27 fevereiro 2024

009-O fim dos rebeldes de Judá - Jeremias Lição 09[Pr Afonso Chaves]27fev2024

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LIÇÃO 9 

O FIM DOS REBELDES DE JUDÁ 

TEXTO ÁUREO: “Eis que juro pelo meu grande nome, diz o Senhor, que nunca mais será pronunciado o meu nome pela boca de homem de Judá em toda a terra do Egito, dizendo: Vive o Senhor Jeová!” (JEREMIAS 44.26)

LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 42.7-22 

INTRODUÇÃO Jerusalém está destruída, a terra está assolada e o povo completamente abatido, uma grande parte tendo sido levada para Babilônia, e a outra, formada pelos mais pobres da terra, deixados para lavrar e habitar a região que, de outro modo, se tornaria um deserto. E, embora o propósito de Deus fosse o de restabelecer o Seu povo a partir de um restante que voltaria de Babilônia, veremos que as portas da misericórdia divina não estavam de todo fechadas para aqueles que ficaram em Judá. Contudo, ao se mostrarem incuráveis na sua rebelião contra Deus, mesmo depois de tudo o que já haviam passado, essa parcela do povo que havia ficado em Judá apenas confirmava sua verdadeira natureza, e selava o triste e terrível destino que lhes estava reservado, de nunca mais serem chamados povo de Deus. 

I – O ASSASSINATO DE GEDALIAS (CAPÍTULO 41) Na lição passada, explicamos que Jeremias abre um parêntese histórico que se estende do capítulo 40 ao 42, onde nos conta os acontecimentos que se deram após sua chegada a Mizpá e a palavra que o Senhor lhe revelou com respeito a todas essas coisas. Naquela cidade se achava Gedalias, que havia sido constituído pelo rei de Babilônia como administrador da terra após a queda do reino, e que era assistido por uma corte de judeus e um destacamento do exército babilônico. Sem dúvida, essa honra refletia o socorro prestado por seu pai, Aicão, filho de Safã, a Jeremias, quando não permitiu que o profeta fosse entregue nas mãos do povo que pretendia lhe fazer mal; bem como a disposição do próprio Gedalias em se submeter ao domínio babilônico, na esperança de que assim haveria paz para o seu povo (Jr 26.24; 40.9). Mas, apesar da sua sinceridade e boa vontade, Gedalias era visado para mal por alguns daqueles que, rebeldes à voz de Deus, haviam se refugiado nas nações vizinhas quando da queda de Jerusalém, e que agora voltavam para espiar a paz do povo que havia ficado na terra e retomar sua fútil e ímpia resistência contra o domínio babilônico (Jr 40.11-14). Ao passo que outros dos maiorais desses judeus dispersos tivessem dado ouvidos a Gedalias e se unido à sua corte; um deles, Ismael, que era da linhagem real, estava ali incumbido pelo rei dos amonitas de assassinar o administrador submisso a Nabucodonosor (Jr 40.15). Não dando crédito aos alertas de Joanã, um dos maiorais que ficou ao seu lado, Gedalias é morto à traição, seguindo-se um grande morticínio, não apenas dos judeus que o assistiam, como dos caldeus que guarneciam a cidade, e mesmo de alguns dos restantes das dez tribos que se dirigiam a Jerusalém com o propósito de lamentar suas assolações, e que desafortunadamente passavam por Mizpá (Jr 41.1-7). Não fosse a intervenção de Joanã e os maiorais que o acompanhavam, que se encontravam ausentes no momento do morticínio, mas se puseram no encalço do traidor, Ismael teria levado o povo cativo para habitar entre os filhos de Amom, onde não podemos imaginar que fim lhes teria sobrevindo (Jr 41.10-15). Contudo, considerando que o mal já havia sido feito, e temendo que o rei de Babilônia retribuísse a traição com furor indiscriminado contra o restante dos maiorais e do povo de Judá, aqueles judeus, tomados de grande confusão, não viram outra saída senão se dirigirem ao Egito, onde porventura estariam fora do alcance dos caldeus (Jr 41.16-18). Tal decisão não apenas significava tomar um caminho contra o qual Deus já havia alertado diversas vezes; mas se mostraria a pior escolha que eles poderiam tomar em toda a sua longa história de rebelião, com consequências ainda piores do que qualquer punição que o rei de Babilônia pudesse lhes infligir pelo assassinato de Gedalias. 

