26 julho 2024

004-Celebrando ao Senhor no deserto - Lição 04[Pr Afonso Chaves]24jul2024

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LIÇÃO 4 

CELEBRANDO AO SENHOR NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “2 Que os filhos de Israel celebrem a Páscoa a seu tempo determinado. 3 No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos e segundo todos os seus ritos, a celebrareis.” (Números 9.2-3) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 9.1-14 

INTRODUÇÃO Enquanto se preparavam aprendendo acerca da sua vocação e da santidade do Deus que os havia tirado do Egito e os colocado a caminho da terra que manava leite e mel, o povo eleito não podia perder o senso da glória e grandeza do Senhor dos exércitos, e de que haviam sido trazidos ao deserto para servi-lo. Assim, nesta lição consideraremos o quanto os primeiros capítulos de Números nos apresentam acerca do culto divino e da celebração da glória de Deus pelo Seu povo. 

I – AS OFERTAS AO SENHOR O capítulo 7 faz menção a um evento anterior aos procedimentos e orientações divinas que já estudamos nos primeiros capítulos de Números. Trata-se de quando o tabernáculo foi erguido e montado por Moisés pela primeira vez no deserto e consagrado juntamente com Arão e seus filhos para o ofício sacerdotal; aqui, as Escrituras nos informam que, após a consagração do tabernáculo (e tendo já se iniciado a consagração do sacerdócio, que duraria cerca de sete dias), os líderes das casas de Israel (os mesmos que conduziram a numeração das suas respectivas tribos) haviam apresentado duas ofertas especiais ao Senhor (Nm 7.1-3, 10; cf. Ex 40.1-11; Lv 8.33). Conforme lemos, a primeira oferta seria destinada por Deus ao ministério dos levitas; a segunda, para dedicação ou consagração do altar. Em ambas podemos destacar o interesse e anseio do povo para que o culto divino acontecesse e que nada faltasse para que Deus fosse devidamente adorado e propiciado. Assim, representado por seus líderes, as tribos de Israel apresentaram sua oferta com grande riqueza e abundância (cf. Nm 7.84-88). Do mesmo modo, o capítulo anterior se encerra com a prescrição de como os sacerdotes deveriam abençoar os filhos de Israel e, embora anteceda a descrição das ofertas, corresponde na verdade ao contexto da consagração do tabernáculo e do sacerdócio, quando, apresentadas as ofertas ao Senhor, fogo desceu do céu e Arão e seus filhos saíram do interior da tenda da congregação para comunicar ao povo que Deus lhes era propício para ter misericórdia e dar paz a Israel, e assim conduzilos seguramente, protegidos pelo Seu nome, até a terra prometida (Nm 6.22-27; cf. Lv 9.22-24). Percebemos então como a caminhada pelo deserto requer, antes de tudo, a manutenção da nossa devoção e comunhão com Deus, cuja benção é indispensável para alcançarmos a paz e o repouso reservado para o fim da jornada. O fato de a benção divina ser comunicada pelos sacerdotes muito diz sobre como o devemos buscá-la: cultuando ao Senhor. E isto começa com o reconhecimento de que cada um de nós faz parte desse culto, na medida em que todos nós somos sacerdotes, e que nosso corpo, nossa própria vida, é a oferta que temos de apresentar a Deus, na certeza de que é aceita em Cristo Jesus (1 Pe 2.9; Rm 12.1; Hb 10.19-23). E, na medida em que somos um povo, podemos falar também a importância da comunhão, onde, através da mútua ministração de uns para com os outros, no perdão, na edificação, na consolação, na exortação, é assegurada a benção de Deus de que precisamos para perseverar até o fim (Hb 3.13-14; 10.24-25; Tg 5.16). 

