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LIÇÃO 7
OS ÚLTIMOS DIAS DE JERUSALÉM
TEXTO ÁUREO: “Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne. Acaso, seria qualquer coisa maravilhosa demais para mim?” (JEREMIAS 32.27)
LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 38.14-24
INTRODUÇÃO Aproximamo-nos cada vez mais do fim da primeira parte da profecia de Jeremias, que, à semelhança de outros profetas, dedica o começo do seu ministério a anunciar o castigo de Deus sobre a rebeldia e impenitência do povo. Os capítulos que estudaremos nesta lição transcorrem principalmente nos dias do cerco de Jerusalém, quando a destruição da cidade é uma realidade inegável e ao profeta só resta apelar, ainda que sob grande risco, ao povo e ao rei para que se entreguem aos caldeus, abreviando assim o seu sofrimento e olhando agora para os tempos futuros nos quais Deus promete restaurar o Seu povo e trazê-los de volta àquela terra.
I – DEUS AINDA FARÁ COISAS GRANDES PELO SEU POVO (CAPÍTULOS 32 E 33) A cidade já se encontrava sob o cerco dos caldeus e Jeremias, por ter anunciado o destino inescapável de Jerusalém e de Zedequias, rei de Judá, achava-se detido no pátio do palácio real. Ali, o profeta recebe a visita de um primo seu, que lhe pede para comprar uma terra que pertencia à família e que cabia a Jeremias comprá-la para que não passasse a outra tribo ou família (cf. Lv 25.25). O profeta não apenas cumpre o seu dever, mas faz isto de forma clara e justa, pesando o dinheiro e fazendo com que se tome por escrito o ato da compra, e isto diante de testemunhas; mas, além disso, entende que há uma mensagem de Deus a ser declarada através deste que, de outro modo, teria sido comum, e talvez até fora dos interesses do profeta, que vinha anunciando a destruição da cidade e a ruína de toda a terra (32.6-12). Ao providenciar que a escritura fosse preservada por muitos anos, o profeta anunciava que ainda se voltaria a comprar e vender em Judá e Jerusalém, pois a atual assolação não significava que o próprio Deus nada mais pudesse fazer pelo Seu povo. Pelo contrário, os dispersos seriam novamente congregados naquela terra e, restaurados à comunhão com o seu Deus, habitariam nela seguramente (32.27-29,37-44). De fato, as coisas que Deus havia proposto realizar para o Seu povo eram grandiosas e inefáveis, mas Ele estava pronto para revelá-las aos que desejassem sabê-las (33.1-3): a restauração de Jerusalém à glória que tinha no princípio, removendo toda insegurança e medo, e dando-lhe tamanha paz e prosperidade que aqueles que a viam em seu estado atual ficariam confundidos (33.6-9); a promessa de que o povo seria governado por um descendente de Davi, que faria justiça e juízo na terra – uma clara alusão ao governo eterno de Cristo Jesus. E, àqueles que afirmavam que Deus sequer havia se esquecido inclusive das casas de Davi e de Arão, o Senhor responde que jamais elas deixariam de exercer o seu chamado sobre o Seu povo eleito (33.20-26).
II – A DIFERENÇA ENTRE A PERFÍDIA E A FIDELIDADE (CAPÍTULOS 34 E 35) No capítulo 34 encontramos duas mensagens, ambas envolvendo o rei Zedequias. Na primeira, o profeta anuncia, uma vez mais, a queda inevitável da cidade de Jerusalém e a sorte do rei quando este fosse capturado pelos caldeus, com o atenuante de que, ao contrário de muitos príncipes de Judá e dos seus próprios filhos, o rei não seria morto à espada, mas terminaria seus dias em paz (34.1-7). Na segunda, o profeta condena o povo por não cumprir a lei quanto à libertação de hebreus que haviam sido tomados como escravos após seis anos de serviço; e, após terem concertado com o rei para despedi-los livres, voltaram atrás, e mandaram trazer de volta os escravos já alforriados (34.8-11; cf. Ex 21.2). O Senhor não apenas reprova a reincidência na transgressão da lei, mas também a tremenda profanação contra o Seu nome, ao violarem o juramento formalmente selado diante de Deus; pelo que o Senhor os entregaria também, como escravos, aos caldeus (34.15-18, 19-20). A perfídia do povo de Judá torna-se ainda mais vergonhosa quando, no capítulo 35, o profeta prova e dá testemunho da fidelidade dos recabitas. Ordenados a não possuir nem lavrar terras, não beber vinho e a viver em tendas, essa família havia sempre vivido na obediência aos mandamentos de seu antepassado (35.1-10); ao passo que os filhos de Israel, não tendo de viver com estas privações, desobedeceram às palavras do seu Deus (35.13-15). Como prova do quanto o Senhor aprecia a obediência, e a fidelidade, em qualquer relação, aos recabitas é prometido que sempre subsistirão, mesmo vivendo como peregrinos na terra (35.18-19; cf. Ez 17.16-19).