II – O POVO DESOBEDECE À PROIBIÇÃO DE DESCER AO EGITO (CC. 42 E 43) Chegamos à palavra do Senhor que veio a Jeremias dentro do contexto já definido, para que o povo de Judá, depois de todos os pecados que haviam cometido, não incorresse naquele que selaria, de uma vez por todas, a sua rejeição de diante da face do Senhor. Notemos que, com efeito, tanto os príncipes como o povo, antes de tomarem a decisão fatídica, se voltam para o profeta Jeremias aparentemente ansiosos por saber a vontade de Deus, propondo-se a fazer aquilo que lhes fosse determinado, quer a palavra de Deus fosse boa ou “má” – isto é, uma determinação difícil ou contrária ao desejo dos seus corações (Jr 42.1-6). Mas este é mais um dos muitos episódios de dissimulação do povo para com Deus, e o profeta, embora ciente da indisposição arraigada em seus corações para obedecer à palavra do Senhor, entrega a resposta divina que, mesmo assim, ainda dá sinais da boa vontade de Deus, a ponto de se compadecer dos pecados e misérias de Judá mesmo tendo-a castigado com justiça (e Deus sempre castiga com justiça): “Se de boa mente ficardes nesta terra, então, vos edificarei e não vos derribarei; e vos plantarei e não vos arrancarei, porque estou arrependido do mal que vos tenho feito” (Jr 42.10). Se, porém, fizessem aquilo que realmente desejavam fazer – descer ao Egito – a espada de Nabucodonosor, de que fugiam, os alcançaria certamente (Jr 42.13-16, 19-22). Como o Senhor havia testificado contra eles, assim sucedeu, e o povo, sob o comando de Joanã e os demais príncipes que haviam restado, decidiram descer ao Egito – mesmo que para isto fosse necessário desacreditar a palavra de Deus anunciada por Jeremias, como se ele tivesse falado por incitação de Baruque, que acusavam de colaborador dos caldeus e de desejar ver o mal dos seus conterrâneos. (Jr 43.1-7). Jeremias é forçado a acompanhar a multidão rebelde, mas não sem um propósito de Deus; porque ali ele anuncia, para inquietação dos seus conterrâneos rebeldes, como Nabucodonosor em breve assentaria o seu trono na terra dos faraós, para executar juízos contra os egípcios e os seus deuses (Jr 43.8-13). 

III – O JUÍZO DE DEUS CONTRA OS QUE DESCERAM AO EGITO (CC. 44 A 45) Aos que haviam descido ao Egito e se estabelecido nas suas cidades, o Senhor proclama, neste capítulo, uma terrível palavra de juízo, primeiramente apontando todos os seus pecados, que não apenas eram os pecados de seus pais, mas a estes se acrescentava o grande mal de terem abandonado a terra que o Senhor lhes havia dado sob juramento, assim desarraigando-se a si mesmos de lá, bem como aos seus próprios filhos e descendentes, e tornando-se abomináveis através da idolatria, especialmente pelo culto à rainha dos céus – alguma divindade feminina à qual já prestavam culto em Judá e para a qual se voltavam novamente, não percebendo que todas as desgraças que haviam se abatido sobre eles resultavam dessa afronta ao Senhor Deus (Jr 44.7-8, 15-19). É determinada então a sentença divina contra os rebeldes que desceram ao Egito: seriam consumidos naquela terra, de tal modo que nunca mais haveria no Egito algum judeu que invocasse o nome do Senhor; e os poucos que escapassem da espada ali seriam trazidos novamente de volta à terra de Judá – e, neste caso, não como parte de uma restauração futura, mas enquanto cativos, trazidos de volta por Nabucodonosor, até a terra de onde não deviam ter partido (Jr 44.26-29). Esta seção do livro de Jeremias se encerra então com uma palavra da parte de Deus entregue a Baruque, ainda nos dias do rei Jeoaquim, no sentido de que, embora ele desejasse grandezas – e a descida forçada ao Egito talvez representasse para Baruque motivo de grande aflição – deveria se contentar com a dispensação de Deus, segundo a qual sua alma lhe seria dada por despojo onde quer que ele estivesse (Jr 45). 