II – O MINISTÉRIO LEVÍTICO A menção inicial deste capítulo às orientações sobre como Arão deveria acender o castiçal (ou candelabro) também remontam à ocasião em que o tabernáculo havia sido consagrado (Nm 8.1-4). Sabemos que o propósito desta peça do mobiliário sagrado era não apenas alumiar o interior da tenda da congregação para que os sacerdotes pudessem ministrar, mas também significar que onde Deus habita, onde há comunhão e favor de Deus, há luz. É também uma figura do próprio povo eleito, no meio do qual Deus habita e sobre o qual Ele faz o Seu rosto resplandecer; como os braços acesos de um candeeiro, assim também a igreja irradia a luz divina e, sob essa luz, presta o seu culto racional a Deus (Sl 18.28; 2 Co 6.14-18; 1 Jo 1.5-7). Depois de serem enumerados para o serviço do tabernáculo, agora vemos os levitas serem oficialmente consagrados para o seu ministério, assim como o foram os sacerdotes. Mais uma vez, destacamos que os levitas, apresentados para servirem ao Senhor em substituição a todo o Israel, eram um testemunho vivo da centralidade do culto divino para a nação (Nm 8.10-18). Notamos aqui também que a determinação da idade mínima de vinte e cinco anos e máxima de cinquenta para o exercício do seu ministério não representa conflito com a informação anterior dos primeiros capítulos, de que deveriam ser contados a partir dos trinta anos. Apenas quer dizer que, antes de assumirem a idade apropriada para militar no serviço mais pesado do tabernáculo – montar, desmontar e transportá-lo pelo deserto – os levitas já deveriam iniciados no ministério de acordo com a sua capacidade e maturidade, assim como aqueles que após os cinquenta anos eram dispensados dessa milícia em razão da sua limitação física permaneciam, não obstante, na guarda do tabernáculo, junto com os demais (Nm 4.3; 8.24-26). 

III – A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA Antes que se completasse um ano após a saída de Israel do Egito, o Senhor orienta Moisés a lembrar o povo de celebrar a Páscoa no seu tempo determinado e, consequentemente, durante todo o tempo da peregrinação pelo deserto, e não apenas quando chegassem em Canaã (cf. Ex 12.25; Js 5.10). Como sabemos, a Páscoa comemorava a libertação dos israelitas do Egito, com o livramento dos primogênitos, e precisava tanto ser recontada como uma história, como celebrada pelo povo segundo o rito divinamente ordenado (Nm 9.1-3). De modo semelhante, a igreja faz da sua redenção o tema da sua celebração e dos seus cultos ao Senhor como também possui uma ordenança própria para comemorar Cristo, a nossa Páscoa, da qual de modo algum podemos nos dispensar, se de fato vivemos por Ele (1 Co 11.23-26). Notemos agora o interesse e zelo daqueles israelitas que, estando contaminados, primeiro consideraram a santidade da Páscoa para reconhecerem que não podiam participar dela na ocasião; mas, ao invés de se dispensarem da sua celebração, levaram seu caso a Moisés, manifestando seu desejo de participar e de permanecerem com o povo de Deus: “por que seríamos privados de oferecer a oferta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel?” (Nm 9.6-8). O Senhor provê então a possibilidade de uma “segunda chamada”, por assim dizer, a ser realizada exatamente nos mesmos moldes da primeira, e em data correspondente do mês seguinte; e a partir daqui vemos o desejo de Deus de que todos nós participemos e celebremos sua salvação: “contudo, ainda celebrará a Páscoa ao Senhor” (Nm 9.10). Por outro lado, a rejeição à celebração do culto divino por aqueles que poderiam fazê-lo, não estando cerimonialmente impedidos, é considerado um ato de apostasia, e seria punido à altura: “tal alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta do Senhor a seu tempo determinado; tal homem levará o seu pecado” (Nm 9.13). 

CONCLUSÃO Celebrar ao Senhor pela nossa salvação faz parte da nossa chamada, tanto individualmente como povo eleito. Seja Israel no passado, seja a Igreja no presente, é celebrando ao Senhor que nos manteremos caminhando pelo deserto e chegaremos à terra prometida, pois a alegria do Senhor é a nossa força.

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19 julho 2024

003-Santificando a caminhada no deserto - Lição 03[Pr Afonso Chaves]17jul2024

 

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LIÇÃO 3 

SANTIFICANDO A CAMINHADA PELO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo.” (Levítico 11.45) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 5.1-10 

INTRODUÇÃO Nesta lição estudaremos orientações adicionais transmitidas ao povo de Israel no sentido de prepará-los para a travessia do deserto em direção à Terra Prometida. Depois de organizar o povo de Israel de acordo com as forças de cada tribo para a guerra, o seu lugar em relação ao santuário e o seu chamado para ser um povo santo, o Senhor Deus determina algumas formas práticas de lembrá-los sempre da sua vocação particular dentre todos os povos, e não permitir que a rotina da caminhada os impedisse de aperfeiçoarem sua consagração a Deus. 

