1.17-19) e a Sua suficiência para uma vida verdadeiramente espiritual e agradável a Deus: “E estais perfeitos nele” (Cl 2.10). 
Parece então que as heresias aqui desmascaradas são, dentre outras: a suposta necessidade de mediadores ou o auxílio de outros seres e criaturas para nos aproximarmos da glória de Cristo; a suposta necessidade de uma religiosidade exterior, baseada em preceitos e costumes de homens, para nos santificarmos e vivermos de forma agradável a Deus. Habilmente, o apóstolo desmascara tais deturpações do evangelho e revela que o único propósito de tais ensinos é submeter os fiéis ao jugo de homens dominadores (Cl 2.18). 
Enfim, Colossenses é uma epístola de defesa da fé, que combate heresias específicas e rejeita falsas idéias a respeito do evangelho. A segunda parte passa à aplicação da verdade a um modo de vida simples, sem as complexidades e os jugos pesados das religiões humanas, mas baseada na virtude de um coração regenerado ou renovado segundo a imagem de Cristo (Cl 3.9-11). 

III – A CONVERSÃO DOS COLOSSENSES 
Paulo inicia sua missiva com uma oração de agradecimento a Deus, que é também um louvor à graça de Deus que havia verdadeiramente operado entre os colossenses. E o sinal dessa obra são três virtudes que, afirma o apóstolo, são fruto do evangelho: fé, amor e esperança (1 Co 13.13). 
Fé no evangelho, ou a confissão acerca de Cristo Jesus, da realidade e eficácia da Sua obra; amor para com os santos, identificando-se e comunicando-se com aqueles que, onde quer que se encontrassem, haviam alcançado igual fé; esperança na vida eterna, na certeza de que o presente mundo e estado de coisas passará, dando lugar a um novo mundo, do qual devemos viver como que dignos. Paulo havia sido inteirado acerca da conversão dos colossenses através de Epafras, que o apóstolo reconhece ter exercido fielmente o ministério do evangelho entre eles. 
Estas palavras são, portanto, um louvor à obra de Deus através desse fiel cooperador. Mas podemos perceber que o propósito do apóstolo também é o de confirmar aquela igreja no que haviam recebido desde o princípio. 
É como se ele quisesse dizer que, desde o início, através do evangelho, eles já haviam recebido tudo o suficiente para a salvação e a vida espiritual, e não precisavam de mais nada. Agora restava apenas que permanecessem firmes no evangelho, enriquecendo-se no seu conhecimento e vivendo conforme a sua dignidade, com paciência, longanimidade e alegria. Este será, então, o motivo da oração que o apóstolo oferecerá a Deus, conforme estudaremos na próxima lição. 

CONCLUSÃO 
A Epístola aos Colossenses possui características peculiares que tornam o seu conteúdo tão importante quanto o das demais epístolas e lhe fazem valer o seu lugar no cânon bíblico. A preocupação de Paulo aqui é a heresia, que ronda a igreja e ameaça impor sobre os crentes um jugo de homens e privá-los da graça abundante que há em Cristo Jesus, que é suficiente para salvá-los e preservá-los até aquele grande dia. 


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