CONCLUSÃO Vimos nesta lição que aqueles que Deus já havia designado como “figos maus” se mostraram de todas as formas possíveis merecedores desta designação, rejeitando todos os apelos e oportunidades de arrependimento e perdão e, eventualmente, sofrendo as consequências finais dos seus pecados. 

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21 fevereiro 2024

008-A queda de Jerusalém - Jeremias Lição08[Pr Afonso Chaves]20fev2024

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LIÇÃO 8 

A QUEDA DE JERUSALÉM 

TEXTO ÁUREO: “O Senhor, teu Deus, pronunciou este mal contra este lugar; e o Senhor o trouxe e fez como tinha dito, porque pecastes contra o Senhor e não obedecestes à sua voz; pelo que vos sucedeu tudo isto.” (JEREMIAS 40.2-3) 

LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 52.1-16 

INTRODUÇÃO Chegamos à conclusão de uma etapa do ministério do profeta Jeremias, durante o qual ele teve de anunciar os pecados de Jerusalém e o castigo que se abateria sobre a cidade, resultando em sua destruição e no cativeiro dos que sobrevivessem às agruras daqueles dias terríveis. Chegava o tempo de os ímpios e soberbos colherem o fruto da sua desobediência, impenitência e rejeição que fizeram à palavra dos profetas. Ao mesmo tempo era chegado o momento de Deus mostrar a diferença entre o justo e o ímpio, estendendo sua misericórdia para livrar aqueles que haviam permanecido fiéis e resistido às contradições do povo e dos seus líderes pecadores. 

I – JERUSALÉM É TOMADA E DESTRUÍDA (CC. 39.1-9 E 52) Jerusalém foi mantida sob cerco pelo exército babilônico durante aproximadamente dezoito meses (ou, um ano e seis meses), até que finalmente cedeu, tanto à pressão externa das máquinas de guerra que conseguiram abrir uma brecha em suas até então inexpugnáveis muralhas, por onde a cidade foi invadida; como também à pressão interna da falta de víveres – de fato, a fome talvez tenha sido a pior das aflições do cerco, porque não apenas enfraqueceu fisicamente os homens de guerra de Jerusalém e os seus líderes, como também os abateu moralmente, substituindo aquela ousadia e petulância que os fez resistir ao rei de Babilônia por tanto tempo pelo medo que os fez fugir da luta na primeira oportunidade (cf. Jr 39.1-3; 52.6-7). Nabucodonosor havia incumbido seus príncipes de finalizarem o cerco e a tomada da cidade – cumprindo assim a palavra falada logo no começo do ministério de Jeremias (cf. Jr 1.15) – e havia se retirado para Ribla, ao norte de Israel, onde aguardava a conclusão daquela ofensiva e onde determinaria suas últimas medidas para pôr fim e castigar a rebelião de Judá e Jerusalém. Vemos então a triste sorte do rei Zedequias nos acontecimentos que se seguiram à invasão da cidade; tomado pelo medo do que poderia lhe acontecer – medo esse reforçado pela certeza que o profeta lhe havia dado do que aconteceria por não ter se entregado a Nabucodonosor – o último rei de Judá tenta abandonar a cidade furtivamente, em meio à confusão, durante a noite. Mas a determinação com que os caldeus saem no seu encalço e o apanham mostra que ele estava tentando escapar não de homens, mas da mão de Deus (Jr 39.4-5; 52.8; cf. Ez 12.1-14). Capturado, Zedequias é levado até Ribla, onde tem de ficar cara a cara com Nabucodonosor para receber sua sentença: ver seus filhos e os nobres de Judá serem degolados, mortos, e então ter os seus próprios olhos vazados, tornando-se aquela a sua última e mais terrível visão; e, preso em grilhões, ser levado para Babilônia, onde terminaria seus dias miseravelmente na mesma masmorra de onde seu sobrinho, Joaquim, seria depois libertado, em sinal da futura exaltação da casa de Davi (Jr 39.6-7; 52.9-11, 31-34; cf. Ez 17.22-24). Voltemo-nos para Jerusalém, onde o juízo de Deus ainda se cumpriu com a destruição total da cidade, incluindo o palácio real, o templo, todas as casas e as muralhas (Jr 39.8; 52.12-14); com a deportação para Babilônia do povo que havia restado, incluindo os sobreviventes em meio a toda aquela assolação e os que haviam se entregado antes a Nabucodonosor – esses se uniriam aos que haviam sido levados nos tempos de Jeoiaquim e Joaquim (Jr 39.9; 52.15); com a identificação e captura de outros líderes que haviam contribuído para a revolta e resistência contra a autoridade de Nabucodonosor, e que, assim como os príncipes e nobres de Judá e Jerusalém, foram levados até o rei de Babilônia e mortos diante da sua face (Jr 52.24-27). 