I–NA SANTIDADE HÁ DIFERENTES RESPONSABILIDADES Já vimos como os levitas foram separados por Deus para auxiliarem diretamente à família de Arão, isto é, aos sacerdotes, nos serviços do santuário; e como esta separação era uma forma de compensar o serviço divino devido por toda a nação de Israel, cujos primogênitos haviam sido salvos do destruidor por ocasião da Páscoa no Egito. Depois de organizar o assentamento das três famílias levíticas – Coate, Gerson e Merari – em torno da tenda da congregação, agora, no capítulo 4, vemos ser novamente tomada a conta dos filhos de Levi, mas desta vez levando em consideração aqueles aptos a servir no seu ministério: “da idade de trinta anos para cima até aos cinquenta anos será todo aquele que entrar neste exército, para fazer obra na tenda da congregação” (Nm 4.3). O Senhor então designa a cada uma das famílias levíticas para transportar uma parte da tenda da congregação, quando desmontada para acompanhar as caminhadas do povo de Deus. Ao encargo dos filhos de Coate, em particular, foi incumbido o transporte do mobiliário mais representativo do culto divino: a arca do testemunho, a mesa da proposição, o castiçal, o altar do incenso e o altar do holocausto; enquanto a casa de Gerson deveria levar os diferentes tipos de véus e coberturas do santuário e do pátio; e os filhos de Merari, as colunas, bases, varais, tábuas e cordas – todos itens instrumentais para a montagem da tenda e do pátio (Nm 4.4-14, 24-26, 29-32). Notamos aí não apenas uma distinção de serviços, mas também de responsabilidades. Enquanto nos véus, coberturas e nas peças constituintes do santuário não encontramos uma restrição do seu manuseio por parte das famílias incumbidas do transporte, em relação ao mobiliário, nem mesmo os coatitas, seus carregadores oficiais, poderiam tocá-lo ou sequer visualizá-lo diretamente, sob pena de profanarem a santidade de Deus representada por esses itens: “os filhos de Coate virão para levá-lo; mas no santuário não tocarão para que não morram” (Nm 4.15). Para evitar que isto acontecesse, os sacerdotes deveriam providenciar a limpeza, cobertura e encaixe dos varais em cada peça do mobiliário, bem como o posicionamento de cada carregador junto aos móveis dentro do santuário, antes de qualquer outra etapa do desmonte da tenda da congregação. Aqui há uma importante lição sobre como Deus requer de todos a santidade no Seu serviço, mas para cada um, segundo o seu chamado particular, a santidade pode implicar em mais ou maiores responsabilidades, com maiores consequências para aqueles que as negligenciarem. O Senhor não requer de nós nada além daquilo que nos confiou, e não nos impõe responsabilidade maior do que aquela que não possamos cumprir; mas, se não vigiarmos e não formos zelosos na execução da Sua obra, podemos ser achados em falta, e certamente teremos de responder pela nossa negligência (Mt 25.14-19; Lc 12.42-26). Além disso, não estamos sozinhos em nossa batalha diária pela santificação; o Senhor nos ensina o que convém fazer, falar, pensar, do mesmo modo que os sacerdotes guiavam a cada família na execução do seu serviço sagrado (Nm 4.19; Rm 8.9, 14). 

II – NA SANTIDADE NÃO PODE HAVER IMPUREZA  A santidade requerida do povo, já amplamente regulamentada em Levítico, em grande parte dizia respeito aos relacionamentos pessoais, nos quais era necessário que soubessem distinguir o santo do profano e honrar a Deus com o modo santificado de agir cada um em relação ao seu próximo. No capítulo 5, dois aspectos importantes sobre a natureza dessa santidade são ilustrados. No primeiro caso, o Senhor apresenta duas situações que ensinam como o pecado é incompatível com a santidade divina: sejam as formas de contaminação física da lepra, dos fluxos e do contato com os mortos, que de uma ou outra forma apontavam para a morte; seja pela situação daquele que, tendo pecado contra o próximo, se fizesse culpado enquanto não expiasse pela sua culpa. Tanto a expulsão da congregação como a necessidade de resgate representavam um impedimento à comunhão com os santos que precisavam ser devidamente reparadas, se o israelita desejasse voltar a participar da santidade de Deus (Nm 5.1-7; Hb 12.12-15). No segundo caso, quando da suspeita de adultério, fazia-se necessário comprovar se a santidade de Deus havia sido profanada, para que a mulher culpada sofresse a maldição que a separaria do restante do povo; ou se era inocente e fosse então reparada, pelo próprio Deus, pela suspeita sofrida, sendo então abençoada com semente como recompensa pela sua fidelidade. Esta lei mostra como a santidade é incompatível com a hipocrisia e dissimulação – isto é, com um comportamento ou uma aparência de conduta que não sejam condizentes com o espírito de santificação (Nm 5.12-15, 28, 29-31; Ef 5.3-6; 1 Ts 5.22-23). 

