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LIÇÃO 8
A QUEDA DE JERUSALÉM
TEXTO ÁUREO: “O Senhor, teu Deus, pronunciou este mal contra este lugar; e o Senhor o trouxe e fez como tinha dito, porque pecastes contra o Senhor e não obedecestes à sua voz; pelo que vos sucedeu tudo isto.” (JEREMIAS 40.2-3)
LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 52.1-16
INTRODUÇÃO Chegamos à conclusão de uma etapa do ministério do profeta Jeremias, durante o qual ele teve de anunciar os pecados de Jerusalém e o castigo que se abateria sobre a cidade, resultando em sua destruição e no cativeiro dos que sobrevivessem às agruras daqueles dias terríveis. Chegava o tempo de os ímpios e soberbos colherem o fruto da sua desobediência, impenitência e rejeição que fizeram à palavra dos profetas. Ao mesmo tempo era chegado o momento de Deus mostrar a diferença entre o justo e o ímpio, estendendo sua misericórdia para livrar aqueles que haviam permanecido fiéis e resistido às contradições do povo e dos seus líderes pecadores.
I – JERUSALÉM É TOMADA E DESTRUÍDA (CC. 39.1-9 E 52) Jerusalém foi mantida sob cerco pelo exército babilônico durante aproximadamente dezoito meses (ou, um ano e seis meses), até que finalmente cedeu, tanto à pressão externa das máquinas de guerra que conseguiram abrir uma brecha em suas até então inexpugnáveis muralhas, por onde a cidade foi invadida; como também à pressão interna da falta de víveres – de fato, a fome talvez tenha sido a pior das aflições do cerco, porque não apenas enfraqueceu fisicamente os homens de guerra de Jerusalém e os seus líderes, como também os abateu moralmente, substituindo aquela ousadia e petulância que os fez resistir ao rei de Babilônia por tanto tempo pelo medo que os fez fugir da luta na primeira oportunidade (cf. Jr 39.1-3; 52.6-7). Nabucodonosor havia incumbido seus príncipes de finalizarem o cerco e a tomada da cidade – cumprindo assim a palavra falada logo no começo do ministério de Jeremias (cf. Jr 1.15) – e havia se retirado para Ribla, ao norte de Israel, onde aguardava a conclusão daquela ofensiva e onde determinaria suas últimas medidas para pôr fim e castigar a rebelião de Judá e Jerusalém. Vemos então a triste sorte do rei Zedequias nos acontecimentos que se seguiram à invasão da cidade; tomado pelo medo do que poderia lhe acontecer – medo esse reforçado pela certeza que o profeta lhe havia dado do que aconteceria por não ter se entregado a Nabucodonosor – o último rei de Judá tenta abandonar a cidade furtivamente, em meio à confusão, durante a noite. Mas a determinação com que os caldeus saem no seu encalço e o apanham mostra que ele estava tentando escapar não de homens, mas da mão de Deus (Jr 39.4-5; 52.8; cf. Ez 12.1-14). Capturado, Zedequias é levado até Ribla, onde tem de ficar cara a cara com Nabucodonosor para receber sua sentença: ver seus filhos e os nobres de Judá serem degolados, mortos, e então ter os seus próprios olhos vazados, tornando-se aquela a sua última e mais terrível visão; e, preso em grilhões, ser levado para Babilônia, onde terminaria seus dias miseravelmente na mesma masmorra de onde seu sobrinho, Joaquim, seria depois libertado, em sinal da futura exaltação da casa de Davi (Jr 39.6-7; 52.9-11, 31-34; cf. Ez 17.22-24). Voltemo-nos para Jerusalém, onde o juízo de Deus ainda se cumpriu com a destruição total da cidade, incluindo o palácio real, o templo, todas as casas e as muralhas (Jr 39.8; 52.12-14); com a deportação para Babilônia do povo que havia restado, incluindo os sobreviventes em meio a toda aquela assolação e os que haviam se entregado antes a Nabucodonosor – esses se uniriam aos que haviam sido levados nos tempos de Jeoiaquim e Joaquim (Jr 39.9; 52.15); com a identificação e captura de outros líderes que haviam contribuído para a revolta e resistência contra a autoridade de Nabucodonosor, e que, assim como os príncipes e nobres de Judá e Jerusalém, foram levados até o rei de Babilônia e mortos diante da sua face (Jr 52.24-27).