II – A MISERICÓRDIA DE DEUS EM MEIO AO JUÍZO (CAPÍTULO 39.10-18) Dentre o povo que sobreviveu às assolações de Judá e Jerusalém, alguns poucos foram deixados por Nebuzaradã, capitão da guarda do rei de Babilônia, para lavrar e cuidar da terra, para que não ficasse abandonada. Estes estavam entre os mais pobres do povo, e o fato de não possuírem sequer uma porção de terra denota o grau de injustiça que prevalecia entre o povo de Deus; de modo que agora, aqueles que antes tinham muito haviam sido levados de mãos vazias para uma terra estranha, enquanto os que nada tinham recebiam vinhas e campos para daí derivarem o seu sustento (Jr 39.10). Por sua vez, o profeta Jeremias, ainda preso no átrio da guarda quando da queda da cidade, não apenas é libertado, mas, segundo ordens particulares dadas pelo próprio rei Nabucodonosor a seu capitão, é tratado de forma cordial e atenciosa, e eventualmente, sendo-lhe dada liberdade para seguir para onde desejasse, escolhe ficar em Mizpá junto de Gedalias, constituído pelos caldeus como governante sobre os judeus que permaneceram na terra, conforme ainda estudaremos nesta lição (Jr 39.11-14). Notemos ainda como, a seu tempo, tudo aquilo que os homens semearem – mesmo o menor ato de justiça, piedade ou beneficência em meio a uma geração injusta e corrompida, será recompensado por Deus: Ebede-Meleque, o mordomo etíope, estando entre aqueles últimos membros do governo caído de Zedequias capturados pelos caldeus quando da invasão da cidade, recebe um conforto e uma segurança da parte de Deus quanto ao que mais temia e que, de fato, teria sido a sua sorte não fosse por esse ato de misericórdia da parte do Senhor (Jr 39.15-18). 

III – JEREMIAS FICA COM O POVO EM MIZPÁ (CAPÍTULO 40) A partir deste capítulo, abre-se um grande parêntese histórico que vai se encerrar apenas em 42.7, quando a palavra do Senhor veio a Jeremias após a ida do profeta até Mizpá, e após o assassinato de Gedalias. O profeta está nos situando sobre o desenrolar dos acontecimentos após a queda de Jerusalém que o levaram a exortar o povo a não descer ao Egito e, depois, a anunciar o juízo de Deus contra aqueles que o haviam feito. Mas aqui desejamos considerar apenas as circunstâncias detalhadas no capítulo 40, que nos informam como Nabucodonosor e seus príncipes estavam a par da palavra de Jeremias e outros profetas quanto ao destino que aguardava Judá e Jerusalém por desobedecerem ao Senhor Deus e resistirem a Nabucodonosor (Jr 40.1-3). Nebuzaradã propõe ao profeta acolhê-lo como um protegido em Babilônia, mas ao mesmo tempo o deixa livre para escolher o caminho que desejasse. Notemos então como Jeremias prefere permanecer com o seu povo, mesmo nas condições materiais precárias em que a terra se achava, mas agora na certeza de que, sendo Gedalias, governante em Mizpá, leal a Nabucodonosor, o povo estaria debaixo do favor de Deus (Jr 40.4-6, 9-10). Contudo, o profeta teria ainda de lidar com a contradição dos judeus que, não permanecendo na cidade ou na terra quando da sua queda, nem se entregando aos caldeus, haviam se refugiado nas nações vizinhas – nações estas igualmente suspeitas de traição contra Nabucodonosor – de onde aguardavam oportunidade para retornar (Jr 40.7-8, 11-12). Dentre estes não apenas se levantaria aquele que mataria o governante Gedalias, mas também aqueles que incitariam até os mais pobres da terra a descer ao Egito, a fim de escapar à fúria do rei dos caldeus. 