III – A SANTIDADE PODE SER APERFEIÇOADA No capítulo 6, temos a lei do nazireado – isto é, a lei que regulamentava como o israelita poderia se separar para uma maior dedicação a Deus durante um determinado período. Notamos, em primeiro lugar, que, mesmo todo o povo de Israel sendo santo ao Senhor, e todos chamados a viver de acordo com as leis que definiam essa santidade, ainda havia oportunidade para a busca de um maior grau de santificação por parte de um israelita, desde que houvesse nele vontade ou desejo de se consagrar a Deus – em uma previsão de que muitos, no espírito da mesma graça que somente se derramaria abundantemente sob o Novo Concerto, anelariam por se dedicar a Deus mais do que lhes era requerido por obrigação legal e teriam no voto de nazireu essa oportunidade, ainda que para essa consagração fosse necessário viver de acordo com um rigor semelhante ao daquele imposto aos sacerdotes. (Nm 6.2- 8; Hb 8.8-11; Rm 12.1-2; 2 Tm 2.19-21). 

CONCLUSÃO Santidade é o que define a caminhada da Igreja neste mundo, não importa por quanto tempo cada geração e cada um de nós tenha para percorrer nesta jornada. Desde que busquemos sempre crescer na graça de Deus, a fim de cumprir melhor o nosso chamado e cultivar mais ricamente os talentos que Ele nos confiou, essa santidade se aperfeiçoará cada vez mais, até que finalmente veremos o Senhor.

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11 julho 2024

002-A Preparação e organização do povo - Lição 02[Pr Afonso Chaves]11jul2024

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LIÇÃO 2 

A PREPARAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO POVO 

TEXTO ÁUREO: “E os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés; assim, assentaram o arraial segundo as suas bandeiras; e assim marcharam, cada qual segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais.” (Números 2.34) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 1.1-3, 47-50; 3.6-9 

INTRODUÇÃO O povo estava prestes a iniciar sua jornada até a terra prometida, mas antes era necessário que Israel entendesse sua vocação como povo eleito e a ordem que lhe convinha como nação santa e reino sacerdotal. Somente quando todos estivessem organizados, cada tribo ciente da sua posição e do seu papel na congregação, é que o povo de Deus estaria preparado para partir e enfrentar os obstáculos que encontraria no deserto. E isto certamente se reflete na configuração da Igreja de Cristo, com importantes lições para aplicação neste tempo presente. 

I – DEFININDO O POVO DE DEUS Em vista da viagem que o povo tinha à sua frente, o livro de Números se inicia relatando que o Senhor Deus ordenou a Moisés que realizasse um censo – uma contagem exata dos israelitas que haviam saído do Egito e chegado ali, aos pés do monte Sinai. Tratava-se, de fato, da contagem apenas dos homens de vinte anos para cima, considerados aptos para a guerra – cuja soma total foi de “seiscentos e três mil e quinhentos e cinqüenta” (Nm 1.2-3, 45-46; cf. Ex 12.37). A primeira coisa que notamos na maneira deste alistamento determinado por Deus é que, para chegar a esse número foi necessário, primeiro contar os israelitas “segundo as suas gerações, segundo a casa de seus pais, conforme o número dos nomes de todo varão”, para o que toda a congregação foi reunida a fim de que cada tribo declarasse sua linhagem particular (Nm 1.18). O fato de agora a nação estar unida sob o senso de ser o povo eleito não “diluiu” as distinções tribais, mas antes uniu todas de tal modo que cada uma, cumprindo sua função particular, contribuiria para a realização do propósito divino (Gn 17.6; 49.28; cf. Ap 7.4-8, 9-10). Outro aspecto a se destacar é a caracterização do povo de Deus como um povo guerreiro, sua força medida pelo número daqueles que estavam “aptos para a guerra”. Não que os israelitas devessem confiar na força do braço, mas sim no Senhor, que é varão de guerra e combate, e vence as batalhas do Seu povo (Ex 14.13-14; 15.3). Isto, porém, não diminui o fato de que o povo de Deus vive neste mundo em confronto com inimigos, e Israel só poderia vencê-los com armas em mãos, a vitória sendo sempre garantida pelo Senhor (Ex 17.8-13; Gn 22.17; cf. Ef 6.11-13). Por fim, neste capítulo devemos considerar também o fato de Levi não ter sido contado nesta ocasião como as demais tribos, pois sua finalidade não era servir à guerra. Não que fossem incapazes de lutar ou pegar em armas para atender às demandas da justiça divina, mas aprouve ao Senhor designar a tribo para servir no Tabernáculo: “eles levarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; e eles o administrarão e assentarão o seu arraial ao redor do tabernáculo. E, quando o tabernáculo partir, os levitas o desarmarão; e, quando o tabernáculo assentar no arraial, os levitas o armarão” (Nm 1.50-51; cf. Ex 32.25-29). 