III – REIS QUE CAÍRAM PELA DESOBEDIÊNCIA (CAPÍTULOS 36 A 38) Uma das últimas tentativas do Senhor em trazer o povo ao arrependimento antes que o juízo se abatesse sobre Jerusalém se deu no reinado de Jeoaquim, quando o profeta foi ordenado a fazer comque suas palavras de castigo fossem redigidas em um rolo de pergaminho e lidas aos ouvidos do povo de uma só vez por ocasião de um jejum proclamado em Jerusalém (36.1-10). Estas palavras chegaram aos ouvidos dos príncipes, os quais se mostraram temerosos e pretenderam anunciá-las ao rei, mas não sem antes exortarem o escriba a se esconder com o profeta e guardarem o manuscrito, declarando as palavras de Deus ao rei apenas de boca (36.14-20). Isto, porém, não o impediu de tomar o pergaminho contendo a Escritura Sagrada e o destruir, em seguida mandando prender Baruque e Jeremias – o que não ocorreu porque o Senhor os havia escondido (36.21-26). O fato é que este Jeoaquim estava destinado a padecer sob condições que as Escrituras não precisam os detalhes, mas aqui indica que seriam humilhantes – mais do que no caso de Joiaquim, seu sucessor, ou mesmo de Zedequias (36.30-31). Avançando novamente para os últimos dias de Jerusalém, temos agora maiores detalhes sobre as circunstâncias do aprisionamento do profeta, em grande parte devido à inconstância e fraqueza moral de Zedequias. Angustiado pelo cerco da cidade, o rei buscava constantemente o profeta (37.1-3), que era claro em reafirmar que o destino de Jerusalém estava selado, e a única salvação estaria em se entregar ao rei de Babilônia. A retirada temporária dos sitiantes dos muros da cidade não significava que não voltariam, e ainda que os judeus ferissem a todo o exército dos caldeus, “cada um se levantaria na sua tenda e queimaria a fogo esta cidade” (37.10). Então, suspeito de cooperar com os caldeus, Jeremias é acusado falsamente, preso e lançado no calabouço, de onde é retirado pelo temeroso Zedequias para, logo depois, sendo o rei pressionado pelos seus príncipes, permitir que o profeta fosse lançado novamente naquele lugar que poderia tê-lo matado rapidamente, não fosse a intervenção providencial de um mordomo, Ebede-Meleque, que mais uma vez conseguiu comover Zedequias (38.1-5, 6-13). Que situação angustiante a deste rei que, instado pelo profeta, da parte do próprio Deus, a se entregar aos caldeus, com todas as garantias de que ele alcançaria misericórdia, e viveria, e sua cidade não seria destruída, nem seria ele entregue aos judeus que desejavam o seu mal; ainda assim não conseguia se desvencilhar do orgulho, nem do medo da reprovação dos seus conselheiros ímpios; mas preferiu guardar consigo aquelas últimas palavras, desperdiçar sua última oportunidade e apenas esperar que o mal chegasse até ele (38.17-23).
CONCLUSÃO Os últimos dias de Jerusalém são um testemunho da longanimidade de Deus e das riquezas da Sua misericórdia, em propor até àqueles que mais parecem desesperados em seus caminhos de impiedade uma solução que, para os que a abraçarem, não apenas valerá toda renúncia ao amor próprio, mas se mostrará uma tremenda reviravolta para melhor que nem mesmo nós seremos capazes de compreender totalmente, senão na eternidade.
PARA USO DO PROFESSOR
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