II – A MISERICÓRDIA DE DEUS EM MEIO AO JUÍZO (CAPÍTULO 39.10-18) Dentre o povo que sobreviveu às assolações de Judá e Jerusalém, alguns poucos foram deixados por Nebuzaradã, capitão da guarda do rei de Babilônia, para lavrar e cuidar da terra, para que não ficasse abandonada. Estes estavam entre os mais pobres do povo, e o fato de não possuírem sequer uma porção de terra denota o grau de injustiça que prevalecia entre o povo de Deus; de modo que agora, aqueles que antes tinham muito haviam sido levados de mãos vazias para uma terra estranha, enquanto os que nada tinham recebiam vinhas e campos para daí derivarem o seu sustento (Jr 39.10). Por sua vez, o profeta Jeremias, ainda preso no átrio da guarda quando da queda da cidade, não apenas é libertado, mas, segundo ordens particulares dadas pelo próprio rei Nabucodonosor a seu capitão, é tratado de forma cordial e atenciosa, e eventualmente, sendo-lhe dada liberdade para seguir para onde desejasse, escolhe ficar em Mizpá junto de Gedalias, constituído pelos caldeus como governante sobre os judeus que permaneceram na terra, conforme ainda estudaremos nesta lição (Jr 39.11-14). Notemos ainda como, a seu tempo, tudo aquilo que os homens semearem – mesmo o menor ato de justiça, piedade ou beneficência em meio a uma geração injusta e corrompida, será recompensado por Deus: Ebede-Meleque, o mordomo etíope, estando entre aqueles últimos membros do governo caído de Zedequias capturados pelos caldeus quando da invasão da cidade, recebe um conforto e uma segurança da parte de Deus quanto ao que mais temia e que, de fato, teria sido a sua sorte não fosse por esse ato de misericórdia da parte do Senhor (Jr 39.15-18).
III – JEREMIAS FICA COM O POVO EM MIZPÁ (CAPÍTULO 40) A partir deste capítulo, abre-se um grande parêntese histórico que vai se encerrar apenas em 42.7, quando a palavra do Senhor veio a Jeremias após a ida do profeta até Mizpá, e após o assassinato de Gedalias. O profeta está nos situando sobre o desenrolar dos acontecimentos após a queda de Jerusalém que o levaram a exortar o povo a não descer ao Egito e, depois, a anunciar o juízo de Deus contra aqueles que o haviam feito. Mas aqui desejamos considerar apenas as circunstâncias detalhadas no capítulo 40, que nos informam como Nabucodonosor e seus príncipes estavam a par da palavra de Jeremias e outros profetas quanto ao destino que aguardava Judá e Jerusalém por desobedecerem ao Senhor Deus e resistirem a Nabucodonosor (Jr 40.1-3). Nebuzaradã propõe ao profeta acolhê-lo como um protegido em Babilônia, mas ao mesmo tempo o deixa livre para escolher o caminho que desejasse. Notemos então como Jeremias prefere permanecer com o seu povo, mesmo nas condições materiais precárias em que a terra se achava, mas agora na certeza de que, sendo Gedalias, governante em Mizpá, leal a Nabucodonosor, o povo estaria debaixo do favor de Deus (Jr 40.4-6, 9-10). Contudo, o profeta teria ainda de lidar com a contradição dos judeus que, não permanecendo na cidade ou na terra quando da sua queda, nem se entregando aos caldeus, haviam se refugiado nas nações vizinhas – nações estas igualmente suspeitas de traição contra Nabucodonosor – de onde aguardavam oportunidade para retornar (Jr 40.7-8, 11-12). Dentre estes não apenas se levantaria aquele que mataria o governante Gedalias, mas também aqueles que incitariam até os mais pobres da terra a descer ao Egito, a fim de escapar à fúria do rei dos caldeus.
CONCLUSÃO Mesmo em meio ao derramar de um juízo tão terrível, do qual nenhum daqueles que se fizeram merecedores dele conseguiu escapar, vemos a misericórdia de Deus se manifestando em favor de não poucos, e sendo a causa de o Seu povo não ser totalmente consumido.
PARA USO DO PROFESSOR
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