II – ORGANIZANDO O POVO DE DEUS Mais do que informar o número exato de israelitas disponíveis para a guerra, o recenseamento do povo segundo suas casas serviria também para organizar as tribos enquanto acampadas em torno da tenda da congregação, bem como para ordenar sua marcha durante a jornada pelo deserto. Designados para guardar o santuário, os levitas se acampariam entre as demais tribos e a tenda da congregação, a fim de guardá-la contra a profanação de intrusos ou curiosos (Nm 1.53). Cada tribo, por sua vez, ficaria acampada no entorno imediato do acampamento dos levitas, de acordo com a posição determinada por Deus e sob a clara identificação das bandeiras de suas casas (Nm 2.2). Estando três tribos assentadas ao oriente da tenda, três ao sul, três ao ocidente e três ao norte, quando necessário retomar a jornada, nesta mesma seqüência deveriam desmontar suas tendas e partir, enquanto os levitas tomariam seu lugar de marcha entre as tribos do sul e do norte – ou seja, ficando no meio das fileiras de Israel (Nm 2.16-17). Com isto, o povo de Israel não seria mais uma “multidão”, mas um exército organizado. Não seria mais um povo que não sabia para onde estava indo, perdido no deserto; mas uma nação ciente da sua identidade e cuja organização refletia sua preparação para as dificuldades a serem encontradas e a certeza quanto ao seu destino. Essa organização refletia, de fato, a sabedoria e providência de Deus, que faz todas as coisas com um propósito, e cujo povo deve, à sua semelhança, entender qual é a sábia vontade de Deus e ser previdente em sua caminhada neste mundo (Nm 2.34; cf. Lc 14.28-30, 31-32; Ef 5.15-17). 

III – SANTIFICANDO O POVO DE DEUS Tendo definido e organizado o povo de Israel conforme suas tribos, e separado Levi para o serviço do Tabernáculo, o Senhor Deus determina de forma mais clara e pontual as funções desta tribo. Lembremos que Arão e seus filhos já haviam sido chamados para a função sacerdotal; em vista disso, os levitas agora passariam a assisti-los no exercício das suas funções exclusivas. Ao mesmo tempo, podemos ver na separação dos levitas não apenas uma provisão material de auxiliares para os sacerdotes; mas uma forma de enfatizar que todo o Israel, e não apenas Arão e seus filhos (e agora os levitas) deveria ser santo ao Senhor. Toda a nação deveria ser de reis e sacerdotes, e isto é simbolizado pelo fato de os levitas serem dados agora como uma oferta por todos os filhos de Israel, especialmente em compensação pelos primogênitos salvos da morte no Egito (Nm 3.6-9, 12-13). Inclusive a contagem dos levitas que se dá nesta ocasião tem em vista essa necessidade, para o que o Senhor ordena que Moisés também conte os primogênitos de Israel e, em vista de estes somarem um número um pouco maior que o de levitas, determina que sejam resgatados por uma oferta em valor monetário (Nm 3.39, 40-43, 46-47). Isto nos lembra também o fato de que a tenda da congregação representava a habitação de Deus com o Seu povo – o lugar em que o Todo-poderoso se aproximava do povo, ainda que este era imediatamente representado pelos sacerdotes (Ex 25.8). Vimos que a tenda era erguida no meio das tribos acampadas, assim como era levada, quando desmontada pelos levitas para a viagem, no meio das tribos em marcha. Em razão dessa proximidade de Deus do Seu povo, não apenas os sacerdotes deveriam ser estritamente santos; não apenas os levitas; mas todos deveriam santificar o Senhor, segundo o seu pertencimento a uma das tribos de Israel (Lv 20.7; cf. 1 Pe 1.15-16). 

