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Lição 6
Quando a Palavra de Deus é Contrariada
Texto Áureo: “E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não puserem o pescoço debaixo do jugo do rei da Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz o Senhor, até que a consuma pelas suas mãos.” (Jr 27.8)
Leitura Bíblica: Jeremias 29.1-14
Introdução Na lição de hoje prosseguimos com o estudo das mensagens do profeta Jeremias a respeito da destruição de Jerusalém e Judá que se aproximava. Os capítulos que ora analisaremos incluem episódios ocorridos durante o governo dos últimos reis de Judá, e destacam o zelo do profeta em proclamar a palavra de Deus, mesmo com o risco da sua própria vida, e mesmo quando todas as coisas no reino e na cidade de Jerusalém corriam no sentido contrário ao que Deus requeria do povo, e todos se esforçavam por calar o profeta ou desvirtuar e contemporizar a sua mensagem.
I – Jeremias é Livrado da Morte (Capítulo 26) Estamos no começo do reinado de Jeoaquim. A palavra que o profeta aqui tem de anunciar não é diferente de alertas anteriores, inclusive no que diz respeito ao fim que teriam a cidade e o templo, caso o povo não se arrependesse e se convertesse ao Senhor: “Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei... farei que esta casa seja como Siló e farei desta cidade uma maldição para todas as nações da terra”. Em inequívoca obediência e confiança no Senhor, o profeta se dirige ao pátio do templo, onde se reunia a multidão dos judeus, vindos de toda a parte do reino para adorar, e ali anuncia todas as palavras que Deus lhe havia mandado (26.1-6). Deus ainda estava disposto a se arrepender do mal que havia falado contra eles (26.13); contudo, os sacerdotes e falsos profetas ali presentes, sob o pretexto de uma falsa piedade, ao invés de se considerarem culpados pela destruição anunciada, e pela subversão da cidade e do templo; aproveitaram a oportunidade para tentar dar cabo da vida do profeta, pela sua ousadia em anunciar aquelas palavras, agora diante do próprio templo (26.7-11; cf. At 6.13-15). Embora se afligisse com a situação do povo, Jeremias de modo algum se mostrou fraco nessa situação – o Senhor cumpria Sua promessa de fortalecer o profeta, que por sua vez confiava sua vida nas mãos de Deus, perante quem mantinha uma consciência tranquila (26.14-15). Por isso seu apelo não foi tanto para que sua vida fosse poupada, mas para que os seus conterrâneos não incorressem na injustiça de matar um profeta de Deus, atraindo ainda maior castigo sobre si mesmos (cf. Mt 23.29-35). O julgamento dos príncipes de Judá é mais inseguro do que parece, razão pela qual são apresentados, pelos anciãos, dois casos semelhantes ao de Jeremias; o primeiro envolvendo o profeta Miquéias, que também profetizou contra Jerusalém e o templo, mas o rei Ezequias, ao invés de matá-lo, temeu, e com isto escapou à ira do Senhor; o segundo, mais recente, de certo profeta Urias que, após profetizar as mesmas palavras, atraiu a ira do rei Jeoaquim e foi morto ao seu mando. Este segundo caso pode ter sido mencionado para enfatizar o mal ainda maior que atrairiam sobre si mesmos se o sangue de mais um profeta fosse achado em suas mãos (26.17-23). Mas, de qualquer forma, Jeremias foi salvo das mãos de um povo sanguinário não graças aos príncipes, mas graças a Aicão, filho de Safã, conselheiro ou ministro dos tempos do rei Josias (26.24; cf. 2 Rs 22.12-13).