CONCLUSÃO Mesmo em meio ao derramar de um juízo tão terrível, do qual nenhum daqueles que se fizeram merecedores dele conseguiu escapar, vemos a misericórdia de Deus se manifestando em favor de não poucos, e sendo a causa de o Seu povo não ser totalmente consumido. 

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13 fevereiro 2024

007-Os últimos dias de Jerusalém - Jeremias Lição 07[Pr Afonso Chaves]13fev2024

 

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LIÇÃO 7 

OS ÚLTIMOS DIAS DE JERUSALÉM 

TEXTO ÁUREO: “Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne. Acaso, seria qualquer coisa maravilhosa demais para mim?” (JEREMIAS 32.27) 

LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 38.14-24 

INTRODUÇÃO Aproximamo-nos cada vez mais do fim da primeira parte da profecia de Jeremias, que, à semelhança de outros profetas, dedica o começo do seu ministério a anunciar o castigo de Deus sobre a rebeldia e impenitência do povo. Os capítulos que estudaremos nesta lição transcorrem principalmente nos dias do cerco de Jerusalém, quando a destruição da cidade é uma realidade inegável e ao profeta só resta apelar, ainda que sob grande risco, ao povo e ao rei para que se entreguem aos caldeus, abreviando assim o seu sofrimento e olhando agora para os tempos futuros nos quais Deus promete restaurar o Seu povo e trazê-los de volta àquela terra. 

I – DEUS AINDA FARÁ COISAS GRANDES PELO SEU POVO (CAPÍTULOS 32 E 33) A cidade já se encontrava sob o cerco dos caldeus e Jeremias, por ter anunciado o destino inescapável de Jerusalém e de Zedequias, rei de Judá, achava-se detido no pátio do palácio real. Ali, o profeta recebe a visita de um primo seu, que lhe pede para comprar uma terra que pertencia à família e que cabia a Jeremias comprá-la para que não passasse a outra tribo ou família (cf. Lv 25.25). O profeta não apenas cumpre o seu dever, mas faz isto de forma clara e justa, pesando o dinheiro e fazendo com que se tome por escrito o ato da compra, e isto diante de testemunhas; mas, além disso, entende que há uma mensagem de Deus a ser declarada através deste que, de outro modo, teria sido comum, e talvez até fora dos interesses do profeta, que vinha anunciando a destruição da cidade e a ruína de toda a terra (32.6-12). Ao providenciar que a escritura fosse preservada por muitos anos, o profeta anunciava que ainda se voltaria a comprar e vender em Judá e Jerusalém, pois a atual assolação não significava que o próprio Deus nada mais pudesse fazer pelo Seu povo. Pelo contrário, os dispersos seriam novamente congregados naquela terra e, restaurados à comunhão com o seu Deus, habitariam nela seguramente (32.27-29,37-44). De fato, as coisas que Deus havia proposto realizar para o Seu povo eram grandiosas e inefáveis, mas Ele estava pronto para revelá-las aos que desejassem sabê-las (33.1-3): a restauração de Jerusalém à glória que tinha no princípio, removendo toda insegurança e medo, e dando-lhe tamanha paz e prosperidade que aqueles que a viam em seu estado atual ficariam confundidos (33.6-9); a promessa de que o povo seria governado por um descendente de Davi, que faria justiça e juízo na terra – uma clara alusão ao governo eterno de Cristo Jesus. E, àqueles que afirmavam que Deus sequer havia se esquecido inclusive das casas de Davi e de Arão, o Senhor responde que jamais elas deixariam de exercer o seu chamado sobre o Seu povo eleito (33.20-26). 