CONCLUSÃO Assim como Israel no passado, o povo de Deus hoje está em caminhada pelo deserto deste mundo, e para chegar ao seu destino final – a terra prometida onde terá descanso – deve sempre se lembrar de que essa jornada exige preparação e organização, sabendo o que se requer de nós e tendo certeza do que nos espera na eternidade.

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04 julho 2024

001-Peregrinação do Povo de Deus no deserto - Lição 01[Pr Afonso Chaves]02jul2024

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LIÇÃO 1 

PEREGRINAÇÃO DO POVO DE DEUS NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” (1 Coríntios 10.11) 

LEITURA BÍBLICA: 1 CORÍNTIOS 10.1-13 

INTRODUÇÃO Dando início a um novo trimestre, propomos estudar a jornada do povo de Israel através do deserto rumo à terra de Canaã. Vamos nos dedicar especialmente à análise dos acontecimentos narrados no livro de Números, mas não dispensaremos destaques importantes em Êxodo, Levítico e Deuteronômio; ao mesmo tempo em que procuraremos não perder de vista o significado e atualidade desses acontecimentos para o povo de Deus na atualidade. E, nesta primeira lição, falaremos sobre aspectos gerais dessa história e da sua mensagem. 

I – NÚMEROS E O DESERTO Apesar do título pelo qual é denominado em nossas bíblias, o livro de Números trata de muito mais coisas do que apenas recenseamentos do povo de Israel. Não que essas listagens não tenham a sua importância para estabelecer o contexto e o significado de outros acontecimentos narrados neste livro; mas é necessário chamar a atenção para o fato de que se trata de um livro também conhecido simplesmente pelo título “no deserto” (Nm 1.1), pois nele encontramos, ainda que não exclusivamente, a narrativa dos acontecimentos que sobrevieram a Israel durante sua longa peregrinação pelo deserto em direção à terra de Canaã. O apóstolo Paulo, ao rememorar importantes episódios dessa jornada (1 Co 10.1-13), faz referência primeiramente a Êxodo, pois a partida do povo é narrada neste livro; mas segue exemplificando as transgressões e as repreensões no deserto citando inequivocamente Números. A palavra “deserto”, que aparece mais vezes também neste livro do que em qualquer outro da Bíblia, evoca, em primeiro lugar, o fato de que Israel ali se encontrava por ter sido libertado do cativeiro na terra do Egito – fato este lembrado logo no primeiro verso já referido: “no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra do Egito”. O deserto representa então um marco na realização das promessas de Deus, no sentido de que não apenas o povo havia sido finalmente libertado da escravidão no Egito, mas havia se encontrado com o seu Deus a fim de conhecer e servir àqu’Ele que lhes daria em herança a terra da promissão (Ex 3.7-8, 12, 16-18). O povo chegara aos pés do Sinai no terceiro mês após a sua saída da terra do Egito, e ali permaneceu por quase um ano (Ex 19.1; Nm 10.11). Durante este período, o Concerto foi firmado e a Lei proclamada, o Tabernáculo foi edificado e a família de Arão consagrada para o sacerdócio. Como preparação para o prosseguimento da jornada pelo deserto, o texto de Números começa descrevendo a organização estabelecida por Deus para a viagem, seja enquanto acompanhassem a coluna de nuvem e de fogo, seja enquanto estivessem acampados em torno da tenda da congregação (Nm 2.34; 9.15-23; 10.33-36). Assim, o livro de Números relata a maior parte da caminhada de Israel pelo deserto, destacando os principais eventos desde que partiram do Sinai (ou Horebe) até chegarem às planícies de Moabe, no decurso de quarenta anos – dos quais trinta e oito passaram em castigo, rodeando o monte Seir, de maneira que, da geração que saiu do Egito, chegaram ao fim da jornada apenas Josué e Calebe, e Moisés, o qual, não obstante, após anunciar suas últimas palavras ao povo, foi recolhido por Deus sem poder entrar na terra prometida (Nm 26.63-65; 27.12-14; cf. Dt 1.1-2, 46; 2.1-3, 14). 