II – O Que Deus Anunciou Se Cumprirá (Capítulos 27 e 28) Os capítulos 27 e 28 envolvem acontecimentos que se deram no início do reinado de Zedequias, último governante de Judá, quando só restava ao profeta anunciar o futuro sombrio que aguardava os seus compatriotas. Com o fim de mostrar a futilidade de tentar resistir ao rei dos caldeus, o Senhor orienta o profeta a executar um ato simbólico junto aos representantes das nações vizinhas de Judá, que vinham a Jerusalém ter com Zedequias. Ao invés de voltarem para casa com uma esperança de libertação, o que eles entregariam a seus respectivos reis era a mensagem de que toda a terra havia sido entregue a Nabucodonosor e seus descendentes pelo próprio Deus de Israel; se aceitassem o jugo do rei de Babilônia, viveriam e prosperariam; se não, seriam completamente assolados (27.1-11). E, ao mesmo tempo, era um alerta igualmente válido para Judá, que do contrário acabaria como as nações rebeldes que não se submetessem ao rei dos caldeus (27.12-17). Ao que parece, esta mensagem impactou de tal forma o povo através do seu simbolismo que os falsos profetas logo começaram a elaborar suas vãs mensagens de esperança utilizando-se da mesma imagem do jugo. Um deles, chamado Hananias, chega a se dirigir diretamente a Jeremias, em público, não para desmentir o profeta, mas para abrandar o rigor da sua mensagem, como se a submissão ao rei dos caldeus fosse uma coisa odiosa aos olhos de Deus, e por isso duraria pouco tempo, pois Deus quebraria o jugo de Nabucodonosor (28.1-4, 10-11). Por prudência, Jeremias não desmente as palavras do falso profeta, embora soubesse, por sua própria experiência e conhecimento da palavra de Deus, que tal mensagem não concordava com as palavras anunciadas pelos profetas desde há muito tempo. Contudo, ao ser informado pelo próprio Deus, Jeremias volta até Hananias e, publicamente, desmente o profeta na cara, além que acrescentar que a servidão representada pelo jugo era muito mais pesada e inescapável que o símbolo poderia significar: “Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia; e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei” (28.12-17).
III – Após o Castigo Haverá Restauração (Capítulos 29 a 31) A mensagem dos capítulos 30 e 31 é dirigida a um povo triste e temeroso pelas assolações que ainda se abateriam sobre Jerusalém, e quebrantado por se encontrar no cativeiro, e para o qual a perspectiva de uma restauração ainda era remota. Por isso o Senhor ordena que Jeremias registre as palavras desta profecia, pois só veriam seu cumprimento as gerações futuras; o tempo agora era de se acomodar à terra do cativeiro, até que o castigo se completasse e então Deus os visitasse e cumprisse o Seu bom propósito sobre o remanescente (29.4-7, 10-11). Só então o jugo de Nabucodonosor seria quebrado, e isto seria simbólico de uma libertação ainda maior, de modo que Judá serviria apenas ao Senhor Deus, “e Davi, seu rei, que lhes levantarei”. Historicamente, os judeus não mais voltariam a ter uma independência política, mas o fato é que, após o cativeiro, eles haviam sido libertos da idolatria e dos caminhos das nações para servirem apenas ao Deus vivo, até que, vindo o Messias, Jesus, essa libertação se completasse na redenção dos seus pecados (30.1-9; cf. Lc 1.68-75; Rm 11.26-27). A restauração é retratada em termos poéticos no capítulo seguinte, onde chamamos a atenção para como Deus promete compensar toda a tristeza causada pelas aflições, necessárias para o quebrantamento do povo, saciando os filhos de Israel com alegria e multiplicando-os novamente (31.8-9, 15-17, 25); e o novo concerto que o Senhor firmaria com o Seu povo – um concerto onde a obediência à lei não mais seria prejudicada pela fraqueza da carne, mas seria como que gravada no interior, através do perdão dos pecados anteriormente cometidos e de um conhecimento de Deus pelo qual Israel verdadeiramente amaria o Senhor e desejaria obedecê-l’O (31.31-35).
Conclusão Os episódios que estudamos nesta lição apontam todos num mesmo sentido – Deus cumprirá a Sua palavra, a Sua terrível palavra, mesmo que nações, reis e profetas não queiram e dissimulem sua inquietação com falsas esperanças e alianças vãs. Mas felizes serão aqueles que crerem na palavra do Senhor e esperarem na Sua misericórdia.
PARA USO DO PROFESSOR:
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