II – A DIFERENÇA ENTRE A PERFÍDIA E A FIDELIDADE (CAPÍTULOS 34 E 35) No capítulo 34 encontramos duas mensagens, ambas envolvendo o rei Zedequias. Na primeira, o profeta anuncia, uma vez mais, a queda inevitável da cidade de Jerusalém e a sorte do rei quando este fosse capturado pelos caldeus, com o atenuante de que, ao contrário de muitos príncipes de Judá e dos seus próprios filhos, o rei não seria morto à espada, mas terminaria seus dias em paz (34.1-7). Na segunda, o profeta condena o povo por não cumprir a lei quanto à libertação de hebreus que haviam sido tomados como escravos após seis anos de serviço; e, após terem concertado com o rei para despedi-los livres, voltaram atrás, e mandaram trazer de volta os escravos já alforriados (34.8-11; cf. Ex 21.2). O Senhor não apenas reprova a reincidência na transgressão da lei, mas também a tremenda profanação contra o Seu nome, ao violarem o juramento formalmente selado diante de Deus; pelo que o Senhor os entregaria também, como escravos, aos caldeus (34.15-18, 19-20). A perfídia do povo de Judá torna-se ainda mais vergonhosa quando, no capítulo 35, o profeta prova e dá testemunho da fidelidade dos recabitas. Ordenados a não possuir nem lavrar terras, não beber vinho e a viver em tendas, essa família havia sempre vivido na obediência aos mandamentos de seu antepassado (35.1-10); ao passo que os filhos de Israel, não tendo de viver com estas privações, desobedeceram às palavras do seu Deus (35.13-15). Como prova do quanto o Senhor aprecia a obediência, e a fidelidade, em qualquer relação, aos recabitas é prometido que sempre subsistirão, mesmo vivendo como peregrinos na terra (35.18-19; cf. Ez 17.16-19). 

III – REIS QUE CAÍRAM PELA DESOBEDIÊNCIA (CAPÍTULOS 36 A 38) Uma das últimas tentativas do Senhor em trazer o povo ao arrependimento antes que o juízo se abatesse sobre Jerusalém se deu no reinado de Jeoaquim, quando o profeta foi ordenado a fazer comque suas palavras de castigo fossem redigidas em um rolo de pergaminho e lidas aos ouvidos do povo de uma só vez por ocasião de um jejum proclamado em Jerusalém (36.1-10). Estas palavras chegaram aos ouvidos dos príncipes, os quais se mostraram temerosos e pretenderam anunciá-las ao rei, mas não sem antes exortarem o escriba a se esconder com o profeta e guardarem o manuscrito, declarando as palavras de Deus ao rei apenas de boca (36.14-20). Isto, porém, não o impediu de tomar o pergaminho contendo a Escritura Sagrada e o destruir, em seguida mandando prender Baruque e Jeremias – o que não ocorreu porque o Senhor os havia escondido (36.21-26). O fato é que este Jeoaquim estava destinado a padecer sob condições que as Escrituras não precisam os detalhes, mas aqui indica que seriam humilhantes – mais do que no caso de Joiaquim, seu sucessor, ou mesmo de Zedequias (36.30-31). Avançando novamente para os últimos dias de Jerusalém, temos agora maiores detalhes sobre as circunstâncias do aprisionamento do profeta, em grande parte devido à inconstância e fraqueza moral de Zedequias. Angustiado pelo cerco da cidade, o rei buscava constantemente o profeta (37.1-3), que era claro em reafirmar que o destino de Jerusalém estava selado, e a única salvação estaria em se entregar ao rei de Babilônia. A retirada temporária dos sitiantes dos muros da cidade não significava que não voltariam, e ainda que os judeus ferissem a todo o exército dos caldeus, “cada um se levantaria na sua tenda e queimaria a fogo esta cidade” (37.10). Então, suspeito de cooperar com os caldeus, Jeremias é acusado falsamente, preso e lançado no calabouço, de onde é retirado pelo temeroso Zedequias para, logo depois, sendo o rei pressionado pelos seus príncipes, permitir que o profeta fosse lançado novamente naquele lugar que poderia tê-lo matado rapidamente, não fosse a intervenção providencial de um mordomo, Ebede-Meleque, que mais uma vez conseguiu comover Zedequias (38.1-5, 6-13). Que situação angustiante a deste rei que, instado pelo profeta, da parte do próprio Deus, a se entregar aos caldeus, com todas as garantias de que ele alcançaria misericórdia, e viveria, e sua cidade não seria destruída, nem seria ele entregue aos judeus que desejavam o seu mal; ainda assim não conseguia se desvencilhar do orgulho, nem do medo da reprovação dos seus conselheiros ímpios; mas preferiu guardar consigo aquelas últimas palavras, desperdiçar sua última oportunidade e apenas esperar que o mal chegasse até ele (38.17-23).

