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LIÇÃO 4
CELEBRANDO AO SENHOR NO DESERTO
TEXTO ÁUREO: “2 Que os filhos de Israel celebrem a Páscoa a seu tempo determinado. 3 No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos e segundo todos os seus ritos, a celebrareis.” (Números 9.2-3)
LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 9.1-14
INTRODUÇÃO Enquanto se preparavam aprendendo acerca da sua vocação e da santidade do Deus que os havia tirado do Egito e os colocado a caminho da terra que manava leite e mel, o povo eleito não podia perder o senso da glória e grandeza do Senhor dos exércitos, e de que haviam sido trazidos ao deserto para servi-lo. Assim, nesta lição consideraremos o quanto os primeiros capítulos de Números nos apresentam acerca do culto divino e da celebração da glória de Deus pelo Seu povo.
I – AS OFERTAS AO SENHOR O capítulo 7 faz menção a um evento anterior aos procedimentos e orientações divinas que já estudamos nos primeiros capítulos de Números. Trata-se de quando o tabernáculo foi erguido e montado por Moisés pela primeira vez no deserto e consagrado juntamente com Arão e seus filhos para o ofício sacerdotal; aqui, as Escrituras nos informam que, após a consagração do tabernáculo (e tendo já se iniciado a consagração do sacerdócio, que duraria cerca de sete dias), os líderes das casas de Israel (os mesmos que conduziram a numeração das suas respectivas tribos) haviam apresentado duas ofertas especiais ao Senhor (Nm 7.1-3, 10; cf. Ex 40.1-11; Lv 8.33). Conforme lemos, a primeira oferta seria destinada por Deus ao ministério dos levitas; a segunda, para dedicação ou consagração do altar. Em ambas podemos destacar o interesse e anseio do povo para que o culto divino acontecesse e que nada faltasse para que Deus fosse devidamente adorado e propiciado. Assim, representado por seus líderes, as tribos de Israel apresentaram sua oferta com grande riqueza e abundância (cf. Nm 7.84-88). Do mesmo modo, o capítulo anterior se encerra com a prescrição de como os sacerdotes deveriam abençoar os filhos de Israel e, embora anteceda a descrição das ofertas, corresponde na verdade ao contexto da consagração do tabernáculo e do sacerdócio, quando, apresentadas as ofertas ao Senhor, fogo desceu do céu e Arão e seus filhos saíram do interior da tenda da congregação para comunicar ao povo que Deus lhes era propício para ter misericórdia e dar paz a Israel, e assim conduzilos seguramente, protegidos pelo Seu nome, até a terra prometida (Nm 6.22-27; cf. Lv 9.22-24). Percebemos então como a caminhada pelo deserto requer, antes de tudo, a manutenção da nossa devoção e comunhão com Deus, cuja benção é indispensável para alcançarmos a paz e o repouso reservado para o fim da jornada. O fato de a benção divina ser comunicada pelos sacerdotes muito diz sobre como o devemos buscá-la: cultuando ao Senhor. E isto começa com o reconhecimento de que cada um de nós faz parte desse culto, na medida em que todos nós somos sacerdotes, e que nosso corpo, nossa própria vida, é a oferta que temos de apresentar a Deus, na certeza de que é aceita em Cristo Jesus (1 Pe 2.9; Rm 12.1; Hb 10.19-23). E, na medida em que somos um povo, podemos falar também a importância da comunhão, onde, através da mútua ministração de uns para com os outros, no perdão, na edificação, na consolação, na exortação, é assegurada a benção de Deus de que precisamos para perseverar até o fim (Hb 3.13-14; 10.24-25; Tg 5.16).