II – LIVRAMENTO E PROVISÃO NO DESERTO É verdade que a travessia pelo deserto para chegar à terra prometida poderia ter sido evitada em troca de um caminho mais curto, mas aprouve a Deus fazer dessa jornada uma etapa necessária para cumprir a sua promessa de dar repouso ao povo. O confronto com os belicosos filisteus logo no início da sua jornada poderia facilmente ter desanimado os israelitas, ao passo que as dificuldades encontradas no deserto e as provisões da graça de Deus para vencê-las os preparariam e os ensinariam a confiar no Senhor, e não em si mesmos (Ex 13.17-18; Dt 8.2-5). Várias eram as dificuldades apresentadas pelos diferentes desertos atravessados por Israel – o terreno acidentado, o clima árido, os animais peçonhentos e a falta de recursos mínimos para alimentar a multidão, entre a qual havia muitas crianças e idosos, além dos rebanhos. Mas já nos primeiros dias após a saída do Egito, o Senhor proveu as necessidades essenciais do povo – pão na forma do maná que choveria durante quarenta anos no deserto, até que entrassem finalmente em Canaã e pudessem colher os primeiros frutos da terra; e água brotando da rocha (Ex 16.1-4, 13-16, 35; 17.1, 5-6). Ora, o apóstolo Paulo considera essas demonstrações da provisão de Deus em favor de Israel uma figura da graça manifestada em Cristo Jesus, primeiramente, comparando o livramento do povo e sua passagem pela nuvem e pelo mar, sob a condução de Moisés, ao batismo, pelo qual todos os que cremos, hoje, somos identificados com o corpo de Cristo, isto é, a igreja. Depois, ao chamar o manjar e a água que manava da pedra de comida e bebida espiritual, Paulo quer dizer que do mesmo modo hoje somos supridos em Cristo Jesus abundante e suficientemente em nossas necessidades espirituais para que possamos vencer as tentações, assim como Israel venceu as dificuldades do deserto. Deste modo, o deserto de Israel equivale ao mundo onde a igreja peregrina, as tentações constituindo em provas da nossa confiança e amor a Deus que só venceremos se vigiarmos e lembrarmos que, com a tentação, o Senhor provê o escape e graça suficiente (Tg 1.2-5; Hb 4.14-16; 1 Pe 5.6-9; cf. Jo 17.15-17). 

III – PROVAÇÃO, REPREENSÃO E JUÍZO NO DESERTO Outro aspecto a se considerar quanto ao propósito da caminhada de Israel pelo deserto é indicado no texto já citado: “para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não”. A jornada pelo deserto revelou a dureza do coração dos israelitas que haviam sido libertados do Egito; revelou que não foram as dificuldades exteriores que o fizeram cair – porquanto Deus suprira todas elas – mas sim a maldade do seu coração, isto é, a indisposição em obedecer ao Senhor. Um propósito havia sido dado, uma promessa havia sido feita, a qual seria suficiente para não se desesperarem do deserto e para prosseguirem a jornada; mas facilmente eles buscaram em aparentes dificuldades pretextos para expressarem seus desejos mais vis; pelo que foram reprovados, castigados e julgados no deserto, onde a maioria pereceu (Os 11.1-4; Sl 78.40; Hb 3.17-19). O fato de terem entrado em Canaã somente dois, Josué e Calebe, de uma geração inteira que havia participado da mesma graça para vencer os desafios do deserto, serve então de alerta para nós que hoje também temos ouvido a voz do Espírito Santo e nos tornado participantes da graça de Deus pelo evangelho. A promessa de Deus é generosa: “resta ainda um repouso para o povo de Deus”, e o convite de Deus é positivo: “procuremos, pois, entrar naquele repouso”; mas o aviso para que vigiemos, tendo cuidado para não ofender essa graça pela nossa negligência ou desobediência, é igualmente expresso: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia” (cf. Hb 3.7-14; 4.1-11). 

CONCLUSÃO Que possamos, ao longo deste trimestre, reconhecer nossas falhas na nossa obediência e sinceridade para com Deus, a fim de atentarmos mais prontamente à voz do Espírito Santo e assim fazer cada vez mais firme e segura nossa perseverança na fé, até que entremos naquele repouso.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

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