CONCLUSÃO Os últimos dias de Jerusalém são um testemunho da longanimidade de Deus e das riquezas da Sua misericórdia, em propor até àqueles que mais parecem desesperados em seus caminhos de impiedade uma solução que, para os que a abraçarem, não apenas valerá toda renúncia ao amor próprio, mas se mostrará uma tremenda reviravolta para melhor que nem mesmo nós seremos capazes de compreender totalmente, senão na eternidade.

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06 fevereiro 2024

006-Quando a Palavra de Deus é contrariada - Jeremias Lição 06[Pr Afonso Chaves]06fev2024

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Lição 6 

Quando a Palavra de Deus é Contrariada 

Texto Áureo: “E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não puserem o pescoço debaixo do jugo do rei da Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz o Senhor, até que a consuma pelas suas mãos.” (Jr 27.8) 

Leitura Bíblica: Jeremias 29.1-14 

Introdução Na lição de hoje prosseguimos com o estudo das mensagens do profeta Jeremias a respeito da destruição de Jerusalém e Judá que se aproximava. Os capítulos que ora analisaremos incluem episódios ocorridos durante o governo dos últimos reis de Judá, e destacam o zelo do profeta em proclamar a palavra de Deus, mesmo com o risco da sua própria vida, e mesmo quando todas as coisas no reino e na cidade de Jerusalém corriam no sentido contrário ao que Deus requeria do povo, e todos se esforçavam por calar o profeta ou desvirtuar e contemporizar a sua mensagem. 

I – Jeremias é Livrado da Morte (Capítulo 26) Estamos no começo do reinado de Jeoaquim. A palavra que o profeta aqui tem de anunciar não é diferente de alertas anteriores, inclusive no que diz respeito ao fim que teriam a cidade e o templo, caso o povo não se arrependesse e se convertesse ao Senhor: “Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei... farei que esta casa seja como Siló e farei desta cidade uma maldição para todas as nações da terra”. Em inequívoca obediência e confiança no Senhor, o profeta se dirige ao pátio do templo, onde se reunia a multidão dos judeus, vindos de toda a parte do reino para adorar, e ali anuncia todas as palavras que Deus lhe havia mandado (26.1-6). Deus ainda estava disposto a se arrepender do mal que havia falado contra eles (26.13); contudo, os sacerdotes e falsos profetas ali presentes, sob o pretexto de uma falsa piedade, ao invés de se considerarem culpados pela destruição anunciada, e pela subversão da cidade e do templo; aproveitaram a oportunidade para tentar dar cabo da vida do profeta, pela sua ousadia em anunciar aquelas palavras, agora diante do próprio templo (26.7-11; cf. At 6.13-15). Embora se afligisse com a situação do povo, Jeremias de modo algum se mostrou fraco nessa situação – o Senhor cumpria Sua promessa de fortalecer o profeta, que por sua vez confiava sua vida nas mãos de Deus, perante quem mantinha uma consciência tranquila (26.14-15). Por isso seu apelo não foi tanto para que sua vida fosse poupada, mas para que os seus conterrâneos não incorressem na injustiça de matar um profeta de Deus, atraindo ainda maior castigo sobre si mesmos (cf. Mt 23.29-35). O julgamento dos príncipes de Judá é mais inseguro do que parece, razão pela qual são apresentados, pelos anciãos, dois casos semelhantes ao de Jeremias; o primeiro envolvendo o profeta Miquéias, que também profetizou contra Jerusalém e o templo, mas o rei Ezequias, ao invés de matá-lo, temeu, e com isto escapou à ira do Senhor; o segundo, mais recente, de certo profeta Urias que, após profetizar as mesmas palavras, atraiu a ira do rei Jeoaquim e foi morto ao seu mando. Este segundo caso pode ter sido mencionado para enfatizar o mal ainda maior que atrairiam sobre si mesmos se o sangue de mais um profeta fosse achado em suas mãos (26.17-23). Mas, de qualquer forma, Jeremias foi salvo das mãos de um povo sanguinário não graças aos príncipes, mas graças a Aicão, filho de Safã, conselheiro ou ministro dos tempos do rei Josias (26.24; cf. 2 Rs 22.12-13). 