II – O MINISTÉRIO LEVÍTICO A menção inicial deste capítulo às orientações sobre como Arão deveria acender o castiçal (ou candelabro) também remontam à ocasião em que o tabernáculo havia sido consagrado (Nm 8.1-4). Sabemos que o propósito desta peça do mobiliário sagrado era não apenas alumiar o interior da tenda da congregação para que os sacerdotes pudessem ministrar, mas também significar que onde Deus habita, onde há comunhão e favor de Deus, há luz. É também uma figura do próprio povo eleito, no meio do qual Deus habita e sobre o qual Ele faz o Seu rosto resplandecer; como os braços acesos de um candeeiro, assim também a igreja irradia a luz divina e, sob essa luz, presta o seu culto racional a Deus (Sl 18.28; 2 Co 6.14-18; 1 Jo 1.5-7). Depois de serem enumerados para o serviço do tabernáculo, agora vemos os levitas serem oficialmente consagrados para o seu ministério, assim como o foram os sacerdotes. Mais uma vez, destacamos que os levitas, apresentados para servirem ao Senhor em substituição a todo o Israel, eram um testemunho vivo da centralidade do culto divino para a nação (Nm 8.10-18). Notamos aqui também que a determinação da idade mínima de vinte e cinco anos e máxima de cinquenta para o exercício do seu ministério não representa conflito com a informação anterior dos primeiros capítulos, de que deveriam ser contados a partir dos trinta anos. Apenas quer dizer que, antes de assumirem a idade apropriada para militar no serviço mais pesado do tabernáculo – montar, desmontar e transportá-lo pelo deserto – os levitas já deveriam iniciados no ministério de acordo com a sua capacidade e maturidade, assim como aqueles que após os cinquenta anos eram dispensados dessa milícia em razão da sua limitação física permaneciam, não obstante, na guarda do tabernáculo, junto com os demais (Nm 4.3; 8.24-26).
III – A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA Antes que se completasse um ano após a saída de Israel do Egito, o Senhor orienta Moisés a lembrar o povo de celebrar a Páscoa no seu tempo determinado e, consequentemente, durante todo o tempo da peregrinação pelo deserto, e não apenas quando chegassem em Canaã (cf. Ex 12.25; Js 5.10). Como sabemos, a Páscoa comemorava a libertação dos israelitas do Egito, com o livramento dos primogênitos, e precisava tanto ser recontada como uma história, como celebrada pelo povo segundo o rito divinamente ordenado (Nm 9.1-3). De modo semelhante, a igreja faz da sua redenção o tema da sua celebração e dos seus cultos ao Senhor como também possui uma ordenança própria para comemorar Cristo, a nossa Páscoa, da qual de modo algum podemos nos dispensar, se de fato vivemos por Ele (1 Co 11.23-26). Notemos agora o interesse e zelo daqueles israelitas que, estando contaminados, primeiro consideraram a santidade da Páscoa para reconhecerem que não podiam participar dela na ocasião; mas, ao invés de se dispensarem da sua celebração, levaram seu caso a Moisés, manifestando seu desejo de participar e de permanecerem com o povo de Deus: “por que seríamos privados de oferecer a oferta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel?” (Nm 9.6-8). O Senhor provê então a possibilidade de uma “segunda chamada”, por assim dizer, a ser realizada exatamente nos mesmos moldes da primeira, e em data correspondente do mês seguinte; e a partir daqui vemos o desejo de Deus de que todos nós participemos e celebremos sua salvação: “contudo, ainda celebrará a Páscoa ao Senhor” (Nm 9.10). Por outro lado, a rejeição à celebração do culto divino por aqueles que poderiam fazê-lo, não estando cerimonialmente impedidos, é considerado um ato de apostasia, e seria punido à altura: “tal alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta do Senhor a seu tempo determinado; tal homem levará o seu pecado” (Nm 9.13).
CONCLUSÃO Celebrar ao Senhor pela nossa salvação faz parte da nossa chamada, tanto individualmente como povo eleito. Seja Israel no passado, seja a Igreja no presente, é celebrando ao Senhor que nos manteremos caminhando pelo deserto e chegaremos à terra prometida, pois a alegria do Senhor é a nossa força.
PARA USO DO PROFESSOR
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