II – O Que Deus Anunciou Se Cumprirá (Capítulos 27 e 28)  Os capítulos 27 e 28 envolvem acontecimentos que se deram no início do reinado de Zedequias, último governante de Judá, quando só restava ao profeta anunciar o futuro sombrio que aguardava os seus compatriotas. Com o fim de mostrar a futilidade de tentar resistir ao rei dos caldeus, o Senhor orienta o profeta a executar um ato simbólico junto aos representantes das nações vizinhas de Judá, que vinham a Jerusalém ter com Zedequias. Ao invés de voltarem para casa com uma esperança de libertação, o que eles entregariam a seus respectivos reis era a mensagem de que toda a terra havia sido entregue a Nabucodonosor e seus descendentes pelo próprio Deus de Israel; se aceitassem o jugo do rei de Babilônia, viveriam e prosperariam; se não, seriam completamente assolados (27.1-11). E, ao mesmo tempo, era um alerta igualmente válido para Judá, que do contrário acabaria como as nações rebeldes que não se submetessem ao rei dos caldeus (27.12-17). Ao que parece, esta mensagem impactou de tal forma o povo através do seu simbolismo que os falsos profetas logo começaram a elaborar suas vãs mensagens de esperança utilizando-se da mesma imagem do jugo. Um deles, chamado Hananias, chega a se dirigir diretamente a Jeremias, em público, não para desmentir o profeta, mas para abrandar o rigor da sua mensagem, como se a submissão ao rei dos caldeus fosse uma coisa odiosa aos olhos de Deus, e por isso duraria pouco tempo, pois Deus quebraria o jugo de Nabucodonosor (28.1-4, 10-11). Por prudência, Jeremias não desmente as palavras do falso profeta, embora soubesse, por sua própria experiência e conhecimento da palavra de Deus, que tal mensagem não concordava com as palavras anunciadas pelos profetas desde há muito tempo. Contudo, ao ser informado pelo próprio Deus, Jeremias volta até Hananias e, publicamente, desmente o profeta na cara, além que acrescentar que a servidão representada pelo jugo era muito mais pesada e inescapável que o símbolo poderia significar: “Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia; e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei” (28.12-17). 

III – Após o Castigo Haverá Restauração (Capítulos 29 a 31) A mensagem dos capítulos 30 e 31 é dirigida a um povo triste e temeroso pelas assolações que ainda se abateriam sobre Jerusalém, e quebrantado por se encontrar no cativeiro, e para o qual a perspectiva de uma restauração ainda era remota. Por isso o Senhor ordena que Jeremias registre as palavras desta profecia, pois só veriam seu cumprimento as gerações futuras; o tempo agora era de se acomodar à terra do cativeiro, até que o castigo se completasse e então Deus os visitasse e cumprisse o Seu bom propósito sobre o remanescente (29.4-7, 10-11). Só então o jugo de Nabucodonosor seria quebrado, e isto seria simbólico de uma libertação ainda maior, de modo que Judá serviria apenas ao Senhor Deus, “e Davi, seu rei, que lhes levantarei”. Historicamente, os judeus não mais voltariam a ter uma independência política, mas o fato é que, após o cativeiro, eles haviam sido libertos da idolatria e dos caminhos das nações para servirem apenas ao Deus vivo, até que, vindo o Messias, Jesus, essa libertação se completasse na redenção dos seus pecados (30.1-9; cf. Lc 1.68-75; Rm 11.26-27). A restauração é retratada em termos poéticos no capítulo seguinte, onde chamamos a atenção para como Deus promete compensar toda a tristeza causada pelas aflições, necessárias para o quebrantamento do povo, saciando os filhos de Israel com alegria e multiplicando-os novamente (31.8-9, 15-17, 25); e o novo concerto que o Senhor firmaria com o Seu povo – um concerto onde a obediência à lei não mais seria prejudicada pela fraqueza da carne, mas seria como que gravada no interior, através do perdão dos pecados anteriormente cometidos e de um conhecimento de Deus pelo qual Israel verdadeiramente amaria o Senhor e desejaria obedecê-l’O (31.31-35). 

Conclusão Os episódios que estudamos nesta lição apontam todos num mesmo sentido – Deus cumprirá a Sua palavra, a Sua terrível palavra, mesmo que nações, reis e profetas não queiram e dissimulem sua inquietação com falsas esperanças e alianças vãs. Mas felizes serão aqueles que crerem na palavra do Senhor e esperarem na Sua misericórdia.

PARA USO DO PROFESSOR:

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
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Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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